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Universidade Federal Fluminense Instituto de Química Departamento de Química Orgânica SEGURANÇA, INCÊNDIOS/EXTINTORES VIDRARIAS/UTENSÍLIOS DE LABORATÓRIO DE QUÍMICA ORGÂNICA Disciplina: Introdução ao Laboratório de Química Orgânica Professor: Marcos Costa Turma: QD Aluna: Bruna Ramos Bezerra Data: 07/05/2018 Introdução Segurança e conduta no laboratório Em laboratórios de Química, devido a natureza dos trabalhos executados, existem vários perigos que podem ter consequências mais ou menos graves. Nele envolve frequentemente o contato com materiais potencialmente perigosos e por isso exige que se respeitem as regras ou normas da sua utilização a fim de minimizar a probabilidade de ocorrências de acidentes e as suas nefastas consequências. O laboratório não se trata de um local onde se deve estar permanentemente com receio, mas sim onde se deve trabalhar com responsabilidade, cuidado e atenção, por isso, quem utiliza frequentemente um laboratório deve ser treinado para ser cuidadoso tanto no manuseamento de equipamento como na utilização e armazenagem de produtos químicos. A segurança no laboratório de química deve ser uma preocupação constante e prioritária dos seus usuários, sejam eles alunos, professores ou funcionários e a prevenção é a melhor forma de minimizar os potenciais riscos e de evitar acidentes desnecessários. Por isso, deve-se seguir alguns passos para a segurança no laboratório. Vestimenta obrigatória: Jaleco de algodão, de manga comprida (sempre fechado); Calça comprida; Sapato fechado e sem salto; Cabelos presos; Usar luvas de material adequado quando for necessário OBS: Luvas de Neoprene: apresentam alta resistência mecânica e contra uma ampla gama de produtos químicos, com propriedade antiderrapante e altamente maleáveis, o que facilita o manuseio de diversos materiais. Luvas de Látex: são maleáveis, não prejudicam o tato, excelente para atividades em áreas molhadas e imersão, evitando a penetração de líquidos. Não indicadas para uso com produtos químicos. Luvas Nitrílicas: Fabricadas em borracha natural, são luvas muito versáteis com resistência mecânica e a diversos produtos químicos, além de ser resistente também a perfuração, corte e abrasão. No laboratório: Retirar adornos como anéis, brincos, pulseiras e outros acessórios que possam se desprender do corpo ou prejudicar a execução da análise. Vestir o jaleco - não é permitida a presença de pessoas sem a devida uniformização. Não consumir alimentos ou bebidas dentro do laboratório. Ser pontual. Permanecer em silêncio para o bom andamento da atividade desenvolvida. Evitar conversas desnecessárias. Evitar deslocamentos desnecessários no laboratório. Permanecer, sempre que possível em sua bancada de trabalho. Não fumar. Os resíduos gerados durante a execução da prática devem ser devidamente descartados. Classes de incêndios e tipos de extintores Na busca do entendimento dos fatores necessários para que houvesse a combustão, durante muito tempo acreditou-se que apenas três elementos seriam necessários: combustível, comburente e energia de ativação. Para disseminar este conceito, buscou-se uma forma didática para tal, com isso, foi criado o triângulo do fogo, aproveitando a forma geométrica para a associação dos três elementos básicos para a combustão, conforme é visto na figura 1. Figura 1- Triângulo do fogo Esta representação foi aceita durante muito tempo, porém fenômenos anômalos não podiam ser completamente explicados com base neste triângulo. A fim de explicar tais fenômenos, foi necessário incluir um quarto fator: a existência de reações em cadeia. Por essa razão, foi proposta uma nova representação em forma de tetraedro, conforme mostra a figura 2, que compreende as condições necessárias para que se dê origem ao fogo. A razão para empregar um tetraedro e não um quadrado é que cada um dos quatro elementos está diretamente adjacente e em conexão com cada um dos outros três. Ao retirar um ou mais dos quatro elementos do tetraedro do fogo, este ficará incompleto e, por consequência o resultado será a extinção. Figura 2- Tetraedro do Fogo Para melhor compreensão é necessário entender um pouco mais sobre cada conceito mencionado no tetraedro do fogo. Combustível é uma substância que reage com o oxigênio liberando energia, usualmente de modo vigoroso, na forma de calor, chamas e gases. Comburente é o agente oxidante da reação de combustão, o oxigênio presente no ar atmosférico. Energia de Ativação ou calor é a energia que dá início à combustão (ignição) e é responsável por elevar a temperatura das substâncias. As reações em cadeia constituem o processo que permite o progresso da reação no seio da mistura comburente-combustível. Na combustão ocorre a formação de frações químicas, instáveis e temporárias, denominadas “radicais livres”. Estes radicais são responsáveis pela transferência de energia entre uma molécula “queimada” e uma molécula “não queimada”. Já entendido esses conceitos, pode-se partir para os diferentes tipos de incêndios existentes, classificados de acordo com seus materiais combustíveis. Classe A- são materiais de fácil combustão com a propriedade de queimarem em sua superfície e profundidade, e que deixam resíduos, como: tecidos, madeira, papel, fibras, etc. Classe B - são considerados inflamáveis os produtos que queimem somente em sua superfície, não deixando resíduos, como óleo, graxas, vernizes, tintas, gasolina, etc. Classe C - quando ocorrem em equipamentos elétricos energizados como motores, transformadores, quadros de distribuição, fios, etc. Classe D - elementos pirofóricos como magnésio, zircônio, titânio. Classe K – óleos de cozinha, gorduras e graxa. De acordo com as classes de incêndio apresentadas, existem diferentes agentes extintores de incêndio para acabar com o fogo através de diferentes métodos. A água por exemplo, é o agente extintor mais abundante na natureza. Age principalmente por resfriamento, devido a sua propriedade de absorver grande quantidade de calor. Atua também por abafamento (dependendo da forma como é aplicada, neblina, jato contínuo, etc.). A água é o agente extintor mais empregado, em virtude do seu baixo custo e da facilidade de obtenção. Em razão da existência de sais minerais em sua composição química, a água conduz eletricidade por isso não é indicada para lugares em presença de materiais energizados. A espuma pode ser química ou mecânica conforme seu processo de formação. A Química resulta da reação entre as soluções aquosas de sulfato de alumínio e bicarbonato de sódio. A Mecânica é formada por uma mistura de água com uma pequena porcentagem (1% a 6%) de concentrado gerador de espuma e entrada forçada de ar, fazendo com que produza um aumento de volume da solução (de 10 a 100 vezes), formando a espuma. A rigor, a espuma é mais uma das formas de aplicação da água, pois constitui-se de um aglomerado de bolhas de ar ou gás (CO2) envoltas por película de água. Mais leve que todos os líquidos inflamáveis, é utilizada para extinguir incêndios por abafamento e, por conter água, possui uma ação secundária de resfriamento. Extintores de gás carbônico são utilizados, principalmente, em incêndios classe C (equipamento elétrico energizado). Além de não conduzir eletricidade, o CO2 fornece sua própria pressão para a descarga do extintor ou cilindro de armazenamento e, sendo gás, pode penetrar e espalhar-se por toda área incendiada. É eficaz como agente extintor porque, em primeiro lugar, reduz a concentração de O2, agindo por abafamento. Também possui certo efeito resfriador dependendo da condição de aplicação. Os pós-químicos são altamente eficientes para extinguir incêndios envolvendo líquidos inflamáveis. As partículas de produto químico finamente divididas, são interceptoras de radicais livres e quebram o processo de oxidação da reação em cadeia de combustão dentro da chama. Como não têm a capacidade de resfriar, não asseguramo combustível contra a reignição, caso o mesmo seja exposto a fontes de ignição. Vidrarias e utensílios de Laboratório Para ser possível a realização de experimentos em um laboratório, além dos reagentes, são necessárias algumas vidrarias e ferramentas. Abaixo foi listado alguns deles e suas respectivas funções. Grau ou almofariz e Pistillo: são usados na trituração e pulverização de sólidos em pequena escala. Figura 3- Grau e Pistillo Becker: É de uso geral em laboratório, servindo para dissolver substâncias, efetuar reações químicas, aquecer líquidos, etc. Figura 4- Becker Provetas graduadas: A proveta é um instrumento preciso e, portanto, altamente recomendado para medição de líquidos. Figura 5- Proveta graduada Erlenmeyer: Tem as mesmas finalidades que o béquer ao fazer titulações, aquecer líquidos e dissolver substâncias, dentre outras, mas tem a vantagem de permitir a agitação manual. O seu afunilamento em cima anula o risco de perda de material.Figura 6- Erlenmeyer Funil de separação: O funil de separação é utilizado para separar líquidos não miscíveis, ou seja, através da decantação. A torneira embutida nele permite que seja separado com facilidade.Figura 7- Funil de separação Vidro de relógio: Peça de Vidro de forma côncava é usado em análises e evaporações em pequena escala, além de auxiliar na pesagem de substâncias não voláteis e não higroscópicas. Figura 8- Vidro de relógio Bastão de vidro: Serve para agitar ou transferir líquidos de um recipiente a outro. Ela é feita de vidro para não causar uma reação química na substância em questão. Figura 9- Bastão de Vidro Pipeta Pasteur: Usada para transferência de líquidos. Figura 10- Pipeta pasteur Funil: Ele é feito de vidro e é utilizado na transferência de substâncias entre recipientes e na filtragem de substâncias como o auxílio de um filtro de papel. Figura 11- Funil Figura 12- Tubo de ensaio Tubo de ensaio: Nele podem ser feitas reações em pequena escala e pode ser aquecido diretamente sob a chama do bico de Bunsen. Figura 13- Lâminas de vidro Lâmina de Vidro: é utilizado para depositar amostras que pretendem ser analisadas em laboratório. Figura 14- Placas de toque Placa de Toque: nas pequenas cavidades são realizadas reações químicas em pequena quantidade. Coluna Cromatográfica: é utilizada para separação de substâncias. Figura 15- Coluna Cromatográfica Garra: Serve como suporte para coluna cromatográfica. Figura 16- Garra Figura 17- Anel ou argola Anel ou argola: Preso à haste do suporte universal, sustenta o funil na filtração. Mufa: é o que permite prender a argola ao suporte universal.Figura 18- Mufa Estante: É usada para suporte dos tubos de ensaio. Figura 19- Estante para tubos de ensaio Pinça de Mohr: Serve para reduzir ou obstruir a passagem de gases ou líquidos em tubos flexíveis. Figura 20- Pinça de Mohr Suporte Universal: É empregado na sustentação de peças e sistemas. Ele pode segurar, por exemplo, a coluna cromatográfica. Figura 21- Suporte Universal Objetivo Segurança e conduta no laboratório Instruir e alertar os alunos quanto a importância da segurança e boas práticas nos laboratórios de química. Classes de incêndios e tipos de extintores Orientar os alunos quanto a importância de conhecer os diferentes tipos de incêndios e seus métodos de extinção. Vidrarias e utensílios de Laboratório Apresentar aos alunos as vidrarias e ferragens utilizadas em um laboratório de química. Resultados e Discussão Segurança e conduta no laboratório O laboratório é um local que apresenta diversos riscos de acidentes. Esses riscos podem ser minimizados ou até mesmo eliminados mediante: o uso de equipamentos de proteção coletiva, fornecimento de equipamentos de proteção individual adequados ao ao risco. Treinamento e segurança para o laboratorista sobre o uso correto de equipamentos de proteção coletiva(EPC), uso de equipamentos de proteção individual(EPI) adequados ao risco, proteção e combate a incêndios. A montagem de um laboratório deve incluir todos os requisitos de segurança. O local de armazenamento de substâncias químicas deve localizar-se longe da parte operacional do laboratório, para evitar o contato frequente com as substâncias e possíveis intoxicações e acidentes. É imprescindível a correta estocagem de produtos químicos, a fim de se evitar incompatibilidades químicas que podem gerar ações explosivas ou tóxicas. Em um laboratório deve conter pelo menos duas portas e afastadas uma da outra de modo que haja sempre a possibilidade de abandonar o local por mais de uma saída. É obrigatório que o sentido de abertura das portas seja orientado para a parte externa do ambiente de trabalho. Deve ser um local ventilado para evitar que substâncias e vapores sejam inalados pelos usuários. Deve conter equipamentos de proteção coletiva como um chuveiro e um lava olhos, em caso de algum reagente entrar em contato com a pele, manta corta-fogo em caso de incêndios no qual um líquido em chama é espirrado na roupa do operador e vaso de areia, utilizado sobre o derramamento de álcalis, para neutralizá-los. Deve haver capela com exaustão, para manipular reagentes tóxicos, voláteis ou realizar reações exotérmicas. Deve conter extintores de incêndio para casos de incêndio. As paredes devem ser claras, foscas e impermeáveis, revestidas com material que permita o desenvolvimento das atividades em condições seguras, por isso devem ser resistentes ao fogo e a substâncias químicas. O laboratório 104 do instituto de química da UFF apresenta algumas não conformidades com o que seria ideal para um laboratório químico. O mesmo não apresenta duas portas, nem contém chuveiro e lava olhos. Contém uma manta corta-fogo e o vaso de areia. Entretanto contém janelas grandes e uma porta, que permitem a ventilação do laboratório. Contém também a capela em perfeito funcionamento, garantindo a segurança dos usuários em caso de reagentes tóxicos ou voláteis. Além disso contém dois extintores de incêndio. Classes de incêndios e tipos de extintores No laboratório 104 do instituto de química orgânica há dois extintores de incêndio. Um de dióxido de carbono e outro de pó químico, semelhantes aos das fotos apresentadas a seguir. Figura 22- Extintor de dióxido de carbono Figura 23- Extintor de Pó químico Esses dois tipos de extintores são ideais para o laboratório de química pois compreendem as classes de incêndio B e C, que são as classes que contém os principais materiais de riscos presentes no laboratório, como hidrocarbonetos, presentes em soluções como hexano, metano e diversas outras(classe B) e tubulações onde passam fios de eletricidade(classe C). Vidrarias e utensílios de Laboratório No laboratório 104 do instituto de química da UFF, há diversos armários contendo kits de vidrarias para serem utilizadas nas aulas de Introdução ao laboratório de Química Orgânica. As quantidades e os tipos de vidraria estão listados na tabela 1 a seguir. Tabela 1- Listagem de Materiais Material Quantidade Gral com Pistilo 01 Bécker 03 Proveta 03 Erlenmeyer 02 Funil de separação 01 Vidro de relógio 02 Bastão de vidro 01 Pipeta pasteur 01 Funil de líquidos 01 Funil de sólidos 01 Tubos de ensaio 04 Lâminas de vidro 04 Placa de toque 01 Coluna cromatográfica 01 Garra 03 Argola 01 Mufa 03 Estante 01 Pinça de Mohr 01 Além das vidrarias e ferragens, o laboratório ainda possui uma balança analítica, uma câmara escura e capela. Conclusão Segurança e conduta no laboratório Tendo em vista as informações sobre segurança e conduta em laboratório de química discutidas, pode-se perceber a importância do conhecimento do mesmo para promoção da segurança individual e coletiva no ambiente de trabalho, de forma a evitar acidentese exposições ao risco. Torna-se, portanto, indispensável a efetivação das tais regras no projeto do laboratório, Como pôde-se observar, o laboratório em que as aulas se desenvolvem não atende todas as normas exigidas, o que não interfere no desenvolvimento da aula, mas deixa a desejar quanto a segurança dos usuários. É de conhecimento que as adequações necessárias dispendem dinheiro, o que torna difícil a estruturação do laboratório de forma ideal. Classes de incêndios e tipos de extintores O conhecimento das classes de incêndio e os tipos de extintores adequados para cada situação é imprescindível para o trabalho em ujm ambiente laboratorial, visto que a extinção quando feita de maneira incorreta ao invés de eliminar, pode agravar o incêndio. No laboratório da aula em questão, são dispostos os extintores adequados para os possíveis incêndios em um laboratório. Sendo assim, é apenas necessário a manutenção dos extintores, de forma que estes não percam sua utilidade e quando for necessário seu uso, não ocorram surpresas. Vidrarias e utensílios de Laboratório Em um laboratório existe uma elevada quantidade de vidrarias e equipamentos que são essenciais para o desenvolvimento das atividades. Contudo, deve-se atentar para o uso correto de tais materiais de forma a se evitar danificações ou até mesmo acidentes. No laboratório da aula, as vidrarias de equipamentos atendem e suprem as necessidades das práticas a serem desenvolvidas. Bibliografia CORPO DE BOMBEIROS. São Paulo. Disponível em: http://www.ccb.policiamilitar.sp.gov.br/emb5/wpcontent/uploads/2014/03/EXTINTORES.pdf DAVID, L.C. etal. Manual de Biossegurança, IMS/CAT- UFBA, Pro grama Permanecer. Disponível em http:// www.ims.ufba.br/wp- content/uploads/downloads/2012/09/Livro-biosseguranca-IMS1.pdf. DEL REY, M ; MELLO, M. A.; BERGAMO, M.E. etal. Guia de Laboratório para o Ensino de Química, Conselho Regional de Química IV Região (SP - MS). Disponível em: http:/ /www.crq4.org.br/downloads/selo_guia_lab.pdf. UNICAMP, Segurança em Laboratórios Químicos, Diretoria de Segurança do Trabalho – Instituto de Química. Disponível em: http://www.iqm.unicamp.br/sites/default/files/seglabquimico.pdf Sites: Disponível em: <https://www.poa.ifrs.edu.br/wp->content/uploads/2016/03/seguranca-ifrs-poa-apostila-treinamento-brigada-de-incendio.pdf> Acesso em: 29/04/2018 Disponível em: <http://www.vidrariadelaboratorio.com.br/vidrarias-de-laboratorio-2/> Acesso em: 30/04/2018 Disponível em: <http://www.quimica.ufpb.br/arymaia/MANUAL%20DE...pdf> Acesso em: 30/04/2018 Disponível em: <http://falandodeprotecao.com.br/tipos-de-luvas-de-protecao/> Acesso em: 03/05/2018
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