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Aula 42: TECNOLOGIA CLORO-SODA Profª. Dra. Iara Barros Valentim Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Alagoas – IFAL Curso Técnico em Química - integrado Disciplina: Tecnologia Química Maceió, 2015 Cronograma 13-08-2015 – Tratamento de água para caldeira 14-08-2015 – Tratamento de água para caldeira 20-08-2015 – Tecnologia da produção do açúcar 21 -08-2015 – Tecnologia da produção do açúcar 27-08-2015 – Feriado 28-08-2015 – Exercícios (Ponto facultativo) 03-09-2015 – Tecnologia da Produção de açúcar 04-09-2015 – 1ª avaliação do 3º bimestre 10-09-2015 – Refino do açúcar e Tecnologia da Produção de Álcool 11-09-2015 - Tecnologia da Produção de Álcool 17-09-2015 - Tecnologia da Produção de Álcool 18-09-2015 - Tecnologia da Produção de Álcool 24-09-2015 - Tecnologia da Produção de Álcool 25-09-2015 - Exercícios 01-10-2015 – Tecnologia da Produção de Álcool 2ª geração 02-10-2015 - Exercícios 08-10-2015 – 2ª avaliação do 3º bimestre 09-10-2015 - Tecnologia cloro-soda 15-10-2015- Tecnologia cloro-soda 4 º Bimestre 16-10-2015- Tecnologia de alimentos 22-10-2015 – Exercício (ENEM) 23-10-2015 – Trabalho em grupo (ENEM) 29-10-2015 - Tecnologia de alimentos 30-10-2015 -Tecnologia de alimentos 05-11-2015 – Tecnologia de Alimentos 06-11-2015 - 1ª avaliação do 4º bimestre 12-11-2015 – Tecnologia da produção de fertilizantes 13-11-2015 - Tecnologia da produção de fertilizantes 19-11-2015 - Tecnologia da produção de fertilizantes 20-11-2015 - Feriado 26-11-2015 – Trabalho em grupo 27-11-2015 - 2ª avaliação do 4º bimestre 03 e 04-12-2015 – Recuperação 2 10 e 11-12-2015 - Final Ementa Tecnologia Cloro-Álcali - Eletroquímica básica - Matéria prima - Unidades Industriais dos processos - Operações em célula de diafragma - Produtos obtidos e seus usos Tecnologia Cloro-Álcali Introdução Cloro e álcalis são materiais intimamente relacionados, uma vez que, em um mesmo processo, são obtidos a soda cáustica e o cloro. Os subprodutos podem gerar uma família bastante importante, como a barrilha (carbonato de sódio), o hipoclorito de sódio, o ácido clorídrico e o dicloroetano. Especificamente, a indústria de cloro e álcalis compreende a fabricação de três produtos de base: o hidróxido de sódio, o cloro e o carbonato de sódio (todos obtidos a partir da mesma matéria prima: o cloreto de sódio). O NaOH e o cloro, como citado acima, são obtidos simultaneamente pela eletrólise de uma solução aquosa de cloreto de sódio (salmoura). O NaOH é o álcali mais utilizado na indústria, e o gás cloro também é um produto químico industrial de grande importância. Já o carbonato de sódio é estudado em conjunto por dois motivos: primeiro, porque ele pode substituir o hidróxido de sódio em muitas de suas aplicações industriais. Como na fabricação de papel, sabões e detergentes. Em segundo lugar porque o Na2CO3 pode ser convertido facilmente em NaOH (e vice-versa). Desse modo, conforme a demanda e custos relativos do carbonato de sódio e do hidróxido de sódio, a reação reversível pode ser deslocada em um ou outro sentido. Esses três produtos químicos são classificados como “produtos químicos pesados”, pois são produzidos industrialmente em grande quantidade. Houve um tempo em que a demanda de soda cáustica era muito maior do que a de cloro, de modo que as indústrias produtoras não sabiam o que fazer com o excesso de cloro produzido. Pois, ao contrário do hidrogênio, não é um gás combustível, e também não pode ser lançado na atmosfera. Chegou-se até mesmo a introduzir cloro, sob pressão, em cilindros, os quais eram jogados no mar. Porém, hoje o consumo de cloro nas indústrias orgânicas (plásticos, etc) é extraordinário, e tende a aumentar. Como consequência, chegará o dia em que as indústrias de cloro não saberão o que fazer com a soda cáustica excedente... Os principais produtores de soda e cloro no Brasil são: - Carbocloro (São Paulo) - Braskem (Alagoas) - Bayer (Rio de Janeiro) - DuPont (São Paulo) - De Nora (São Paulo) - SASIL–Distrib. de Produtos Químicos (Bahia) - Solvay (São Paulo) - Eltech (São Paulo) - Dow (São Paulo) - Complexo Industrial de Aratú (Bahia) Extração de sal Extração de sal das reservas A partir de poços de 1200 m de profundidade injeta-se água doce que dissolve o sal, trazendo para superfície a solução com 25% de salinidade e depois há o transporte para as plantas de evaporação. A lavra por dissolução pode também ser considerada uma operação subterrânea. Em Alagoas, o Campo de Salmoura é uma unidade pertencente a Braskem, localizada no bairro de Bebedouro e distante cerca de 8 km da fábrica. A unidade possui dupla finalidade que é a de suprir água e matéria prima à unidade fabril. Basicamente essa atividade é executada através de poços d’água e poços de sal. A matéria prima é o cloreto de sódio ( sal ) , obtido através das extração das reservas no subsolo e transferido em forma de solução ( salmoura ) para a fábrica. A extração das reservas de sal mineral é feita através de poços profundos perfurados até cerca de 900 a 1200 m , onde se encontram os leitos de sal. A extração deste sal se dá através da solubilização do mesmo em água . Esse processo consiste em injetar água por uma tubulação central pelo interior da camada de sal, possibilitando o retorno desse volume em forma de salmoura concentrada. As cavernas geradas no interior da camada salina estão sempre cheias de salmoura, e mesmo após a desativação do poço, permanece com salmoura. A salmoura é recebida em um tanque para então ser bombeada para a fábrica, através de uma tubulação. Toda a água utilizada neste processo de extração é obtida através de captação por poços artesianos, localizados na área de mineração. Parte desta água é também transferida para a fábrica por meio de uma tubulação. Tratamento da salmoura Ver vídeo extração de sal marinho As áreas 227 e 327 se destinam a armazenar e tratar a salmoura (com 25 % de sal dissolvido) que são providas pela área de mineração (Campo de Salmoura). Esta salmoura contém impurezas: - sais de cálcio, magnésio, ferro e amônia, sob a forma iônica de Ca ++, Mg++, Fe+++ e NH3, respectivamente, sendo então necessário a sua purificação, de forma a evitar perda de capacidade dos diafragmas depositados nas células eletrolíticas. TRATAMENTO DE SALMOURA Tem como objetivo reduzir os teores das impurezas (Ca++, Mg++ e Fe +++) existentes na salmoura bruta. É composto pelas seguintes etapas: • Pré-reação • Clarificação • Filtração A salmoura proveniente do campo é acondicionada em um tanque pulmão, tanque de salmoura bruta, e então alimenta o tanque de pré-reação. Pré-reação Nesse tanque carbonato de sódio ( concentração de 10 % ) e licor de célula ( concentração de 12 % NaOH -soda caustica -15 % NaCl - sal) são adicionados. Com o objetivo de iniciar o processo de formação de flocos de sais de cálcio, magnésio e ferro , CaCO3, Mg(OH)2 e Fe(OH)3, respectivamente. Reações de precipitação A mistura é então transferida para o floco decantador, aonde recebe uma corrente de agente acelerador de floculação ( polieletrólito ). O floco decantador tem por objetivo permitir que os flocos incialmente formados no tanque de pré-reação, cresçam e decantem. Formando a chamada lama de salmoura e separando-se assim da solução de salmoura os sais de cálcio,magnésio e ferro. Decantação e clarificação A salmoura, agora clarificada, é retirada pela região superior do floco decantador, alimenta o tanque de salmoura clarificada e então é filtrada utilizando para isso filtros de areia. Filtração Após filtração a salmoura é acondicionada em um tanque pulmão de salmoura tratada. A salmoura tratada ( clarificada ) na área de Tratamento de Salmoura é utilizada para promover o resfriamento da corrente de hidrogênio. A salmoura tratada entra em contato com a corrente de hidrogênio, em uma coluna - Coluna de Hidrogênio- retirando calor dessa e promovendo assim o seu resfriamento. Resfriamento da corrente de hidrogênio O objetivo promover o resfriamento da corrente de hidrogênio, proveniente das casas de células e a ressaturação da salmoura. É composto pelas seguintes etapas: • Resfriamento de H2 • Compressão de H2 • Ressaturação da salmoura • Acidificação da salmoura Resfriamento Nesse resfriamento a água ( umidade ) presente na corrente de hidrogênio, condensa e passa para a corrente de salmoura. Compressão de H2 A corrente de hidrogênio é então pressurizada, através de compressores de anéis líquidos, e enviada para a caldeira - sendo queimada e gerando vapor- ou para a unidade de produção de HCl. A salmoura, após contato com o hidrogênio , além do ganho de temperatura tem a sua concentração decrescida, em função da condensação de água da corrente de hidrogênio, Ressaturação da salmoura Assim ela é forçada a passar por dois tanques com leito de sal, de forma a recuperar essa concentração. Após o tratamento e a ressaturação, a salmoura deverá ter a seguinte especificação: COMPONENTE CONCENTRAÇÃO NaCl 320 g/l Ca++ 1,5 mg/l Mg++ 0,3 mg/l Fe+++ 0,1 mg/l NH3 ausente O sal necessário para manutenção do leito provém das unidades de evaporação e concentração de soda caustica. Na área 221, um sistema de separação ( hidrociclone ) permite dividir a corrente desse sal, de forma a estocá-lo e enviar para a unidade de soda cloro da Bahia. Acidificação da salmoura Após ser reconcentrada a salmoura é acidificada com ácido cloridríco, para então alimementar a casa de células. A solução é aquecida a 65°C para iniciar a eletrólise. NaOH + HCl NaCl + H2O Eletrólise Por definição, eletrólise é o ramo da eletroquímica que caracteriza um processo não-espontâneo de descarga de íons, baseado na conversão de energia elétrica em energia química. O termo se origina dos radicais eletro (eletricidade) e lisis (decomposição), ou seja, decomposição por eletricidade. O processo da eletrólise é uma reação de oxirredução, oposta àquela que ocorre numa célula galvânica, sendo portanto, um fenômeno físico-químico não espontâneo. A esta uma solução aquosa saturada de NaCl (sal) dá-se o nome de Salmoura. Como sabemos a água pura não é condutora de eletricidade, sendo portanto necessário a adição de alguma substância (neste caso o cloreto de sódio), De modo a obtermos uma solução condutora (eletrolítica), e então apta a sofrer eletrólise. Na eletrólise, primeiramente ocorre a liberação dos íons na solução, através da ionização ou dissociação de uma espécie química. Os íons que podem sofrer a eletrólise podem se originar tanto da espécie química dissolvida (NaCl) como da própria água (auto-ionização). Apenas uma espécie de íon positivo ou negativo descarrega por vez, e essa prioridade é definida através de um potencial, que todo íon possui. Quanto maior o potencial maior será a preferência deste íon em descarregar. Para a eletrólise da salmoura verifica-se que o H+ tem maior facilidade de descarga que o Na+ , que ocorre no CATODO. E o Cl- descarrega no ANODO mais facilmente que o OH- . Segue abaixo todas as reações que ocorrem na eletrólise da salmoura - NaCl(aq). Nota-se pela reação global que a eletrólise do NaCl é método de obtenção de H2, Cl2 e de soda cáustica (NaOH). Na eletrólise das salmouras, o cloro é produzido no ânodo e o hidrogênio, juntamente com o hidróxido de sódio, no cátodo. PROCESSO INDUSTRIAL Claudio Inventaram-se industrialmente muitos modelos engenhosos de cuba eletrolítica em virtude de ser necessário manter separados os produtos do ânodo e do cátodo. Todos os modelos, entretanto, são variedades do tipo a diafragma ou do tipo com eletrodo intermediário de mercúrio. Clorato de sódio • Usa-se um catodo de aço (carbono), e um diafragma poroso, frequentemente feito de fibras de asbestos (amianto), que separa a área do ânodo com a do cátodo, para que a reação do NaOH com o Cl2 seja prevenida, evitando–se a formação do hipoclorito de sódio. • A salmoura então é introduzida no compartimento do anodo e flui através do diafragma para o compartimento do catodo. • Uma soda cáustica diluída deixa a célula. • Em virtude da eficiência das células eletrolíticas (50%), metade do NaCl está na solução diluída de soda cáustica, sendo necessário concentrar a solução de NaOH que está a 10-12% a 50%, para diminuir a solubilidade de NaCl na solução e assim retornar este ao sistema. Evaporação • Então, a salmoura cáustica diluída que sai da cuba passa por uma bomba que une esta corrente com uma parte da corrente de soda concentrada, para assim facilitar o abaixamento da solubilidade do sal na solução de soda. Esta nova corrente formada dirige-se ao separador de sal. • O sal precipitado no fundo do separador é levado a um filtro lavador. •Do filtro sai o sal que irá retornar ao sistema. E a solução de NaOH que é levada a corrente de alimentação do evaporador, sendo esta formada pela solução que ficou em suspensão no separador de sal. • A outra parte da corrente que sai do evaporador, contendo a solução concentrada de NaOH 50%, vai para um tanque de depósito de soda concentrada a 50%. Concentração de Soda Cáustica A área de concentração de soda cáustica tem por objetivo aumentar a concentração desta soda cáustica no licor de células produzido nas Áreas 220/320 ( Casa de Células ) , ao mesmo tempo que retira o sal remanescente do processo eletrolítico. O processo de produção do licor de células utilizado é baseada na eletrolização da salmoura concentrada, através da tecnologia de diafragmas. A unidade de evaporação é subdividas em : . Evaporação . Resfriamento . Centrifugação e estocagem de soda . Centrifugação de sal . Evaporação : o licor de células alimenta o sistema de evaporação o qual utiliza vapor da água como fonte inicial de calor. O sistema basicamente permite o aquecimento e consequente vaporização de água da solução de licor, aumentado assim a concentração da soda caústica, ao mesmo tempo, que o sal ( cloreto de sódio ) é cristalizado e retirado da solução. . Resfriamento : após concentração da soda a solução é resfriada com o objetivo de retirar sais ainda remanescente da corrente dos evaporadores. O resfriamento é realizado utilizando como agentes refrigerantes água de resfriamento e água gelada. . Centrifugação e estocagem de soda caústica: Após resfriamento, a soda caústica concentrada passa por centrífugas que retiram o sal cristalizado no sistema de resfriamento A soda caústica, após essa etapa é estocada no sistema de tancagem da unidade para avaliação de sua pureza e posterior comercialização. . Centrifugação de sal : O sal cristalizado no sistema de evaporação é enviado para o sistema de centrífuga, de forma a ser separado da solução de licor. O sal separado é então enviado para o pátio de estocagemde sal ou para refazer os leitos dos ressaturadores. Próxima aula Tipos de células Processamento do Cloro Utilidades – geração de vapor e torre de resfriamento PRODUTO SODA CÁUSTICA PRODUTO CLORO PRODUTO HIDROGÊNIO
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