Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DURKHEIM, Émile. Da divisão do trabalho social. São Paulo: Martins Fontes, 1999, 2ª edição. 483p. Páginas: 367-372; 380-399 367-372 - estudo das formas patológicas da divisão do trabalho - “Conquanto, normalmente, a divisão do trabalho produza a solidariedade social, algumas vezes, porém, ela apresenta resultados totalmente diferentes, até mesmo opostos.” (pág. 367) - Formas patológicas de divisão do trabalho: 1)crises industriais ou comerciais – rupturas parciais da solidariedade orgânica. Atestam que em determinadas partes do organismo certas funções ao estão ajustadas. 2)O antagonismo trabalho-capital - com a especialização do trabalho a luta se torna mais viva mais frequente, em vez de a solidariedade aumentar. 3) Especialização e falta de solidariedade entre as ciências modernas. 380-399 - Comte, apesar de ter identificado a solidariedade na sociedade não percebeu que ela é sui generis. É por isso que considerava o enfraquecimento da consciência coletiva um fenômeno mórbido. -“Para que a solidariedade orgânica exista, não basta haver um sistema de órgãos necessários uns aos outros e que sintam, de um modo geral, sua solidariedade, mas é necessário, além disso, que a maneira como devem concorrer, se não em toda espécie de encontros, pelo menos nas circunstâncias frequentes, seja predeterminada.” (pág. 381) - Não é necessário que a vida social seja sem lutas. O papel da solidariedade não é suprimir a concorrência, mas sim moderá-la. - “há certas maneiras de reagir umas sobre as outras que, achando-se mais conformes à natureza das coisas se repetem com maior frequência e se tornam hábitos; depois, os hábitos, à medida que adquirem força, se transformam em regras de conduta [...]A regra não cria, pois, o estado de dependência mútua em que se acham os órgãos solidários, mas apenas o exprime de uma maneira sensível e definida, em função de uma situação dada.” (pág. 382) - “Se a divisão do trabalho não produz solidariedade, é porque as relações entre os órgãos não são regulamentadas, é porque elas estão em um estado de anomia” (pág. 385) - “O Estado de anomia é impossível onde quer que os órgãos solidários se encontrem em contato suficiente e suficientemente prolongado.” (pág. 385) - O estado de anomia se dá quando as relações sociais são demasiado intermitentes e irregulares para estabelecerem e determinarem, a cada vez são novas tentativas. Ex. Cada indústria produz para consumidores dispersos pelo país e pelo mundo, portanto o contato já não basta, o produtor não tem contato com seu mercado consumidor, daí as crises periódicas que perturbam as funções econômicas. - “Essas novas condições da vida industrial requerem, naturalmente, uma nova organização; mas como essas transformações se consumaram com uma extrema rapidez, os interesses em conflito ainda não tiveram tempo de se equilibrar.” (pág. 387) - A transformação do trabalhador em máquina, com trabalhos repetitivos é uma das consequências negativas da divisão do trabalho. - Todos esses problemas não são causados pela divisão do trabalho em si, mas apenas em circunstâncias excepcionais e anormais. “Porque, normalmente, o jogo de cada função especial exige que o indivíduo não se encerre estreitamente nela, mas mantenha-se em relação constante com as funções vizinhas, tome consciência de suas necessidades, das mudanças que nelas sobrevêm, etc. A divisão do trabalho supõe que o trabalhador, longe de permanecer debruçado sobre sua tarefa, não perca de vista seus colaboradores, aja sobre eles e sofra sua ação” (pág. 390) Capítulo II – A divisão do trabalho Forçada - “Para que a divisão do trabalho produza a solidariedade, não basta, pois, que cada um tenha a sua tarefa, é necessário, além disso, que essa tarefa lhe convenha.” (pág. 392) - A instituição das classes ou casas da origem a conflitos, porque a divisão das funções sociais não corresponde a distribuição dos talentos naturais. – situação anômica. - A única causa que deve determinar a maneira da divisão do trabalho é a diversidade das capacidades individuais. - “ A divisão do trabalho forçada é, pois, o segundo tipo mórbido que reconhecemos.” (pág. 394) - A coerção começa quando a regulamentação não corresponde a verdadeira natureza das coisas - A divisão do trabalho, portanto, só produz solidariedade se for espontânea e na medida em que for espontânea. Ou seja, ausência e toda a violência expressa e formal e de tudo que pode tolher a livre expansão da força social que cada um traz em si. - isso só ocorre se as desigualdades sociais exprimirem exatamente as desigualdades naturais.
Compartilhar