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CR-P0006 Publicação: 09/2016 Prioridade de investimentos em recursos humanos numa empresa em transição: de Alegria Alimentos para Scarlett & Sons Murilo Freitas de Lima1 Flavio Romero Macau Já passava das nove da noite e, na Scarlett & Sons Brasil, outrora Alegria Indústria de Alimentos Ltda., na reclusão de sua sala de diretor de Recursos Humanos, Antero Valverde só se deu conta de que era o último funcionário ainda no escritório naquela sexta-feira quando seu celular o despertou de um quase transe com uma mensagem de sua mulher perguntando se ainda deveria esperá-lo para o jantar. Respirou fundo, pegou o aparelho e respondeu que sim, que só precisava terminar uma última pendência e estaria a caminho. Riu consigo mesmo de como a tarefa parecia fácil quando transformada em caracteres de mensagem, mas a verdade é que Antero e sua equipe haviam dedicado semanas de trabalho na elaboração do orçamento para 2014; orçamento esse que, depois de fechado, recebera naquele dia, da Matriz em Boston, uma surpreendente – e inexorável – diretriz de redução de 30%, com retorno da versão revisada esperado já para segunda-feira. Para Recursos Humanos, essa redução significava suprimir uma de suas duas maiores iniciativas, pois reduzir seus custos poderia inviabilizá-las ambas. 1 Caso desenvolvido pelo aluno do programa Certificates in Business Administration, sob orientação do Prof. Flavio Romero Macau. Nenhuma parte deste caso pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer meio eletrônico ou mecânico, inclusive fotocópia, gravação ou qualquer outro sistema de armazenamento, sem autorização por escrito do Insper Instituto de Ensino e Pesquisa. Aos infratores, aplicam-se as sanções previstas nos Arts. 102, 104, 106 e 107 da Lei n. 9.610, de 19 de fevereiro de 1998. CR-P0006 2 Não havia tempo para consultar sua equipe de gerentes: Antero tinha que escolher entre abortar a ampliação do programa de desenvolvimento de lideranças ou o plano de tornar mais agressivo seu programa de bônus por desempenho, ou seja, “subir o nível” de seus gestores. Essa iniciativa era crucial para entregar os resultados esperados pela matriz (sob o risco de perder o foco nos investimentos ou, no limite, até mesmo fechar a operação no Brasil, se se perdesse totalmente a confiança no potencial da subsidiária) ou fortalecer os ganhos dos empregados para combater a crescente perda de funcionários de setores chave para concorrentes que remuneravam melhor. A decisão não era óbvia, mas Antero havia feito sua escolha, fechado seu notebook e já podia até sentir o inconfundível sabor do alioli de sua esposa... Alegria Indústria de Alimentos Ltda. Em 1975, a Alegria Alimentos fora fundada por Massimo Fraggione, um padeiro italiano que viera ao Brasil e se instalara na Mooca. Com as mulheres ocupando cada vez mais espaços no mercado de trabalho, Massimo transformou em oportunidade de negócio a complexidade de alimentar filhos cujas mães trabalhavam fora de casa e desenvolveu uma mistura em pó para mingau que se provou tão saboroso quanto nutritivo – e caiu nas graças das famílias do tradicional bairro paulistano. A fama da “papinha do italiano” se espalhou numa velocidade proporcional ao aumento da procura por seu produto, e, em pouco tempo, o balcão de sua cozinha já não comportava a produção e se transferiu para um galpão. Contrataram-se funcionários, ampliou-se a produção, com a compra de maquinário, e A Alegria passou a atender toda a capital paulista. Ao longo das quase três décadas em que esteve à frente do negócio, Massimo liderou a estruturação de sua equipe de vendas e de seu staff administrativo, assim como a ampliação de seu portfólio: o famoso mingau continuou a ser produzido, mas tornou-se secundário aos biscoitos e, posteriormente, aos cereais matinais, que se tornaram o carro-chefe da empresa. No início da década de 1990, a Alegria já estava consolidada no cenário nacional, principalmente no eixo Sul-Sudeste. Sua marca gozava da força conquistada ao longo do tempo junto às mães, mas agora enfrentava a ferrenha concorrência das multinacionais, cujos produtos tinham maior apelo com as crianças, já sob a clara influência estrangeira que marcou o período de abertura econômica da chamada “Era Collor”. Ainda assim, a empresa mantinha um sólido ritmo de crescimento, que justificou inclusive a montagem de uma nova unidade fabril em Uberlândia, aproveitando as facilidades logísticas da região e a proximidade dos grandes atacadistas. No entanto, como não é raro em empresas familiares, o afastamento de Massimo da presidência da Alegria em 2002, por motivos de saúde, foi um duro golpe para a família e para seus pouco mais de dois mil funcionários, em sua maioria já convertidos numa fiel legião. O comando da empresa passou para o primogênito Raphael, que – tal como a irmã e os irmão mais novos – já trabalhava como diretor na empresa. O cenário se complicou ainda mais quando Massimo sucumbiu ao câncer e faleceu em 2005. Raphael ainda comandou a empresa por mais três anos, mas a falta da liderança carismática do pai, somada às disputas CR-P0006 3 internas da família, refletiram negativamente nos resultados. Não tardaram a começar os rumores no mercado, e não foi surpresa quando, em 2008, anunciou-se a venda da Alegria para a estadunidense Scarlett& Sons. Scarlett & Sons Com sede em Boston, a gigante multinacional Scarlett & Sons contava com operações em cerca de 40 países para atender a consumidores de mais de 100 diferentes nacionalidades. Fundada em 1945, a empresa aproveitou o baby boom do pós-Guerra para montar um império de alimentação infantil, tendo iniciado seu processo de internacionalização nas décadas seguintes. Na América Latina, a Scarlett & Sons atuava apenas no México. No Brasil, operava por meio de parcerias com co-packers locais, gerenciados por representações comerciais. Há anos, o board global estudava a melhor estratégia para entrar mais vigorosamente no país. A oportunidade de comprar a Alegria caiu como uma luva. Com o negócio fechado em setembro de 2008, o processo de incorporação começou imediatamente, mas a compra de fato se concretizou no início de 2009, com a mudança da razão social para Scarlett & Sons Brasil e a chegada de um grupo de executivos para liderar o processo de transição, sincronizado com o afastamento da família Fraggione do dia a dia do negócio. Apesar de todas as mudanças, os resultados de 2009 se alinharam aos do ano anterior, mas as expectativas para 2010 já foram traçadas com o objetivo de justificar as cifras bilionárias envolvidas na montagem da subsidiária brasileira. Elaborou-se um plano quadrienal com metas agressivas de crescimento, sustentadas por pesados investimentos em revitalização da tradicional marca Alegria (Figuras 1 e 2), inovação de portfólio (com um claro foco em nutrição infantil, carro-chefe global do grupo) e introdução das principais marcas globais (com pesado suporte de mídia), modernização das plantas e processos produtivos e capacitação dos funcionários (especialmente desenvolvimento de lideranças, como no exemplo do programa detalhado adiante). Os resultados de 2010 deram o tom do que viria a se repetir nos três seguintes: os objetivos de faturamento foram atingidos, mas com sacrifício da margem. O choque cultural era inevitável, e a nova liderança executiva sofria para adaptar a antiga cultura “familiar” (ainda sob a sombra do patriarca italiano) ao mindset de pragmatismo e profissionalismo da matriz estadunidense.Um exemplo frisante foi a decisão de eliminar as folgas para o público operacional nas “pontes” de feriados, recebida pelos funcionários mais antigos com uma perplexidade que beirou a revolta. Em 2013, último ano do plano quadrienal, Antero Valverde aceitou o desafio de comandar o RH da S&S Brasil, posição aberta com o pedido de demissão do antigo diretor, ainda da “Era Alegria”. Seus quase 25 anos de experiência em empresas de bens de consumo haviam- no credenciado junto à matriz, e ele fora considerado a escolha ideal para ocupar a cadeira no momento de consolidação que a empresa vivia. CR-P0006 4 Caracterização dos funcionários da empresa Não demorou muito para Antero perceber que havia claramente dois grandes grupos de funcionários: cerca de 70% estavam na empresa desde os áureos tempos de Alegria; os demais eram jovens com perfil de “geração Y”, bem mais recentes na companhia. “Legado Alegria” A maioria dos funcionários oriundos da Alegria tinha mais de dez anos de empresa, mas não eram raros os que passavam de três décadas. Esse grupo se concentrava principalmente nas áreas operacionais da fábrica da Mooca, no setor de Engenharia, nas equipes de Supply Chain e de Finanças. Eram altamente identificados com a empresa, e dificilmente saíam por iniciativa própria. Esse cenário dava sinais de mudança nos últimos cinco anos, quando a taxa de turnover voluntário desse grupo subiu de uma base histórica menor do que 2% para cerca de 10%. Quando Antero pediu um relatório estratificado dos principais motivos de saída, dois lhe saltaram aos olhos: “busca por estabilidade” e “descontentamento com remuneração”. Após investigar a fundo, Antero viu claramente a lógica que imperava: esse grupo de funcionários era o que mais estava sofrendo para se adaptar à nova dinâmica imposta pela matriz multinacional, com metas mais agressivas, maior cobrança por resultados e definição de políticas e processos mais claros, menos maleáveis e menos abertos a exceções – um choque, comparado ao estilo paternal de gestão de “seu” Massimo, que conhecia pessoalmente boa parte dos funcionários e tomava decisões caso a caso. Essa diferença era sentida tanto pelos funcionários que passaram a ter gestores já da “Era Scarlett & Sons” – fossem de outras unidades do grupo ou contratados no mercado já nos moldes da multinacional – quanto pelos liderados por gestores oriundos da própria Alegria que, no afã de se adaptar à nova dinâmica, muitas vezes pecavam por excesso de rigor ou despreparo. O segundo motivo era que, sendo os mais antigos da casa, esses funcionários haviam acumulado um histórico de reajustes por acordos coletivos ou aumentos salariais como recompensa nos anos de melhores resultados. Logo após o início da gestão S&S Brasil, implementou-se a política de administração por faixas salariais (Quadro 3) e optou-se por uma estratégia de remuneração mais conservadora para salários-base, de modo que o ponto médio de cada faixa ficou cerca de 10% abaixo do pool de empresas com que a S&S Brasil passou a se comparar. Consequentemente, esses funcionários começaram a receber percentuais reduzidos de aumento nos exercícios anuais de aumento por mérito, uma vez que a política de remuneração da empresa também passou a definir teto salarial para cada função. Assim, a mudança cultural gerou na maioria desse grupo uma sensação de instabilidade e, em alguns, o medo de perder o emprego, sensação essa que – agravada pela de “estagnação salarial” – explicava por que a outrora “legião de seguidores” se desfazia rapidamente. CR-P0006 5 “Jovens Talentos” O outro grande grupo de funcionários era formado por jovens na casa dos 20 a 30 anos, com cerca de três anos de empresa, a maioria tendo ingressado já na era Scarlett& Sons Brasil, e só conhecia a Alegria pelas histórias que contavam os “mais velhos”. As equipes com mais funcionários desse perfil eram a de Marketing, a de Comunicação e a de Consumer Insights, mas já crescia sua presença nas áreas de Novos Produtos, Novos Negócios e Planejamento Estratégico. A taxa de turnover desse grupo era bem mais alta, tendo atingido 20% – algumas equipes de Marketing tinham chegado a perder mais da metade de seus jovens funcionários no ano anterior. As entrevistas de desligamento apontavam como principais motivos da debandada a “qualidade da gestão” e a “falta de reconhecimento”. O mesmo trabalho de análise revelou a Antero que esse grupo preferia um ambiente de trabalho menos hierarquizado, mais informal e descontraído, no qual sentissem que havia espaço para contribuir com ideias e sugestões. Ambientes como esse costumam ser encontrados em multinacionais de bens de consumo de giro rápido (apesar de que, no caso da Scarlett & Sons, a origem estadunidense também implicava uma forte cultura de compliance a políticas e processos), e esses jovens atribuíam principalmente a seus gestores diretos – em sua maioria, do “legado Alegria” – a responsabilidade pelo estabelecimento e pela manutenção de tal ambiente. Como consideravam que seus gestores não valorizavam suas contribuições e que não recebiam deles feedback e orientação com a frequência e a qualidade que esperavam, esses funcionários não sentiam que seu potencial era aproveitado na empresa e, por consequência, não consideravam que a S&S Brasil lhes dava amplas oportunidades para se desenvolver. Com isso, buscavam no mercado empresas que pudessem satisfazê-los. Momento atual Ao final de seus primeiros meses de empresa e já de posse das análises das entrevistas de desligamento, Antero começou a provocar sua equipe de gerentes para propor ações de recursos humanos que ajudassem a S&S Brasil a endereçar seus principais desafios. Definiram-se duas iniciativas prioritárias, capazes de gerar impactos mais positivos. Ampliação do Programa de Desenvolvimento de Lideranças O programa havia nascido em 2013, como um piloto para a área de Vendas, sendo composto por um encontro trimestral entre os dez gerentes da área, com temas predefinidos e encontros facilitados pelo Business Partner de RH em parceria com a área de Treinamento & Desenvolvimento. Um dos módulos destacou a importância de se definirem planos de desenvolvimento que endereçassem competências e necessidades de cada funcionário. O resultado foi um aumento drástico do número planos registrados formalmente junto ao RH, e, como os próprios gerentes também passaram a dar mais importância a seus próprios CR-P0006 6 planos, no final do ano, o número de gerentes considerados aptos a suceder o diretor de Vendas subiu de apenas um para três. Na opinião do diretor de Vendas, o programa também havia contribuído para que seu grupo levasse mais sugestões criativas para resolver problemas ou melhorar processos, além de haver ajudado a empoderar seus atuais gerentes, que passaram a se responsabilizar mais por fechar negócios mais difíceis sem recorrer à ajuda do diretor, permitindo que o executivo se concentrasse na definição das estratégias comerciais. Por fim, apesar de não ter sido concebido com o objetivo precípuo de reduzir o turnover, os indicadores da área revelavam taxas menores que as de períodos anteriores ao treinamento (tanto de funcionários do “legado Alegria” quanto dos “jovens talentos”), creditadas à melhora da qualidade da gestão. Com o êxito do piloto, Antero desafiou seu time de T&D a expandir o programa, e recebeu em troca uma proposta para abranger todas as áreas da companhia, com treinamentos mensais ao longo de todo o ano, customização de temas de acordo com as demandas de cada área, sustentada pela contrataçãode uma consultoria para apoiar o desenvolvimento dos módulos, facilitação dos treinamentos e aplicação dos conteúdos ao dia a dia. Os temas se concentrariam na criação de uma cultura de desempenho, gestão da inovação, consumer insights e gerenciamento de talentos em diferentes ambientes. Para tanto, o investimento total teria que ser quase multiplicado por dez, saltando dos cerca de R$50.000,00 do piloto para mais de R$ 463.000,00. Revisão do programa de bônus por desempenho Antero desafiou sua equipe de Remuneração a buscar uma alternativa para tornar mais atrativo o pacote de remuneração total da S&S Brasil, contanto que gerasse o menor impacto possível nas despesas da companhia, visto que reduzir custos para melhorar margens era uma diretriz mais do que clara. Sabendo que qualquer proposta que resultasse em aumento direto da massa salarial era virtualmente inviável, a solução era tornar mais agressivo o programa de bônus anual. No desenho atual, o programa privilegiava resultados da empresa como um todo, sem distinguir contribuições individuais ou resultados alcançados pelas áreas; o único indicador era o faturamento líquido previsto x realizado, e o target do programa era de um salário mensal, podendo chegar a um teto de 1,3. O Quadro 7 mostra os dois modelos. Já o desenho proposto dividia os indicadores em dois grandes blocos: 40% do peso total do bônus estaria atrelado a indicadores gerais da companhia (métricas de faturamento líquido, margem operacional e eficiência produtiva) e os outros 60%, a metas individuais por funcionário (com um peso maior para metas de redução de custo, melhorias de processo e inovação). Por fim, o target passaria a ser de 1,5 salário, podendo chegar a 2, no teto do programa. No entanto, para que os custos com o novo modelo de programa não aumentassem muito, criou-se um gatilho para que só fossem elegíveis os dois terços dos funcionários de melhor desempenho no ano; assim, a outra terça parte dos funcionários – CR-P0006 7 avaliados com os piores índices de desempenho – teria seus bônus zerados. As simulações mostravam que o novo programa já se pagaria levando em conta apenas as melhorias de faturamento e margem (Quadros 8 e 9), uma vez que era mais difícil tornar tangíveis os ganhos referentes aos outros indicadores, como melhoria de processos e inovação. Antero não tinha dúvida de que a proposta de revisão elaborada por sua equipe de Remuneração estava bem estruturada, pois os aumentos de 50% nos valores de target e teto poderiam ser tomados como atrativos para mitigar a eventual possibilidade de perda para os “top 2/3” da população de melhor desempenho; assim, o programa estava alinhado com a diretriz global de acelerar a criação de uma cultura de alto desempenho. No entanto, sua equipe de Remuneração não havia conseguido convencer totalmente seu diretor de que o programa seria atraente para a grande massa dos funcionários da empresa, composta – como vimos – por funcionários do “legado Alegria”, que estavam, sim, descontentes com sua remuneração, mas queriam, sobretudo, estabilidade. Tolher a remuneração variável de um terço deles podia transmitir uma mensagem errada e agravar ainda mais a sensação de instabilidade que assombrava esse grupo. Decisão de investimento No desenho original do orçamento de RH, havia funding suficiente para se implementarem as duas iniciativas, mas a necessidade de reduzir quase um terço do valor total alterava essa racionalidade. Não tinha sentido propor reduções dentro dos próprios programas, pois colocaria em risco o potencial retorno de cada iniciativa. Por exemplo, diminuir os valores de target e teto do programa de bônus podia anular o incentivo aos funcionários para atingir suas metas; reduzir o número de módulos ou a amplitude das áreas atendidas no programa de desenvolvimento de lideranças não teria um impacto suficientemente significativo na qualidade da gestão da empresa como um todo e, portanto, não avançaria na mudança cultural que o modelo de gestão multinacional exigia. Sacrificar outras iniciativas em prol dessas duas não era possível, uma vez que a maioria estava atrelada a demandas de acordos coletivos (p. ex., aumento do valor do vale refeição) e, portanto, não podiam ser eliminadas nem reduzidas. Assim, coube a Antero, na penumbra de sua sala naquela noite de sexta-feira, decidir entre a expansão do programa de desenvolvimento de liderança ou a revisão do programa de bônus. Respirou fundo, salvou seus slides para a reunião da segunda e sorriu satisfeito com a racionalidade de sua decisão. E pôde, enfim, começar a se dedicar a outro cálculo, esse de ordem pessoal: em quanto tempo deveria chegar em casa para pegar seu prato de massa ainda quente e sua esposa ainda acordada para acompanhá-lo numa taça de vinho... CR-P0006 8 Apêndice Figura 1 – Logomarca da empresa até a compra pela multinacional Fonte: Criado por José Eduardo Biasioli, a pedido dos autores. Figura 2 – Logomarca pós-processo de revitalização Fonte: Criado por José Eduardo Biasioli, a pedido dos autores. CR-P0006 9 Características Processo anterior Processo pós-melhoria Descrição Produtos acabados acumulados no final da linha de produção, colocados manualmente em carrinho com capacidade para 100 latas e transportados até a linha de embalagem em galpão anexo, onde eram inseridos manualmente um a um. Linha de embalagem integrada à linha de produção por meio de processo mecanizado que empilhava e organizava produtos acabados e já os inseria em caixa de embarque, fechadas e adesivadas automaticamente. Tempo total de produção por lote 62 minutos 48 minutos Total de lotes produzidos por turno de produção (8 horas) ~7,74 10 Ganho operacional pós- melhoria – 29,2% Total de operadores envolvidos na linha de produção e embalagem 12 7 Economia de mão de obra pós-melhoria – 41,6% Quadro 1 – Exemplo de melhoria de processo produtivo realizado na linha de montagem Alegria-1 (leite em pó), como parte do plano quadrienal (2010-2013) da Scarlett & Sons Brasil Fonte: Os autores. CR-P0006 10 Quadro 2 – Evolução de faturamento, lucro e margem líquida no ano anterior à compra pela Scarlett & Sons até 2013, último ano do plano quadrienal Fonte: Os autores. 80% 100% 120% Média de mercado (pool de empresas de comparação) R$ 1.210,30 R$ 1.512,87 R$ 1.815,44 S&S Brasil R$ 1.080,00 R$ 1.350,00 R$ 1.620,00 Quadro 3 – Faixa salarial (piso, ponto médio e teto) para a função de líder de Produção, conforme resultado da pesquisa salarial junto ao pool de empresas de referência para a S&S Brasil e tabela salarial adotada pela empresa para a mesma função, com valores cerca de 10% abaixo da referência de mercado Fonte: Os autores. Faturamento Líquido (BRL MM) Lucro Líquido (BRL MM) Margem Líquida 2007 607 57,1 9,4% vs. LY - - - 2008 625,21 58,1 9,3% vs. LY 3% 2% 0,1pp 2009 637,71 59,9 9,4% vs. LY 2% 3% 0,1pp 2010 682,35 60,0 8,8% vs. LY 7% 0% (0,6pp) 2011 736,94 65,6 8,9% vs. LY 8% 9% 0,1pp 2012 773,79 65,8 8,5% vs. LY 5% 0% 0,4pp 2013 835,69 72,7 8,7% vs. LY 8% 11% 0,2pp CR-P0006 11 Quadro 4 – Comparativo dos motivos de saída alegados por cada grupo de funcionários, considerando o acumulado de respostas das entrevistas de desligamento realizadas nos últimos quatro anos Fonte: Os autores. Motivo de Saída % de respostasMotivo de Saída % de respostas Busca por estabilidade 34% Qualidade da gestão 28% Descontentamento com Remuneração 27% Falta de reconhecimento 27% Melhor oportunidade 17% Melhor oportunidade 22% Motivos pessoais 10% Motivos pessoais 8% Outros motivos 12% Outros motivos 15% “Legado Alegria” “Jovens Talentos” CR-P0006 12 Indicadores da área de Vendas YE 2012 YE 2013 Turnover voluntário médio anualizado 10% 7% Planos de desenvolvimento formalizados e executados 5 13 Pipeline para diretor de Vendas 1 3 Meses em que diretor de Vendas precisou intervir nas negociações de fechamento 7 3 Sugestões dos gerentes colocadas em prática 3 5 Quadro 5 – Indicadores da área Vendas comparando os anos pré e pós-implementação do piloto do Programa de Desenvolvimento de liderança Fonte: Os autores. CR-P0006 13 Quadro 6 – Comparativo de custos entre o piloto realizado em Vendas e a proposta de expansão do Programa de Desenvolvimento de Liderança para toda a empresa Fonte: Os autores. Contratação de consultoria para desenvolvimento dos módulos R$ - Contratação de consultoria para desenvolvimento dos módulos R$ 100.000,00 Elaboração e impressão de materiais R$ 1.569,00 Elaboração e impressão de materiais R$ 10.983,00 Desenvolvimento de portal de e-learning R$ - Desenvolvimento de portal de e-learning R$ 13.000,00 Custos com deslocamento, hospedagem e alimentação R$ 43.513,00 Custos com deslocamento, hospedagem e alimentação R$ 304.591,00 Custos com aluguel de sala e infra- estrutura para treinamento R$ 4.962,00 Custos com aluguel de sala e infra- estrutura para treinamento R$ 34.734,00 Total 50.044,00R$ Total 463.308,00R$ Piloto em Vendas Proposta de Expansão CR-P0006 14 Quadro 7 – Comparativo entre indicadores e múltiplos de salário pago nos programas de bônus atual e proposto Fonte: Os autores. Peso do Indicador Indicador Target Múltiplo de Salário Teto Múltiplo de Salário Programa Atual 100% Faturamento Líquido (Orçado x Realizado) 100% 1,0 130% 1,3 Peso do Indicador Indicador Target Múltiplo de Salário Teto Múltiplo de Salário 15% Faturamento Líquido 100% 0,23 150% 0,30 15% Margem Operacional 100% 0,23 150% 0,30 10% Eficiência Produtiva 100% 0,15 150% 0,2 40% 0,6 0,8 20% Meta de Redução de Custos 100% 0,30 150% 0,40 15% Meta de Melhoria de Processos 100% 0,23 150% 0,30 15% Meta de Inovação 100% 0,23 150% 0,30 10% Outras metas 100% 0,15 150% 0,2 60% 0,9 1,2 100% 1,5 2,0 Programa Proposto CR-P0006 15 Quadro 8 – Análise do programa atual de bônus, tomando como base os dados de 2013 Fonte: Os autores. Quadro 9: Análise do programa proposto, nos mesmos moldes da análise do programa atual. Fonte: Autores. Target Teto Fat Líq 835.692.828 1.086.400.677 Orçado x Realizado 100% 130% Margem Líq (%) 8,7% 8,7% Lucro Líq (R$) 72.705.276 94.516.859 Múltipl Sal 1,0 1,3 Custo programa 6.428.406,37 8.356.928,28 Retorno Programa / Fat 130 130 Retorno Programa / Lucro 11,31 11,31 # empregados 2173 2173 Média de bônus pago / func 2.958,58 3.846,15 Target Teto Fat Líq 835.692.828 1.253.539.243 Orçado x Realizado 100% 150% Target de melhoria de Margem Líq 0,5% 0,8% Margem Líq (%) 9,2% 9,5% Lucro Líq (R$) 76.883.740 118.459.458 Múltipl Sal 1,5 2,0 População Elegível ao bônus 66% 66% Custo programa 6.364.122,31 8.485.496,41 Retorno Programa / Fat 131,3 147,73 Retorno Programa / Lucro 12,1 13,96 # empregados 2173 2173 Média de bônus pago / func 4.437,87 5.917,16 Funcs s/ bonus 739 739
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