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Direito Constitucional COMPLETO

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“Nunca deixe que o medo seja maior do que o sonho.” 
 
 
TEORIA DA CONSTITUIÇÃO – SENTIDOS, CLASSIFICAÇÃO e ESTRUTURA. 
 
1. NOÇÕES TEÓRICAS 
 
SENTIDOS OU CONCEPÇÕES DE CONSTITUIÇÃO 
Nessa parte devemos conceituar Constituição. Lembrando que ao conceituar qualquer 
instituto surgirão diversos critérios, não sendo um mais certo do que o outro, talvez, no 
máximo, mais adequado. Procuramos trazer os que mais aparecem nas provas. 
O conceito de constituição, todavia, não pode ficar desvinculado do exame do sentido ou 
concepções que ela pode apresentar. 
Tanto é que grande parte dos autores prefere conceituar Constituição a partir das várias 
acepções existentes. Essas acepções podem ser entendidas como concepções ou sentidos de 
Constituição. 
DICA: PARA CADA UM DOS SENTIDOS O MAIS IMPORTANTE É IDENTIFICAR QUEM FOI O 
PRECURSOR, QUAL FOI A OBRA ATRAVÉS DA QUAL ELE SE TORNOU CONHECIDO, E QUAL FOI 
A IDEIA CENTRAL QUE ELE DISSEMINOU. 
 SENTIDO SOCIOLÓGICO 
Tem como principal autor FERDINAND LASSALLE, que escreveu a obra “O QUE É UMA 
CONSTITUIÇÃO”, na versão original em Português, defendendo que a Constutição é A SOMA 
DOS FATORES REAIS DE PODER QUE REGEM UMA SOCIEDADE. 
Essa obra foi publicada pela editora Lumem Juris com o título: “A ESSÊNCIA DA 
CONSTITUIÇÃO”. Em alemão o livro foi denominado ÜBER DIE VERFASSUNG (SOBRE A 
CONSTITUIÇÃO). 
 SENTIDO POLÍTICO 
Quem mais se destacou foi o alemão CARL SCHMITT na obra “TEORIA DA CONSTITUIÇÃO” 
(VERFASSUNGSLEBRE). 
Ele veio a dar uma resposta à concepção de LASSALE, definindo constituição não em resumo 
ao que está na realidade, mas sim como O CONJUNTO DE NORMAS, ESCRITAS OU NÃO 
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ESCRITAS, QUE SINTETIZAM EXCLUSIVAMENTE AS DECISÕES POLÍTICAS FUNDAMENTAIS DE 
UM POVO. 
No seu pensar, Constituição corresponde apenas a um conjunto de normas referentes aos 
aspectos fundamentais do Estado, que ele denomina de decisões políticas fundamentais: 
organização do Estado, organização dos Poderes e direitos e garantias fundamentais. 
 SENTIDO JURÍDICO 
O exponte foi o austríaco HANS KELSEN, baluarte deste sentido jurídico. Dentre suas inúmeras 
obras, a mais significativa foi a chamada “TEORIA PURA DO DIREITO”. 
KELSEN DEFINE A CONSTITUIÇÃO, NUMA ÓTICA ALTAMENTE NORMATIVISTA, COMO 
FUNDAMENTO DE VALIDADE DE TODO O ORDENAMENTO JURÍDICO. 
Para KELSEN, a Constituição é NORMA PURA, INSERIDA NO PLANO DO DEVER SER, E 
DESPROVIDA DE QUALQUER CONTEÚDO SOCIAL OU POLÍTICO. 
Na lição do autor, Constituição se caracteriza como FRUTO DA VONTADE RACIONAL DO 
HOMES, E NÃO DAS LEIS NATURAIS. 
Para ele, a CF teria como norma fundacional a norma hipotética fundamental. 
Nesse sentido, a concepção de Kelsen toma a palavra Constituição em dois sentidos: no lógico-
jurídico e no jurídico-positivo. 
- LÓGICO-JURÍDICO = Constiutuição significa norma hipotética fundamental, cuja função é 
servir de fundamento lógico transcendental de validade da Constituição jurídico-positiva. 
Plano suposto (norma suposta). 
- JURÍDICO-POSITIVO = Constituição equivale à norma positiva suprema, à norma posta, à 
norma positivada. 
 SENTIDO CULTURAL, CULTURALISTA, TOTAL OU IDEAL 
A concepção culturalista conduz a um conceito de Constituição Total. Sentido ideal é a mescla, 
junção, convergência dos sentidos anteriores. 
Para explicar seu sentido se invoca duas obras e autores que se relacionam com ele: 
1. KONRAD HESSE – A FORÇA NORMATIVA DA CONSTITTUIÇÃO 
 
2. PETER HÄBERLE – A SOCIEDADE ABERTA DE INTÉRPRETES 
No Brasil, PAULO BONAVIDES atesta que não adianta termos uma constituição estanque em 
um só dos sentidos. É precioso aliar a força normativa da Constituição, com o respeito e a 
efetivação do seu conteúdo. Por isso, pode-se encontrar o sentido ideal com o nome de 
SENTIDO CULTURAL DE CONSTITUÇÃO. 
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CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES 
1- QUANTO AO CONTEÚDO: 
 
 MATERIAL 
É o conjunto de normas escritas ou não escritas (costumeiras), fundadas em textos ou em 
meros costumes, que se limitam a dispor sobre a estrutura do Estado, organização do poder e 
dos direitos e garantias fundamentais. 
 FORMAL 
É conjunto de normas necessariamente escritas, plasmadas em um documento formalmente 
elaborado pelo poder constituinte, tenham ou não valor constitucional material. 
 
2- QUANTO À FORMA: 
 
 ESCRITA (INSTRUMENTAL) 
É aquela cujas normas são dispostas, racional e solenemente, em um único documento ou 
instrumento que as consolida e sistematiza. 
 NÃO ESCRITA (COSTUMEIRA) 
É aquela cujas normas podem se assentar em costumes, em textos esparsos ou extravagantes 
e nas decisões dos tribunais. 
 
3- QUANTO À ORIGEM: 
 
 DEMOCRÁTICA (VOTADA, POPULAR ou PROMULGADA) 
É aquela cuja origem teve a decisiva participação do povo, que, por meio da eleição de 
representantes legítimos, compõem um órgão constituinte. 
 NÃO DEMOCRÁTICA (IMPOSTA, CARTA OPLÍTICA ou OUTORGADA) 
É aquela que na origem não teve qualquer participação do povo. São impostas pelos 
governantes e, normalmente, são designadas pela doutrina de CARTAS. 
 CESARISTA 
É ideia de José Afonso da Silva, para quem, tais constituições são aquelas elaboradas por um 
ditador, junta militar, porém, dependente de uma aprovação popular. 
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 PACTUADA 
É aquela firmada por um compromisso, um pacto entre duas forças políticas adversárias. 
 
4- QUANTO À ESTABILIDADE (CONSISTÊNCIA ou MUTABILIDADE): 
 
 IMUTÁVEL 
Não prevê nenhum processo de alteração de suas normas, sob o fundamento de que a 
vontade do poder constituinte exaure-se com a manifestação da atividade originária. 
 FIXA 
É aquela cuja alteração está condicionada à convocação do próprio poder constituinte 
originário, circunstância que implica, não em alteração, mas em elaboração, propriamente, de 
uma nova ordem constitucional. 
 RÍGIDA 
É aquela que admite alteração, todavia, somente através de um processo legislativo mais 
solene, especial, e muito mais difícil que o processo legislativo de elaboração das leis. 
 FLEXÍVEL 
É aquela que admite alteração pelo mesmo processo legislativo de alteração das leis. 
 SEMI-RÍGIDA /SEMI-FLEXÍVEL 
É aquela que separa, por categorias, as normas submetidas ao processo gravoso e aquelas 
submetidas ao processo simplificado. É parcialmente rígida e parcialmente flexível. 
OBS1: A MAIORIA DAS CONSTITUIÇÕES DO MUNDO É RÍGIDA. 
OBS2: TODAS AS CONSTITUIÇÕES REPUBLICANAS DO BRASIL FORAM RÍGIDAS. 
OBS3: A CF DO IMPÉRIO DE 1824, TODAVIA, FOI SEMI-RÍGIDA, POR FORÇA DO SEU ART. 178. 
OBS4: AS CONSTITUIÇÕES FLEXÍVEIS, POR SEU TURNO, NÃO SE SUBMETEM AO CONTROLE DE 
CONSTITUCIONALIDADE, ISTO PORQUE NÃO HÁ SUPREMACIA E PARADIGMA. 
 
5- QUANTO À EXTENSÃO: 
 
 SINTÉTICA (CONCISA) 
É aquela que só traz o núcleo básico do texto constitucional. 
 
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 ANALÍTICA (PROLIXA) 
Aquela que trata de vários temas de forma minuciosa, definindo, largamente, os fins atribuídos 
ao Estado. 
 
6- QUANTO AO MODO DE ELABORAÇÃO: 
 
 DOGMÁTICA 
É aquela que, sempre escrita, resulta de uma manifestação constituinte ocorrida num 
determinado e exato momento da história política de um país que acolhe. 
 HISTÓRICA 
É aquela sempre não escrita e resulta de umalenta e contínua evolução das tradições e 
costumes de um povo. 
 
7- QUANTO À IDEOLOGIA (DOGMÁTICA ou CARGA IDEOLÓGICA): 
 
 ORTODOXA 
É aquela que resulta da consagração de uma só ideologia. 
 ECLÉTICA (PLURALISTA ou COMPROMISSÓRIA) 
É aquela que é plural, aberta a várias ideologias, logra conciliar várias idéias ou ideologias, 
muitas das quais aparentemente contraditórias, mas esse é o espírito das constituições plurais 
ou plúrimas. 
 
8- QUANTO À ESSÊNCIA (MODO DE SER ou CLASSIFICAÇÃO ONTOLÓGICA): 
 
 NORMATIVA (com valor jurídico) 
Seria aquela perfeitamente adaptada ao fato social. 
Além de juridicamente válida, ela estaria em total consonância com o processo político. 
KARL LOEWENSTEIN (idealizador dessa classificação ontológica – em sua obra Teoría de La 
Consttuición), comprava o texto constitucional normativo, a uma roupa que assenta bem, que 
realmente veste bem. 
 
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 SEMÂNTICA (utilizada apenas para justificar juridicamente o exercício autoritário do 
poder) 
Encontra-se submersa ao poder político prevalecente. Trata-se de um documento formal, 
criado para beneficiar os detentores do poder de fato, que dispõe dos meios para coagir os 
governados. 
Aqui KARL LOEWENSTEIN comparava o texto normativo com uma roupa que não veste bem, 
mas que dissimula, esconde, disfarça os seus defeitos. 
 NOMINAIS (com valor jurídico) 
Nela a dinâmica do processo político não se adapta a suas normas, embora ela conserve, em 
sua estrutura, um caráter educativo, com vistas ao futuro da sociedade. 
Seria uma constituição prospectiva, vale dizer, voltada para um dia ser realizada na prática. É 
como se fosse uma roupa guardada no armário, que será vestida futuramente, quando o corpo 
nacional tiver crescido. 
OBS: Até hoje não tivemos um texto constitucional normativo. A CF/88, sem dúvida, é 
nominal. Esperamos, um dia, por uma constituição normativa, em consonância com a vida, 
com os fatores de transformação da sociedade, para valer na prática, produzindo resultados 
concretos no plano da vida. 
A CF/88 PRETENDE SER NORMATIVA (GUILHERME PEÑA DE MORAES / PEDRO LENZA) 
 
9- QUANTO À SISTEMATIZAÇÃO: 
 
 UNITÁRIA 
Também são denominadas de reduzidas, unitextuais ou codificadas. É aquela em que a 
sistematização das matérias apresenta-se num instrumento único e exaustivo de todo o seu 
conteúdo. 
Ex. Todas as constituições brasileiras. 
 VARIADA 
Também chamadas de não codificadas ou legais, encontram-se previstas em textos esparsos. 
 
10 – QUANTO À FUNÇÃO OU FINALIDADE (MANOEL GONÇALVES FERREIRA FILHO) 
 CONSTITUIÇÃO GARANTIA 
Busca garantir a liberdade, limitando o poder. É aquela que possui um mínimo de garantismo. 
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 CONSTITUIÇÃO BALANÇO 
É aquela destinada a registrar um dado estágio nas relações de poder no Estado. A 
Constituição é elaborada para espelhar certo período político, findo o qual é elaborado outro 
texto constitucional. 
 CONSTITUIÇÃO DIRIGENTE 
De texto denso (analíticas) é aquela que estabelece um projeto de Estado. 
É aquela que estabelece programas de ação governamental e de implementação de direitos, 
de um ideal social, bem como princípios a serem observados. É a CF/88. 
Essa Constituição dirigente é caracterizada pela presença no texto de normas programáticas. 
São normas que têm como destinatários diretos não os indivíduos, mas os órgãos estatais, 
requerendo destes a atuação numa determinada direção, apontada pelo legislador 
constituinte. 
 
11 – QUANTO AO SISTEMA 
 PRINCIPIOLÓGICA 
Predominam os princípios, identificados como normas constitucionais providas de alto grau de 
abstração, consagradores de valores. 
 PRECEITUAL 
Prevalecem as regras, individualizadas como normas constitucionais revestidas de pouco grau 
de abstração. 
Conteúdo: Formal 
Forma: Escrita 
Origem: Democrática 
Constituição Brasileira Estabilidade: Rígida 
 de 1988 Extensão: Analítica 
Elaboração: Dogmática 
Ideologia: Eclética 
 Essência: Nominal 
 Sistematização: Unitária 
 Função: Dirigente 
 Sistema: Principiológica 
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ESTRUTURA DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 
O objeto e o conteúdo podem ser inferidos títulos. A Constituição tem 9 títulos. 
A estrutura é composta pelo preâmbulo, parte transitória e parte dogmática. 
 PREÂMBULO 
Preâmbulo é a parte precedente de uma Constituição que pré anuncia a carga ideológica da 
mesma, os valores que ela prestigia e os fins por ela estabelecidos. Preâmbulo é um anúncio 
prévio do que virá. 
Segundo o STF, o preâmbulo não tem força coercitiva e, portanto, não pode servir de 
parâmetro para o exercício do controle de constitucionalidade. 
As Constituições Estaduais e as leis orgânicas municipais podem ou não apresentar preâmbulo, 
pois não se trata de norma de repetição obrigatória. 
Para o Supremo, o preâmbulo é mero instrumento de interpretação, não tem força 
obrigatória, não é de repetição obrigatória. Se situa no domínio da política, e não do direito. 
Por oportuno, já se questionou se a menção a Deus no preâmbulo viola a ideia de Estado laico. 
O STF disse que não. Vale lembrar que o Estado é laico, leigo ou não confessional, mas a nação 
não. Esta não é laica. 
Assim, a finalidade da norma preambular é interpretativa. Preâmbulo serve para dirimir 
conflitos, antinomias entre normas constitucionais. 
 PARTE DOGMÁTICA 
A carta é dogmática, pois apresenta condutas que representam concepções políticas. A CF é 
dogmática em 250 artigos e 9 títulos. 
A disposição dos títulos da CF demonstra como existe hierarquia material entre as normas 
constitucionais (e isso é pacífico), muito embora no aspecto formal não exista hierarquia. 
É fácil observar que as normas constitucionais mais importantes estão no início da CF. 
 PARTE TRANSITÓRIA (ADCT) 
As normas que integram o ADCT são normas de validade pré-determinada, transitórias. São 
normas que têm um início, meio e fim pré-definidos. A validade é previamente definida. 
Quando seus objetos são alcançados, elas deixam de ser importante, afinal, o motivo para o 
qual foram criadas já não mais existe. São normas que ficam flutuando na Constituição. Tem 
força obrigatória. 
Tem força obrigatória, vinculante, coercitivo. 
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3. DISPOSITIVOS LEGAIS RELACIONADOS 
 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL: 
- Preâmbulo. 
- Títulos: I, II, III e IV. 
- Art. 60. 
- Art. 242, § 2º. 
- ADCT: Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. 
 
4. SÚMULAS E JURISPRUDÊNCIAS SELECIONADAS 
- STF / Ação Direta de Inconstitucionalidade – ADI 2076 / “Invocação da proteção de Deus: não 
se trata de norma de reprodução obrigatória na Constituição estadual, não tendo força 
normativa”. 
 
 
5. QUESTÕES CORRELATAS 
 
I. (PF/AGENTE E ESCRIVÃO/CESPE/1997) Diz-se outorgada a constituição que surge 
sem a participação popular. 
 
II. (PF/AGENTE E ESCRIVÃO/CESPE/1997) Considerando-se a classificação das normas 
constitucionais em formais e materiais, seriam dessa última categoria, sobretudo 
as normas concernentes à estrutura e à organização do Estado, à regulação do 
exercício do poder e aos direitos fundamentais. Desse ângulo, outras normas, 
ainda que inseridas no corpo da Constituição escrita, seriam constitucionais tão 
somente do ponto de vista formal.III. (AGU/PROCURADOR FEDERAL/ CESPE/2007) A invocação a Deus, presente no 
preâmbulo da CF, reflete um sentimento religioso, o que não enfraquece o fato de 
o Estado brasileiro ser laico, ou seja, um Estado em que há liberdade de 
consciência e de crença, onde ninguém é privado de direitos por motivo de crença 
religiosa ou convicção filosófica. 
 
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IV. (AGU/PROCURADOR FEDERAL/ CESPE/2007) O preâmbulo constitucional possui 
destacada relevância jurídica, situando-se no âmbito do direito e não 
simplesmente no domínio da política. 
 
V. (PGE-PE/PROCURADOR DO ESTADO/CESPE/2009) O preâmbulo constitucional, 
segundo entendimento do STF, tem eficácia jurídica plena, consistindo em norma 
de repetição obrigatória nas constituições estaduais. 
 
GABARITO 
I. C 
II. C 
III. C 
IV. E 
V. E 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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“Esperar não é perder tempo, é perceber que há tempo pra tudo.” 
 
 
PODER CONSTITUINTE 
 
2. NOÇÕES TEÓRICAS 
 
PODER CONSTITUINTE 
1. CONCEITO DE PODER CONSTITUINTE 
Poder constituinte é o poder de elaborar (poder originário) ou atualizar (poder derivado) uma 
Constituição, através da supressão, modificação ou acréscimo de normas constitucionais. 
No Brasil, no verbo elaborar, é possível afirmar que nós já ultrapassamos oito exercícios do 
poder constituinte originário: 1824, 1891, 1934, 1937, 1946, 1967, 1969, 1988. 
Vale lembrar que a CF/69 formalmente era uma emenda, mas materialmente era uma 
Constituição. 
2. ORIGENS DA TEORIA DO PODER CONSTITUINTE 
O grande teórico do poder constituinte foi o abade Emmanuel Joseph Sieyès, através do seu 
panfleto denominado “Que é o terceiro Estado?”. 
Foi nessa obra que o abade, pela primeira vez, na antevéspera da Revolução Francesa, 
diferenciou o poder constituinte dos poderes constituídos. 
3. TITULARIDADE 
Em sua obrar, o abade Sieyès apontava como titular do poder constituinte a nação. 
Para provas adotar o entendimento de que a titularidade do poder constituinte pertence ao 
povo (posicionamento tranquilamente majoritário na doutrina moderna). 
Assim, seguindo a tendência moderna, o parágrafo único do art. 1º da CF/88 estabelece que 
todo poder emana do povo. 
Vale ressaltar, por oportuno, que no tocante ao poder constituinte, a titularidade é aspecto 
distinto do exercício. 
Assim, o titular desse poder nem sempre é quem o exerce. 
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4. ESPÉCIES 
Para a doutrina mais avançada, o poder constituinte é uno e indivisível. Só existe um poder 
constituinte. Nesse sentido, tais autores entendem que não existe grau de poder constituinte. 
É o caso de CELSO ANTÔNIO, PAULO BONAVIDES, EDVALDO BRITO. CUIDADO: NÃO ADOTAR 
ESTE POSICIONAMENTO EM PROVA! 
Já para a doutrina voltada para os concursos públicos, o poder constituinte pode ser dividido 
em: originário e derivado. 
4.1 PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO 
 
 CONCEITO 
Também pode ser chamado inicial, inaugural ou de primeiro grau. 
É aquele poder que instaura uma nova ordem jurídica, rompendo por completo com a ordem 
jurídica precedente. 
O objetivo fundamental do poder constituinte originário, portanto, é criar um novo Estado, 
diverso do que vigorava em decorrência da manifestação do poder constituinte precedente. 
Este poder constituinte está acima da própria CF, e corresponde à vontade do titular do Poder 
Constituinte. Ele é anterior e posterior à própria Constituição. 
 SUBDIVISÃO 
- histórico = seria o verdadeiro poder constituinte originário, estruturando, pela primeira vez, o 
Estado. 
- revolucionário = seriam todos os posteriores ao histórico, rompendo por completo com a 
antiga ordem e instaurando uma nova, um novo Estado. 
 CARACTERÍSTICAS 
- INICIAL = porque inaugura uma nova ordem jurídica rompendo com a anterior. Por isso se diz 
que o poder originário é constituinte e desconstituinte. 
- AUTÔNOMO = porque só ao seu exercente cabe fixar os termos em que a nova Constituição 
será estabelecida e qual o Direito deverá ser implantado. 
- ILIMITADO = porque é soberano e não sofre qualquer limitação prévia imposta pelo direito 
anterior. 
OBS: A doutrina contemporânea entende que há sim limites ao poder constituinte originário. 
Para CANOTILHO, o poder constituinte originário é estruturado e obedece a padrões e 
modelos de condutas espirituais, culturais, éticos e sociais radicados na consciência jurídica 
geral da comunidade e, nesta medida, considerados como “vontade do povo”. 
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Fala, ainda, o constitucionalista Português, na necessidade de observância de princípios de 
justiça (suprapositivos ou supralegais), e princípios do direito internacional, quais sejam o 
princípio da independência, da autodeterminação e o princípio da observância de direitos 
humanos. 
OBS: COMO O BRASIL ADOTOU A CORRENTE POSITIVISTA, NEM MESMO O DIREITO 
NATURAL LIMITARIA A ATUAÇÃO DO PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO. 
- INCONDICIONADO = porque não tem de se submeter a qualquer forma prefixada de 
manifestação. 
Em síntese: trata-se de um poder de fato, político energia ou força social e tem natureza pré-
jurídica. 
 FORMAS DE EXPRESSÃO OU MANIFESTAÇÃO 
- ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE OU CONVENÇÃO = nasce da deliberação da 
representação popular. Brasil: 1891, 1934, 1946 e 1988. 
- OUTRGA = caracterizada pela declaração unilateral do agente revolucionário, quando há 
usurpação do poder constituinte do povo. Brasil: 1824, 1937, 1967-1969; 
 
4.2 PODER CONSTITUINTE DERIVADO 
 
 CONCEITO 
Como o próprio nome sugere, o poder constituinte derivado é criado e instituído pelo 
originário, sendo também denominado instituído, constituído, secundário e de segundo grau. 
Enquanto o originário está acima da CF, este poder derivado encontra-se inserto na própria 
Carta. 
Assim, ao contrário do seu criador, que é ilimitado, incondicionado e inicial, o derivado deve 
obedecer as regras impostas pelo originário. 
 CARACTERÍSTICAS 
- DERIVADO = porque deriva do poder constituinte originário. 
- LIMITADO = porque a Constituição lhe impõe limitações. 
- CONDICIONADO = porque só pode se manifestar de acordo com as formalidades traçadas na 
Constituição. 
 ESPÉCIES 
Este poder divide-se em poder reformador e decorrente: 
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- REFORMADOR – consiste no poder de alterar e atualizar a constituição. 
A CF admite duas formas de alteração: mediante emendas constitucionais e revisão 
constitucional. 
- EMENDAS = Emendas são alterações pontuais do texto constitucional, cujo procedimento se 
encontra previsto na própria Constituição. 
- REVISÕES = A revisão se destina à alteração global e geral do texto constitucional, por meio 
de formalidades mais simples do que as concernentes às emendas. 
No entanto, a previsão da revisão constitucional foi excepcional e autorizada para ocorrer uma 
única vez, em data pré-estabelecida (a partir de cinco anos após a promulgação da 
Constituição). 
Essa única revisão pela qual passou a Constituição resultou em 6 emendas de revisão. 
- DECORRENTE – Traduz-se no poder que têm os Estados membros de elaborarem suas 
próprias Constituições Estaduais, e o Distrito Federal de elaborar a sua lei orgânica distrital. 
Tal competência decorre da capacidade de auto-organização,prevista no art. 25, caput, da 
CF/88: “os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, 
observados os princípios dessa Constituição”. 
E o que deve ser entendido por princípios dessa Constituição? Quais são os limites à 
manifestação do poder constituinte derivado decorrente? São eles: 
- PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS SENSÍVEIS (APONTADOS OU ENUMERADOS) 
São os limites fixados no art. 34, VII, “a” – “e”. 
- PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS ESTABELECIDOS (ORGANIZATÓRIOS) 
São aqueles que vedam a ação indiscriminada do poder constituinte decorrente, por isso 
funcionam como balizas reguladoras da capacidade de auto-organização dos Estados. Ex. 
repartição de competência, sistema tributário, organização dos poderes, direitos políticos, 
direitos de nacionalidade, etc. 
- PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS EXTENSÍVEIS 
São aqueles que integram a estrutura da federação brasileira, relacionando-se, por exemplo, 
com a forma de investidura dos cargos eletivos, processo legislativo, orçamento, preceitos 
ligados à administração pública, etc. 
A CE tem que respeitar, necessariamente, a CF. Tanto é assim que ela está submetida ao 
controle de constitucionalidade. 
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Os municípios possuem leis orgânicas, que não se equiparam às constituições. Por isso, não 
exercem poder decorrente, até porque não existe poder constituinte decorrente, decorrente. 
As leis orgânicas têm de respeitar tanto a CE, como a CF. 
O DF possui lei orgânica. Como se sabe, o DF acumula tanto competências estaduais como 
municipais. 
Nesse sentido, o DF exerce o poder constituinte derivado decorrente em parte. Haja vista que, 
como visto, também acumula competência estadual. Assim, naquilo que a lei orgânica trata de 
competência estadual, há exercício do poder constituinte derivado decorrente. 
OBS: PARA LENZA (mudando de opinião) E DIRLEY, O PODER CONSTITUINTE DERIVADO 
DECORRENTE NÃO SÓ É EXERCIDO PELOS ESTADOS MESMBROS, MAS TAMBÉM PELO DISTRITO 
FEDERAL. 
A norma constitucional ainda pode sofrer modificação sem alteração expressa do seu texto, 
mudando-se apenas o sentido interpretativo. Esse fenômeno se chama mutação 
constitucional, interpretação constitucional evolutiva ou poder constituinte difuso. Com a 
mutação constitucional não se muda o texto, mas sim o alcance do sentido interpretativo da 
norma, por necessidade do contexto. 
5. LIMITES AO PODER REFORMADOR 
Tais limites estão previstos no art. 60 da CF. Os limites são em número de 4, e foi o poder 
constituinte originário quem os definiu. 
5.1 LIMITES MATERIAIS 
Correspondem às cláusulas pétreas, previstas no art. 60, § 4º, da CF. 
OBS: MUITO EMBORA A CONSTITUIÇÃO DIGA QUE AS CLÁUSULAS PÉTREAS NÃO PODEM SER 
ABOLIDAS, ESTA LIMITAÇÃO NÃO SE ESTENDE AO PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO. NESSE 
SENTIDO PODE-SE AFIRMAR QUE NÃO HÁ CLÁUSULAS IMUTÁVEIS. 
Vale lembrar que as emendas constitucionais (exercício do poder constituinte derivado 
reformador), não podem abolir uma cláusula pétrea, mas podem modificá-la. Pode modificar, 
por exemplo, para ampliar as cláusulas pétreas. Ex. ampliação do rol dos direitos 
fundamentais, a exemplo do direito à moradia que veio com a EC 26/2000. Lembrar que a 
alimentação foi inserida como direito social com a EC 64/10. 
Uma EC pode restringir um direito fundamental, dês que amplie outro. Se abolir ou apenas 
restringir, será inconstitucional. 
As limitações materiais são: 
a) FORMA FEDERATIVA DE ESTADO 
Forma de governo e sistemas de governo não constituem cláusulas pétreas. 
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b) VOTO DIREITO, SECRETO, UNIVERSAL e PERIÓDICO 
O voto obrigatório não constitui cláusula pétrea. Ou seja, uma emenda constitucional pode vir 
a determinar que o voto seja facultativo. 
c) SEPARAÇÃO DOS PODERES 
Corresponde ao princípio da separação dos poderes, idealizado por Aristóteles, passado para 
John Lock, passado para Montesquieu, que levou a fama na obra “O espírito das leis”. 
Assim, também pode vir chamada de separação das funções estatais. Hodiernamente, também 
com esta nomenclatura o doutrinador alemão KARL LOEWENSTEIN. 
Essa expressão, inclusive, é mais adequada, pois não há separação estanque entre os poderes, 
afinal cada poder possui suas funções típicas e atípicas. 
d) DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS 
Houve aí uma grande atecnia. Incorre em erro o legislador a se referir apenas aos direitos e 
garantias individuais, quando melhor seria ter feito referência a todos os direitos 
fundamentais, que é gênero do qual “direitos individuais e coletivos” são espécies. 
Os direitos fundamentais se dividem em 5 modalidades, e todas devem ser consideradas 
cláusulas pétreas. 
Direitos individuais e coletivos – art. 5º; 
Direitos sociais – art. 6º ao 11; 
Direitos relativos à nacionalidade – arts. 12 ao 13; 
Direitos políticos – arts. 14 ao 16; 
Direitos dos partidos políticos – art. 17. 
Mas caso a pergunta seja de acordo com a literalidade da Constituição, deve-se marcar apenas 
os direitos e garantias individuais. 
Em síntese: é pacífico que todos os direitos fundamentais são cláusulas pétreas, mas 
expressamente a CF só se refere aos direitos e garantias individuais. 
5.2 LIMITES CIRCUNSTANCIAIS 
Estes estão presentes no art. 60, § 1º, e consistem nos períodos de instabilidade política, 
econômica e social que legitimam o Presidente da República a editar decreto que instaure a 
intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio. 
Em períodos tão instáveis a CF não pode vir a ser alterada. Enquanto perdurar alguma dessas 
situações, uma PEC poderá até ser discutida, muito embora não possa ser aprovada. 
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5.3 LIMITES FORMAIS OU PROCEDIMENTAIS 
 
a) QUANTO À LEGITIMIDADE PARA ENCAMINHAMENTO DE PEC’S 
Os legitimados para o encaminhamento são os elencados nos incisos I, II e III do art. 60 da CF. 
I) Presidente da República; II) 1/3, no mínimo, dos membros da Câmara do Deputados (171 de 
513) ou do Senado Federal (27 de 81); III) mais da metade das assembleias legislativas das 
unidades da federação, manifestando-se cada uma delas pela maioria relativa de seus 
membros. 
Não cabe iniciativa popular para alterar a Constituição Federal. 
Já as Constituições Estaduais e as Leis Orgânicas admitem alteração por iniciativa popular. 
OBS: SEGUNDO O STF, SÓ É ADMITIDO O PRINCÍPIO DA SIMETRIA OU PARALELISMO 
CONSTITUCIONAL DE NORMA SUPERIOR PARA NORMA INFERIOR. ASSIM, NÃO PODERÁ UMA 
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL SERVIR DE PARÂMETRO PARA A CONSTITUIÇÃO FEDERAL. POR ISSO 
QUE NÃO CABE EMENDA POR INICIATIVA POPULAR. 
b) QUANTO AO PROCEDIMENTO DE ELABORAÇÃO DAS EMENDAS CONSTITUCIONAIS 
É encaminhada para a Câmara dos Deputados ou Senado Federal. Depende de quem seja a 
iniciativa. Devem ser discutidas duas vezes, com 3/5 de aprovação (308 na CD e 49 no SF). 
Quem promulga são as mesas da Câmara ou do Senado. 
A única participação do Presidente da República é quando ele propõe a PEC. 
Quando o texto de uma PEC é rejeitado ele só poderá ser objeto de nova proposta na próxima 
sessão legislativa. 
Sessão legislativa não se confunde com legislatura. 
Uma legislatura é composta de quatro sessões legislativa e cada uma delas é composta de dois 
períodos legislativos. 
O primeiro período legislativo vai de 02/02 a 17/07 e de 01/08 a 22/12. 
As emendas constitucionais devem ser discutidas 2 vezes, em cada casa legislativa, com o 
quórum de aprovação de 3/5 de seus membros. Caso a EC seja emendada, a reemenda 
também precisaser discutida 2 vezes e aprovada com o quórum de 3/5. 
Lei complementar e lei ordinária quem promulga é o Presidente, mas quem promulga as 
emendas são as mesas da Câmara e do Senado. 
5.4 LIMITAÇÃO TEMPRORAL 
Traduz-se no interstício durante o qual a lei fundamental não poderá ser objeto de alteração. 
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A nossa atual Carta Magna não estabeleceu qualquer limitação temporal para alteração. Nesse 
sentido, tendo sido promulgada em 5 de outubro de 88, no dia 6 a CF já poderia receber uma 
emenda constitucional. 
Todavia, essa mesma Constituição estabeleceu no art. 3º do ADCT limitação temporal quanto 
às revisões. 
Previu que tais revisões seriam realizadas após 5 anos, contados da promulgação da 
Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão 
unicameral. 
Acerca dos limites para essas revisões, a teoria prevalecente foi a que estabeleceu como limite 
material o mesmo limite determinado ao poder constituinte derivado reformador, qual seja, o 
limite material das cláusulas pétreas. 
O ano em que ocorreram as revisões foi o imediatamente subsequente ao quinto ano da 
promulgação, logo, 1994. Assim, todas as seis revisões ocorreram em 1994. 
Mas, como visto, quanto às emendas constitucionais, não houve limitação temporal. 
Do jeito que a CF se encontra, não é possível mais emendas de revisão. 
 
3. DISPOSITIVOS LEGAIS RELACIONADOS 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL: 
- Art. 34, VII 
- Art. 60 – com todos os incisos e parágrafos. 
- ADCT – Ato das Disposições Constitucionais Transitórias: 
Art. 3º. 
 
4. SÚMULAS E JURISPRUDÊNCIAS SELECIONADAS 
 
- STF / Ação Direta de Inconstitucionalidade – ADI 939 / Cláusulas pétreas. 
-STF / Recurso Extraordinário – RE 587008 / “O poder constituinte derivado não é ilimitado, 
visto que se submete ao processo consignado no art. 60, §§ 2º e 3º, da CF, bem assim aos 
limites materiais, circunstanciais e temporais dos §§ 1º, 4º e 5º do aludido artigo. A 
anterioridade da norma tributária, quando essa é gravosa, representa uma das garantias 
fundamentais do contribuinte, traduzindo uma limitação ao poder impositivo do Estado”. 
 
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5. QUESTÕES CORRELATAS 
 
I. (TCE-ES/PROCURADOR ESPECIAL DE CONTAS/CESPE/2009) No tocante ao poder 
constituinte originário, o Brasil adotou a corrente positivista, de modo que o 
referido poder se revela ilimitado, apresentando natureza pré-jurídica. 
 
II. (MP/PR/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2008) A CF prevê expressamente o poder de 
reforma, o qual materializa o poder constituinte derivado. 
 
III. (STF/ANALISTA/2008) Um deputado federal pretende cumprir um compromisso de 
campanha de fazer uma emenda à CF visando alterar o sistema Tributário 
Nacional, o qual considera muito complexo e oneroso para a sociedade. Essa 
proposição legislativa deve ser apresentada na Câmara dos Deputados subscrita 
por, pelo menos, um terço dos deputados federais. 
 
IV. (STF/ANALISTA/2008) A CF, conforme seu próprio texto, pode ser emendada por 
meio de iniciativa popular, desde que o projeto seja subscrito por, no mínimo, 1% 
do eleitorado nacional, distribuído por, pelo menos, cinco estados, com não 
menos de 0,3% dos eleitores de cada um deles. 
 
V. (TRF5/JUIZ/2009) A CF admite emenda constitucional pode meio de iniciativa 
popular. 
 
GABARITO 
I. C 
II. C 
III. C 
IV. E 
V. E 
 
 
 
 
 
 
 
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“Nenhum obstáculo será tão grande, se a sua vontade de vencer for 
maior.” 
 
 
APLICABILIDADE E EFICÁCIA DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS E PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS 
 
6. NOÇÕES TEÓRICAS 
 
APLICABILIDADE E EFICÁCIA DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS 
1. APLICABILIDADE 
 
a) IMEDIATA 
 Normas de aplicabilidade imediata são aquelas autoexecutáveis. 
São as normas que não dependem de outras para produzir efeitos. É aquela norma que em si 
só já basta. 
b) MEDIATA 
São normas não autoexecutáveis. Exigem um regramento posterior para que possam produzir 
efeitos sociais. Precisa desse arcabouço posterior. 
A sistematização de JOSÉ AFONSO DA SILVA no que tange à aplicabilidade eficácia das normas 
é falível e contraditória, em que pese ser aceita no STF. 
 A principal crítica que se dispara é a alocação das normas programáticas como espécie das 
normas de eficácia limitada. 
2. EFICÁCIA 
 
a) JURÍDICA 
É a norma na sua literalidade. É o texto codificado. Todas as normas constitucionais, só pelo 
aspecto formal, ou seja, por estarem inseridas na Constituição, possuem a eficácia jurídica. 
A eficácia jurídica corresponde à irradiação de efeitos da norma constitucional perante o 
ordenamento jurídico. Todas as normas que estão inseridas na Constituição têm status de lei 
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fundamental, no aspecto formal, independentemente da correspondência perante a 
sociedade. 
b) SOCIAL 
É a norma que tem ressonância na sociedade. Por isso se diz norma de eficácia social. Há 
normas que estão na constituição, mas não possuem eficácia social. 
A eficácia social consiste na efetividade da norma constitucional, ou seja, a norma que é 
sentida e reconhecida pelo cidadão. 
Ex. art. 7º, IV – tem eficácia jurídica, mas não tem eficácia social (norma do salário mínimo). 
OBS: NÃO EXISTE NORMA CONSTITUCIONAL COMPLETAMENTE DESTITUÍDA DE EFICÁCIA. UMA 
NORMA PODE ATÉ NÃO POSSUIR EFICÁCIA SOCIAL, MAS CERTAMENTE POSSUIRÁ A CHAMADA 
EFICÁCIA JURÍDICA, QUE É A APTIDÃO PARA CONDICIONAR O ORDENAMENTO JURÍDICO. 
3. CLASSIFICAÇÃO DO PROFESSOR JOSÉ AFONSO DA SILVA – ADOTADA NO STF 
 
a) NORMAS DE EFICÁCIA PLENA 
É aquela que desde a sua entrada em vigor, está apta a produzir todos os seus efeitos. 
É norma de aplicabilidade direta, imediata e de efeitos integrais, que só poderá sofrer 
limitações por outra norma constitucional, ou seja, outra norma do mesmo patamar. 
Como exemplos a doutrina aponta normas que criam órgãos ou atribuem competências (art. 
2º, 19, 20, 21, 22, 24, etc.). 
b) NORMA DE EFCÁCIA CONTIDA 
Chamada de norma de eficácia redutível, restringível ou prospectiva, também é aquela norma 
que desde a sua vigência está apta a produzir todos os seus efeitos, todavia PODERÁ TER SUA 
ABRANGÊNCIA REDUZIDA POR OUTRAS NORMAS (constitucionais ou infraconstitucionais). 
Assim, também tem aplicabilidade direta e imediata, mas possivelmente não integral (pois 
poderá sofrer mitigações). 
O exemplo mais clássico é o art. 5º, XIII da CF, que afirma ser livre o exercício de qualquer 
trabalho ofício ou profissão, nos termos e limites que a lei estabelecer. 
c) NORMA DE EFICÁCIA LIMITADA 
São aquelas que desde a sua promulgação não estão aptas a produzir todos os seus efeitos, 
precisando de uma lei integrativa infraconstitucional. 
É norma de aplicabilidade indireta, mediata, reduzida ou diferida. Depende de regramento 
posterior para apresentar eficácia social. 
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Vale lembrar que tais normas possuem o mínimo efeito de vincular o legislador 
infraconstitucional aos seus vetores. 
As normas de eficácia limitada se dividem em dois grupos: 
a) INSTITUTIVA OU ORGANIZATIVA – São aquelas que englobam a organização dos 
poderes e do Estado. Ex. art. 33 , 88, 91, § 2º da CF. 
São normas que contêm esquemas gerais de estruturação de instituições, órgãos ou entidades.Ex. art. 18, §2º, 33, 102, §1º. 
 
b) PROGRAMÁTICA – São aquelas que se revestem sob a forma de promessas ou 
programas a serem desempenhados pelo Estado para a consecução dos seus fins 
sociais. 
São políticas públicas a serem adotadas pelo Estado, que dependem de um orçamento 
estabelecido. Ex. art. 3º da CF. Ex. direito à saúde, educação, cultura, ciência e tecnologia, etc. 
É a norma que informa uma aspiração. Não é porque é programática que não é imperativa. 
Elas também são cogentes e devem ser efetivadas. 
OBS: NOVAS NOMENCLATURAS. 
MARIA HELENA ainda acrescenta à classificação as normas supereficazes ou com eficácia 
absoluta. 
Assim são chamadas porque contêm uma força paralisante de toda e qualquer legislação que, 
explicita ou implicitamente vier a contrariá-las. 
Essas normas se perfazem nas chamas cláusulas pétreas. 
Ainda com a professora MARIA HELENA DINIZ (opinião também de UADI LAMMÊGO BULOS), 
normas constitucionais de eficácia exaurida (ou esvaída) e aplicabilidade esgotada são 
aquelas, como o próprio nome sugere, que já extinguiram a produção de seus efeitos, por isso 
estão esgotadas. São próprias do ADCT, notadamente as normas que já cumpriram o papel, 
encargo ou tarefa para a qual foram propostas. 
 
 
 
 
 
 
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PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS - COMENTÁRIOS AOS ARTIGOS 1º AO 4º 
ART. 1º - FUNDAMENTOS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL 
Além de listar os fundamentos da República, consagra o art. 1º da CF as bases políticas do 
Estado brasileiro, a saber: princípio federativo (consagrando a forma de Estado), princípio 
republicano (consagrando a forma de governo), princípio do Estado Democrático de Direito 
(definindo o regime político). 
 PRINCÍPIO FEDERATIVO 
 PRINCÍPIO REPUBLICANO 
 PRINCÍPIO DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO 
O Estado democrático se assenta no pilar da soberania popular, pois a base do conceito de 
democracia está ligada à noção de governo do povo, pelo povo e para o povo. 
O art. 1º da CF elenca quais seriam os fundamentos constitucionais da República Federativa do 
Brasil. 
Todos os fundamentos formam o processo mnemônico de memorização SO CI DI VA PLU. 
1. SOBERANIA 
Para a doutrina majoritária, três são os elementos que compõem o Estado. São eles: 
SOBERANIA, que pode ser dividida em externa e interna. 
- POVO, que não se confunde com nação e população. 
- TERRITÓRIO, que pode ser jurídico ou geográfico. 
Dos três elementos constitutivos do Estado, apenas a soberania é também fundamento da 
República Federativa do Brasil. 
Logo, a soberania pode ser entendida como um elemento constitutivo do Estado. 
A soberania externa é aquela que resguarda o princípio da não intervenção, nas suas diversas 
dimensões (não intervenção cultural, lingüística, etc.). Significa independência na ordem 
internacional. 
A soberania interna significa que o poder do Estado não pode ser limitado por nenhum outro 
poder. O poder do Estado é o mais alto existente dentro do Estado, é a potestade. Significa 
supremacia no âmbito interno. 
OBS: A UNIÃO NÃO É SOBERANA. SOBERANO É O ESTADO BRASILERO (REPÚBLICA FEDERATIVA 
DO BRASIL). 
A União (pessoa jurídica de direito público interno) é ente federativo autônomo, todavia, não é 
superior aos demais entes que compõem a federação brasileira. 
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Assim, em síntese, pode-se dizer que quem exerce soberania é o Estado brasileiro, 
representado pela União. 
2. CIDADANIA 
A cidadania pode ser compreendida em dois sentidos: 
 SENTIDO AMPLO 
Consiste no conjunto de direitos e obrigações firmadas entre o Estado e o nacional. 
Todo indivíduo que integra o povo brasileiro é cidadão. 
O real sentido de cidadania não se restringe ao campo dos direitos políticos. 
Já se disse que exercer a cidadania plena é ter direitos civis, políticos e sociais. 
Logo, este é o conceito que melhor atende aos postulados de dignidade humana. 
 SENTIDO ESTRITO 
Cidadão em sentido mínimo ou restrito é o cidadão eleitor. 
Esse é o conteúdo jurídico tradicional da expressão cidadania, que reconduz ao exercício do 
direito político ativo (capacidade eleitoral ativa = votar). 
OBS: A LEGITIMIDADE ATIVA PARA PROPOSITURA DA AÇÃO POPULAR ESTÁ CIRCUNSCRITA AO 
CONCEITO DE CIDADÃO EM SENTIDO ESTRITO. ESSA CIDADANIA SE COMPROVA POR MEIO DO 
TÍTULO DE ELEITOR (art. 1º, § 3º da lei 4.717/65). 
OBS: MEDIDA PROVISÓRIA NÃO PODE TRATAR SOBRE NORMAS RELATIVAS À CIDADANIA (nem 
direitos político, dos partidos político, direito eleitoral e direitos de nacionalidade – dentre 
outras matérias). 
3. DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA 
Trata-se do fim supremo de todo o direito e é o fundamento maior do Estado brasileiro. 
OBS: SEGUNDO A DOUTRINA MAJORITÁRIA, O PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESOA HUMANA 
PODE SER RELATIVIZADO SOB O FUNDAMENTO DE QUE NÃO EXISTEM PRINCÍPIOS 
ABSOLUTOS. 
O que difere o princípio da dignidade da pessoa humana dos demais princípios é o fato de 
tratar-se de um princípio meta, um princípio fim. 
Ou seja, todo e qualquer conflito de princípios deve ter como solução aquela que mais se 
aproxima da dignidade da pessoa humana. 
Essa solução não pode ser prévia e abstrata, pois sempre deverá ser analisado o caso concreto. 
 
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4. VALORES SOCIAIS DO TRABALHO E DA LIVRE INICIATIVA 
A primeira Constituição brasileira a fazer referência à valorização do trabalho foi a de 1946; 
referência essa mantida nas Constituições de 1967 e 1969. 
A livre iniciativa, por sua vez, deve ser compatibilizada à valorização do trabalho, pois ambos 
constituem fundamento do Estado brasileiro e consagram, por assim dizer, a opção 
constitucional pela ideologia democrático-social. 
5. PLURALISMO POLÍTICO 
Tal princípio não deve ser confundido com pluripartidarismo – sistema que permite a criação 
de inúmeros partidos. 
Em verdade, sua abrangência é muito maior, significando um direito fundamental à diferença 
em todos os âmbitos em expressões da convivência humana. Tanto nas escolhas de natureza 
política, quanto nas de caráter religioso, econômico, social e cultural. 
Liga-se à ideia de tolerância, significando que ninguém pode ser vítima de preconceitos, de 
ódio ou de perseguições pelo simples fato de ser diferente, afinal o normal é ser diferente. 
ART. 1º, PRÁGRAFO ÚNICO 
Diz que todo poder emana do povo, que o exerce por meio dos seus representantes eleitos ou 
diretamente, nos termos desta Constituição. Trata-se da chamada democracia participativa 
(semidireta), combinando-se elementos do sistema representativo com os da democracia 
direta. 
Exemplos de democracia direta são o plebiscito, referendo e a iniciativa popular. 
ART. 2º - TRIPARTIÇÃO DAS FUNÇÕES ESTATAIS 
São poderes da União independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o 
Judiciário. 
Primeiro; o poder é uno e indivisível. Divididas são as funções do Estado. Portanto, é técnico e 
correto se referir à tripartição das funções estatais. 
A partir dessa ideia nós conhecemos a possibilidade de exercício de funções típicas e atípicas. 
ART. 3º - OBJETIVOS FUNDAMENTAIS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL - GPCE 
Os objetivos fundamentais constituem normas programáticas. 
Normas programáticas são as que estabelecem políticas públicas a serem implementadas pelo 
Estado para a consecução dos seus fins sociais. 
Objetivos são metas a serem alcançadas, são ações. 
Portal: WWW.EDEMNAPOLI.com.VC 
 Twitter: @edemnapoli / Fan Page: facebook.com/edemnapoliOBS: SEMPRE QUE A ASSERTIVA ESTIVER COMPSTA DE VERBOS E METAS, ESTAREMOS DIANTE 
DE OBJETIVOS FUNDAMENTAIS, QUE NÃO SE CONFUNDE COM OS FUNDAMENTOS DA 
REPÚBLICA. Ex. construir, garantir, erradicar e promover. 
O rol dos objetivos fundamentais é meramente exemplificativo, ou seja, não se trata de rol 
taxativo, tendo em vista a existência de vários outros objetivos fundamentais que não estão 
previstos expressamente no texto constitucional. 
ART. 4º - PRINCÍPIOS QUE REGEM A REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL NAS SUAS RELAÇÕES 
INTERNACIONAIS 
São dez incisos que perfazem o processo mnemônico de memorização CC II DNA PRS. 
Destaque para PREVALÊNCIA DOS DIREITOS HUMANOS 
Esse é um dos princípios mais importantes, principalmente em decorrência da EC 45/04 que 
tratou da reforma do Poder Judiciário e inseriu o § 3º ao art. 5º da Constituição. 
Com a nova redação, tem-se que: 
“Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados em 
cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos 
membros, serão equivalentes às emendas constitucionais”. 
 
7. DISPOSITIVOS LEGAIS RELACIONADOS 
 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL: 
- Arts. 1º, 2º, 3º, 4º, 5º, XIII, 7º, IV, 18, § 2º, 19, 20, 21, 22, 24, 33, 102, § 1º. 
 
8. SÚMULAS E JURISPRUDÊNCIAS SELECIONADAS 
 
- Súmulas vinculantes nº: 11 e 14. 
 
9. QUESTÕES CORRELATAS 
 
I. (TRT/PR/Técnico/2007) Norma constitucional de eficácia contida é aquela que, 
sendo autoaplicável, autoriza a posterior restrição por parte do legislador 
infraconstitucional. 
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II. (TJ/RJ/Analista/2008) A República Federativa do Brasil admite o direito de 
secessão, desde que esta se faça por meio de emenda à CF, com três quintos, no 
mínimo, de aprovação em cada casa do Congresso Nacional, em dois turnos. 
 
III. (TJ/RJ/Analista/2008) A República é uma forma de Estado. A federação é uma 
forma de governo. 
 
IV. (TJ/RJ/Analista/2008) São poderes da União, dos estados e do DF, independentes e 
harmônicos, o Legislativo, o Judiciário e o Executivo. 
 
V. (STJ/Analista/2008) O Brasil é regido, nas suas relações internacionais, pelo 
princípio da autodeterminação dos povos, mas repudia o terrorismo e o racismo. 
 
GABARITO 
I. C 
II. E 
III. E 
IV. E 
V. C 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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“Nunca deixe de ser forte. Nunca deixe de acreditar em você. Tenha 
orgulho de quem você é.” 
 
 
TEORIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
 
10. NOÇÕES TEÓRICAS 
 
TEORIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
São fundamentais porque estes direitos manifestam-se como pressupostos de um estado 
democrático de direito. 
Assim, a fundamentalidade reside na essencialidade desses direitos para a pessoa humana – 
que não existe dignamente sem eles – e no fato de serem pressupostos de um estado 
democrático de direito. 
 
1. DIREITOS HUMANOS, DIREITOS FUNDAMENTAIS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS – 
DISTINÇÃO NECESSÁRIA 
- CONCEITO DE DIREITOS HUMANOS 
São o conjunto de bens jurídicos, prerrogativas, franquias e instituições que explicitam e 
concretizam a dignidade humana como o fim de assegurar a existência solidária, igual e 
fraterna entre as pessoas. 
- CONCEITO DE DIREITOS FUNDAMENTAIS 
Direitos fundamentais são os direitos humanos incorporados na ordem jurídica dos Estados. 
- CONCEITO DE GARANTIAS FUNDAMENTAIS 
Conjunto de medidas ou providências, destinadas à proteção, segurança e efetivação dos 
direitos fundamentais. 
Assim, a garantia é a medida de proteção dos direitos fundamentais. Ex. remédios 
constitucionais. Todo direito tem que ter a sua garantia, a sua forma jurídica de proteção. Não 
há que se falar em direitos sem as suas próprias garantias. 
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11. CLÁUSULA DE ABERTURA MATERIAL OU DE INESGOTABILIDADE DOS DIREITOS 
FUNDAMENTAIS 
O art. 5º, § 2º da Constituição Federal estabelece que “os direitos e garantias expressos nesta 
Constituição, não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou 
dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte”. 
A partir da leitura do dispositivo, contata-se que o Brasil adotou um sistema materialmente 
aberto de direitos fundamentais, não se podendo considerar taxativa a enumeração dos 
direitos fundamentais no Título II da Constituição. 
 
12. TITULARIDADE ou DESTINATÁRIOS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
Não resta dúvida de que todos os seres humanos são titulares de direitos fundamentais. Pode-
se indagar, porém, se apenas as pessoas físicas protagonizam tais direitos. 
- PESSOAS JURÍDICAS TITULARIZANDO DIREITOS FUNDAMENTAIS 
Não há, em princípio, impedimento insuperável a que as pessoas jurídicas venham, também, a 
serem consideradas titulares de direitos fundamentais, não obstante estes, originalmente, 
terem por referência a pessoa física. 
Garantias, porém, que dizem respeito à prisão têm as pessoas físicas como destinatárias 
exclusivas. Da mesma forma como ocorre com os direitos políticos, direitos sociais, assistência 
social etc. 
OBS: Pessoas jurídicas de direito público possuem, por exemplo, direitos fundamentais de 
caráter processual (ou do tipo procedimental – devido processo legal, contraditório, ampla 
defesa). 
- DIREITOS FUNDAMENTAIS DOS ESTRANGEIROS 
Ao contrário da literalidade do art. 5º, caput, os direitos fundamentais são extensíveis aos 
estrangeiros residentes no país, bem com aos não residentes, aqueles que aqui estejam de 
passagem, a exemplo dos turistas. Esse entendimento está pautado no princípio vetor de 
nosso ordenamento, qual seja a dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, CF/88). 
 
13. EFICÁCIA HORIZONTAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
O tema da eficácia horizontal dos direitos fundamentais é também denominado pela doutrina 
de eficácia privada ou externa dos direitos fundamentais. 
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Surge como importante contraponto à ideia de eficácia vertical dos direitos fundamentais, que 
se desenha a partir da aplicação dos direitos fundamentais nas relações entre o particular e o 
poder público. 
Nesse sentido, temos que o Brasil adota a: 
 
 TEORIA DA EFICÁCIA DIRETA OU IMEDIATA – para essa teoria, os direitos 
fundamentais têm aplicação direta e imediata às relações privadas, independente de 
prévia atividade legislativa. Essa teoria foi acolhida na Espanha, Itália, Argentina e 
Portugal, onde há inclusive norma expressa na sua Constituição da República 
Portuguesa. No Brasil, a doutrina e a jurisprudência do STF adotam a teoria da eficácia 
direta e imediata. Essa tendência não é mais senão a aplicação do que preconiza, entre 
nós, o § 1º do art. 5º, que determina a aplicabilidade imediata das normas de direitos 
fundamentais. 
 
14. EVOLUÇÃO E DIMENSÕES DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
A doutrina dispara uma crítica à expressão “geração”, tendo vista que a evolução dos direitos 
fundamentais traduz uma relação de complementaridade, e não hereditariedade. 
Gerações ou dimensões de direitos correspondem a uma sucessão temporal de afirmação e 
acumulação de novos direitos fundamentais. 
1ª DIMENSÃO 2ª DIMENSÃO 3ª DIMENSÃO 4ª DIMENSÃO 
Séc. XVIII e XIX 
Estado Liberal 
Séc. XIX e XX 
Estado Social 
Séc. XX e XXI --- 
Direitos civis e 
políticos 
Direitos econômicos, 
sociais e culturais 
Direitos difusose 
coletivos - transindi. 
Democracia direta e 
biotecnologia 
Liberdade Igualdade Fraternidade / Solid. --- 
Liberdade de 
reunião, associação, 
crença e consciência, 
iviolabilidade de 
domicílio... 
Saúde, educação, 
trabalho, assistência, 
moradia, 
sindicalização, 
direitos de greve... 
Meio ambiente, 
consumidor, 
progresso, 
desenvolvimento 
tecnológico 
Direito de mudança 
de sexo, contra 
manipulação 
genética 
Absenteísmo, 
liberdades negativas, 
obrigações de não 
fazer, defesa. 
Intervencionismo, 
liberdades positivas, 
obrigações de fazer, 
prestação. 
Pela primeira vez, o 
homem passa a ser 
visto como membro 
de uma coletividade. 
Resultado da 
globalização dos D.F. 
 
Paulo Bonavides já fala na 5º dimensão cuja tônica seria o direito à paz mundial, podendo ser 
exemplificado no combate ao terrorismo. 
 
 
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2. DISPOSITIVOS LEGAIS RELACIONADOS 
 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL: 
- Arts. 5º, caput, § 1º, § 2º, § 3º e § 4º. 
CÓDIGO CIVIL: 
- Art. 52 
 
3. SÚMULAS E JURISPRUDÊNCIAS SELECIONADAS 
- Súmulas vinculantes: 3 e 5. 
 
 
4. QUESTÕES CORRELATAS 
 
I. (MP/RO/Promotor/2008) O art. 5º da CF prevê que ninguém pode ser submetido a 
tortura nem a tratamento desumano ou degradante. Entretanto, esse dispositivo 
não tem aplicabilidade imediata devido ao fato de não ter sido regulamentado no 
plano infraconstitucional. 
 
II. (TER/MT/Analista/2010) Os direitos e garantias fundamentais estão previstos de 
forma taxativa na CF. 
 
III. (MP/AM/Promotor/2007) A partir da Emenda Constitucional nº 45/04, que 
introduziu os parágrafos 3º e 4º ao art. 5º da CF, os tratados e convenções 
internacionais sobre direitos humanos passaram a ter força de emenda 
constitucional, desde que tais atos internacionais sejam aprovados em ambas as 
casas congressuais, em turno simples de votação, e por maioria simples de votos 
de seus respectivos membros. 
 
IV. (STJ/Analista/2008) Os direitos e garantias fundamentais são considerados 
elementos limitativos das constituições. 
 
V. (MP/AM/Promotor/2007) Embora o art. 5º da CF disponha de forma minuciosa 
sobre os direitos e as garantias fundamentais, ele não é exaustivo e não exclui 
outros direitos. 
GABARITO 
I. E 
II. E 
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III. E 
IV. C 
V. C 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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“Você não é derrotado quando perde. Você é derrotado quando 
desiste.” 
 
 
DIRIETO DE NACIONALIDADE 
 
15. NOÇÕES TEÓRICAS 
 
DIREITOS DE NACONALIDADE 
1. CONCEITO 
Nacionalidade é um vínculo de natureza jurídica e política que liga determinada pessoa a um 
determinado estado soberano, quer em razão do nascimento, quer em razão da naturalização. 
Nacional não se confunde com cidadão. A rigor, todo cidadão é nacional, mas nem todo 
nacional é um cidadão. Cidadão é o nacional no pleno gozo dos direito políticos. 
 
2. ESPÉCIES E AQUISIÇÃO DA NACIONALIDADE 
ORIGINÁRIA (PRIMÁRIA ou de 1º GRAU) 
Aquela que resulta de um fato involuntário ou natural, que consiste no nascimento. 
Então, originariamente ela é adquirida pelo nascimento. 
Todavia, dentro dessa espécie é possível encontrar dois critérios, a serem adotados pelos 
Estados, determinantes na aquisição da nacionalidade. 
 CRITÉRIO TERRITORAL (jus solis) – a nacionalidade é a do local do nascimento, e não 
da descendência. Aqui interessa saber o local, território onde a pessoa nasceu. 
 
 
 CRITÉRIO SANGUÍNEO (jus sanguinis) – a nacionalidade está ligada ao parentesco, pois 
o que interessa para a nacionalidade é o sangue, a filiação, a ascendência, pouco 
importando o local onde o indivíduo nasceu. 
 
 
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SECUNDÁRIA (SECUNDÁRIA ou DE 2º GRAU) 
Aquela que resulta de um ato voluntário, consistente num concurso de vontades entre o 
pretendente estrangeiro, que deseja obter a nacionalidade de outro país, e a concordância 
do outro Estado em conceder a nacionalidade e receber o estrangeiro como nacional. 
No Brasil há a lei 6.815/80, que no art. 112 define os pressupostos para a naturalização do 
estrangeiro. 
 
3. NACIONALIDADE - OS BRASILEIROS NA CF/88 
A Constituição relaciona quem são os brasileiros, tanto os originários (natos), como os 
secundários (naturalizados). 
No art. 12, os natos estão no inciso I, os naturalizados, no inciso II. 
 
 NATOS (aquisição de nacionalidade originária) 
A CF, sendo o Brasil um país de imigração, explicitamente consagra o critério territorial, mas o 
fez como regra, comportando exceções. 
Assim, são natos (rol taxativo): 
Art. 12, I, “a” (critério territorial) - os nascidos no Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde 
que estes não estejam a serviço de seu país. 
Art. 12, I, “b” (critério sanguíneo + serviço do Brasil) - os nascidos no estrangeiro, de pai ou 
mãe brasileira, quando qualquer deles estiver a serviço da República Federativa do Brasil. 
Art. 12, I, “c” (critério sanguíneo + 1) registro ou 2) opção confirmativa = nacionalidade 
originária potestativa) - os nascidos no estrangeiro, de pai ou mãe brasileira, que forem 
registrados na repartição brasileira competente, OU vierem a residir no Brasil, e optarem, a 
qualquer tempo, desde que atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira. 
Repartição brasileira competente aí pode ser entendida como Consulados ou também as 
seções consulares nas Embaixadas, bem com as repartições diplomáticas. 
Veio com a EC 54 (que corrigiu imperfeição trazida pela EC 3/94) e inseriu o art. 95 ao ADCT, 
além de modificar o art. 12 da CF. 
Antes, só se viesse residir aqui, agora, foi acrescentada esta nova hipótese. 
OBS: A CRIANÇA QUE VENHA A RESIDIR COM OS PAIS AQUI, SEGUNDO O STF, É BRASILEIRA 
NATA, SÓ QUE ELA TEM ESSA SITUAÇÃO PERMANECIDA ATÉ OS DEZOITO ANOS, QUANDO 
DEVERÁ FAZER A OPÇÃO; SE NÃO FIZER, PERDE A NACIONALIDADE ORIGINÁRIA. TRATA-SE 
DE CONDIÇÃO SUSPENSIVA. 
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 NATURALIZADOS (aquisição de nacionalidade secundária) 
Art. 12, II, “a” - ORDINÁRIA – os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira. 
Também são naturalizados, os estrangeiros provenientes de países de língua portuguesa, que 
residam aqui por um ano ininterrupto e possuam idoneidade moral. Aqui já não é na forma 
da lei, basta ser originário de país de língua portuguesa, comprovar a residência ininterrupta 
por um ano aqui, e ter idoneidade moral. 
A ordinária é qualquer estrangeiro, por isso que é na forma da lei. Nessa segunda hipótese, são 
estrangeiros de países de língua portuguesa (p. ex. Portugal, Angola, Moçambique, Guiné 
Bissau, Açores, Cabo Verde, Príncipe, Timor Leste), por isso basta manifestar sua vontade e 
cumprir os requisitos previstos na constituição, além da aquiescência brasileira. 
Art. 12, II, “b” - EXTRAORDINÁRIA – quaisquer estrangeiros, residentes ininterruptamente no 
Brasil, há mais de quinze anos, requerendo a identidade nacional, desde que não tenha 
sofrido condenação penal. 
OBS: AINDA NA FORMA DA LEI (APESAR DO SILÊNCIO CONSTITUCIONAL), PODEMOS 
ENCONTRAR: 
- RADICAÇÃO PRECOCE: admitidos no território durante os primeiros cinco anos de vida e 
radicados definitivamente, confirmando a nacionalidade atédois anos após atingir a 
maioridade. 
- CONCLUSÃO DE CURSO SUPERIOR: estrangeiros que vêm residir no Brasil antes da 
maioridade que façam curso superior em estabelecimento nacional e requeiram a 
nacionalidade até um ano depois da formatura. 
 DISTINÇÃO ENTRE BRASILEIROS NATOS E NATURALIZADOS 
A lei não poderá estabelecer distinções entre brasileiros natos e naturalizados. Mas a CF faz 
distinções: 
1. CARGOS PRIVATIVOS DE BRASILEIRO NATO - 12, § 3º. 
2. QUANTO À EXTRADIÇÃO - Art. 5º, LI. 
3. COMPOSIÇÃO DO CONSELHO DA REPÚBLICA - Art. 89, VII. 
4. PROPRIEDADE DE EMPRESAS JORNALÍSTICAS E DE RÁDIO DIFUSÃO DE SONS E 
IMAGENS – Art. 222. 
5. PERDA DA NACIONALIDADE PELA PRÁTICA DE ATIVIDADE NOCIVA AO INTERESSE 
NACIONAL – art. 12, § 4º. 
 
 
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4. PERDA DA NACIONALIDADE 
Duas são as hipóteses de perda de nacionalidade prevista na Constituição. 
 Quando for cancelada a naturalização por sentença judicial (transitada em julgado, 
apesar do silêncio – ver art. 15, I) em razão de prática nociva ao interesse nacional. 
Restringe-se à nacionalidade secundária, ou seja, só se aplica aos brasileiros naturalizados. 
A sentença que decide pela perda da nacionalidade opera efeitos EX NUNC. 
 Também se perde a nacionalidade brasileira (PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO – 
decreto do Presidente) com a aquisição de outra nacionalidade, salvo nos casos de: 
 
i) Reconhecimento de nacionalidade originária. Quando a aquisição da 
nacionalidade estrangeira se deu por força da legislação estrangeira e não por 
simples e mera vontade do brasileiro. Ex. descendente de italianos, nascido no 
Brasil, que adquire a nacionalidade italiana. É mero reconhecimento da 
nacionalidade originária italiana em virtude do vínculo sanguíneo. 
 
ii) Imposição de naturalização pela norma estrangeira. Como condição de 
permanecer, ou exercer direitos civis no país (p. ex. herança), impõe-se a 
aquisição da nacionalidade estrangeira. Neste caso, assim como no narrado 
acima, não haverá perda da nacionalidade brasileira. Ex. é o que 
frequentemente ocorre com os jogadores de futebol, que para jogarem nos 
clubes estrangeiros, têm de se naturalizar no país do clube (condição de 
permanência). 
É possível, depois de declarada a perda da nacionalidade, que ela seja readquirida? Sim! É 
possível a reaquisição da nacionalidade. 
Se a perda se der por cancelamento judicial da naturalização, só por ação rescisória. É 
hipótese, portanto, bastante remota. Nunca poderá haver novo processo de naturalização. 
Na segunda hipótese, desde que o sujeito volte a estar domiciliado no Brasil e requeira a 
nacionalidade (ao Ministro da Justiça para decreto do Presidente). 
Depende da aquiescência (decreto presidencial) e o sujeito volta a ter a mesma nacionalidade 
que possuía (volta ao status quo ante). 
Nesse sentido, José Afonso com base no art. 36 da lei 818/49. A doutrina do professor Dirley 
também caminha neste mesmo sentido. 
Para Moraes, só com novo processo de naturalização onde, até o nato, passa a ser 
naturalizado. Não adotar este posicionamento nas provas. 
 
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5. QUASE NACIONAL - A SITUAÇÃO DOS PORTUGUESES NO BRASIL (art. 12, § 1º). 
Desde que haja reciprocidade, a CF assegura aos portugueses residentes no Brasil os mesmos 
direitos que os brasileiros naturalizados. Isso se, à luz da constituição portuguesa, lá em 
Portugal brasileiro puderem titularizar os mesmos direitos inerentes aos portugueses. 
 
5. DISPOSITIVOS LEGAIS RELACIONADOS 
 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL: 
- Arts. 12 e 13. 
ESTATUTO DO ESTRANGEIRO: 
- Arts. 112 e 115. 
 
6. SÚMULAS E JURISPRUDÊNCIAS SELECIONADAS 
STF: 
RE 418.096, Rel. Min. Carlos Velloso. 
RE 415.957, Rel. Min. Sepúlveda Pertence. 
 
7. QUESTÕES CORRELATAS 
 
I. (PGE/PB/Procurador/2008) São brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai 
brasileiro ou de mão brasileira, desde que venham a residir na República 
Federativa do Brasil e optem, a qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira. 
 
II. (MP/RN/Promotor/2009) São brasileiros natos os nascidos no estrangeiro de pai 
brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição 
brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil, antes 
da maioridade e, alcançada esta, optem, em qualquer tempo, pela nacionalidade 
brasileira. 
 
III. (MP/SE/Promotor/2010) Os estrangeiros originários de países de língua 
portuguesa adquirirão nacionalidade brasileira se mantiverem residência contínua 
no território nacional pelo prazo mínimo de quatro anos, imediatamente ao 
período de naturalização. 
 
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IV. (TER/BA/Analista/2009) Como forma de aquisição da nacionalidade secundária, de 
acordo com a Constituição Federal de 1988, é possível o processo de naturalização 
tácito ou automático, para todos aqueles que se encontram no país há mais de dez 
anos e não declaram a intenção de conservar a nacionalidade de origem. 
 
V. (DPE/PI/Defensor Público/2009) Podem naturalizar-se brasileiros estrangeiros que 
residam no país há mais de dez anos e que tenham idoneidade moral reconhecida, 
exigindo-se, dos portugueses e dos originários de países de língua portuguesa, 
apenas residência permanente. 
 
GABARITO 
I. E 
II. E 
III. E 
IV. E 
V. E 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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“A distância entre o sonho e a conquista chama-se ATITUDE!” 
 
 
DIRIETOS POLÍTICOS 
 
16. NOÇÕES TEÓRICAS 
 
DIREITOS POLÍTICOS 
No capítulo IV do título II, a CF dispôs de um conjunto de normas para disciplinar o exercício da 
soberania popular (art. 14 a 16). 
Tais normas receberam a designação de direitos políticos, justamente por tratarem da 
participação do povo no processo de condução da vida política nacional. 
 
MODALIDADES DE DIREITOS POLÍTICOS 
As normas constitucionais, tais como ordenadas na Constituição, delineiam duas modalidades 
de direitos políticos: DIREITOS POLÍTICOS POSITIVOS e DIREITOS POLÍTICOS NEGATIVOS. 
As normas que tratam dos direitos políticos positivos têm como núcleo fundamental o direito 
de votar e o direito de ser votado. 
Já as normas constitucionais que dispõe de direitos políticos negativos, possuem como ponto 
central os institutos das inelegibilidades, e da perda e suspensão dos direitos políticos. 
- DIREITOS POLÍTICOS POSITIVOS (DIREITO DE SUFRÁGIO) 
Assim são chamados porque compreendem o conjunto normas constitucionais que se 
destinam a afirmar e fomentar o exercício da cidadania no Brasil, investindo o cidadão no 
direito de votar e de ser votado. 
 São todas as normas constitucionais que, fomentando o exercício da cidadania, investem o 
brasileiro na condição de cidadão e consequentemente das prerrogativas de votar e ser 
votado, capacitando o brasileiro do poder de participar direta ou indiretamente das decisões 
políticas nacionais e do próprio processo político nacional. 
Tais direitos têm como núcleo fundamental os direitos políticos ativos e os direitos políticos 
passivos. 
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 DIRIETOS POLÍTICOS ATIVOS 
São aqueles que investem o cidadão da capacidade eleitoral ativa. Constituem a capacidade 
de ser eleitor, de votar. Todavia, depende do preenchimento das condiçõesde alistabilidade. 
São condições de alistabilidade: nacionalidade brasileira, idade mínima de 16 anos, não ser 
conscrito durante o serviço militar obrigatório (conscrito é o recrutado para o serviço militar 
obrigatório). 
De acordo com a CF, o alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para os maiores de 
dezoito anos; e facultativos para os analfabetos, maiores de setenta, e para os jovens de 
dezesseis e dezessete anos. 
Esta condição de alistabilidade é conditio sine qua non para a aquisição da cidadania política. 
Cidadania política é a condição do nacional em gozo dos direitos políticos. 
Nem todo nacional é juridicamente um cidadão, mas todo cidadão é juridicamente um 
nacional, salvo a situação dos portugueses com residência permanente no país, amparados 
pelo pacto da reciprocidade. 
É a partir desta condição que os direitos políticos positivos podem ser usufruídos. 
 DIREITOS POLÍTICOS PASSIVOS 
São aqueles que investem o cidadão da capacidade eleitoral passiva. Consistem na capacidade 
de ser eleito, de ser votado. Também possuem condições, só que estas chamadas de 
condições de elegibilidade. 
As condições de elegibilidade são (art. 14, §3º): 
a) NACIONALIDADE BRASILEIRA 
b) PLENO EXERCÍCIO DOS DIREITOS POLÍTICOS 
c) ALISTAMENTO ELEITORAL 
d) DOMICÍLIO ELEITORAL NA CIRCUNSCRIÇÃO 
e) FILIAÇÃO PARTIDÁRIA 
f) IDADE MÍNIMA – 35 – Presidente, Vice e Senador. 30 – Governador e Vice. 21 – 
Deputado Federal, Deputado Estadual, Prefeito e Vice e Juiz de Paz. 18 – Vereador. 
Vale lembrar que o requisito da idade deve ser comprovado no ato da posse, e não 
da candidatura (art. 11, § 2º da Lei 9.504/97 e Res. N. 22.156/TSE). 
Tem, portanto, que preencher as condições de elegibilidade, e não incidir em nenhuma das 
inelegibilidades. 
É preciso ter cuidado para não confundir a capacidade eleitoral ativa, com a capacidade 
eleitoral passiva. Isso porque, nem todo eleitor pode ser eleito, mas todo aquele que pode ser 
eleito, deve ser necessariamente um eleitor. 
 
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- DIREITOS POLÍTICOS NEGATIVOS 
Compreendem um conjunto de normas constitucionais de restrição, de privação, que limitam 
o exercício da cidadania, quer impedindo o gozo da capacidade eleitoral passiva 
(inelegibilidades), quer neutralizando os próprios direitos políticos, afetando tanto a 
capacidade eleitoral ativa como a capacidade eleitoral passiva (perda e suspensão). 
Têm por núcleo fundamental as inelegibilidades e os casos de perda e suspensão dos direitos 
políticos. 
 INELEGIBILIDADES 
São restrições constitucionais que privam o cidadão do direito político de ser votado. 
Têm por fim proteger a probidade administrativa, a moralidade para o exercício do mandato, 
considerada a vida pregressa do candidato, e a normalidade e a legitimidade das eleições 
contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego 
na administração direta ou indireta (art. 14, §9º). 
A Constituição prevê algumas hipóteses de inelegibilidades (art. 14, §§ 4º ao 7º), remetendo à 
lei complementar a definição de outras que assegurem os seus fins. 
As inelegibilidades podem ser absolutas ou relativas. 
As inelegibilidades ABSOLUTAS - privam o cidadão do direito de ser votado a qualquer 
mandato eletivo. Art. 14, § 4º. 
Em razão do caráter limitativo, não podem ser previstas em lei; só a Constituição as prevê. 
Na CF são absolutamente inelegíveis: os inalistáveis e os analfabetos. Inalistáveis são o 
estrangeiro e, durante o serviço militar obrigatório, os conscritos. 
Já as inelegibilidades RELATIVAS - são aquelas que privam o cidadão de se eleger a alguns 
mandatos eletivos. 
A CF prevê três hipóteses de inelegibilidade relativa (14,§§ 5º ao 7º), mas remete ao legislador 
infra a possibilidade de estabelecer mais inelegibilidades relativas para preservar a lisura das 
eleições, de modo que além dessas três hipóteses há outras previstas na lei complementar 64, 
que já sofreu várias modificações. 
A três inelegibilidades relativas na CF são: 
i) VEDAÇÃO AO 3º MANDADO SUBSEQUENTE 
ii) DESINCOMPATIBILIZAÇÃO 
iii) INELEGIBILIDADE REFLEXA 
VER SÚMULA VINCULANTE Nº 18. 
 
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- O CASO DO MILITAR – ART. 14, § 8º e A POSSIBILIDADE DE CANDIDATURA SEM PARTIDO. 
Curiosidade: agregação é a situação na qual o militar da ativa deixa de ocupar a vaga na escala 
hierárquica de seu Corpo, Quadro, Arma ou Serviço, nela permanecendo sem número (art. 80 
da Lei 6.880/80). 
OBS: a filiação partidária não é exigível para o militar da ativa que contar com mais de dez anos 
de serviço, cumprindo-lhe, tão-só, promover o registro da candidatura, a partir do qual será 
agregado. 
 
 PERDA E SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS 
As causas de perda e suspensão dos direitos políticos encerram o elenco das restrições 
impostas aos direitos políticos. São limitações excepcionais que anulam os próprios direitos 
políticos positivos, atingindo tanto a capacidade eleitoral ativa como a passiva. 
Distinguem-se perda e suspensão dos diretos políticos. 
PERDA – é privação definitiva e permanente (depende de uma providência para a reaquisição). 
SUSPENSÃO - é privação temporária (o mero decurso do tempo devolve). 
Perda e suspensão são privações da cidadania autorizadas pela Constituição. 
CASSAÇÃO – é privação abusiva, ao desamparo da CF, muito utilizada durante o regime de 
ditadura militar que assolou o país. Por isso mesmo é expressamente vedada pela CF. 
Segundo a intelecção do art. 15 da CF, é vedada a cassação dos direitos políticos, cuja perda e 
suspensão se dará nos casos de: 
I. Cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado. 
II. Incapacidade civil absoluta. 
III. Condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem os seus efeitos. 
IV. Recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos 
do art. 5º, VIII. 
V. Improbidade administrativa nos termos do art. 37, § 4º. A CF, todavia, não indica 
quais são os casos de perda e quais são os casos de suspensão. 
Nada obstante, convencionou a doutrina apontar como causas de perda, por consistirem e 
privação permanente e definitiva desse direitos as hipóteses do I e do IV (cancelamento de 
naturalização e recusa de cumprir obrigação a todos imposta). 
 As demais hipóteses são de simples suspensão, exatamente porque causam privação 
meramente provisória desses diretos. 
 
 
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8. DISPOSITIVOS LEGAIS RELACIONADOS 
 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL: 
- Arts. 14 a 16. 
 
9. SÚMULAS E JURISPRUDÊNCIAS SELECIONADAS 
STF: 
- Súmula Vinculante nº 18. 
TSE: 
- Res. n. 22.156 
 
10. QUESTÕES CORRELATAS 
 
I. (TRF5/JUIZ/2009) É vedado aos estrangeiros, ainda que naturalizados brasileiros, o 
alistamento como eleitores. 
 
II. (TRF5/JUIZ/2007) Os analfabetos, embora alistáveis, não possuem direitos políticos 
passivos, pois não podem concorrer a cargos eletivos. 
 
III. (DPE/PI/DEFENSOR/2009) Os casos de inelegibilidade absoluta implicam restrições 
específicas a certos tipos de cargos ou funções eletivas; assim, diferentemente das 
inelegibilidades relativas, reportam-se ao cargo ou pleito eleitoral, e não às 
características da pessoa. 
 
IV. (PGE/PB/PROCURADOR/2009) O Presidente da República, os governadores de 
estado e do DF e os prefeitos que concorram a outros cargos eletivos, tais como 
senador ou deputado, devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses 
antes

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