Buscar

Relacionamentos amorosos como espelho

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

TÍTULO DA METODOLOGIA ESPECÍFICA
SEMANA 5
CLASSIFICAÇÃO DO MÉTODO
CASO CONCRETO
DESCRIÇÃO
ENTREVISTA
A relação afetiva é o grande espelho que reflete quem somos, diz Jorge Bucay
Terapeuta de casal Jorge Bucay afirma que, em um relacionamento, o comportamento do seu parceiro deve servir de espelho para 
facilitar o seu autoconhecimento
Raphaela de Campos Mello
Segundo Jorge Bucay, é impossível um relacionamento ser totalmente bom ou ruim
Sem dúvida, ter um relacionamento duradouro é uma tarefa que produz suor, lágrimas, doses altíssimas de prazer e aulas avançadas de 
autoconhecimento. Afinal, o outro é um espelho que, de tão sincero, nos desmascara sem dó. Essa é a mensagem que o psiquiatra e 
psicoterapeuta argentino Jorge Bucay vem transmitindo há décadas aos casais que estão passando por crise.
Segundo o terapeuta de casal, autor do romance, Amar de Olhos Abertos (ed. Sextante, escrito em parceria com a psicóloga argentina 
Silvia Salinas), o relacionamento amoroso tem um grande poder: o de nos servir de espelho (sem o qual continuaríamos cegas sobre 
como realmente somos) e também de alavanca (para nos tornarmos quem verdadeiramente somos). "Não considero que a medida do 
amor seja o quanto estou disposto a me sacrificar por alguém, e sim o quanto estou disposto a desenvolver minha autonomia?, diz 
Bucay. Confira a entrevista:
Por que os relacionamentos amorosos são fonte de tanto prazer e sofrimento ao mesmo tempo?
Nada no mundo é totalmente bom ou ruim. Se quisermos desfrutar os prazeres proporcionados por um relacionamento, teremos de 
pagar o preço cobrado pelos momentos dolorosos. Eles são necessários porque nos mostram que nosso par não é exatamente como 
gostaríamos que fosse, e vice-versa. Acontece que, quando nos apaixonamos, acreditamos que o ser amado corresponda exatamente 
aos nossos ideais. Mas, com o tempo, abrimos os olhos, inevitavelmente, e descobrimos que o parceiro não é como o imaginávamos. Ele 
é o que é. Então, nós nos frustramos a cada vez que ele não age da maneira desejada. Isso dói. Os desencontros do dia a dia também nos 
machucam. Um quer dormir enquanto o outro quer ver TV. Um quer fazer amor, o outro quer dormir. E assim por diante. Essas 
pequenas decepções nos mostram que somos seres individuais, o que não nos torna bons ou maus, apenas reais.
No livro, você afirma que a relação afetiva é o grande espelho que reflete quem somos, nossas qualidades e defeitos. Como se dá esse 
jogo?
Quando os parceiros se conhecem, criam vários objetivos: desfrutar a companhia do ser amado, passar cada vez mais tempo juntos, 
construir uma família, compartilhar projetos. No entanto, há um objetivo que permanece, na maioria das vezes, inconsciente: que o meu 
companheiro facilite meu autoconhecimento. Não posso ver a mim mesmo. Para isso, preciso de um espelho. Ao longo da vida, 
encontramos vários pelo caminho: a família, os amigos e, sobretudo, o ser amado. Aprendemos muito quando vivenciamos uma relação 
amorosa, pois temos diante de nós alguém que nos vê. Assim, podemos nos conhecer e nos aprimorar.
Quando sentimos raiva, por que é mais fácil acusar a pessoa amada, responsabilizá-la por nossa insatisfação, em vez de buscar o 
diálogo?
Ao apontarmos o dedo para alguém, outros três dedos se voltam em nossa direção. Se determinado defeito nos incomoda em uma 
pessoa, é porque também o possuímos. Como não admitimos isso, é mais fácil apontá-lo fora, e não em nós mesmos. As características 
que não temos não nos perturbam quando aparecem no parceiro. Só nos causa aborrecimento o que revela uma parte renegada de 
nosso ser.
A rotina é mesmo a grande inimiga do casamento?
Disciplina: CCJ0106 - PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO
Relatório - Metodologia Específica
 
15/08/2014 15:36
Página: 1/3
Há, na verdade, um monstro de sete cabeças que ameaça os relacionamentos. A primeira cabeça é a ideia de que eu não posso viver sem 
estar enamorado; a segunda, a competição com o par; a terceira, a falta de projetos comuns; a quarta, problemas com a família do 
cônjuge; a quinta, a incompatibilidade de gostos; a sexta, antagonismo nas linhas ideológicas básicas; e a sétima, a rotina. Com 
criatividade e desejo, é possível driblá-la. O que é melhor? Trocar o marido ou mudar o dia, o local e o horário de fazer amor?
Não saber mais onde termina o eu e onde começa o nós é inevitável numa vivência amorosa?
Essa noção vem do mito de que duas pessoas são metades que, juntas, compõem uma maravilhosa e incrível unidade. Eu, 
particularmente, prefiro ser inteiro e ter a meu lado alguém igualmente inteiro, para, assim, enriquecermos a vida a dois. Não podemos 
descuidar esse ponto e deixar de ser quem somos. Afinal, a maior riqueza de conviver é a possibilidade de abrir espaço para que ambos 
possam ser quem são. Muitas pessoas, infelizmente, acreditam que, para estar junto de alguém, precisam renunciar a si mesmos. Não 
considero que a medida do amor seja o quanto estou disposto a me sacrificar por alguém, e sim o quanto estou disposto a desenvolver 
minha autonomia. Não creio que a base da relação seja o quanto deixo de ser eu, e sim o quanto consigo ser eu mesmo quando estou ao 
lado de quem amo. A equação ideal seria: você está para mim, eu estou para você, e nós dois estamos para os outros. O problema é 
quando pensamos: eu estou para mim, você tem de estar para mim, e todos os outros também. No avião, vindo para cá, observei a 
aeromoça dar instruções para o caso de um acidente. Ela disse que deveríamos colocar a máscara de oxigênio primeiro em nós e depois 
na pessoa ao lado, pois só assim teríamos condições de ajudá-la. O mesmo se aplica ao amor. Não acredito que, para estar com alguém, 
seja necessário deixar de pensar em si mesmo.
Colocar tudo de lado para que o parceiro vire o centro de nosso universo é preocupante?
Essa é a manifestação da paixão. Fugaz, por natureza. O amor não é assim. Não há com o que se preocupar. É só uma fase. Precisamos 
ser complacentes com os amigos que estão vivendo esse momento de êxtase e, por isso, acabam se distanciando. É um período 
maravilhoso, mas não podemos ficar assim eternamente. Do contrário, não faríamos mais nada na vida, não trabalharíamos, não 
cultivaríamos as amizades. Passada essa onda, ou o sentimento se transforma ou acaba.
Um relacionamento considerado enriquecedor costuma apresentar quais características?
Uma relação saudável possui três pontos de apoio: o amor, a atração e a confiança. Eles são tão importantes que funcionam como uma 
mesa sobre a qual repousam os projetos comuns, o tempo compartilhado, a casa, os filhos, a família. Se existir ou não um quarto ponto 
de sustentação, não fará diferença. Agora, se um dos três sair de cena, não haverá a parceria; talvez, o matrimônio, mas não a parceria.
Como avaliar se vale a pena seguir em frente ou se é hora de terminar?
Não há uma regra fixa. Alguns dizem que o ideal é terminar a relação um pouco antes do recomendado. O que acontece quase sempre é 
a percepção de que existe um problema pessoal. O outro não serve para mim. Essa não é a verdade. O problema não está em um dos 
cônjuges, mas no tipo de vínculo estabelecido entre eles. Muitas pessoas se separam e repetem com o parceiro seguinte a história 
nefasta que viveram no passado. Acredito que os casais não devam se separar enquanto não tiverem esgotado todos os recursos 
disponíveis, e um deles é procurar um terapeuta especializado. É bom ressaltar que esse tipo de profissional não representa a promessa 
da reconciliação. Às vezes, ele só ajuda a mediar a separação.
Quais são os aspectos frágeis das relações contemporâneas?
Os pares discutem por muitas coisas e os temas diferem de acordo com a época e a cultura de cada país. No entanto, identifico algumas 
recorrências: as pessoas se desentendem por causa da criação dos filhos, da relação com a família dele ou dela, por problemas 
financeiros,por disputa de poder e pelo direito de ter liberdade. Sempre que me trazem essas queixas, penso no que está se passando 
entre o casal, e não fora.
A independência das mulheres ainda ameaça os homens?
Para mim, é uma condição básica ter uma mulher independente a meu lado. Estou convencido de que não é possível amar se não formos 
livres. No entanto, sei que há ainda muitos homens machistas no mundo. Homens e mulheres não são iguais. Somos diferentes, mas 
complementares. Todas as disputas entre os sexos são tristes, sobretudo a disputa pela liberdade. Alguns homens ainda dizem: "Eu sou 
capaz e você não é. Eu posso e você não pode". Isso é mentira. Nós homens somos muito mais dependentes do que as mulheres, 
principalmente no que diz respeito a assuntos de ordem prática. Um homem se separa e, três meses depois, está vivendo com uma nova 
companheira. Já a mulher permanece só, aprende a fazer consertos domésticos, a se virar sozinha e, em pouco tempo, está pensando: 
"Para que preciso de um homem nesta casa?"
Escolha um tema desenvolvido pelo entrevistado e faça uma análise a luz do Direito Contemporâneo.
Disponível em http://casa.abril.com.br/materia/a-relacao-afetiva-e-o-grande-espelho-que-reflete-quem-somos-diz-jorge-bucay
Acesso em 2 junho de 2013
Questão
Relatório - Metodologia Específica
 
15/08/2014 15:36
Página: 2/3
No Brasil um dos principais modelos, que influenciam até hoje os comportamentos familiares é da Família Patriarcal. Sobre este modelo, 
marque abaixo as afirmativas verdadeiras (V) e as falsas (F) :
( )Tem referência com o modelo senhorial e os clãs parentais.
( ) Foi responsável pela igualdade entre gêneros.
( ) É um conceito de família que abriga em seu seio todos os agregados. 
( )É um modelo de família tradicionalmente com poucos membros.
( ) Não tem relação nenhuma com o período escravagista.
DESENVOLVIMENTO
Relatório - Metodologia Específica
 
15/08/2014 15:36
Página: 3/3

Continue navegando