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3. O Objeto do Direito 
3.1 Bens e Coisas: bem é tudo aquilo que, de algum modo, nos traz satisfação. 
Juridicamente, bem é o que pode servir como objeto de relações jurídicas. Os bens 
jurídicos podem ser dotados, ou não, de economicidade, bem como podem ter 
existência material ou não. Bem é o gênero, do qual a coisa é espécie. Coisa é todo 
objeto material suscetível de valor, enquanto bem é abstrato, é imaterial. 
3.2. Classificação: 
3.2.1. Bens corpóreos e incorpóreos: corpóreos são os bens que têm existência 
material, perceptível pelos sentidos. Incorpóreos são os bens que não têm existência 
materializável, são abstratos, de visualização ideal. 
3.2.2. Bens móveis e imóveis: bens imóveis são aqueles que não se podem transportar 
de um lugar para outro sem destruição. Art. 79. 
Imóveis por sua natureza: solo, superfície, subsolo e espaço aéreo. 
Imóveis por acessão artificial, física ou industrial: tudo o que o homem incorporar 
permanentemente ao solo. 
Imóveis por acessão natural: árvores e frutos, acessórios naturais. 
Imóveis por disposição legal: art. 80. Os direitos reais sobre imóveis e as ações que os 
asseguram e o direito à sucessão aberta. 
Não perdem o caráter de imóveis, dada a provisoriedade da separação, as edificações 
que, separadas do solo, conservarem sua unidade, sendo removidas para outro local e 
os materiais provisoriamente separados de um prédio para nele se reempregarem 
Móveis são os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, 
sem alteração da substância ou da destinação econômico-social. 
Móveis pela própria natureza: bens que se deslocam de um lugar para o outro sem 
perder sua substância, em razão de sua própria estrutura. 
Móveis por disposição legal: art. 83. As energias que tenham valor econômico, os 
direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes, os direitos pessoais de 
caráter patrimonial e respectivas ações. 
Móveis por antecipação: são os bens que, embora pela sua natureza sejam imóveis, 
foram mobilizados pela vontade humana, em face de sua função econômica. 
São considerados imóveis os materiais destinados a uma construção enquanto não 
utilizados (porta, janela, grade) e os decorrentes de uma demolição de prédio. 
3.2.3. Bens fungíveis e infungíveis: fungível é o bem suscetível de substituição por 
outro de mesma espécie, qualidade e quantidade, determinados por número, peso ou 
medidas. 
Infungíveis são os bens insuscetíveis de substituição por outro de igual qualidade, 
quantidade e espécie. 
3.2.4. Bens consumíveis e inconsumíveis: consumíveis são os bens móveis cujo uso 
importa destruição imediata da própria substância. Inconsumíveis são os bens que 
admitem uso constante, possibilitando que se retirem todas as suas utilidades sem 
atingir sua integridade. Admite-se, ainda, seja considerada consumível uma coisa por 
estar destinada à alienação. 
3.2.5. Bens divisíveis e indivisíveis: divisíveis são os bens possíveis de fracionamento 
em partes homogêneas e distintas, sem alteração das qualidades essenciais do todo, 
sem desvalorização, sem prejuízo do uso a que se destinam, formando um todo perfeito. 
Indivisíveis são os bens que não se podem fracionar sem alteração da substância ou 
diminuição considerável do valor. 
Indivisibilidade por natureza: a impossibilidade do fracionamento decorre da própria 
substância do bem. 
Indivisibilidade por determinação legal: o art. 1386 estabelece que as servidões 
prediais são indivisíveis em relação ao prédio serviente. O imóvel rural é insuscetível 
de divisão em frações de dimensão inferior a um módulo rural (estatuto da terra). 
Indivisibilidade por vontade das partes: as partes acordam a indivisibilidade, embora a 
coisa seja, por sua natureza, divisível. 
3.2.6. Bens singulares e coletivos: são singulares as coisas que, embora reunidas, 
devem ser consideradas individualmente, independentemente das demais. Coletivos ou 
universais são os bens agregados a um conjunto, constituídos por várias coisas 
singulares, passando a formar um todo único, possuidor de individualidade própria, 
distinta de seus componentes. Universalidade de fato: conjunto de bens singulares, 
corpóreos e homogêneos ligados pela vontade humana para a consecução de um fim. E 
universalidade de direito: bens singulares corpóreos ou incorpóreos a que o direito dá 
unidade. 
3.2.7. Bens principais e acessórios: principal é o bem que tem existência própria, que 
existe por si, exercendo sua função e finalidade independendo de outro, como o solo e o 
crédito. Acessório é o bem que não tem existência própria, dependendo de um outro 
bem, que é o principal. O acessório segue o bem principal, em regra, o pertence ao 
proprietário do bem principal. 
Pertenças: são os bens que, não constituindo partes integrantes, destinam-se, de modo 
duradouro, ao uso, ao serviço ou aformoseamento de outro. Não são bens acessórios, 
portanto, não seguem a sorte do principal. 
Os bens acessórios dividem-se em: a) frutos: são as utilidades produzidas com 
periodicidade pela coisa principal, cuja percepção mantém intacta a substância do 
bem. Podem ser civis, naturais ou industriais. Podem ser pendentes, percebidos ou 
colhidos, estantes, percipiendos, consumidos. b) produtos: são as utilidades que podem 
ser retiradas da coisa alterando sua substância, diminuindo a quantidade e levando até 
o esgotamento de seu conteúdo. c) rendimentos: são os frutos civis, as prestações 
periódicas em dinheiro, decorrentes da concessão do uso e gozo. d) benfeitorias: 
constituem-se em despesas e obras realizadas em determinada coisa para a sua 
conservação, melhoramento ou para simples deleite, embelezamento. 
Espécies de benfeitorias: i) voluptuárias: ou suntuárias, são destinadas a tornar a coisa 
mais formosa, bela, servindo para mero deleite. Não aumentam, nem melhoram o uso 
habitual, apenas servindo para o seu embelezamento ou deleite.; ii) úteis: aumentam ou 
facilitam o uso da coisa, dando maior conforto ao usuário.; iii) necessárias: 
indispensáveis à conservação da coisa, evitando deterioração ou destruição. 
3.2.7. Bens públicos e privados: bens públicos são aqueles cujo titular é uma pessoa 
jurídica de direito público. Eles podem ser: a) de uso comum: admitem utilização por 
qualquer pessoa, indiscriminadamente, a título gratuito ou oneroso; b) de uso especial: 
são os bens utilizados pelo próprio poder público para instalações dos serviços 
públicos; c) dominiais ou dominicais: são os bens que integram o patrimônio disponível 
estatal, como objeto do direito pessoal ou real das pessoas jurídicas de direito público. 
Bens privados são aqueles que não pertencem ao domínio público. 
3.2.8. Bens do comércio e fora do comércio: bens fora do comércio são aqueles que 
não podem ser transferidos de um patrimônio para outro, os que são insuscetíveis de 
apropriação. Assim, bens do comércio são aqueles que podem ser alienados. 
3.3. O bem de família: é forma de afetação de bens a um destino especial, qual seja, 
assegurar a dignidade humana dos componentes do núcleo familiar. 
Ele depende de ato voluntário do titular, por escritura pública, testamento ou doação; 
gera inalienabilidade e impenhorabilidade; refere-se ao bem imóvel onde a família está 
residindo; tem duração limitada à vida dos instituidores ou até a maioridade civil dos 
filhos (art. 1716). O valor do patrimônio destacado não pode ultrapassar 1/3 do 
patrimônio líquido existente ao tempo da instituição. Ele deve ser instituído mediante 
testamento ou escritura pública, constituindo-se pelo registro de seu título no Cartório 
de Imóveis (art. 1714). 
O código autoriza que a proteção abranja valores mobiliários (ações, debêntures,obrigações, títulos negociáveis), cuja renda venha a ser aplicada na conservação do 
imóvel e no sustento da família, desde que não excedentes ao valor do próprio prédio 
instituído, à época de sua instituição (arts. 1712 e 1713). A dissolução da entidade 
familiar não extingue o bem de família (art. 1721).

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