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Prof. Me. Adem Nagibe dos Santos Geber Filho • O desenvolvimento começa com a fertilização, processo pelo qual o gameta masculino, o espermatozoide, e o gameta feminino, o oócito, se unem, dando origem ao zigoto; • Os gametas são derivados das células germinativas primordiais (CGPs), formadas durante a segunda semana, movem-se pela estria primitiva durante a gastrulação e migram para a parede da vesícula vitelínica; • Na quarta semana, essas células começam a migrar da vesícula vitelínica em direção às gônadas em desenvolvimento, onde chegam até o final da quinta semana; • As divisões mitóticas aumentam em número no decorrer da migração e também quando alcançam a região da futura gônada; Introdução Introdução Em uma preparação para a fertilização, as células germinativas sofrem gametogênese, que inclui a meiose, para reduzir seu número de cromossomos, e citodiferenciação, para completar sua maturação. Mudanças morfológicas durante a maturação dos gametas • Oogênese - é o processo pelo qual a oogônia se diferencia em oócitos maduros. • A maturação dos oócitos começa antes do nascimento: • Uma vez que as CGPs cheguem à gônada de um embrião geneticamente feminino, elas se diferenciam em oogônias; • Essas células sofrem inúmeras divisões mitóticas e, ao final do terceiro mês, estão dispostas em grupos cercados por uma camada de células epiteliais achatadas; • Enquanto todas as oogônias de cada grupo são provavelmente derivadas de uma única célula, as células epiteliais achatadas, conhecidas como células foliculares, originam-se do epitélio superficial que recobre o ovário; • A maioria das oogônias continua a se dividir por mitose, mas algumas param suas divisões mitóticas na prófase da meiose I e formam oócitos primários. A maioria das oogônias continua a se dividir por mitose, mas algumas param suas divisões mitóticas na prófase da meiose I e formam oócitos primários. (Nos meses seguintes, as oogônias aumentam rapidamente em número e, ao final do quinto mês de desenvolvimento pré-natal, o número total de células germinativas no ovário alcança seu máximo, estimado em 7 milhões. Morte celular começa e muitas oogônias, assim como oócitos primários, degeneram e tornam- se atrésicos. Até o sétimo mês, a maioria das oogônias já degenerou, exceto por algumas próximas à superfície da gônada. Todos os oócitos primários sobreviventes já entraram na prófase da meiose I, sendo a maioria deles circundados por uma camada de células epiteliais foliculares achatadas; Um oócito primário, junto com suas células epiteliais achatadas circunjacentes, é conhecido como folículo primordial Mudanças morfológicas durante a maturação dos gametas • A maturação dos oócitos continua na puberdade - os oócitos primários permanecem parados na prófase e não terminam sua primeira divisão meiótica antes de a puberdade ser alcançada; • Esse estado é produzido pelo inibidor de maturação do oócito (IMO), um pequeno peptídio secretado pelas células foliculares; • Estima-se que a quantidade total de oócitos primários no nascimento varie entre 600 e 800 mil; • Durante a infância, a maioria dos oócitos se torna atrésica; apenas cerca de 40 mil estão presentes no início da puberdade e menos de 500 serão ovulados; Mudanças morfológicas durante a maturação dos gametas • Alguns oócitos que alcançam a maturidade mais tarde durante a vida estiveram dormentes no estágio diplóteno da primeira divisão meiótica por 40 anos ou mais antes da ovulação; • Não se sabe se o estágio diplóteno é a fase mais adequada para proteger o oócito contra as influências ambientais; • O fato de que o risco de ter crianças com anomalias cromossômicas aumenta de acordo com a idade materna sugere que os oócitos primários são vulneráveis à lesão conforme envelhecem. Mudanças morfológicas durante a maturação dos gametas • Na puberdade, um conjunto de folículos em crescimento se estabelece e é mantido continuamente a partir da reserva. • A cada mês, de 15 a 20 folículos dessa reserva começam a maturar. Alguns morrem, enquanto outros começam a acumular líquido em um espaço chamado de antro, entrando, assim, no estágio antral ou vesicular. Mudanças morfológicas durante a maturação dos gametas • O líquido começa a se acumular de maneira que, imediatamente antes da ovulação, os folículos estão bem inchados e são chamados de folículos vesiculares maduros ou folículos de De Graaf; • O estágio antral é o mais longo, enquanto o estágio vesicular maduro dura aproximadamente 37 horas antes da ovulação. Mudanças morfológicas durante a maturação dos gametas • À medida que os folículos primordiais começam a crescer, as células foliculares circunjacentes passam de achatadas a cuboides e proliferam-se para produzir um epitélio estratificado de células granulosas; • Além disso, as células granulosas e o oócito secretam uma camada de glicoproteínas na superfície do oócito, formando a zona pelúcida; • Conforme o folículo continua a crescer, as células da teca folicular se organizam em uma camada interna de células secretórias, a teca interna, e em uma cápsula fibrosa externa, a teca externa; • Pequenos prolongamentos digitiformes das células foliculares se estendem pela zona pelúcida e se interdigitam com as microvilosidades da membrana plasmática do oócito. Esses prolongamentos são importantes para o transporte de materiais das células foliculares para o oócito. Ciclo ovariano • Na puberdade, a mulher começa a ter ciclos mensais regulares; • Esses ciclos sexuais são controlados pelo hipotálamo. O hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH, do inglês gonadotropin-releasing hormone), produzido pelo hipotálamo, age nas células do lobo anterior da adenohipófise, que, por sua vez, secreta gonadotrofinas. • Esses hormônios, o hormônio foliculoestimulante (FSH, do inglês follicule-stimulating hormone) e o hormônio luteinizante (LH, do inglês luteinizing hormone), estimulam as alterações cíclicas dos ovários; • Um grupo de até 20 folículos primordiais é ativado para iniciar o processo de maturação folicular. Em geral, apenas um folículo atinge seu desenvolvimento pleno e sofre ovulação Ciclo ovariano • A partir da puberdade, a hipófise começa a liberar para a corrente sanguínea o hormônio folículo estimulante (FSH), cujo alvo, são os folículos ovarianos; • esses folículos primordiais contêm um ovócito em prófase suspensa, envolvido por uma camada de células foliculares achatadas • As células foliculares tornam-se cúbicas multiplicam-se, e o ovócito começa a sintetizar um material de natureza glicoprotéica, a zona pelúcida, que se interpõe entre eles, originando o folículo primário. Surgem em torno das células foliculares pequenos espaços preenchidos por fluido que pouco a pouco se juntam para formar uma cavidade única contendo fluido folicular, o antro folicular. Este processo desloca o ovócito primário, envolvido pela zona pelúcida e por algumas células foliculares (células da corona radiata), para um dos seus pólos, o cumulus oophorus. Com a formação do antro folicular, o folículo passa a ser conhecido como folículo secundário, que ainda contém um ovócito em prófase suspensa. Ciclo ovariano • Os altos níveis de estrogênio secretados pelos folículos inibem a liberação de FSH pelo eixo hipotálamo-hipofisário, que, por sua vez, começa a secretar o hormônio luteinizante (LH); • Este hormônio atua sobre os folículos secundários, estimulando um deles (em geral, o mais desenvolvido e responsivo ao hormônio) a completar a primeira divisão meiótica, iniciar a segunda e estacionar na metáfase; • O término da primeira divisão meiótica origina o oócito secundário e o primeiro corpúsculo polar; • Como a divisão é desigual, o oócito recebe quase todo o citoplasma, sendo, portanto, uma célula grande, e o corpúsculopolar recebe pouco citoplasma, tornando-se uma célula muito pequena e que irá, depois da formação do segundo corpúsculo polar, degenerar. Oocitação • Nos dias que precedem imediatamente a oocitação sob a influência do FSH e do LH, o folículo antral cresce rapidamente até um diâmetro de 25 mm, para se tornar um folículo maduro (folículo de De Graaf); • Concomitantemente com o desenvolvimento final do folículo antral, ocorre elevação abrupta do LH, que faz com que o oócito primário complete a meiose I e o folículo entre no estágio maduro pré-ovulatório; • Aproximadamente 3 horas antes da oocitação, a meiose II se inicia, mas o oócito fica parado na metáfase. Nesse período, a superfície do ovário começa a apresentar uma protusão localizada no ápice, aparece um ponto avascularizado, o estigma. Oocitação • A alta concentração de LH aumenta a atividade da colagenase no ovário, resultando na digestão das fibras colágenas que cercam o folículo; • Os níveis de prostaglandina também aumentam em resposta à onda de LH e causam contrações musculares locais na parede ovariana; • Essas concentrações extruem o oócito, que, junto com suas células granulosas circunjacentes da região do cúmulo oóforo, se solta (oocitação) e flutua para fora do ovário; • Algumas das células do cúmulo oóforo se rearranjam ao redor da zona pelúcida para formar a coroa radiada. Um ciclo menstrual padrão (28 dias), a ovulação ocorrerá aproximadamente no 14º dia do ciclo. Corpo lúteo • Após a oocitação, as células granulosas que permanecem na parede do folículo roto junto com as células da teca interna são vascularizadas pelos vasos circunjacentes; • Sob a influência do LH, essas células desenvolvem um pigmento amarelado e se tornam as células luteínicas, que formam o corpo lúteo e secretam estrógenos e progesterona; • A progesterona, junto com alguns estrógenos, faz com que a mucosa uterina entre no estágio progestacional ou secretor, preparando-se para a implantação do embrião. Corpo albicans • Se a fertilização não ocorrer, o corpo lúteo alcança o máximo de desenvolvimento aproximadamente 9 dias após a oocitação; • O corpo lúteo encolhe por causa da degeneração das células lúteas (luteólise) e forma uma massa de tecido cicatricial fibrótico, o corpo albicans; • Simultaneamente, a produção de progesterona diminui, causando o sangramento menstrual; • Se o oócito for fertilizado, a degeneração do corpo lúteo é evitada pela gonadotrofina coriônica humana, um hormônio secretado pelo sinciciotrofoblasto do embrião em desenvolvimento. Ciclo uterino • Este ciclo é, em média, de 28 dias: • A primeira fase do ciclo, fase menstrual, se inicia no primeiro dia da menstruação, com a descamação e perda de parte do endométrio; • Quatro a cinco dias e consiste em sangue que extravasa de vasos rompidos e em pedaços de tecido endometrial. • A fase seguinte é a fase proliferativa ou estrogênica, que dura aproximadamente nove dias. • Por estímulo dos estrógenos produzidos pelos folículos ovarianos em maturação, toda a camada funcional do endométrio (menstruação) é regenerada a partir da camada mais profunda do endométrio (camada basal), que foi preservada e que contém o fundo das glândulas endometriais. • A fase secretora ou progestacional dura cerca de treze dias e coincide com a formação do corpo lúteo. Nessa fase, principalmente por estímulo da progesterona, o endométrio se espessa e as glândulas endometriais são estimuladas a secretar um material rico em glicogênio, que irá nutrir o concepto durante as primeiras fases do desenvolvimento, caso ocorra a fecundação. • A última fase, fase isquêmica, dura de um a dois dias e resulta da queda nos níveis de estrógeno e progesterona provocada pela regressão do corpo lúteo; • Em resposta a esta interrupção hormonal, as glândulas uterinas param de secretar e as artérias uterinas espiraladas começam a sofrer constricções (contrações) por períodos cada vez mais longos; • Essas mudanças vasculares interrompem o fluxo sanguíneo local, provocando isquemia e ruptura dos vasos, o que leva à perda e ao extravasamento de sangue para a cavidade uterina, juntamente com o tecido endometrial. Mudanças morfológicas durante a maturação dos gametas • Espermatogênse - O processo pelo qual as células germinativas primitivas masculinas, as espermatogônias, se transformam em células germinativas maduras, os espermatozoides; • No nascimento, as células germinativas no menino podem ser reconhecidas nos cordões seminíferos dos testículos como células grandes, esbranquiçadas, cercadas por células de suporte. Células de Sertoli sustentam e protegem as células germinativas, participam de sua nutrição e ajudam na liberação de espermatozoides maduros citocinese é incompleta, de modo que gerações sucessivas de células são unidas por pontes citoplasmáticas. Assim, a progênie de uma única espermatogônia do tipo A forma um clone de células germinativas que mantêm contato ao longo da diferenciação. Continuação... • A espermatogênese é regulada pela produção de LH pela glândula hipófise; • O LH se liga a receptores nas células de Leydig e estimula a produção de testosterona, que, por sua vez, se liga às células de Sertoli para promover a espermatogênese; • O hormônio foliculoestimulante (FSH, do inglês follicle-stimulating hormone) também é essencial, porque sua ligação às células de Sertoli estimula a produção de líquido testicular e a síntese de proteínas intracelulares receptoras de andrógenos. O LH estimula as células de Leydig a produzirem testosterona (hormônio sexual masculino); FSH estimula as células de Sertoli a produzirem uma proteína de ligação a andrógenos, ABP (androgen binding protein), que se liga à testosterona nos túbulos seminíferos, estabilizando-a e, consequentemente, mantendo-a em níveis adequados para que ocorra a espermatogênese normal; Os espermatozóides produzidos são conduzidos por uma série de túbulos intratesticulares até o epidídimo, onde são armazenados e adquirem movimentos próprios. Espermiogênese A série de alterações que resulta na transformação de espermátides em espermatozoides • (1) a formação do acrossomo, que cobre metade de toda a superfície nuclear e contém as enzimas que auxiliam na penetração do ovócito e suas camadas circunjacentes durante a fertilização • (2) a condensação do núcleo; • (3) a formação do colo, da porção média e da cauda; • (4) a perda da maior parte do citoplasma e dos corpúsculos residuais que são fagocitados pelas células de Sertoli. • Em seres humanos, o tempo necessário para a espermatogônia se desenvolver em um espermatozoide maduro é de aproximadamente 74 dias, e cerca de 300 milhões de espermatozoides são produzidos diariamente. • Quando estão completamente formados, os espermatozoides entram no lúmen do túbulo seminífero. A partir daí, são empurrados em direção ao epidídimo pela contração da parede dos túbulos seminíferos. Embora inicialmente sejam apenas levemente móveis, no epidídimo, já exibem a mobilidade plena. Resumindo.. • Após a puberdade, por estímulos hormonais, as espermatogônias começam a se multiplicar; • Após várias divisões mitóticas, algumas delas crescem e se transformam em espermatócitos primários, que entram na primeira divisão meiótica, originando, cada um deles, dois espermatócitos secundários; • Estes espermatócitos secundários passam por uma segunda divisão meiótica originando quatro espermátides; • Por um processo de diferenciação denominado espermiogênese, as espermátides, células de pequeno tamanho e de formato arredondado, se transformam em espermatozóides e caem na luz dos túbulos seminíferos. Correlações clínicas: • Os espermatozoides anômalos são vistos frequentemente, e até 10% de todos osespermatozoides têm defeitos observáveis. A cabeça ou a cauda pode ser anômala, o espermatozoide pode ser gigante ou anão, e, algumas vezes, eles estão unidos. Os espermatozoides com anomalias morfológicas não têm motilidade normal e provavelmente não fertilizam oócitos.
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