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Marcos históricos da inclusão escolar

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Índice 
Resumo
Actualmente vivenciamos um momento em que mundialmente se fala na inclusão escolar de alunos com necessidades educativas especiais, na rede regular de ensino. A lei é explícita, quanto à obrigatoriedade em acolher e matricular todos os alunos, independente de suas necessidades ou diferenças. Entretanto, não é suficiente apenas esse acolhimento, mas que o aluno com necessidades educacionais especiais tenha condições efectivas de aprendizagem e desenvolvimento de suas potencialidades. Sendo assim, buscou-se no presente estudo discutir sobre o processo de inclusão enfocando quatro momentos: primeiro um breve percurso histórico mostrando os diferentes tipos de inclusão; em seguida, uma breve reflexão sobre a terminologia “necessidades educacionais especiais”; focamos, também, a função da escola e o papel do professor no processo de inclusão. 
Palavras-chave: Educação Regular, Necessidades Educativas Especiais, Inclusão Escolar. 
1.Introdução
 Durante muitos séculos, as crianças diferentes foram pouco estimadas ou até desprezadas pelas sociedades. A inclusão de alunos com Necessidades Educativas Especiais nas classes regulares do nosso sistema educativo actual resulta de um amplo debate sobre necessidade de se construir uma Escola aberta para todos os alunos, independentemente da sua diferença, sexo, raça ou etnia (Madureira e Leite, 2003). O conceito das NEE engloba todas as crianças que, ao longo do seu percurso escolar, apresentem dificuldades de aprendizagem permanentes ou temporárias, exigindo apoios e recursos educativos especializados em contexto escolar (Warnok Report, 1978).
Neste trabalho iremos abordar a evolução da educação especial a nível mundial e de que forma o nosso sistema educativo actual responde aos nossos alunos com necessidades educativas especiais, em particular os alunos com perturbações do espectro do autismo desde a Declaração Universal dos Direitos Humanos ate a Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais.
1.1.Objectivos
1.1.1.Objectivo Geral
Compreender a centralidade dos direitos humanos e o espírito de inclusão na definição dessas finalidades;
1.1.2.Objectivos Específicos
Conhecer os marcos históricos que levaram á inclusão escolar;
Compreender a dinâmica da escola inclusiva;
Definir práticas de inclusão e de sucesso para todos.
2.Marcos históricos da inclusão escolar
A educação passou por vários momentos da sua evolução, desde antiguidade teve vários desafios. Sendo assim falaremos aqui por cinco (5) grandes momentos da inclusão escolar dos alunos.
Marcos históricos da educação inclusiva - são textos, leis, conferências mundiais, declarações mundiais que mudaram o rumo da educação no sentido da inclusão. Esses documentos, foram produzidos por países desenvolvidos com capacidades de influenciar outros através de organizações mundiais com o poder de comprometer todos países no cumprimento de orientações e programas definidos e aceites por todos. São 5 marcos históricos da inclusão escolar a saber:
Declaração Universal dos Direitos Humanos;
Lei 94-142 de Educação de todas crianças com NEE;
O relatório Warnock;
Conferência Mundial sobre educação para todos; e
Conferencia Mundial sobre NEE
A inclusão de crianças nas escolas foi através de um luta onde os Estados Unidos da América e Reino Unido foram os pioneiros, nas organizações internacionais a Unesco assumiu a sua bandeira não só assim como a Unicef na sua luta pela educação de crianças de todo mundo e muitas outras organizações.
Inclusão - foi através da exclusão que surgiu o termo inclusão para combater o flagelo da exclusão, quer na sua dimensão social quer escolar. Na educação existem duas dimensões diferentes: a educação conotada ou seja edução para todos e outra a educação especial dedicada a todas crianças deficientes e diferentes. Esta distinção nos ajuda a entender os textos fundamentais dos marcos históricos. Hoje em dia, a exclusão escolar em sentido geral tem como causas determinantes, a crise económica que limita as capacidades de escolarização e o modelo de escola inspirado no paradigma de exclusão.
No sentido mais especifico as causas principais da educação especial residem nos preconceitos relacionados com as pessoas deficientes ou com incapacidades funcionais.
2.1.Primeiro marco histórico 
1948- Declaração Universal dos Direitos Humanos
O interesse pela inclusão escolar inicia com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada pela Assembleia das Nações Unidas em 10 de Dezembro de 1948. Nesta declaração, definem-se os princípios para regular a vida em sociedades, mas para tal, é através do ensino e da educação que devem chegar a todos os destinatários. O sentido inclusão ganha valor quando estes princípios devem ser para todos sem excepção ou seja para todo cidadão.
Neste âmbito a Assembleia Geral proclama a Declaração Universal dos Direitos Humanos como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e nações com objectivo de que cada indivíduo tendo sempre esta declaração, se esforce, através de ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades. Nesta declaração, o artigo XXVI, indica-nos que:
A educação é para todos, ou seja, todo o indivíduo tem direito a instrução, independentemente de seu estado, será gratuita, ou seja de carácter obrigatória;
A instrução ira promover a compreensão, tolerância, liberdade e amizade entre todas as nações e grupos raciais ou religiosos. 
Os pais têm a prioridade de escolha de tipo de instrução que será ministrada aos seus filhos.
De acordo com este documento (DUDH), entendemos que para manter a dignidade de uma sociedade são necessários os seguintes elementos: paz, liberdade e a justiça; não só, a escola deve ser obrigatória para todos cidadãos, em todo mundo.
Hoje em dia, a escola esta demasiadamente concentrada em transmitir conhecimentos, desviando se do objectivo principal da educação que é formar cidadãos livres, autónomos e capazes de construir um mundo melhor. Neste processo o conhecimento é um meio importante, mas não o são menos os valores que hão-de moldar o carácter para o bem e para a virtude. Por esta razão, a mensagem da Declaração Universal dos Direitos Humanos deveria ter um lugar especial na escola.
2.1.1.Segundo marco histórico	
Lei 94-142 de Educação de todas crianças com NEE
Nos Estados Unidos de América surgiu uma lei em 1975 que regula a educação de todas as crianças com incapacidades ou deficiências. Cinco anos atrás apenas cinco crianças com necessidades educativas especiais tinham acesso a escola. Os alunos surdos, cegos, deficientes mentais ou com perturbações emocionais eram excluídos da escola em alguns estados americanos. Sendo assim os pais não se conformavam com o que estava acontecendo, com ajuda dos tribunais criaram condições para mudar o quadro legislativo.
Esta lei, representa o momento determinante e o primeiro documento a fazer a rotura com os paradigmas da segregação e da institucionalização e a marcar o inicio da era da integração das crianças deficientes nas escolas regulares. Este, é um momento mais marcante da inclusão das crianças deficientes na educação, a esta lei defende:
Todas as crianças com necessidades educativas especiais têm direito a educação gratuita nas instituições públicas;
Todas as crianças com necessidades educativas especiai têm direito a identificação, colocação e avaliação;
Elaboração de programas de educcao individualizado, para as crianças com necessidades educativas especiais;
A formação de professores e outros técnicos especializados;
Produção de materiais especializados, participação dos pais, garantias e procedimentos adequadas.
De uma forma geral, nesta lei, pretendia-se criar um serviço de Educação Especial competente para o atendimento de todas as crianças com Necessidades Educativas Especiais, organizar a administração educacional a todos os níveis com transparência e responsabilidade, disponibilizar os fundos federais de apoio aos estados dos que implementem serviços deeducação especial. 
Surge pela primeira vez a categorização para as Necessidades Educativas Especiais que define os critérios para a elegibilidade das crianças o programa educativo individual, a protecção nos procedimentos de avaliação, o meio menos restritivo possível, a equipa multidisciplinar e o envolvimento parental.
A lei considera crianças com Necessidades Educativas Especiais com os seguintes problemas: atraso mental, surda, linguagem e fala, visão parcial ou reduzida, perturbações emocionais, problemas motores, dificuldades de aprendizagem, entre outros problemas que possam impossibilitar ou dificultar aprendizagem da criança. 
Salientar que a lei 94-142, de 1975, mantém se em vigor após três revisões (1990, 1997 e 2004) introduzindo algumas alterações significativas, que contemplam a transição para a vida activa. Após essas revisões a lei a a organização de Educação Especial em 2010 nos Estados Unidos de América definiu-se através de dez passos fundamentais: 
Diagnostico precoce de criança com Necessidades Educação Especial;
Avaliação em todas áreas que a criança revele dificuldades;
Elegibilidade da criança com Educação Especial;
Equipa que redige o programa de educação independente;
Programação de reunião de PEI;
Analise de necessidades especificas da criança e redige-se o Programa de Educação Independente;
A escola começa a prestar apoio a criança com NEE;
Avaliação dos progressos e sua comunicação com os pais;
Revisão do Programa de Educação Independente que deve ocorrer pelo menos sua vez por ano;
Reavaliação da criança que deve acontecer três em três anos;
Foi este longo processo que iniciou em 1975 que matem a toda actualidade em 2010, com revisões sucessivas. Com esta lei as crianças e jovens com NEE começaram a serem considerados cidadãos com direito a educação. Esta lei é muito importante uma vez que pela primeira vez que a Educação Especial é regulamentada de forma exaustiva, rompendo com preconceitos de tabus relativos às crianças diferentes.
2.1.2.Terceiro marco histórico
O relatório Warnock
Em 1978 foi publicado o relatório Warnock e as suas recomendações produziram efeito na reforma educativa deb1981. Este relatório, apresenta pressupostos de que todos os cidadãos, mesmo os diferentes, deficientes, têm os mesmos direitos e por isso deverão frequentar um ensino universal e gratuito adaptado á suas necessidades.
O relatório Warnock reforça a necessidade de uma viragem a nível político, social e educativo. A comissão Warnock fez inquéritos a vários países com objectivo principal de fazer avaliação sobre a educação de crianças e jovens com incapacidades físicas e mentais, não só, assim como analisar os recursos existentes e de fazer recomendações ao governo com base na informação recolhida.
O sucesso da educação de crianças com NEE depende da plena participação dos pais, considerados como parceiros no processo educacional, recebendo orientação, incentivos e apoios para poderem apoiar os filhos. Os pais e os professores, lado a lado, encontram outra motivação para amar, compreender e defender a criança. O movimento da integração, iniciado justamente com a PL 94-142 nos EUA, prossegue com a mesma determinação no Relatório Warnock, o que não impede a existência de escolas especiais ou de salas especial para alunos que não possam ser atendidos com qualidade nas escolas ou salas regulares. Não e o aluno que tem de se adaptar a escola, mas é a escola que tem de se adaptar aos alunos. Seguindo mais uma vez a lei americana, a educação de crianças e jovens com NEE deve correr no meio o menos restritivo possível.
Não são as patologias ou relatórios clínicos que definem o conceito de NEE, nem presidem a sua categorização. O relatório Warnock desloca de forma clara o enfoque médico nas deficiências dos educandos para um enfoque nas aprendizagens escolares de um currículo ou programa, promovendo a viragem do modelo médico para modelo educativo.
O conceito de NEE, alarga-se a todos os tipos de dificuldades de aprendizagem.
As escolas especiais continuam a ser consideradas importantes sobre tudo nos seguintes casos:
Para crianças com problemas comportamentais ou emocionais, ou para crianças que ate agora tem sido vistas como requerendo medidas correctivas, crianças com deficiências que necessitam de instalações especiais, métodos de ensino ou pessoas especializadas, que não existem nas escolas regulares;
Crianças com graves distúrbios emocionais ou comportamentais que impedem a educação dos seus pares e o relacionamento com eles;
Crianças com comportamentos menos graves, mas com problemas associados, sem aproveitamento nas escolas regulares mas com melhor desempenho nas escolas especiais.
O relatório Warnock não se ocupou de nenhuma deficiência em particular nem analisa as causas dos problemas de aprendizagem. Do mesmo modo, não incidiu na sobrelotação a não ser no que diz respeito a problemas emocionais e comportamentais.
A transição da escola para um local de trabalho ou para estudos mais avançados, implica orientação na escolha de uma carreira, preparação para as exigências da vida adulta e capacidade de análise das ofertas educativas e das oportunidades de formação profissional e de emprego.
Em síntese, o relatório Warnock consagra, acima de tudo, dois princípios importantes que são:
Reafirmando a PL 94-142 é o de trazer para a educação os pais das crianças deficientes como parceiros da escola;
O segundo é o de ter posto fim a oposição chocante entre crianças deficientes e crianças normais, eliminado os rótulos que anteriormente referiam as crianças como deficientes (disabled) ou com (handicaps) substituindo estes termos por alunos com necessidades educativas especiais. Contudo, passadas mais três décadas, continua a não ser pacífica a integração da educação especial nas escolas regulares. O que esta em causa é o próprio principio da integração, recentemente renegado pela presidente da comissão, a senhora Warnock, naquilo que a imprensa inglesa designou como o que em bom português traduzimos por (virar o bico ao prego).
O relatório Warnock representou um avanço enorme na educação das crianças e jovens com NEE mas a reorganização da educação especial que se seguiu deixou ainda muitas dúvidas. O que estas em causa são resultados pouco animadores, alem de que o discurso da integração perpetuou a crença de que existem dois grupos de seres humanos: os que tem NEE e os que não tem.
A verdade é que a integração determinou a segregação de muitas pessoas incapacitadas, excluídas das práticas regulares por serem consideradas inferiores. Apesar da integração, existe um sistema binário dentro do sistema regular que ao mesmo tempo mantém uma forma de educação que é normal para maioria dos alunos, e uma forma de educação especial que trata de satisfazer as necessidades de uma minoria de alunos.
O discurso político da igualdade e da democracia cai pela base. Embora a integração faca ecoar no professorado a ideia de alunos diferentes, com necessidades distintas, que requerem respostas diferentes, dadas por professores especialistas, a verdade é que se estão produzindo processos de exclusão (Sanchez 2003:106). O próprio uso de expressões como Educação Especial e Necessidades Educativas Especiais merece reservas, com destaque para a palavra especial. As NEE são a nova designação dos incapacitados, ao atribuir-lhes uma deficiência sem a terem. Os resultados da normalização e da integração são frustrantes. Os protectores converteram-se em opressores e os protegidos em oprimidos.
A verdade é que os profissionais continuam a ser os mesmos e a fazer as mesmas coisas que faziam antes. Refira-se também o já citado Relatório pelos serviços de inspecção no reino unido em que se faz um balanço dos resultados do que foi a inclusão nas escolas daquele pais e que não emite um parecer nada abonatório.
2.1.3.Quarto marco histórico
Conferencia Mundial sobre educação para todos.
De 5 a 9 de Marco de 1990 decorreu em Jomtien, Tailândia, a Conferencia mundial sobre educação para todos,que provou a declaração mundial sobre educação para todos: Satisfação das necessidades básicas de aprendizagem. A primeira edição impressa foi publicada em Nova Iorque pela Unesco em Abril de 1990. Estes dados dão bem a dimensão da importância do tema em debate e do significado da aprovação da declaração de Jomtien.
O diagnóstico.
A conferência de jomtien e a declaração ai aprovada retomam o espírito, a amplitude e os termos da declaração universal dos direitos humanos, para relembrar que, mais de quarenta anos volvidos sobre esta declaração e dos esforços realizados por países de todo o mundo para assegurar o direito a educação, a situação continuava altamente preocupante:
Mais de 100 milhões de crianças, das quais pelo menos 60 milhões são meninas, não tem acesso ao ensino primário;
Mais de 960 milhões de adultos, dois terço dos quais mulheres são analfabetos, e o analfabetismo funcional é um problema significativo em todos os países industrializados ou em desenvolvimento,
Mais de um terço dos adultos do mundo não tem acesso ao conhecimento impresso, as novas habilidades e tecnologias, que poderiam melhorar a qualidade de vida e ajuda-los a perceber e a adaptar-se as mudanças sociais e culturais; e
Mais de 100 milhões de crianças e incontáveis adultos não conseguem concluir o ciclo básico, e outros milhões, apesar de conclui-los, não conseguem adquirir conhecimentos e habilidades essenciais.
Destaques: Educação para todos.
Os grupos excluídos os pobres, os meninos e meninas de rua ou trabalhadores, as populações das periferias urbanas e zonas rurais, os nómadas e os trabalhadores migrantes, os povos indignas, as minorias éticas, raciais e linguísticas, os refugiados, os deslocados pela guerra e os povos submetidos a um regime de ocupação não devem sofrer qualquer tipo de descriminação no acesso as oportunidades educacionais.
Com este compromisso, e levando a pratica as politicas definidas, não só se põe fim a exclusão, como deixar de ter sentido falar de inclusão. Quando todos fazem parte da grande família da educação, por direito próprio e em nome dos valores da democracia, da justiça social e da solidariedade.
Causas e Consequências.
As causas para este diagnóstico sombrio que leva a desaceleração do processo de universalização da escolaridade básica, decorrem dos graves problemas da conjuntura actual: o aumento da divida de muitos países, a ameaça de estagnação e decadência económicas crescentes entre as nações e dentro delas, a guerra, a ocupação, as lutas civis, a violência, a morte de milhões de crianças que poderia ser evitada e a degradação generalizada do meio ambiente. Esses problemas atropelam os esforços envidados no sentido de satisfazer as necessidades básicas de aprendizagem, enquanto a falta de educação básica para significativas parcelas da população impede que a sociedade enfrente esses problemas com vigor e determinação.
Em alguns países, o crescimento económico permitiu financiar a expansão da educação, noutros, milhões de seres humanos continuam na pobreza, privados de escolaridade ou analfabetos. Os cortês nos gastos públicos em alguns países industrializados contribuíram para a deterioração da educação.
Os pressupostos e as grandes finalidades
O preambulo da declaração destaca a importância fundamental da educação para construir um mundo melhor, acabar com as desigualdades e injustiça sociais, eliminar a fome e a pobreza, acabar com a guerra e a violência, estabelecer a paz, a justiça, a solidariedade, o bem-estar, a segurança e salvaguarda do planeta. 
A grande finalidade que transparece da educação não ignora nem esquece a pessoa, cada pessoa, nem o seu desenvolvimento e progresso pessoal e social. Esta visão universalista mais clara da leitura dos objectivos da Conferência Mundial sobre Educação para todos.
Os grandes objectivos da Conferencia Mundial sobre educação para todos foram:
Satisfazer as necessidades básicas de aprendizagem;
Universalizar o acesso á educação e promover a equidade;
Concentra a atenção na aprendizagem;
Ampliar os meios e o raio de acção educação básica entre outros.
Nesta conferência, foi aprovado um plano de acção que retoma as grandes questões da Declaração, com sugestões de orientação para a acção directa em cada pais. 
2.1.4.Quinto marco histórico
Conferencia Mundial sobre NEE
A conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais teve lugar em Salamanca, Espanha de 7 a 10 de Junho de 1994. Esta conferência foi organizada pelo governo de Espanha e outras organizações mundiais exemplos de ONU, UNESCO. Tinha como objectivo principal promover a educação para todos examinando as mudanças fundamentais de políticas necessárias para desenvolver a abordagem da educação inclusiva capacitando as escolas para atender todas as crianças sobretudo as que tem necessidades educativas especiais. Foi nesta conferência onde se adoptou a Declaração de Salamanca inspirada pelo princípio da inclusão e pelo reconhecimento da necessidade de actuar com o objectivo de conseguir escolas para todos. 
A primeira Declaração de Salamanca foi publicada pela Unesco em 1994 com as seguintes ideias principais:
Cada criança tem direito fundamental á educação e deve ter oportunidade de conseguir e manter um nível aceitável de aprendizagem;
Cada criança tem características, interesses, capacidades e necessidades de aprendizagem específicas;
Combater as atitudes discriminatórias criando comunidades abertas e solidárias, construindo uma sociedade inclusiva e atingindo educação para todos.
Na Declaração de Salamanca são importantes as palavras inclusão, incluir, educação inclusiva e escola inclusiva, pois na educação inclusiva todas as crianças devem ser admitidas nas escolas regulares a não ser que haja razoes 	que obriguem a proceder de outro modo.
O Enquadramento da Acção sobre NEE
 A conferência mundial sobre NEE adoptou o enquadramento da acção sobre Necessidades Educativas Especiais, com objectivo de estabelecer uma politica e orientar os governos, organizações internacionais e outros organismos através da implementação da Declaração de Salamanca. O Enquadramento da Acção sobre NEE consiste em afirmar que as escolas se devem ajustar todas as crianças, independentemente das suas condições físicas, sociais, linguísticas ou outras. Neste conceito terão de incluir-se todas crianças com deficiência ou sobredotadas, crianças da rua ou que trabalham, crianças de populações remotas ou nómadas entre outras crianças com dificuldades de aprendizagem. Enquadramento da Acção refere-se a todas crianças e jovens cujas carências se relacionam com deficiências ou dificuldades escolares. 
Princípio de inclusão e suas dimensões
O princípio de inclusão refere-se ao direito de todos e de cada um ter direito a escola e não só ter também sucessos. Sendo assim este principio assume varias dimensões em referencia aos próprios grupos de excluídos ou incluídos. Podemos referenciar as seguintes dimensões frequentes:
Dimensão global da inclusão - é um direito de todos os cidadãos, repetida na decoração de Salamanca e consagrada Educação para Todos.
Dimensão restrita – situa no âmbito das pessoas com NEE, que abrangem todo os grupos tradicionalmente excluídos por causa das suas dificuldades de aprendizagem.
Dimensão ainda mais restrita – focaliza especificamente as pessoas deficientes, pessoas com incapacidades (disabled) e posteriormente com desvantagens (handcapped).
A educação especial define-se como um subsistema que se ocupa das crianças que apresentam dificuldades no sistema regular de ensino, incluindo crianças com problemas comportamentais ou emocionais, sem se referir a nenhuma deficiência em particular mas a tudo o que afecta o normal progresso escolar da criança 
A Conferência de Salamanca adoptou o mesmo quadro teórico e operacional, mas os problemas de identificação e elegibilidade subsistem, os critérios seguidos nas escolas inglesas revelam divergências enormes. A escola regular é espaço mais adequado para educação de todos, nomeadamente dascrianças e jovens com necessidades educativas especiais e inclusive as que são portadores de incapacidades graves. As especiais também poderão servir como centros de formação e de recursos para o pessoal das escolas regulares. O investimento nas escolas nas escola especiais já existentes deve ser gerido tendo em vista a sua nova e ampliada função que consiste em apoiar escolas regulares a responder ás necessidades individuais dos seus alunos.
De uma forma geral a escolas inclusivas podem continuar a prestar a educação mais adequada a um número relativamente reduzido de crianças com deficiência que não podem ser atendidas de forma eficaz nas classes ou escolas regulares.
3.Conclusão
A inclusão escolar passou por grandes desafios e foi resultante de muitos factores importantes. O primeiro foi a Declaração Universal dos direitos Humanos em 1948, que proclamou pela primeira vez o direito de todos á educação, seguido de duas conferências mundiais expressamente dedicadas á universalização da educação: Conferencia Mundial sobre Educação para Todos em 1990 e a Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais em 1994. Neste movimento tiveram em especial atenção os grupos tradicionalmente excluídos, em particular as pessoas com graves incapacidades. Não se esquecendo da lei 94-142 de 1975 que também teve um impacto positivo na inclusão escolar na medida em que reformou a educação das crianças com necessidades educativas especiais a partir de relatório de Warnock em 1978. A declaração de Salamanca definiu com clareza a filosofia da edução inclusiva e as orientações para a levar á pratica. Mesmo com isso actualmente ainda se verificam muitas crianças sem acesso á educação. Nos países desenvolvidos verifica-se uma viragem significativa no sentido de aumentar os níveis de escolaridade e de sucesso educativo, agora, nos países em via de desenvolvimento os avanços são mais lentos devido a obstáculos acrescidos.
4.Bibliografia
BAPTISTA, J, A. Introdução as Ciências da Educação. Universidade Católica, 2011.

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