Buscar

Penal 1 - PRINCÍPIOS - 29-09-2014

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

Continuação da aula sobre PRINCÍPIOS
1. Princípio da anterioridade: (art. 5º, XXXIX, CF)
	O crime e a pena devem estar definidos em lei prévia ao fato cuja punição se pretende. A lei penal produz efeitos a partir de sua entrada em vigor, não pode retroagir, salvo para beneficiar o réu.
	É proibida a aplicação da lei penal inclusive aos fatos praticados durante seu período de vacatio. Embora já publicada e vigente, a lei ainda não estará em vigor e não alcançará as condutas praticadas em tal período. [1: MASSON, Cleber. Direito Penal Esquematizado: Parte Geral, 2012, p. 25. – entendimento pacificado pelo STF.]
	Durante a vacância não há lei nova, mas apenas expectativa de lei.[2: ESTEFAM, André; GONÇALVES, Victor. Direito Penal Esquematizado: Parte Geral, 2012, p. 224]
A lei somente será aplicável a fatos praticados depois de sua entrada em vigor.
Entrada em vigor
Publicação da lei Vacatio legis
2. Princípio da insignificância ou Bagatela
	Surgiu do direito civil, levado ao direito penal por Claus Roxin. Quer dizer que o direito penal não deve se ocupar de assuntos irrelevantes, incapazes de lesar o bem jurídico legalmente tutelado.
	É baseado em valores de política criminal e funciona como causa de exclusão da tipicidade.
	O reduzido valor patrimonial do objeto material não autoriza, por si só, o reconhecimento da criminalidade de bagatela. Exigem-se também requisitos subjetivos, conforme entendimento do STJ.
Há que se conjugar a importância do objeto material para a vítima, levando-se em consideração a sua condição econômica, o valor sentimental do bem, como também as circunstâncias e o resultado do crime, tudo de modo a determinar, subjetivamente, se houve relevante lesão.[3: HC 60.949/PE, rel.Min. Laurita Vaz, 5ª Turma, j. 20.11.2007, apud. Masson, p. 25.]
O STJ não admitiu a incidência desse princípio na tentativa de furto de cartucho de tinta para impressora, avaliado em R$ 27,50, inobstante o ínfimo valor do bem, mas o alto grau de reprovação da conduta não permite a aplicação do princípio uma vez que ocorrida dentro da penitenciária em que o agente cumpria pena por crime anterior, demonstrando total desrespeito à atuação estatal.
Não há um valor máximo apto a limitar a incidência do princípio da insignificância. Deve-se levar em conta o contexto em que se deu a prática da conduta, especialmente a importância do objeto material, a condição econômica da vítima, as circunstâncias do fato e o resultado produzido, bem como as características pessoais do agente (STJ não permitiu aplicação ao Policial Militar que subtraiu barra de chocolate.
O paciente, policial militar, fardado e em serviço, subtraiu uma caixa de bombons de um supermercado, colocando-a dentro de seu colete à prova de balas. Vê-se, assim, não ser possível aplicar o princípio da insignificância à hipótese, visto não estarem presentes todos os requisitos necessários para tal (mínima ofensividade da conduta, nenhuma periculosidade social da ação, reduzidíssimo grau de reprovação do comportamento e inexpressividade da lesão jurídica provocada). Apesar de poder tachar de inexpressiva a lesão jurídica em razão de ser ínfimo o valor dos bens subtraídos (R$ 0,40), há alto grau de reprovação na conduta do paciente, além de ela ser relevante par ao Direito Penal; pois, aos olhos da sociedade , o policial militar representa confiança e segurança, dele se exige um comportamento adequado, dentro do que ela considera correto do ponto de vista ético e moral.[4: HC 192.242/MG, Min. Gilson Dipp, 5ª Turma, j. 22.03.2011, apud Masson, p.26.]
Com a caracterização desse princípio, opera-se tão somente a tipicidade formal, isto é, adequação entre o fato praticado pelo agente e a lei penal incriminadora. Não há, entretanto, tipicidade material, compreendida como o juízo de subsunção capaz de lesar ou ao menos colocar em perigo o bem jurídico penalmente tutelado. Para o STF:
O princípio da insignificância – que deve ser analisado em conexão com os postulados da fragmentariedade e da intervenção mínima do Estado em matéria penal – tem o sentido de excluir ou de afastar a própria tipicidade penal, examinada na perspectiva de seu caráter material. Tal postulado – que considera necessária, na aferição do relevo material da tipicidade penal, a presença de certos vetores, tais como (a) a mínima ofensividade da conduta do agente, (b) a nenhuma periculosidade social da ação, (c) o reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento e (d) a inexpressividade da lesão jurídica provocada – apoiou-se, em seu processo de formulação teórica, no reconhecimento de que o caráter subsidiário do sistema penal reclama e impõe, em função dos próprios objetivos por ele visados, a intervenção mínima do Poder Público.[5: HC 92.463/RS, rel. Min. Celso de Mello, 2ª Turma, 16.10.2007, apud Masson, p. 27.]
	O princípio da insignificância tem força suficiente para descaracterizar, no plano material, a própria tipicidade penal, autorizando, inclusive a concessão de ofício de habeas corpus.
	O princípio da insignificância tem aplicação a qualquer espécie de delito que com ele seja compatível, e não apenas aos crimes contra o patrimônio. Imagine-se, v.g., a existência de peculato na apropriação de uma folha de papel em branco, ou ainda, de um clipe de metal, hipóteses de crime contra a Administração Pública.
	O STF tem julgados neste sentido, porém, o STJ, tem em sentido contrário.[6: HC 107.370/SP, rle. Min. Gilmar Mendes, 2ª Turma, 26.04.2011.]
É inaplicável o princípio da insignificância nos crimes contra a Administração Pública, ainda que o valor da lesão possa ser considerado ínfimo, porque a norma busca resguardar não somente o aspecto patrimonial, mas a moral administrativa, o que torna inviável afirmação do desinteresse estatal à sua repressão.[7: REsp. 1.062.533/RS, rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, 5ª Turma, j. 05.02.2009, apud Masson, p. 27.]
Princípio da insignificância nos crimes contra a ordem tributária.
	O crime é o de descaminho, art. 334, CP, decorrente de o acusado ter ilidido impostos devidos pela importação de mercadorias. O STF sustentou, lastreado pela Lei 10.522/2002 a incidência do princípio em valores até dez mil reais. 
Crime de apropriação indébita previdenciária:
	O STF rechaçou a aplicação do princípio, com fundamento no valor supraindividual do bem jurídico tutelado, o que torna irrelevante o pequeno valor das contribuições sociais desviadas da Previdência Social. 
	O princípio da insignificância não é admitido em crimes praticados com emprego de violência à pessoa ou grave ameaça, pois os reflexos daí resultantes não podem ser considerados insignificantes, ainda que a coisa subtraída apresente ínfimo valor econômico. Especificamente no tocante ao roubo, já decidiu o STJ:
Não há como aplicar, ao crime de roubo, o princípio da insignificância, pois, tratando-se de delito complexo, em que há ofensa a bens jurídicos diversos (o patrimônio e a integridade da pessoa), é inviável a afirmação do desinteresse estatal à sua repressão.[8: HC 60.185/MG, rel. Min. Laurita Vaz, 5ª Turma, j. 03.04.2007.]
	A jurisprudência do STF é firme no sentido de impedir a aplicação do princípio no tocante aos crimes previstos na Lei 11.343/2006 (entorpecentes)
	O STJ não admitiu a bagatela na hipótese em que se obteve dos cofres públicos, mediante fraude, valores decorrentes de recebimento de benefício do programa assistência Bolsa Família. [9: HC 85.739/PR, rel. Min. Felix Fischer, 5ª Turma, j. 28.11.2007, apud Masson, 30.]
	O STF não aceitou a utilização do princípio no tocante ao crime previsto no artigo 289, § 1º do Código Penal, em que o sujeito foi condenado por portar 10 cédulas falsas, cada uma com valor facial de R$ 5,00. Considerou-se que o agente, ao fazer circular as notas falsas, sem comprovar sua boa-fé, incorre em crime de falsificação de moedas, cujo bem jurídico tutelado é a fé pública. E esse tipo penal não tem comopressuposto a ocorrência de prejuízo econômico, objetivamente quantificável, mas a proteção de um bem intangível, que corresponde à credibilidade do sistema financeiro, sem prejuízo da confiança que a população deposita em sua moeda. [10: HC 93.251/DF, rel. Mi. Ricardo Lewandowski, 1ª Turma, j. 05.08.2008, apud Masson, p. 30.]
	As condições pessoais da vítima podem influir no cabimento do princípio da insignificância. De fato, esse postulado não foi reconhecido pelo STJ em relação a fato criminoso ocorrido contra vítima analfabeta e de 68 anos de idade, que teve seu dinheiro sacado do bolso de sua calça, em via pública, em plena luz do dia, por existir interesse estatal na repressão de condutas desse quilate.[11: REsp 835.553/RS, rel. Min. Laurita Vaz, 5ª Turma, j. 20.03.2007.]
	A extensão do dano causado ao ofendido é imprescindível para aquilatar o cabimento do princípio da insignificância. O STF não reconhece este princípio em furto de bicicleta que, embora de valor ínfimo foi subtraída de pessoa humilde e de poucas posses, que a utilizava para se deslocar ao seu local de trabalho, revelando a relevância do bem para seu proprietário e a repercussão extensiva da conduta em seu patrimônio.[12: HC 96.003/MS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 1ª Turma, j. 02.06.2009.]
	O valor sentimental do bem exclui o princípio da insignificância, ainda que o objeto do crime não apresente relevante aspecto econômico. O STF afastou este princípio na subtração um “disco de ouro” de renomado músico brasileiro, considerando também a infungibilidade da coisa.[13: HC 107.615/MG, rel. Min. Dias Toffoli, 1ª Turma, j. 06.09.2011.]
	Não se pode confundir a criminalidade de bagatela com as infrações penais de menor potencial ofensivo, definidas pelos artigos 61 da Lei 9.099/1995.
	Firmou-se jurisprudência no STJ no sentido de que “condições pessoais desfavoráveis, maus antecedentes, reincidência e ações penais em curso não impedem a aplicação desse princípio”[14: HC 104.468/MS, rel. Min. Gilmar Mendes, 2ª Turma, j. 26.10.2010.]
	O STF apresenta decisões diversas, tanto aceitando quanto proibindo a incidência do princípio quando o autor do delito é reincidente.[15: HC 100.367/RS, Rel. Ministro Luiz Fux, 1ª Turma, j. 09.08.2012. ]
	No delito de furto, em que tem frequente incidência, deve-se diferenciar o princípio da insignificância do furto privilegiado. Neste, a coisa é de pequeno valor (inferior a um salário-mínimo), enquanto naquele seu valor é irrelevante para o Direito Penal, por não colocar em risco o bem jurídico penalmente tutelado. 
No âmbito do furto, não há que se confundir bem de pequeno valor com o valor insignificante. O primeiro pode caracterizar privilégio (art. 155, § 2º, CP), com a previsão, pela lei penal, de pena mais branda compatível com a pequena gravidade da conduta. O segundo, necessariamente, exclui o crime diante da ausência de ofensa ao bem jurídico tutelado (princípio da insignificância). No caso dos autos, houve o furto consumado de uma carteira contendo um talonário de cheques e sessenta reais em dinheiro, pelo que não há que falar em irrelevância da conduta. A subtração de bens cujo valor é considerado ínfimo não é indiferente para o Direito Penal, visto que a opção por não reprimir tal conduta representaria incentivo a esses pequenos delitos que, juntos, trariam a desordem, social.[16: STJ: REsp 746.854/RS, rel. Min. Laurita Vaz, 5ª Turma, j. 28.02.2008.]
	Na habitualidade criminosa não incide o princípio., pois não se poderia dar salvo conduto à prática delituosa. [17: STF: HC 196.132/MG, rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, 5ª Turma, j. 10.05.2011.]
3. Princípio da individualização da pena (art. 5º, XLVI)
	Deve-se distribuir a cada indivíduo o que lhe cabe, de acordo com as circunstâncias específicas do seu comportamento – o que em matéria penal significa a aplicação da pena levando em conta não a norma penal em abstrato, mas, especialmente, os aspectos subjetivos do crime.
4. Princípio da alteridade
	Proíbe a incriminação de conduta meramente interna do agente, bem como o pensamento ou de condutas moralmente censuráveis, incapazes de invadir o patrimônio jurídico alheio.
	Ninguém pode ser punido por causar mal apenas a si próprio. Nesse princípio se fundamenta a impossibilidade de punição da autolesão, bem como a atipicidade da conduta de consumir drogas, uma vez que o crime tipificado pelo art. 28 da Lei 11.343/2006 tem a saúde pública como objetividade jurídica. 
5. Princípio da confiança
	Trata-se de requisito para a existência do fato típico e se baseia na premissa de que todos devem esperar por parte das demais pessoas comportamentos responsáveis e em consonância com o ordenamento jurídico, almejando evitar danos a terceiros.
	Foi desenvolvido inicialmente pela jurisprudência para enfrentar os problemas resultantes dos crimes praticados na direção de veículo automotor. Atualmente, sua utilização é bastante ampla, notadamente nos setores em que exista atuação conjunta de indivíduos, entendo-se por isso as atividades comunitárias ou em divisão de trabalho.
	A consequência da aplicação deste pensamento no direito penal será a de excluir a responsabilidade dos agentes em relação a fatos que se estendam para além do dever concreto imposto nas circunstâncias e nas condições existentes no momento de realizar a atividade. Como seria absolutamente impossível exigir-se de cada pessoa uma atenção extraordinária que pudesse ir além daquela que lhe era atribuível segundo juízo concreto de adequação, este princípio vigora como limitar do dever de cuidado, precisamente no âmbito da atividade concreta.[18: TAVARES, Juarez. Direito Penal da negligência: uma contribuição à teoria do crime culposo. 2ª edição. Rio de janeiro: Lumen Juris, 2003, p. 294.]
6. Princípio da adequação social
	Não pode ser considerado criminoso o comportamento humano que, embora tipificado em lei, não afrontar o sentimento social de justiça. São os trotes acadêmicos moderados, colocar brinco na orelha..
7. Princípio da intervenção mínima
	Conforme o STJ:
A missão do Direito Penal moderno consiste em tutelar os bens jurídicos mais relevantes. Em decorrência disso, a intervenção penal deve ter o caráter fragmentário, protegendo apenas os bens jurídicos mais importantes e em casos de lesões de maior gravidade.[19: HC 50.863/PE, Rel Min. Hélio Quaglia Barbosa, 6ª Turma, j. 04.04.2006.]
	Conforme STF:
O sistema jurídico há de considerar a relevantíssima circunstância de que a privação da liberdade e a restrição de direitos do indivíduo somente se justificam quando estritamente necessárias à própria proteção das pessoas, da sociedade e de outros bens jurídicos que lhes sejam essenciais, notadamente naqueles casos em que os valores penalmente tutelados se exponham a dano, efetivo ou potencial, impregnado de significativa lesividade. O direito penal não se deve ocupar de condutas que produzam resultado, cujo desvalor – por não importar em lesão significativa a bens jurídicos relevantes – não represente, por isso mesmo prejuízo importante, seja ao titular do bem jurídico tutelado, seja à integridade da própria ordem social.[20: HC 92.463/RS, rel Mi. Celso de Mello, 2ª Turma, j. 16.10.2007.]
	Divide-se em outros dois:
7.1. Fragmentariedade do direito penal
	Estabelece que nem todos os ilícitos configuram infrações penais, mas apenas os que atentam contra valores fundamentais para a manutenção e o progresso do ser humano e da sociedade.
Ilícito penal
Ilícito em geral	Em suma, todo ilícito penal será também ilícito perante os demais ramos do Direito, mas a recíproca não é verdadeira. 
Sempre, penal 2 atos ilícitos
Exemplo: o crime de furto. Uma vez praticado o delito contra o patrimônio, a conduta do agente também será considerada ilícita nos demais ramos do ordenamento jurídico, notadamente perante o Direito Civil. De outro lado, nem todo ilícito civil (violação da posse ou da propriedade sem subtração) caracterizará o crime de furto. – “Furto de uso nãoé crime”
7.2. Princípio da subsidiariedade – O direito penal só será usado quando não tiver outro ramo do direito. Ex: gato de água – O juiz determina pagamento da quantia “roubada” 
	A atuação do Direito Penal é cabível unicamente quando os outros ramos do Direito e os demais meios estatais de controle social tiverem se revelado impotentes para o controle da ordem pública. 
	Este princípio, ao contrário do postulado da fragmentariedade, se projeta no plano concreto, isto é, em sua atuação prática o Direito Penal somente se legitima quando os demais meios disponíveis já tiverem sido empregados sem sucesso, para proteção do bem jurídico. 
	Conforme o STJ:
O paciente foi denunciado porque se constatou, em imóvel de sua propriedade, suposta subtração de água mediante ligação direta com a rede da concessionária do serviço público. Anote-se que, à época dos fatos, ele não residia no imóvel, mas quitou o respectivo débito. Dessarte, é aplicável o princípio da subsidiariedade, pelo qual a intervenção penal só é admissível quando os outros ramos do Direito não conseguem bem solucionar os conflitos sociais. Daí que, na hipótese, em que o ilícito toma contornos meramente contratuais e tem equacionamento no plano civil, não está justificada a persecução penal.[21: HC 197.601/RJ, rel. Min. Maria Thjereza de Assis Moura, 6ª Turma, j. 28.06.2011.]
8. Princípio da proporcionalidade – Vamos estudar em todos os ramos do direito 
	Conhecido também como princípio da razoabilidade a criação de tipos penais incriminadores deve constituir-se em atividade vantajosa par aos membros da sociedade, eis que impõe um ônus a todos os cidadãos, decorrente da ameaça de punição que a eles acarreta. 
	Funciona como uma forte barreira impositiva ao legislador. Incide também na dosimetria da pena-base. Já decidiu o STJ:
Na fixação da pena-base, além do respeito aos ditames legais e da avaliação criteriosa das circunstâncias judiciais,deve ser observado o princípio da proporcionalidade, para que a resposta penal seja justa e suficiente para cumprir o papel de reprovação do ilícito. – Art 59 C.P - [22: HC 84.427/RJ, rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, 5ª Turma, j. 28.02.2008.]
9. Princípio da humanidade
	Apregoa a inconstitucionalidade da criação de tipos penais ou a cominação de penas que violam a incolumidade física ou moral de alguém. Dele resulta a impossibilidade de a pena passar da pessoa do condenado, com exceção de alguns efeitos extrapenais da condenação, como a obrigação de reparar o dano na esfera civil (CF, art. 5º, XLV)
	Decorre da dignidade da pessoa humana, consagrada no ...art. 1º, III, da CF... como fundamento da República Federativa do Brasil. 
	Foi com base nesse princípio o STF declarou a inconstitucionalidade do cumprimento integral de pena nos crimes hediondos. 
Cogitação – preparação – execução – consumação 
 I I I I...........
 Não não sim sim......... 
10. Princípio da exclusiva proteção do bem jurídico
	Veda ao Direito Penal a preocupação com as intenções e pensamentos das pessoas, do seu modo de viver ou de pensar, ou ainda de suas condutas internas, enquanto não exteriorizada a atividade delitiva. 
11. Princípio da imputação pessoal
	O Direito Penal não pode castigar um fato cometido por agente que atue sem culpabilidade. Em outras palavras, não se admite a punição quando se tratar de agente inimputável, sem potencial consciência da ilicitude ou de quem não se possa exigir conduta diversa.
	O fundamento da responsabilidade penal pessoal é a culpabilidade (nulla poena sine culpa) 
*menor de 18 anos 
*deficiente mental
12. Princípio da responsabilidade pelo fato
	Os tipos penais devem definir fatos, associando-lhes penas e não estereotipar autores em razão de alguma condição específica. Não se admite o direito penal do autor, mas somente o direito penal do fato. 
	Ninguém pode ser punido, exclusivamente, por questões pessoais. Ao contrário, a pena se destina ao agente culpável condenado, após o devido processo legal, pela prática de um fato típico e ilícito. 
	Exemplo de direito penal do autor foi a Alemanhã nazista, onde não existia propriamente crimes, mas criminosos. 
13. Princípio da personalidade ou da Intranscendência
	Ninguém pode ser responsabilizado por fato cometido por terceira pessoal. Consequentemente, a pena não pode passar da pessoa do condenado (CF, art. 5º, XLV).
14. Princípio da responsabilidade penal subjetiva
	Nenhum resultado penalmente relevante pode ser atribuído a quem não o tenha produzido por dolo ou culpa.
	STJ: O direito penal moderno é direito penal da culpa. Não se prescinde do elemento subjetivo. Intolerável a responsabilidade pelo fato de outrem. À sanção, medida político-jurídica de resposta ao delinquente, deve ajustar-se a conduta delituosa. Conduta é fenômeno ocorrente no plano da experiência. É fato. Fato não se presume. Existe, ou não existe.[23: REsp 154.137/PB, rel. Min. Luiz Vicente Cernicchiaro, 6ª Turma, j. 06.10.1998.]
15. Princípio do ne bis in idem – punir o individuo duas vezes pelo mesmo caso 
	Não se admite, em hipótese alguma, a dupla punição pelo mesmo fato. Com base nesse princípio foi editada a Súmula 241 do STJ, “A reincidência penal não pode ser considerada como circunstância agravante e, simultaneamente, como circunstância judicial”.
16. Princípio da isonomia
	Consagrou-se o princípio da isonomia, ou da igualdade, como a obrigação de tratar igualmente aos iguais, e desigualmente aos desiguais, na medida de suas desigualdades. 
	No direito penal importa dizer que as pessoas nacionais ou estrangeiras em igual situação devem receber idêntico tratamento jurídico, e aquelas que se encontram em posições diferentes merecem um enquadramento diverso, tanto por parte do legislador como também pelo juiz. 
Exemplo: um traficante de drogas, primário e com o qual foi apreendida a quantidade de dez gramas de cocaína, deve ser apenado mais suavemente do que outro traficante reincidente e preso em flagrante pelo depósito de uma tonelada da mesma droga.

Outros materiais