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Micro imune aula 8 2018 1


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Controle Microbiano “in vivo” e “in vitro”
I- Terminologia
II- Agentes Antimicrobianos
Profa.Teresa Cristina V. Barbosa
2018-1
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 CONTROLE DE MICRORGANISMOS
- Esterilização:
- Desinfecção: 
é o processo pelo qual os microrganismos são mortos, inativados irreversivelmente ou retirados de um material ou suspensão, inclusive as formas esporuladas. 
é o processo de destruição dos agentes infecciosos, pode usar substância química, radiação ultra-violeta, água fervente ou vapor para tratar objetos inanimados. 
Desinfetante: é um agente que mata as formas vegetativas, mas não, necessariamente as formas esporuladas dos microrganismos patogênicos. 
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- Saneante:
- Antisséptico:
 
 
- Germicida: 
semelhante ao desinfetante, previne o crescimento ou ação de microrganismos, pela destruição dos mesmos ou pela inibição de seu crescimento ou atividade. Usualmente está associado com substâncias aplicadas aos seres vivos, pessoas ou animais.
é o agente que mata os microrganismos, são chamados de microbicida. Bactericida, viricida e fungicida indicam o tipo de microrganismo destruído. 
 é um agente que reduz a população microbiana até níveis consideráveis, de acordo com as exigências de saúde pública. 
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Métodos Físicos
1- CALOR
 mais empregado (por quê?)
 1.1 – Calor úmido
 - Fervura (100º C): elimina vírus, fungos e seus esporos
 em até 15min. O vírus da hepatite, p. ex., resiste a
 30 min.
 - Autoclave (120º C): método preferencial de
 esterilização por 15 min, elimina também esporos
 - Pasteurização (72º C): consiste em aquecer o material 
 por um determinado tempo e numa dada temperatura 
 e resfriá-lo rapidamente. Apenas reduz o no. de m.o
 e não esteriliza.
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1.2 – Calor seco
 - Flambagem: rotina de laboratórios de micro.
 - Incineração: método preferencial de eliminação de materiais descartáveis
 - Fornos (estufas): consiste em aquecer o material por um determinado tempo e numa dada temperatura. Muito utilizado para vidrarias de laboratórios.
2 – Filtração (mais empregado para m.o. presentes no ar)
 - Filtros porosos: removem bacterias e fungos, mas não são eficientes para os vírus
 - Velas porosas de porcelana: ultrapassadas
 - Membranas filtrantes (acetato de celulose): + utilizados
 
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3 – Radiação
 - Ionizantes: radiações gama (Cobalto90). Agem no DNA dos m.o. desativando-os ou matando. Muito utilizado em hospitais para esterilizar produtos descartáveis.
 - Não-ionizantes: luz ultravioleta (UV). Agem na alteração da replicação do DNA no ato da reprodução destes m.o. Também muito utilizado em centros cirúrgicos, berçários, capelas de fluxo laminar.Porém só irá funcionar se os mo estiverem na superfície já que o poder de penetração destes raios é muito baixo.
- Microondas: não mata os mo por radiação mas sim pela geração de calor.
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4 – Baixas temperaturas
 - Geladeiras 
 - Congelador Interrompem o metabolismo
 - Nitrogênio líquido
5 – Dessecação
 -Falta total de água: permanecem viáveis por algum tempo
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 ÁLCOOL : 
 Aplicação: desinfetante de nível intermediário.
 Ação: ruptura da membrana celular e desnaturação das proteínas.  
Apresentação mais frequente: álcool etílico e álcool isopropílico entre 60 e 90%.
Compatibilidade com materiais: mais indicado para superfícies externas dos materiais e superfícies de vidro. 
Características da ação: como evapora rapidamente sua ação é limitada, havendo necessidade de submersão de objetos para uma ação mais ampla. 
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 FORMALDEÍDO  (4 a 8%) 
 Aplicação: desinfetante de alto nível, mas carcinogênico. 
Espectro de ação: bactericida, fungicida, viruscida.  
Usado na desinfecção de equipamentos. Pode ser encontrado na forma sólida (pastilhas formalina) ou como solução aquosa 37-40% (diluído em álcool ou água). A solução deve ser usada por 30 minutos, na concentração de 8% em solução alcoólica e 10% em solução aquosa. 
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 GLUTARALDEÍDO
 
Aplicação e indicação: desinfetante de alto nível usado na esterilização de equipamentos dependendo do tempo de exposição. 
Ação germicida: alteração do RNA, DNA e síntese protéica. 
 Tempo:É utilizado em solução a 2% com pH alcalino (7,5-8,5) por 30 minutos. 
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 Fenol e Compostos Fenólicos
Raramente usado devido à possibilidade de irritação e odor desagradável. 
 O cresol, O-fenilfenol, é o compostos fenólicos mais utilizado como desinfetante de superfícies. 
O bifenol, triclosano, é usado em sabonetes antibacterianos. 
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 FENÓLICOS (5%)  
 Aplicação: desinfetante de nível baixo a intermediário. 
Ação: destruição do protoplasma com ruptura da parede celular com precipitação protéica. 
 Espectro de ação: bactericida, virucida, fungicida.
 Usado na desinfecção de áreas de laboratório e produção. 
Sua concentração para uso é de 0,4-5% sendo que o tempo de exposição deve ser menor ou igual a 10 minutos.
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 Halogênios 
O iodo e o cloro são agentes antimicrobiano eficazes. 
O iodo está disponível como tintura de iodo, usado principalmente na desinfecção da pele e no tratamento das feridas. 
O cloro, como gás ou em combinação com outras substâncias químicas, é amplamente usado. 
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 HIPOCLORITO DE SÓDIO   
Aplicação: quanto maior a concentração e/ou o tempo maior o espectro de ação, podendo ser utilizado como desinfetante de baixo a alto nível.   
Espectro de ação: Atua a concentrações tão baixas como 25 ppm para microrganismos mais sensíveis. 
Mais usualmente utilizada em concentração de 1000 ppm. 
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 PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO (6 a 10%)
Aplicação: desinfetante de alto nível, principalmente para materiais termo sensíveis. 
Ação: agente oxidante. Desnaturação protéica, ruptura da permeabilidade da membrana celular. 
Tempo: a inativação de microrganismos é dependente de tempo, temperatura e concentração. Quando a concentração estiver abaixo de 6% deve ser desprezada.
 Compatibilidade com materiais: corrói zinco cobre e latão.
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 COMPOSTOS QUATERNÁRIOS DE AMÔNIA
Aplicação: desinfetante de baixo nível. Muito utilizado como desinfetante de superfícies, limpeza geral.
 Ação: desnaturação das proteínas celulares essenciais e ruptura da membrana celular.  Inativados por tensoativos, resíduos aniônicos e proteínas
 Baixo nível de toxicidade direta, mas poluente ambiental.  
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No Brasil, a regulamentação e recomendações do uso de um germicida particular é realizada por organismos como INCQS (Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde) e ANVISA. 
As formulações existentes no mercado devem ser usadas segundo a orientação do fabricante, de acordo com seu registro nos órgãos governamentais competentes
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Os antimicrobianos são substâncias capazes de matar ou inibir o crescimento de seres vivos. 
Podem ser naturais, como os extraídos de seres vivos ou sintéticos, quando produzidos em laboratório, artificialmente.
Os antibióticos têm origem biológica e são extraídos, principalmente, de fungos, como as penicilinas e cefalosporinas
Quando a substância é sintética, isto é, produzida artificialmente, é classificada como quimioterápico
 apesar de também ser, vulgarmente, chamada de antibiótico, como os sulfonamidas e os quinolonas
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1495 -Uso de emplasto de mercúrio no tratamento de feridas.
1907- Paul Ehrlich - pesquisador alemão, desenvolveu o 
 Salvarsan contra a sífilis.
1928- Alexander Fleming, pesquisador inglês, descobriu a penicilina.
1935- Primeiro quimioterápico de ação antibacteriana, os sulfonamidas
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BACTERICIDAS X BACTERIOSTÁTICOS
1- As drogas bactericidas são empregadas em caso de infecções onde há risco imediato de vida, é uma ação emergencial. Caso o paciente esteja imunosuprimido é aconselhável o uso de bactericidas.
2- As drogas bacteriostáticas são indicadas para infecções iniciaise têm algumas desvantagens pois como não mata os m.o. estes podem crescer novamente quando a droga for suprimida e se faz necessária a ajuda dos mecanismos de defesa do nosso organismo para matar estas bactérias.
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Entre as propriedades dos antibióticos estão as características farmacocinéticas e farmacodinâmicas do medicamento. 
A farmacocinética está relacionada à ação do fármaco no organismo, como absorção, o metabolismo, a distribuição pelo organismo e a via de excreção.
A farmacodinâmica está relacionada à concentração necessária do fármaco, o tempo de tratamento e o efeito esperado.
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 Para que o antimicrobiano exerça sua atividade, primeiramente deverá:
atingir concentração ideal no local da infecção; 
ser capaz de atravessar, de forma passiva ou ativa, a parede celular; 
apresentar afinidade pelo sítio de ligação no interior da bactéria;
permanecer tempo suficiente para exercer seu efeito inibitório.
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 Algumas características influenciam na escolha e na posologia do fármaco, em caso de antibioticoterapia
 como a(o):
toxicidade seletiva;
espectro de ação;
antagonismo x sinergismo;
concentração bactericida mínima;
concentração inibitória mínima
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 Conhecer a farmacocinética e a farmacodinâmica do antibiótico, doses, espectro de ação, efeitos colaterais e interação medicamentosa. 
Caso seja possível, realizar antibiograma, ou dirigir a terapêutica para bactérias que costumam causar a infecção.
Conhecer fatores que influenciam na escolha e posologia do antibiótico, como: idade, peso, função renal e hepática, grau da infecção, etc.
Febre, isoladamente, sem outras evidências de infecção, não é indicação para antibioticoterapia
Antibióticos não são antipiréticos
 
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Algumas condições podem impossibilitar a ação do antibiótico.
A eficácia da antibioticoterapia evidencia-se em 72 horas, podendo apresentar regressão gradual da infecção. 
 Caso não ocorra, deve-se considerar:
o agente etiológico não é aquele para o qual se direcionou a terapêutica;
quadros de vômitos e diarréias próximos à administração do antibiótico;
existe resistência bacteriana ao antibiótico; 
o antibiótico é incapaz de penetrar no tecido alvo da infecção;
presença de alguma corpo estranho no local;
a origem da febre não é bacteriana.
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Quanto à abrangência de espectro de atividade, os antibióticos são classificados em dois grupos: 
Amplo espectro e espectro estreito. Isto significa serem capazes de agir em bactérias Gram positivas e/ou Gram negativas.
 
 AMPLO ESPECTRO
 Gram + E Gram -
 ESPECTRO ESTREITO
 Gram + OU Gram -
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Toda prescrição de antibiótico precisa levar em consideração o agente etiológico, o tipo e o porte da infecção, para que sejam estabelecidas as concentrações bactericidas mínimas (CBM) ou a concentração inibitória mínima (CIM)
Pular uma dose ou abandonar o tratamento, quebra os valores de CBM ou CIM. 
 CONCENTRAÇÃO BACTERICIDA MÍNIMA (CBM) 
 Quantidade de antibiótico necessário para matar as bactérias de uma infecção ou meio de cultura. 
 CONCENTRAÇÃO INIBITÓRIA MÍNIMA (CIM) 
 Quantidade de antibiótico necessário para inibir o crescimento bacteriano
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Os antibióticos e quimioterápicos de ação antibacteriana são classificados em grupos, de acordo com a característica química do composto.
 
 Exemplos de classes de antibióticos:
 Betalactâmicos Macrolídeos
 Tetraciclinas Sulfonamidas
 Quinolonas Glicopeptídeos
 Aminoglicosídeos Anfenicois
 Polimixinas Rifamicinas
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Constituem o grupo de antibióticos que apresentam o anel betalactâmico em sua composição química.
Agem inibindo a síntese de parede celular bacteriana.
São bactericidas.
Constituem o grupo de primeira escolha, pois apresentam menor toxicidade. 
São exemplos de antibióticos betalactâmicos
 Benzetacil
 Amoxacilina
 Cafalexina
 Meropenem
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PENICILINAS
 Naturais – ex: Penicilina
 Semissintéticas – ex: Amoxicilina
 Antiestafilocócicas-ex.: Meticilina, Oxacilina
 Combinadas- ex.: Amoxicilina + Clavulanato de potássio
CEFALOSPORINAS –ex : Cefalexina
CARBAPENENS- ex:Imipenem, Meropenem
MONOBACTÂMICOS- ex:Aztreonam
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MACROLÍDEOS -ex: Azitromicina
 Inibem a síntese de proteínas, amplo espectro e bacteriostáticos.
QUINOLONAS- ex: Ciprofloxacino, Norfloxacino 
 Inibem a enzima DNA girase, amplo espectro e bactericidas.
TETRACICLINAS-ex: Tetraciclina
 Inibem a síntese de proteínas, amplo espectro e bacteriostáticos.
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Sulfonamidas- ex: Bactrim
 Antimetabólicos, , espectro estreito e bacteriostáticos.
Aminoglicosídeos- ex: Estreptomicina, Neomicina
 Inibem a síntese de proteínas, amplo espectro e bactericidas.
Glicopeptídeos-ex:Vancomicina
 Inibem a síntese de parede celular, amplo espectro e bactericidas.
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O surgimento de bactérias resistentes a quase todas as drogas antimicrobianas desafia a medicina. 
Nas últimas décadas, o mundo tem testemunhado uma grande proliferação de bactérias patogênicas, envolvidas em uma variedade de doenças, que apresentam resistência a múltiplos antibióticos. 
O termo superbactérias, muito usado atualmente, refere-se a bactérias que acumularam vários genes determinantes de resistência, a ponto de se tornarem refratárias a praticamente todos os antimicrobianos utilizados nos tratamentos médicos.
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Um dos mais importantes fatores envolvidos na proliferação de superbactérias é a ampla utilização de antibióticos no ambiente hospitalar, na população extra-hospitalar (comunitária) e na agropecuária.
A taxa de infecções graves por bactérias multirresistentes é ainda maior nos países em desenvolvimento, como o Brasil, onde os serviços de assistência à saúde são, muitas vezes, precários. 
As superbactérias têm surgido a partir de diversas espécies ou grupos de microrganismos, alguns dos quais podem ser encontrados normalmente em nosso corpo (na pele e nos intestinos, por exemplo).
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Entre as espécies mais associadas à resistência a antimicrobianos estão Staphylococcus aureus resistente à meticilina (conhecida pela sigla MRSA), Acinetobacter baumannii, Enterococcus faecium, Pseudomonas aeruginosa, Clostridium difficile, Escherichia coli e Klebsiella pneumoniae.
A MRSA está, sem dúvida, entre as superbactérias mais disseminadas no mundo, tanto no ambiente hospitalar quanto fora dos hospitais, envolvendo inclusive indivíduos saudáveis.
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Em 2007, foi estimando que o número de infecções por MRSA nos Estados Unidos estaria próximo de 100 mil por ano, com cerca de 19 mil casos fatais. 
O número de mortes, segundo o editorial é maior que o das mortes atribuídas ao vírus da Aids naquele país, no mesmo ano. 
Atualmente, em países mais ricos, como os Estados Unidos, 60% a 70% das amostras de S. aureus encontradas em unidades de terapia intensiva (UTI) apresentam resistência à meticilina (ou seja, são MRSA).
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Pacientes hospitalizados são, particularmente, mais suscetíveis a infecções graves por MRSA, em razão do sistema imune mais comprometido e do uso de procedimentos médicos invasivos, como cirurgia e implantação de cateteres e próteses. 
MRSA: Multiple- resistant Sthaphylococcus aureus é uma bactéria que se tornou resistentes a vários antibióticos – primeiramente à penicilina e logo depois à meticilina
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Meticilina: antibiótico betalactâmico pertencente ao grupo das penicilinas.
As enzimas B-lactamases, são produzidas por bactérias Gram positivas e Gram negativas, e formam um mecanismo de resistência à antibióticos B-lactâmicos cuja função é destruir a parede celular bacteriana.
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