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25/03/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=2312149&classId=897662&topicId=2120787&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f034&enableForum= Direito Penal Aplicado I Aula 3 - Aplicação da lei penal no tempo e no espaço INTRODUÇÃO Nesta aula, analisaremos os preceitos inicias da teoria do crime e veri�caremos as formas de conceituá-lo, em especial estudaremos o conceito analítico, que também será explorado nas próximas aulas. Além disso, vamos analisar os sujeitos da infração penal e enfrentar a controvérsia acerca da possibilidade da pessoa jurídica ser autora de crime. Ao �nal, ainda veri�caremos a classi�cação que a doutrina faz dos crimes. OBJETIVOS 25/03/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=2312149&classId=897662&topicId=2120787&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f034&enableForum= De�nir teoria do crime; Analisar o exato conceito de infração penal como gênero da qual o crime e a contravenção penal são espécie; Identi�car os sujeitos dos crimes, tanto ativo quanto passivo; Descrever a classi�cação doutrinária dos crimes. 25/03/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=2312149&classId=897662&topicId=2120787&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f034&enableForum= Fonte da Imagem: Consolidação da teoria do delito O conceito de infração penal é o pressuposto do estudo de muitos outros institutos do Direito Penal. Contudo, por mais que pareça uma tarefa simples, conceituá-la é complexo. Muitos estudiosos se debruçaram e até dispensaram energia em estudar o exato conceito de infração penal e sua relação com outros institutos. Logo, entender essa metodologia cientí�ca é crucial para quem pretende compreender o conceito de infração penal, que pode ser estudado sobre os aspectos: material ou substancial; formal ou legal e; analítico. CONCEITOS DE INFRAÇÃO PENAL Material ou substancial A infração penal, neste aspecto, é toda ação ou omissão humana voluntária que lesa ou expõe a perigo de lesão bens penalmente relevantes. Considerando o mal produzido em relação ao bem jurídico tutelado pela norma penal, o legislador deve incriminar apenas as 25/03/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=2312149&classId=897662&topicId=2120787&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f034&enableForum= condutas penalmente relevantes, desprezando condutas que não colocam em risco o bem que a norma visa proteger. FORMAL OU LEGAL Art. 1º Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente. (Lei de Introdução ao Código Penal – Decreto – Lei nº 3914/41). Desse comando normativo se extrair a conclusão de que, para ser crime, de acordo com este critério, basta haver a cominação de pena de reclusão ou detenção, isoladamente, alternativamente ou cumulativamente com pena pecuniária (multa). Dessa forma, se o preceito secundário do crime contiver a expressão “reclusão” ou “detenção”, estaremos diante de um crime. Pouco importa se a norma penal está prevista no código penal ou em legislação especial, se tiver a culminação dessas duas espécies de pena será classi�cada como crime. Prisão simples O art. 6º da Lei de Contravenções Penais (LCP) de�ne o que vem a ser “prisão simples”. Em resumo: 25/03/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=2312149&classId=897662&topicId=2120787&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f034&enableForum= ANALÍTICO Neste conceito, o fundamento repousa nos elementos que formam a estrutura do crime. Portanto, precisamos antes entender um pouco mais sobre esses elementos. FATO TÍPICO É a perfeita adequação da conduta humana voluntária à conduta incriminada pela norma penal, ou seja, conduta se enquadra perfeitamente ao modelo abstrato de lei penal (tipicidade). Nesse elemento se faz a subsunção da conduta à norma penal incriminadora. ILÍCITO É tudo que é contrário à lei, no nosso caso à lei penal. Então, o fato será ilícito quando houver uma norma penal proibindo a prática daquela conduta. CULPABILIDADE A culpabilidade é a reprovabilidade pessoal pela realização de uma ação ou omissão típica e ilícita. PUNIBILIDADE O poder/dever que tem o estado de aplicar a pena àquele que tenha praticado uma infração penal é denominado ius puniendi (direito de punir). A punibilidade, então, é consequência do crime. Diz-se punível a conduta que pode receber pena. CORRENTES DOUTRINARIAS Como não se trata de uma ciência exata, o direito compreende várias formas de se analisar e concluir sobre uma circunstância. Aqui não poderia ser diferente, pois existem correntes doutrinarias que defendem ser o conceito de infração penal dividido de várias formas em diversas quantidades de elementos: 25/03/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=2312149&classId=897662&topicId=2120787&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f034&enableForum= 1ª Corrente Divide o conceito de crime em dois elementos, sendo crime o fato típico lícito e ilícito, sendo a culpabilidade apenas um pressuposto para aplicação da pena. 2ª Corrente Conceitua o crime como fato típico, ilícito e culpável, �rmando posicionamento para a punibilidade que é pressuposto de aplicação da pena e não do componente do próprio conceito de crime. Argumenta que, mesmo um fato que tenha sofrido da prescrição da punibilidade (perda do Estado do direito de punir uma pessoa por decurso de lapso temporal excessivo, conforme previsto na lei (glossário)), essa é a teoria mais difundida e aceita pela doutrina e jurisprudência. 3ª Corrente Por derradeiro, existem quem defenda uma divisão quadripartida do conceito de crime. Para estes, o crime é composto em 4 elementos: fato típico, ilícito, culpável e punível. Um dos grandes adeptos a essa corrente é o doutrinador Basileu Garcia, citado na obra de Nucci. Esse conceito quadripartido, foi superado e não é mais adotado, pois a punibilidade do autor é consequência do crime e não faz parte de seus elementos constitutivos. SUJEITOS DA INFRAÇÃO PENAL São pessoas ou entes que se relacionam com a prática delituosa. Dividem-se em sujeitos ativos e passivos. Ativo (glossário) Passivo (glossário) CLASSIFICAÇÃO DAS INFRAÇÕES PENAIS 25/03/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=2312149&classId=897662&topicId=2120787&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f034&enableForum= Fonte da Imagem: Os crimes são classi�cados pela doutrina de acordo com suas características, recebendo denominações próprias. Entre a classi�cação de crimes, temos crime material, formal, de mera conduta, comissivo ou omissivo, entre outros. 1 - Assinale a alternativa correta: A) São considerados crimes próprios os delitos que podem ser realizados por qualquer pessoa. Enquanto nos crimes comuns exige-se sujeito ativo especial ou quali�cado. B) São considerados crimes comuns os delitos que podem ser realizados por qualquer pessoa. Enquanto nos crimes próprios exige-se sujeito ativo especial ou quali�cado. C) São considerados crimes comuns aqueles que são habitualmente realizados. Enquanto os crimes próprios são os realizados com menor frequência. D) São considerados crimes próprios aqueles que são habitualmente realizados. Enquanto os crimes comuns são os realizados com menor frequência. Justi�cativa 2 - Quanto aos crimes instantâneos, considere as seguintes a�rmações: I - São aqueles cuja consumação se dá com uma única conduta; II - Produzem efeitos prolongados no tempo; III - Não produzem efeitosprolongados no tempo; IV - São aqueles cuja consumação exige qualidade especial do agente. A) As assertivas I e III estão corretas. B) As assertivas I, III e IV estão corretas. C) As assertivas II e IV estão corretas. D) As assertivas I, II e IV estão corretas. 25/03/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=2312149&classId=897662&topicId=2120787&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f034&enableForum= Justi�cativa 3 - Assinale a alternativa CORRETA, em relação aos crimes de dano: A) São os que se consumam com a efetiva lesão a um bem jurídico tutelado. B) Trata da ocorrência de um prejuízo perceptível pelos sentidos humanos. C) Constituem um dano efetivo ao bem jurídico protegido pela norma penal. D) Todas as a�rmações estão incorretas. Justi�cativa 4 - Assinale a alternativa CORRETA: A) Crime de perigo são os crimes que não se consumam. B) Crime de perigo está relacionado com a audácia dos bandidos. C) Crime de perigo são os que contenham, para a consumação, a mera probabilidade de haver um dano. D) Crime de perigo são aqueles que de�nem os crimes contra a vida ou a integridade física. Justi�cativa 25/03/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=2312149&classId=897662&topicId=2120787&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f034&enableForum= Glossário NA LEI Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença �nal, salvo o disposto no § 1o do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, veri�cando-se: (Redação dada pela Lei nº 12.234, de 2010). I - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze; II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e não excede a doze; III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não excede a oito; IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede a quatro; V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não excede a dois; VI - em 3 anos, se o máximo da pena é inferior a 1 ano. SUJEITO ATIVO É aquela pessoa ou ente que pratica a infração penal. É a pessoa que realiza, direta ou indiretamente, a conduta criminosa, isoladamente ou em concurso com outra ou outras pessoas. Os autores e coautores realizam de forma direta a conduta enquanto o partícipe (e o autor indireto ou mediato) realiza de forma indireta. Os animais não podem ser sujeitos ativos de crime, nem mesmo quando são utilizados por humanos para as práticas delituosas, pois, nesse caso, servirão apenas como uma ferramenta para o crime do humano (por exemplo, ao utilizar um cachorro para lesionar alguém, o dono do cachorro que será responsabilizado pelas lesões causadas pelo animal). SUJEITO PASSIVO É o titular do bem jurídico protegido pela norma penal que é atingido pela ação criminosa. Pode ser denominado de vítima ou ofendido.
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