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Regulação Gênica em procariotos e eucariotos Genética Animal Seropédica – RJ 1 Ministério da Educação Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde Departamento de Genética Objetivo da aula De que modo variam os níveis de transcrição gênica e tradução do DNA? Como as células ou os vírus percebem mudanças ambientais e disparam alterações na expressão gênica? Quais são os mecanismos moleculares de regulação gênica nas bactérias? E nos eucariotos? 2 Objetivo da aula Como os eucariotos geram muitos padrões diferentes de expressão gênica com um número limitado de proteínas reguladoras? Que papel a cromatina tem na regulação gênica eucariótica? Quais são as marcas epigenéticas e como influenciam a expressão gênica? Que papeis as moléculas de RNA desempenham na repressão da expressão gênica eucariótica? 3 Introdução “O que é verdade para E. coli também é verdade para o elefante” Jacques Monod. As bactérias tem em comum com os seres maiores e mais complexos a necessidade de regular a expressam dos genes. São oportunistas nutricionais. 4 Regulação gênica em procariotos As bactérias desenvolveram sistemas reguladores que acoplam a expressão dos produtos gênicos a sistemas sensores que detectam o composto relevante em ambiente bacteriano local. Elas tem que ser capazes de reconhecer condições ambientais nas quais devem ativar ou reprimir a transcrição dos genes relevantes Elas têm de ser capazes de ligar ou desligar, como um interruptor, a transcrição de cada gene específico ou grupo de genes. 5 Bases da regulação transcricional procariótica: interruptores genéticos A regulação da transcrição depende principalmente de dois tipos de interações DNA-proteína. Onde começa a transcrição? (primeira interação DNA- proteína) Promotor (sequência no DNA) e RNA polimerase (proteína responsável pela transcrição). Todo gene precisa ter um promotor ou não será transcrito. 6 Bases da regulação transcricional procariótica: interruptores genéticos A regulação da transcrição depende principalmente de dois tipos de interações DNA-proteína. Ativadores ou repressores se ligam em regiões do DNA próximo ao promotor (segunda interação DNA- proteína) Em bactérias o local do DNA onde se ligam os repressores recebem o nome de operador. 7 Bases da regulação transcricional procariótica: interruptores genéticos Quando um gene exige uma proteína ligada ao operador para ser transcrita temos uma regulação positiva. Para outros genes uma proteína repressora deve ser impedida de se ligar ao DNA nesta temos uma regulação negativa. 8 Regulação gênica em procariotos 9 Bases da regulação transcricional procariótica: interruptores genéticos Como os ativadores e repressores regulam a transcrição? Uma proteínas ativadora ao ligar-se ao DNA recruta a RNA polimerase para o promotor. 10 Bases da regulação transcricional procariótica: interruptores genéticos Como os ativadores e repressores regulam a transcrição? Uma proteína repressora ligada ao DNA interfere fisicamente na ligação da RNA polimerase com o promotor (“Dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço...”) Bloqueio do inicio da transcrição; ou Impede o movimento da RNA polimerase ao longo da cadeia do DNA. 11 Bases da regulação transcricional procariótica: interruptores genéticos Proteínas ativadoras e repressoras devem ser capazes de reconhecer quando as condições ambientais são apropriadas para suas ações e agir de acordo. 12 Bases da regulação transcricional procariótica: interruptores genéticos Desta forma estas proteínas possuem duas formas: A que é capaz de se ligar ao DNA A que NÃO é capaz de se ligar ao DNA A maioria das proteínas reguladoras possuem dois sítios diferentes Domínio de ligação ao DNA Sítio alostérico (onde se liga o efetor alostérico) 13 Bases da regulação transcricional procariótica: interruptores genéticos 14 Um primeiro exame do circuito regulador lac Vamos analisar o sistema em duas condições: na presença e na ausência de lactose. Genes estruturais lac (presentes em um único mRNA) Permease que transporta a lactose: codificada pelo gene Y β-galactosidase: codificada pelo gene Z Transacetilase: codificada pelo gene A Genes controlados coordenadamente 15 Um primeiro exame do circuito regulador lac Componentes reguladores do sistema lac Proteína repressora Lac – codificada pelo gene I Bloqueia a expressão dos genes Z, Y e A. O sítio do promotor lac – o promotor P O sítio operador lac – o operador O 16 Um primeiro exame do circuito regulador lac 17 Um primeiro exame do circuito regulador lac A indução do sistema lac Proteína repressora Lac possui um sitio de ligação do operador do óperon lac e um sítio alostérico onde a lactose se liga. Ao se ligar ao sítio de ligação do operador o óperon lac é “desligado”. 18 Um primeiro exame do circuito regulador lac Quando a lactose ou seus análogos se ligam ao sítio alostérico a proteína perde a afinidade pelo promotor e neste caso o óperon lac é “ligado”. O alivio da repressão por sistemas como o lac é chamado de indução. 19 Um primeiro exame do circuito regulador lac 20 Um primeiro exame do circuito regulador lac 21 Descoberta do sistema lac: controle negativo 22 Três ingredientes para estudar a expressão gênica. A indução do sistema lac Uma análise bioquímica que quantifique o mRNA e/ou a proteína. Condições confiáveis em que os níveis de expressão difiram em um genótipo tipo selvagem Descoberta do sistema lac: controle negativo 23 Mutações genéticas que perturbem os níveis de expressão. No sistema lac a presença de lactose faz com que a célula produza 1000 vezes a enzima β-galactosidase Aminoácidos marcados radiotivamente demonstraram que a presença dos indutores fazia com que novas moléculas de enzimas fossem sintetizadas. Descoberta do sistema lac: controle negativo 24 Genes controlados juntos. Jacob e Monod descobriram que a permeasse e a transacetilase também era sintetiza na presença do indutor. Eles identificaram três genes diferentes controlados de forma coordenada. Descoberta do sistema lac: controle negativo 25 Genes controlados juntos. Evidências genéticas do operador e do repressor Genética clássica: analisar as consequências fisiológicas das mutações. Induziram mutações nos genes estruturais e nos elementos reguladores Indutores sintéticos que não eram degradados pela enzima foram utilizados nestes experimentos Descoberta do sistema lac: controle negativo 26 Várias classes de mutações diferentes podem alterar a expressão dos genes estruturados do óperon lac. Eles queriam avaliar as interações de novos alelos e saber que alelos exibiam dominância No entanto as bactérias são haploides Descoberta do sistema lac: controle negativo 27 Eles produziram bactérias parcialmente diploides para mutações lac selecionadas. Estes estudos permitiram a Jacob e Monod distinguissem mutações no sitio regulador de DNA (operador lac) de mutações na proteína reguladora (o repressor Lac). Descoberta do sistema lac: controle negativo 28 As mutações no operador revelam que tal sítio é cis- atuante, istoé, regula a expressão de uma unidade adjacente de transcrição na mesma molécula de DNA. Descoberta do sistema lac: controle negativo 29 As mutações no gene codificador de uma proteína repressora revelam que essa proteína é de transatuante, isto é, pode atuar em qualquer cópia do sítio alvo do DNA na célula. Descoberta do sistema lac: controle negativo 30 Repressão catabólica do óperon lac: controle positivo 31 O óperon lac tem um nível adicional de controle, de modo que o óperon é inativo na presença de glicose, mesmo se também houver lactose. Um efetor alostérico, cAMP, liga-se ao ativador CAP para permitir a indução do óperon lac. Entretanto, altas concentrações de catabólitos de glicose produzem baixas concentrações de cAMP, deixando de produzir cAMP-CAP e, assim, deixando de ativar o óperon lac. Repressão catabólica do óperon lac: controle positivo 32 Generalizando a partir do modelo do óperon lac, podemos imaginar o DNA ocupado por proteínas reguladoras ligadas aos sítios operadores que elas controlam. O padrão exato de ligação depende de quais genes são ligados ou desligados e se ativadores ou repressores regulam determinados óperons. Repressão catabólica do óperon lac: controle positivo 33 O óperon lac é um aglomerado de genes estruturais que especificam enzimas que atuam no metabolismo da lactose. Esses genes são controlados pelas ações coordenadas das regiões do operador e promotor cis-atuantes. A atividade destas regiões é, por sua vez, determinada pelas moléculas do repressor e do ativador especificadas por genes reguladores Controle duplo positivo e negativo: o óperon da arabinose 34 A transcrição do óperon pode ser regulada tanto por ativação quanto por repressão. Os óperons que regulam o metabolismo de compostos similares, como açucares, podem ser regulados de modos bem diferentes. No óperon da arabinose é um exemplo no qual uma única proteína pode agir como um repressor ou um ativador. Controle duplo positivo e negativo: o óperon da arabinose 35 A transcrição é ativada em araI, a região iniciadora. O gene araC codifica uma proteína ativadora que quando ligada a arabinose se liga ao sitio araI e ativa a transcrição do óperon. Na ausência de arabinose a proteína araC adota uma conformação diferente e reprime o óperon ara ligando-se a araI e a outro sítio distante araO formando uma alça que impede a transcrição Controle duplo positivo e negativo: o óperon da arabinose 36 Vias metabólicas e níveis adicionais de regulação: atenuação 37 O óperon de triptofano contém 5 genes (trpE, trpD, trpC, trpB, trpA) que codificam enzimas que contribuem para a síntese do aminoácido triptofano. Vias metabólicas e níveis adicionais de regulação: atenuação 38 Concentração de triptofano elevado leva a inibição da transcrição. Proteína repressora Trp (sintetizada pelo gene trpR) se liga ao aminoácido e se liga ao DNA. Vias metabólicas e níveis adicionais de regulação: atenuação 39 Atenuação: diminui a síntese do mRNA quando a concentração de triptofano é abundante. Este mecanismo atua após o inicio da transcrição. Vias metabólicas e níveis adicionais de regulação: atenuação 40 Vias metabólicas e níveis adicionais de regulação: atenuação Outros óperons para enzimas nas vias de biossíntese têm controles de atenuação similares. Um segundo nível de regulação nos óperons de biossíntese de aminoácidos é a atenuação da transcrição mediada pela abundância de aminoácido e a tradução de um peptídeo líder 41 Vias metabólicas e níveis adicionais de regulação: atenuação 42 Ciclo de vida de bacteriófagos: mais reguladores, óperons complexos O ciclo de vida do bacteriófago λ é regulado. O bacteriófago λ é um fago temperado que tem dois ciclos de vida alternativos; Quando uma bactéria normal é infectada por um fago λ do tipo selvagem: ciclo lítico: o fago se replica e lisa a célula; ciclo lisogênico: o genoma do fago se integra ao genoma do cromossomo da bactéria como parte inerte. 43 44 Ciclo de vida de bacteriófagos: mais reguladores, óperons complexos Gene cI: codifica um repressor λ, que reprime o centro lítico e promove a lisogenia; Gene cro: codifica um repressor que reprime a lisogenia, permitindo o crescimento lítico Estão em competição e se inicia quando o fago λ infecta uma célula normal. Gene N: codifica um regulador positivo, que permite que a RNA polimerase continue a transcrever regiões do DNA que de maneira diferente, causariam o termino da transcrição. 45 Ciclo de vida de bacteriófagos: mais reguladores, óperons complexos Gene cII: codifica uma proteína ativadora que se liga a um sítio que promove a transcrição para esquerda de um promotor diferente, Pre (promotor de estabelecimento do repressor), que ativa o gene cI. Também ativa a transcrição de int. Gene cIII: protege a cII da degradação, portanto também contribui para a decisão lisogênica. Gene int: codifica uma proteína adicional necessária a lisogenia, uma integrasse necessária a integração do genoma λ ao cromossomo do hospedeiro. 46 47 48 Ligação sequência-especifica de proteínas reguladoras A especificidade biológica do gene regulador é devida à especificidade química das interações aminoácido-base entre proteínas reguladoras e sequências determinadas do DNA. 49 Ligação sequência-especifica de proteínas reguladoras 50 Fatores sigma alternativos regulam grandes conjuntos de genes A expressão sequencial de fatores σ alternativos que reconhecem sequências promotoras alternativas fornece a expressão coordenada de um grande número de óperons independentes e genes não ligados durante o programa de desenvolvimento da esporulação. 51 52 Regulação da gênica em eucariotos Como em procarioto, a expressão de genes em eucariotos requer a transcrição de DNA em RNA e a subsequente tradução de RNA em polipeptídeos. No entanto, há diferenças nesses processos entre eucariotos e procariotos, como já vimos. 53 Regulação da gênica em eucariotos A expressão gênica é mais complexa em eucariotos que em procariotos: Dividida em compartimentos (membranas), Subdivide a célula em organelas. As células possuem mitocôndrias, cloroplastos e retículo endoplasmático, com suas funções diferenciadas. 54 Regulação da gênica em eucariotos Núcleo: armazena o material genético; Mitocôndrias e cloroplastos: obtêm energia; Retículo endoplasmático: transporta materiais para dentro da célula. 55 Regulação da expressão gênica Lembrando os processos de transcrição e tradução, podemos dizer que eles ocorrem em lugares diferentes. Essa separação física dos processos da expressão gênica torna possível a regulação em diferentes locais. 56 PROCARIOTO X EUCARIOTO Transcrição de DNA controlada É mais complexo em eucariotos: Os genes são sequestrados no núcleo. As células eucarióticas precisam de sinalização interna para controlar a transcrição de DNA. 58 Transcrição de DNA controlada É mais complexo em eucariotos: A multicelularidade de muitos eucariotos. A comunicação intercelular é um aspecto importante da regulação da transcrição mediada por interações proteínas-DNA. Proteínas reguladoras positivas e negativas se ligam a regiõesespecíficas do DNA e estimulam ou inibem a transcrição (fatores de transcrição). 59 Recomposição alternativa de RNA A maioria dos genes eucarióticos tem íntrons e éxons. Conforme vimos na transcrição, os íntrons são removidos do transcrito de RNA de um gene, para que haja a expressão adequada da sequência codificadora. 60 Recomposição alternativa de RNA A maioria dos genes eucarióticos tem íntrons e éxons. Genes com muitos íntrons um problema curioso para o mecanismos de recomposição do RNA. Os íntrons podem ser removidos separadamente, ou em combinação (interação entre o mecanismo de recomposição e RNA). 61 Recomposição alternativa de RNA Caso dois íntrons sucessivos sejam removidos juntos, éxon entre eles também será removido. Assim, o mecanismo de recomposição tem a oportunidade de modificar a sequência codificadora de um RNA por deleção de alguns de seus éxons. 62 Recomposição alternativa de RNA Em vez de duplicar genes, ou trechos, a recomposição alternativa de transcritos torna possível que um único gene codifique diferentes polipeptídios. Ex.: A expressão do gene para troponina T, uma proteína encontrada no músculo esquelético de vertebrados, (varia de 150 a 250 aminoácidos). 63 Recomposição alternativa de RNA Ex.: A expressão do gene para troponina T, em ratos possui 18 éxons e mais de 16kb. Seus transcritos tem em comum os éxons, 1 a 3, 9 a 15 e 18. Há polipeptídios que contém os éxons de 4 a 8. Se o éxon 16 estiver presente o 17 não está e vice e versa. 64 Figuras eucariotos alternativa 65 Controle citoplasmático da estabilidade do mRNA O mRNA são exportados do núcleo para o citoplasma, onde servem de moldes para os polipeptídeos. A linha de montagem da tradução continua até a degradação do mRNA. Outro ponto de controle é a degradação do mRNA. Existe mRNA de longa duração e de curta duração. 66 Controle citoplasmático da estabilidade do mRNA mRNA de longa duração podem durar vários ciclos de síntese de proteínas, ao contrário dos de curta duração. mRNA de curta duração deve ser reposto por transcrição complementar, do contrário, cessa a síntese do polipeptídio codificado por ele. 67 Controle citoplasmático da estabilidade do mRNA A longevidade do mRNA pode ser influenciada por: Cauda poli A; Sequência 3’ UTR não traduzida; Fatores químicos como hormônios podem afetar a estabilidade do mRNA; 68 Controle citoplasmático da estabilidade do mRNA A longevidade do mRNA pode ser influenciada por: Também são reguladas pelo miRNA e pelo siRNA, eles emparelham suas bases em regiões específicas, causando a clivagem e subsequente degradação. Funcionam na defesa de vegetais contra infecção de RNA vírus; Regulam a expressão de genes participantes na maturação e do desenvolvimento 69 Indução da atividade de transcrição por fatores ambientais e biológicos A expressão eucariótica pode ser induzida por fatores ambientais como calor e por moléculas sinalizadoras como hormônios e fatores do crescimento. 70 Indução da atividade de transcrição por fatores ambientais e biológicos Temperatura: os genes do choque térmico Quando um organismo é submetido ao estresse por temperatura elevada, respondem sintetizando um grupo de proteínas que ajudam a estabilizar o meio celular interno. (Conservado em procariotos e eucariotos) 71 72 A expressão das proteínas do choque térmico é regulada na transcrição, onde o calor induz especificamente a transcrição de genes codificadores dessas proteínas. Indução da atividade de transcrição por fatores ambientais e biológicos Moléculas sinalizadoras: genes que respondem a hormônios. Em eucariotos multicelulares, um tipo de célula pode enviar sinais para outro por secreção de hormônios. Os hormônios circulam por todo o corpo. Hormônios esteróides; Hormônios peptídicos. 73 Indução da atividade de transcrição por fatores ambientais e biológicos Hormônios esteróides: é constituída de pequenas moléculas lipossolúveis derivadas do colesterol. Em virtude de sua natureza lipídica atravessam com pouca ou nenhuma dificuldade. Uma vez dentro da célula interagem com proteínas citoplasmáticas ou nucleares (receptores hormonais). O complexo receptor/hormônio formado interage com o DNA e atua como fator de transcrição para regular a expressão de determinados genes. 74 75 Indução da atividade de transcrição por fatores ambientais e biológicos Hormônios peptídicos: é constituída de classes de cadeias lineares de aminoácidos. Essa moléculas são codificadoras de genes. Ex.: insulina. Hormônios peptídeos interagem com proteínas receptoras ligadas à membranas e ativam um sistema sinalizador que regula a expressão de genes específicos. Transdução sinal – transmissão do sinal hormonal através da célula. 76 77 Controle molecular da transcrição em eucariotos A transcrição é regulada por interações entre proteínas e sequências de DNA localizadas dentro ou perto dos genes. Sequências de DNA implicadas no controle da transcrição: Proteínas implicadas no controle da transcrição: fatores de transcrição. 78 Controle molecular da transcrição em eucariotos Sequências de DNA implicadas no controle da transcrição: A transcrição é iniciada no promotor de um gene, a região reconhecida pela RNA polimerase. A transcrição também é controlada por fatores de transcrição especiais, que se ligam a sequências chamadas acentuadores. 79 Controle molecular da transcrição em eucariotos Sequências de DNA implicadas no controle da transcrição: Os acentuadores tem ação independente do sentido e a distâncias consideráveis para regular a transcrição de um promotor de gene. É o que os diferem dos promotores. A maioria dos acentuadores é específica para o tecido. Ex.: pigmentação de partes do corpo, asas, pernas, tórax, etc. 80 Controle molecular da transcrição em eucariotos Sequências de DNA implicadas no controle da transcrição: Como os acentuadores influencia a transcrição do gene? As proteínas que se ligam aos acentuadores influenciam atividades das proteínas que se ligam aos promotores, o que inclui os fatores de transcrição basais e a RNA polimerase. 81 Controle molecular da transcrição em eucariotos Proteínas implicadas no controle da transcrição: fatores de transcrição. Um grande número de proteínas eucarióticas parecem ter no mínimo dois domínios químicos importantes: Um domínio de ligação ao DNA e Um domínio de ativação da transcrição. Podem estar próximos ou distantes na molécula. 82 Controle molecular da transcrição em eucariotos Proteínas implicadas no controle da transcrição: fatores de transcrição. A ativação da transcrição parece implicar em interações físicas entre as proteínas. O domínio de ativação da transcrição pode induzir mudanças na conformação das proteínas montadas, abrindo caminho para que a RNA polimerase inicie a transcrição. 83 Controle molecular da transcrição em eucariotos Proteínas implicadas no controle da transcrição: fatores de transcrição. Os fatores de transcrição têm motivos estruturais característicos, como o dedo de zinco, a hélice-volta- hélice, o zíper de leucina e a hélice-alça-hélice. 84 Motivos estruturais em diferentes tipos de fatores de transcrição.A. Motivos dedos de zinco no fator de transcrição de mamíferos SP1. B. Motivo hélice-volta- hélice em um fator de transcrição do tipo homeodomínio. C. Um motivo zíper de leucina que possibilita a dimerização de dois polipeptídeos, seguida por ligação ao DNA. D. Um motivo hélice- alça-hélice que possibilita a dimerização de dois polipeptídios, seguida por ligação ao DNA. 85 Regulação pós-transcricional da expressão gênica por interferência por RNA RNA não codificadores curtos podem regular a expressão de genes eucarióticos por interação com os mRNAs produzidos por esses genes. Embora a maior parte da regulação ocorra na transcrição, foi observada mecanismos pós- transcricionais com papeis importantes na regulação da expressão de genes eucarióticos. 86 Regulação pós-transcricional da expressão gênica por interferência por RNA Alguns desses mecanismos contam com pequenos RNAs não codificadores, que interferem na expressão gênica, são chamados interferência por RNA – RNAi. O fenômeno da interferência por RNA conta com a participação de pequenas moléculas de RNA conhecidas como siRNA e microRNA. 87 Regulação pós-transcricional da expressão gênica por interferência por RNA Os RNAs de interferência curtos e os microRNA são produzidos a partir de precursores bifilamentares maiores pela a ação de endonucleases tipo Dicer; Nos complexos de silenciamento induzido por RNA (RISC), siRNA, miRNA tornam-se unifilamentos de modo que possam ter como alvo sequências complementares em moléculas de mRNA; 88 Regulação pós-transcricional da expressão gênica por interferência por RNA O mRNA que é alvo do siRNA é clivado, e o mRNA-alvo do miRNA é impedido de servir de molde para a síntese de polipeptídios; Os genomas eucarióticos têm centenas de genes para miRNA; 89 Regulação pós-transcricional da expressão gênica por interferência por RNA Transposons e transgenes podem estimular a síntese de siRNA; A interferência por RNA é usada como instrumento de pesquisa para suprimir ou atenuar a expressão de genes em células e organismos. 90 91 Expressão gênica e organização da cromatina Vários aspectos da organização da cromatina influenciam a transcrição de genes. Os cromossomos eucarióticos são constituídos de partes aproximadamente idênticas de DNA e proteínas. O conjunto desse material é chamado de cromatina. 92 Expressão gênica e organização da cromatina A heterocromatina está associada à repressão da transcrição; A variegação por efeito de posição é um exemplo da regulação epigenética da expressão gênica; Variegação: mistura de características normais e mutantes em um mesmo indivíduo; Epigenética: é usado para indicar que a expressão do gene é regulada por um estado hereditário que não a sequência real do gene; 93 Expressão gênica e organização da cromatina A transcrição ocorre preferencialmente na cromatina com organização frouxa; O DNA transcricionalmente ativo tende a ser mais sensível à digestão por Dnase I; Durante a ativação da transcrição, a cromatina é remodelada (facilitam a entrada da RNA polimerase) por complexos multiproteicos; 94 95 Expressão gênica e organização da cromatina A metilação de DNA está associada ao silenciamento gênico em mamíferos, consiste em uma modificação epigenética da cromatina; A expressão de um gene imprinted é condicionada pela origem parental do gene. Ex.: O gene IGF2 de camundongos, é expresso quando herdado do pai, mas não da mãe. 96 Metilação 97 Imprinting 98 Ativação e inativação de cromossomos inteiros Mamíferos, moscas e vermes têm mecanismos diferentes de compensação das diferentes doses de cromossomos X em machos e fêmeas. Organismos com um sistema de determinação de sexo XX/XY ou XX/XO enfrentam problemas de igualar a atividade de genes ligados ao X. 99 Ativação e inativação de cromossomos inteiros Três diferentes mecanismos de compensação da dose: Inativação, Hiperativação, Hipoativação. Tem uma característica importante em comum, muitos genes diferentes são regulados porque estão no mesmo cromossomo. É possível porque um ou mais fatores que se ligam especificamente ao cromossomo X e alteram suas atividades de transcrição. 100 Ativação e inativação de cromossomos inteiros A inativação de um cromossomo X em fêmea XX de mamíferos é mediada por um RNA não codificador transcrito do gene XIST neste cromossomo; A hiperativação do único cromossomo X em machos de drosófila é mediado por um complexo RNA-proteína que se liga a muitos sítios nesse cromossomo e estimula a transcrição de seus genes. 101 Ativação e inativação de cromossomos inteiros A hipoativação dos dois cromossomos X em hermafroditas de C. elegans é mediado por proteínas que se ligam a esses cromossomos e reduzem a transcrição de seus genes. 102 103 Bibliografia ANTHONY JF GRIFFITHS et. al. – Introdução a Genética. 9ª. Ed. São Paulo: Guanabara Koogan, 2010. cap. 11. e cap. 12. 744p. 104
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