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Profº Cristiano CHOQUE CRONOLOGIA DA MORTE A – OBSTRUÇÃO DE VIA AÉREA; B – DIFICULDADE RESPIRATÓRIA; C – CHOQUE HIPOVOLÊMICO; D – LESÃO NEUROLÓGICA; E – OUTROS DANOS. ATENDIMENTO PRÉ - HOSPITALAR Transporte pré-hospitalar Imobilização • Alinhamento do corpo • Restrição de Movimento • Facilitação do transporte e segurança • Conforto Equipamentos Colete de Imobilização Dorsal Prancha Longa Contentor Lateral de cabeça Colar Cervical Monitoração do paciente • Cardiológica • Respiratória e • Neurológica • Sedação • Registro das alterações • Consulta ao especialista Sugestão. Transporte Sempre priorizar o contato com o hospital que receberá o paciente, Transportar para o hospital que tem condições de receber o paciente. Tipos: Terrestre Aaeromédico Aeromédico Procedimentos: Informar Características do Transporte Monitorar Realizar Procedimentos Invasivos antes do embarque Sedar (?) Critérios: Vítima Instável Mecanismo grave de Lesão Tempo de Helicóptero > 15 minutos Impossível por via terrestre ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR Profº Cristiano CHOQUE “Deficiência aguda da corrente sanguínea no leito vascular periférico”. Ocorre quando o coração não bombeia sangue suficiente para encher as artérias a uma pressão suficiente para fornecer/enviar oxigênio para os órgão e tecidos. Deixa de ocorrer a perfusão. Danos em 4 a 6 minutos (coração, pulmões, cérebro) • Causas – Hemorragia: trauma, Hemorragia Digestiva – Por perdas exógenas: vômitos, diarréia, queimaduras – Por perdas endógenas: pancreatite (3° espaço) Perdas hídricas externas Deslocamentos hídricos internos Traumatismo Cirurgia Vómitos Diarréia, Peritonite Diurese Diabetes insípidas Hemorragia interna Queimaduras, Ascite Acidentes de motocicletas Trauma de MMIIs Fraturas expostas Com hemorragia Atropelamento – fratura exposta com hemorragia Politraumatizado Tórax, TCE e fratura de fêmur com hemorragia • CHOQUE HIPOVOLÊMICO: perda de sangue, plasma ou líquidos extracelulares; • CHOQUE CARDIOGÊNICO: insuficiência miocárdica ; • CHOQUE DISTRIBUTIVO: diminuição do tônus vascular. Dividido em: – CHOQUE NEUROGÊNICO; – CHOQUE ANAFILÁTICO; – CHOQUE SÉPTICO. • CHOQUE OBSTRUTIVO: obstrução mecânica do fluxo sangüíneo. Classificação Choque Hipovolêmico Diminuição do volume intravascular gerando incapacidade no sistema de manter a circulação adequada a todas as partes do corpo. Outra definição - É a síndrome na qual a perfusão tissular está reduzida de tal modo que o fluxo sanguíneo é inadequado para alcançar a necessidade metabólica tissular; • Situação clínica e hemodinâmica correspondente a um estado de hipoperfusão tissular geral e grave. A falta de O2 e substratos metabólicos assim como o acúmulo de metabólitos tóxicos produzem um dano celular que pode ser irreversível. • Portanto, hipotensão não é sinônimo de choque • Hipotensão • Taquicardia • Pulso fino e taquicárdico • Pele fria e pegajosa • Sudorese abundante • Mucosas descoradas e secas • Palidez • Cianose • Resfriamento das extremidades • Hipotermia • Respiração superficial, rápida e irregular • Sede • Náuseas e vômitos • Alterações neurossensoriais. Manifestações Clínicas Gerais Manifestações Clínicas – Taquicardia (FC>100) – Taquipnéia (FR> 22) ou PCO2<32mmHg – Pulsos radias finos ou impalpáveis – PAS<90mmHg por um período > 20min, porém não é um critério obrigatório Manifestações clínicas: * Hipotensão arterial; * Queda rápida e acentuada do índice cardíaco; * Oligúria; * Sinais de estimulação simpatomimética; * Taquisfigmia; * Hiperpnéia; * Alteração no nível de consciência; * Dor anginosa e arritmias. Manifestações Clínicas – IRA - Oligúria - menos que 400ml nas 24 horas – Anúria – menor que 100ml nas 24 horas – BE<-5,0 – Lactato sérico >4mM – Acidose metabólica – Aumento de uréia e creatinina por hipoperfusão renal – SNC: agitação; confusão; sonolência Lactato (mmol/L) Terminologia clínica Mortalidade associada (%) < 2,5 normal -- 2,5 – 4,9 ligeira 25 - 35 5,0 – 9,9 moderada 60 – 75 > 10 severa > 95 Volume sangüíneo diminuído Retorno venoso diminuído Volume sistólico diminuído Débito cardíaco diminuído Perfusão tecidual diminuído Fisiopatologia Técnicas utilizadas no controle de hemorragias – ambulância e hospital • 1. Pressão direta sobre o ferimento. • 2. Elevação de membro. • 3. Compressão dos pontos arteriais. • Observação: em casos de amputação traumática, esmagamento de membro e hemorragia em vaso arterial de grande calibre, devemos empregar a combinação das técnicas de controle de hemorragia. Tratamento pré-hospitalar: • exponha o local do ferimento; • efetue hemostasia; • afrouxe roupas; • previna a perda de calor corporal; • não dê nada para o paciente comer ou beber; • ministre oxigênio suplementar, se necessário; • estabilize e transporte o paciente. • Observação: a primeira técnica a ser empregada em hemorragias visíveis é pressão direta sobre o ferimento. Pressão direta sobre o ferimento • Coloque sua mão enluvada diretamentamente sobre o ferimento e aplique pressão apertando o ponto de hemorragia; a pressão da mão poderá ser substituída por um curativo (atadura e gaze), que manterá a pressão na área do ferimento. A interrupção precoce da pressão direta ou retirada do curativo, removerá o coágulo semi-formado, reiniciando a hemorragia. PRESSãO DIRETA Elevação de membro • Eleve o membro de modo que o ferimento fique acima do nível do coração. Essa técnica pode ser usada em conjunto com a pressão direta nas hemorragias de membro superior ou inferior. • Os efeitos da gravidade vão ajudar a diminuir a pressão do sangue, auxiliando no controle da hemorragia. Essa técnica não deve ser empregada quando houver suspeita de fratura, entorse ou luxação. Compressão dos pontos arteriais • Comprima a artéria que passe rente a uma superfície do corpo próximo a uma estrutura óssea. O fluxo de sangue será diminuído, facilitando a contenção da hemorragia (hemostasia). Essa técnica deverá ser utilizada após a pressão direta ou quando a pressão direta com elevação do membro tenham falhado. • No membro superior, o ponto de compressão é a artéria braquial (próxima ao bíceps), conforme figura; e no membro inferior é a artéria femural (próxima à virilha). Tratamento Reposição volêmica Vasopressores (dopamina, noradrenalina) Inotrópicos ( dobutamina, amiodarona) Controle glicêmico Controle do processo infeccioso AVALIAÇÃO PRIMÁRIA Vias aéreas com proteção da coluna cervical. Ventilação e respiração. Circulação com controle da hemorragia. Disfunção neurológica. Exposição / controle do ambiente, despir o doente prevenindo a hipotermia. A B C D E VIA AÉREA / PROTEÇÃO COL. CERVICAL • A oferta inadequada de sangue oxigenado ao cérebro e outras estruturas vitais é o fator que mais rapidamente causa morte no traumatizado. A prevenção da hipoxemia requer via aérea protegida e desobstruídae uma ventilação adequada, por isso esta etapa merece prioridade absoluta sobre as demais. A VIA AÉREA • Identificação de sinais de obstrução: corpos estranhos, sangue e secreções, fraturas faciais,mandibulares e traqueo-laríngeas. • O doente que se comunica verbalmente apresenta inicialmente baixo risco de obstrução da via aérea, porém a permeabilidade da via deve ser reavaliada a curtos intervalos de tempo. MANOBRAS INICIAIS ELEVAÇÃO DO MENTO / CHIN LIFT TRAÇÃO DA MANDIBULA / JAW THUST TODAS AS MANOBRAS DEVEM SER REALIZADAS COM A PROTEÇÃO DA COLUNA CERVICAL MANOBRAS INICIAIS • Para manutenção da via aérea a cabeça e o pescoço do doente não devem ser hiper- estendidos, hiper-fletidos ou rodados. • Medidas auxiliares: oximetria e capnometria. SINAIS DE OBSTRUÇÃO • Agitação – sugere hipoxia • Torpor – sugere hipercapnia • Cianose – sinal tardio de hipoxia • Tiragem e uso de musculatura acessória • Ruídos aéreos anormais / roncos / estridor • Rouquidão – obstrução funcional da laringe • Palpação anormal da traquéia TRATAMENTO DA VIA AÉREA • Oximetria / Capnometria • Retirada de corpos estranhos • Aspiração de secreções e sangue com aspirador rígido • Elevação do mento • Tração da mandíbula • Tubo orofaríngeo • Oxigenação / máscara de O2 10 l/min. • Determinação de via aérea temporária ou definitiva CÂNULAS OROFARÍNGEAS CÂNULA OROFARÍNGEA MÁSCARA LARÍNGEA Máscara Laríngea Inserção da ML COMBITUBO Combitube Combitube Intubação Nasotraqueal Ventilação a Jato Transtraqueal e Cricotireoidostomia VENTILAÇÃO E RESPIRAÇÃO • A troca adequada de gases é necessária para que seja possível oxigenação e eliminação de CO2. • Uma boa ventilação exige funcionamento adequado de pulmões da parede torácica e do diafragma. • O tórax deve estar exposto devendo-se avaliar inspeção da expansibilidade, palpação, ausculta e percussão. B CIRCULAÇÃO COM CONTROLE DA HEMORRAGIA • A hipotensão em doentes traumatizados deve ser considerada como hipovolêmica até prova em contrário. • Portanto é essencial a avaliação rápida e precisa do estado hemodinâmico. C ELEMENTOS CLÍNICOS • Nível de consciência: diminuição da perfusão cerebral • Cor da pele: coloração acinzentada da face e pele esbranquiçada nas extremidades • Pulso: pulso central deve ser examinado • Hemorragia externa: deve ser identificada e controlada na avaliação primária. DC = FC X VOL. SISTÓLICO • Quando ocorre perda sanguínea, inicia-se mecanismo de compensação. • Progressiva vasoconstrição da circulação cutânea, muscular e visceral. Aumento da freqüência cardíaca na tentativa de preservação do débito cardíaco. FISIOLOGIA • Hormônios com propriedades vasoativas são liberados, catecolaminas, histaminas, bradicininas, beta-endorfinas e citoquinas com efeito profundo na micro circulação e permeabilidade capilar. • Este mecanismo compensatório é limitado. Em nível celular, as células com oxigenação inadequada iniciam o metabolismo anaeróbio produzindo ácido lático. Com a manutenção da inadequada oxigenação alterações estruturais ocorrem levando a morte celular. OBJETIVOS • Controle da hemorragia • Restabelecimento do volume circulante PERDA ESTIMADA DE SANGUE • Choque grau I: até 15% • Choque grau II: 15 - 30% • Choque grau III: 30 – 40% • Choque grau IV: + 40% • Vol. sanguíneo: 7% peso corpóreo 8 – 9 % em crianças ACESSO VASCULAR • 2 cateteres venosos periféricos (16) nos antebraços. • Dissecção cirúrgica V. Safena. • Acesso venoso central (femoral, jugular, subclávio) por técnica de Seldinger. • Via intra óssea na criança. 61 Cristalóides Vantagens Desvantagens Cloreto de sódio a 0,9% Lactato de Ringer Soro fisiológico (3%, 5%. 7.5%) Colóides Albumina (5%, 25%) Dextran (40. 70) Amplamente disponível, barato Íon lactato ajuda a tamponar a acidose metabólica Pequeno volume necessário para restaurar o volume intravascular Rapidamente expande o volume plasmático Expansor sintético do plasma Exige grande volume de infusão; pode causar edema pulmonar Exige grande volume de infusão; pode causar edema pulmonar Perigo de Hipernatremia Dispendioso; exige doadores humanos; suprimento limitado; pode causar ICC Indicação PARA QUE SERVE HISOCEL? Estados de choque de qualquer etiologia. Expansor plasmático à base de gelatina a 3,5%. Solução coloidal de polipeptídeos - substituto do sangue ou plasma - peso molecular médio aproximado de 35.000; osmolaridade aproximada de 330 mOsm/l; pH de 7,2 a 7,4; ponto isoelétrico de 5,83; ponto de congelação abaixo de 3oC; viscosidade relativa de 1,6 a 1,8; viscosidade absoluta de 1,2. Cada 100 ml contém 3,500 g de gelatina; 0,850 gde cloreto de sódio; 0,038 g de cloreto de potássio; 0,070 g de cloreto de cálcio; 100 ml de água bidestilada q.s.p.; 0,630 g de teor de nitrogênio. RESPOSTA • Resposta rápida: hemodinamicamente normais. • Resposta transitória: após reposição inicial paciente apresenta nova deteriorização, indicando perda sanguínea persistente / reanimação inadequada, indica transfusão. Nova resposta inadequada pode indicar cirurgia. • Resposta mínima ou ausente: necessidade de intervenção definitiva imediata para controle da hemorragia. DISFUNÇÃO NEUROLÓGICA • Avaliação neurológica rápida, estabelecendo nível de consciência, avaliação pupilar e sua reação. • Sinais de lateralização e nível de lesão medular. D • Método rápido, podendo prognosticar a evolução. • O rebaixamento do nível de consciência pode representar a diminuição da oxigenação/perfusão cerebral ou ser resultado de trauma direto. • Hipoglicemia, álcool, drogas podem alterar a resposta. ESCALA DE COMA DE GLASGOW ESCALA DE COMA DE GLASGOW EXPOSIÇÃO / CONTROLE DO AMBIENTE • Despir totalmente o doente prevenindo a hipotermia com uso de cobertores dispositivos de aquecimento externos. • Fluídos intra venosos previamente aquecidos. E MEDIDAS AUXILIARES AVALIAÇÃO PRIMÁRIA E RESSUCITAÇÃO • Sonda gástrica: diminuição da distensão gástrica, reduzindo o risco de aspiração. • Outras monitorizações: freqüência respiratória, gaso arterial, oximetria de pulso, p.a. • Radiografias e procedimentos diagnósticos: não devem retardar reanimação. rx de tórax ap, bacia ap, col. cervical, tóraco-lombar, tc crânio/cervical. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA • Deve ser iniciada depois de completada a avaliação primária e quando as medidas iniciais de reanimação tiverem sido tomadas e o doente demonstrar tendência para normalidade de suas funções vitais. • Exame físico completo da cabeça aos pés, história clínica, reavaliação dos sinais vitais, procedimentos especiais de diagnóstico. HISTÓRIA A Alergias M Medicamentos de uso habitual P Passado médico / prenhez L Líquidos / alimentos ingeridos A Ambiente e eventos relacionados PESSOAL DO APH PEDE FORNECER INFORMAÇÕES IMPORTANTES COM RELAÇÃO AO MECANISMO DE TRAUMA. Intervenções de Enfermagem Desobstrução de vias aéreas; Posicionar o paciente em decúbito dorsal (exceto emcasos de gestação, dificuldade respiratória, lesão torácica – semi - fowler); Controlar qualquer hemorragia externa; Elevar os MMII a 20/30 cm acima do nível do coração. (exceto traumas cranianos, AVC , lesões nos MMII e cardiopatias); Imobilização das fraturas; Manter o paciente aquecido; Sepse na Emergência Prof. Cristiano Saldanha – Um estudo de Ylle Souza Rio/ 2017 Choque séptico Definição: É a incapacidade do sistema circulatório em manter uma oferta adequada de oxigênio e nutrientes para preencher as necessidades metabólicas dos tecidos. O choque séptico é classificado como um choque distributivo aonde ocorrem vasodilatação, seqüestro venoso, diminuição da pré-carga e má distribuição do fluxo sanguíneo regional. Agentes etiológicos: Infecções por Gram positivos e negativos. Sendo as mais frequentes S. aureus e P. aeruginosa ; Infecções por vírus e protozoários ( T. Gondii e Pcarinii ); fungos : Candida albicans e Criptococos neoformans. FISIOPATOLOGIA Quando um microorganismo invade os tecidos do corpo, o paciente exibe uma resposta imune. Essa resposta imune (células defesa) provoca a ativação de mediadores bioquímicos, os quais possuem diversos efeitos que levam ao choque. Vejamos a seguir... • No paciente com choque séptico podemos dividir clinicamente sua evolução clínica em 5 fases: • 1ª fase: Endotoxina X Lesão endotelial/Inflamação • Durante o choque ocorre a ativação de diversos sistemas que interagindo vão resultar na amplificação e perpetuação • do processo. Vários mediadores estão envolvidos na fisiopatologia do choque, são eles: • · Endotoxina: vários eventos desde a sepse até o choque provavelmente são iniciados por toxinas liberadas pelos microorganismos. A endotoxina tem a capacidade de interagir com inúmeras células, estimulando-as a desempenharem suas funções normais. A estimulação celular generalizada levaria a liberação de mediadores tais como: histamina, bradicinina, eicosanóides, endorfinas, fator ativador de plaquetas, monócitos, FNT e interleucinas. A endotoxina leva a liberação de enzimas lisossomais e interage com o sistema imunológico, ativando o sistema do complemento. Ainda age diretamente sobre a microvasculatura, aumentando a permeabilidade (responsável pela hipoproteinemia, edema e aumento das necessidades hídricas no choque) e interfere no metabolismo do cálcio na musculatura lisa dos vasos. Fisiopatologia Fisiopatologia Aspectos da Fisiopatologia • Além da inflamação há um grau de imunossupressão que contribui para a evolução do quadro séptico. • A diminuição da disponibilidade de O2 ocorre por redução da TA ou do DC, por trombose difusa na microcirculação e redistribuição do fluxo sanguíneo tecidual. • 2ª fase: Alterações hemodinâmicas (Fase hiperdinâmica ou quente e fase hipodinâmica ou fria) • Nesta fase ocorrem as alterações hemodinâmicas que são conseqüência da interação complexa de diversos fatores. • A endotoxina lesa o endotélio levando ao aumento da permeabilidade, edema, vasodilatação e conseqüente hipotensão. Através de diversos mecanismos neurohumorais como os reflexos dos barorreceptores carotídeos e aórticos mantêm-se o débito cardíaco aumentado e diminui-se a resistência vascular periférica, o que caracteriza a fase hiperdinâmica. Esta fase evolui para a fase hipodinâmica onde ocorre a disfunção miocárdica com sobrecarga e falência ventricular. • 3ª fase: Alteração do fornecimento de oxigênio aos tecidos • 4ª fase: CIVD - Nesta fase a endotoxina ativa diretamente a cascata da coagulação através do fator XII e indiretamente o fator VII. Ocorre precocemente a ativação e o consumo das plaquetas. A acidose potencializa a agregação plaquetária. Ocorre coagulação intravascular disseminada - CIVD. Pode ocorreñecrose de um membro. • 5ª fase: Falência de múltiplos órgãos • Devido à lesão tecidual e celular muito intensa e disseminada, os órgãos vitais são afetados e começam a entrar em • insuficiência, não permitindo a sobrevida Paciente com sepse Definições • Síndrome Resposta Inflamatória Sistêmica (SIRS) : é a resposta inflamatória generalizada em resposta a uma variedade de insultos clínicos graves. É reconhecida pela presença de dois ou mais sinais ou exames : – temperatura corporal > 38ºC ou < 36º C – frequência cardíaca > 90 bpm – frequência respiratória > 20 ir/min ou PaCO2 < 32 mmHg – leucócitos > 12000 cels/mm3 ou < 4000 cels/mm3, ou > 10 % de formas imaturas (bastões) • Sepse: SIRS com etiologia infecciosa • Sepse Grave: Sepse com um ou mais sinais de disfunção orgânica, hipoperfusão ou hipotensão. • Choque Séptico: Sepse com hipotensão (Ta sistólica: <90 ou <40 da TAS do paciente) durante pelo menos 1 hora de reposição hídrica ou necessidade de vasopressores para manter a TA. * P(predisposing factors) I(infection) R(host response) O(organ dysfunction)-Consenso de 2001 Manifestações Clínicas • Há diferenças individuais na apresentação e na velocidade com que ela se instala • Sinais e sintomas: – Febre – Calafrios – Fraqueza – Hiperventilação- sinal precoce – Desorientação e confusão – idosos – Apreensão, ansiedade e agitação – Sintomas específicos: • Lesões cutâneas (petéquias ou púrpuras cutâneas: n. meningitidis) • Tosse, dor no peito, dispnéia • Dor abdominal, náuseas, vômitos, diarréia • Disúria, dor pélvica ou em flanco, urgência miccional • Manifestações precoces (choque quente) e tardias (choque frio) Diagnóstico • Clínico • Não há testes específicos • Diagnóstico da Infecção:(Surviving Sepsis Campaign-2004) a. definir o foco infeccioso (pulmonar,abdominal, urinário,vascular) b. coletar culturas apropriadas (hemoculturas em até 1 hora) c. c. exames de imagem (preferencialmente à beira do leito – Rx, USG) Achados Laboratoriais • Leucocitose (com desvio para a esquerda) ou Leucopenia • Trombocitopenia • Hiperbilirrubinemia • Proteinúria • Elevação de ALT e AST • Gasometria arterial: hipoxemia • Hiperglicemia, raramente hipoglicemia • Declínio da Albumina • Lactato sérico > 2 mmol/L • 1.1 Aminotransferases • 1.1.1 Aspartato aminotransferase (AST) • também pode ser chamada de transaminase glutâmico oxaloacética (TGO) • é uma enzima que catalisa a reação: aspartato + alfa-queroglutarato = oxaloacetato + glutamato • é encontrada em altas concentrações no citoplasma e nas mitocôndrias do fígado, músculos esquelético e cardíaco, rins, pâncreas e eritrócitos (glóbulos vermelhos do sangue); quando qualquer um desses tecidos é danificado, a AST é liberada no sangue • como não há um método laboratorial para saber qual a origem da AST encontrada no sangue, o diagnóstico da causa do seu aumento deve levar em consideração a possibilidade de lesão em qualquer um dos órgãos onde é encontrada • valores normais: até 31 U/L (mulheres) e 37 U/L (homens)* • 1.1.2 Alanina aminotransferase (ALT) • também pode ser chamada de transaminase glutâmico pirúvica (TGP) • é uma enzima que catalisa a reação: alanina + alfa-queroglutarato = piruvato + glutamato • é encontrada em altas concentrações apenas no citoplasma do fígado, o que torna o seu aumento mais específico de lesão hepática; no entanto, pode estar aumentada em conjunto com a AST em miopatias (doenças musculares) severas • valores normais: até 31 U/L (mulheres) e 41 U/L (homens)* Complicações • Cardiopulmonares: Queda da PO2 arterial---SARA(desigualdade da ventilação/perfusão, aumento da permeabilidade dos capilares alveolares) – Hipotensão: má distribuição do fluxo e volume sanguíneo e hipovolemia(extravasamento capilar difuso) • Renais:Oligúria, Azotemia, Proteinúria e Cilindrúria. • Coagulação: Trombocitopenia-trombose microvascular. • Neurológicas: Fraqueza motora distal-persistência do choque séptico por semanas ou meses a polineuropatia impede o desmame do suporte ventilatório. • Azotemia é a alteração bioquímica caracterizada laboratorialmente pela elevação sanguínea de compostos nitrogenados não proteicos (ureia e creatinina, normalmente eliminados pelos rins) por diminuição da taxa de filtração glomerular e consequente redução na excreção urinária desses compostos. É detectada quando há perda funcional de aproximadamente 66 a 75% da capacidade funcional dos néfrons. As causas de azotemia podem ser de origem pré-renal, renal ou pós-renal. • Normal; uréia – 10 a 47 g/dl • Creatinina – 0,7 a 1.3 g/dl • Ex de azotemia: uréia – 230 g/dl creatinina – 3.8 g/dl • Cilindruria • Termo médico que indica a presença de cilindros de origem renal na urina. • Oligúria: Débito urinário inferior a 400 ml em 24 horas. Tratamento • O reconhecimento precoce e a terapia adequada e agressiva nas primeiras tem impacto significativo na sobrevida dos pacientes • As primeiras 6 horas –cuidado emergencial e as horas subsequentes – UTI Ressuscitação Inicial • Deve ser realizada nas 6 primeiras horas • Estabilização Ventilatória→Inserção de Cateter Venoso Central • Medida da Pressão Venosa Central(PVC) → 8-12 mmHg, mediante reposição com cristalóides (20-40 ml/kg /) ou colóides (15-30 ml/kg). • Medida da Pressão Arterial Média (PAM) →65-90 mmHg, por meio de vasopressores ou vasodilatadores. • Se Saturação Venosa Central (SvO2) for < 70 % : – com Htc <30: o paciente recebe Concentrado de Hemácias – Htc ≥ 30 : Inicia o uso de Dobutamina • Manutenção do débito urinário ≥ 0,5 ml/kg/h Ventilação Mecânica Protetora • Aproximadamente 50 % dos pacientes irão desenvolver SDRA ou lesão pulmonar aguda • Baixo Volume: 6ml/kg até 4ml/kg, visando manter a pressão de platô abaixo de 30 cm H2O. • SpO2 88-95% • Sedação com benzodiazepínicos em BI com acordar diário (benzodiazepínicos e opióides – associação • pode causar hipotensão) • Cabeceira elevada >30% ou 45 graus (prevenção de pneumonia) • Evitar o uso de bloqueadores neuromusculares Antibioticoterapia • Escolha do antibiótico: – Local da infecção – Germes mais comuns envolvidos – Condição clínica e imunológica do paciente – Padrão de resistência na comunidade ou no hospital – Protocolo + Consensos • Via endovenosa • Na primeira hora (após a cultura) • Esquema empírico inicial amplo ( inadequada→pior prognóstico) • Reavaliação do esquema em 48-72 horas , a partir de dados clínicos e microbiológicos • Esquema proposto: RN ampicilina + gentamicina. • · Crianças de 1 a 3 meses ceftriaxona + ampicilina; lactentes ceftriaxona + vancomicina; imunodeprimidos ceftazidima + vancomincina • · 48 horas de evolução com sinais de piora clínica: mudar o e esquema. Substituir as cefalosporinas por imipenem. Em pacientes imunodeprimidos, deve-se considerar a infecção por fungos anfotericina B. Corticóide • Questionável • Intravenoso • Hidrocortisona: 200-300mg/dia, por 7 dias , divididas em 3-4 doses • Indicados em pacientes em choque séptico(manutenção da PA) • Deve ser retirado com o controle do choque • 1- Via aérea • Oxigênio a 100%: manter a saturação entre 95 e100% • Intubação: pacientes muito instáveis • quadro respiratório deteriorando • alteração de SNC (coma e obnubilação) • • 2- Acesso venoso de urgência • Acesso periférico central intra ósseo dissecção de veia periférica • • 3- Reanimação volumétrica: reposição rápida de volume • · Cristalóide: soro fisiológico ou Ringer lactato 20 ml/Kg (10 a 20 minutos) em reposições seriadas até que se restaure a perfusão periférica e uma boa diurese (2 a 3 ml/Kg/h). Reavaliação clínica: melhora hemodinâmica, diurese, sinais de congestão ou persistência dos sinais de choque após cada etapa de reposição. • · Sistematização Avançada no CTI • Colóide: plasma ou albumina • A partir da 3ª etapa de 20 ml/Kg da reparação • – Albumina 20%: apresentação frasco 50 ml 10 g. Dose: 1g/Kg/dose ou seja 5 ml/Kg; diluir a 1:3 com soro fisiológico albumina: 5ml/Kg + SF 0,9%: 15 ml/Kg, correr em 30 a 60 minutos. • – Plasma fresco congelado: 10 ml/Kg repetidos a cada 4 a 6 horas até 4 ou normalização do TP e TPT. • • 7 – Redução da pós-carga: • Sinais de vasoconstrição: vasodilatador como nitroprussiato: dose inicial de 0,1 mcg/Kg/min ou dobutamina ou milrinona que produz vasodilatação e efeito inotrópico (vasoconstrição, diminui a contratilidade, PA normal). Referências • SALES JUNIOR, João Andrade L. et al . Sepse Brasil: estudo epidemiológico da sepse em Unidades de Terapia Intensiva brasileiras. Rev. bras. ter. intensiva, São Paulo, v. 18, n. 1, Mar. 2006 . • Rivers E et al. Early Goal-Directed Therapy in the Treatment of Severe Sepsis and Septic Shock N Engl J Med 2001 345: 1368-1377 • Falcão L et al.Medicina Intensiva para a Graduação- Unifesp • Condutas em Urgência e Emergência para o Clínico Pitta GBB. Acesso venoso por punção. In: Batista Neto J. Editor. Cirurgia de urgência: condutas. Rio de Janeiro: Revinter; 1999. p. 134-139. Fonseca FP. Cirurgia vascular no paciente ambulatorial. In: Fonseca FP, Rocha PRS, editores. Cirurgia ambulatorial. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1987. p. 454-461. DIEPENBROCK, Nancy H. Cuidados Intensivos. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. MENNA BARRETO, Sérgio Saldanha, e et all. Rotinas em Terapia Intensiva. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed editoura, 2001. NASI, L. A. Rotinas em Pronto Socorro. São Paulo: Editora Artmed, 2005. www.sociedades.cardiol.br/socerj/revista/.../a2001_v14_n02_art10.pdf www. 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