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A Filosofia Patrística e a Conciliação entre Razão e Fé

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os padres da Igreja Católica lutaram para disseminar o cristianismo explicando seus dogmas a população em geral . No começo era uma doutrina simples , constituída por algumas regras e a crença na salvação de Cristo . Não apresentava nenhum conjunto de ideias sistematizadas pela razão . Era uma religião que servia de instrumento de contestação da ordem imperial vigente e que vivia em permanente conflito com os romanos ; pois os padres romanos desprezavam a cultura grega pré-cristã , julgando-a como pagã. O esforço de conciliação das verdades reveladas com idéias filosóficas pelos primeiros padres, resultou na filosofia Patrística , que elaborou alguns problemas apologéticos e teológicos . Os padres, também chamados de ‘’ Pais da Igreja ‘’ foram exilados , perseguidos e martirizados devido aos sacrifícios para formularem a fé. Desenvolveram a doutrina conhecida como ‘’ Teologia Patrística . Divide-se em patrística grega (ligada à Igreja de Bizâncio) e patrística latina (ligada à Igreja de Roma) e seus nomes mais importantes foram: Tertuliano, Orígenes, Clemente, Eusébio, Santo Ambrósio, São Gregório Nazianzo, , Isidoro de Sevilha, SANTO AGOSTINHO e Boécio. A patrística introduziu idéias desconhecidas para os filósofos greco-romanos: a ideia de criação do mundo, de pecado , de Deus como trindade, encarnação e morte de Deus, de juízo final , fim dos tempos , ressurreição dos mortos e etc. 
Explicou como era possível o mal existir, já que Deus era perfeição e bondade.. Introduziu, sobretudo com Santo Agostinho e Boécio, a idéia de "homem interior", isto é, da consciência moral e do livre-arbítrio, pelo qual o homem se torna responsável pela existência do mal no mundo.
Para impor as idéias cristãs, os Padres da Igreja as transformaram em verdades reveladas por Deus . Por serem decretos divinos, seriam DOGMAS, isto é, irrefutáveis e inquestionáveis. Dessa forma, o grande tema de toda a Filosofia patrística é o da possibilidade de conciliar razão e fé, e, a esse respeito, havia três posições principais:
1. Os que julgavam fé e razão irreconciliáveis e a fé superior à razão (diziam eles: "Creio "). 
2. Os que julgavam fé e razão conciliáveis, mas subordinavam a razão à fé (diziam eles: "Creio para compreender"). 
3. Os que julgavam razão e fé irreconciliáveis, mas afirmavam que cada uma delas tem seu campo próprio de conhecimento e não devem misturar-se (a razão se refere a tudo o que concerne à vida temporal dos homens no mundo; a fé, a tudo o que se refere à salvação da alma e à vida eterna futura). 
A partir do século IV, o cristianismo deixa de ser clandestino no Império Romano, sendo reconhecido e tolerado, e, em seguida, tornando-se a religião oficial de Roma. As lutas do período anterior renderam frutos e a filosofia patrística vive o momento de apogeu. O grande nome do período é Santo Agostinho (354-430).

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