Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL - Campus Chapecó Fundamentos da Educação Djaina Sibiani Rieger Resumo: FRIGOTTO, Gaudêncio. Educação e a crise do capitalismo real. 6ª ed. São Paulo: Cortez, 2010. No primeiro capítulo da obra “Educação e a crise do capitalismo real” do filósofo e pedagogo brasileiro contemporâneo Gaudêncio Frigotto, analisa-se as relações entre sociedade, processo produtivo e de trabalho e qualificação humana (educação), que por sua vez, variam e alteram sua natureza frente aos processos históricos. Entre os campos disciplinares que abordam o assunto e suas relações intrínsecas, o autor dá ênfase à área da Economia da Educação, primeiramente defendendo a ideia de que a educação liga-se as relações sociais, de forma a estar constituída e ser constituinte destas relações, ao mesmo tempo em que, historicamente caracteriza-se como um campo de disputa hegemônica. Explanando a ideia de que a educação é limitada a um fator trivial de produção, que produz o “capital humano”, verifica-se que tradicionalmente, ocorrem perspectivas distintas da educação entre as classes e concepções conflitantes e antagônicas, uma vez que, para a classe dirigente, a educação assume o papel de habilitar técnica, social e ideologicamente os grupos sociais de trabalhadores para o trabalho, enquanto que, a respectiva classe assume que através da educação media-se a obtenção de conhecimentos e habilidades, permitindo-lhes melhor compreensão da realidade e o avanço na capacidade de fazer valer os próprios interesses econômicos, políticos e culturais. Neste contexto, paralelo a solidificação do sistema capitalista, a construção dos sistemas educacionais assume caráter dualista e segmentado, onde, tem-se a escola disciplinadora e adestradora para os filhos dos trabalhadores e escola formativa para os filhos as classes dirigentes, destacando-se uma subordinação da função social da educação às demandas do capital, onde o ensino da classe majoritária supre as necessidades de produção, enquanto àqueles da classe dirigente são preparados para governar. O autor defende que a qualificação humana deve desenvolver condições físicas, mentais, afetivas, estéticas e lúdicas do ser humano (condições omnilaterais), consequentemente ampliar a capacidade de trabalho na produção dos valores de uso em geral, satisfazendo as múltiplas necessidades do ser humano no seu devir histórico. Com isso, conclui-se que a prática educativa, deveria vir ao encontro de uma formação omnilateral ou politécnica na óptica dos interesses dos trabalhadores. - Segundo o autor, a qualificação humana subordina-se às leis do mercado, a sua adaptabilidade e funcionalidade. É possível mudar este padrão frente ao projeto de sociedade atual? Comente.
Compartilhar