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Violação dos direitos humanos

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Desenvolvimento
O presente artigo mostra aspectos das violações dos direitos humanos no Brasil e apresenta uma proposta de mudanças na formação e prática do psicólogo brasileiro de forma a colaborar mais na reversão desse grave quadro social. Mostra que o problema se agrava acentuadamente em alguns grupos sociais como: mulheres, crianças e jovens, negros, pobres, analfabetos e homossexuais, apesar da criação no Brasil do Programa Nacional de Direitos Humanos em 1996 e da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos em 1997 que programam políticas públicas nessa área. No grupo de mulheres, temos dados importantes dessa violação.
Segundo Zampiere, “As mulheres na América Latina estão sendo infectadas com o vírus da AIDS num ritmo crescente como na África e na Ásia. A Organização Mundial de Saúde, em conjunto com a UNAIDS, o programa das Nações Unidas para a AIDS, estima-se que no Brasil a proporção homem-mulher de casos de AIDS caiu de 16:1 em 1986 para quatro mulheres para cada homem em 2002” Em outro trecho, afirma a autora na pg. 202: “De acordo com estudos realizados pela OPAS (1991), na América Latina, a probabilidade de contrair o vírus da AIDS é mais alta para mulheres que só fazem sexo com um homem, seu marido, do que para uma prostituta de um bordel que seu marido visita frequentemente.”(....) “Infelizmente para nossa realidade brasileira, isso deve ser um alerta.” No meu entender, um dado muito importante para a reorientação de novas campanhas de prevenção de DSTs promovidas pelo Ministério da Saúde. A última pesquisa do Ministério da Saúde do Brasil em 2006 pesquisando a incidência da AIDS confirma essa previsão: aumento expressivo da doença em pessoas acima dos cinquenta anos.
Segundo pesquisa do Fundo das Nações Unidas para a População - UNFPA (2005) 66 “A violência doméstica é ,de longe, a forma mais comum de violência de gênero. Segundo dados de inquéritos, entre 10% das mulheres de alguns países e 69% de outros são sujeitas a violência doméstica. Em cerca de um quarto dos casos, também ocorrem abusos sexuais. Há muito que a violência contras as mulheres está envolta numa cultura de silêncio. É difícil obter dados estatísticos fiáveis(sic), na medida em que a violência não é participada em grande parte dos casos, devido à vergonha, ao estigma e ao medo de represálias.” Na pg.68, analisando as políticas preventivas comenta: ”Na América Latina e nas Caraíbas, onde a maior parte dos países aprovou leis sobre violência doméstica, uma análise das dotações orçamentais dos ministérios pertinentes revela que as verbas destinadas à sua aplicação são insuficientes.” Discutindo a feminização do HIV/SIDA.: “ Cada vez mais, a face do HIV/SIDA é um rosto de mulher.” “Mais de quarto quintos das novas infecções por HIV entre as mulheres ocorrem no casamento ou no contexto de relações de longo prazo”. Uma constatação perversa!
O cumprimento da igualdade de direitos entre homens, mulheres, povos e nações constitui-se no fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo. Foi para garantir essa realidade, que em 10/12/1948 foi proclamada pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas – ONU, a Declaração Universal dos Direitos do Homem.
Desde então, há uma vigilância mundial para que esses direitos sejam efetivamente garantidos. No entanto, é preciso que estejamos atentos para que esses direitos sejam respeitados. No âmbito internacional, organizações e tratados cumprem seu papel de resguardar a aplicação dessas leis contra genocídios e violações dos direitos humanos.
No que se refere aos direitos das mulheres, segundo a Convenção de Belém do Pará - Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência Contra a Mulher, adotada pela OEA em 1994, a violência contra a mulher é todo e qualquer ato ou conduta baseadas no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto na área pública como na área privada.
A Conferência das Nações Unidas sobre Direitos Humanos (Viena, 1993) reconheceu formalmente a violência contra as mulheres como uma violação aos direitos humanos. Desde então, os governos dos países-membros da ONU e as organizações da sociedade civil têm trabalhado para a eliminação desse tipo de violência, que já é reconhecido também como um grave problema de saúde pública. No Brasil, além da criação da Secretaria Especial de Direitos Humanos e das Delegacias Especiais da Mulher, foi criada no governo Lula a Secretaria de Políticas para as Mulheres – SPMULHERES, cujo objetivo é traçar políticas públicas nessa área. Infelizmente, os dados da violação dos direitos das mulheres no Brasil são alarmantes. Em pesquisa realizada pela Fundação Perseu Abramo,(2001), com pergunta estimulada 43% das mulheres admitem terem sofrido alguma forma de violência, contrastando com a resposta espontânea quando apenas 19% admitem terem sido submetidas a alguma forma de violência. Esta mesma pesquisa mostra que cerca de uma em cada cinco mulheres brasileiras, sofreram algum tipo de violência por parte de algum homem. “A projeção da taxa de espancamento (11%) para o universo investigado (61,5 milhões) indica que pelo menos 6,8 milhões, dentre as brasileiras vivas, já foram espancadas ao menos uma vez”. “Projeta-se no mínimo 2,1 milhões de mulheres espancadas por ano, ou seja, uma em cada 15 segundos.” Códigos e interpretações machistas ainda tentam justificar tais barbáries. Entretanto, a recente lei aprovada pelo congresso nacional brasileiro em 2006, denominada Lei Maria da Penha penalizará com mais rigor os casos de violência contra a mulher no Brasil e com isso, esperamos uma diminuição dos casos.
No que diz respeito aos direitos das crianças, observa-se que, apesar da criação do Estatuto da Criança e do Adolescente no Brasil desde 1990, o quadro da infância e juventude ainda é perverso no Brasil. Os indicadores de fome, doenças, analfabetismo, trabalho infantil, violências, chacinas, exploração sexual, entre outros, demonstram que não asseguramos proteção a eles ainda. O caso de estupro em mulheres e, especialmente em crianças, tem aumentado assustadoramente em todo o Brasil. Vejamos: “Estarrecidos assistimos, há alguns meses, a mais uma tragédia juvenil. Duas meninas pré-adolescentes num inocente passeio de bicicleta pela área de lazer de um bloco residencial em Brasília, no início da noite, se deparam com jovens. O que seria um passeio se transforma numa noite macabra. Os jovens compram vodca com refrigerante e oferecem a bebida às meninas. Embriagadas e em coma posteriormente, elas são conduzidas até o apartamento, onde ocorreram brutalmente os estupros. Com a violência do ato numa menina, houve grave rompimento do períneo com forte hemorragia o que afugentou os jovens. Uma semana após, uma menina ainda se recuperava da traumática cirurgia sob intensos cuidados médicos e psicológicos. Nesta mesma época, na região do Morumbi- São Paulo, um rapaz de vinte e sete anos violentou uma menina de doze anos, que fazia malabarismo no semáforo”, Balbino (2006). “O Brasil é o quinto em um ranking de 67 países com as maiores taxas de homicídios de jovens na faixa de 15 a 24 anos” conforme relata Waiselfisz (2004). A Promotora da Infância e Juventude, Selma Suerbronn, analisando problemas relativos aos jovens infratores afirmou que os adolescentes sofrem de uma espécie de exclusão afetiva, pois estão distantes dos pais e ficam sem uma base emocional. Estudando a situação de desemprego entre os jovens, Márcio Pochmann da Universidade Estadual de Campinas, concluiu que a taxa de desemprego é três vezes maior entre os pobres. Considerando esse tema, o governo Lula tem evoluído na criação de políticas afirmativas de inclusão das pessoas menos favorecidas aos programas sociais. Exemplo disso é a recente criação do PROUNI que permite bolsas integrais a alunos carentes em faculdades particulares. Aliado a isso, foi criado também a Secretaria de Promoção de Igualdade Racial – SEPPIR, órgão que cria políticas de inclusão de negros. Cotas para ingresso nas universidadespúblicas foram também destinadas aos afro-descendentes como forma de inclusão social. O projeto tem dado certo e está sendo acompanhado de perto pelo governo e pelos movimentos de negros no Brasil. Buscando combater e denunciar o racismo e discutir políticas de inclusão social dos negros, ocorreu em Brasília, em julho de 2006, promovida pela SEPPIR, a Conferência Regional das Américas sobre avanços e desafios no Plano de Ação contra o Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e as Intolerâncias Correlatas.
Analisando a situação dos jovens, o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), destaca que mais de 85% da juventude (15 a 24 anos de idade) do mundo vive hoje nos países em desenvolvimento, e o Brasil, sozinho, é responsável por cerca de 50% dos jovens da América Latina, trazendo um grande desafio para a sociedade brasileira.
Conclusão
A partir da Investigação dos artigos coletados, conclui-se que, embora tenhamos uma grande produção científica sobre Direitos Humanos, necessitamos escrever com propriedade na luta pelos Direitos Humanos e com uma visão crítica e reflexiva sobre este tema. Segundo Freire (2012) apesar de tantas referências aos Direitos Humanos, tantas vezes hipocritamente feitas, continuamos em grau de maior ou menor gravidade a assistir à sua violação.
Percebeu-se que a conceituação de Direitos Humanos nos artigos analisados foi muito superficial, sendo necessário debater mais sobre o conceito e sobre a repercussão social dos Direitos humanos. Por outro lado, a discussão histórica foi muita bem contemplada em quase todos, destacando a importância de conhecer as nuances histórico-culturais para compreender como os Direitos Humanos têm se delineado na contemporaneidade.
A compreensão de violação está muito voltada a negação, é importante gerar um novo debate sobre violação, sendo considerada não só como negação, mas como falta, de um sistema que a maioria das vezes não oferta deixando como único escape para a sociedade a marginalidade. Viver a margem é a saída e o resultado das violações de direitos.
Portanto “são necessárias cada vez mais e cada vez mais eficazes direitos humanos. Mas, para isso, é necessária uma nova concepção de direito, uma concepção mais humana de direito. Um direito consciente da sua condição humana” (SANTOS, 2012b). E ir muito além de uma nova concepção de direito, continuar na luta de defesa dos Direitos Humanos, conforme já ressaltado em outro momento, lutando com potência e utilizando-se principalmente do que já temos como o Plano Nacional de Direitos Humanos e demais políticas públicas. Dessa forma, surgirão novas armas, novos debates, novas concepções e novas conquistas em Direitos Humanos.
Referências
Fonte: https://psicologado.com/atuacao/politicas-publicas/uma-discussao-critico-reflexiva-sobre-direitos-humanos © Psicologado.com
Balbino, V. do C. R. (2002). Por que tanta violência juvenil? Correio Braziliense, Brasília, Caderno Cidades, página 5.
Balbino, V. do C. R. (2006). Delinqüência juvenil e dramas sociais. Gazeta DF e Entorno, Brasília, página 3.
Castro, M. e Abramovay, M. (2002). Drogas nas escolas. Brasília: Unesco, Ministério da Saúde, Instituto Ayrton Sena, Fundação Ford e CNPq.
CEBRID (2004). V Levantamento Nacional sobre o Consumo de Drogas Psicotrópicas entre estudantes de Ensino Fundamental e Médio da rede pública deensino nas 27 capitais brasileiras. São Paulo: CEBRID/ UNIFESP, página 326.
Código de Ética de Ética do Psicólogo Brasileiro (2005). Conselho Federal de Psicologia, Brasília, página 7.
Costa, J. F. (2004). O vestígio e a aura – corpo e consumismo na moral do espetáculo. Rio de Janeiro: Editora Garamond.

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