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Gabarito Livro Educação e Diversidade - editora KLS

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Gabarito Livro Educação e Diversidade
Editora KLS - UNOPAR
Unidade 1
1.1
Questões
Letra C
O método de Paulo Freire é um método que conscientiza e politiza. Ele não assume uma educação de cima para baixo, politizada por um sistema normatizador. Acredita que o homem ao se localizar na história ele se encontra. As contradições que ele passa a perceber passam a incomodá-lo, pois é a “educação como prática da liberdade”.
Letra A
Educação, neste caso, significa transmitir os saberes construídos pelos mais velhos desse grupo social aos mais novos. Esses conhecimentos são em relação à natureza, sobre a terra, os ritos de passagem, a divisão do trabalho, a relação com o sobrenatural, entre outros, que têm a intenção de que a cultura seja produzida e reproduzida pelos mais novos dando continuidade à identidade e sobrevivência daquele grupo.
Letra E
A partir desse exemplo podemos estar falando de educação escolar e educadores, pois quando não compreendemos e julgamos como errado qualquer comportamento que nos parece estranho em sala de aula estamos tendo uma atitude que não respeita a diversidade cultural. As culturas constroem indivíduos diferentes com comportamentos baseados na sua visão de mundo. São culturas diferentes da nossa, mas tão legítimas quanto a nossa.
1.2
Questões
Letra C
O conceito de violência simbólica desenvolvido pelo sociólogo Pierre Bourdieu é uma violência exercida sem coação física. Ela se configura na escola quando esta considera apenas uma cultura como normal e verdadeira desconsiderando a diversidade cultural. As culturas são diferentes, mas não existe uma que é verdadeira ou melhor que a outra. O conhecimento das classes menos abastadas são tão válidos quanto o das classes dominantes. Devido à escola considerar apenas um tipo de conhecimento como válido, isto é, o das classes dominantes, muitos alunos das classes menos abastadas têm problemas na realização escolar, uma vez que têm que se adaptar a modelos de escrita, de pensamento, de comportamento, e de modos de ver a vida. As provas de boas maneiras são uma mostra disso, pois os sujeitos de culturas diferentes têm diferentes maneiras de se portar e o que é modelo para uns pode ser estranho e até falta de educação para outros.
Letra E
Mesmo que os indígenas e os negros estivessem sob os grilhões da escravatura e que tiveram sua cultura subjugada em favor a dos brancos dominadores, uma cultura não desaparece. Houve trocas culturais e elementos de uma cultura foram absorvidos pelas outras. Os africanos, os indígenas e os portugueses em contato ressignificaram suas culturas dando origem a uma nova maneira de ser que é a brasileira. De norte a sul do país encontramos variações que são próprias das influências exercidas pelas diversas etnias que se encontraram no país. Essa vasta população mestiça deu origem aos brasileiros.
Letra B
O que está em discussão aqui é o “jogo das identidades”. Podemos ver no texto que as identidades são contraditórias e as contradições acontecem tanto na cabeça das pessoas quanto fora delas, na sociedade. Essas identidades advêm dos movimentos políticos (como no caso ser conservador) e dos movimentos sociais (como as lutas negras). Como as identidades mudam de acordo como os sujeitos são abordados, nesse caso ela se tornou politizada.
1.3
Questões
Letra B
Segundo a Constituição Federal de 1988 entende-se por direitos humanos, os “Direitos decorrentes da dignidade do ser humano, abrangendo, dentre outros: os direitos à vida com qualidade, à saúde, à educação, à moradia, ao lazer, ao meio ambiente saudável, ao saneamento básico, à segurança, ao trabalho e à diversidade cultural”. A incapacidade dos Estados em proteger as populações vulneráveis contra a falta de moradia e da terra atenta contra os direitos humanos. Podem ter muitos motivos para se tornar um sem-teto. Entre as causas principais estão as remoções, a desagregação social, os despejos forçados etc. No entanto, quando as pessoas são conscientes sobre a questão, isto é, que não são responsáveis pela perda da moradia, organizam-se em movimentos reivindicatórios. Por meio das pressões oferecidas aos órgãos governamentais demandam que sejam feitas leis que os protejam e lhes garantam os direitos.
Letra D
Para uma escola inclusiva não será suficiente que somente os professores sejam responsáveis pelo processo de inclusão na escola. Toda a comunidade deve estar envolvida no processo, a organização, os alunos, os professores, os familiares, a comunidade em torno, para que haja uma expectativa de sucesso na inclusão escolar. Todos devem estar empenhados na conscientização sobre a diversidade e no direito à igualdade.
Letra D
Apesar de presenciarmos as propostas de inclusão de todos na escola, o que os números mostram é que nem todos têm a chance de estudar. Mesmo que haja um crescimento econômico do país que possibilita financiar a educação, ainda há muitas parcelas da população que continuam na pobreza e sem acesso aos direitos básicos, inclusive à escola. O não acesso à escola, impede o desenvolvimento da nação e do mundo. Mesmo que a educação não seja o único atributo necessário para a conquista de uma vida humana digna, pode favorecer “o progresso social, econômico e cultural, a tolerância e a cooperação internacional.” (UNICEF, 1990).
Unidade 2
2.1
Questões
Letra B
A princípio os africanos eram identificados pelos nomes dos portos quando eram embarcados na África. Com a intensificação do comércio os europeus passaram a identificá-los pelas suas proximidades linguísticas. Os portugueses tinham consciência da existência de uma diversidade de grupos africanos e os dividia em nações. Dividir os povos em nações já era um conceito utilizado na Europa que a dividia em espanhóis, francês, ingleses etc. Conforme Thornton (2004) o conceito de nação [...] era essencialmente etnolinguístico, e não político. Os grupos culturais eram então divididos conforme as proximidades linguísticas. No entanto não podemos tomar as línguas como mediadoras das diferenças culturais, pois mesmo que falassem línguas diferentes tinham uma proximidade cultural que os deixavam muito parecidos. Existiam centenas de grupos étnicos que ficavam encobertos pelas nações mascarando a diversidade dos africanos.
Letra C
Sabemos que do final do século XVII (1680 até 1770), tanto a África Central quanto a Costa da Mina foram os lugares que mais escravos foram enviados para o Brasil. Esse comércio é conhecido como comércio triangular que envolveu Europa, África e Américas, por meio do oceano Atlântico.
O comércio triangular, segundo Alencastro (2000, p. 116) possui uma dinâmica própria da política portuguesa no Atlântico. Esse comércio traz duas consequências: “Em primeiro lugar as carreiras marítimas reforçam certas aristocracias negreiras africanas e ampliam a oferta de escravos nos portos de trato. Em segundo lugar, esses fluxos estimulam o intercâmbio com a África, contribuindo para fixar capitais e equipamentos de navegação nesse setor e, por fim, para diminuir os custos de transportes no Atlântico Sul.”
Letra A
Os africanos oferecem muitos tipos de resistências ao sistema escravista. Os escravos reagiam aos maus tratos, a violência e a opressão do sistema escravista. Assim aproveitavam as brechas que o sistema dispunha para negociar sua situação. Isso podia se dar por meio de fugas, que era uma maneira de pressionar o senhor para negociar melhores condições de trabalho, de alimentação etc. No entanto se não eram atendidos, isso podia se transformar em uma organização de revolta, que reuniria inúmeros escravos. Além disso havia os suicídios que o escravo acreditava ser a única saída para a vida que estava levando.
2.1
Questões
Letra D
A partir da década de 1570, “a Coroa começou a tomar medidas através de várias leis, para tentar impedir o morticínio e a escravização desenfreada dos índios. As leis continham ressalvas e eram burladas com facilidade. Escravizavam-se índios em decorrência de “guerras justas”, isto é, guerras consideradas defensivas,ou como punição pela prática de antropofagia. Escravizava-se também pelo resgaste, isto é, a compra de indígenas prisioneiros de outras tribos, que determinou a libertação definitiva dos indígenas (FAUSTO, 1998, p. 50). De acordo com o mesmo auto, a resistência indígena legitimava as “guerras justas”, que propiciava a capturas de muitos índios.
Letra C
Índios “aldeados “ eram aqueles que não ofereciam resistência à colonização. Eles se propunham a aceitar os costumes europeus, a serem batizados, catequizados e “aldeados”, isto é, serem transferidos para outras áreas mais próximas dos colonizadores. Então, além de desistirem de sua vida tradicional, também passavam a morar próximo das missões jesuítas, o que era de interesse do governo português. Por debaixo das vistas dos colonizadores os índios ficavam-lhes subordinados. Mesmo que não fossem escravos, trabalhavam para seus sustentos e o enriquecimento da missão e, além disso, eram constantemente chamados para atuarem nas guerras contra índios hostis ou europeus conquistadores.
Letra C
São muitas as colaborações culturais indígenas que estão presentes na cultura brasileira. Elas estão no nosso dia a dia, na alimentação, no folclore, no hábito do banho, nas manifestações culturais como nas religiões afro-brasileiras em que a figura do indígena é muito prestigiada. Quem nunca comeu mandioca, farinha de mandioca, beiju, tapioca, pirão, tomate, milho etc. Enfim são delícias da culinária indígena que estão presentes na mesa do brasileiro.
2.3
Questões
Letra C
Foi a partir dos anos 1970 que, além da questão das classes sociais, percebeu-se que havia uma infinidade de fatores que influenciavam os movimentos sociais. Os estudiosos notaram, por exemplo, que muitos sujeitos dos movimentos sociais não pertenciam à classe operária, o que ampliava seu entendimento, pois a “classe social” não dava conta de todas as possibilidades que o movimento social abrangeria. Assim, atualmente, não são somente as relações de produção, como queria Marx, que determinam suas ações, abrangendo outras questões que também determinam os movimentos sociais, por exemplo, as questões políticas e culturais. Vale notar que a atuação política foi deslocada dos sindicatos, movimentos de trabalhadores e partidos políticos para a sociedade civil, assim, está presente nos espaços dos bairros, das reivindicações dos sem-terra, dos sem-teto, das mulheres, das mulheres negras, dos indígenas, dos negros, dos homossexuais, das lésbicas, dos deficientes, etc.
Letra B
O “Mito da democracia racial” considerava que no Brasil não havia discriminação racial ou racismo. A expressão “democracia racial” parte da interpretação dos livros do antropólogo pernambucano Gilberto Freyre, “Casa Grande & Senzala” e “Sobrados e Mocambos”, em que o autor argumenta sobre a originalidade da miscigenação do povo brasileiro, onde todos os antagonismos haviam sido dissolvidos na miscigenação cultural brasileira. A partir da crença no mito da democracia racial, as diferenças raciais no Brasil não eram levadas em conta nas relações sociais. Assim, o olhar sobre o racismo se tornou irrelevante. No entanto, ao olharmos para a construção histórica da relação entre brancos e negros no Brasil, percebemos que, desde as reivindicações abolicionistas, as lutas dos negros estão presentes nas organizações sociais e políticas brasileiras.
Letra D
Pensar na união dos povos indígenas num órgão que defende os direitos gerais indígenas esbarra na diversidade cultural e étnica dos grupos. Ainda hoje essa é uma questão que deve ser levada em conta, “pois a diversidade de povos, a extensão continental do Brasil e a especificidade sociocultural e política de cada grupo étnico inviabiliza a percepção desse Movimento a partir de qualquer dimensão unitária” (BICALHO, 2010, p. 88). Embora seja um movimento fragmentado, isso não o desqualifica, pois grande parte do trabalho de organização é “manter unidas as diferenças” (BICALHO, 2010, p. 89).
Unidade 3
3.1
Questões
Letra E
Discutir sobre sexualidade como construção social é entender os diferentes processos que lugares como o banheiro podem indicar, muito mais do que um espaço para necessidades fisiológicas. Sendo um lugar que marca socialmente quem as pessoas devem ser, afinal, os que são portadores de pênis devem entrar no masculino e as que têm vulva, no feminino. Claramente isso cria uma divisão social de lugares baseada no sexo anatômico, mas que mostra socialmente como construímos marcadores sociais que dizem onde cada um deve estar.
Letra C
É importante entender qual trajeto de estudos Foucault foi trilhando para seu arcabouço teórico sobre a construção do sujeito. Sua preocupação se relacionava amplamente aos processos pelos quais o sujeito se constituía, desde o conhecimento sobre si mesmo (subjetivação) até ao processo em que se tornava o próprio objeto do conhecimento (objetivação). Sua investigação ganha um forte direcionamento quando ele pretende analisar as circunstâncias em que um saber se produz, principalmente advindo da ciência e da razão, porque é nesse ponto que se encontraria as articulações de como esses saberes tornam-se dispositivos de poder.
Letra D
Em entrevista à Rabinow e Dreyfus (1995), Foucault reforça que seu objeto de investigação estava mais centrado na constituição dos sujeitos do que o próprio sujeito em si. Eram nos diferentes processos dessa constituição que se encontravam as diferentes práticas discursivas que mobilizavam saberes, instituíam verdades, domesticavam corpos a partir da disciplina e normatização de maneira a sempre parecer algo natural e que deveria ser mantido dentro das regras nomeadas por diferentes dispositivos de poder.
3.2
Questões 
Letra A
Muito comum no Brasil considerarmos o termo gênero como o que designa gênero masculino ou feminino. Porém, o conceito de gênero vai muito além dessa observação, pois enquanto epistemologia, falar de gênero implica em entender como se produzem as relações a partir das práticas sociais que mostram como uma sociedade lida com as diferenças entre os sexos. E quando nos referimos a sexo, não estamos dizendo sobre ser portador de determinado órgão genital, já que não é no biológico que está o gênero, mas sim nos saberes produzidos sobre o que é ser homem e o que é ser mulher. E essa discussão está muito presente em nossa sociedade, por exemplo, dizemos o lugar da mulher por piadas que apontam o lugar que devem ocupam, ou por inferiorizar a partir de características produzidas socialmente, como ligar sensibilidade à maior fragilidade. Falar de gênero é apontar diferenças, revelar violências e olhar outra possibilidade de se pensar uma sociedade.
Letra D
Falar de feminismo é uma coisa, que é o um dos lugares de lutas das mulheres e o primeiro lugar na História a considerar a diferença, assim como as lutas sindicais. Porém, quando falamos de conceito de gênero, é preciso se entender que concomitantemente ao plano de lutas, estamos falando do lugar das ideias, assim, uma das grandes pensadoras a influenciar sobre a discussão conceitual é sem dúvidas Simone de Beauvoir, ao trazer a ideia de ser mulher algo ligado a uma construção social, e não um elemento com o qual a mulher nasce. É sair da nomeação biológico-médica e não aceitar a questão da dominação, para nenhum dos sexos, pois afinal discutimos equalidade e diferença, e não supremacia das mulheres sobre os homens.
Letra A
Para Joan Scott falar de gênero não é apenas sublinhar características de ser homem ou mulher, mas entender como essas características que são nomeadas a partir das relações sociais tornam o ser homem e mulher em uma sociedade. Para ela, o conceito de gênero está ligado diretamente a um contexto histórico, pois assim, em diversos tempos históricos se olharmos o que é feito com as diferenças entre os sexos, podemos entender como aquela sociedade trata o que é ser homem e/ou mulher. Não é entender a essência dessas diferenças, porque não está dada na natureza e que todos as devem ter, mas sim são construídas socialmentee, portanto, são produzidas para que disciplinem e normatizem o que todos devem ter. Por isso mesmo, não é colocar homem ou mulher em oposição ou vice-versa, mas sim entender seu aspecto relacional.
3.3
Questões
Letra D
A escola já fala sobre gênero e sexualidade sem que seja permitido ou não, está nas paqueras, nos grafites dos banheiros e nos registros em carteiras e cadeiras ou pelos muros da escola. A escola já discute gênero quando faz fila para meninos e meninas, quando separa banheiros e quando reserva o jogo de futebol só para os garotos. Isso tudo é falar de gênero e sexualidade, o que precisamos trazer para escola é uma discussão sobre o que nela acontece nessas questões e o que isso gera. Por esses exemplos, percebemos que as divisões indicam os pequenos espaços que as pessoas lá dentro podem atuar, ou seja, ensina-se o espaço das normas, das regras e das permissões, domesticando corpos e produzindo sujeitos submissos e condicionados a sempre se estabelecerem por meio de relações de poder. A função da escola pode ser crítica e dialógica, recriando esses lugares e essas práticas a partir de discussões que nela sejam feitas no coletivo.
Letra B
Não podemos continuar com a ideia de isolacionismo da escola, os muros não protegem, nem impedem que as mudanças sociais e a efervescência transformadora das novas gerações entrem pela porta adentro. As relações sociais se produzem da mesma forma nesse espaço e também produzem aprendizagens sobre essa trama social, ou seja, gênero e sexualidade estão em todos os cantos da escola. Evitar discutir não fará esses temas e vivências desaparecerem das salas de aula, dos pátios e outros lugares da escola. Da mesma forma que procurar impor regras que procuram estabelecer as normas não vai uniformizar as subjetividades que por ali circulam.
Letra D
Além de falar sobre gênero e sexualidade, a escola ensina a partir de uma perspectiva também. No caso, estudos indicam que acaba por se adequar às relações que produzem diferença de forma a marginalizar àquelas que não atendem a regulamentação, ou são realocadas a partir da ideia de invisibilidade. Também ensina quais lugares meninos e meninas devem ocupar, quando fazem fila, a divisão do banheiro, atividades físicas e diferenciação para algumas aptidões, como utilizar meninas para a parte artística em apresentações culturais. Portanto, a atuação da escola revela que ela aborda tais temas tanto implícita como explicitamente, mas também o faz nos silenciamentos e naquilo que não diz, mas faz. As questões de sexualidade e gênero emergem e estão presentes na escola.
Unidade 4
4.1
Questões 
Letra B
A definição contemporânea do termo tolerância pressupõe a “capacidade ou o gesto de voltar-se para uma realidade diferente de sua própria maneira de ser, de agir ou de pensar” (CHELIKANI, 1999, p. 23). Assim, tolerância significa “aceitar a diferença, vendo nela uma fonte de enriquecimento, em vez de demonstrar permissividade em relação às coisas, boas ou más, sem julgá-las” (CHELIKANI, 1999, p. 23). Desta forma, a superação da intolerância se concretizaria se pudéssemos respeitar os “outros”, dos quais discordamos. Isto não quer dizer que a discordância deixaria de existir, porém colocaria limites na maneira como essas diferenças devem ser tratadas.
Letra B
A discriminação por idade acontece quando o uso da idade cronológica é empregado para delimitar as oportunidades oferecidas a um determinado grupo etário. Podemos exemplificar essa questão vinculando o preconceito contra o “velho” no campo do trabalho. As empresas que optam por valorizar o lucro, muitas vezes substituem funcionários mais velhos e mais experientes por outros mais jovens e com salários mais baixos. Outra questão que pode também servir de exemplo é a da saúde. Atualmente tem aumentado casos de HIV entre as pessoas mais velhas, pois os programas de prevenção à AIDS não são direcionados a essa faixa etária, uma vez que se acredita que os mais velhos não são sexualmente ativos.
Letra D
Apesar dos programas governamentais voltados para os idosos, o Brasil ainda é um país onde a discriminação faz parte do cotidiano das pessoas. As baixas taxas de empregabilidades dos homens e mulheres entre 50 e 65 anos indicam claramente a discriminação por idade (GOLDANI, 2010) à medida que as pessoas se aproximam da idade que as levam à aposentadoria legal, tornando-se mais difícil serem empregadas. Assim, fica mais difícil conseguir trabalho, pois a idade (a discriminação por idade) vai atuar contra suas possibilidades no mercado de trabalho.
4.2
Questões
Letra D
Em 1948 foi aprovada a primeira Declaração Universal dos Direitos Humanos. Essa declaração é fundada nos lemas, liberdade, igualdade e solidariedade assim definidos: “Liberdades tais como a liberdade de pensamento, consciência e de religião [...]. Igualdade, tal como proteção igual para todas as formas de discriminação no gozo de todos os direitos humanos, incluindo a igualdade total entre mulheres e homens. A solidariedade relaciona-se com direitos econômicos e sociais, tais como o direito à segurança social, remuneração justa, condições de vida condignas, saúde e educação acessíveis [...]” (MOREIRA; GOMES, 2012, p. 44). Essas condições humanas não são delimitadas por religiões, Estados e devem ser aplicadas a todos os seres humanos sem qualquer distinção.
Letra C
Segundo a LDB nº 9.394/2016, a escola e a família dividem a responsabilidade pelo desenvolvimento educacional do educando possibilitando uma futura qualificação para o trabalho. O ensino deve ser de qualidade, obrigatório, de direito e gratuito. Na formatação do projeto pedagógico, a participação da comunidade é muito importante para que a escola tenha a “cara da comunidade”. Neste contexto a escola deve levar em conta a diversidade que faz parte de sua comunidade, pois ela é composta por educandos de diferentes grupos sociais, econômicos, étnicos, religiosos etc. Contemplar essa diversidade significa que a escola tem que exercer e assumir seu papel inclusivo e democrático. Conforme escreve Gadotti (1992, p. 21): “A escola que se insere nessa perspectiva procura abrir os horizontes de seus alunos para a compreensão de outras culturas, de outras linguagens e modos de pensar, num mundo cada vez mais próximo, procurando construir uma sociedade pluralista”. Assim, a escola tem um importante papel a cumprir ajudando por meio de uma educação inclusiva e da implantação das Leis nº 10.639/2003 e nº 11.645/2008, a superar a visão preconceituosa sobre os indígenas e “os negros, a África, a diáspora; a denunciar o racismo e a discriminação racial e a implementar ações afirmativas, rompendo com o mito da democracia racial.” (GOMES, 2011, n/p).
Letra B
A proposta de inclusão do conhecimento sobre os índios no sistema educacional mais abrangente tem o objetivo de que sejam respeitados e possibilite o diálogo entre indígenas e não indígenas. Essa possibilidade foi normatizada quando se tornou obrigatório o ensino de História e Culturas africanas, afro-brasileira e indígenas em todas as escolas e em todos os níveis de ensino. A Lei nº 11.645/2008 proporcionou uma grande conquista para “reconhecimento” social de ambas as populações. Ao abranger a importância dessas populações na formação do povo brasileiro, os indígenas passaram a ser reconhecidos como sujeitos históricos que lutaram pelos seus ideais. Assim, eles têm a possibilidade de deixar de serem reconhecidos pelos estereótipos que lhes foram legados e que geram preconceitos e discriminações.
4.3
Questões 
Letra C
O sistema de cotas foi criado para minimizar as desigualdades sociais. Devemos lembrar que esse sistema é elaborado para minimizar as desigualdades de pessoas que estão à margem da sociedade, como os negros, indígenas e deficientes. O processo histórico de exclusão que esses grupos estão envolvidos resultaram em desigualdades que as ações afirmativas lutam para acabar, a partir da inclusão desses grupos. Portanto, a Lei nº 12.711/2012 e o Decreto nº 7.824/2012 possibilitama ação contra as desigualdades, a exclusão, a discriminação sociocultural, econômica e etnorracial.
Letra B
“As Ações afirmativas podem ser entendidas como um conjunto de medidas na esfera pública e/ou privada, capazes de provocar condições especiais e temporárias para que os grupos sociais reconhecidamente discriminados possam alcançar emancipação, autonomia e igualdade de condições” (ALVES, 2008, p. 81).
Vale notar que, atualmente, as ações afirmativas não têm unicamente um cunho racial, ela atende também diversas frações da sociedade como, no Brasil, a Lei nº 11.126/2005, Decreto nº 3.691/2000, Decreto nº 3.298/1999, que assegura direitos aos portadores de deficiência, ou a Lei nº 10.471/2003 que é voltada para a proteção dos idosos. Parece incrível, mas até os microempresários se beneficiam de ações afirmativas, pois a Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006 cuida dos direitos dos micro e pequenos empresários, para que possam ter espaço numa sociedade onde o capitalismo selvagem, estruturado na lógica econômica e do lucro, não abre brechas para os pequenos empresários.
Letra A
Para que uma gestão democrática seja concretizada, será preciso que a participação nesse processo seja de todos os segmentos da “comunidade escolar levando à construção de espaços dinâmicos, marcados pela diversidade e pelos distintos modos de compreender a escola” (SOUZA, 2008, p. 3778). Portanto, a proposta de uma educação democrática deve priorizar a participação de todos e a formação integral do educando.

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