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Peça 01

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Peça 01 – Relaxamento de Prisão
Acadêmica: Gisele Alves Rocha
Turma: DR9P32
Matrícula: 01570001886
Palmas, TO 05 de abril de 2018
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da _ Vara da Comarca de _
José Alves, brasileiro, solteiro, Fazendeiro, inscrito no CPF sob o nº xxx.xxx-xx, Rg nº xxx.xxx, residente e domiciliado na Fazenda Brasil, mas atualmente encontra-se encarcerado, vem através de seu Advogado (procuração em anexo), com fulcro no art. 5º, LXV, da CRFB e art. 310, I, do CPP requerer a VS.ª Excelência o pedido de:
Relaxamento da Prisão
I – Dos Fatos
No dia 10 de março de 2011, após ingerir um litro de vinho na sede de sua fazenda, José Alves pegou seu automóvel e passou a conduzi-lo ao longo da estrada que tangencia sua propriedade rural. Após percorrer cerca de dois quilômetros na estrada absolutamente deserta, José Alves foi surpreendido por uma equipe da Polícia Militar que lá estava a fim de procurar um indivíduo foragido do presídio da localidade.
Abordado pelos policiais, José Alves saiu de seu veículo trôpego e exalando forte odor de álcool, oportunidade em que, de maneira incisiva, os policiais lhe compeliram a realizar um teste de alcoolemia em aparelho de ar alveolar. Realizado o teste, foi constatado que José Alves tinha concentração de álcool de um miligrama por litro de ar expelido pelos pulmões, razão pela qual os policiais o conduziram à Unidade de Polícia Judiciária, onde foi lavrado Auto de Prisão em Flagrante pela prática do crime previsto no artigo 306 da Lei 9.503/1997, c/c artigo 2º, inciso II, do Decreto 6.488/2008, sendo-lhe negado no referido Auto de Prisão em Flagrante o direito de entrevistar-se com seus advogados ou com seus familiares.
Além disso, o delegado não comunicara a prisão do acusado ao Juízo competente tampouco a Defensoria pública. Razão pela qual o acusado vem a este processo para pedir o relaxamento de prisão e ter o seu direito de liberdade garantido.
II – Dos Direitos Violados
O direito a liberdade é um direito fundamental, previsto na Declaração Universal de Direitos Humanos, a qual preceitua em seu artigo 1°:
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos e, dotados que são de razão e consciência, devem comportar-se fraternalmente uns com os outros.
Ademais, a CRFB de 1988, também prevê este direito fundamental e tão importante para um Estado Democrático de Direito, vejamos:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
Partindo destas premissas, temos que a prisão em flagrante é nula, pois forçou o acusado a produzir provas contra si, confirmando assim, a autoincriminação compulsória, a qual é vedada no ordenamento jurídico vigente, violando preceito constitucional, senão vejamos: 
Art. 5º (...)
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
Ora Excelência! é cediço que o direito foi violado, uma vez que os policiais o compeliram a realizar o teste de alcoolemia, tirando o seu direito de permanecer calado e de não produzir provas contra si mesmo.
Consequentemente, a prova também é ilícita, em razão de ser colhida forçadamente, vez que foi compelido a produzi-la, o que é totalmente inadmissível no ordenamento jurídico brasileiro, como informa a carta magna:
Art.5° (...)
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos.
Na mesma linha trouxe o Código de Processo Penal:
Art. 157.  São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.   
Não bastasse estas ilegalidades, o acusado foi impedido comunicar-se com o advogado, bem como com os familiares, violando o seu direito de comunicação que prega a CRFB de 1988, vejamos: 
 		Art. 5º (...).
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado.
 O auto de prisão em flagrante também se mostra eivado de vícios, vez que não houve a comunicação da medida à autoridade Judiciária, ao Ministério Público e à Defensoria Pública dentro de 24 horas, violando o que preceitua a carta magna (Art. 5º, LXII) e o Código de Processo Penal (Art 306, § 1º).
Portanto, a prisão em flagrante se mostra totalmente ilegal, por todo os motivos supracitados, que se aceitos violaria os Direitos fundamentais do ser humano, previsto na CRFB de 1988 e demais normas de Direitos humanos. Desta forma a colocação do acusado em liberdade é a melhor e mais justa medida a se fazer.
III - DO PEDIDO:
Ante o exposto, requer à Vossa Excelência, uma vez provada a ilegalidade do flagrante delito, determinar o relaxamento da prisão, colocando o requerente em liberdade.
Por fim, que seja expedido o competente alvará de soltura.
Neste termos, pede deferimento.
Palmas, TO 12 de março de 2011.
Advogado
OAB/XXXX

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