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Crioterapia na Inflamação Articular

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CRIOTERAPIA NA INFLAMAÇÃO ARTICULAR 
 
O termo crioterapia refere-se à redução da temperatura dos tecidos moles com fins terapêuticos. A 
aplicação subcutânea, ou de superfície, de crioagentes resulta na retirada de calor do corpo. 
Aplicação de bolsas de gelo, massagem com gelo, aplicação de “cryomatic”, criocinética, que 
significa aplicação intermitentes de frio e exercícios ativos, crioestiramento, que são aplicações 
intermitentes de frio e estiramento de tecidos moles, banhos em água fria, como por exemplo, 
turbilhão frio ou imersão em balde com água com temperatura próxima a zero, cirurgia com gelo, 
conhecida como criocirurgia. Todas estas e outras técnicas encontram-se sob o termo “guarda-
chuva” da crioterapia. Estastécnicas estão destinadas a cumprir diversos objetivos terapêuticos. 
Base teórica da utilização 
O uso terapêutico de crioagentes está relacionado, em primeiro lugar, com o tratamento de 
patologias agudas e subagudas de tecidos moles, caracterizadas pelas duas fases iniciais do reparo 
dos tecidos – hemostática e inflamatória. Existe a hipótese de que, por meio da diminuição da 
temperatura dos tecidos moles, a crioterapia promova a regulação dessas duas fases importantes, 
auxiliando desse modo no processo de reparo e recuperação do tecido. 
Aspectos Biofísicos 
A. Absorção e transferência de calor 
O fundamento biofísico da crioterapia apoia-se nos conceitos de absorção de calor e transferência de 
calor. O campo da termodinâmica estipula que a transferência de calor é sempre unidirecional, 
ocorrendo de alto para baixo. Os crioagentes, portanto, não transferem sua frieza para os tecidos 
mais quentes. Ao invés disso, os tecidos moles são resfriados por perderem seu calor para os 
crioagentes. Em outras palavras, essa transferência de calor do tecido para o crioagente causa o 
resfriamento do tecido. 
B. Resfriamento de tecidos superficiais versus profundos 
Os tecidos superficiais, como a pele, são resfriados por meio da perda de calor para os crioagentes. Os 
tecidos mais profundos, como músculos e estruturas articulares, são resfriados de modo similar, 
perdendo seu calor para os tecidos mais superficiais, que foram previamente resfriados pelo 
crioagente. Entre os tecidos superficiais e profundos há o tecido adiposo subcutâneo, que tem um 
papel importante na transferência de calor. Quanto mais espessa a camada subcutânea, maior a 
barreira térmica entre os tecidos superficiais (pele) e profundos, tais como músculo, ligamento, 
tendão e cápsula articular, é necessário, portanto, um período mais longo de aplicação, de modo que 
os tecidos superficiais mais frios possam extrair mais calor dos tecidos profundos mais quentes. 
Exemplo de inflamação articular: 
Crioterapia no tratamento da Artrite Reumatóide 
A artrite reumatóide caracteriza-se por um tipo de poliartrite inflamatória que apresenta 
exacerbações e remissões de dores articulares, deformidades progressivas que podem gerar 
incapacidade permanente (SALTER, 2001). Segundo Cailliet (2001) as estruturas envolvidas pela artrite 
reumatóide são pequenas artérias, tendões, bainhas, ligamentos e cápsulas articulares, sendo que na 
articulação do joelho atinge principalmente cápsula e a sinóvia da cartilagem. 
Sullivan (1993) menciona que devido à quantidade relativamente grande de sinóvia no joelho, esta e 
uma das articulações mais freqüentemente afetadas nos casos de artrite reumatóide. A sinovite 
crônica resulta na distensão da cápsula articular, atenuação dos ligamentos colaterais e cruzados, e 
destruição das superfícies articulares. 
A crioterapia é considerada um tratamento a ser utilizado por curto prazo tanto por fisioterapeutas 
como por profissionais de educação física que visam à contenção do processo inflamatório e a 
analgesia da região afetada (LUPINACCI,2013). 
Quando o frio é aplicado, alterações fisiológicas ocorrem para amenizar a reação inflamatória, a 
formação de edema e a dor os quais se desenvolvem a partir de tecidos superficiais para os profundos 
(FRANCISCO etal., 2013). 
Como na osteoartrite, a AR humana aumenta a produção de enzimas prejudiciais (Colagenase 
sinovial) e destrutivas que 
se tornam mais ativas com o aumento da temperatura resultando na destruição da cartilagem e de 
outros tecidos. Tal destruição é aumentada rapidamente com temperatura entre 35-36°C quando a 
região está em processo de sinovite ativa. No entanto, tais estudos comprovam que temperaturas em 
torno de 30°C fazem com que a atividade destas enzimas se torne praticamente desprezíveis. Tal 
fato explica porque o resfriamento da temperatura intra-articular por meio da crioterapia é uma 
forma eficaz de minimizar e retardar o processo de sinovite que é uma característica da AR 
(MOREIRA et al.,2011). 
Para Rezende e Campos (2012), o uso do frio é uma forma de auxílio no combate a dor ocasionada 
pelo AR humana e pela AIA, demonstrando assim que a crioterapia deve e pode ser usada em 
qualquer fase da doença combatendo sintomas específicos. 
Estudos mostram os efeitos positivos da crioterapia (MOREIRA et al., 2011; SLUKA et al., 1997) 
preconizando que o tratamento por meio da imersão no gelo, durante 20 minutos, após a indução de 
uma artrite aguda experimental em ratos resulta em efeito analgésico imediato. Autores reforçam 
que o gelo induz redução da dor por meio da ativação dos receptores sensoriais 
diminuindo a taxa de disparos de dor. No entanto, em relação ao edema, tais autores relatam que a 
diminuição do metabolismo e a vasoconstricção local dos vasos superficiais limitam o 
extravasamento de fluídos e a formação do edema (ENWEMEKA et al., 2002). 
Além dos efeitos mencionados acima, é importante ressaltar que o tratamento com a crioterapia 
reduz a permeabilidade dos vasos sanguíneos, linfáticos e capilares devido à vasoconstrição que 
proporciona. Tal fato faz com que ocorra diminuição da difusão dos fluídos nos espaços intersticial, 
sendo esta cascata de respostas favorável à redução da inflamação provocada por danos 
teciduais, além de reduzir a dor, o edema e o espasmo muscular (SELLWOOD et al., 2007). 
 
Fontes Bibliográficas: 
http://periodicos.unicesumar.edu.br/index.php/saudpesq/article/view/3682/2503 
(Revista Saúde e Pesquisa, v. 7, n. 3, p. 515-524, set./dez. 2014 - ISSN 1983-1870) 
http://portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/24/1_-
_TYcnicas_terapYuticas_no_tratamento_da_artrite_no_joelho_do_idoso.pdf 
Recursos fisioterapêuticos – evidências que fundamentam a prática clínica - 2ª Edição 
Alain-Yvan Bélanger 
http://estacio.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788520431986/pages/123-138 
 
TRABALHO DE BIOFÍSICA – TURMA 2018.1 – RESPOSTAS FISIOLÓGICAS AO FRIO E AO CALOR 
GRUPO: Camilla Marqui, Eider Claudio, Ewellyn Graciliano, Irlane Rangel e Larissa 
 
Efeitos Fisiológicos e terapêuticos: 
 
CRIOTERAPIA 
Energia térmica 
Extração de calor por condução 
Resfriamento 
Aplicação mais curta que 20 minutos 
 
Contrairritação 
Diminuição da sensibilidade 
nociceptiva 
Diminuição da velocidade de 
condução nervosa nociceptiva 
Diminuição da dor 
Diminuição do espasmo muscular 
 
 
Vasoconstrição 
Diminuição do fluxo sanguíneo 
Diminuição do metabolismo celular 
Minimização do dano tissular 
secundário 
Redução do conteúdo de proteínas 
livres 
Redução do edema 
Diminuição da atividade nos fusos 
musculares e órgãos tendinosos de 
Golgi 
Diminuição da atividade nos 
motoneurônios gama 
Melhora do tônus muscular 
Diminuição do espasmo muscular 
Diminuição da espasticidade 
	Recursos fisioterapêuticos – evidências que fundamentam a prática clínica - 2ª Edição

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