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fisioterapia esportiva

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Fisioterapia Esportiva 
 
 
2 
www.eduhot.com.br 
SUMÁRIO 
 
Mecanismos de Lesão celular ..................................................................................... 3 
Edema ......................................................................................................................... 9 
Quimiotaxia ............................................................................................................... 10 
Mediadores Químicos................................................................................................ 10 
Hiperplasia: Fisiológica.............................................................................................. 11 
Hiperplasia: Patológica .............................................................................................. 11 
Lesão e etapas de reparação dos tecidos muscular, tendíneo, ósseo e cartilaginoso
 .................................................................................................................................. 20 
MÚSCULOS .............................................................................................................. 28 
OSSO ........................................................................................................................ 29 
Técnicas e agentes fisioterapêuticos empregados na reabilitação das lesões 
desportivas. ............................................................................................................... 32 
CRIOTERAPIA .......................................................................................................... 32 
TERMOTERAPIA ...................................................................................................... 37 
DIATERMIA ............................................................................................................... 44 
ELETROTERAPIA ..................................................................................................... 50 
Propriocepção no esporte ......................................................................................... 62 
Propriocepção utilizada para reabilitação de lesões ................................................. 64 
Biomecânica – Influência no esporte ......................................................................... 66 
Etimologia da palavra e primeiros biomecânicos ...................................................... 66 
Era industrial ............................................................................................................. 67 
Biomecânica no esporte ............................................................................................ 68 
Parâmetros biomecânicos ......................................................................................... 69 
Dinamometria ............................................................................................................ 71 
Eletromiografia .......................................................................................................... 73 
Antropometria ............................................................................................................ 74 
Biomecânica no esporte - Aumento da performance e tratamento de lesões ........... 78 
Biomecânica no esporte – estado de arte e inovações ............................................. 80 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 84 
 
 
 
 
 
 
Fisioterapia Esportiva 
 
 
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Mecanismos de Lesão celular 
 
 O que é patologia? 
 É definido como o estudo do sofrimento humano, estuda a origem, os 
mecanismos e a natureza das doenças. 
 
O que é patogenia? 
Estuda a origem e a sequência dos processos que levam ao desenvolvimento 
das doenças. É a sucessão de eventos desde a agressão inicial e instalação de um 
quadro patológico, bem com como os mecanismos e inter-relações orgânicas de 
resposta e defesa. 
 
Etiologia: 
 Estuda a causa e a origem das doenças. Estas podem ser: 
1- Intrínsecas ou genéticas 
2- Adquiridas (infecciosa, nutricional, química, física) 
Muitas vezes a causa de uma doença é resultado da interação de vários fatores 
associados, por exemplo, o câncer, uma pessoa nasce com a predisposição genética 
a desenvolver esta patologia e também sofre influências o meio onde vive (Herança 
Multifatorial). 
Várias doenças não têm suas causas conhecidas, estas são denominadas 
idiopáticas. 
 
Quando ocorre a lesão celular? 
Ocorre quando os limites de adaptação celular são ultrapassados. As lesões 
são até certo ponto reversíveis, porém, persistindo o estímulo nocivo, segue-se lesão 
irreversível e morte celular. 
 
Quais são as causas de lesão celular? 
 Hipóxia 
 Agentes físicos 
Agentes químicos e drogas 
Fisioterapia Esportiva 
 
 
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 Agentes infecciosos 
 Reações imunológicas 
 Danos genéticos 
 Desequilíbrios nutricionais 
 
O que é Hipóxia? 
É o baixo teor de oxigenação no sangue ou dos tecidos, podendo ser 
consequência da interrupção da circulação local, como nos infartos. É uma causa 
comum de lesão e morte celulares. Geralmente, a hipóxia decorre de uma isquemia 
ou uma hemorragia, no entanto, outros fatores podem desencadeá-la como, por 
exemplo, falência cardiorespiratória, anemia, envenenamento por monóxido de 
carbono. 
Em alguns casos, pode ser causada pelo deslocamento para grandes altitudes, 
pois nestas situações o ar é mais rarefeito, ou seja, a quantidade de oxigênio no ar 
que respiramos é diminuída. 
Seus efeitos sentem-se principalmente no cérebro sob forma de confusão, 
inquietação, alucinações e perda da consciência. Cada tecido possui uma resistência 
diferenciada para a hipóxia tecidual, por exemplo, o músculo esquelético resiste a 
aproximadamente 15 minutos sem oxigênio e os neurônios a 3 minutos. Após este 
tempo, ocorre lesões irreversíveis. 
 De acordo com a severidade da lesão, o tecido passa pelas seguintes etapas: 
1. Adaptação 
2. Lesão 3. Morte 
Existem quatro tipos de hipóxia: 
*hipóxica (quando a pressão de O2 no sangue arterial é baixa); 
*anêmica (quando há pouca hemoglobina para o transporte de O2 no sangue); 
*de estagnação (causada por intensa vasoconstrição local ou por débito 
cardíaco); 
*histotóxica (causada por cianeto, impede a utilização do O2). 
 
O que é hipoxemia? 
É a diminuição sistêmica do nível de oxigênio. Ocorre geralmente em casos de 
debilidade pulmonar e cardíaca 
Fisioterapia Esportiva 
 
 
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O que é isquemia? 
É a Interrupção do fluxo sanguíneo para determinado tecido ou órgão, muitas 
vezes levando à hipóxia tecidual letal. 
 
Quais são as causas de uma isquemia? 
Oclusão vascular por aterosclerose (placa de gordura). 
Oclusão vascular por coagulação intravascular (trombose – coágulo 
sanguíneo). 
Oclusão Vascular por Embolia (trombo em movimento, após desprender-se do 
local de origem). *Embolia: Resulta da fragmentação de um trombo ou placa de 
gordura previamente aderido à parede de um vaso, bem como de um grumo de células 
neoplásicas, corpo estranho e até mesmo ar liberado na luz vascular. Tal artifício 
circula à revelia de se fixar em um trecho de calibre menor na circulação sanguínea. 
Sob pena de uma isquemia causar... 
 
Isquemia transitória 
É a interrupção transitória de aporte sanguíneo a um tecido ou órgão sem 
sequelas permanentes, pois, esta interrupção pode não durar tempo suficiente de 
hipóxia para levar a um infarto. 
 
O que é infarto? 
Morte tecidual de uma região do 
organismo (com necrose) geralmente 
em consequência da interrupção súbita 
da circulação de sangue na artéria que 
irriga esse território, causada por 
embolia ou trombose. Pode ocorrer 
após um período prolongado de 
isquemia e hipóxia tecidual. Se o 
trombo permanecer insitu, a 
interrupção da circulação poderá ser apenas temporária, enquanto a pressão venha 
fazer com que se dilatem as veias que asseguram uma circulação colateral. 
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O que é necrose? 
É o conjunto de alterações morfológicas que se seguem à morte tecidual. Dois 
processos ocorrem simultaneamente durante a necrose: *a desnaturação das 
proteínas; *a digestão enzimática das células (autólise). 
 
Apoptose: 
É a morte celular programada, processo importante na regulação de 
populações celulares, criando condições fisiológicas de substituição por novas 
células. Diferente do que ocorre em uma necrose, a apoptose não deixa resíduos 
celulares e também não gera reações inflamatórias. Sua interrupção pode ser um 
determinante no crescimento de neoplasias 
 
Quais podem ser os agentes físicos de Lesão Celular? 
 
✓ Trauma mecânico (Integridade Física Celular) 
✓ Extremos de temperatura 
✓ Radiação 
✓ Choque elétrico 
 
 Agentes químicos e drogas: 
✓ São inúmeros. 
✓ Até mesmo glicose, se hipertônica, ou oxigênio, em altas concentrações, 
são tóxicos. 
✓ Arsênico, cianureto, mercúrio, inseticidas, herbicidas, asbestos, álcool, 
etc. 
 
Agentes infecciosos: 
✓ Vírus 
✓ Bactérias 
✓ Fungos 
✓ Parasitas 
 
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O que são as reações imunológicas? 
Em um extremo, protegem a vida; em outro, podem ser fatais, podendo produzir 
uma reação exacerbada a um agente estranho ou uma reação direta de agressão 
imunológica as proteínas do próprio organismo. Podem ser de dois tipos: 
• Reações Anafiláticas. 
• Reações Autoimunes 
 
Reações Anafiláticas: 
São denominadas alergias, ocorre quando uma determinada substância ou 
composto desencadeia em um indivíduo uma resposta imunológica inesperada e forte 
podendo levar até a morte. 
 
Reações Autoimunes: 
Ocorrem quando o sistema imunológico (sistema de defesa) identifica proteínas 
do próprio corpo como células estranhas, provocando uma reação inflamatória de 
agressão a estas estruturas. Ex: Artrite Reumatóide. 
 
Defeitos genéticos 
São alterações que ocorrem a nível dos genes, nos cromossomos, vão de 
alterações sutis, resultando em anormalidades enzimáticas, até distúrbios grosseiros, 
com malformações. 
Ex: Síndrome de Down. 
 Distrofia Muscular de Duchenne 
 
Alterações nutricionais 
Alterações nutricionais como deficiências proteico-calóricas e vitamínicas 
também podem causar lesões celulares; nos casos de excessos, estas alterações 
podem causar obesidade, aterosclerose. 
 
Mecanismos de lesão e morte celulares 
I. Primeiramente é afetada a integridade da membrana celular, 
II. É interrompida a respiração celular, impedindo a síntese de (ATP), 
III. Ocorre a síntese enzimática e de proteínas estruturais 
Fisioterapia Esportiva 
 
 
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IV. É afetada a integridade genética 
Estes mecanismos são inter-relacionados, ou seja, afetando-se a respiração 
celular, há menor produção de ATP, necessário à bomba de sódio, responsável pelo 
equilíbrio iônico e de água celulares, por exemplo. 
 
O que é a INFLAMAÇÃO? 
 
É uma resposta de proteção do organismo, que atua no sentido de destruir ou 
bloquear o agente causador da lesão, desencadeando uma série de eventos que 
cicatrizam e reconstituem o tecido lesado. Ocorre no tecido conjuntivo vascularizado, 
inclusive no plasma, nas células circulantes, nos vasos sanguíneos e componentes 
extra vasculares. Podem ser causadores da inflamação agentes de natureza física 
(radiações), química (tóxicos), ou biológica (vírus), tendo origem fora ou dentro do 
organismo (antígenos estranhos e os próprios processos autoimunes). “Conjunto de 
modificações que ocorrem nos organismos animais multicelulares, desencadeadas 
por qualquer tipo de lesão ou distúrbio de seu equilíbrio interno, e se traduz por 
alterações vasculares, histológicas e humorais, segundo um padrão básico e uniforme 
para a generalidade das espécies, e cuja evolução tende a reconstituir as estruturas 
lesadas, bem como restabelecer a homeostasia do organismo. ” 
 
BENÉFICAS OU DANOSAS? 
Sem a inflamação, as infecções não seriam sustadas, as feridas jamais 
cicatrizariam e os órgãos transformar-se-iam em chagas. Entretanto, este processo 
de inflamação pode ser danoso ao organismo, como em reações de 
hipersensibilidade, doenças crônicas (artrite reumatoide, aterosclerose), fibrose 
(obstrução intestinal, imobilidade articular). A inflamação pode ser classificada em 
aguda e crônica: 
 
O que ocorre na Inflamação Aguda? 
 Alterações vasculares: vasodilatação e aumento de fluxo sanguíneo, causando 
calor e rubor. 
 Aumento de permeabilidade da microcirculação, levando ao edema e 
desaceleração da circulação (estase), 
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 Migração de leucócitos, principalmente neutrófilos. 
A inflamação aguda é geralmente de início rápido, gerando dores intensas, 
inchaço e vermelhidão. Durante o processo de inflamação, ocorre a Exsudação, que 
é o extravasamento de líquidos, proteínas e células sanguíneas a partir do sistema 
vascular para o tecido intersticial, e seu produto é um líquido inflamatório rico em 
proteínas e restos celulares, o Exsudato. A exsudação ocorre devido a alterações da 
permeabilidade vascular no local da agressão. O pus é um exsudato purulento 
inflamatório rico em leucócitos e restos celulares, produto da inflamação. 
 
Edema 
É um excesso de líquido no interstício, pode ser um exsudato ou um transudato 
(líquido com baixo teor proteico, não decorre de um desequilibro na permeabilidade). 
 
Inflamação Crônica 
É o processo inflamatório de longa duração, que se origina da evolução de uma 
inflamação aguda, quando persistem os fatores patogênicos. Na inflamação crônica 
há presença de macrófagos, linfócitos e plasmócitos, ocorre a destruição tecidual; e 
após reparação do tecido lesado – substituição por tecido conjuntivo, pela proliferação 
de novos vasos e por fibrose. 
 
Agudo X Crônico 
✓ Doença de início rápido, 
sintomas severos e curta 
duração. 
✓ Doença de longa duração envolvendo 
muitas mudanças lentas. 
✓ Sintoma intenso, tal como 
dor severa. 
✓ Doença de início frequentemente 
gradual. 
 
✓ Este termo não implica necessariamente 
com a gravidade ou severidade da 
doença. 
 
Quais são os cinco pontos cardeais da inflamação? 
✓ Rubor (vermelhidão); 
✓ Calor, 
✓ Tumor (Edema - inchaço); 
✓ Dolor (dor) 
✓ Perda da função. 
 
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O que é INFECÇÃO? 
“Contaminação ou invasão do corpo por um microrganismo parasito, que pode 
ser um agente patogênico ou não, principalmente vírus, bactérias, fungos, 
protozoários ou helmintos.”. Uma infecção gera uma inflamação, porém, nem toda 
inflamação é resultado de uma infecção. A partir do momento em que o organismo 
percebe uma infecção, ocorre uma série de eventos que desencadeiam a inflamação: 
 
Quimiotaxia 
É a migração orientada de células 
de defesa, que irão combater o invasor e 
após realizar a reconstituição, reparação 
e cicatrização do tecido lesado. 
 
 
Mediadores Químicos 
São substâncias responsáveis pelos eventos da inflamação. Originam-se do 
plasma ou de células, e ligam-se a receptores específicos em células-alvo. 
Geralmente estes mediadores têm vida curta, e a maioria causa efeitos danosos. 
Exemplos de mediadores químicos: 
 HISTAMINA: atua na microcirculação, possui ampla distribuição tecidual, 
especialmente através dos mastócitos, presentes no tecido conjuntivo adjacente aos 
vasos sanguíneos. 
 HISTAMINA: Considerada o principal mediador da fase imediata, dilata 
arteríolas e aumenta permeabilidade venosa. 
 SEROTONINA: Propriedades semelhantes à histamina, presente nas 
plaquetas. 
 SISTEMA DO COMPLEMENTO:Sistema composto de 20 proteínas, que tem 
importante papel na resposta imune encontrado no plasma. Aumenta permeabilidade 
vascular, realiza quimiotaxia e opsonização. 
OUTROS 
 Substâncias derivadas do ácido araquidônico, produzidas por linfócitos e 
macrófagos, geralmente estão presentes em processos inflamatórios, causam dor, 
febre etc: 
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✓ Prostaglandinas 
✓ Leucotrienos 
✓ Citocinas (IL-1, TNF, IL-8) 
 
Alterações Celulares 
 
O que é Hiperplasia? 
 
“Aumento quantitativo ou anormal de um órgão, de um tecido ou de uma 
linhagem celular, que decorre principalmente do aumento do número de células que 
aí se encontram”. 
Frequentemente, a hipertrofia e a hiperplasia estão associadas e ocorrem 
simultaneamente (crescimento fisiológico do útero grávido). Nestes casos as células 
são estimuladas a produzir maiores quantidades de proteínas. 
Hiperplasia: Fisiológica 
Hormonal: proliferação do epitélio glandular da mama feminina na puberdade e 
na gestação, útero grávido. 
Compensatória: hepatectomia parcial. 
Hiperplasia: Patológica 
Na hiperplasia patológica, há excessiva ação hormonal ou dos fatores de 
crescimento, sem que mecanismos reguladores intervenham pra limitar esse 
crescimento. 
 
O que é Hipertrofia? 
 
“Aumento do volume anormal de uma célula ou das células de um tecido, em 
geral sem aumento numérico”. 
O órgão hipertrofiado não tem novas células, apenas células maiores, e devido 
ao aumento de tamanho de suas células, o órgão se desenvolve excessivamente. É 
causada por um aumento da demanda funcional ou por estimulação hormonal 
específica, como por exemplo, na musculação, neste caso, as células têm o 
metabolismo estimulado fisiologicamente e por isso se desenvolvem mais. 
 
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O que é Displasia? 
 
“Anomalia de desenvolvimento anatômico ou histológico, em que células 
epiteliais (principalmente de revestimento) ou mesenquimais sofrem proliferação e 
alterações citológicas atípicas, tanto na forma como no tamanho e na organização”. 
Ou seja, são mitoses anormais; estas frequentemente aparecem nos brônquios dos 
fumantes, são as primeiras alterações celulares observadas em uma neoplasia. 
 
O que é Metaplasia? 
 
“Alteração reversível em que um tipo de célula adulta (epitelial ou mesenquimal) 
é transformado em outro tipo, também adulto”. Ex: Substituição do epitélio colunar 
ciliado da traqueia e brônquios por células escamosas estratificadas, em fumantes 
crônicos. 
 Esta pode ser uma manifestação precoce de uma alteração maligna, porém, 
pode regredir se abolidas as suas causas. 
 
O que é um Tumor? 
 
No conceito tradicional, toda lesão caracterizada por um aumento de volume 
localizado, hoje, sinônimo de neoplasma: na oncologia – oncos (grego) = tumor. 
Sinônimo de neoplasia, os tumores podem ser considerados uma proliferação 
exagerada e anormal dos elementos celulares de um tecido organizado, que é 
desencadeada por um determinado estímulo e prosseguindo mesmo depois que esse 
estímulo tenha desaparecido. 
 
O que é Neoplasia? 
 
“Tecido anormal e sem significação fisiológica, formado pela multiplicação 
contínua de células cuja reprodução deixou de ser regulada pelos mecanismos 
homeostáticos, apresentando-se, em geral, sob a forma de um tumor que evolui de 
forma autônoma e quase sempre nociva ao organismo”. 
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As neoplasias apresentam um estroma conjuntivo vascularizado que lhes 
proporciona sustentação e nutrição e de acordo com a sua velocidade de crescimento, 
invasividade, e tendência à produção de metástases (entre outras características) são 
classificadas em benignas e malignas (cânceres). 
 
O que é Anaplasia? 
 
“Ausência ou perda da diferenciação observada geralmente nas células 
parenquimatosas das neoplasias malignas”. 
 Diferenciação: grau de semelhança entre as células neoplásicas e as células 
normais, tanto morfologicamente quanto funcionalmente. 
Os neoplasmas malignos compostos de células indiferenciadas são ditos 
anaplásicos, a falta de diferenciação ou anaplasia é considerada um marco da 
transformação maligna. 
 
Diferenciação 
 
Tumores bem diferenciados são compostos de células que se assemelham a 
células normais do tecido de origem do neoplasma, em geral, tumores benignos são 
bem diferenciados. Os elementos anaplásicos apresentam-se de diferentes formas 
entre si (pleomorfismo) variando o tamanho e a forma das células, bem como 
frequentes mitoses, o grau de diferenciação e o estágio evolutivo permitem uma 
classificação que varia de 0 a 4. 
 
TAXA DE CRESCIMENTO 
 
Em geral, a maioria dos tumores benignos cresce lentamente durante um 
período de anos, enquanto a maioria dos cânceres cresce rapidamente, às vezes a 
uma velocidade errática. Alguns tumores malignos crescem lentamente durante anos 
para então, repentinamente, aumentarem de tamanho de modo notório, 
disseminando-se explosivamente até causarem a morte alguns meses após a sua 
descoberta. 
 
MILAGRES 
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Ocasionalmente, os cânceres podem ser observados diminuindo de tamanho, 
e até mesmo desaparecendo espontaneamente, porém o “estoque de milagres” é 
escasso. 
 
INVASÃO LOCAL 
A maioria dos tumores benignos permanece situada em seu local de origem, 
sem capacidade de se infiltrarem, invadirem ou metastatizarem para lugares distantes 
como os cânceres. O crescimento dos cânceres é acompanhado de infiltração 
progressiva, invasão e destruição do tecido vizinho, e tal invasividade torna a 
ressecção cirúrgica difícil – cirurgia radical. 
 
METÁTASES 
São implantes tumorais descontínuos em relação ao tumor primário, é a 
transferência da doença de um órgão para outro que não esteja diretamente 
conectado ao primeiro, em geral, através da via sanguínea ou linfática. Com poucas 
exceções, todos os cânceres podem fazer metástases, os neoplasmas benignos não 
metastatizam. 
 
 Neoplasia (benigna) x Neoplasia (maligna) 
✓ Não apresenta anaplasia (bem 
diferenciados); 
✓ Apresenta anaplasias (pouco diferenciados 
ou indiferenciados). 
✓ Não produz metástases ✓ Produz metástases 
✓ Dano Compressivo pode afetar estruturas 
anatômicas. 
✓ Dano compressivo. 
✓ Em geral Bom prognóstico 
✓ Dano direto do comprometimento funcional 
do tecido alterado. 
✓ Denominado como Neoplasia Benigna ou 
Tumor Benigno 
✓ Mau prognóstico em geral. 
 ✓ Denominado como Câncer ou 
neoplasiamaligna/ tumor maligno 
 
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Alterações Vasculares – TROMBOSE VENOSA 
 
O que é? 
 
A trombose venosa é o desenvolvimento de um trombo (coágulo de sangue) 
dentro de um vaso sanguíneo venoso com consequente reação inflamatória do vaso, 
podendo, esse trombo, determinar obstrução venosa total ou parcial. É relativamente 
comum (50 casos/100.000 habitantes) e é responsável por sequelas de insuficiência 
venosa crônica: dor nas pernas, edema (inchaço) e úlceras de estase (feridas). Além 
disso, a trombose venosa é também responsável por outra doença mais grave: a 
embolia pulmonar. 
 
Como se desenvolve? 
O desenvolvimento da trombose venosa é complexo, podendo estar 
relacionado a um ou mais dos três fatores abaixo: 
Estase venosa: situações em que há diminuição da velocidade da circulação 
do sangue. Por exemplo: pessoas acamadas, cirurgias prolongadas, posição sentada 
por muito tempo (viagens longas em espaços reduzidos - avião, ônibus). 
Lesão do vaso: o vaso sanguíneo normal possui paredes internas lisas por 
onde o sangue passa sem coagular (como uma mangueira por onde flui a água). 
Lesões, rupturas na parede interna do vaso propiciam a formaçãode trombos, como, 
por exemplo, em traumas, infecções, medicações endovenosas. 
Hipercoagulabilidade: situações em que o sangue fica mais suscetível à 
formação de coágulos espontâneos, como por exemplo, tumores, o uso de 
anticoncepcionais e diabetes. 
Embora possa acometer vasos de qualquer segmento do organismo, a 
trombose venosa acomete principalmente as extremidades inferiores (coxas e 
pernas). 
Algumas pessoas estão sob maior risco de desenvolver trombose venosa quais 
sejam: varizes, paralisia, anestesias gerais prolongadas, cirurgias ortopédicas, 
fraturas, obesidade, quimioterapia, imobilização prolongada, uso de 
anticoncepcionais, entre outros. 
 
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O que se sente? 
Os sintomas variam muito, desde clinicamente assintomático (cerca de 50% 
dos casos passam despercebidos) até sinais e sintomas clássicos como aumento da 
temperatura local, edema (inchaço), dor, empastamento (rigidez da musculatura da 
panturrilha). 
 
Como é diagnosticado? 
Quando a trombose venosa se apresenta com sinais e sintomas clássicos é 
facilmente diagnosticada clinicamente. Na maioria das vezes isso não acontece e são 
necessários exames complementares específicos, tais como: flebografia, ecodoppler 
a cores e ressonância nuclear magnética. 
 
Como se trata? 
 
No tratamento visa-se prevenir a ocorrência de embolia pulmonar fatal, evitar a 
recorrência, minimizar o risco de complicações e sequelas crônicas. Utilizam-se 
medicações anticoagulantes (que diminuem a chance do sangue coagular) em doses 
altas e injetáveis. 
 
Como se previne? 
O fato de a trombose venosa ocorrer em pacientes hospitalizados que ficam 
muito tempo acamados ou em cirurgias grandes faz com que a prevenção seja 
necessária. Portanto, nestes casos, utilizam-se medicações anticoagulantes em 
baixas doses para prevenir. 
Já para pessoas em geral o simples fato de caminhar já é uma forma de 
prevenção. Ficar muito tempo parado, sentado propicia o aparecimento da trombose 
venosa. Portanto, sempre que possível, não ficar muito tempo com as pernas na 
mesma posição. Para os que já tem insuficiência venosa e, por conseguinte, maior 
risco de trombose, o uso de meias elásticas é recomendado. 
 
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VARIZES E MICROVARIZES 
 
O que é? 
Varizes, ou veias varicosas, são veias dilatadas, com volume aumentado, 
tornando-se tortuosas e alongadas com o decorrer do tempo. 
Microvarizes, ou telangiectasias, são varizes intradérmicas, superficiais e, por 
esse motivo, adquirem uma coloração mais avermelhada ou arroxeada. 
São mais comuns em mulheres do que em homens. 
 
Como se desenvolve? 
 
As artérias levam o sangue do coração para as extremidades, e as veias têm a 
função de levar o sangue de volta ao coração, impulsionado, principalmente pela 
bomba muscular das panturrilhas. Dentro das veias existem pequenas válvulas que 
impedem o retorno venoso para as extremidades. Quando as válvulas não se fecham 
adequadamente, acontece esse retorno, a que se denomina refluxo. Quando acontece 
o refluxo, aumenta a quantidade de sangue dentro das veias, o que faz com que elas 
se dilatem. 
Um dos principais fatores para o desenvolvimento das varizes é o hereditário 
ou familiar. O fator genético ocasiona uma diminuição da resistência das paredes das 
veias e insuficiência valvular. 
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Outro fator importante é o hormonal. Durante as gestações, há uma maior 
liberação de hormônios, o que pode ocasionar diminuição do tônus da parede venosa. 
No final da gestação, a compressão do útero grávido sobre veias do abdômen também 
pode desencadear varizes. Existem estudos comprovando a relação entre o número 
de gestações e o aparecimento de varizes. O uso prolongado de anticoncepcionais e 
outros tratamentos hormonais também são fatores agravantes. 
A obesidade e o tipo de trabalho (pessoas que trabalham muitas horas em pé) 
favorecem o desenvolvimento de varizes. 
 
O que se sente? 
Dor, cansaço e sensação de peso nas pernas são os sintomas mais frequentes, 
mas podem ocorrer também, ardência, edema (inchaço), câimbras e dormência. São 
mais acentuados no final do dia, em dias de temperatura elevada. 
 
Como se faz o diagnóstico? 
O diagnóstico é feito, basicamente, pelo exame físico. 
O exame utilizado para avaliação de refluxo venoso, e como auxiliar do 
tratamento cirúrgico, é o Ecodoppler venoso (ecografia que avalia o fluxo venoso 
superficial e profundo). 
 
Como se trata? 
O tratamento das varizes pode ser conservador, em alguns casos, e consiste 
no uso de meias elásticas e utilização de medicamentos que melhoram o fluxo venoso. 
Entretanto, a cirurgia de varizes, sem dúvida, é sempre o tratamento ideal para se 
evitar as complicações próprias da evolução da doença, tais como, edema (inchaço), 
dermatites, pigmentações e endurecimento da pele, úlceras varicosas e tromboflebites 
(inflamação da parede da veia com formação de coágulo). 
O tratamento mais utilizado para microvarizes, ou telangiectasias, é a 
escleroterapia, através de injeções de medicamentos. 
Outra opção é a utilização do Laser. Todavia, o método tem limitações por ser 
dispendioso, devido ao alto custo dos aparelhos, e porque pode ocasionar manchas 
hipocrômicas (brancas) na pele. 
 
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Como se previne? 
Praticar exercícios físicos, evitando sempre o uso demasiado de peso nas 
pernas durante os mesmos. Usar meias elásticas, principalmente durante a gestação, 
ou em atividades em que se permaneça muitas horas em pé, além de manter um peso 
corporal adequado. 
 
 
Lesão e etapas de reparação dos tecidos muscular, tendíneo, ósseo e 
cartilaginoso 
 
A neutralização de agentes agressores leva a desorganização e destruição 
tecidual. Torna-se necessária uma segunda etapa dos mecanismos de defesa, 
caracterizada pela reorganização da área lesada. O reparo consiste na substituição 
das células e tecidos alterados por um tecido neoformado derivado do parênquima 
e/ou estroma do local injuriado. Se a reparação for feita principalmente pelos 
elementos parenquimatosos, uma reconstrução igual a original pode ocorrer 
(regeneração) mas, se for feita em grande parte pelo estroma, um tecido fibrosado 
não especializado será formado (cicatriz). Poderá ocorrer um ou outro processo ou os 
dois, dependendo de alguns fatores sendo os mais importantes: a capacidade dos 
elementos do parênquima se regenerarem e a extensão da lesão. O termo quelóide é 
usado para as cicatrizações hipertróficas que ocorrem comumente nos indivíduos da 
raça negra. 
Resumindo então, temos que o reparo pode ser pelo: 
 PARÊNQUIMA - regeneração 
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 ESTROMA - cicatrização 
 QUELÓIDE - cicatrização hipertrófica 
 
 
CÉLULAS LÁBEIS, ESTÁVEIS E PERMANENTES 
 
 As células do corpo podem ser divididas em 3 categorias de acordo com a 
capacidade de regeneração: lábeis, estáveis e permanentes. As lábeis são aquelas 
que continuam a se multiplicar durante a vida toda (células epiteliais, hematopoiéticas 
e linfóides). As estáveis normalmente não se dividem, contudo têm a capacidade de 
proliferar quando estimuladas (são as células das glândulas como: fígado, pâncreas, 
salivares, endócrinas e as células derivadas do mesênquima como fibroblastos, 
osteoblastos). As permanentes são aquelas que perderam totalmente a capacidade 
de se dividir, como as células do sistema nervoso central e músculo. Uma 
reconstrução original da área lesada só poderá ocorrer se as células afetadas forem 
do tipo lábil ou estável porque se for do tipo permanente, ocorrerá a substituição por 
tecido conjuntivo. 
 O processo de reparo pode ser dividido em duas grandes classes,que são a 
REGENERAÇÃO e a CICATRIZAÇÃO. 
 
REGENERAÇÃO (regenerar = re-produzir, ou produzir de novo) 
 Compreende o processo onde o tecido lesado é reposto por células da mesma 
origem daquelas que se perderam. É necessário que se faça aqui a distinção entre a 
regeneração de tecido previamente lesado e a regeneração dita "fisiológica", que 
significa a reposição de células tais como as células do sangue e do epitélio, que são 
destruídas normalmente. Diariamente ocorre a substituição de 2% de células do 
organismo, isto representa 1014 células e cerca de 1Kg. 
 Na boca a reparação ocorre rapidamente, talvez devido a participação da 
saliva, que umedecendo a superfície da lesão não permite a formação da crosta. 
Deve-se também considerar a elasticidade da mucosa bucal, permitindo maior 
contração do tecido, visto que nas mucosas móveis a reparação é mais rápida do que 
nas mucosas mastigatórias. Na pneumonia lobar ocorre intenso acúmulo de células 
inflamatórias, com destruição dos pneumócitos, mas os vasos e a arquitetura são 
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preservados, permitindo a regeneração. Fica claro que a regeneração restitui à área 
lesada a completa normalidade, tanto morfológica quanto funcional; seria portanto 
ideal que todo o processo de cura se efetuasse pela regeneração. 
 
CICATRIZAÇÃO 
 A cicatrização é a substituição do tecido lesado por tecido conjuntivo fibroso. 
Para que a cicatrização se efetue são necessárias a eliminação do agente agressor, 
a ativa manutenção do potencial de proliferação das células, complementadas pela 
irrigação e nutrição suficientes. Como a cicatrização por tecido fibroso é constituída 
por tecido mais simples e mais primitivo do que os tecidos que ela substitui, essa 
cicatrização implica na perda permanente da função fisiológica da região 
comprometida. Dessa maneira, a cicatrização de uma região cardíaca, após um 
infarto, reduz a função do órgão, sendo a cicatriz uma marca residual permanente e 
irreversível. As cicatrizes via de regra se hialinizam e perdem a elasticidade devido a 
pobreza em fibras elásticas. 
 Dada a grande variedade de situações onde ocorre a cicatrização, é evidente 
que esse processo pode diferir na razão direta dessas situações. Didaticamente, 
pode-se considerar dois tipos básicos de cicatrização: a primária (ou por 1ª intenção) 
e a secundária (ou por 2ª intenção). 
 
1- Cicatrização por 1ª intenção: 
 Também chamada de união primária, tem importância principalmente em 
cirurgia e em ferimentos. É o tipo mais simples de reparação que pode ocorrer. O 
exemplo mais comum é a incisão cirúrgica feita com bisturi e posterior sutura dos 
bordos. A incisão leva a morte de células epiteliais, assim como de elementos do 
tecido conjuntivo. Uma vez feita a sutura o espaço entre os bordos é reduzido e fica 
cheio de coágulo. A fibrina formada induz a migração e serve de matriz para a 
proliferação de fibroblastos e angioblastos, que vão formar o tecido de granulação. 
Geleias de fibrina induzem a fibroplasia e angiogênese. Inicia-se uma inflamação 
aguda com exsudato principalmente de neutrófilos e posteriormente de 
mononucleares. Ao mesmo tempo fibroblastos e angioblastos proliferam a partir dos 
bordos e começam a invadir a área inflamada dando origem a um tecido rico em 
fibroblastos e vasos neoformados conhecido como tecido de granulação. Inicialmente 
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é um tecido altamente celular, mas com a contínua produção de fibras colágenas 
torna-se menos celular e dentro de algum tempo a área está ocupada por um tecido 
pouco celularizado e vascularizado, rico em fibras, constituindo a cicatrização, 
marcando para sempre o local da incisão cirúrgica. O epitélio de revestimento da pele 
ou da mucosa bucal tem grande capacidade de proliferação, recobrindo rapidamente 
a área alterada. A proliferação não contínua de células epiteliais é controlada por 
fatores do crescimento celular, e esta é uma das diferenças importantes em relação 
ao que ocorre nos carcinomas. 
 
2- Cicatrização por 2ª intenção: 
 Também chamada de união secundária, ocorre quando a área lesada é mais 
extensa e os bordos não podem ser coaptados por sutura, como por exemplo em 
úlceras, abcessos ou então devido a contaminação de uma incisão cirúrgica. O 
processo básico é o mesmo que na união primária, diferindo apenas por ser a área 
lesada maior e ter grande quantidade de exsudato inflamatório e restos necrosados. 
O tecido de granulação vai se proliferando a medida que a área vai sendo limpa. A 
cicatrização por segunda intenção ocorre inevitavelmente com a formação de grande 
quantidade de tecido cicatricial. A formação excessiva de tecido cicatricial pode 
provocar uma protuberância no local, como ocorre frequentemente nos negros, sendo 
o processo chamado de queloide. 
A união secundária difere da primária por: 
1. Perda de grande quantidade de tecido 
2. Presença de uma maior quantidade de restos necróticos e exsudato 
inflamatório 
3. Formação de maior quantidade de tecido de granulação 
4. Produção de cicatriz mais extensa 
 
TECIDO DE GRANULAÇÃO 
 A resposta dos tecidos à injúria é um acúmulo de células inflamatórias na 
região atingida. Dentro das primeiras 24 horas, estas células acumuladas são 
principalmente polimorfonucleares. Posteriormente, os macrófagos tornam-se mais 
numerosos, e por volta do 3º dia, os fibroblastos começam a proliferar. Novos 
capilares avançam para a zona lesada, enquanto material extracelular, produzido 
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pelos fibroblastos, começa a acumular-se. Este conjunto de células, material 
extracelular (fibras e componentes da substância fundamental) e vasos neoformados 
constituem o tecido de granulação jovem. O tecido de granulação se caracteriza 
macroscopicamente pelo aspecto róseo granular, e microscopicamente pela 
proliferação de vasos e fibroblastos. 
 Com o passar do tempo, este tecido de granulação modifica-se 
paulatinamente, tornando-se maduro e adquirindo aspectos e funções diferentes 
daqueles dos primeiros dias. É importante que se estude detalhadamente os diversos 
passos deste processo. 
 Os gráficos abaixo são dos trabalhos do Dr. R. Ross que estudou a presença 
de células, vasos e fibras na reparação de pele de cobaias. Inicialmente além de 
fibrina, predominam neutrófilos e macrófagos e posteriormente fibroblastos. A medida 
que aumenta a quantidade de colágeno, diminui o número de células e vasos. O 
colágeno inicialmente formado é do tipo III, que é substituído pelo tipo I. 
 
 
 
a) Fibroblastos: 
As principais atividades do fibroblasto na inflamação são: 
a) síntese de substância fundamental e fibras. 
b) fagocitose de fibrilas de colágeno. 
c) contração tecidual durante a cicatrização - miofibroblastos 
d) erupção dental 
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b) Fatores de crescimento: 
São fatores que estimulam a proliferação celular. 
 01) EGF - Fator de Crescimento Epidérmico: polipeptídio de 6.045 daltons. 
Mitogênico para células epidérmicas e fibroblastos. 
02) PDGF - Fator de Crescimento Derivado das Plaquetas: Proteína 
altamente catiônica armazenada nos grânulos α das plaquetas e liberado na ativação 
plaquetária. Também é produzido por macrófagos, endotélio, células tumorais. 
Estimula proliferação de fibroblastos e céls musculares lisas. 
03) FGF - Fator de crescimento dos Fibroblastos: estimula fibroblastos e 
angiogênese. 
04) TGFα e TGFβ - Fatores de Crescimento Transformadores: Acreditava-
se que transformavam células normais em malignas. O TGFα tem propriedades 
semelhantes ao EGF. 
 O TGFβ é um inibidor da proliferação celular. Estimula produção de colágeno 
e fibronectina, e inibe degradação do colágeno, favorecendo a fibrogênese. O TGFβ 
pode ser produzido por váriascélulas, como plaquetas, endotélio, LT, macrófagos. 
05) IL-1 e FNT - fator de necrose tumoral: Participam da remodelação do 
tecido conjuntivo. 
06) Inibidores do crescimento TGFβ, α-interferon, PGE2, Heparina. Inibem 
fibroblastos. 07) Os macrófagos podem secretar: PDGF, FGF, IL-1, FNT ou inibidores 
como TGFβ, PG. 
 
 Vários fatores que estimulam a proliferação de fibroblastos e angioblastos na 
inflamação crônica. Alguns são citados no quadro abaixo: 
 
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 REPARAÇÃO ALVEOLAR PÓS-EXTRAÇÃO 
 
 O processo de reparo de alvéolos dentais pós-extração é assunto 
relativamente bem estudado por meio de estudos experimentais em animais de 
laboratório, especialmente cães e macacos, cujas particularidades anatômicas 
aproximam-se das do ser humano. Assim, pode-se descrever o reparo alveolar pós-
extração da seguinte maneira: 
 Decorridas 24 horas da extração do dente, o alvéolo encontra-se preenchido 
por coágulo sanguíneo, formado por malha de fibrina. A superfície da ferida alveolar 
é formada por camada necrótica contendo polimorfonucleares e bactérias, contidos 
dentro de uma depressão pouco pronunciada. No 3º dia, pode-se notar, 
histologicamente evidências de organização do coágulo. A malha de fibrina e as 
células sanguíneas começam a ser substituídas por tecido de granulação, no qual 
fibroblastos e vasos neoformados estão em franca proliferação. Estes aspectos são 
evidentes no fundo do alvéolo, a partir de remanescentes da membrana periodontal 
que permaneceram após a extração. Assim, é preciso destacar a importância desses 
remanescentes no processo de reparo alveolar, pois é deles que se inicia a 
proliferação do tecido de granulação no fundo do alvéolo. Aos 5 dias, a infiltração do 
coágulo por componentes do tecido de granulação é bastante evidente, bem como a 
presença de osteoclastos (células que reabsorvem tecido ósseo) próximos à crista 
alveolar e nos espaços medulares do osso alveolar. O tecido de granulação ocupa 
cerca de um quarto do fundo do alvéolo, não havendo nessa região mais nenhum sinal 
de coágulo, que permanece nos três quartos superiores do alvéolo, até a superfície. 
Nesta, o epitélio das margens da ferida está sob intensa proliferação, mas a ferida 
ainda não está completamente coberta por ele. 
 Uma semana depois, o epitélio está recobrindo a ferida. A substituição do 
coágulo por tecido de granulação toma três quartos do alvéolo. Aos 11 dias pós-
extração o epitélio recobre, e o tecido de granulação preenche o alvéolo, com a 
produção de fibras de colágeno sendo bastante evidente. No fundo do alvéolo, 
começam a se tornar evidentes os primeiros sinais de ossificação. Após 16 dias, a 
ossificação que ocorre no seio do tecido de granulação é bastante ativa, com as 
trabéculas ósseas atingindo a metade do alvéolo. Uma semana depois, aos 23 dias, 
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a ossificação está em plena fase de amadurecimento das trabéculas ósseas, com os 
espaços medulares, que ao início do processo eram amplos, tornando-se 
progressivamente mais estreitos. Apenas uma pequena porção mais superficial do 
alvéolo ainda não está sofrendo ossificação. A fibromucosa gengival sobre o alvéolo, 
está reconstituída. Depois de 30 dias, o alvéolo está completamente reparado, através 
do seu preenchimento por tecido ósteo-fibroso. Nos dias que se seguem, ocorre a 
completa remodelação e amadurecimento do novo tecido que preenche o alvéolo, até 
que, aos 40 dias, o processo está terminado. 
 Em síntese, os seguintes eventos da reparação alveolar pós-extração 
são significativos: 
a) Hemorragia e subsequente preenchimento do alvéolo por coágulo 
sanguíneo; 
b) Organização do coágulo desde o 3º até o 11º dia. Ao fim deste período, 
a proliferação epitelial acaba por cobrir por completo a ferida alveolar. 
c) Ainda por volta do 11º dia inicia-se o processo de ossificação que se 
completa aos 40 dias; 
d) Paralelamente às atividades formativas pode-se observar atividades de 
reabsorção osteoclástica, necessárias para a remodelação da região. 
e) Os remanescentes da membrana periodontal são importantes para o 
início da proliferação do tecido de granulação que procederá à reparação do alvéolo. 
f) Por volta dos 11 dias a superfície da ferida está recoberta por epitélio e 
a mucosa oral sobre o alvéolo está reconstituída. 
 
REPARAÇÃO DE NERVOS, MÚSCULOS, OSSO E TENDÃO: 
 
NERVOS 
 Quando ocorre a reparação dos nervos o processo é de regeneração. Como 
as células do sistema nervoso não se multiplicam, a regeneração ocorre pela 
neoformação do axônio e isto só é possível quando o corpo celular não sofreu 
necrose. A degeneração da porção distal do axônio é chamada de degeneração 
Walleriana. Se o corpo celular sofreu lesão irreversível a regeneração não se 
processa, podendo ocorrer uma cicatrização da área. O axônio lesado prolifera 
usando o caminho deixado pela fibra lesada, sendo, portanto, importante a 
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preservação do endoneuro. Se, por exemplo, o nervo ciático de camundongos é 
seccionado, e as extremidades são presas com fio de nylon num tubo de 5 a 6mm de 
comprimento, deixando um espaço entre as extremidades do nervo de 4-5mm, há 
regeneração das fibras motoras e sensitivas. Inicialmente há formação de fibrina, 
seguida da proliferação de células endoteliais, fibroblastos, células de Schwann e 
finalmente por fibras nervosas. As fibras mielinizadas aparecem após 4-6 semanas. 
O preenchimento do tubo com laminina parece acelerar a regeneração das fibras. 
 No Sistema Nervoso Central, o potencial de crescimento é provavelmente 
similar ao dos nervos periféricos mas a proliferação glial é usualmente uma barreira 
para a regeneração. Mesmo após anatomicamente regeneradas, as fibras nervosas 
levam ainda algum tempo para retornar à função da inervação original. A neoformação 
das placas motoras é possível sob algumas condições, bem como a neoformação de 
terminações sensoriais. O tempo requerido para a regeneração das fibras nervosas é 
variável. Nervos esmagados em coelhos, começam a regenerar-se após 5 dias, e os 
axônios crescem a uma taxa de 3-4mm por dia, enquanto os nervos seccionados 
iniciam a regeneração após 7 dias e crescem 2-3mm por dia. No homem as taxas de 
crescimento dos nervos são menores do que na maioria dos animais. 
 
Reparação no SNC 
 Lesões no cérebro não são reparadas por fibroblastos, mas sim por astrócitos. 
O tecido necrótico é substituído por astrócitos que formam fibras gliais (gliose). Se a 
lesão for mais pronunciada, há formação de cavidade contendo liquido (cisto), 
envolvida por astrócitos e fibras gliais. 
 
MÚSCULOS 
 O tecido muscular liso tem capacidade de regeneração, embora áreas 
extensas sofram reparação por cicatrização. A regeneração do músculo liso pode ser 
observada especialmente em duas condições: regeneração de pequenas áreas da 
mucosa intestinal e proliferação de vasos neoformados. A capacidade de regeneração 
do músculo estriado é muito limitada, podendo-se dizer que a capacidade de 
regeneração do músculo cardíaco é inexistente. Deve-se lembrar, entretanto, que as 
células musculares estriadas podem apresentar hipertrofias acentuadas. 
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 Devido a reparação incompleta do tecido muscular do abdômen, é comum 
após cirurgias abdominais a formação de hérnias. As hérnias são projeções de 
vísceras devido à pressão abdominal nas áreas de enfraquecimento do tecido 
muscular. Hérnias inguinais e umbilicais são bons exemplos. Também pode ocorrer a 
protusão de um órgão para uma cavidade natural, como a vagina, no prolapso uterino. 
 
OSSO 
 Enquanto o tecido ósseo pode ter uma reparação sem maiores complicações, 
a cartilagem pode formar um tecido desorganizado levando à lesões irreversíveis.Portanto, enquanto a fratura da tíbia pode voltar ao normal, a ruptura da cartilagem do 
joelho ou as alterações da cartilagem na artrite podem ser irreversíveis. Na reparação 
óssea os seguintes passos ocorrem: 
 
REDUÇÃO DA FRATURA: para facilitar o processo de reparação e para evitar 
deformidades, os fragmentos da região fraturada são aproximados. Este processo é 
chamado de redução da fratura. 
 
Fatores predisponentes à fratura óssea: 
- osteoporose (fêmur, coluna vertebral) 
- osteomalácia (fraturas pequenas, mas não são substituídas) 
- doença de Paget 
- tumores primários e metástases 
- osteogênese imperfeita 
 
ESQUEMA DA REPARAÇÃO 
 
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FATORES QUE PARTICIPAM DA REPARAÇÃO 
 
SISTÊMICOS 
a) Condições Fisiológicas do Indivíduo: Em geral os pacientes jovens 
apresentam capacidade de reparação maior, isto devido principalmente à presença 
de melhor suprimento sanguíneo no local afetado. 
b) Nutrição: Proteína e Vit. C: Já que a reparação é feita por tecido 
neoformado, a nutrição é fator importante, entretanto apenas uma deficiência proteica 
grave, envolvendo principalmente cisteína e metionina, pode retardar a reparação. A 
deficiência de vitamina C retarda a reparação devido as alterações na síntese de fibras 
colágenas. Na expedição de Scott ao Polo Sul, pouco depois do início do século, foram 
realizadas várias tentativas para descobrir quais das latas de conserva continham a 
"infecção" que causava o escorbuto. Na viagem de Vasco da Gama, contornando o 
Cabo da Boa Esperança, em 1497, cerca de 2/3 da tripulação morreu de escorbuto. 
A Vit. C atua na transformação de prolina em hidroxiprolina. A maioria das espécies 
sintetizam Vit. C, através da enzima Lgulonolactose oxidase. Isto não ocorre com o 
homem, macaco e cobaia, que portanto podem apresentar escorbuto. No escorbuto 
há tendências para hemorragias gengivais e dificuldades no processo de reparo, 
devido a não formação adequada de colágeno. Periodonto de macacos com escorbuto 
contém cerca de 40% menos colágeno em relação ao de animais normais, podendo 
ter mobilidade dental, desorganização das fibras e reabsorção óssea. Há alterações 
degenerativas nos fibroblastos devido a não secreção normal de colágeno, levando a 
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formação inadequada da substância intercelular. Muitas enzimas como as 
metaloproteinases e polimerases do DNA e RNA são dependentes de Zinco. A 
cicatrização da ferida fica retardada nos pacientes deficientes de Zinco. 
c) Diabetes: Além da possível diminuição na síntese proteica, um fator 
relevante é a alteração dos vasos na diabetes. 
d) Esteróides: Um dos mecanismos de ação dos glicocorticóides pode ser 
o aumento de produção das lipocortinas, que inibem a fosfolipase A2, importante para 
liberação do ácido aracdonico. 
 
LOCAIS 
a) Suprimento Sanguíneo: Como todo o processo inflamatório, a reparação 
depende do suprimento sanguíneo local. O reparo não se faz ou é feito com demora 
em áreas mal irrigadas, como por exemplo na arterioesclerose acentuada. Na cabeça 
do fêmur e escafóide (pulso) pode haver necrose avascular (mesmo sem trauma 
evidente) 
b) Presença de Corpo Estranho: A presença de qualquer corpo estranho 
impede que haja a reparação pois é um estímulo constante para a inflamação. O 
tecido necrosado (infarto) é estímulo para a inflamação e deve ser removido. 
c) Mobilidade: Nos casos de reparação óssea é importante que haja uma 
imobilização e redução da fratura. Em tecidos moles a imobilização também parece 
ajudar a reparação. 
d) Extensão da lesão 
e) Natureza do Tecido Lesado 
f) Infecção 
 
OBS.: Nos hemofílicos não há nenhum fator específico que retarda a 
reparação. Dependendo da severidade da hemofilia há hemorragias espontâneas, 
particularmente nas articulações. O coágulo age como episódios recorrentes, pode 
haver deformidades das articulações. Nas cirurgias, como extração dentária deve-se 
considerar o risco de hemorragia e o tratamento pré-cirúrgico. 
 
Objetivos - Reparação 
 
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- Conceitue reparação, regeneração e cicatrização. 
- Exemplifique células lábeis, estáveis e permanentes. 
- Quais as diferenças entre cicatrização por 1a e 2a intenção. 
- Que é tecido de granulação e quais suas principais características 
morfológicas 
- Cite e descreva as principais etapas da inflamação e cicatrização na pele 
após um corte (com ou sem) contaminação. 
- Esquematize num gráfico a dinâmica de acúmulo de fibrina, neutrófilos, 
linfócitos, macrófagos, fibroblastos e de formação de vasos e colágeno numa lesão 
de pele causada por incisão, sem contaminação bacteriana. Coloque na ordenada a 
quantidade e na abscissa o tempo em dias. 
- Cite as principais atividades do fibroblasto na inflamação e cicatrização. 
- Que são fatores de crescimento. Exemplifique citando o nome e a 
função. 
- Descreva o processo de reparação alveolar após a extração dental. 
- Compare a reparação do fêmur fraturado e cicatrização da pele. 
- Discuta reparação de nervos, músculos e cartilagem. 
- Comente reparação do SNC. 
- Conceitue hérnia e como pode se desenvolver após cirurgias. 
- Que é redução de fratura óssea. 
- Cite os fatores predisponentes à fratura óssea. 
- Esquematize o resultado final da reparação tecidual, após uma 
agressão, considerando que o tecido sofreu ou não necrose (não considere a 
evolução para inflamação crônica). 
- Discuta os efeitos da desnutrição proteica e de vitamina C no processo 
de reparo. 
- Comente processo de reparo em pacientes diabéticos. 
- Cite os fatores locais que facilitam ou dificultam o processo de reparo. 
 
Técnicas e agentes fisioterapêuticos empregados na reabilitação das 
lesões desportivas. 
 
CRIOTERAPIA 
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TERAPIA PELO FRIO 
DEFINIÇÃO: 
A terapia pelo frio, conjuntamente 
com a terapia pelo calor (capítulos 
seguintes) representa seguramente a 
mais antiga aplicação terapêutica de 
agentes físicos. O calor e frio são 
valiosos coadjuvantes na reabilitação de 
diversas patologias, devendo ser 
combinados com as técnicas 
cinesiológicas e com uma eventual abordagem farmacológica. 
A crioterapia consiste na aplicação do frio com objetivos terapêuticos, 
produzindo efeitos locais e à distância, resultando na remoção do calor corporal e na 
diminuição da temperatura dos tecidos. Apesar das primeiras descrições da utilização 
terapêutica do frio - neve e gelo natural - remontarem à antiga Grécia, só em 1850 
surgiu a primeira máquina de gelo de uso hospitalar, utilizada nos Estados Unidos da 
América para diminuir a temperatura em doentes com malária. 
 
EFEITOS BIOLÓGICOS 
Nas reações biológicas dos tecidos à diminuição de temperatura são 
determinantes fatores como o método de aplicação (estático ou dinâmico), a área 
corporal a tratar, o tempo de aplicação e a qualidade de frio utilizado. o frio produz 
diversos efeitos biológicos com repercussão terapêutica, designadamente: 
• Vasoconstrição, por ação direta na microcirculação e reflexa do sistema 
nervoso vegetativo. Esta redução do fluxo sanguíneo facilita a hemostase, limita o 
processo inflamatório, a exsudação e o aumento da pressão compartimental, 
contribuindo para a analgesia. 
• Diminuição do metabolismo celular ou normalização metabólica em 
zonas de hiperaquecimento/inflamadas. 
• Aumento do limiar de estimulação álgica dos receptores periféricos, 
reduzindo a mensagem aferente e contribuindo dessa forma para a analgesia. 
• Libertação de endorfinas, com efeito analgésico. 
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• Bloqueio medular, com priorização da via rápida; estimulação direta das 
vias mais mielinizadas e de maior calibre, contribuindo para a analgesia. 
• Reduçãoda atividade enzimática, nomeadamente da colagenase, 
aumentando a rigidez do tecido fibroso com colágeno. 
Com a exposição prolongada ao frio podem ocorrer os seguintes efeitos: 
• Vasodilatação, com paralisia vasomotora, com aumento do fluxo 
sanguíneo em aplicações estáticas prolongadas ou dinâmicas. Esta hiperémia faz 
aumentar os mecanismos de defesa humorais e celulares, remoção de exsudados e 
produtos necróticos, contribuindo para o trofismo e regeneração tecidual. Pode 
agravar síndromes inflamatórias. 
• Lentificação da condução neuronal das fibras gama e diminuição da 
excitabilidade do fuso neuro-muscular ao estiramento, reduzindo o tónus e a 
espasticidade muscular; este efeito é particularmente prolongado porque a camada 
de tecido adiposo retarda o aquecimento do músculo. 
A aplicação estática do frio induz um arrefecimento progressivo dos tecidos, 
desde a superfície até à profundidade. O arrefecimento dos tecidos profundos, 
fenómeno mais durável do que o aquecimento, ocorre pela vasoconstrição dos tecidos 
profundos e isolamento térmico por parte do tecido adiposo, que impede o 
reaquecimento rápido. Após 20 minutos de aplicação de frio, a temperatura no tecido 
cutâneo diminui 3,8 °C e no subcutâneo a 1 cm de profundidade 2,5 °C. Este efeito 
obtém-se por vasoconstrição, com desvio do fluxo sanguíneo para tecidos mais 
profundos (mais de 2 cm abaixo da superfície), cuja temperatura permanece 
inalterada. Com a retirada da fonte de frio, os tecidos superficiais iniciam uma 
sequência de trocas hemodinâmicas com os tecidos mais profundos, que atuam como 
fonte de calor. Desta forma, ocorre um decréscimo da temperatura dos tecidos 
profundos, após a cessação da aplicação do frio, à medida que os tecidos superficiais 
vão aquecendo. Estas trocas hemodinâmicas contribuem para a redução da dor e do 
edema, ao promover a remoção de fluidos e metabolitos acumulados nos tecidos. 
 
FORMAS DE APLICAÇÃO 
 
A compressa de gelo consiste num recipiente com gelo picado, raspado ou 
partido. O recipiente pode ser uma toalha, um saco de plástico ou um recipiente 
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especial para gelo. Deve-se evitar o contato direto com a pele, devendo ser interposta 
uma toalha. 
A compressa de gel frio consiste num recipiente de vinil contendo uma 
substância gelatinosa, dotada de propriedades anti-congelantes, para que a 
compressa permaneça flexível e fácil de adaptar à zona anatómica a tratar. Até ser 
usada, a compressa é armazenada no congelador. Para além de ter um efeito menos 
duradouro que o das compressas de gelo, apresenta perigo de ulceração, uma vez 
que a temperatura da compressa é inicialmente inferior a 0 °C. 
As compressas frias químicas consistem num saco de Figura: Compressas de 
gel frio. 
Ao apertar a embalagem, as duas substâncias misturam-se e dão início a uma 
reação química endotérmica, com produção de frio. Têm como desvantagens o 
arrefecimento insuficiente, a impossibilidade de reutilização e o risco de queimadura 
química no caso do saco estar danificado. 
A imersão em gelo ou banho frio é uma modalidade utilizada sobretudo no 
tratamento das extremidades. A temperatura ideal varia consoante os autores, sendo 
apontados valores entre os 2 e os 15 °C. A imersão em piscina ou tanque com gelo e 
água, mal tolerada e pouco utilizada, permite a imersão de uma maior superfície 
corporal e a associação da hidromassagem. A massagem com gelo difere das 
modalidades anteriores pelo seu carácter bifásico (ciclo frio-temperatura ambiente) e 
pela estimulação dos mecanoreceptores. Embora o arrefecimento não seja tão 
acentuado, é frequentemente utilizada como parte das técnicas criocinéticas. Os 
aparelhos de frio consistem num reservatório de água refrigerada por gelo ou por um 
mini-frigorífico. A água fria circula através de um material almofadado que se adapta 
na zona a tratar. Para além do frio, estas máquinas permitem aplicar pressão através 
da insuflação pela água, o que pode ser útil em determinadas situações. Os sprays 
refrigerantes contêm cloreto de etilo ou fluorometano, que evaporam rapidamente em 
contato com a pele, promovendo a perda de calor pelo tecido cutâneo. A redução de 
temperatura proporcionada é muito brusca, o que predispõe a ulcerações pelo frio. o 
efeito é fugaz e não atinge os tecidos mais profundos. O cloreto de etilo é inflamável, 
pelo que devem ser tomadas as devidas precauções. São utilizados em situações 
onde se pretende alívio álgico, devendo o jacto do spray ser aplicado a cerca de 30 
cm do corpo. 
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As compressas frias, mergulhadas em água a 4° C, são aplicadas durante 5 
minutos. A toalha gelada, previamente imersa em água com sal (500 g para 5 litros de 
água) e colocada no congelador, pode ser adaptada à zona a tratar, uma vez que não 
fica rígida. 
O “liquid ice” consiste numa ligadura embebida num líquido especial, colocada 
na zona a tratar, que vai arrefecendo os tecidos. Para além de permitir a compressão 
e de ser reutilizável, pode ser usado durante a prática desportiva, não necessitando 
da imobilização do doente. 
 
INDICAÇÕES E MODO DE APLICAÇÃO 
 
O frio pode ser aplicado quando se pretende analgesia, vasoconstrição com 
redução do fluxo sanguíneo, redução da inflamação e do edema na fase aguda de 
traumatismos ou queimaduras, redução do metabolismo celular, redução da 
hemorragia, diminuição da espasticidade, facilitação de técnicas cinesiológicas, 
normalização térmica em situações de hiperaquecimento muscular e estimulação da 
regeneração e do trofismo celular em patologias traumáticas crónicas. A aplicação 
estática é utilizada quando se pretendem efeitos vasoconstrictores e anti-álgicos, por 
exemplo na fase aguda de um traumatismo. A temperatura cutânea a atingir é de 15 
°C e o período de aplicação deverá ser repetido várias vezes, não excedendo os 20 
minutos de cada vez. Este efeito pode ser também obtido com a imersão em água fria 
(4-10 °C) durante 10 a 20 minutos. Com esta técnica, o arrefecimento dos tecidos 
profundos é mais rápido e mais duradouro. De referir, no entanto, que alguns autores 
defendem aplicações de frio superiores a 20 minutos, considerando que este período 
é insuficiente para o arrefecimento dos tecidos mais profundos. A aplicação dinâmica 
consiste numa massagem circular rápida por períodos de 2 a 3 segundos, durante 7 
a 10 minutos e é utilizada quando se pretende obter hiperémia reactiva e uma 
analgesia menos pronunciada, como por exemplo na fase crónica (mais de 8 dias) de 
patologia traumática. 
 
PRECAUÇÕES E CONTRA-INDICAÇÕES 
A crioterapia pode agravar a isquemia ao provocar uma redução adicional do 
fluxo sanguíneo e desencadear fenómenos vaso-espásticos. Deve ser evitada ou 
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usada com precaução em vasculopatia aterosclerótica e zonas de isquemia, 
fenómenos vaso-espásticos (doença de Raynaud), neuropatia diabética, patologia 
cardiovascular descompensada, alterações da sensibilidade cutânea, doentes 
sedados ou obnubilados, que não respondam à dor, alergia ou intolerância ao frio, 
crioglobulinémia e feridas abertas. 
 
COMPLICAÇÕES 
 
À medida que o arrefecimento se processa, ocorre sensações de frio, sensação 
de queimadura, dor e parestesia. De modo a evitar ulceração pelo frio, a aplicação 
deve ser suspensa na fase da parestesia. O risco de lesão pode ser minimizado 
evitando o contato direto da fonte de frio com a pele e limitando a duração da 
aplicação. Áreas com pouco tecido celular subcutâneo, como o cotovelo ou o 
tornozelo, apresentam menor tolerância ao frio, pelo que deverão ser objeto de 
cuidados especiais. Existem também alguns casos descritos de paralisia nervosa 
após crioterapia, na maioria das vezes por aplicação de gelo junto à cabeça peroneal, 
todos com recuperação completa. Estes poderãoestar associados à pressão exercida 
pelas ligaduras usadas para fixar a fonte de frio e não à própria crioterapia. A 
hipersensibilidade ao frio pode manifestar-se por eritema, urticária, hemoglobinúria ou 
mesmo por uma reação anafilática. A profilaxia pode ser feita com anti-histamínicos e 
as aplicações repetidas podem resultar numa tolerância crescente. A exposição ao 
frio pode desencadear ou agravar fenómenos vaso-espásticos como o fenómeno de 
Raynaud, livedo reticular ou acrocianose. 
 
TERMOTERAPIA 
 
TERAPIA PELO CALOR SUPERFICIAL 
 
DEFINIÇÃO 
 
A termoterapia consiste na aplicação de calor com objetivos terapêuticos. Pode 
ser classificada quanto à profundidade atingida (superficial ou profunda) e à forma de 
transmissão (por condução, convecção ou conversão). Na condução, a transferência 
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do calor é feita através do contato direto entre dois corpos, por exemplo a pele e uma 
compressa quente. Na convecção, é feita através de um intermediário, como o ar ou 
a água. Na conversão, ocorre transformação de um tipo de energia noutro, por 
exemplo conversão de energia radiante em calor. No aquecimento profundo, ou 
diatermia (capítulo 3), a transferência do calor é sempre feita por conversão. Embora 
a sua regulação seja complicada, o aquecimento superficial é de fácil acesso, seguro 
e mais barato do que o profundo. 
 
 
 
EFEITOS BIOLÓGICOS 
 
As reações biológicas dos tecidos ao aumento de temperatura são 
influenciadas por diversos fatores. A elevação da temperatura dos tecidos possui uma 
estreita faixa terapêutica, entre 40 e 45,5 °C. Abaixo destes valores os efeitos são 
reduzidos; acima, podem ocorrer lesões, inativação enzimática e aumento dos 
processos inflamatórios. A velocidade da elevação da temperatura varia consoante a 
fonte térmica. Quanto mais rápida for a elevação, mais favoráveis os efeitos 
biológicos, que dependem também das dimensões da área a tratar. A duração da 
elevação da temperatura deve ter uma duração entre 3 e 30 minutos. Os efeitos 
biológicos incluem: 
• Vasodilatação capilar e arteriolar, com aumento do fluxo sanguíneo. 
• Aumento do metabolismo celular. 
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• Aumento da atividade enzimática, nomeadamente da colagenase, 
aumentando a extensibilidade do tecido fibroso. Com uma elevação de 3 °C, a 
atividade enzimática da colagenase sinovial aumenta 300%. Com o aquecimento das 
articulações metacarpo-falângicas a 45 °C a rigidez articular diminui 20%. 
• Aumento da velocidade de filtração e difusão através das membranas 
biológicas. 
• Aumento do limiar de percepção das aferências sensitivas e modulação 
da condução no nervo periférico, nomeadamente da mensagem nociceptiva, levando 
à analgesia e ao relaxamento muscular. 
• Bloqueio medular, com priorização da via rápida e libertação de 
endorfinas por ativação do sistema descendente, levando à analgesia. 
• Diminuição da sensibilidade do fuso neuro-muscular ao estiramento, 
com efeito mio-relaxante. 
A vasodilatação ocorre por efeitos direto e reflexo no local de aplicação da fonte 
de calor. No entanto, através de uma resposta consensual, é observado uma 
hiperémia noutras partes do corpo, cujo efeito poderá ser útil. Esta resposta é sempre 
de menor intensidade e depende das dimensões da área tratada. Os efeitos biológicos 
do calor são mais fugazes que os do frio, uma vez que após a aplicação de calor, a 
vasodilatação cutânea permite a sua rápida dissipação. 
 
FORMAS DE APLICAÇÃO DE CALOR SUPERFICIAL POR CONDUÇÃO 
 
O calor húmido baseia-se na utilização de um saco de algodão, que pode ter 
vários tamanhos, preenchido com dióxido de silício, que tem como característica 
absorver e reter uma grande quantidade de água. Este saco é imerso num reservatório 
com água à temperatura de 60 a 80 °C, o “hidrocollator” e seguidamente retirado. 
Após a remoção da água em excesso, é embrulhado numa toalha e colocado sobre a 
superfície a tratar durante 20 a 30 minutos. 
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Figura: Hidrocollator e saco de algodão com dióxido de silício. 
 
As compressas de Kenny consistem num pano de lã colocado sob vapor, sendo 
em seguida removido o excesso de água por centrifugação; a compressa seca é 
colocada rapidamente na pele a uma temperatura de cerca 60 °C; estas compressas 
arrefecem rapidamente e são substituídas de 5 em 5 minutos. 
As compressas químicas consistem num recipiente flexível contendo produtos 
químicos que, quando colocados em contato, produzem uma reação exotérmica. Não 
permitem um controlo rigoroso da temperatura produzida, não podem ser reutilizadas 
e acarretam risco de lesões caso ocorra rotura do recipiente. 
A parafina é uma substância sólida que encerra hidrocarbotenos saturados e 
não saturados. É aquecida num reservatório especial, que a mantém no estado líquido 
a uma temperatura entre 45 e 54 °C. Pela sua baixa condutibilidade, permite conduzir 
lentamente o calor, que é desta forma bem tolerado. A parafina é usada sobretudo no 
aquecimento das extremidades corporais. 
 
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Figura: Aquecedor de parafina. 
 
Na aplicação por imersão repetida, a extremidade é mergulhada na parafina e 
em seguida é retirada, deixando a parafina solidificar. o procedimento é repetido até 
formar uma camada espessa de parafina sobre a extremidade, que é seguidamente 
envolvida num saco de plástico e num pano isolante durante 10 a 20 minutos. Na 
imersão contínua, que permite um aquecimento mais vigoroso e profundo, a 
extremidade é imersa na parafina durante 20 a 30 minutos. Pelo fato de nas 
extremidades o tecido celular subcutâneo ser diminuto, a parafina permite um 
aquecimento efetivo das pequenas articulações das mãos e pés, levando a uma maior 
distensibilidade do tecido conjuntivo e muscular. Assim, a aplicação de parafina é 
especialmente útil no tratamento de contraturas articulares das mãos. Devido ao risco 
de queimadura, a temperatura da parafina deve ser controlada com um termómetro. 
Esta forma de aplicação está contra-indicada em doentes alérgicos à parafina. 
O parafango consiste no aquecimento, a uma temperatura entre 49 e 52 °C, de 
uma mistura de parafina com fango. A sua aplicação é semelhante à da parafina, mas 
apresenta uma melhor capacidade de transmissão de calor, permitindo um 
aquecimento mais profundo, mais rápido e mais duradouro. 
 
Figura: Aquecedor de parafango. 
 
FORMAS DE APLICAÇÃO DE CALOR SUPERFICIAL 
 
POR CONVECÇÃO 
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A hidroterapia quente utiliza a água como fonte de calor. Para além das piscinas 
terapêuticas, existem tanques com diferentes tamanhos, adequados para a imersão 
dos membros superiores, inferiores ou de todo o corpo. A temperatura da água é 
condicionada pela região anatómica, tipo de imersão (segmentar ou total) e objetivo 
do tratamento. O tempo de tratamento é de 20 a 30 minutos. A imersão total está 
contraindicada em doentes com incontinência de esfíncteres. Uma variante da 
hidroterapia quente são os banhos de contraste, nos quais existe alternância de 
imersão em água quente e água fria. A fluidoterapia e o ar húmido representam outras 
formas de aplicação de calor superficial por convecção. 
 
FORMAS DE APLICAÇÃO DE CALOR SUPERFICIAL 
 
POR CONVERSÃO 
 
A radiação infra-vermelha utilizada para efeitos de aquecimento tem um 
comprimento de onda entre os 7.000 e 120.000 Å. Ao entrar nos tecidos, os fotões 
vão ser absorvidos e convertidos em calor. No entanto, só alcançam os tecidos mais 
superficiais, elevando a temperatura entre 5 e 15 mm de profundidade. A absorção de 
energia é inversamente proporcional ao quadrado da distância entre o corpo e a fonte 
emissora de calor. Normalmente, a lâmpada é colocada a uma distância de 60-80 cm 
do corpo,devendo a radiação incidir perpendicularmente. o tempo de aplicação varia 
entre 15 a 30 minutos. Para além dos efeitos biológicos próprios do calor, a radiação 
IV condiciona fenómenos vasomotores complementares pela libertação de 
mediadores vasoativos. A radiação infra-vermelha constitui uma fonte de calor “seca” 
e deve ser escolhida quando se pretende evitar o contato direto com a fonte de calor 
ou o calor húmido, bem como em doentes acamados. A radiação infra-vermelha é 
uma forma de aquecimento superficial de fácil aplicação, económica e versátil, o que 
a torna numa modalidade muito popular. Como precaução, devem ser protegidas com 
toalhas húmidas a nuca e a região ocular, sempre que se encontrem próximas do local 
a irradiar. 
A radiação ultra-violeta (UV) compreende a radiação UV A (0,315 - 0,4 μm), UV 
B (0,29 - 0,315 μm) e UV C (0,2 - 0,29 μm). Os UVA penetram profundamente nos 
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tecidos mas têm poucos efeitos biológicos. Os UVB são responsáveis pela 
queimadura solar e eritema da pele. Os UVC têm propriedades bactericidas. Apesar 
do seu interesse para outras especialidades, a utilização de radiação ultra-violeta em 
reabilitação encontra-se quase completamente abandonada. 
 
INDICAÇÕES 
 
A aplicação de calor superficial está indicada sempre que se pretenda 
analgesia, diminuição da rigidez articular ou Peri-articular, diminuição do tónus 
muscular, relaxamento da musculatura lisa (por exemplo em cólicas gastrointestinais), 
resolução de infiltrados inflamatórios com remoção de produtos necróticos, 
estimulação trófica e facilitação de técnicas cinesiológicas (treino de aumento de 
amplitude articular e flexibilidade). 
 
PRECAUÇÕES E CONTRA-INDICAÇÕES 
 
O uso de calor deve ser evitado ou usado com precaução em patologia 
inflamatória ou traumática aguda, hemorragias ou alterações da coagulação, 
vasculopatia aterosclerótica, áreas isquêmicas, patologia cardiovascular 
descompensada, patologia neoplásica ou infecciosa, lesões dermatológicas, 
alterações da sensibilidade térmica, doentes sedados ou obnubilados, cartilagens de 
crescimento, útero grávido e cicatrizes ou feridas abertas. 
 
COMPLICAÇÕES 
 
Embora a queimadura por temperatura excessiva seja a principal complicação, 
existem outras. O aumento do metabolismo associado ao aumento de temperatura 
dos tecidos agrava os sintomas de isquemia nos tecidos em risco. A vasodilatação e 
o consequente aumento do fluxo sanguíneo podem agravar os processos 
inflamatórios agudos ou subagudos. Nas modalidades de hidrocinesioterapia quente, 
a dissipação de calor fica comprometida pelo fato de parte do corpo estar imerso em 
água quente. Desta forma, a temperatura oral deverá ser monitorizada a fim de evitar 
a hipertermia. 
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A vasodilatação causada pelo calor leva a uma diminuição da pressão arterial 
e a um aumento da frequência cardíaca, que poderá descompensar uma patologia 
cardíaca subjacente. Em doentes com patologia cardíaca, deve-se evitar o tratamento 
de grandes áreas corporais e a utilização de temperaturas elevadas. 
 
DIATERMIA 
 
TERAPIA PELO CALOR PROFUNDO 
 
(ONDAS CURTAS) 
 
 
 
As correntes eletromagnéticas de alta frequência, utilizadas para a aplicação 
de calor profundo (diatermia ou “aquecimento através de”), compreendem as micro-
ondas e as ondas curtas. As ondas curtas, mais utilizadas em reabilitação, são 
radiações eletromagnéticas, caracterizando-se pela propagação de um campo 
eléctrico e de um campo magnético, perpendiculares entre si. As frequências das 
ondas curtas terapêuticas, definidas na convenção de Atlantic City, são 13,52, 27,12 
ou 40,68 MHz. À frequência de 27,12 MHz, a mais usada, corresponde um 
comprimento de onda de 11,06 m. 
 
PROPRIEDADES FÍSICAS E MODO DE APLICAÇÃO 
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As ondas curtas estão sujeitas a fenómenos de reflexão, refração, difração e 
absorção, sendo absorvidas de modo desigual pelos vários tecidos do corpo humano. 
Existem aparelhos de ondas curtas que privilegiam o componente eléctrico da 
radiação (diatermia capacitiva), enquanto outros privilegiam o componente magnético 
(diatermia indutiva). Esta dualidade é, no entanto, artificial, uma vez que os fenómenos 
eléctricos e magnéticos são indissociáveis. 
 
Figura: (A) Aparelho de micro-ondas. (B) Aparelho de ondas curtas para diatermia 
capacitiva. 
Na diatermia capacitiva são utilizados Eletrodos bipolares, rígidos ou flexíveis. 
Os Eletrodos podem ser aplicados de modo transversal, longitudinal ou co-planar . 
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 Figura: 
(a) Aplicação transversal; 
(B) Aplicação longitudinal; 
(C) Aplicação coplanar 
 
Na aplicação transversal, o segmento corporal a tratar está colocado “em série” 
entre os Eletrodos, obtendo-se dessa forma a maior elevação da temperatura na 
gordura subcutânea. Na aplicação longitudinal, o segmento corporal está colocado 
“em paralelo” com os Eletrodos, ocorrendo maior elevação da temperatura nos tecidos 
mais condutores, como o músculo. Na aplicação coplanar, os Eletrodos estão situados 
no mesmo plano sobre a região corporal a tratar, sendo a maior parte da energia 
absorvida a nível da pele e do tecido subcutâneo, sem grandes efeitos em 
profundidade. 
A escolha e a colocação criteriosa dos Eletrodos permitirão a obtenção dos 
efeitos terapêuticos desejados. Os Eletrodos devem estar paralelos à superfície a 
tratar e não paralelos entre si (obtendo-se desta forma efeitos térmicos uniformes) e 
a distância mínima entre os Eletrodos deve ser maior do que a soma da distância de 
cada Eletrodo à pele (a fim de evitar um curto-circuito entre os Eletrodos). As 
dimensões dos Eletrodos devem ser adequadas ao tratamento. Eletrodos ligeiramente 
maiores que a região a tratar propiciam uma distribuição homogénea do campo 
eletromagnético. No entanto, se forem demasiadamente grandes, ocorrerá uma perda 
de efeito. 
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Figura: Relação entre o tamanho dos Eletrodos e a região a tratar. 
 
A distância dos Eletrodos à pele é muito importante, pois a existência de uma 
camada de ar entre os Eletrodos e a pele permite ao campo eletromagnético divergir 
antes de atingir a superfície do corpo, proporcionando um aquecimento mais profundo 
e homogéneo. Para obter um efeito mais superficial é necessário aproximar os 
Eletrodos da pele. A criação de campos eletromagnéticos de características especiais 
pode ser feita através da seleção de Eletrodos de diferentes dimensões, bem como 
da regulação da sua distância à pele. A utilização de dois Eletrodos de tamanhos 
desiguais permitirá a concentração do campo a nível do Eletrodo mais pequeno, 
enquanto que o afastamento de um dos Eletrodos permitirá a concentração do campo 
eletromagnético a nível do outro. 
Figura 8: Efeito de concentração do campo eletromagnético mediante a seleção 
da dimensão dos Eletrodos. 
A diatermia indutiva utiliza Eletrodos circulares, contendo uma bobina de 
indução em forma de espiral, especialmente concebidos para a geração de um campo 
magnético. Pode também ser utilizado um solenóide, ou cabo de indução, que não é 
mais do que uma bobina feita manualmente pelo enrolamento em espiral, sobre a 
zona a tratar, de um cabo condutor fortemente isolado. 
 
EFEITOS BIOLÓGICOS 
 
O efeito terapêutico das ondas curtas tem por base uma série de alterações 
físico-químicas a nível dos tecidos do corpo humano. A geração de calor constitui o 
principal efeito exercido sobre os tecidos pelas correntes de alta frequência, quando 
utilizadas de forma contínua. O calor é produzido por conversão térmica da energia 
eléctrica quando esta encontra a resistência dos tecidos, que varia consoante a 
natureza destes. O efeito térmico pode ser significativo,

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