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UNP DEMP 07 SOCIEDADE ANONIMA

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*
DIREITO EMPRESARIAL
SOCIEDADE ANÔNIMA
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OBJETIVOS
 Descrever o conceito de sociedade anonima
 Explicar a formação do Nome Empresarial da SA e a sua Classificação
 Identificar a forma de constituição, os acionistas, as características, Órgãos Sociais e Administradores da SA 
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NOÇÕES GERAIS
As sociedades anônimas têm seu capital social dividido em ações, via de regra de igual valor nominal.
O ∑ VN de todas as ações = capital social da sociedade. 
Todavia, nem sempre o acionista pagará pela ação apenas o valor nominal da mesma, por vezes esse valor tem um ágio, por isso distingue-se o valor nominal que diz respeito ao capital social e o preço de emissão, que é o valor que o acionista tem que pagar pela ação: PEA = VNA + ágio.
Todos os acionistas possuem responsabilidade subsidiária e limitada ao preço de emissão das ações. A única obrigação deles é pagar o preço de emissão das ações, que nem sempre coincide com o valor nominal das mesmas, por isso não se pode falar nas sociedades anônimas que a responsabilidade é limitada ao valor do capital social. 
*
NOÇÕES GERAIS
Nas sociedades anônimas a atividade é sempre comercial, não importa o objeto, se a forma for de sociedade anônima a atividade é considerada empresária para todos os efeitos.
Uma vez pago o preço de emissão, o acionista deixa de ter qualquer responsabilidade por débitos da sociedade. Se já pagou uma parte, só fica obrigado a pagar o que falta, o que resta a integralizar. 
O Estatuto social fixa o nº de ações e pode ou não fixar o seu valor nominal. Cada ação corresponde a um voto.
A falência não altera a responsabilidade dos acionistas.
*
NOME EMPRESARIAL
A lei permite que se use o nome do fundador ou de outra pessoa importante para a sociedade na denominação, sem que a torne uma razão social (art. 3º, § 1º, Lei 6404/76).
As sociedades anônimas só podem usar denominação, usando a expressão sociedade anônima (S/A), ou a expressão companhia, vedada sua utilização no final. 
Exemplos: Companhia Brasileira de Distribuição, Companhia Editora Forense, Distribuidora Brasília de Veículos S/A, Banco do Brasil S/A. 
*
CLASSIFICAÇÃO
Com a reforma introduzida pela Lei 10.303/2001, poderão existir vários tipos de sociedades abertas. As atividades do mercado são disciplinadas e fiscalizadas pela CVM (comissão de valores mobiliários) que é uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda. 
As sociedades anônimas podem ser classificadas em (art. 4º):
- fechadas: são as que não negociam, nem podem negociar, tem menos de 20 acionista e patrimônio inferior a 1 milhão (art. 294).
- aberta: são aquelas que negociam ou pelo menos podem negociar os seus títulos (ações, debêntures...) no mercado de valores mobiliários: bolsa de valores e mercado de balcão (corretores ou empesas que atuam fora da bolsa).
*
CONSTITUIÇÃO
	Para tanto a sociedade tem dois caminhos a seguir: 
			a) subscrição pública = constituição 			continuada 
			b) subscrição particular = constituição 				simultânea
Para se constituir uma sociedade anônima é necessário:
	- pelo menos duas pessoas subscrevam todo o capital social (ações),
	- imediata integralização, pagando pelo menos dez por cento (nas instituições financeiras exige-se 50%) do valor subscrito,
	- o valor integralizado será depositado no Banco do Brasil ou numa instituição financeira autorizada pela CVM.
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CONSTITUIÇÃO
	
Fases da constituição:
1) pré-constitutiva = presente a figura do fundador que pode não ser acionista, e tem plenos poderes para instituir a sociedade, como redigir o estatuto, convocar a assembléia constituinte etc. 
	Na subscrição pública (arts. 82 a 87 da Lei 6.404/76) as ações são oferecidas como uma forma de investimento, apelo à poupança particular, há a utilização da imprensa, de intermediários e de estabelecimentos abertos ao público. 
	Exige intervenção de uma instituição bancária (contrato de underwriting – banco garante a venda de uma emissão - seguro), e registro prévio na CVM. Neste caso, todas as pessoas que adquiriram as ações se reúnem numa assembléia e constituem a sociedade.
*
CONSTITUIÇÃO
	2) registro na CVM = analisa a viabilidade econômica e financeira da cia, o estatuto (pode solicitar modificação antes da assembléia) e o prospecto. Pode denegar o registro por inviabilidade ou temeridade do empreendimento.
	3) subscrição do capital social = com dinheiro, bens ou direito (mínimo de 10%). O subscritor precisa ser agente capaz, ou relativamente incapaz quando assistidos. Não é acionista, mas pode vir a ser.
	4) assembléia de fundação (fase conclusiva) = ata da reunião lavrada em duplicata
	5) personificação da companhia = registro da ata na Junta Comercial.
*
CONSTITUIÇÃO
	Na subscrição particular (art. 88) não há esse apelo ao público, nem são necessários o registro na CVM e a participação da instituição financeira. 
	
	A constituição é simultânea, ou seja, presentes todos os subscritores será realizada a assembléia geral ou firmada a escritura pública. 
	Será registrada a ata ou a escritura pública na Junta Comercial.
*
ACIONISTAS
Os acionistas são os titulares de ações, não importando se atuam na vida da sociedade, ou se são interessados apenas nos rendimentos que podem ser auferidos. A princípio exige-se o número mínimo de dois acionistas, admitindo-se temporariamente a unicidade (artigo 206 da Lei 6.404/76), e permanentemente a unicidade na subsidiária integral. Nas sociedades abertas exige-se o número mínimo de três, em função da obrigatoriedade do conselho de administração.
Nas sociedades anônimas os incapazes (menores, loucos de todo gênero...) podem ser acionistas, desde que suas ações estejam totalmente integralizadas e ele não exerça cargo na administração da sociedade. Não se exige que todo o capital social da sociedade esteja integralizado, bastando que as ações adquiridas pelo incapaz estejam, pois nas sociedades anônimas um acionistas jamais será obrigado a pagar a parte de outro acionista, nem na falência.
*
ACIONISTAS
Os acionistas assumem alguns deveres para com os demais acionistas e para com a própria sociedade
Primeiramente, deve o acionista contribuir para o capital social (arts. 106 a 108 da Lei 6.404/76), pagando o valor de suas ações, o que neste tipo societário não pode ser feito em trabalho. 
Se não pagar o valor na época devida, o acionista é considerado remisso, podendo a sociedade executá-lo judicialmente ou vender suas ações por sua conta e risco. Caso nada disso dê resultado, a sociedade pode se apropriar das ações, excluindo o remisso. 
O acionista tem o dever de lealdade: ele não pode agir para prejudicar as sociedades e nem os demais, devendo ser leal na sua conduta.
*
ACIONISTAS
Os sócios também possuem direitos, alguns essenciais (inerentes a todos os acionistas) e outros não essenciais (nem todo acionista o possui).
São direitos essenciais.
O primeiro direito essencial é o direito à participação nos lucros.
A sociedade anônima é obrigada a distribuir ao menos uma parte dos lucros para os acionistas, podendo fixar a percentagem no estatuto obedecido o mínimo de 25%, ou no silêncio do estatuto deverá distribuir 50% dos lucros líquidos a título de dividendo. Tal percentagem é o chamado dividendo obrigatório. Apesar da denominação, em determinados casos excepcionais, a sociedade não é obrigada a distribuir os lucros, como por exemplo, se os órgãos de administração informarem ser incompatível a distribuição do lucro, com a situação financeira da companhia.
*
ACIONISTAS
Além de participar nos lucros durante a vida da sociedade, todo acionista tem direito a dividir o patrimônio da sociedade quando ela é extinta, é a participação no acervo social. 
Os acionistas têm direito à divisão do que sobrar no patrimônio da sociedade após o pagamento dos demais credores.
Também tem o direito de fiscalizar a sociedade, para verificar se a condução dos negócios está sendo feita de forma adequada,não prejudicando a sociedade nem seus interesses. Nas sociedades anônimas que são bem maiores que as sociedades limitadas, tal direito está limitado, isto é, não é qualquer acionista que pode exercer o direito de fiscalização, nem é qualquer meio que pode ser utilizado. Assim, por exemplo, não basta ser acionista para pedir a exibição dos livros da sociedade, quem quiser tal exibição deve ter pelo menos cinco por cento do capital social, e indicar atos violadores da lei ou do estatuto.
*
ACIONISTAS
Há ainda o direito de preferência na subscrição de ações ou títulos conversíveis em ações. 
Quando a sociedade emite ações ou outros títulos conversíveis em ações, antes de oferecê-los ao mercado deve oferecê-los a quem já é acionista, dando a estes a oportunidade de manterem a mesma posição em relação à sociedade. 
Embora seja essencial, no Brasil, o estatuto da companhia aberta de capital autorizado pode excluir ou limitar o prazo de exercício do mesmo, em determinados casos, quais sejam:
	 a) emissão dos valores mobiliários para venda em bolsa ou subscrição pública; ou 
	b) emissão para permuta por ações, em oferta pública de aquisição do controle de sociedade.
*
ACIONISTAS
Por derradeiro, temos como direito essencial o direito de retirada. Nas sociedades anônimas os sócios podem se retirar da sociedade exigindo o pagamento do reembolso, em determinadas hipóteses legais (arts. 136, I a VI, 221, 223, § 3º e 4º, 236, 252, 256, § 2º e 270 da Lei 6.404/76). 
Trata-se de direito de aplicabilidade restrita, só podendo ser exercido nos casos legais e com algumas outras restrições ainda, não basta que acionista queira sair para exercer o direito de retirada. 
O rol de tais hipóteses na legislação brasileira já foi objeto de diversas modificações, dentre as quais a lei 7.958/89, a Lei 9.457/97 e a Lei 10.303/2001, sendo objeto de inúmeras discussões, e tentativas de inovações que evitem ou reduzem o âmbito do direito de retirada.
*
ACIONISTAS
Na atual redação, são hipóteses legais do direito de retirada:
a) divergência nas matérias do artigo 136, I a VI, e IX, combinados com o artigo 137 da Lei 6.404/76:
i. criação de ações preferenciais ou aumento de classe existente sem guardar proporção com as demais, salvo se já previstos ou autorizados; 
ii. alteração nas preferências, vantagens e condições de resgate ou amortização de uma ou mais classes de ações preferenciais, ou criação de nova classe mais favorecida; 
iii. redução do dividendo obrigatório; 
iv. fusão da companhia ou sua incorporação em outra;
v. participação em grupo de sociedades;
vi. mudança do objeto da companhia;
vii. cisão da companhia.
*
ACIONISTAS
b) descumprimento da obrigação constante do artigo 223, § 3º - no caso de fusão, cisão ou incorporação de companhia aberta, a sucessora também será aberta, e tem a obrigação de colocar as ações no mercado secundário, no prazo de 120 dias;
c) dissidência para a criação de subsidiária integral (art. 252);
d) dissidência na aquisição do controle de sociedade mercantil, no caso de valor elevado da compra, nos termos do artigo 256, § 2º;
e) dissidência na transformação (art. 221);
f) desapropriação do controle de companhia em funcionamento, salvo se concessionária de serviços públicos (art. 236).
Em boa parte dos casos, devem ser observadas outras condições para o exercício do direito de retirada, não sendo suficiente a divergência do acionista. 
*
ACIONISTAS
Assim, no caso de alteração na proporção de ações preferenciais, alteração nas preferências, ou criação de classe mais favorecida, só podem exercer o direito de retirada, os acionistas prejudicados (art. 137, I da Lei 6.404/76), cabendo a estes a prova do prejuízo.
No caso da divergência na fusão, na incorporação da companhia por outra ou na participação em grupos societários não podem exercer o direito de retirada os acionistas cujas ações possuam presumida liquidez e dispersão. 
Tal disposição também é aplicável aos casos de dissidência na aquisição de controle da sociedade por preço elevado, nos termos do artigo 256, e no caso de dissidência na criação de subsidiária integral. 
*
ACIONISTAS
Nesses casos, o acionista tem facilidade de negociar suas ações no mercado, sendo menos gravoso para o interesse social que ele aliene suas ações, não gerando qualquer ônus para a sociedade.
O único direito não essencial digno de menção é o direito de voto que toca a todas as ações ordinárias, mas não necessariamente às demais espécies de ações. 
A decisão da atribuição ou não do direito de voto é do estatuto, presumindo-se na omissão deste que todos os acionistas têm direito a voto. 
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CARACTERÍSTICAS
1) Capital ÷ em partes iguais = ações
2) Responsabilidade do acionista limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas
3) Podem ser abertas ou fechadas
4) Capital social formado por contribuição em dinheiro e bem, nunca com trabalho
5) Sociedade de capitais, não importa a qualidade do sócio
6) Natureza empresária
7) Mínimo de 02 acionistas, salvo a subsidiária integral (01 sócio), a unipessoalidade incidental temporária (art. 206) e a companhia aberta (03 acionistas)
8) Denominação social
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ÓRGÃOS SOCIAIS
A sociedade anônima é uma pessoa jurídica, e como tal não possui existência concreta necessitando de intermediários para praticar atos no mundo concreto, os seus órgãos. Todavia, a sociedade anônima, envolve uma estrutura bem mais complexa, necessitando de vários órgãos para atuar no mundo concreto.
São 03 os órgãos sociais com funções específicas e poderes determinados:
- Assembléia Geral (deliberação)
-Diretoria e/ou Conselho de Administração
- Conselho Fiscal
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ÓRGÃOS SOCIAIS
A assembléia geral é a reunião de acionistas, convocada e realizada nos termos da lei, para deliberar sobre matéria de interesse da sociedade, é órgão responsável pela expressão da vontade da pessoa jurídica (similar ao poder legislativo). 
É ela quem decide os atos mais importantes da vida da sociedade atos mais importantes para a S/A, sendo privativos desta a deliberação sobre a formação do capital social, valores mobiliários, alterações do estatuto, direitos dos acionistas (inclusive a suspensão), apreciar contas, administradores e fiscais, destino da cia, dissolução, concordata etc.
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ÓRGÃOS SOCIAIS
A convocação das assembléias gerais é, a princípio, de competência: do conselho de administração se houver, ou na sua inexistência da diretoria. Tal legitimidade é primária, mas não exclusiva, na medida em que o seu não exercício assegura a outros o direito de convocar a assembléia (art. 123, parágrafo único da Lei 6.404/76). A legitimidade subsidiária é do conselho fiscal e dos acionistas, possuindo o primeiro também legitimidade primária.
Nas companhias fechadas, a assembléia geral deve ser convocada por anúncios publicados, no mínimo três vezes, na imprensa oficial da União ou dos Estados e em jornal local de grande circulação, indicando local, hora, data, e a ordem do dia (art. 124, c. c. art. 289 da Lei 6.404/76), com antecedência mínima de 8 dias, contada da primeira publicação. 
*
ÓRGÃOS SOCIAIS
Não atendida a primeira convocação, haverá segunda convocação, mediante novo anúncio, com antecedência de 5 dias. Já as assembléias gerais das sociedades abertas devem ser convocadas por anúncios publicados no mínimo três vezes, na imprensa oficial da União ou dos Estados e em jornal local de grande circulação, indicando local, hora, data, e a ordem do dia, com antecedência mínima de 15 dias, contada da primeira publicação. 
Em sendo necessária, será feita uma segunda convocação com prazo de 8 dias. Excepcionalmente, admitem-se outros meios de convocação.
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ÓRGÃOS SOCIAIS
Via de regra a decisão é tomada por maioria simples (mais da metade dos votos presentes). Todavia, algumas matérias como as do artigo 136 (decisões que afetam a estrutura do capital ou a participação nos lucros; alteram as preferências das ações preferenciaisou as tornam menos vantajosas, mudam o objeto social, afetam a individualidade da companhia ou afetam a própria sociedade) devem ser tomadas por pelo menos 50% do capital votante, podendo tal quorum ser aumentado nas sociedades fechadas e nas abertas que não negociem suas aços no mercado.
Existem dois tipos de assembléia: 		
	- a ordinária, e
	- a extraordinária. 
*
ÓRGÃOS SOCIAIS
A ordinária acontece todo ano dentro dos quatro primeiros meses após o final do exercício e decide sobre as contas, destinação do lucro e distribuição de dividendos e sobre a eleição dos administradores e fiscais (artigo 132 da Lei 6.404/76). 
Já a extraordinária pode ocorrer a qualquer momento, e pode tratar de tudo que não seja da competência da ordinária (artigo 136 da Lei 6.404/76).
*
ÓRGÃOS SOCIAIS
No Brasil a administração da sociedade compete à diretoria, ou a esta e ao conselho de administração, se este existir. 
O conselho de administração é um órgão de intermediação entre a assembléia geral e a diretoria, lhe competindo essencialmente fixar a orientação geral dos negócios da companhia e supervisionar a diretoria. Tal órgão não é obrigatório para todas as sociedades, só o sendo para sociedades abertas, de capital autorizado e sociedades de economia mista.
O conselho é composto de no mínimo 3 membros, eleitos pela assembléia geral dentre pessoas físicas, que sejam acionistas, para um mandato de até 3 anos, permitida a reeleição. Apesar de tal prazo, a assembléia geral pode a qualquer momento destituir os conselheiros, independentemente de qualquer motivo.
*
ÓRGÃOS SOCIAIS
A diretoria é o órgão de ponta, aquele que efetivamente executa a vontade da sociedade, possuindo também a representação da sociedade, vale dizer, que pratica os atos, quem assina pela sociedade é um diretor indicado pelo estatuto, na ausência de tal indicação, todos os diretores possuem a representação. 
A diretoria é composta de pelo menos 2 membros eleitos pelo Conselho de administração, ou pela assembléia geral na ausência do primeiro, dentre pessoas físicas residentes no país, para mandato de até 3 anos, permitida a reeleição, e também a destituição. 
Não se exige que os diretores sejam acionistas, mas nada impede que sejam acionistas, e inclusive que sejam membros do conselho de administração, neste caso respeitado o limite de um terço, isto é, no máximo um terço dos membros do conselho de administração pode ser eleito para a diretoria. 
*
ÓRGÃOS SOCIAIS
O conselho fiscal é o órgão responsável pela fiscalização do andamento dos negócios sociais, os documentos mais importantes (demonstrações financeiras, relatório anual...) são analisados pelo conselho, que dá parecer sobre os mesmos.
Deve estar previsto no estatuto, sendo, todavia, facultativo o seu funcionamento (depende da companhia ou de requerimento de acionista), ou seja, é um órgão obrigatório, de funcionamento facultativo. Conquanto esteja em desuso e relativamente desprestigiado, o conselho fiscal pode funcionar nas sociedades anônimas a requerimentos dos minoritários que representem 10% das ações com direito a voto, ou 5% das ações sem direito a voto.
*
ÓRGÃOS SOCIAIS
O conselho fiscal é formado de no mínimo 3 e no máximo 5 membros, eleitos pela assembléia geral, dentre pessoas físicas, residentes no país, acionistas ou não, diplomados em curso de nível universitário ou que tenham exercido o cargo de administrador de empresas ou conselheiro fiscal por três anos (tais requisitos podem ser dispensados por um juiz, em face da inexistência de pessoa que atenda os mesmos). 
O conselheiro não pode ser: administrador, empregado da companhia ou de controlada ou de sociedade do mesmo grupo, nem cônjuge ou parente até o terceiro grau de administrador, vale dizer, deve ser alguém imparcial.
*
ADMINISTRADORES
A expressão administradores abrange tanto os membros do Conselho de administração (sócios), quanto os diretores (sócios ou não), que em qualquer caso devem ser pessoas físicas residentes no país. 
Os mesmos podem ter uma relação trabalhista ou não com a sociedade, dependendo da verificação no caso concreto da subordinação jurídica dele para com a sociedade (tal questão é muito importante, pois afeta o percentual do tributo pago pela sociedade).
O administrador da sociedade anônima possui uma série de deveres que dizem respeito à própria sociedade, aos acionistas e ao mercado de valores mobiliários.
*
ADMINISTRADORES
Primeiramente deve o administrador ser diligente na condução dos negócios sociais (art. 153), tratando-os como se fossem seus. 
Deve aplicar os seus poderes de forma equilibrada (art. 154), para atingir os fins da sociedade, satisfeitas as exigências do bem público e da função social da empresa, não podendo receber de terceiros, sem autorização do estatuto ou da assembléia, vantagem pessoal relacionada ao cargo, nem outorgar liberalidade (diminuição do patrimônio sem nenhuma vantagem) em prejuízo da sociedade (podem haver liberalidades em benefício dos empregados e da comunidade de que participem, mas autorizadas pelo Conselho e pela diretoria), e nem pode sem autorização tomar por empréstimo ou usar em proveito próprio recursos da sociedade.
O administrador deve também ser leal, não podendo usar em benefício próprio ou de outrem as oportunidades que surjam em razão do cargo ocupado, nem se omitir na defesa da companhia, e nem deixar de aproveitar oportunidades em benefício da sociedade. 
*
ADMINISTRADORES
Intimamente relacionado a esta lealdade, encontra-se o dever de sigilo, pelo qual o administrador não pode divulgar, usar, nem permitir que terceiros se utilizem de informação privilegiada, obtida em virtude do cargo, e que ainda não tenha sido divulgada ao mercado de maneira geral. 
Por informação privilegiada, entende-se qualquer ato ou fato relevante que possa influir na cotação dos valores mobiliários. Tal dever existe para resguardar a lisura do mercado de capitais, mantendo todos os investidores em pé de igualdade. A violação a tal dever, que hoje vale para qualquer pessoa, ainda que não seja administradora é crime tipificado pela Lei 6.85/76.
Por derradeiro, existe o dever de informar à sociedade dados sobre a situação do administrador em relação a mesma, e ao mercado todas os fatos que possuam influir na decisão dos investidores, pois é necessário demonstrar com transparência a vida da empresa, para que os investidores não sejam enganados em suas decisões. 
*
ADMINISTRADORES
O administrador da companhia aberta está obrigados a comunicar imediatamente a Bolsa de Valores e a imprensa as deliberações que a assembléia geral ou dos órgão da administração, bem como fatos relevantes que possam influir na compra e venda das ações.
Pode haver a recusa da prestação das informações, sob o fundamento de que a informação põe em risco interesse da sociedade, desde que tal recusa seja apreciada pela CVM.
A princípio, os administradores não assumem responsabilidades pelos atos praticados pela sociedade. 
Todavia, quando o administrador praticar atos com violação à lei ou ao estatuto social, o mesmo assume responsabilidade pessoal, e ilimitada pelo ato praticado (art. 158 da Lei 6.404/76), o que se estende expressamente para a órbita tributária (artigo 135 do Código Tributário Nacional).

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