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TRT Direito Penal Ponto Aula 04

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CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
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DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
ANALISTA - MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
AULA 04 – IMPUTABILIDADE / CONCURSO DE PESSOAS / 
EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
 
Caros alunos, 
Sejam bem vindos à nossa quarta aula!!! 
Hoje veremos temas interessantes e importantes para a sua PROVA. 
Começaremos a aula tratando da imputabilidade penal e, posteriormente, 
veremos as regras penais que definem o concurso de pessoas. Por fim, 
analisaremos a extinção da punibilidade. 
Vamos começar! 
Bons estudos!!! 
***************************************************************** 
 
4.1 IMPUTABILIDADE 
 
A imputabilidade penal é um dos elementos da culpabilidade. Mas o que 
exatamente é a culpabilidade? 
A culpabilidade é a possibilidade de se considerar alguém culpado pela prática de 
uma infração penal. Por essa razão, costuma ser definida como juízo de 
censurabilidade e reprovação, exercido sobre alguém que praticou um fato típico 
e ilícito. 
Não se trata de elemento do crime, mas pressuposto para imposição de pena, 
pois, sendo um juízo de valor sobre o autor de uma infração penal, não se 
concebe que se possa ao mesmo tempo estar dentro do crime, como seu 
elemento, e fora, como juízo externo de valor do agente. 
São requisitos da culpabilidade: 
 
A) IMPUTABILIDADE; 
B) POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE ��� Para merecer uma 
pena, o sujeito deve ter agido na consciência de que sua conduta era ilícita. 
Se não detiver o necessário conhecimento da proibição (que não se 
confunde com desconhecimento da lei, o qual é inescusável), sua ação ou 
omissão não terá a mesma reprovabilidade. 
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C) EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA ��� Está relacionada, 
primordialmente, com a coação moral irresistível e com a obediência 
hierárquica à ordem manifestamente ilegal. 
Na coação moral irresistível, há fato típico e ilícito, mas o sujeito não é 
considerado culpado, em face da exclusão da exigibilidade de conduta 
diversa. 
Na obediência hierárquica, se a ordem é aparentemente legal e o 
subordinado não podia perceber sua ilegalidade, exclui-se a exigibilidade de 
conduta diversa, e ele fica isento de pena. 
 
4.1.1 CONCEITO 
 
Segundo Damásio E. de Jesus a imputabilidade penal é o conjunto de 
condições pessoais que dão ao agente capacidade para lhe ser juridicamente 
imputada a prática de um fato punível. 
Sobre outro enfoque temos o conceito de Heleno Cláudio Fragoso que define a 
imputabilidade como condição pessoal de maturidade e sanidade mental que 
confere ao agente a capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de se 
determinar segundo esse entendimento. 
Do exposto, podemos afirmar que a imputabilidade depende de dois 
elementos: 
 
1. INTELECTIVO ��� Diz respeito à integridade mental do indivíduo; 
2. VOLITIVO ��� Refere-se ao domínio da vontade, ou seja, o agente 
controla e comanda seus impulsos relativos à compreensão do caráter 
ilícito do fato. 
Esses dois elementos devem coexistir para que o indivíduo seja considerado 
imputável. 
Por fim, cabe ressaltar que o legislador penal optou por inserir no Brasil um 
critério cronológico para aferição da imputabilidade, ou seja, presume-se 
imputável o indivíduo no dia em que ele completa 18 anos. 
 
4.1.2 MOMENTO PARA CONSTATAÇÃO DA IMPUTABILIDADE 
 
O código penal, ao começar a dispor sobre a imputabilidade, dispõe em seu 
art. 26: 
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Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou 
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo 
da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o 
caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse 
entendimento. (grifei) 
 
Observe que o Código Penal é claro ao fixar o tempo da ação ou omissão 
como o momento para a aferição da imputabilidade. Neste ponto, cabe 
ressaltar que qualquer alteração posterior, como a superveniência de doença 
mental, por exemplo, será IRRELEVANTE para fins penais, influenciando 
apenas na esfera processual. 
 
4.1.3 SISTEMAS PARA AFERIÇÃO DA INIMPUTABILIDADE 
 
Para aferição da inimputabilidade existem três sistemas, sendo que um deles 
é adotado como regra em nosso país. Vamos analisar:: 
 
SSIISSTTEEMMAA BBIIOOLLÓÓGGIICCOO � Entende que inimputáveis são aquelas pessoas 
que têm determinadas doenças, não se fazendo maiores questionamentos. 
Nesse caso, não se discute os efeitos da doença nem o momento da ação 
ou omissão, só sendo examinada a causa (moléstia). Em síntese, esse 
sistema considera apenas as alterações fisiológicas no organismo do 
agente. 
O principal problema deste sistema é que não há qualquer margem de 
liberdade ao julgador, ficando este “refém” de um laudo. Para ficar bem 
claro, imaginemos que em determinado processo penal é apresentado ao 
juiz um laudo constatando a doença mental do indivíduo. 
Para o magistrado, será irrelevante se ao tempo da ação o agente se 
mostrava completamente lúcido de entender o ilícito, pois pelo sistema 
biológico a doença mental ocasiona presunção ABSOLUTA de 
inimputabilidade. 
 
SSIISSTTEEMMAA PPSSIICCOOLLÓÓGGIICCOO � Neste sistema, pouco importa se o indivíduo 
apresenta ou não deficiência mental. Será inimputável o agente se, no 
momento da ação ou omissão, mostrar incapacidade de entender um ilícito. 
Atenção que não se exige doença de qualquer tipo para a constatação da 
inimputabilidade, mas sim INCAPACIDADE DE ENTENDER UM ILÍCITO. 
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O problema deste sistema é dar uma liberdade muito grande ao julgador. 
 
SSIISSTTEEMMAA BBIIOOPPSSIICCOOLLÓÓGGIICCOO � É o adotado pelo Brasil e resulta da 
união entre os dois sistemas que acabamos de tratar. Segundo o sistema 
biopsicológico, é inimputável aquele que, ao tempo da conduta, apresenta 
um problema mental e, em razão disso, não possui capacidade para 
entender o caráter ilícito do fato. 
Neste sistema há uma conjugação entre a atuação do perito e do 
magistrado. Enquanto o primeiro analisa os aspectos biológicos, o segundo 
verifica a situação psicológica do agente. 
 
 
 
 
 
 
 
4.1.4 CAUSAS DE INIMPUTABILIDADE 
 
O legislador penal definiu as seguintes hipóteses de inimputabilidade: 
 
1. Menoridade; 
2. Desenvolvimento mental retardado; 
3. Desenvolvimento mental incompleto; 
4. Doença mental; 
5. Embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou força 
maior. 
 
Vamos agora começar a conhecer as particularidades de cada uma destas 
espécies: 
 
4.1.4.1 MENORIDADE 
 
EXCEÇÃO AO SISTEMA BIOPSICOLÓGICO 
 
FAZ-SE IMPORTANTE RESSALTAR QUE, EXCEPCIONALMENTE, O 
SISTEMA BIOLÓGICO É ADOTADO NO TOCANTE AOS MENORES DE 
18 ANOS, OU SEJA, NÃO IMPORTA A CAPACIDADE MENTAL, 
BASTANDO A SIMPLES QUALIFICAÇÃO COMO MENOR PARA 
CARACTERIZAR A INIMPUTABILIDADE. 
 
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Como já vimos, para a aferição da menoridade utiliza-se o critério biológico. 
Assim, não importa o quanto é inteligente, perspicaz ou entendedor de seus 
atos o menor de 18 anos, pois há presunção absoluta de inimputabilidade. 
Nos termos do art. 27 do CP temos: 
 
Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente 
inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação 
especial. 
 
Mas como provar ao juiz que o indivíduo é menor de 18 anos? 
 
Segundo a súmula 74 do STJ, para efeitos penais, o reconhecimento da 
menoridade do réu requer prova por documento hábil, ou seja, 
preferencialmente deve ser apresentada a certidão de nascimento. Todavia 
esta pode ser suprida por qualquer outro documento tais como a carteira de 
identidade, certidão de batismo etc. 
 
 
 
 
 
 
“Mas, professor, agora surgiu uma dúvida: E como é que ficam os crimes 
permanentes em que o agente começa o delito como menor e termina 
como maior?” 
Excelente pergunta! Nessas espécies de crimes o menor só poderá ser 
responsabilizado pelos fatos cometidos após ter atingido a maioridade. 
Imaginemos, por exemplo, a seguinte situação: Tício, menor, seqüestra 
Mévia. Ainda com 17 anos tortura a vítima e, um dia após completar 18 
anos é descoberto pela polícia. 
Primeira pergunta: Poderá Tício responder pela tortura? A resposta é 
negativa, pois há presunção absoluta de inimputabilidade. 
Segunda pergunta: Tício poderá responder pelo seqüestro? A resposta é 
positiva, pois a permanência cessou após o agente haver completado 18 
anos. 
OBSERVAÇÃO 01 
 
A EMANCIPAÇÃO NA ESFERA CIVIL NÃO ATINGE A PENAL, OU 
SEJA, SE O INDIVÍDUO FOR EMANCIPADO, PARA FINS PENAIS, 
CONTINUARÁ SENDO CONSIDERADO INIMPUTÁVEL QUANTO À 
ASPECTOS PENAIS. 
 
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4.1.4.2 DOENÇA MENTAL 
 
A expressão “doença mental”, sem dúvida, possui um caráter bem 
subjetivo. Todavia, no que diz respeito ao tema imputabilidade penal, 
entende a doutrina que deve ser interpretada em sentido amplo, ou seja, 
abrangendo não só os problemas patológicos, mas também os de origem 
toxicológica. 
Quanto a este ponto, é irrelevante o fato de a doença mental ser 
permanente ou transitória. O que importa é que ela esteja presente no 
momento da ação ou omissão. 
Cabe por fim ressaltar que, como já vimos, o legislador penal optou por 
adotar o sistema biopsicológico, o que nos leva a concluir que pelo simples 
fato de o indivíduo possuir doença mental, já podemos afirmar que ele é 
inimputável, correto??? CLARO QUE NÃO!!! 
Pelo critério biopsicológico, se o “doente mental” apresentar lucidez no 
momento do ato, mesmo que seja portador de alguma enfermidade, 
responderá este pelo ato ilícito sendo considerado imputável. 
 
4.1.4.3 DESENVOLVIMENTO MENTAL INCOMPLETO 
 
Segundo a doutrina, os silvícolas e os menores possuem desenvolvimento 
mental incompleto. 
Os silvícolas, que nada mais são do que os índios, nem sempre serão 
inimputáveis, dependendo do grau de assimilação dos valores sociais, a ser 
revelado por exame pericial. 
Da conclusão da perícia, o silvícola pode ser: 
• IMPUTÁVEL � Se integrado à vida em sociedade. 
• SEMI-IMPUTÁVEL � No caso de estar dividido entre o convívio na 
tribo e na sociedade; e 
OBSERVAÇÃO 02 
 
CONSIDERA-SE COMPLETADOS OS 18 ANOS ÀS 00:00H DO DIA EM 
QUE O INDIVÍDUO COMPLETA SEU 18º ANOS DE VIDA, OU SEJA, 
PARA EFEITOS PENAIS É INDIFERENTE A HORA DE NASCIMENTO. 
 
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• INIMPUTÁVEL � Quando está completamente INADAPTADO, ou seja, 
fora da sociedade. 
A fim de exemplificar o tema, observe o interessante julgado: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4.1.4.4 DESENVOLVIMENTO MENTAL RETARDADO 
 
O art. 26 do Código Penal, ao tratar do tema, dispõe: 
 
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou 
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo 
da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter 
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse 
entendimento. 
 
O desenvolvimento mental retardado compreende o estado mental dos 
oligofrênicos (nos graus de debilidade mental, imbecilidade e idiotia) e as 
pessoas que, por ausência ou deficiência dos sentidos, possuem deficiência 
psíquica (Ex: surdo-mudo). 
STJ, HC 30.113/MA, DJ 16.11.2004 
 
I. Hipótese em que o paciente, índio Guajajara, foi condenado, juntamente 
com outros três co-réus, pela prática de tráfico ilícito de entorpecentes, em 
associação, e porte ilegal de arma de fogo, pois mantinha plantio de 
maconha na reserva indígena Piçarra Preta, do qual era morador. 
II. Não é indispensável a realização de perícia antropológica, se evidenciado 
que o paciente, não obstante ser índio, está integrado à sociedade e aos 
costumes da civilização. 
III. Se os elementos dos autos são suficientes para afastar quaisquer 
dúvidas a respeito da inimputabilidade do paciente, tais como a fluência na 
língua portuguesa, certo grau de escolaridade, habilidade para conduzir 
motocicleta e desenvoltura para a prática criminosa, como a participação em 
reuniões de traficantes, não há que se falar em cerceamento de defesa 
decorrente da falta de laudo antropológico. 
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Segundo Ramos MARANHÃO, “o retardo mental é uma condição de 
desenvolvimento interrompido ou incompleto da mente, especialmente 
caracterizada por um comprometimento de habilidades manifestadas 
durante o período de desenvolvimento, as quais contribuem para o nível 
global da inteligência e compreensão”. 
“Mas professor, quer dizer então que o indivíduo com desenvolvimento 
mental retardado será sempre inimputável?” 
A resposta é negativa e, para caracterizar a inimputabilidade deve-se 
verificar o ocorrido no momento da ação ou omissão. Analisando: 
 
1. AGENTE CAPAZ DE ENTENDER O CARÁTER ILÍCITO DO ATO NO 
MOMENTO DA AÇÃO OU OMISSÃO: IMPUTÁVEL! 
2. AGENTE PARCIALMENTE CAPAZ DE ENTENDER O CARÁTER 
ILÍCITO DO ATO NO MOMENTO DA AÇÃO OU OMISSÃO: SEMI-
IMPUTÁVEL! 
3. AGENTE INTEIRAMENTE INCAPAZ DE ENTENDER O CARÁTER 
ILÍCITO DO ATO NO MOMENTO DA AÇÃO OU OMISSÃO: 
INIMPUTÁVEL! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4.1.5 EFEITOS DA INIMPUTABILIDADE 
 
Um erro muito comum entre as pessoas é pensar que nada ocorre com o 
inimputável. Seria justo que um menor cometesse um homicídio e o Estado 
nada fizesse? É claro que não, logo de uma conduta ilícita sempre advém um 
determinado efeito. Vamos conhecê-los: 
 
OBSERVAÇÃO: 
SEMI-IMPUTÁVEL 
 
A PENA PODE SER REDUZIDA DE UM A DOIS TERÇOS, SE O 
AGENTE, EM VIRTUDE DE PERTURBAÇÃO DE SAÚDE MENTAL OU 
POR DESENVOLVIMENTO MENTAL INCOMPLETO OU RETARDADO 
NÃO ERA INTEIRAMENTE CAPAZ DE ENTENDER O CARÁTER 
ILÍCITO DO FATO OU DE DETERMINAR-SE DE ACORDO COM ESSE 
ENTENDIMENTO. (CP, ART. 26, PARÁGRAFO ÚNICO) 
 
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• Para os menores de 18 anos ��� Ficam sujeitos ao Estatuto da Criança 
e do Adolescente. 
• Demais inimputáveis ��� Submetem-se à justiça penal sendo 
processados e julgados como qualquer outro indivíduo. 
 
“Mas, professor, agora enrolou tudo...o indivíduo é inimputável e mesmo 
assim é processado e julgado?” 
 
Exatamente isso. Você se lembra da teoria finalista que estudamos quando 
vimos o conceito de crime? Na ocasião dissemos que crime é fato típico e 
ilícito sendo a CULPABILIDADE MERO PRESSUPOSTO DE APLICAÇÃO DA PENA. 
Como a imputabilidade integra a culpabilidade, podemos dizer, com certeza, 
que o agente cometeu um crime, mas, com base na culpabilidade, a pena não 
poderá ser imposta. 
Trata-se da chamada sentença de absolvição imprópria, pois o réu é absolvido 
no tocante a pena( em sentido penal), mas contra ele é aplicada uma medida 
de segurança. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4.1.6 SEMI-IMPUTABILIDADE 
 
Sobre o tem dispõe o parágrafo único do art. 26 da seguinte forma: 
 
CONHECER PARA ENTENDER: 
MEDIDA DE SEGURANÇA 
 
A MEDIDA DE SEGURANÇA É TRATAMENTO A QUE DEVE SER SUBMETIDO 
O AUTOR DE CRIME COM O FIM DE CURÁ-LO OU, NO CASO DE TRATAR-
SE DE PORTADOR DE DOENÇA MENTAL INCURÁVEL, DE TORNÁ-LO APTO 
A CONVIVER EM SOCIEDADE SEM VOLTAR A DELINQÜIR (COMETER 
CRIMES). 
 
NÃO TEM NATUREZA DE PENA E O TRATAMENTO DEVERÁ SER FEITO EM 
HOSPITAL DE CUSTÓDIA E TRATAMENTO, NOS CASOS EM QUE É 
NECESSÁRIA INTERNAÇÃO DO PACIENTE OU, QUANDO NÃO HOUVER 
NECESSIDADE DE INTERNAÇÃO, O TRATAMENTO SERÁ AMBULATORIAL 
(A PESSOA SE APRESENTA DURANTE O DIA EM LOCAL PRÓPRIO PARA O 
ATENDIMENTO), DANDO-SE ASSISTÊNCIA MÉDICA AO PACIENTE. 
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Art. 26 
[...] 
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se 
o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por 
desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era 
inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de 
determinar-se de acordo com esse entendimento. 
 
O supracitado dispositivo legal cuida da semi-imputabilidade que ocorre 
quando o agente não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito 
do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento em virtude de: 
 
1. Perturbação de saúde mental; 
2. Desenvolvimento mental incompleto; 
3. Desenvolvimento mental retardado. 
 
Neste caso não ocorre a exclusão da culpabilidade e, portanto, estará sujeito à 
pena o agente. Entretanto, o legislador achou por bem definir uma causa 
OBRIGATÓRIA de diminuição de pena, devendo o juiz reduzir esta de um a 
dois terços. 
Por fim, cabe ressaltar que se o magistrado julgar conveniente poderá 
substitui a pena por medida de segurança. 
 
4.1.7 EMOÇÃO E PAIXÃO 
 
Para começar este tópico imaginemos a seguinte situação: Tício torcedor do 
Fluminense é casado com Mévia. Determinado dia, ao entrar em casa, 
encontra Mévia vestida com uma camisa do Flamengo e, acometido de uma 
cólera imensa, comete o crime de homicídio. 
Neste caso, poderá ser Tício condenado? 
Claro que sim, pois nos termos do art. 28, I do Código Penal: 
 
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: 
I - a emoção ou a paixão; 
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Para uma correta compreensão, vamos começar definindo as duas palavras: 
 
• Emoção: É o estado afetivo que acarreta na perturbação 
transitória do equilíbrio psíquico, tal como no medo, ira, cólera, 
ansiedade, alegria, surpresa, prazer erótico e vergonha. 
• Paixão: É a emoção mais intensa e duradoura do equilíbrio 
psíquico. Exemplos: Ciúme, vingança, ódio, ambição etc. 
Nas lições de Nélson Hungria, pode dizer-se que a paixão é a emoção que se 
protrai no tempo, incubando-se, introvertendo-se, criando um estado contínuo 
e duradouro de perturbação afetiva em torno de uma idéia fixa, de um 
pensamento obsidente. A emoção dá e passa; a paixão permanece, 
alimentando-se de si própria. Mas a paixão é como o borralho que, a um 
sopro mais forte, pode chamejar de novo, voltando a ser fogo crepitante, 
retornando a ser estado emocional agudo. 
Portanto, resumindo o que até agora vimos, podemos dizer que a diferença 
entre a emoção e a paixão repousa na duração e que na ocorrência de 
qualquer das duas situações não ocorre a inimputabilidade. 
 
4.1.7.1 EXCEÇÃO: EMOÇÃO E PAIXÃO PATOLÓGICAS 
 
Existem determinadas situações em que a emoção ou paixão configuram 
um estado patológico, ou seja, caracterizam uma verdadeira psicose, 
indicativa de doença mental. 
Caso seja comprovado através da perícia que se trata desta modalidade de 
emoção ou paixão, que é capaz de retirar do agente o entendimento do 
caráter ilícito da situação, restará caracterizada a inimputabilidade ou semi-
imputabilidade, dependendo do caso. 
 
 
 
 
 
 
 
Emoção e Paixão 
Normal 
Patológica 
Imputabilidade 
Inimputabilidade 
Semi-imputabilidade 
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4.1.8 EMBRIAGUEZ 
 
Ensina Luiz Régis Prado que “a embriaguez consiste em um distúrbio físico-
mental resultante de intoxicação pelo álcool ou substâncias de efeitos 
análogos, afetando o sistema nervoso central, como depressivo/narcótico”. 
 
4.1.8.1 FASES DA EMBRIAGUEZ 
 
1. Fase de excitação (fase do macaco) - o indivíduo apresenta um 
comportamento inquieto, falante, mas ainda consciente de seus atos 
e palavras e além disso as vezes consegue atingir níveis de persuasão 
- por estar mais eloqüente - que talvez não fosse capaz antes. 
 
2. Fase de confusão (fase do leão) - quando o embriagado torna-se 
eventualmente (dependendo do temperamento da pessoa) nocivo: 
fica voluntarioso, age irrefletida e violentamente. Caracteriza-se por 
perturbações psicossensoriais profundas. 
 
3. Fase superaguda ou comatosa (fase do porco) - inicialmente há 
sono e o coma se instala progressivamente. Nessa terceira fase o 
ébrio somente pode praticar crimes omissivos. 
 
4.1.8.1 ESPÉCIES DE EMBRIAGUEZ 
 
• Quanto à intensidade: 
1. COMPLETA: É a embriaguez que chegou à segunda ou terceira 
fase. 
2. INCOMPLETA: É a embriaguez que está na primeira fase. 
 
• Quanto à origem: 
1. VOLUNTÁRIA: É a forma de embriaguez em que o indivíduo 
ingere bebidas com a intenção de embriagar-se. Neste caso ele 
não quer praticar infrações penais, mas quer exceder os limites. 
 
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2. CULPOSA: Este é o caso daquele indivíduo que não sabe beber, 
ou seja, ele não quer embriagar-se, mas, por não conhecer 
seus limites, acaba embriagado. 
 
3. PREORDENADA OU DOLOSA: Essa é a forma de embriaguez 
do sujeito que além de “mal-caráter” é covarde, ou seja, ele 
quer cometer uma infração e se embriaga para que os efeitos 
do álcool tornem mais fácil sua atuação. 
 
4. ACIDENTAL OU FORTUITA: É a embriaguez resultante de 
caso fortuito ou força maior: 
 
� Caso fortuito: Ocorre quando o indivíduo não percebe seratingido pelo álcool ou desconhece determinada situação 
fisiológica que potencializa os efeitos da bebida. 
Exemplo: Tício toma determinado medicamento que faz 
com que fiquem mais fortes os efeitos do álcool e, devido 
a isso, acaba embriagado. 
 
� Força maior: Ocorre em situações em que o indivíduo é 
obrigado a beber. Exemplo: Mévio, trabalhador de uma 
destilaria, cai em um tonel cheio de bebida e acaba 
embriagado. 
 
Resumindo: 
 
EMBRIAGUEZ – ESPÉCIES 
QUANTO À INTENSIDADE QUANTO À ORIGEM 
COMPLETA VOLUNTÁRIA 
INCOMPLETA CULPOSA 
 PREORDENADA 
 ACIDENTAL 
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4.1.8.2 CONSEQUÊNCIAS DA EMBRIAGUEZ 
 
O Código Penal ao tratar do tema dispõe da seguinte forma: 
 
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: 
 
[...] 
 
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância 
de efeitos análogos. 
 
§ 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, 
proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação 
ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do 
fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
 
§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, 
por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não 
possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de 
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo 
com esse entendimento. 
 
Do supracitado texto legal extraímos que a embriaguez acidental ou 
fortuita, SE COMPLETA, é capaz de ao tempo da conduta tornar o agente 
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-
se de acordo com esse entendimento, exclui a imputabilidade penal. 
Todavia, a embriaguez acidental ou fortuita INCOMPLETA, isto é, aquela que 
no momento da conduta retira do agente apenas parte do entendimento do 
caráter ilícito do fato, autoriza a diminuição de pena de um a dois terços, ou 
seja, equivale à semi-imputabilidade. 
 
Podemos resumir o tema da seguinte forma: 
 
 
 
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4.1.8.2 TEORIA DA ACTIO LIBERA IN CAUSA 
 
Denomina-se "actio libera in causa" a ação de quem usa deliberadamente 
um meio para colocar-se em estado de incapacidade física ou mental, 
parcial ou plena, no momento da ocorrência do fato criminoso. 
É também a ação de quem, apesar de não ter a intenção de praticar o 
delito, podia prever que tal meio o levaria a cometê-lo. 
A teoria da "actio libera in causa" foi adotada na Exposição de Motivos 
original do CP, de modo que se considera imputável quem se põe em 
ESPÉCIES 
DE 
EMBRIAGUEZ 
NÃO ACIDENTAL 
ACIDENTAL 
PATOLÓGICA 
PREORDENADA 
VOLUNTÁRIA 
CULPOSA 
COMPLETA 
INCOMPLETA 
NÃO EXCLUI A 
IMPUTABILIDADE 
EXCLUI A 
IMPUTABILIDADE 
NÃO EXCLUI A 
IMPUTABILIDADE, 
MAS DIMINUI A 
PENA 
(DE 1/3 A 2/3) 
EQUIPARA-SE À 
DOENÇA MENTAL, 
PODENDO SER 
INIMPUTÁVEL OU 
SEMI-IMPUTÁVEL 
NÃO EXCLUI A 
IMPUTABILIDADE 
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estado de inconsciência ou de incapacidade de autocontrole, seja dolosa ou 
culposamente, e nessa situação comete o crime. 
Ao adotar tal orientação, o Código Penal adotou a doutrina da 
responsabilidade objetiva, pela qual deve o agente responder pelo crime. 
Portanto, essa teoria leva em conta os aspectos meramente objetivos do 
delito, sem considerar o lado subjetivo deste. 
Considera-se a responsabilidade penal objetiva quando o agente é 
considerado culpado apenas por ter causado o resultado. 
Como já vimos, frente ao princípio constitucional do estado de inocência e à 
teoria finalista adotada pelo Código Penal, é inadmissível a responsabilidade 
penal objetiva, salvo nos casos da "actio libera in causa". 
Assim, no que diz respeito à embriaguez, invoca-se esta teoria para 
justificar a penalização do indivíduo que ao tempo da conduta encontrava-
se em estado de inconsciência. O dolo ou culpa é analisado no momento da 
embriaguez e não no instante da ação ou omissão. 
A teoria da actio libera in causa não só é aplicável para justificar a punição 
no caso de embriaguez, mas também nos demais estados de inconsciência. 
 
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Encerramos aqui o primeiro tema de nossa aula. Passemos ao próximo!!! 
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4.2 CONCURSO DE PESSOAS 
 
Dificilmente tomamos conhecimento de crimes cometidos por um só indivíduo. 
Muitas vezes, ainda na fase da cogitação do delito, já ocorre a idéia de “chamar” 
alguém para participar do intento, seja diretamente, cometendo o delito principal, 
ou indiretamente, auxiliando ou participando para o sucesso do crime. 
Assim, para o correto entendimento da aplicação da lei penal para estes casos, 
torna-se necessário conhecer as normas que definem as consequências do 
chamado CONCURSO DE PESSOAS que nada mais é do que a colaboração 
empreendida por duas ou mais pessoas para a realização de um crime ou de uma 
contravenção penal. 
 
4.2.1 REQUISITOS 
 
Para que seja possível a ocorrência do concurso de pessoas será necessário a 
conjugação de 05 requisitos: 
 
1. P luralidade de agentes e condutas; 
2. R elevância causal das condutas; 
3. I dentidade de infração; 
4. V ínculo subjetivo; e 
5. E xistência de fato punível. 
 
Perceba que a primeira letra de cada um dos requisitos forma a palavra PRIVE 
e, portanto, fica fácil lembrá-los na hora da prova! 
Vamos agora começar a tratar de cada um dos requisitos: 
 
4.2.1.1 PLURALIDADE DE AGENTES E CONDUTAS 
 
Para que seja possível a ocorrência do concurso de pessoas há necessidade 
de pelo menos dois agentes e, consequentemente, duas ou mais condutas. 
Essas condutas podem ser principais, o que ocorre no caso da co-autoria, 
ou um principal e outra secundária, como na situação em que se associam 
um autor e um partícipe. 
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“Mas, professor, qual a diferenciação entre autor, co-autor e partícipe?” 
Para responder a esta pergunta, vamos abrir o nosso dicionário do 
concurseiro: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Por fim, ainda tratando da pluralidade de agentes, cabe ressaltar que essa 
pluralidade exige que os co-autores ou partícipes sejam culpáveis sob pena 
de caracterização da chamada autoria mediata. 
DICIONÁRIO DO CONCURSEIRO 
 
AUTOR ��� TODA A PESSOA QUEPRATICA O NÚCLEO DO TIPO PENAL. 
EXEMPLO: ART. 121, CP: “MATAR ALGUÉM...”. O AUTOR SERÁ AQUELE QUE 
MATA. 
TIPO OU TIPO PENAL É UM MODELO ABSTRATO QUE DESCREVE UM 
COMPORTAMENTO PROIBIDO NO MEIO SOCIAL. 
O NÚCLEO DO TIPO REVELA-SE POR UM OU MAIS VERBOS, POR EXEMPLO: 
“MATAR” (121, CP), “SOLICITAR OU RECEBER” (357, CP). 
EM SUMA, QUEM PRATICA O VERBO DO TIPO, PRATICA O SEU NÚCLEO E, 
CONSEQUENTEMENTE É AUTOR DO CRIME. 
 
CO-AUTOR ��� PODE SER ENTENDIDO COMO AQUELE AGENTE QUE MAIS SE 
APROXIMA DO NÚCLEO DO TIPO PENAL, JUNTAMENTE COM O AUTOR 
PRINCIPAL, PODENDO SUA PARTICIPAÇÃO SER PARCIAL OU DIRETA. 
EXEMPLO: TÍCIO E MÉVIO ESFAQUEIAM A VÍTIMA ATÉ A MORTE. SÃO CO-
AUTORES DO DELITO DE HOMICÍDIO 
 
PARTÍCIPE ��� É AQUELE INDIVÍDUO QUE NÃO PARTICIPA DOS ATOS DE 
EXECUÇÃO, MAS AUXILIA O AUTOR (OU CO-AUTOR) NA REALIZAÇÃO DO FATO 
TÍPICO. 
ESTA PARTICIPAÇÃO PODE SER MORAL OU MATERIAL. 
A PARTICIPAÇÃO MORAL PODE OCORRER QUANDO O PARTÍCIPE INDUZIR O 
AUTOR A REALIZAR UM FATO ILÍCITO (OU ANTIJURÍDICO), “ATÉ ENTÃO 
INEXISTENTE”. 
O PARTÍCIPE PODE AINDA INSTIGAR O AUTOR A REALIZAR A IDÉIA PRÉ-
EXISTENTE NA SUA CABEÇA, REFORÇANDO-A. 
NA PARTICIPAÇÃO MATERIAL, COMO O PRÓPRIO NOME SUGERE, O AGENTE 
PARTICIPA MATERIALMENTE COM A CONDUTA. 
EXEMPLO: TÍCIO FORNECE UMA ARMA PARA MÉVIO MATAR SEU DESAFETO, 
LOGO, É PARTÍCIPE DO DELITO. 
 
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Ocorre autoria mediata quando o autor domina a vontade alheia e, desse 
modo, serve-se de outra pessoa que atua como instrumento. Exemplo: 
Médico quer matar inimigo que está hospitalizado e usa a enfermeira para 
ministrar injeção letal no paciente. 
 
4.2.1.2 RELEVÂNCIA CAUSAL DAS CONDUTAS 
 
Para que seja caracterizado o concurso de pessoas há que se verificar a 
relevância das condutas para que o crime acontecesse exatamente como 
ocorreu, ou seja, não se pode considerar co-autor ou partícipe de um crime 
quem não da causa ao crime, quem não realiza qualquer conduta sem a 
qual não ocorreria o resultado, ou mesmo quem assume uma atitude 
meramente negativa. 
O concurso de pessoas exige que o co-autor ou partícipe haja antes, 
durante ou depois, mas em prol do delito, devido a um ajuste prévio. 
Vamos exemplificar para ficar bem claro. 
Imaginemos que Tício diz a Mévio que vai assassinar Caio e solicita que 
Mévio fique do lado de fora, com o carro ligado, a fim de possibilitar a fuga. 
Neste caso, se tudo ocorrer conforme o planejado, haverá concurso de 
pessoas? 
A resposta é positiva, pois há relevância causal das condutas, ou seja, 
ocorreu um ajuste prévio para que tudo acontecesse daquela forma. 
Agora, vamos analisar outra situação: Tício mata Caio e, ao sair da 
residência deste último, encontra, por acaso, Mévio, que o ajuda na fuga. 
Agora, pergunto caro aluno, haverá nesta situação o concurso de pessoas? 
A resposta é negativa e Mévio não responderá por ser partícipe do crime de 
homicídio, mas sim por ser AUTOR do delito de favorecimento pessoal (CP, 
art. 348). 
 
4.2.1.3 IDENTIDADE DE INFRAÇÃO 
 
Para a caracterização do concurso de pessoas, os sujeitos de um crime, 
unidos pelo vínculo psicológico, devem querer praticar a mesma infração 
penal. 
Assim, se em um homicídio tivermos cinco indivíduos que esfaquearam a 
vítima, duas pessoas que ficaram do lado de fora da residência verificando 
se os policiais chegavam e um outro indivíduo que forneceu as facas 
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(sabendo que seriam utilizadas no crime), teremos os oito respondendo 
pelo homicídio. 
 
4.2.1.4 VÍNCULO SUBJETIVO 
 
Para a ocorrência do concurso de pessoas todos os agentes devem estar 
ligados por um vínculo subjetivo (também chamado de concurso de 
vontades), ou seja uma vontade homogênea visando o resultado. 
E se não houver o vínculo subjetivo? 
Neste caso, estaremos diante da chamada autoria colateral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para finalizar o assunto, pergunto: Para que haja vínculo subjetivo, há 
necessidade de ajuste prévio? 
A resposta é negativa e, para a correta compreensão, vamos exemplificar: 
Imagine que Tício decide matar Mévio, por não agüentar mais ver seu nome 
relacionado com o dele nos livros de direito e, nas aulas do Ponto. Pouco 
antes do delito conta por telefone sua pretensão para sua noiva e Caio 
escuta a conversa. 
Assim, na hora que Mévio sai da faculdade, Tício fica a espreita, 
aguardando o momento certo para cometer o delito. 
DICIONÁRIO DO CONCURSEIRO 
AUTORIA COLATERAL 
OCORRE QUANDO NÃO HÁ CONSCIÊNCIA DA COOPERAÇÃO NA CONDUTA 
COMUM. 
EXEMPLO: TÍCIO E MÉVIO, AO MESMO TEMPO, SEM CONHECEREM A INTENÇÃO 
UM DO OUTRO, EFETUAM DISPAROS SOBRE CAIO. NESTE CASO, 
RESPONDERÃO CADA UM POR UM CRIME. 
SE OS DISPAROS DE AMBOS FOREM CAUSA DA MORTE, RESPONDERÃO OS 
DOIS POR HOMICÍDIO. 
SE A VÍTIMA MORREU APENAS EM DECORRÊNCIA DA CONDUTA DE UM, O 
OUTRO RESPONDERÁ POR TENTATIVA DE HOMICÍDIO. 
HAVENDO DÚVIDA INSANÁVEL QUANTO À CAUSA DA MORTE, OU SEJA, SOBRE 
A AUTORIA, A SOLUÇÃO DEVERÁ OBEDECER AO PRINCÍPIO IN DÚBIO PRO 
RÉU, PUNINDO-SE AMBOS POR TENTATIVA DE HOMICÍDIO. 
 
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Ocorre que Mévio percebe a intenção Tício e começa a fugir. Durante a 
fuga, Caio, que havia por acaso escutado a conversa telefônica, derruba 
dolosamente Mévio e Tício consegue alcançá-lo e matá-lo. 
Neste caso, caio será partícipe do crime cometido por Tício, pois para a 
caracterização do vínculo subjetivo é suficiente a atuação do partícipe no 
sentido de auxiliar a conduta do autor, mesmo que este desconheça a 
colaboração. 
Para finalizar, observe o julgado em que o STF, em um caso concreto, se 
pronuncia sobre o tema: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4.2.1.5 EXISTÊNCIA DE FATO PUNÍVEL 
 
Quanto a este requisito não há muito o que comentar, pois ,obviamente, 
para que haja o concurso de pessoas, o fato cometido deve ser passível de 
punição. 
 
4.2.2 TEORIAS SOBRE O CONCURSOS DE PESSOAS 
 
Existem três teorias que surgiram com relação ao concurso de agentes, são 
elas: 
 
A) TEORIA MONISTA OU UNITÁRIA; 
B) TEORIA DUALISTA; 
C) TEORIA PLURALÍSTICA. 
 
STF, Inq. 2.245/MG, DJ 09.11.07 
 
Está também minimamente demonstrado o vínculo subjetivo entre os 
acusados. Isto porque foram realizadas inúmeras reuniões nas quais, 
aparentemente, decidiu-se o modo como se dariam os repasses das 
vultosas quantias em espécie, quais seriam os beneficiários, os valores 
a serem transferidos a cada um, além da fixação de um cronograma 
para os repasses, cuja execução premeditadamente se protraía no 
tempo. 
 
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A teoria monista, também conhecida como unitária, preceitua que todos os 
participantes (autores ou partícipes) de uma infração penal responderão pelo 
mesmo crime, isto é, o crime é único. Haveria, assim, uma pluralidade de 
agentes e unidade de crimes. 
Nas palavras de Damásio E. de Jesus: 
 
 “(...)É predominante entre os penalistas da Escola Clássica. Tem 
como fundamento a unidade de crime. Todos os que contribuem para 
a integração do delito cometem o mesmo crime. Há unidade de crime 
e pluralidade de agentes.” 
 
Já a teoria dualista estabelece que haveria um crime único entre os autores da 
infração penal e um crime único entre os partícipes. 
Há, portanto, uma distinção entre o crime praticado pelos autores daquele 
cometido pelos partícipes. Haveria, assim, uma pluralidade de agentes e uma 
dualidade de crimes. 
Manzini, defensor desta teoria, sustentava que: 
 
 “(...) se a participação pode ser principal e acessória, primária e 
secundária, deverá haver um crime único para os autores e outro 
crime único para os chamados cúmplices stricto sensu. A consciência 
e vontade de concorrer num delito próprio conferem unidade ao crime 
praticado pelos autores; e a de participar no delito de outrem atribui 
essa unidade ao praticado pelos cúmplices.” 
 
Por fim, para a teoria pluralística haverá tantas infrações quantos forem o 
número de autores e partícipes. Existe, assim, uma pluralidade de agentes e 
uma pluralidade de crimes. 
Para Cezar Roberto Bitencourt: 
 
 “(...) a cada participante corresponde uma conduta própria, um 
elemento psicológico próprio e um resultado igualmente particular. À 
pluralidade de agentes corresponde a pluralidade de crimes. Existem 
tantos crimes quantos forem os participantes do fato delituoso.” 
 
O Código Penal Brasileiro adotou a teoria monista ou unitária. 
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4.2.2 PUNIÇÃO NO CONCURSO DE AGENTES 
 
O Código Penal, ao começar a tratar do concurso de pessoas, dispõe em seu 
art. 29: 
 
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide 
nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. 
 
Este artigo deixa claro, como já tratamos, que o legislador penal optou por 
adotar a teoria monista, ou seja, todos os indivíduos envolvidos na infração 
responderão por ela. 
Mas isso quer dizer que todos os envolvidos terão a mesma pena? 
A resposta é negativa, pois o que prega a teoria monista é a unidade de 
infração e não de pena. Assim, a penalização será aplicada na medida da 
CULPABILIDADE de cada agente. 
Para a correta compreensão, imagine um homicídio em que Tício empresta 
sua arma à Mévio e este desfere 10 tiros em Caio. Nessa situação tanto Tício 
quanto Mévio responderão pelo homicídio, todavia a penalização de Mévio, 
bem provavelmente, será superior a de Tício. 
 
4.2.3 PARTICIPAÇÃO EM CRIME MENOS GRAVE 
 
Imaginemos a seguinte situação: Tício e Mévio resolvem se unir para furtar 
um veículo. Chegando ao local, iniciam a conduta típica, mas logo percebem a 
chegada do dono do carro. 
OBSERVAÇÃO: 
De acordo com o professor Damásio, apesar de o nosso Código Penal ter 
adotado a teoria monista ou unitária, existem exceções pluralísticas a essa 
regra. É o caso, por exemplo: do crime de corrupção ativa (art. 333 do CP) 
e passiva (art. 317 do CP); do falso testemunho (art. 342 do CP) e 
corrupção de testemunha (art. 343 do CP); o crime de aborto cometido pela 
gestante (art. 124 do CP) e aquele cometido por terceiro com o 
consentimento da gestante (art. 126 do CP); dentre outros. 
 
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Mévio, assustado, começa a correr para fugir do local, mas Tício resolve pegar 
sua arma e efetua diversos disparos no dono do veículo. 
Pergunto: Responderão Tício e Mévio pelo latrocínio? 
Para responder a este questionamento, deve-se recorrer ao parágrafo 2º do 
art. 29 que dispõe: 
 
Art. 29.[...] 
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos 
grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada 
até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais 
grave. 
 
Perceba com base no supra texto legal que Tício responderá pelo latrocínio, 
enquanto Mévio responderá pela tentativa de furto, pois o vínculo subjetivo só 
existia em relação ao delito menos grave. 
Veda-se, portanto, a responsabilidade penal objetiva, pois não se permite a 
punição de um agente por crime praticado exclusivamente por outrem, frente 
ao qual não agiu com dolo ou culpa. 
Para finalizar, aproveitando o mesmo exemplo, imagine que Mévio soubesse 
que Tício andava constantemente armado e que já havia matado mais de 
vinte. Seria previsível que pudesse ocorrer uma morte caso o dono chegasse? 
Claro que sim! Logo, para estes casos A PENA DO CRIME MENOS GRAVE 
deverá ser aumentada até a metade. 
 
4.2.3 PARTICIPAÇÃO DE MENOR IMPORTÂNCIA 
 
A participação, quando analisada como espécie do gênero concurso de 
pessoas, deve ser compreendida como uma intervenção voluntária e 
consciente de um terceiro a um fato alheio, revelando-se como um 
comportamento acessório que favorece a execução da conduta principal. 
É nesse cenário que pode surgir a participação de menor importância que 
encontra previsão no parágrafo 1º do art. 29 do Código Penal. Observe: 
 
Art. 29. [...] 
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser 
diminuída de um sexto a um terço. 
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Trata-se de uma contribuição ínfima, que comparada com a conduta praticada 
pelo autor ou co-autor, se mostra insignificante, ou seja, quando a instigação, 
o induzimento ou o auxílio não forem determinantes para a realização do 
delito. 
Ressalte-se que somente é possível aplicar essa causa de diminuição de pena 
ao partícipe, não alcançando o co-autor. Não se cogita, portanto, a existência 
de uma "co-autoria de menor importância", vez que o co-autor executa a 
conduta típica. 
Outro aspecto relevante a ser analisado: a diminuição prevista nesse § 1º é 
facultativa ou obrigatória? 
 
É caso de aplicação obrigatória, desde que comprovada a diminuta 
participação. 
 
 
 
 
 
 
4.2.4 CIRCUNSTÂNCIAS INCOMUNICÁVEIS 
 
As denominadas circunstâncias incomunicáveis são aquelas que não se 
transmitem aos co-autores e partícipes. Sobre o tema dispõe o Código Penal: 
 
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de 
caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. 
 
Para o correto entendimento deste artigo precisamos abrir o dicionário do 
concurseiro e aprender/relembrar a diferenciação entre elementares, 
circunstâncias e condições de caráter pessoal: 
 
 
 
 
OBSERVAÇÃO: 
PARTICIPAÇÃO INCUA 
 
É AQUELA QUE EM NADA CONTRIBUIU PARA O RESULTADO, OU SEJA, É 
PENALMENTE IRRELEVANTE. 
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Visto isso, vamos aprofundar a análise do art. 30: 
 
• Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter 
pessoal. 
Imagine que Mévio percebe que sua filha foi violentada por Tício. Diante 
da situação de relevante valor moral contrata Caio para matar o 
estuprador. Caio pratica o homicídio.Sabendo que o relevante valor moral é circunstância que atenua a pena, 
pergunto: Tal circunstância aplicável à Mévio será estendida à Caio? 
Nos termos do art. 30 não se comunicam as circunstâncias, logo não 
recairá sobre caio a circunstância atenuante, mesmo havendo co-
autoria. 
 
• Comunicam-se as elementares: 
 
Imagine que Tício, funcionário público, pratica o delito de peculato junto 
com Mévio, que não faz parte do quadro da Administração. Poderá 
Mévio, sendo particular, responder pelo citado crime (PECULATO)? 
DICIONÁRIO DO CONCURSEIRO 
 
CONDIÇÕES DE CARÁTER PESSOAL��� SÃO QUALIDADES PESSOAIS DE 
DETERMINADO INDIVÍDUO. EXEMPLIFICANDO: SER MENOR DE 18 ANOS 
 
CIRCUNSTÂNCIAS ��� SÃO DADOS SUBJETIVOS OU OBJETIVOS QUE FAZEM PARTE 
DO FATO DELITUOSO, AGRAVANDO OU ATENUANDO A PENALIDADE, SEM 
MODIFICAÇÃO DE SUA ESSÊNCIA. ASSIM, AS CIRCUNSTÂNCIAS SÃO ELEMENTOS 
QUE SE AGREGAM AO DELITO, SEM ALTERÁ-LO SUBSTANCIALMENTE, EMBORA 
PRODUZAM EFEITOS E CONSEQÜÊNCIAS RELEVANTES. EXEMPLIFICANDO: UM 
FURTO PRATICADO POR UM MAIOR PRODUZ EFEITOS PENAIS DIVERSOS 
DAQUELE PRODUZIDO POR UM MENOR CONFESSO (A MENORIDADE E A 
CONFISSÃO SÃO ATENUANTES GENÉRICAS DA PENA). 
 
ELEMENTARES ��� SÃO DADOS ESSENCIAIS PARA A OCORRÊNCIA DE 
DETERMINADO DELITO. EXEMPLIFICANDO: A CONDIÇÃO DE FUNCIONÁRIO 
PÚBLICO NO CRIME DE PECULATO, O VERBO “MATAR” E A PALAVRA “ALGUÉM” 
NO CRIME DE HOMICÍDIO 
 
OBS: EXCLUINDO-SE UMA ELEMENTAR O FATO SE TORNA ATÍPICO OU OCORRE A 
DESCLASSIFICAÇÃO PARA UM OUTRO DELITO. 
 
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A resposta é positiva, pois na hipótese de concurso de pessoas, a 
elementar “funcionário público” é comunicável, desde que cumprido um 
requisito essencial: É necessário que o terceiro (particular) tenha 
conhecimento de que pratica o delito juntamente com um funcionário 
público. Observe o disposto sobre o tema no Código Penal: 
Para exemplificar, imagine que Caio é convidado por Tício, funcionário 
público, para cometer um furto. Sem saber da qualidade especial de 
Tício, Caio pratica o delito. Nesta situação, responderá Tício por 
peculato-furto e Caio por furto. 
É importante ressaltar que não há necessidade de que o terceiro 
conheça EXATAMENTE o que o funcionário público faz, ou seja, aqui vale 
o dolo eventual, bastando que saiba que o “companheiro do delito”, 
também chamado executor primário, exerce serviço de natureza 
pública. 
 
4.2.5 CO-AUTORIA 
 
Ocorre a co-autoria quando dois ou mais agentes executam o núcleo do tipo. 
Esta pode ser: 
 
1. Parcial � Quanto os atos de execução não são iguais, mas somados 
produzem o resultado. Exemplo: Tício segura Mévia para que esta seja 
estuprada por Caio. 
2. Direta � Todos os autores executam a mesma conduta criminosa. 
Exemplo: Caio e Tício efetuam disparas contra Mévio. 
 
Agora, pergunto: É possível a co-autoria em todos os tipos de delito? Para 
responder corretamente, vamos analisar (Obs.: Aqui serão importantes os 
conceitos aprendidos na AULA 01, mais especificamente no tocante a 
classificação dos crimes.): 
 
• CRIMES PRÓPRIOS � São aqueles que exigem uma característica 
particular do sujeito. Nesta espécie de delito é admissível a co-
autoria. 
Exemplo 01: dois funcionários públicos se unem para cometer o delito de 
corrupção passiva. 
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Exemplo 02: um funcionário público e um particular que conhece a 
qualidade especial do agente se unem para cometer o crime de peculato. 
 
• CRIMES DE MÃO PRÓPRIA � São os que embora não exijam uma 
qualidade especial só podem ser praticados pelo próprio indivíduo que se 
encontra em determinada situação. Exemplo: Falso Testemunho. 
Nesta espécie de delito NÃO é admissível a co-autoria. 
 
• CRIMES CULPOSOS � Segundo o entendimento do STF e STJ, admite-
se a co-autoria nos crimes culposos. Observe o julgado: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4.2.6 PARTICIPAÇÃO 
 
Como já tratamos brevemente, o partícipe é aquele que efetivamente colabora 
para a prática de uma conduta delituosa, todavia, sem realizar diretamente o 
núcleo do tipo penal incriminador. 
Podemos dividir a participação em: 
 
1. Participação moral � Nesta forma de participação não ocorre 
colaboração através de meios materiais. 
Pode ocorrer quando o partícipe induzir o autor a realizar um fato ilícito 
(ou antijurídico), “até então inexistente” ou quando o partícipe instigar o 
autor a realizar a idéia pré-existente na sua cabeça, reforçando-a. 
2. Participação material � Consiste em auxiliar materialmente a ocorrência 
de determinado delito. O partícipe que presta auxílio material é chamado 
de cúmplice. 
STJ, HC 40.474/PR, DJ 13.02.2006 
 
É perfeitamente admissível, segundo o entendimento doutrinário e 
jurisprudencial, a possibilidade de concurso de pessoas em crime 
culposo, que ocorre quando há um vínculo psicológico na cooperação 
consciente de alguém na conduta culposa de outrem. O que não se 
admite nos tipos culposos, ressalve-se, é a participação. Precedentes 
desta Corte. 
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A participação apresenta as seguintes espécies: 
 
1. Participação por omissão � Embora haja muita divergência quanto a 
este ponto, para sua PROVA, entenda que é cabível a participação: 
a. Em crime omissivo próprio � Ex: "A" induz "B" a não pagar 
pensão alimentícia. "A" será partícipe de "B", no crime de 
abandono material (artigo 244 do CP) 
b. Nos delitos omissivos impróprios � Ex: "A" instiga "B", que ele 
não conhece, a não alimentar o filho. "B" cometerá o crime de 
homicídio por omissão, já que "B" tem o dever jurídico de evitar o 
resultado. "A" será partícipe. 
2. Participação sucessiva � É admissível em nosso ordenamento 
jurídico. Ocorre quando, presente o induzimento ou instigação do 
executor, se sucede outro induzimento ou instigação. 
Exemplo: Tício instiga Mévio a matar Caio. Mário, sem saber da 
instigação de Tício, também instiga Mévio a cometer o homicídio. 
3. Participação da participação � Esse tipo de participação é melhor 
compreendido através de exemplos: Tício instiga Mévio a instigar Caio 
para que este mate Mário ou Mévio induz Tício que induz Caio a matar 
Mário. 
4. Participação em crimes culposos � O entendimento majoritário é de 
que pode haver nos crimes culposos a co-autoria, mas não participação. 
Sendo o tipo do crime culposo aberto, composto sempre de imprudência, 
negligência ou imperícia, segundo o disposto no artigo 18 do CP, não é 
aceitável dizer que uma pessoa auxiliou, instigou ou induziu outrem a 
ser imprudente, sem ter sido igualmente imprudente. Portanto, quem 
instiga outra pessoa a tomar uma atitude imprudente está inserido no 
mesmo tipo penal. (STF, RTJ 120/1136, STJ, Resp. 40180, 6ª Turma, 
STF, HC 61405, RTJ, 113:517; RHC55.258). 
 
4.2.6.1 TEORIAS DA ACESSORIEDADE 
 
Como vimos, a condutas do partícipe tem natureza acessória em relação à 
conduta principal. Essa acessoriedade encontra previsão no Código Penal 
nos seguintes termos: 
 
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Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo 
disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não 
chega, pelo menos, a ser tentado. 
 
Do exposto, podemos concluir que para que o partícipe possa ser punido é 
necessário ao menos o início da execução e, para tratarmos da punição do 
agente que participa de um delito, precisamos estudar as teorias da 
acessoriedade. 
Observe a seguinte questão: 
 
(JUIZ SUBSTITUTO – TJ-PI / 2007) No concurso de pessoas, há quatro teorias 
que explicam o tratamento da acessoriedade na participação. De acordo com a 
teoria da hiperacessoriedade, para se punir a conduta do partícipe, é preciso que 
o fato principal seja: 
 
I. típico. 
II. antijurídico. 
III. culpável. 
IV. punível. 
 
A quantidade de itens certos é igual a: 
A) 0. 
B) 1. 
C) 2. 
D) 3. 
E) 4. 
 
COMENTÁRIOS: A participação pressupõe sempre a ocorrência de um fato 
principal. O partícipe presta auxílio à conduta do autor. Por isso, hoje, é 
amplamente dominante o entendimento segundo o qual a participação é 
acessória, auxiliar em relação aos atos de autoria. 
A teoria da acessoriedade da participação estabelece um sistema valorativo 
que impõe tratamento distinto entre os atos de autoria e de participação. 
Visando definir os pressupostos mínimos necessários para a punição do 
partícipe, especificamente no que diz respeito à sua relação com o autor, a 
doutrina elaborou as seguintes teorias da acessoriedade: 
 
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• ACESSORIEDADE MÍNIMA; 
• ACESSORIEDADE LIMITADA; 
• ACESSORIEDADE MÁXIMA; E 
• HIPERACESSORIEDADE. 
 
 
Sob a perspectiva da acessoriedade mínima, concebeu-se que, para a 
responsabilização do partícipe, bastaria que o autor principal realizasse uma 
conduta típica. 
Exemplo: Tício contrata Mévio para matar Caio. Mévio caminha pela calçada 
e repentinamente é atacado por Caio que porta uma faca. Mévio, diante de 
tal situação, mata Caio em legítima defesa. 
Neste caso, embora Mévio tenha agido em legítima defesa, como cometeu 
uma conduta típica, Tício deveria ser responsabilizado. 
 
A teoria da acessoriedade limitada exige, para a punição do partícipe, 
que o autor, no mínimo, pratique conduta típica e ilícita. 
Esta teoria visa superar as dificuldades da teoria da acessoriedade mínima, 
incluindo a exigência de ser ilícito o fato realizado em conjunto com o autor. 
Agora, a punição do partícipe depende de que a sua conduta preste auxílio 
à realização de fato ilícito. 
É a teoria adotada majoritariamente pela doutrina e pelas bancas. 
Exemplo: Tício instiga Mévio, INIMPUTÁVEL, a matar Caio e este assim o 
faz. Neste caso, como o fato cometido por Mévio é típico e ilícito, está 
configurado o concurso de pessoas no qual Tício é partícipe e Mévio é autor. 
 
A teoria da acessoriedade máxima exige, para a punição do partícipe, 
que o autor realize um fato típico, ilícito e culpável. 
No exemplo acima apresentado, como Mévio é inimputável e, portanto, não 
culpável, não seria Tício partícipe. 
Por fim, a teoria da hiperacessoriedade exige, para a punição do 
partícipe, que o autor realize uma conduta típica, ilícita, culpável e punível. 
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Exemplo: Tício contratou Mévio para matar Caio. Mévio mata caio e suicida-
se. Neste caso, como a morte do agente extingue a punibilidade, Tício não 
seria partícipe do delito. 
 
Como a questão trata da teoria da hiperacessoriedade, a resposta correta é 
a alternativa “E”. 
 
Resumindo: 
 
� ACESSORIEDADE MÍNIMA ��� FATO TÍPICO; 
� ACESSORIEDADE LIMITADA ��� FATO TÍPICO + ILÍCITO; 
� ACESSORIEDADE MÁXIMA ��� FATO TÍPICO + ILÍCITO + CULPÁVEL; 
� HIPERACESSORIEDADE ��� FATO TÍPICO + ILÍCITO + CULPÁVEL + PUNÍVEL. 
 
4.2.7 AUTORIA – TEORIAS 
 
Como último tópico de nossa aula, vamos estudar as diversas teorias que 
buscam fornecer o conceito correto de AUTOR. 
 
1. TEORIA SUBJETIVA OU UNITÁRIA ��� Os defensores dessa teoria não 
diferenciam autor de partícipe, ou seja, autor é aquele que de 
QUALQUER FORMA contribuiu para o resultado. 
2. TEORIA EXTENSIVA ��� Também não diferencia o autor do partícipe, 
todavia admite a diminuição de pena nos casos em que a autoria é 
menos importante para o resultado. 
3. TEORIA OBJETIVA OU DUALISTA ��� Apresenta uma clara 
diferenciação entre o autor e o partícipe. Subdivide-se em: 
 
a. Teoria objetivo-formal � Segundo esta teoria autor é quem 
realiza o núcleo do tipo enquanto o partícipe é quem de qualquer 
modo colabora para a conduta típica. 
Nesta teoria o autor intelectual, ou seja, aquele que planeja a 
conduta criminosa é PARTÍCIPE, pois não executa o núcleo do tipo 
penal. 
 
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b. Teoria objetivo-material � Para esta teoria autor é aquele que 
contribui fundamentalmente para a ocorrência do resultado, ou 
seja, aquele que presta a contribuição mais importante para a 
ocorrência do crime. Diferentemente, o partícipe é aquele que atua 
de forma menos relevante. 
Perceba que segundo esta teoria, não necessariamente para ser 
autor é necessário realizar o núcleo do tipo. 
 
c. Teoria do domínio do fato � Essa teoria foi criada por Hans 
Welzel e procura ocupar uma posição intermediária entre a teoria 
subjetiva e a objetiva. Segundo ela, autor é quem possui controle 
sobre o domínio do fato. 
Podemos dizer que segundo a teoria do domínio fato considera-se 
autor: 
• AQUELE QUE PRATICA O NÚCLEO DO TIPO; 
• O AUTOR INTELECTUAL; 
• O AUTOR MEDIATO; 
• OS CO-AUTORES. 
Segundo essa teoria, também é admissível a figura dos partícipes 
que, neste caso, seriam aqueles que além de não praticar o núcleo 
do tipo, também não detém o domínio sobre o fato. 
Faz-se necessário ressaltar que esta teoria só tem aplicabilidade 
nos crimes dolosos, pois não há como se admitir domínio do fato 
no caso de delitos culposos. 
 
Para finalizar, cabe ressaltar que o código penal, a doutrina majoritária, a 
FCC, a ESAF, e praticamente todas as outras bancas de prova adotam a teoria 
objetivo formal, todavia, no que diz respeito ao conceito de autor intelectual. 
O CESPE, particularmente, tem adotado em suas provas a teoria do domínio 
do fato. Observe: 
 
 
 
 
 
 
(CESPE / Promotor de Justiça Substituto / 2006) É co-
autor quem, à distância, ajusta a execução de um homicídio, 
fornecendo os recursos necessários para aquisição dos 
instrumentos para o cometimento do crime, mas não participa 
dos atos executórios. 
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Assim, APESAR DA SUA BANCA SER O CESPE, caso você vá resolver 
alguma PROVA ou questão de outra banca para treinar, muito cuidado para 
não confundir conceitos e levar o entendimento errado para sua PROVA!!! 
 
4.2.8 CO-AUTORIA – PESSOAS FÍSICAS X PESSOAS JURÍDICAS 
 
Sabemos que as pessoas jurídicas são entidades dotadas de personalidadejurídica, ou seja, sujeitos de direito e obrigação. 
Todavia, a jurisprudência majoritária, quanto a aspectos penais, tem adotado 
a teoria da dupla imputação, segundo a qual se responsabiliza não somente a 
pessoa jurídica, mas também a pessoa física que agiu em nome do ente 
coletivo, ou seja, há a possibilidade de se responsabilizar simultaneamente a 
pessoa física e a jurídica. 
Exemplo: Segundo a lei de crimes ambientais, quando o poluidor é pessoa 
jurídica, a denúncia deve incluir no pólo passivo da ação, não apenas a pessoa 
jurídica infratora, mas, também, as pessoas físicas que contribuíram para o 
delito ambiental. 
Essa tese foi referendada pelo STJ, no REsp 564.960, rel. Min. Gilson Dipp, 
que sublinhou: 
"Os critérios para a responsabilização da pessoa jurídica são classificados na 
doutrina como explícitos: 1) que a violação decorra de deliberação do ente 
coletivo; 2) que autor material da infração seja vinculado à pessoa jurídica; e 
3) que a infração praticada se dê no interesse ou benefício da pessoa jurídica; 
e implícitos no dispositivo: 1') que seja pessoa jurídica de direito privado; 2') 
que o autor tenha agido no amparo da pessoa jurídica; e 3') que a atuação 
ocorra na esfera de atividades da pessoa jurídica. 
Disso decorre que a pessoa jurídica, repita-se, só pode ser 
responsabilizada quando houver intervenção de uma pessoa física, que 
atua em nome e em benefício do ente moral, conforme o art. 3º da Lei 
9.605/98. 
Luís Paulo Sirvinskas ressalta que 'de qualquer modo, a pessoa jurídica deve 
ser beneficiária direta ou indiretamente pela conduta praticada por decisão do 
seu representante legal ou contratual ou de seu órgão colegiado.' Essa atuação 
do colegiado em nome e proveito da pessoa jurídica é a própria vontade da 
empresa. Porém, tendo participado do evento delituoso, todos os 
envolvidos serão responsabilizados na medida se sua culpabilidade. É 
o que dispõe o parágrafo único do art. 3º da Lei 9.605/98, que institui a co-
responsabilidade, nestes termos: Parágrafo único. A responsabilidade das 
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pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, co-autoras 
ou partícipes do mesmo fato". 
 
***************************************************************** 
Passemos, agora, ao último tema de nossa aula! 
***************************************************************** 
 
4.3 EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
 
Com a prática do crime, o direito de punir do Estado, que era abstrato, torna-se 
concreto, surgindo a punibilidade, que é a possibilidade jurídica de o Estado impor 
a sanção. 
O art. 107 do Código Penal prevê diversas formas de extinção da punibilidade em 
rol meramente exemplificativo. Observe: 
 
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: 
I - pela morte do agente; 
II - pela anistia, graça ou indulto; 
 III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como 
criminoso; 
IV - pela prescrição, decadência ou perempção; 
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos 
crimes de ação privada; 
 VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite; 
 IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei. 
 
Vamos analisar agora os diversos casos de extinção: 
 
4.3.1 MORTE DO AGENTE 
 
Prevista no artigo 107, I, do Código Penal, a morte do agente é uma das 
causas de extinção da punibilidade e, sendo assim, extingue a punibilidade a 
qualquer tempo. 
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O fundamento para esta afirmação reside no Princípio da Pessoalidade da pena 
(Personalidade da pena, Responsabilidade penal ou Intranscendência da pena) 
que impede a punição por fato alheio. Em outras palavras, somente o autor da 
infração penal pode ser apenado. 
Como conseqüência, a morte extingue todos os efeitos penais da condenação, 
porém, os efeitos civis permanecem. Este princípio é uma garantia 
constitucional previsto no artigo 5º, XLV: 
 
Art. 5º: [...] 
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a 
obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens 
ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles 
executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido. 
 
A morte deve ser comprovada com a certidão de óbito. Se a extinção for 
baseada em certidão falsa, pode ser reaberto o processo, pois não fez coisa 
julgada em sentido estrito, e o fato em que se funda é juridicamente 
inexistente, não produzindo qualquer efeito (STF, HC 84.525/MG, DJ 
03.12.2004). 
 
4.3.2 ANISTIA, GRAÇA E INDULTO 
 
A anistia, a graça e o indulto são, nos dizeres de Rogério Sanches, espécies de 
renúncia estatal ao direito de punir do Estado. 
A anistia advém de ato legislativo federal (artigos 21, inciso XVII e 48, inciso 
VIII, da CF/88), ou seja, tem status de lei penal, sendo devidamente 
sancionada pelo executivo. 
Através desse ato, o Estado, em razão de clemência, política social e outros 
fatores “esquece” um fato criminoso, perdoando a prática de infrações penais 
o que acarreta a exclusão dos seus efeitos penais (e não civis). 
Para Rogério Greco, a anistia, em regra, dirige-se a crimes políticos, o que não 
impede que ela também seja concedida a crimes comuns. 
De acordo com a Lei de Execuções Penais, concedida a anistia, o juiz declarará 
extinta a punibilidade de ofício, a requerimento do MP ou do interessado, por 
proposta administrativa ou do Conselho Penitenciário. 
Para a doutrina é possível falar-se em anistia: 
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• Própria e imprópria: própria é aquela concedida antes da condenação e a 
imprópria é a concedida depois da condenação; 
• Restrita e irrestrita: irrestrita é aquela que atinge todos os autores do 
fato criminoso indistintamente, enquanto que a restrita impõe condições 
pessoais para a concessão do beneficio, como a primariedade, por 
exemplo; 
• Condicionada e incondicionada: a depender da imposição de requisitos, 
como a reparação do dano, por exemplo. 
• Comum ou especial: diz-se comum quando atingir delitos comuns. Fala-
se em especial quando beneficiar agentes que praticaram crimes 
políticos. 
 
Vamos, agora, tratar da graça e do indulto: 
A graça e o indulto são concedidos pelo Presidente República, por meio de 
decreto presidencial e consubstanciam-se, assim como a graça, em forma de 
extinção da punibilidade. A diferença entre a graça e o indulto reside no fato 
de que a graça é concedida individualmente, enquanto o indulto de maneira 
coletiva a determinados fatos impostos pelo Chefe do Poder Executivo, daí a 
opção de alguns doutrinadores em denominar a graça de indulto individual. 
A anistia, como visto, pode ser própria ou imprópria (concedida antes ou 
depois da condenação criminal), o que a distingue da graça e do indulto, pois 
estes institutos pressupõem condenação. 
O indulto pode ser pleno ou parcial, sendo que o indulto pleno extingue 
totalmente a pena, enquanto que o indulto parcial impõe a diminuição da pena 
ou a sua comutação. Veja-se, assim, que a comutação da pena é a 
substituição de uma sanção por outra menos gravosa, uma espécie de indulto 
parcial. A este respeito, a Lei de Execuções Penais dispõe:Art. 192. Concedido o indulto e anexada aos autos cópia do 
decreto, o Juiz declarará extinta a pena ou ajustará a execução aos 
termos do decreto, no caso de comutação. 
 
4.3.3 RETROATIVIDADE DA LEI – ABOLITIO CRIMINIS 
 
Conforme o art. 2º do Código Penal, ninguém pode ser punido por fato que lei 
posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e 
os efeitos penais da sentença condenatória. 
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4.3.4 RENÚNCIA DO DIREITO DE QUEIXA OU PERDÃO ACEITO, NOS 
CRIMES DE AÇÃO PRIVADA 
 
A renúncia, ato unilateral, é a desistência do direito de ação por parte do 
ofendido. Assim, o direito de queixa não pode ser exercido quando renunciado 
expressa ou tacitamente (art. 104, do CP). 
A renúncia pode ser expressa ou tácita. A renúncia expressa deve constar de 
declaração assinada pelo ofendido, por seu representante legal ou por 
procurador com poderes especiais, não obrigatoriamente advogado, nos 
termos do artigo 50 do CPP. 
Não se perfaz a renúncia expressa quando firmada por procurador sem 
poderes especiais para esse fim, formalidade prevista no artigo 50 do CPP. A 
renúncia é tácita quando o querelante pratica ato incompatível com a vontade 
de exercer o direito de queixa (art.104, parágrafo único, primeira parte, do 
CP). 
Deve tratar-se de atos inequívocos, conscientes e livres, que traduzam uma 
verdadeira reconciliação, ou o positivo propósito de não exercer o direito de 
queixa. São exemplos de renúncia tácita o reatamento de amizade com o 
ofensor, a visita amigável, a aceitação de convite para uma festa etc. 
O perdão do ofendido, diferentemente da renúncia, tem como condição a 
aceitação do querelado. O perdão será processual ou extraprocessual. 
O perdão processual se dá mediante declaração expressa nos autos. Já o 
extraprocessual, se divide em tácito e expresso, sendo tácito quando o 
querelante pratica ato incompatível com a intenção de prosseguir na ação, 
admitindo qualquer meio de prova, e expresso quando declarado pelo 
querelante o perdão, devendo o querelado aceitar, sendo que essa aceitação 
conste de declaração assinada por este, seu representante legal ou procurador 
com poderes especiais, nos termos do art. 59, do Código de Processo Penal. 
 
4.3.5 RETRATAÇÃO DO AGENTE 
 
A retratação do agente é um ato jurídico unilateral, não dependendo de 
aceitação do suposto ofendido, devendo ser reduzida a termo pelo juiz. 
Poderá ser feita pelo próprio suposto ofensor ou por procurador com poderes 
especiais. 
Luiz Régis Prado ensina que para a retratação “é irrelevante a espontaneidade 
da declaração, bem como os motivos que a fundaram, mas é imprescindível 
sua voluntariedade”. 
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A retratação do agente só é possível, como mencionado, nos casos em que a 
lei a admite. A título de exemplo podemos citar: 
 
• Art. 143 do CP (calúnia e difamação); 
• Art. 342, § 2º, do CP (falso testemunho e falsa perícia); 
 
4.3.6 PERDÃO JUDICIAL 
 
Sob determinadas circunstâncias, deixará o juiz de aplicar a pena ao réu que 
comprovadamente é o autor do delito. Cabe o perdão apenas nas situações 
previstas expressamente na lei penal (vedada a analogia in bonam partem). 
Nos termos da súmula 18 do STJ, a sentença concessiva do perdão judicial é 
declaratória da extinção da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito 
condenatório. 
 
4.3.7 DECADÊNCIA, PEREMPÇÃO E PRESCRIÇÃO 
 
Podemos definir os institutos da seguinte forma: 
 
• Decadência � É a perda do direito de ação, por não havê-lo exercido o 
ofendido durante o prazo legal. 
• Perempção � É a perda, causada pela inércia processual do querelado, 
do direito de continuar a movimentar a ação penal exclusivamente 
privada 
• Prescrição � É a perda do direito de punir do Estado, pelo decurso de 
certo tempo. 
 
Vamos, a partir de agora, conhecer um pouco mais sobre os aspectos 
relacionados à prescrição: 
 
No Código Penal, encontramos dois grandes grupos de prescrição: 
 
1 – A PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA � Subdividida em: 
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• PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA PROPRIAMENTE DITA; 
• PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE; E 
• PRESCRIÇÃO RETROATIVA. 
 
2 – A PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA. 
 
Mas qual a principal diferença entre os dois grandes grupos? 
 
A linha divisória entre os dois é o TRÂNSITO EM JULGADO DA CONDENAÇÃO, ou 
seja, na prescrição da pretensão punitiva, não há trânsito em julgado para 
acusação e defesa ou para uma das partes. Diferentemente, na prescrição da 
pretensão executória, a sentença penal condenatória já transitou em julgado 
para as duas partes. 
Esquematizando: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vamos, a partir de agora, tratar bem objetivamente de cada forma de prescrição: 
PRESCRIÇÃO DA 
PRETENSÃO 
PUNITIVA 
PRESCRIÇÃO DA 
PRETENSÃO 
EXECUTÓRIA 
PRESCRIÇÃO DA 
PRETENSÃO PUNITIVA 
PROPRIAMENTE DITA 
PRESCRIÇÃO 
INTERCORRENTE 
PRESCRIÇÃO 
RETROATIVA 
Não há trânsito em 
julgado da condenação 
para nenhuma das 
partes. 
Há trânsito em julgado 
para a acusação, mas 
não para a defesa. 
Há trânsito em julgado 
para ambas as partes 
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4.3.1 PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA PROPRIAMENTE DITA 
 
Na prescrição da pretensão punitiva propriamente dita, não há trânsito em 
julgado para acusação nem para defesa. A prescrição da ação penal é 
calculada com base no máximo da pena privativa de liberdade 
ABSTRATAMENTE COMINADA ao crime. 
 
 
 
 
 
 
 
A prescrição da pretensão punitiva propriamente dita está disciplinada no art. 
109, caput, do CP, nos seguintes termos: 
 
Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença 
final, salvo o disposto no § 1o do art. 110 deste Código, regula-se 
pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, 
verificando-se: (Redação dada pela Lei nº 12.234, de 2010): 
SE A PENA COMINADA É: A PRESCRIÇÃO OCORRERÁ EM: 
Maior que 12 anos 20 anos 
Maior que 08 e até 12 anos 16 anos 
Maior que 04 e até 08 anos 12 anos 
Maior que 02 e até 04 anos 08 anos 
De 01 até 02 anos 04 anos 
Menor que 01 ano 03 anos 
CONHECER PARA ENTENDER 
A PENA EM ABSTRATO COMINADA É A QUE O LEGISLADOR DETERMINOU NA 
ELABORAÇÃO DA INFRAÇÃO PENAL, OU SEJA, A PENA MATERIAL PREVISTA NO 
CÓDIGO PENAL. 
 
JÁ A PENA EM CONCRETO, É AQUELA APLICADA PELO MAGISTRADO AO CASO 
CONCRETO, APÓS A ANÁLISE DO MÉRITO DO CASO. 
 
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DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
ANALISTA - MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
O termo inicial de contagem do prazo prescricional encontra-se disposto no 
art. 111 do CP: 
 
Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença

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