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SAMU 192 – É vedada a reprodução total ou parcial do conteúdo deste protocolo sem prévia autorização sob pena de sofrer as penalidades previstas nas leis de direitos autorais. ELABORADORES Maíza Sandra Ribeiro Macedo Coordenação Geral Robson Batista Coordenação Administrativa Lícia Muritiba Coordenação de Enfermagem José Luiz Oliveira Araújo Júnior Coordenador Médico Fabricia Passos Pinto Coordenação do NEP COLABORADORES Equipe Assistencial SAMU 192 2015 SAMU 192 – É vedada a reprodução total ou parcial do conteúdo deste protocolo sem prévia autorização sob pena de sofrer as penalidades previstas nas leis de direitos autorais. QUEIMADURA DEFINIÇÃO: São lesões corporais produzidas pelo contato com agente térmico, radioativo, químico ou elétrico, podendo causar a destruição parcial ou total das camadas do tecido epitelial, atingindo músculos, ossos e órgãos internos. RECONHECIMENTO: Deve-se investigar o agente causador da queimadura e os sintomas, classificando-a de acordo com a profundidade em: Queimaduras de primeiro grau: Atingem a epiderme, produzindo lesões dolorosas, hiperemiadas, com edema discreto. Queimaduras de segundo grau: Atingem a epiderme e a derme, produzindo lesões dolorosas, hiperemiadas, úmidas, com bolhas. Queimaduras de terceiro grau: Atingem a epiderme, derme e a hipoderme, podendo afetar tecidos subjacentes, produzindo lesões indolores, esbranquiçadas, endurecidas, com veias trombosadas. Delimitação da área queimada. FÓRMULA DE PARKLAND Para maior entendimento e aplicabilidade, utiliza-se a fórmula de Parkland, onde o corpo é dividido em áreas e serve de parâmetro para determinar a área e extensões na queimadura. SAMU 192 – É vedada a reprodução total ou parcial do conteúdo deste protocolo sem prévia autorização sob pena de sofrer as penalidades previstas nas leis de direitos autorais. Classificação das queimaduras de acordo com a profundidade I GRAU II GRAU III GRAU Causas + comuns Sol ou flash pequeno Líquidos quentes, flash ou fogo Químicas, elétricas, fogo, metais quentes Cor da pele Avermelhada Vermelho escuro Branco perolado ou translúcido Superfície da pele Seca e sem bolhas Bolhas e com umidade Seca com veias trombosadas Sensação Dolorosa Dolorosa Anestésica SAMU 192 – É vedada a reprodução total ou parcial do conteúdo deste protocolo sem prévia autorização sob pena de sofrer as penalidades previstas nas leis de direitos autorais. CONDUTA: - Avaliar inicialmente a cena constantemente, observando se apresenta segurança para você, sua equipe e demais. - Retirar a vítima do local de exposição dos agentes causadores da queimadura; - Identificar a causa da queimadura; - Aconselhar para que a vítima não corra; - Extinguir as chamas sobre a vítima ou suas roupas; - Remover a vítima do ambiente hostil; - Remover acessórios e roupas que não estejam aderidas ao corpo da vítima; - Lavar com água corrente. Evitar colocar água em cáusticos em pó. USB no Local: - Deitar a vítima; - Realizar avaliação clínicas completa e registro do agente causador, da extensão e da profundidade da queimadura; - Pesquisar história de queda, trauma associado e doenças associadas; - Remover acessórios e roupas que não estejam aderidas ao corpo da vítima; - Caso haja queimaduras de vias aéreas superiores ou inalação de gases tóxicos, providenciar ventilação por bolsa- válvula-máscara e avisar imediatamente à central de regulação; - Observar acesso venoso com reposição de Ringer Lactato e sondagem vesical; avaliar a necessidade de SVD (em caso de USI); - Observar analgesia: oral ou intramuscular no pequeno queimado e endovenosa no grande queimado, sob orientação do médico regulador; - Após analgesia, lavar com solução Fisiológica, faça um curativo com uma compressa limpa e úmida (solução fisiológica); - Em casos de queimaduras por agentes químicos, irrigar abundantemente com água corrente de baixo fluxo (após retirar o excesso do agente químico em pó, se for o acaso), por pelo menos 20 a 30 minutos. Não aplicar agentes neutralizantes, pois a reação é exotérmica, podendo agravar a queimadura; - Somente nas queimaduras de primeiro grau é permitido e recomendável beber água (quando necessário, acesso venoso para reposição hídrica); - Manter paciente enrolado em manta térmica evitando maior perda de calor; SAMU 192 – É vedada a reprodução total ou parcial do conteúdo deste protocolo sem prévia autorização sob pena de sofrer as penalidades previstas nas leis de direitos autorais. - Avaliação constante do quadro da vítima durante o transporte. - Não tentar retirar pedaços de roupa grudados na pele ou qualquer outro acessório que a vítima esteja portando. Se necessário, recorte em volta da roupa que está aderida a pele queimada. USA no local: - Caso seja a primeira unidade no atendimento, realizar procedimentos relatados anteriormente; - Realizar intubação orotraqueal precoce em casos de queimaduras de via aéreas, inalação de gases tóxicos, rebaixamento do nível de consciência, queimaduras profundas em face e pescoço; - Sedação com morfina ou fentanil. Se necessário AINH (naproxem, diclofenaco de sódio, ibuprofeno); - infusão continua em pacientes sob ventilação mecânica ou doses intermitentes em pacientes fora da ventilação mecânica; - 1º escolha: morfina 0,1 mg/Kg em bolus ou 0,05 a 0,2 mg/kg/h em infusão continua; - fentanyl (precaução em pacientes com instabilidade hemodinâmica ou com broncoespasmos). Dose: 0,5 a 1 mcg/kg em bolus (efeito de curta duração) ou 1 a 2 mcg/kg/h em infusão continua. - A infusão de volume é indicada apenas em queimaduras de segundo e terceiro graus, devendo utilizar cristalóides isotônicos, preferencialmente o Ringer Lactato. Manter débito urinário> 1 mL/Kg/h (SVD se superfície corporal queimada > 20%). Adulto: Para o cálculo das doses a serem administras nas primeiras 24horas a fórmulas mais simples é a de Parkland: volume (ml) = 4 x SCQ (%) x peso (Kg). A metade do volume a ser infundido deve ser administrado nas primeiras 8 horas subseqüentes à queimadura, um quarto nas últimas 8 horas. As soluções de colóides estão indicadas após as primeiras 24 horas, se a extensão da queimadura ultrapassa 40 – 50% e se os cristalóides são insuficientes para corrigir a hipovolemia. Criança: Nas crianças a fórmula de Parkland não é recomendada. As necessidades em líquidos são superiores e a margem terapêutica é mais estreita. É aconselhável administrar 5000 ml de Ringer Lactato por m2 de superfície corporal queimada e 2000 ml de Ringer Lactato por m2 de superfície corporal. A metade deste volume deve ser administrado nas primeiras oito horas subseqüentes à queimadura. A superfície corporal é encontrada a partir da regra dos nove. - Manter paciente enrolado em manta térmica evitando maior perda de calor; - Realizar avaliação constante do quadro da vítima durante o transporte; SAMU 192 – É vedada a reprodução total ou parcial do conteúdo deste protocolo sem prévia autorização sob pena de sofrer as penalidades previstas nas leis de direitos autorais. - Em queimaduras químicas lavar bem a área afetada com água corrente, exceto em caso de cáusticosem pó( soda caústica); - Em queimaduras de mãos e pés separar os dedos com compressa de gaze úmida e estéril; - As queimaduras corneanas superficiais devem ser tratadas com irrigação vigorosa, vedação ocular com gaze úmida e soro fisiológico 0,9%; - Não tentar retirar pedaços de roupa grudados na pele ou qualquer outro acessório que a vítima esteja portando. Se necessário, recorte em volta da roupa que está aderida a pele queimada. Classificação da queimadura quanto à extensão: Pequeno Queimado Queimado leve Médio queimado Queimado Moderado Grande queimado Queimado Grave Adultos: : ≤ 10% SCQ de 1º e 2º grau Adultos: 10-20% de SCQ de 2º grau; ≥ 10% de SCQ de 3º grau que não afetem olhos, orelhas, face ou genitais Adultos: >20% de SCQ de 2º grau; >10% de SCQ de 3ºgrau; Pequeno Queimado Queimado leve Médio queimado Queimado Moderado Grande queimado Queimado Grave Criança: ≤ 5% de SCQ de 1º e 2º grau Criança: 5-15% de SCQ de 2ºgrau; ≤ 5% de SCQ de 3º grau que não afetem olhos, orelhas, face ou genitais. Crianças: >10% de SCQ de 2º grau; >5% de SCQ de 3º grau; Adultos e Crianças: queimaduras que envolvam olhos, ouvidos, orelhas, face, mãos, pés, períneo e genitais. - todas as lesões inaltórias com ou sem queimaduras. - queimaduras elétricas; - queimaduras com trauma concomitante. - queimaduras em pacientes SAMU 192 – É vedada a reprodução total ou parcial do conteúdo deste protocolo sem prévia autorização sob pena de sofrer as penalidades previstas nas leis de direitos autorais. de alto risco (p. ex.: diabetes, gravidez, DPOC,câncer, etc.) - queimaduras em paciente psiquiátricos SAMU 192 – É vedada a reprodução total ou parcial do conteúdo deste protocolo sem prévia autorização sob pena de sofrer as penalidades previstas nas leis de direitos autorais. Algoritmo para atendimento pré – hospitalar do paciente queimado, com possível lesão inalatória Queimadura de face + Dispnéia + História de Exposição à fumaça Sinais de insuficiência respiratória Glasgow < 8 C- Avaliar pulso e pressão, Obter dois acessos venosos calibrosos, observar hemorragias e corrigi-las, iniciar reposição volêmica com cristalóide D- Determinar nível de consciência, avaliar déficits neurológicos e pupilas A/B Garantir patência das vias aéreas, respiração e estabilizar coluna cervical A/B Manejo avançado de vias aéreas + ventilação mecânica E- Exposição total do paciente em busca de lesão, cobertura das áreas queimadas com filme de PVC, resfriamento das lesões com prevenção da hipotermia Transporte para hospital capaz de dar suporte a grandes queimados SIM NÃO
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