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Preparação Física Geral
UNIDERP - ANHANGUERA
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Debby Feer Silva
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na realidade, o que corrobora na relação entre os princípios da Individualidade Biológica e da Especificidade. Assim, o Princípio da Especificidade que "o treinamento deve ser montado sobre os requisitos específicos da performance desportiva em termos de qualidade física interveniente, sistema energético preponde- rante, segmento corporal utilizado e coordenações psicomotoras utilizadas" (DANTAS, 2003, p. 58). A partir do surgimento do conceito de treinamento total, quan- do todo o trabalho de preparação passou a ser feito de forma sistêmica, integrada e voltada para objetivos claramente enun- ciados, a orientação do treinamento por meio dos métodos de trabalho veio paulatinamente perdendo a razão de ser. Hoje em dia, nos grandes centros desportivos, esta forma de orientação do treinamento foi totalmente abandonada em proveito da de- signação da forma de trabalho pela qualidade física que se pre- 63© PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL UNIDADE 1 – PrINcíPIos cIENtífIcos Do trEINAmENto tende atingir. Associando-se este conceito à preocupação em adequar o treinamento do segmento corporal ao do sistema energético e ao do gesto desportivo, utilizados na performance, ter-se-á o surgimento de um sexto princípio científico do trei- namento desportivo, o princípio da especificidade que vem a se somar aos já existentes (DANTAS, 2003, p. 57). O Princípio da Especificidade se refletirá em duas amplas categorias de fundamentos fisiológicos: • Aspectos metabólicos. • Aspectos neuromusculares. Os aspectos metabólicos compreenderão dois componen- tes, os sistemas energéticos e o sistema cardiorrespiratório. Assim, Dantas (2003, p. 58) traz a seguinte citação: Os sistemas energéticos, como já foi enfatizado repetidamente, possuem capacidades e potências diferentes. Devido a essas di- ferenças, a intensidade e a duração do exercício determinam o sistema energético predominante solicitado (estressado) du- rante qualquer exercício determinado. Os exercícios de baixa in- tensidade e longa duração dependem maciçamente do sistema aeróbico, e os exercícios de alta intensidade e curta duração, dos sistemas anaeróbicos. quanto mais solicitado for determi- nado sistema energético, maior será o potencial de aprimora- mento na execução das atividades que dependem desse siste- ma. Assim sendo, com os programas de treinamento é essencial utilizar o tipo de exercício que solicita o sistema ou os sistemas energéticos primários utilizados durante a realização da ativida- de para a qual o atleta está treinando (MATTHEWS & FOX, 1983 apud Dantas, 2003, p. 58). Assim o educador físico (treinador) deverá ter precisão na determinação da via energética predominante, estando ciente da duração e intensidade do exercício, imposto pelo princípio da 64 © PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL UNIDADE 1 – PrINcíPIos cIENtífIcos Do trEINAmENto especificidade o treinamento visará a uma ou a outra qualidade física, como é mostrado na figura. Quadro 2 Correlação entre as qualidades físicas e as vias energéticas. Fonte: Dantas (2003, p. 59). Desta forma o sistema cardiorrespiratório se integrará ao sistema aeróbio atuando sobre a base bioquímica da bioenergé- tica, assim, o princípio da especificidade sugere que deve além de treinar o sistema energético e o cardiorrespiratório, deve-se fazê-lo dentro dos parâmetros da prova que se pretende realizar especificando o treinamento. A dosagem certa entre o treinamento específico e o não-espe- cífico só poderá ser dada pelo feeling do treinador, que deverá balancear entre a necessidade de se realizar um trabalho idên- tico ao da performance pelo maior tempo possível e a satura- ção proveniente de fazer sempre a mesma atividade (DANTAS, 2003, p. 59). Quando destacamos os aspectos neuromusculares do princípio da especificidade também teremos dois componentes, o tipo de fibra muscular adequado à performance e o padrão de recrutamento das unidades motoras para a realização do gesto desportivo. 65© PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL UNIDADE 1 – PrINcíPIos cIENtífIcos Do trEINAmENto Os tipos básicos de fibra muscular, Fibras do tipo 1 e Fi- bras do tipo 2 possuem características específicas, dando a estas mediante ao perfil de desempenho distinção aeróbia ou anaeró- bia, desta forma, temos as fibras do tipo 1, também chamadas de oxidativas, com especificidade de esforços aeróbicos por sua grande capacidade oxidativa e pequena capacidade glicolítica e as fibras do tipo II em especial do subtipo 2 b, que possuem capacidade glicolítica, sendo evidenciada em atividades anaeró- bias (DANTAS, 2003). Ainda continuando as elucidações de Dantas (2003), que veio para complementar com o Princípio da Especificidade os cinco primeiros princípios apresentados: [...] o segundo componente dos aspectos neuromusculares é controlado, principalmente pelo sistema nervoso central ao ní- vel de cérebro, bulbo e medula espinhal e pressupõe que to- dos os gestos esportivos, realizados durante a performance, já estejam perfeitamente "aprendidos" de forma a permitir que, durante a performance, não se tenha que criar coordenações neuromusculares novas, mas tão somente "lembrar-se" de um movimento já assimilado e executá-lo. A psicologia da aprendizagem ensina que o conhecimento, ou movimento, uma vez aprendido fica armazenado no neocórtex sob forma de engrama (que consiste num determinado padrão de ligação entre os neurônios). O engrama, que é sempre utili- zado, fica cada vez mais "nítido" e "forte" ao passo que aquele que não é utilizado se enfraquece e pode até se extinguir. Se um gesto esportivo for repetido com constância, seu engra- ma ficará tão forte a ponto de permitir a execução do gesto de forma reflexa, através de uma rápida comparação, pelo bulbo, entre as reações neuromusculares e o engrama (DANTAS, 2003, p. 59). Assim, podemos notar que o aprimoramento da habilidade técnica e a execução dos movimentos possíveis durante o treina- 66 © PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL UNIDADE 1 – PrINcíPIos cIENtífIcos Do trEINAmENto mento, para a aquisição e reforço dos engramas solicitados pelo esporte praticado será mais demorado conforme sua complexi- dade em termos neuromotores, assim, no treinamento, o educa- dor físico (treinador) deve solicitar os mesmos grupos muscula- res que serão executados no esporte para melhor desempenho estimulando ao máximo os padrões de movimento necessários para a competição. Para demonstrar de maneira esquemática os aspectos componentes da especificidade podemos recorrer a figura. Fonte: MATTHEWS & FOX (1983) apud Dantas (2003, p. 60). Figura 18 Resumo das principais interações fisiológicas no princípio da especificidade. 67© PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL UNIDADE 1 – PrINcíPIos cIENtífIcos Do trEINAmENto Princípio da Variabilidade e Princípio da Saúde Estes dois princípios foram apresentados por Gomes da Costa (1996) complementando os estudos realizados por Mano- el Tubino e Estélio Dantas. O Princípio da Variabilidade é também denominado de Princípio da Generalidade e se fundamenta na ideia do Treina- mento Total, ou seja, no desenvolvimento global, se utilizando das mais variadas formas de treinamento, com métodos, estra- tégias, exercícios, intensidades, etc. Conforme os objetivos serão estabelecidos previamente: Quanto maior for a diversificação desses estímulos – é obvio que estes devem estar em conformidade com todos os concei- tos de segurança e eficiência que regem a atividade – maiores serão as possibilidades de se atingir uma melhor performance (GOMES DA COSTA, 1996, p. 357). O Princípio da Saúde, como a própria definição o diz está diretamente ligado ao objetivo maior de uma atividade física que é a obtenção e manutenção da saúde do indivíduo, desta forma o autor do princípio Gomes da Costa (1996, p. 358) define: Assim, não só a