Direito Administrativo - Aula 14 - Poderes II

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LIMITES DO PODER DISCRICIONÁRIO
O poder discricionário é aquele em que o agente público possui razoável 
liberdade de atuação, dentro dos limites fixados em lei. Além dos limites previs-
tos em lei, há, também, como limites, os princípios da razoabilidade e da propor-
cionalidade.
Dessa forma, há três limites, quais sejam:
• Lei.
• Princípio da Razoabilidade.
• Princípio da Proporcionalidade.
Antigamente, o ato válido era aquele praticado de acordo com a lei. Já o ato 
inválido era aquele praticado em desacordo com a lei.
Hoje, para que um ato seja válido, ele deve estar de acordo com a lei, porém 
não pode violar princípios. Pode existir ato que esteja de acordo com a lei, mas 
que seja inválido, por violar princípios da Administração. Os atos que violam prin-
cípios se tornam ilegais.
Ex.: ato discricionário de acordo com a lei que viola o princípio da razoabili-
dade.
Ato válido = Lei + Princípios
Em suma:
• No poder vinculado, não há liberdade de atuação. A lei vincula toda atua-
ção do agente.
• Há razoável liberdade de atuação dentro dos limites fixados em lei.
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3. Poder Regulamentar
É a prerrogativa conferida ao Chefe do Executivo para editar decretos.
Atenção!
O Chefe do Executivo pode ser:
• Presidente da República.
• Governador.
• Prefeito.
Há duas espécies de decreto, quais sejam: 
1. Decreto Regulamentar
É aquele que apenas regulamenta uma lei, não podendo inovar a ordem jurí-
dica. O decreto não pode extrapolar os limites da lei.
2. Decreto Autônomo
É aquele que independe de lei, podendo inovar a ordem jurídica. Somente 
pode ser usado nas hipóteses do art. 84, inciso VI, da CF/88.
São atos gerais e
regulamentares. 
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Decreto Autônomo
O decreto autônomo pode ser utilizado em duas hipóteses:
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
[...]
VI – dispor, mediante decreto, sobre: 
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar au-
mento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos.
Atenção!
Não se pode, mediante decreto, dispor sobre aumento de despesa nem criar e 
extinguir órgão público, pois, nesses casos, deve-se editar lei. 
O cargo público é criado por meio de lei, sendo extinto, também, por meio de 
lei – princípio da simetria. A exceção estabelecida no art. 84, inciso VI, alínea b, 
ou seja, extinção de funções ou cargos públicos por meio de decreto, é válida 
somente para cargo vago.
O poder público edita outros atos normativos além do decreto, tais como:
• Resoluções.
• Portarias.
• Regimentos.
Atenção!
Os atos normativos – resoluções, portarias e regimentos – editados pelo poder 
público não fazem parte do poder regulamentar. Somente faz parte do poder 
regulamentar o ato normativo: decreto. 
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O poder normativo permite que todas as autoridades competentes editem 
normas.
4. Poder Hierárquico
O poder hierárquico decorre de uma relação de subordinação que surge do
fenômeno da desconcentração. Ele está presente em todos os poderes: Legisla-
tivo, Executivo e Judiciário (âmbito interno).
O poder hierárquico é a prerrogativa conferida ao superior para coordenar, 
corrigir, controlar ou fiscalizar a atuação de seus subordinados.
O superior, no âmbito do poder hierárquico, tem a prerrogativa de verificar a 
legalidade – ato de acordo com a lei – e o mérito – oportunidade e conveniência.
Atenção!
O subordinado deve cumprir todas as ordens superiores, salvo as 
manifestamente ilegais.
Entre a administração direta – União, Estados, DF e municípios – e a 
administração indireta – autarquias, fundações, empresas públicas e 
sociedades de economia mista – não há subordinação, apenas vinculação. 
Dessa forma, não há poder hierárquico entre administração direta e indireta.
Administração VINCULAÇÃO Administração 
 Direta Indireta
Não há poder
hierárquico
Também decorre do poder hierárquico a possibilidade de delegação – trans-
ferir de uma autoridade para outra – e de avocação – chamar para si.
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Delegação de Competência 
Lei n. 9.784/1999
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento 
legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que 
estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em 
razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à delegação de com-
petência dos órgãos colegiados aos respectivos presidentes.
Atenção!
O art. 13 é cobrado, em prova, de forma recorrente. Veja:
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação: 
I – a edição de atos de caráter normativo; 
II – a decisão de recursos administrativos; 
III – as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade. 
Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio ofi-
cial. 
§ 1º O ato de delegação especificará as matérias e poderes transferidos, os limites
da atuação do delegado, a duração e os objetivos da delegação e o recurso cabí-
vel, podendo conter ressalva de exercício da atribuição delegada.
§ 2º O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante.
§ 3º As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta
qualidade e considerar-se-ão editadas pelo delegado.
Ex.: A delega competência para B. A é chamado de delegante e B de 
delegado. O § 3º, do art. 14, dispõe que, quando B está atuando por 
delegação, ele está atuando em seu nome e não em nome do A.
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Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com 
a aula preparada e ministrada pelo professor Ivan Lucas.