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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _____ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE CAUCAIA, CEARÁ.
Autos XXX
Autor: Ministério Público
Denunciado: EVALDO CAETANOFREITAS
 EVALDO CAETANO FREITAS, brasileiro, solteiro, autônomo, portador da Carteira de Identidade nº 20080935103 SSP/UF, inscrito no CPF sob o nº __________, residente à Rua Padre Cícero nº 3046 , Bairro Potira, através de seu procurador ao final subscrito (ANEXO 1 – PROCURAÇÃO), vem respeitosamente à presença de V. Exa., apresentar:
DEFESA PRÉVIA
Nos termos do art. 55 da lei nº 11.343/06, em face da denúncia oferecida pelo Ministério Público, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.
1. FATOS
 O Ministério Público, através de denúncia subscrita pelo Ilustre Promotor de Justiça, imputa-lhe a prática do crime previsto no art. 33 da lei nº 11.343/06, sob o argumento de que, no dia 23 de Janeiro de 2018, o acusado estaria saindo de uma residência na cidade de Caucaia, quando foi surpreendido por uma viatura da polícia militar, sendo abordado por eles, sendo encontrado em seu bolso 3(três) trouxinhas de maconha, e o mesmo foi preso em flagrante delito, pelo crime de tráfico de drogas.
Em breve síntese, esses são os fatos.
2. FUNDAMENTOS
 Da Competência do Juizado Especial Criminal para infração prevista no art. 28 da lei nº 11.343/2006.
 Em que pese o entendimento do Ilustre representante do Parquet, a denúncia não pode ser recebida, por inexistirem evidencias concretas da pratica de tráfico ilícito de entorpecentes.
 O Sr. Evaldo Caetano Freitas possui residencia fixa, teve passagens pela polícia há 4 (quatro) anos atrás, porém , nunca teve qualquer envolvimento com a venda de drogas ilícitas.
 O acusado, como em depoimento, admite ser usuário de maconha. Afirma ainda que teria passado na determinada residência para adquirir tal substância para uso próprio.
 No depoimento dos policiais, os mesmo afirmaram que abordaram EVALDO CAETANO FREITAS, por o mesmo estar sob atitude suspeita, e que não havia denúncia contra ele.
 Ora excelência, fica claro que o acusado não possui vínculo com a traficância, sendo um mero usuário de drogas.
2.1. DA ATIPICIDADE DA CONDUTA
 A pretensão punitiva deduzida pelo Ministério Público carece de fundamento legal, devendo ser rejeitada a denúncia, pois o fato narrado na inicial constitui uma modalidade de despenalização, na medida em que não foi apreendida com a denunciada quantidade significativamente grande de drogas.
 Há de salientar que em momento algum o Sr. Evaldo Caetano Freitas foi avistado entregando ou fazendo qualquer tipo de menção a comercialização de drogas, pelo contrário, estava sozinho no local.
 Deve ser entendido, que o direito penal cuida da realidade fática dos fatos e não de meras conjecturas ou presunções.
 Ponto importante a ser lembrado, e que na pratica da comercialização de drogas, sempre é encontrado com o suspeito, quantidades significativas de dinheiro trocado, e que com o Sr. Evaldo, foi encontrado apenas três trouxinhas de maconha, quantidade insignificante para se qualificar um crime de tráfico.
 O contexto probatório desenhado no processo pelo Ilustre representante do Ministério Público é ilusório, não existe, pois está calcado apenas em suposições, indícios e ilações duvidosas, que a luz do Direito é impossível de ser usado para tornar fato típico.
 O princípio da não culpabilidade previsto na Constituição da República e o princípio da inocência estabelecido nas convenções internacionais conferem ao Réu segurança processual. O Ministério Público enfrenta o ônus de comprovar a materialidade e a autoria delituosa no que concerne a mercancia em relação ao denunciado.
 Deste modo, pugna pela rejeição da denúncia, por falta de suporte probatório mínimo para seu recebimento.
4. PEDIDO
Ante o exposto, requer-se que Vossa Excelência se digne:
a) a acolher a presente defesa prévia, bem como rejeitar a denúncia, determinando a expedição do competente alvará de soltura;
b) caso Vossa Excelência entenda pelo recebimento da denúncia, que seja realizada a desclassificação do crime de tráfico de drogas para o crime prescrito do art. 28 da lei nº 11.343/2006 – uso de entorpecentes, determinando-se com consequência a remessa dos autos ao Juizado Especial Criminal desta comarca – juízo competente;
Termos em que
Pede e aguarda DEFERIMENTO
Loal, Data
________________________
ADVOGADO
OAB/GO

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