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AO JUÍZO DE DIREITO DA VARA ESPECIALIZADA EM CRIME DE USO E TRÁFICO DE ENTORPECENTES DA COMARCA DE MANAUS
 
Inquerito Policial nº.
Objeto: defesa preliminar à Luz da Lei nº 11.343/06
Moises, brasileiro, solteiro, Motorista de Taxi, portador da carteira de identidade nº. 1234567-8, inscrito sob o CPF nº. 001.002.003-04, residente e domiciliado a Rua drogasil Na cidade de Manaus, CEP: 69400-171, por seu advogado que esta subscreve, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, tempestivamente, apresentar a sua
DEFESA PRÉVIA
Com fulcro no art. 5º, LV, da Constituição Federal c/c artigo 55 e § 1º da Lei n.º 11.343/06, para dizer que, “data venia” não concorda com os termos da denúncia ofertada, ao tempo que requer seja julgada improcedente a denúncia, absolvendo sumariamente o denunciado pelas razões a seguir expostas.
1. ESCLARECIMENTOS INICIAIS
1.1 DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
 Ab initio, insta esclarecer que o Denunciado Moises trata de pessoa que goza de pouca condição econômica, haja vista tratar-se arrimo de família. Trabalha Como Motorista de Taxi, eventualmente, trabalha Como taxista para ajudar em casa, faz frente a uma Gama de despesas decorrentes da manutenção de um lar.
Logo, é forçoso perceber que não pode o denunciado arcar com os custos e despesas decorrentes de um processo judicial, sem privar a si mesmo do próprio sustento, ou mesmo de seus familiares.
Assim, requer-se, desde já, com base nos Arts. 98 , 99 do CPC e Art. 32,§ 1º do CPP, que se digne Vossa Excelência em conceder os benefícios da assistência judiciária nos termos da legislação em vigor, mormente por não dispor de recurso material para arcar com os custos e despesas processuais.
2. SINTESE DO INQUERITO – APFD
A prisão em flagrante foi relaxada pelo juiz plantonista, pois não ficou caracterizada nenhuma das hipóteses de flagrante e ainda não havia laudo de constatação preliminar da droga.
Pois bem, diante de todo o exposto perceba que ficou demonstrado que o Denunciado não tem nenhuma relação com o denunciado Moises e menos ainda com o crime aqui injustamente imputado. Tanto é assim que, se quer foi expedido nota de culpa ao Denunciado Moises, e ainda mais, o próprio Delegado de Policia no despacho ratificador ressaltou que os elementos de autoria e materialidade não se passaram em relação ao denunciado. 
Não obstante, o Douto Juiz de Direito em sua decisão decidiu pela exclusão do nome do denunciado da capa dos autos e do SICOM.
É a síntese.
3. DA VERDADE DOS FATOS
 O denunciado Moises trabalha como Motorista de taxi, é uma pessoa honesta, tem residência fixa, frequentador da Igreja Jesus me deu, onde realiza reuniões todos os sabados, nunca foi preso ou mesmo processado por qualquer tipo de conduta. Ademais, se quer já foi envolvido em BO.
Ocorre que Moises foi preso em flagrante por suspeita de vender
cigarro de maconha na rua onde mora.
 A prisão em flagrante foi relaxada pelo
juiz plantonista, pois não ficou caracterizada nenhuma das hipóteses de
flagrante e ainda não havia laudo de constatação preliminar da droga.
São os fatos.
4. DO MÉRITO - SUPOSTO TRÁFICO ART. 33 DA LEI 11.343/06
O denunciado Moises certamente será absolvido pelo MM. Juiz, porque os termos da denúncia não condizem com a verdade, vez que, repito, o denunciado não cometeu nenhum delito.
Segundo a regra insculpida no artigo 33, "caput" da lei 11.343/06, o crime consiste em praticar qualquer uma dentre as dezoito formas de condutas puníveis previstas (que são os núcleos do tipo), sendo algumas permanentes e outras instantâneas.
Assim, para a caracterização do crime acima é necessário a vontade livre e consciente de praticar uma das ações previstas neste tipo penal.
Pois bem, sobre a necessidade de demonstração do dolo na conduta, ensina Renato Brasileiro de Lima (Legislação Criminal Especial Comentada, p. 729, 2014):
“Os crimes de tráfico de drogas previstos no art.33 da Lei de Drogas são punidos exclusivamente a título de dolo, ou seja, deve o agente ter consciência e vontade de praticar qualquer dos núcleos verbais constantes do art. 33, ciente de que o faz sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar.”(Destacamos)
Pois bem, o Denunciado é inocente e vítima da situação a qual esta injustamente sendo acusado.
No presente caso era impossível que o soubesse que o denunciado não estava vendendo drogas, e que somente a apenas estava conversando com seus amigos na esquina de sua rua. 
Desta feita, conclui-se que as provas são irrefutáveis no sentido de que o denunciado não tinha drogas consigo. Resta claro que a conduta do denunciado é isenta de culpa ou dolo. A conduta é atípica, não caracterizada pelo artigo 33, caput da Lei 11.343/06, agindo claramente em erro essencial invencível Excelência.
Destarte, no presente caso, merece o acusado ser absolvido sumariamente, com fulcro no art. 397, II, do CPP, que trata da absolvição ante a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente.
Outrossim, em caso de não acolhimento do pedido de absolvição sumária, que ao final da instrução processual, que seja o acusado absolvido, com fulcro no art. 386, VI do Código de Processo Penal.
5. DOS PEDIDOS
DIANTE DO EXPOSTO, requer:
1) A rejeição da denúncia, com fulcro no art. 395, I e III do CPP;
2) Caso o pedido retro não seja acolhido, requer a absolvição sumária do denunciado Moises com fulcro no art. 397, II, do CPP;
3) Caso o pedido retro não seja acolhido, que ao final seja o réu ABSOLVIDO, com fulcro no art. 386, VI, do CPP.
4) Requer a juntada da procuração e declaração de pobreza.
Em caso de entendimento diverso, protesta-se desde já, por todos os meios de provas admitidas em direito, em especial a pericial a ser realizado no aparelho celular pertencente ao denunciado Moises bem como protesta pela oitiva das testemunhas, cujo rol segue anexo, e que devidamente intimadas, comparecerão às audiências que forem designadas.
 Termos em que,
Pede Deferimento.
Manaus, 15 de maio de 2020.
ROL DE TESTEMUNAS
1. João
2. Maria
3. as testemunhas/declarantes arroladas Na denúncia.
SILAS RODRIGUES DA CRUZ
ADVOGADO

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