Buscar

Apostila Metodos Alternativos de Solução de Conflitos 2014-2

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 60 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 60 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 60 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

� � PAGE �60�
� � PAGE �59�
UNIP – Universidade Paulista
Curso de DIREITO 
APOSTILA 
MÉTODOS ALTERNATIVOS DE 
SOLUÇÃO DE CONFLITOS 
Prof. Esc. Lister de Freitas Albernaz
Goiânia
2014
MÉTODOS ALTERNATIVOS DE 
SOLUÇÃO DE CONFLITOS 
APRESENTAÇÃO DA MATÉRIA. OBJETIVOS.
Promover a compreensão e a importância dos métodos alternativos de resolução de conflitos, assim como apresentar e discutir aos conhecimentos teóricos e práticos a respeito das formas alternativas de solução de controvérsias e sua interação com o Poder Judiciário.
Apresentar os fundamentos dos métodos alternativos de resolução de conflitos. 
Preparar para utilização de elementos de doutrina, jurisprudência e legislação componentes dos métodos alternativos de resolução de conflitos.
Analisar criticamente os recursos – normalmente privados – para a solução de conflitos, controvérsias, litígios e impasses.
INTRODUÇÃO
 
Com o advento da globalização e competição mais acirrada no mundo dos negócios, torna-se importante e necessário que as decisões relativas a conflitos de ordem negocial sejam tomadas com rapidez, de forma efetiva, criativa, amigável e econômica. 
O modelo tradicional de solução de controvérsias, pela via do Judiciário, não tem acompanhado a expansão da economia de mercado e poderá interferir no desenvolvimento de nosso País. 
O sistema emperrado e o desfuncionamento do atual modelo do Judiciário brasileiro ocorre: burocracia da Justiça, morosidade nos processos, sobrecarga dos tribunais e elevado custo da demanda judicial. 
Em transações comerciais, não mais se admite que cargas de produtos perecíveis fiquem paradas em razão de entraves burocráticos e discussões judiciais, para somente serem liberadas após seu perecimento. 
TEORIA DO CONFLITO
QUE SÃO CONFLITOS?
Existem várias definições de Conflito e do que pode ser o conflito mas podemos dizer que os conflitos são situações que se caracterizam por uma escassez de recursos onde se associa um sentimento de hostilidade. Também podemos definir o conflito como sendo o processo que se inicia quando uma parte percepciona que a outra o tem afetado negativamente ou está com intenções de o fazer em algo importante. Ele faz parte da nossa vida pessoal, social, empresarial, etc. 
O Conflito é sustentado pelas ações e reações de ambas as partes, ou seja pela interação entre ambas. Pelo menos uma das partes percepciona que a situação se caracteriza pela incompatibilidade de objetivos, metas, valores, e que tal pode dificultar ou inviabilizar o que pretende. 
Existem vários níveis de conflitos:
Intrapessoais - O conflito ocorrer dentro do indivíduo. Pode tratar-se de um conflito atração–atração, repulsão–repulsão ou ainda atração-repulsão.
Interpessoal – O conflito ocorre entre indivíduos.
Organizacionais - Os conflitos organizacionais podem ser divididos em várias vertentes. Temos o conflito intragrupal, quando o conflito ocorrer dentro de um pequeno grupo. Existe também o conflito intergrupal onde o conflito ocorrer entre grupos de uma mesma organização.
De referir que temos ainda os conflitos inter-organizacionais que ocorrem entre organizações e os conflitos intra-organizacionais que abrangem a generalidade das partes da organização.
Identicamente existem outras designações para os níveis de conflitos. Diversos autores indicam que os conflitos podem ser divididos em dois grupos:
Cognitivos – Que resultam da divergência na avaliação de dados empíricos ou factuais e expressam-se controversamente.
Normativos – Da qual resultam de divergências em assuntos e matérias relacionadas com as formas apropriadas de comportamento.
SITUAÇÕES QUE GERAM CONFLITOS
Para se fazer uma boa gestão de conflitos e também os prevenis é necessário conhecer as situações que têm tendência a gerar conflitos.
A interdependência de funções são das situações chave que dão origem a conflito, pois se o trabalho de uma pessoa esta dependente do trabalho de outra é bastante provável que surjam conflitos.
Outra situação que se deve referir é a indefinição das “regras do jogo”. Quando se instala a ambiguidade quer seja em relações profissionais como pessoais, dá origem a interpretações às quais as partes intervenientes podem não estar de acordo. Igualmente geradora de conflitos está a situação de interdependência de recursos. Em todas as situações em que os recursos são escassos em relação ao desejado vai ocorrer uma discordância em como reparti-los.
O conflito esta presente em situações onde existe um sistema de recompensas competitivas pois basicamente se verifica que para um indivíduo ganhar e ser premiado o outro não o será.
Possivelmente a situação mais geradora de conflitos será a mudança. O ser humanos é um animal de hábitos e nem sempre encara a mudança como algo positivo ou desejável,
pois a mudança provoca ansiedade. Ansiedade essa que depois se vai traduzir em falta de segurança e num esforço adicional para se adaptar à nova realidade. Podem igualmente surgir situações de conflito quando a mudança é imposta ao indivíduo. Basicamente o receio da mudança é devido a incerteza do futuro, perda de privilégios adquiridos e que ela constitua uma crítica.
QUAIS AS ESTRATÉGIAS FUNDAMENTAIS NA GESTÃO DE CONFLITOS?
Neste estudo sobre a gestão de conflitos podemos referir as cinco principais estratégias de gestão de conflitos, salientando as vantagens e desvantagens de cada uma. 
Uma das cinco estratégias é o evitamento, onde um indivíduo opta por não entrar na divergência e evita a todo o custo a confrontação. A principal vantagem deste tipo de estratégia e o ganho de tempo para resolver o divergência. A desvantagem é que se trata de uma solução provisória que não ataca o problema diretamente. Quando o problema é trivial e impossível de concretizar os interesses de ambas as partes é uma estratégia a ter em consideração.
A acomodação também é uma estratégia de gestão de conflito com a vantagem de encorajamento de cooperação futura mas a desvantagem de poder ocorrer o fracasso em lidar com o problema subjacente. Não se aconselha este tipo de atitude quando os problemas são complexos e difíceis. Um exemplo em que este tipo de estratégia e apropriada é quando existe o receio de a outra parte não ter uma ação ética.
Uma estratégia muito conhecida na gestão de conflitos é a competição/dominação, onde o próprio nome da estratégia define o tipo de comportamento. A vantagem deste tipo de atitude é que pode estimular a criatividade, a rapidez e energizar as pessoas. A grande desvantagem é que cria ressentimentos da outra parte interveniente, o que pode dificultar negociações futuras. Este tipo de estratégia não é aconselhável em ambientes abertos e participativos e quando o assunto é complexo. No entanto é adequado quando uma decisão que não agrada ambas as partes tem de ser tomada e o prazo limite de tempo está a expirar.
O compromisso permite soluções rápidas não gerando perdedores em ambas as partes. Por norma, com este tipo de estratégia, nenhuma das partes fica satisfeita ocorrendo o abafamento de ideias criativas para os problemas. O compromisso torna-se apropriado quando ambas as partes intervenientes detêm poderes equilibrados e quando é necessário uma solução temporária para um problema complexo. É desaconselhável quando a questão a ser resolvida necessita de uma abordagem colaborativa. 
Resta então referir a quinta estratégia de gestão de conflitos que será a colaboração. Neste tipo de situação, vai acontecer ambas as partes lidarem com os problemas e não com os sintomas. Vão lidar com interesses e não posições, o que é uma vantagem da colaboração. O únicoinconveniente a salientar é o tempo excessivo que é necessário neste tipo de situações. Quando se tem de tomar uma decisão a longo prazo e os assuntos são complicados é uma estratégia adequada, mas se o tempo é escasso e a outra parte atua de um modo competitivo é uma estratégia a não ter em consideração.
POTENCIAIS EFEITOS POSITIVOS E NEGATIVOS DO CONFLITO
Atualmente a abordagem ao Conflito é positiva, pois é encarado como um fator de mudança e um estimulador a criatividade e à inovação.
A abordagem tradicional ao conflito é exatamente o oposto. É algo negativo, assustador e a evitar. Tanto uma abordagem como a outra são aceitáveis e referem aspectos positivos e negativos do conflito.
Alguns aspectos positivos do conflito são:
■ Gera motivação e energia para executar melhor as tarefas
■ Facilita a inovação, a mudança e a adaptação
■ Torna o clima organizacional mais entusiasmante
■ Reduz a preguiça social
■ As pessoas aprendem através do confronto de ideias, o que pode melhorar a qualidade das decisões
■ Permite libertar tensões
Alguns aspectos negativos do conflito são:
● Induz cada adversário a fazer atribuições hostis ao outro
● Provoca impasses e atrasos no processo decisório
● Provoca decréscimo nos níveis de satisfação
● Reduz o empenhamento organizacional
● Destrói a moral dos grupos e organizações
● Suscita comportamentos retaliatórios e irresponsáveis
A Negociação e os conflitos são processos complexos que ocorrem nos mais diversos sectores da vida quotidiano de todos os seres humanos.
Foram referidas ao longo deste trabalho algumas táticas e estratégias de modo a gerir os conflitos através de uma visão adequada da negociação
NEGOCIAÇÃO
O QUE É A NEGOCIAÇÃO?
A Negociação ocorre nos mais diversos planos da vida de um indivíduo, a nível pessoal, econômica, social e organizacional. Trata-se do processo através do qual as partes que se encontram em disputa tentam alcançar uma decisão conjunta nos assuntos em questão. A negociação faz parte do nosso dia-a-dia: O comprador negocia com o vendedor, os trabalhadores e a administração de uma empresa negociam as condições de prestação de serviços, um jovem negocia a sua hora de regresso a casa.
A necessidade de negociar está presente no nosso dia-a-dia podendo surgir a qualquer momento. Apesar das negociações se realizarem diariamente não é fácil fazê-las bem, onde as estratégias conhecidas de negociação podem deixar as pessoas insatisfeitas, exaustas ou indiferentes. Perante este dilema existe duas formas gerais de negociar: ou são flexíveis ou inflexíveis. O negociador flexível tenta evitar o conflito pessoal o que por vezes o pode fazer sentir explorado. O negociador inflexível encara qualquer situação como um confronto de vontades, no qual assume uma posição de querer ganhar, o que pode dar origem a uma resposta igualmente agressiva afetando assim a sua relação com a parte contrária.
Resta também referir que a negociação é um processo complexo que ocorrer no quotidiano de todos, consoante as origens culturais em que cada pessoa está inserida. De referi que sem comunicação não há negociação, é um processo de comunicação recíproco com o intuito de alcançar uma decisão comum. Não é fácil comunicar, mesmo entre as pessoas com valores e experiências comuns.
CARACTERISTICAS DE NEGOCIAÇÃO?
Para se conduzir uma Negociação com efeitos positivos que vão de encontro ao que pretendemos inicialmente, temos de ter uma ideia das características chaves da negociação. Um das características chaves é o MAPAN (Melhor Alternativa Para um Acordo Negociado). Este conceito resume a alternativa mais favorável que os negociadores dispõem caso não alcancem um acordo. Por norma define os limites de resistência aos quais estamos dispostos a chegar.
Outro conceito a ter em consideração será o ponto de resistência. Basicamente o ponto de resistência representa o limite que os negociadores não estão dispostos a ultrapassar, por exemplo, é o salário abaixo do qual o candidato a um emprego prefere não aceitar. Por norma o ponto de resistência é ocultado por ambas as parte mas pode ocorrer a sua divulgação durante a negociação. Este representa um elemento crucial na negociação pois o negociador que não tenha uma clara noção do seu ponto pode ser arrastado por propostas que não aceitaria noutras circunstâncias.
Como conceito básico e chave da negociação temos também o nível de aspiração. Este é o resultado que o negociador deseja realmente atingir. O nível de aspiração deve ser realista para não induzir o negociador a apresentar ofertas irrealistas. O nível de aspiração é determinado por vários factores, nomeadamente a percepção dos negociadores, a personalidade de ambos, etc.
Por fim resta referir o conceito de oferta inicial, pois ela constitui um elemento crucial em qualquer negociação. Por norma a oferta inicial tem uma grande influência decisiva nos termos finais do acordo. Muitas vezes associado a oferta inicial fica associado um efeito designado por ancoragem, porque quando a incerteza se instala na negociação de um acordo, a oferta inicial funciona como uma âncora. Posteriormente o processo negocial é desenvolvido em torno dessa proposta.
COMO SE PREPARA UMA NEGOCIAÇÃO?
 
O Ato Negocial pode ser visto em três etapas fundamentais:
● Preparação – Ela envolve três áreas principais: as características do conflito, o negociador e a contra parte. A negligência de um negociador devido a escassez de tempo ou o excesso de confiança pode sofrer graves consequências de perda, como, por exemplo:
Perder flexibilidade negocial para aceitar propostas que se ajustam satisfatoriamente aos seus objectivos.
Fazer propostas irrealistas que induzem de imediato a sua rejeição pela parte oposta, que podem conduzir ao negociador “perder a face”.
Não ter consciência das suas fraquezas e forças nem as do oponente, o que pode dar origem a perde de credibilidade e poder persuasivo.
Aceitar propostas desfavoráveis por não ter estudado a sua MAPAN (São as alternativas estudadas pelo negociador, dependendo dos cenários possíveis na negociação. Poderão não ser ideais mas são admissíveis).
Perante atuações lentas e ambíguas do negociador, o oponente “ perde a paciência” e recusa atual e futuras negociações.
● Negociação – O contexto da negociação integra o componente social e o componente físico em que ela ocorre. Para estudar o componente físico temos de identificar variáveis como: o local da negociação e sua organização e os limites de tempo que a condicionam. A vantagem de negociar em território próprio é que o negociador pode interpretar um papel dominante, enquanto que um negociador na situação de convidado, vai ter um estatuto subordinado o que pode induzir a um comportamento menos afirmativo. 
Muitas vezes ambas as partes em negociação optam por um território neutro, o que vai suprimir o estatuto de dominador e de dominado. No estudo da componente social, as variáveis identificadas são: a presença de audiência, a existência de uma terceira parte e o papel que ela desempenha e o número de partes envolvidas na negociação.
A questão principal em relação às audiências durante o processo negocial é o seu impacto nas estratégias que os negociadores utilizam e a sua influência no desfecho do processo.
A existência de uma terceira parte, independente de ambas as partes, na estrutura social da negociação vai influenciar o decorrer da negociação e até mesmo a efetivação do acordo.
O número de partes envolvidas na negociação também tem um papel na negociação. O aumento do número de partes envolvidas no processo pode ser um fator impeditivo para se chegar a um acordo. A dificuldade de identificar os indivíduos em grupos cooperação e competição para se conseguir manter uma identidade social comum.
● Efetivação do Acordo – Ocorrer quando ambas as partes encontram em acordo e termina as negociações. Nesta etapa podemos concluir que o processo de comunicação ocorrer de maneira clara e precisa pois sem isso nãose conseguiria chegar a uma conclusão comum.
ESTRATÉGIAS E TÁTICAS NEGOCIAIS
As estratégias são as intenções mais gerias das tácticas negociais. As tácticas por sua vez são mais específicas, de mais curto prazo, que ambas as partes executam para evidenciar as estratégias. As principais quatro estratégias são:
● Obter um acordo final próximo do ponto de resistência do oponente.
● Aumentar a amplitude positiva da negociação induzindo o opositor a baixar o seu ponto de resistência.
● Transformar a amplitude negativa em positiva, impedindo o opositor a baixar o seu ponto de resistência.
● Aliciar o oponente, levando-o a acreditar que um determinado resultado é o melhor que ele pode alcançar.
Estas quatro estratégias vão implicar uma atuação sobre as percepções da parte opositora, para que fundamentalmente, seja feita uma recolha e gestão da informação. Quando os dois negociadores atuam de modo igual, a comunicação torna-se complexa e podem surgir situações de “bluff”.
As tácticas da negociação podem ser competitivas ou integrativas. Vamos primeiro abordar algumas das tácticas competitivas da negociação, elas são:
■ Lisonjear o opositor – Quando o oponente é lisonjeado, ele vai ter mais dificuldades em adotar uma posição agressiva e dizer que não. Tende a não ter efeito quando provinda de um negociador inferior.
■ Persuadir o opositor – É um processo de influência social o qual o negociador tenta convencer a outra parte que as suas propostas são vantajosas e razoáveis. Implica que o negociador seja credível e as informações sejam enquadradas de forma adequada aos interesses do alvo.
■ Demonstração de poder – O negociador pode fazer demonstrações da sua força com o objectivo de colocar o seu opositor uma posição de inferioridade e submissão. Pode ocorrer que a outra parte em função deste comportamento pode reagir do mesmo modo.
■ Ofertas iniciais e concessões – Ofertas iniciais elevadas e concessões reduzidas transmitem a ideia de firmeza. A firmeza pode apressar o acordo mas também pode gerar conflitos e dificuldades de futuras negociações.
■ Ofertas finais – Podem determinar-se num curto prazo para que o oponente tome uma decisão de aceitação/recusa. Tem como objectivo pressionar a outra parte a aceitar a oferta e deixar de procurar alternativas. Pode gerar ruptura negocial.
■ Técnica do espantalho – O negociador faz a simulação de grande empenho numa variável que no fundo não esta interessado. Em fase posterior ele cede nessa mesma variável para exigir ao seu opositor concessões na matéria realmente importante. Este tipo de técnica pode desperdiçar o potencial de entendimento em variáveis muito relevantes.
■ Técnica da mordiscadela – O negociador tenta obter uma concessão pequena numa matéria que não foi discutida, o que faz o opositor sentir que por causa dessa concessão não vale a pena perder o negócio. O opositor também poderá fazer uma análise diferente, interpretando como um sinal de má fé, recusando o acordo e negociações futuras.
■ Ataques pessoais e intimidações – Podem ser feitos de forma verbal ou não verbal. O negociador vai incomodar bastante a outra parte.
■ Decisões irreversíveis – Implicam grande dose de credibilidade pois se não forem eficazes podem fomentar um conflito. Um modo potencial eficaz de a outra parte reagir consiste em ignorar ou desdramatizar a posição do ameaçador. 
As tácticas integrativas ocorrem quando o problema é em torno de um bolo de recursos não expansível, que é necessário dividir. Vai ocorrer por ambas as partes uma comunicação franca e aberta sobre as suas preferências e opções. Ocorrer também a troca de ideias em relação a soluções viáveis e possíveis. A predisposição de ambas as partes para aceitar soluções mutuamente satisfatórias é a condição para que a negociação integrativa ocorra.
Por norma primeiro ocorre a identificação do problema, seguidamente da definição do mesmo. Ao decorrer o processo negocial os negociadores vão descortinando as suas verdadeiras necessidades e interesses. Por fim após terem acordado uma definição do problema e compreendido os interesses e objetivos mútuos criam soluções alternativas para a satisfaçam de todos, avaliando assim soluções apropriadas para ambos chegando a um acordo.
INTERVENÇÃO DE TERCEIRAS PARTES
Por vezes os processos negociais entre as partes intervenientes fracassam. Nestas situações pode ocorrer a intervenção de terceiras partes para a resolução desse fracasso podendo-se chegar a um acordo. Normalmente a intervenção de terceiros tem de ser aceite por ambas as partes e não só uma delas. Existem vários tipos de intervenção que podem ocorrer, nomeadamente um papel inquisitorial, onde ocorrer a filtragem de posições onde se tenta obter uma solução satisfatória para ambas as partes.
Outro tipo de intervenção em um papel impulsionador, onde é diagnosticado rapidamente a fonte do conflito que impede a negociação. Neste caso se não for acordado nenhuma solução a terceira parte que tem o papel impulsionador impõe uma solução.
A intervenção arbitral também ocorre muito frequentemente quando ambas as partes não chegam a um acordo. A arbitragem em questão vai ter controlo sobre a decisão final depois de ouvir ambas as partes envolvidas e também se envolve no próprio processo da negociação.
Resta então salientar a intervenção por mediação. O mediador vai ter a função de facilitar a interação, apoiar ambas as partes no processo comunicacional e remover barreiras entre eles. Este tipo de papel exige uma grande imparcialidade dos terceiros intervenientes, seno muitas vezes denominado como uma “negociação assistida”.
ALGUNS ERROS COMUNS NA NEGOCIAÇÃO
Como dado adquirido, em todos os processos ocorrem erros. Na negociação existem erros frequentes que são cometidos que com um pouco de cuidado se conseguem evitar. Um erro frequente é a falta de preparação, um negociador que não tenha noção dos níveis de resistência nem de aspiração facilita o fracasso na negociação. Não fazer concessões, tentar vencer em tudo o que é proposto, não ter em atenção as diferenças culturais são alguns erros comuns praticados.
Outros tipos de erros que podem ocorrer são os erros perceptivos. O fato de criar estereótipos, criar efeito de halo� ou de contraste são erros comuns que comprometem a negociação. Por natureza humana existem erros que não conseguimos muito bem evitar como o efeito da semelhança ou o habitual erro das primeiras impressões. Qualquer tipo de erro sozinho ou em conjunto com outros podem custar negociação entre as partes não se chegando a um acordo final.
MODALIDADES DE MÉTODOS DE COMPOSIÇÃO DE CONFLITOS
 
• Conceito : São as vias informais para solução de conflitos
• Espécies:
Autotutela (vence o mais forte);
Heterocomposição (processo judicial e processo arbitral) – vence quem o juiz ou árbitro disserem que vence;
Autocomposição (mediação, conciliação, negociação direta) - todos vencem
AUTOCOMPOSIÇÃO 
Conceito
Autocomposição é a prevenção ou solução do litígio por decisão consensual das próprias partes envolvidas no conflito. As modalidades praticadas no Brasil são a negociação direta, a mediação e a conciliação. A maior vantagem dos mecanismos para obtenção da autocomposição repousa no seu “alto grau de êxito quanto a três resultados, a saber, rapidez, eficácia e baixo custo, bem assim pela abrangência com que atinge bem esses resultados e pelo baixo grau de efeitos danosos colaterais.” (Calmon, Petrônio. Fundamentos da Mediação e da Conciliação, Ed. Forense, 2007, p. 154)
Vantagens:
• Mais célere;
• Mais econômico;
• Mais efetivo ou eficiente do que os métodos heterocompositivos, pois, a solução advém do diálogo entre as partes e não de um ato impositivo externo;
• É simples e informal;
• Se bem utilizados, com técnica, servirão para solucionar o conflito sociológico e não apenas a lide, ao passo que o limite da sentença é a lide processual;
• Pode resolver interesses supra legais ou extra jurídicos.
Prática: Menos onerosa.De fácil acesso. Menos formal.
Controle: Mais participativa e previsível.
Soluções: Criativas, práticas, duradouras e realizáveis.
Privacidade: Confidencial, não cria jurisprudência.
Relações: Menos confrontantes, melhor para as relações continuadas.
Natureza Juridica
É excludente da jurisdição e da autotutela. É, pois, um negócio jurídico (daí exigir objeto lícito, forma prevista ou não defesa e agentes capazes)
Objeto
Em geral, para direitos patrimoniais disponíveis
Forma
É livre, mas, conforme seja o negócio jurídico, deve observar a forma determinada em lei. Mas, autocomposição judicial deve ser apresentada sempre por escrito
Sujeitos
Apenas os titulares dos direitos e obrigações sobre os quais versa o conflito, desde que sejam capazes
Espécies 
• Endoprocessual ou extraprocessual/pré-processual (pode ser: antes de se cogitar no processo; na iminência do processo; e fora do processo)
• Judicial ou Extrajudicial;
• Preventiva ou Sucessiva;
• Genérica ou Específica;
• Unilateral ou bilateral.
VERTENTES ALTERNATIVAS Á JURISDIÇÃO
• Classificação por tema a ser abordado conforme plano de ensino:
• Negociação direita – sem envolvimento de terceiro
• Conciliação – na modalidade pré-jurisdicional
• Arbitragem – justiça privada com cunho decisório
• Mediação – envolve terceiro sem poder decisório
NEGOCIAÇÃO DIRETA
HISTÓRICO
A idéia hodierna de autocomposição não sofreu profundas mudanças no decorrer da história; ocorreu, na verdade, a substituição por outras formas de solução de conflitos, onde foram consagradas figuras importantes no cerne jurídico e na processualística moderna.
Na medida do seu desenvolvimento, novas teorias e caracteres foram elaborados, figuras revistas e atividades especificadas, na busca de melhorar o relacionamento e legitimar concretamente a pacificação social.
A convivência do homem em grupamentos e, depois, em comunidade, gera alguns atritos entre os membros, por meio dos interesses que surgem em cada um. Nessas pretensões, ao não serem satisfeitas devido à resistência alheia, com interesse também em foco, surgem os conflitos, dado como elemento de perturbação da paz social. Na clássica definição de Francesco Carnelutti (1999, p. 54), sendo “o conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida”.
Turbada essa convivência, procura proporcionar a retomada das condições próprias para continuar a existência, sendo necessário pacificar os sujeitos sociais, determinando com quem estava a razão, ou seja, o direito. 
Diante disso,“a eliminação desses conflitos ocorrentes na vida em sociedade pode ocorrer por obra de um ou de ambos os sujeitos envolvidos no conflito, ou por intermediação de um terceiro” (MAGALHÃES; CASELLA, 2011).
As maneiras com que o homem se relacionava na sociedade ditavam novas formas para a avaliação de conflitos, na medida em que colocavam mais segurança aos efeitos dos acordos encontrados. Diante disso, a autocomposição de conflitos não fora a primeira espécie para firmar acordos, contudo, suas raízes encontram relatos desde a Antiguidade, mas pouco evidenciado durante o Direito romanístico, onde predominara a escolha de árbitros.
Após a autotutela rústica, formulada como primeira forma de solução da resistência, onde o homem dispunha sua força para alcançar seus interesses, prevalecendo aquele que detivesse maior poder ou influência, emana a concepção de que o indivíduo com pretensões resistidas poderia recorrer a formas diferentes de se adequar aos reclamos da outra parte, ainda independendo de intervenção de um terceiro que aprovasse aquele concerto, elemento que apareceria posteriormente com a arbitragem através de um ancião ou um sábio da comunidade.
Nesse diapasão, era através da vontade das partes que se estabelecia um acordo, em que um dos indivíduos cedia parcela dos seus interesses, para auferir algo da outra parte. 
Ou até mesmo, abdicava do objeto em questão em benefício exclusivo da outra parte. Compondo as pretensões, entre as próprias partes, conseguia-se delinear a pacificação daquele conflito que os envolvia e, por isso, chama-se de autocomposição.
Segundo Fredie Didier Jr., pode este instituto ser caracterizado como “forma de solução do conflito pelo consentimento espontâneo de um dos contendores em sacrificar o interesse próprio, no todo ou em parte, em favor do interesse alheio” (2010, p. 93). 
Conceito
A negociação direta ou a autocomposição caracteriza-se pela solução da controvérsia pelas próprias partes, sem a intervenção de pessoa estranha. Cada uma delas renuncia aos interesses ou a parte deles, concretizando-se pela desistência, transação ou pelo reconhecimento, por parte da parte demandada da procedência do pedido, com o que se obtêm o acordo, pondo fim ao litígio.
Espécies
• Desistência ou renúncia
• Reconhecimento ou submissão
• Transação ou negociação per si 
a) Desistência ou renúncia
• O autor abre mão de postular sua pretensão através de ato liberal.
• Pode ser total ou parcial 
• Pode ser unilateral (sem resposta do “réu”) ou bilateral ( o “réu” concordando)
• Tem como requisitos: 
• Vontade livre para pessoa capaz, não podendo prejudicar terceiros
• Possibilidade jurídica (bens disponíveis)
• Forma extraprocessual (deixar de postular) e endoprocessual (por escrito a ser homologado)
• É diferente da remissão (perdão)
b) Reconhecimento ou submissão
• É o ato do “réu” (devedor) inverso da renúncia, pelo expresso reconhecimento do pedido feito pelo credor, pela razão de ser mais interessante e proveitosa ou menos prejudicial ao devedor. 
• Não pode ter reservas
• Pode se dar extraprocessual (pagamento espontâneo) ou endoprocessual (revelia ou confissão – depósito elisivo) 
• Deve ter os requisitos do negócio jurídico para ser válido pondo fim ao conflito.
c) Transação ou negociação
• É a mais comum forma de composição com as partes através de concessões recíprocas previnem ou findam a controvérsia.
• Base obrigacional civil, mas tem aplicação penal (Juizado Especial Criminal)
• Elementos: consenso, reciprocidade, fim da controvérsia, individualidade (um todo só)
• Requisitos: capacidade, bens patrimoniais disponíveis, sempre por escrito (público ou particular). 
CONCILIAÇÃO
HISTÓRICO
O histórico da Conciliação no Brasil é marcado por idas e vindas. Prevista nas Ordenações Manuelinas ( 1514) e Filipinas( 1603; Livro III, Título XX, § 1º), a Conciliação continuou presente no art. 161 da 1 º Constituição Imperial, ao proclamar que “Sem se fazer constar que se tem intentado o meio da reconciliação não se começará processo algum”.
Na segunda metade do século XIX, porém, a conciliação começou a ser banida, sendo esquecida pelo Código de Processo Civil de 1939. Só em 1974 com o Código de Processo Civil de tal ano que se ressuscitou a Conciliação.
A Constituição Federal prevê a pacificação social como um dos objetivos fundamentais da República (art. 3º, I), atribuindo ao juiz, como agente político, a implementação de alternativas jurisdicionais, adequadas e céleres, para a consecução desse objetivo (art. 5º, LXXVIII).
A Conciliação voltou ao ordenamento jurídico brasileiro devido à inúmeros motivos, quais sejam: sobrecarga dos tribunais; complexidade da estrutura da Justiça Comum, pouco ou nenhum acesso do povo à Justiça; despesas altas com os processos; solução rápida para os litígios; decisões são mais bem aceitas; alternativa de pacificação social.
Hoje no Brasil a conciliação está prevista nos Juizados Especiais - Lei 9099\95; Instituto da Arbitragem – Lei 9307\96; Juízes de Paz – Lei Complementar 59, de 18/01/2001; CPC atual, que prega que o Juiz deve tentar a conciliação a qualquer tempo; Juizados de Conciliação.
No dia 23/08/06 foi lançado oficialmente pela presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do CNJ, ministra Ellen Gracie o Movimento pela Conciliação, que é uma parceria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) com órgãos do Judiciário, Ordemdos Advogados de Brasil (OAB) e Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), além de magistrados, entidades, universidades, escolas de magistratura e outros setores da vida civil que buscam com tal movimento criar juízos informais de conciliação criados pelas comarcas e distritos em que uma pessoa da própria comunidade age como conciliador no intuito de resolver querelas que nunca chegariam aos fóruns e muitas vezes resolver processos que já estejam lá. A implantação de tal projeto independe de aprovação de lei e de investimentos financeiros, já que ele utiliza a estrutura administrativa do Judiciário
É devido à superlotação de processos nos Juizados Especiais, e pela facilidade de acesso para resolver casos de menor complexidade, que a Justiça quer disseminar uma idéia trazida de outros países e uma prática já em execução em alguns estados brasileiros.
Com o slogan “Conciliar é Legal”, o movimento pretende promover a mudança de procedimento dos agentes de Justiça, de todos os seus usuários, dos operadores de Direito e da sociedade. Através da cultura da conciliação, o objetivo do projeto é mudar o comportamento dos envolvidos em processos judiciais e induzir na sociedade a idéia de que um entendimento entre as partes é sempre o melhor caminho para o encerramento de uma disputa jurídica.
Conceito
É o procedimento onde pelo esforço de um terceiro (conciliador) na condução de um entendimento põem fim a uma controvérsia. 
“Processo autocompositivo, informal porém estruturado, no qual um ou mais facilitadores ajudam as partes a encontrar uma solução aceitável para todos.”
“Negociação assistida ou catalisada por um terceiro”
Característica: 
É a hipótese em que as partes não chegam a uma autocomposição, o conciliador propõe uma solução, que a seu critério, é mais adequada para a controvérsia. Entretanto sem efeito vinculante as partes.
Fases:
• Sensibilização das partes para buscarem uma solução amigável para o litígio
• Delimitação dos critérios objetivos em que irão se basear os seus interesses
• Estabelecimento e discussão das bases da solução
• O fechamento da solução proposta e a formalização das responsabilidades e direito das partes
Objetivos: 
Este processo voluntário e pacífico que cria um ambiente propício para as partes se concentrem na procura de soluções criativas
Princípios Básicos
Princípio da Neutralidade e Imparcialidade de Intervenção; 
Princípio da Aptidão técnica;
Princípio da Autonomia de Vontades ou Consensualismo Processual;
Princípio da Decisão Informada;
Princípio da Confidencialidade;
Princípio Pax est Querenda;
Princípio do Empoderamento;
Princípio da Validação;
Princípio fundamentais dos juizados especiais (Informalidade, Simplicidade, Economia Processual, Celeridade, Oralidade, Flexibilidade Processual)
Espécies:
• Preventiva ou pré-processual
• Sucessiva ou endoprocessual 
• Judicial
• Extrajudicial
• Genérica – órgão 
• Específica – órgão 
• Facultativa – não há necessidade de procedimentos
• Obrigatória
Estágios do Processo de Conciliação - Fases:
 Preparação
 A Sessão de Abertura
 Reunindo Informações
 Identificando Questões, Interesses e Sentimentos
 Como Estimular Mudanças de Percepções e Atitudes
 Sessões Individuais
 Sessão Conjunta Final
 A Construção do Acordo
 Orientando a Discussão
1. Preparando-se para a Conciliação 
Contatos iniciais com as partes
Planejando o formato
Estruturando o local
Reunindo-se com o co-facilitador
2. Iniciando a Conciliação
Apresentações
Declaração de abertura pelo conciliador
3. Reunindo informações
Declarações das partes
Formulação de perguntas pelo conciliador
Escutando ativamente
4. Identificando questões, interesses e sentimentos
Sumário pelo conciliador: 
com enfoque nas necessidades
com enfoque prospectivo neutro
5. Esclarecendo a controvérsia e os interesses, reconhecendo os sentimentos
Formulação de perguntas pelo conciliador
Discussão da controvérsia
6. Resolvendo questões
Questões selecionadas para discussão pelo conciliador mediante o consentimento das partes
Avaliação pelas partes de possíveis métodos de resolução 
Análise das opções
7. Aproximando-se do acordo
Testando soluções
Confirmação do acordo ou, em caso de impasse, discussão dos passos a serem tomados
Decisão acerca da necessidade de um acordo escrito e, se considerado necessário, sua redação
8. Encerrando a sessão
Leitura e assinatura do termo
Em caso de impasse, revisão das questões e interesses das partes e discussão das opções
Validação do esforço e do trabalho das partes
9. Monitorando a implementação do acordo
Gestão de Qualidade
Conciliador: 
importante auxiliar da justiça (judicial) sob supervisão do juiz, que colabora na agilização dos trabalhos, esclarecendo sobre os inconvenientes de uma demanda judicial, aumentando as soluções forenses 
Objetivos do Conciliador
Identificar o “tom” do caso e a base para as declarações
Dar às partes oportunidade para ouvir o outro lado
Ajudar as partes sentirem-se “ouvidas”
Estabelecer confiança (em relação ao processo, ao conciliador e à outra parte)
Papel do Conciliador:
Escutar ativamente
Fazer perguntas abertas
Fazer perguntas que permitam o esclarecimento de questões
Administrar interações entre as partes
Identificar as questões
Identificar interesses subjacentes (não necessariamente aqueles juridicamente tutelados)
Reconhecer sentimentos
Fazer um resumo utilizando linguagem neutra
Propor organização que gere uma discussão produtiva
Organizar os debates :
Enquadrando as questões : Uma QUESTÃO em Conciliação é um tópico em razão do qual surgiu uma controvérsia. Quando o conciliador enquadra uma questão, ele está confirmando com as partes o seu entendimento daquilo que elas desejam discutir.
1. Elucidar uma necessidade ou interesse de ambas as partes.
2. Suscetível de ser resolvido numa Conciliação.
3. Neutro.
4. Não contém atribuição de culpa.
5. Referência ao comportamento, não à personalidade ou caráter.
6. Declara a matéria em disputa.
7. Prospectivo
Tarefas do Conciliador:
1. Ouvir as partes;
2. Identificar todas as questões da controvérsia;
3. Enquadrar as questões de modo a preservar a neutralidade do conciliador e não agredir nenhuma das partes;
4. Sugerir as questões como ponto de partida da discussão; e Registrar as questões suscitadas a fim de certificar-se que todas as questões sejam discutidas
MEDIAÇÃO
INTRODUÇÃO
A palavra mediação antes de derivar de uma palavra latina (medium, medius, mediator) terá aparecido na enciclopédia francesa em 1694, cujo aparecimento é identificado no arredores do século XIII., para designar a intervenção humana entre duas partes. 
A raiz ”medi” parece ter sido utilizada pelos Romanos que a terão recebido, por associação de ideias do nome deste país desaparecido, a Media, (para resumir), um país vizinho das terras da antiga Persa que se tornou o Irã. 
Antes de qualquer coisa é preciso afastar determinados preconceitos que os operadores do Direito tem em relação à mediação :
Esse negócio de mediação, negociação... Isso é coisa de psicólogo.
Negociação? Isso é coisa de administrador, comerciante...
Ensino Jurídico - processo dialético
Guerra, briga, disputa, adversidade, adversariedade... 
A mediação baseia-se na arte da linguagem para permitir a criação ou recriação da relação. Implica a intervenção de um terceiro interveniente neutro, imparcial e independente, o mediador que desempenha uma função de intermediário nas relações. Operacionaliza a qualidade da relação e da comunicação.
Existem contudo concepções e aplicações muito diversas da mediação. Estas decorrem da simples intervenção pedagógica na transmissão de saberes até à aplicação em todos os domínios de dificuldade e de bloqueios relacionais.
A mediação permite o confronto das diferençasatravés de uma terceira parte facilitadora.
Preocupações Normais das Pessoas: 
“Usar a mediação sugere que estarei assumindo responsabilidade por tudo que aconteceu”
“Não tenho tempo para essas coisas” 
“Esse processo diminui minha autoridade”
“Não me interessa a reconciliação com essa pessoa”
“Serei forçado a aceitar uma solução que eu não quero”
“Eu não tenho autoridade para resolver este assunto”
“O que é isso?... Uma nova moda do momento?”
“Se o mediador não vai dizer o que tenho que fazer, para que devo participar?” 
Conceito
É a vertente alternativa na qual um terceiro (mediador), intervém na pendência das partes, objetivando que componham o litígio sem intervenção no mérito. Atuará como uma espécie de facilitador. Sua função é a de tentar estabelecer um ponto de equilíbrio na controvérsia, aproximando as partes e captando os interesses que ambas têm em comum, com a finalidade de objetivar uma solução que seja a mais justa possível para as mesmas.
Aplicação e Diferenças com outras vertentes
 Tem maior aplicação no Direito Comercial, Internacional Público ou Internacional Privado, exemplos: conflitos de vizinhança, separação, divórcio, conflitos trabalhistas, direito de recesso do sócio etc.
A diferença entre mediação e negociação é simples: o negociador é uma parte envolvida. Representa os interesses de uma das partes. Isto implica que o negociador vai procurar alcançar uma solução que satisfaça a parte que representa. O mediador não se encontra envolvido. Acompanha a reflexão das duas partes permitindo-lhes encontrar um acordo. Tal acordo é definido de várias formas, ou seja baseando-se das abordagens da negociação ou como acima indicado de forma que seja o mais satisfatório possível ou também o menos insatisfatório possível entre as duas partes.
A diferença entre mediação e conciliação reside no papel do terceiro interveniente. Basicamente a terceira parte mediadora apoia as partes na sua reflexão e na sua decisão: faz emergir a decisão das mesmas, em conciliação, a terceira parte conciliadora propõe uma solução às partes no processo
A diferença entre mediação e arbitragem reside no facto do árbitro tomar uma decisão que impõe às partes que optaram pela arbitragem. Uma prática ainda marginal desenvolveu-se nomeadamente nos Estados Unidos, (no âmbito das Alternatives Disputes Resolution), associando a intervenção de um mediador que, quando não consegue fazer emergir uma solução, pode tornar-se árbitro através de convenção prévia com as partes ou com o acordo das partes às quais o propõe ou que lho pedem. Este método é então nomeado med-arb
Características:
• Intervenção de um terceiro, neutro quanto ao litígio
• Existência de controvérsia entre 2 ou mais pessoas
• Necessidade do elemento volitivo (intenção de promover o acordo) pondo fim ao conflito – aceitabilidade
• Não necessidade de chegar a um acordo
• O terceiro não pode intervir no mérito da disputa (não é autoritária)
• Não é compulsória, tem o caráter voluntário;
• Funda-se no diálogo e na comunicação.
• O poder dispositivo das partes, respeitando o princípio da autonomia da vontade, desde que não contrarie os princípios de ordem pública;
• A complementariedade do conhecimento;
• A credibilidade e a imparcialidade do Mediador;
• A competência do Mediador, obtida pela formação adequada e permanente;
• A diligência dos procedimentos
• A flexibilidade, a clareza, a concisão e a simplicidade, tanto na linguagem quanto nos procedimentos, de modo que atenda à compreensão e às necessidades do mercado para o qual se volta;
• A possibilidade de oferecer segurança jurídica, em contraponto à perturbação e ao prejuízo
que as controvérsias geram nas relações sociais
Princípios Básicos
Princípio da Neutralidade e Imparcialidade de Intervenção;
Princípio da Aptidão técnica;
Princípio da Autonomia de Vontades ou Consensualismo Processual;
Princípio da Decisão Informada;
Princípio da Confidencialidade;
Princípio Pax est Querenda;
Princípio do Empoderamento;
Princípio da Validação;
Princípio fundamentais dos juizados especiais (Informalidade, Simplicidade, Economia Processual, Celeridade, Oralidade, Flexibilidade Processual)
Estágios do processo:
• Reunião de apresentação (estipulação das regras) - 
Rapport significa apresentar-se às partes e identificar o problema, 
Quem fala primeiro: decisão das partes; 
Enquanto um fala o outro escuta; 
Objetivo: organizar o procedimento; 
Ações: informar, falar, ouvir
 	• Coleta de Informações - recolher informações de qualidade das partes envolvidas 
Conseguir realmente conhecer o problema 
Ouvir as versões
Identificar e esclarecer pontos obscuros ou ausentes
Fazer a inversão de papéis
Diálogo socrático
Clarificar, confirmar, resumir os pontos
• Sessões conjuntas
• Sessões em separado
• Fechamento do acordo: 
Critérios objetivos para a escolha das soluções propostas
Obrigações escolhidas pelas partes 
Qualidade do procedimento: o acordo deve refletir a vontade das partes
O cumprimento depende da qualidade do procedimento
Registro formal do acordo
Ações:
- redigir o acordo
- verificar os elementos essenciais
- conferir o entendimento
- conferir a voluntariedade
Requisitos:
• Subjetivos (capacidade e disponibilidade)
• Objetivos (objeto material juridicamente possível)
• Formal (por escrito – preferencialmente)
Natureza jurídica: 
 	Equivalente jurisdicional
Vantagens:
• Tendência de mitigar e eliminar as tensões - É que ela pode evitar um longo e desgastante processo judicial, pois a mesma se dá antes que as partes se definam por uma briga nos tribunais, resolvendo suas diferenças de forma extrajudicial
• Grande aceitação, pois a decisão é das partes e não imposta por terceiros
• Formação de base amigável para futuras discussões sem tantos problemas
• Grande eficácia pela transação ser dada em equilíbrio
• Confidencialidade e voluntariedade
• Leva-se ao Judiciário/Arbitragem as questões que não podem ser resolvidas de outra forma.
Desvantagens:
• Não tem força executiva judicial (as vezes extrajudicial)
• Consome muito tempo
• Depende da boa vontade das partes, boa-fé
• Nem sempre resulta em acordo, não põem fim a disputa
MEDIADOR
É um especialista imparcial, competente, diligente, com credibilidade e comprometido com o sigilo.
Sua principal qualificação deve ser a habilidade de reunir as partes sob regras específicas de comunicação e resolução de conflito, bastando que tenha conhecimento superficial das questões substantivas que irão ser discutidas.
 
Estimula, viabiliza, facilita a comunicação e auxilia na busca da identificação dos reais interesses envolvidos.
Facilitar, neste contexto, significa:
Melhorar a comunicação entre as partes;
Abrir espaço para novas soluções;
Capacitar as partes para utilizarem suas habilidades, de forma construtiva, interagindo positivamente.
O Mediador, através de uma série de procedimentos e de técnicas próprias, identifica os interesses das partes e constrói, com elas, sem caráter vinculativo, opções de solução, visando o consenso e/ou a realização do acordo.
Características: 
É bom ouvinte;
É objetivo (neutro);
Conhece seus próprios preconceitos;
Tem familiaridade com os fortes sentimentos das partes;
Sabe avaliar de forma realista as suas próprias habilidades, bem como as suas
limitações, para ajudar as partes a chegarem a um acordo;
Comunica-se bem;
É assertivo.
FLUXOGRAMA DA MEDIAÇÃO
ARBITRAGEM
HISTÓRICO
• Grécia Antiga - Alguns autores afirmam que a arbitragem foi muito utilizada na Grécia Antiga e no Império Romano. Segundo Cretella Júnior, apud Lenza (1997), "... o instituto da arbitragem encontra-se na mitologia grega quando Páris funciona como árbitro entre Atenas, Hera e Afrodite, em disputa pela maçã de ouro, destinada pelos deuses à mais bela.” O Ministro do STJ José Augusto Delgado relataque o “tratado firmado entre Esparta e Atenas, em 455 a. C., já continha dispositivo arbitral, o que evidencia a utilização desse instituto por aquele povo e, também, a sua eficácia como meio de solução pacífica dos conflitos de interesse”;
• Hebreus - também conheciam o instituto, sendo que as disputas de direito privado eram resolvidas através da arbitragem, existindo inclusive um Colegiado denominado Beth-Din, constituído por três doutores da lei.
• Roma – República e Império - Determinadas características procedimentais que vigoraram desde a fundação de Roma até o fim da República (149 a.C) assemelham-se às modernas Cortes de Conciliação. 
Historicamente, a arbitragem se evidenciava nas duas formas do processo romano agrupadas na ordo judiciorum privatorum: o processo das legis actiones e o processo per formulas. A figura do pretor, preparando a ação, primeiro mediante o enquadramento na ação da lei e, depois, acrescentando a elaboração da fórmula, como se vê na exemplificação de Gaio, e, em seguida, o julgamento por um iudex ou arbiter, que não integrava o corpo funcional romano, mas era simples particular idôneo, incumbido de julgar, como ocorreu com Quintiliano, gramático de profissão e inúmeras vezes nomeado arbiter, tanto que veio a contar, em obra clássica, as experiências do ofício. 
• Idade Média - na Europa, o instituto era conhecido, e existiam normas estabelecidas sobre o compromisso da arbitragem, destinadas especialmente à solução de disputas familiares.
• Revolução Francesa – com o positivismo a arbitragem passou a ser substituída e tornou-se logo em seguida concorrente do Judiciário, ainda que sua prática estivesse reservada exclusivamente ao Estado. Todos os conflitos ocorridos no século XIX encontraram soluções com base em codificações, e a arbitragem deixou de ser adotada. 
• No Século XX – ficou evidente que o pensamento positivista e codificador não era adequado para a solução de conflitos comerciais. Além do surgimento de um direito próprio do comércio internacional, paralelamente a arbitragem passou a ser uma alternativa de solução de controvérsias em que normas próprias do comércio internacional poderiam ser aplicadas por árbitros.
• Brasil - primeiro disciplinamento sobre arbitragem foi registrado nas Ordenações Filipinas (1603), que foi mantida até a Constituição de 1824, quando houve uma correção de sua sistemática, por estar defasada, com muitas distorções e casuísmo. Em seu art. 160, se estabelecia que as partes podiam nomear juízes–árbitros para solucionar litígios cíveis e que suas decisões seriam executadas sem recurso, se as partes, no particular, assim, convencionassem. A primeira Carta Republicana, não cuidou de homenagear a arbitragem entre pessoas privadas. 
O Código Comercial de 1850 recomendava, em seu art. 294, o juízo arbitral para resolver as questões entre sócios, na vigência da sociedade, incluindo a sua liquidação e partilha.
A Carta de 1934 voltou a aceitar a arbitragem, assegurado à União competência para legislar sobre as regras disciplinadoras do referido instituto. A Constituição de 1937 não valorizou essa entidade jurídica. A Carta Magna de 1946, de 18 de julho, também não fez qualquer referência à arbitragem privada, tendo o mesmo comportamento a Lei Maior de 1967.
O antigo CPC de 1939, e o novo de 1973, consignaram também dispositivos referentes à arbitragem. No CPC/73 (arts. 1.072 a 1.102), a solução de pendências por juízo arbitral condicionava-se à homologação do laudo arbitral pelo juiz originariamente competente para o julgamento da causa. O Juízo Arbitral voluntário (arts. 1.037 a 1.048 do CC/16) era previsto na solução de pendências judiciais ou extrajudiciais por arbitragem. 
Na linha da atual CF/88, que referiu-se sobre a arbitragem no art. 4º, VII, e art. 114, § 1º. Entrou em vigência a nova Lei de Arbitragem, nº 9.307, de 23 de setembro de 1996, a denominada Lei Marco Maciel, criando um novo modelo de solução de pendências fora do âmbito do Poder Judiciário. revogando os arts. 1.037 a 1.048 do CC/16, os arts. 101 e 1.072 a 1.102 do CPC. E o novo CC de 2002, trata nos arts. 851 a 853, do Compromisso.
CF, Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:
VII - solução pacífica dos conflitos;
CF, Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:
§ 1º - Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.
CC, CAPÍTULO XX
Do Compromisso
Art. 851. É admitido compromisso, judicial ou extrajudicial, para resolver litígios entre pessoas que podem contratar.
Art. 852. É vedado compromisso para solução de questões de estado, de direito pessoal de família e de outras que não tenham caráter estritamente patrimonial.
Art. 853. Admite-se nos contratos a cláusula compromissória, para resolver divergências mediante juízo arbitral, na forma estabelecida em lei especial.
CONCEITO
Arbitragem e arbitramento são vocábulos diferentes na linguagem jurídica, embora derivem do mesmo verbo latino arbitrare ou arbitrari (julgar como juiz, decidir como árbitro). Arbitramento é o procedimento para determinação de valores, preços, atualização de cálculos de fatos ou coisas que possam ser expressos monetariamente e que não têm avaliação certa e prefixada.
A arbitragem é um modo de solucionar controvérsias entre duas ou mais pessoas – físicas ou jurídicas – em questões que envolvem direitos patrimoniais disponíveis. Trata-se de exercício processual em que o julgador (o árbitro) pode valer-se de mecanismos idênticos aos da Justiça Comum (realizar audiências, ouvir testemunhas e determinar levantamentos de provas) com a finalidade de se convencer e prolatar sentença sobre a questão. A busca da solução do litígio criado pode ser feita por intermédio de uma ou mais pessoas (árbitro ou Tribunal Arbitral) escolhidas previamente pelas partes e sem intervenção estatal. 
Carmona define arbitragem de forma ampla como: “Uma técnica para solução de controvérsia privada, decidindo com base nesta, sem intervenção do Estado, sendo destinada a assumir eficácia de sentença judicial”;
Para Cretella Júnior, a arbitragem é o "sistema especial de julgamento, com procedimento técnico e princípios informativos próprios e com força executória reconhecida pelo direito comum, mas a esse subtraído, mediante o qual duas ou mais pessoas físicas, ou jurídicas, de direito privado ou de direito público, em conflito de interesses, escolhem de comum acordo, contratualmente, uma terceira pessoa, o árbitro, a quem confiam o papel de resolver-lhes a pendência, anuindo os litigantes em aceitar a decisão proferida“;
“É o meio paraestatal de solução de conflitos inserido nas inovações no processo civil” (Alexandre Freitas Câmara);
“Sistema de solução de conflitos de forma pacífica, tanto nacionais como internacionais, rápida e discreta, quer de direito público como direito privado” (Sebastião J. Roque). 
Natureza Jurídica
 
A primeira majoritária trata como sendo de natureza privada e contratual. Muitos autores referem a definição de Strenger: "Arbitragem é instância jurisdicional em função de regime contratualmente estabelecido, para dirimir controvérsias entre pessoas de direito privado e/ou público, com procedimentos próprios e força executória perante tribunais estatais". O árbitro não detem poderes de execução e de cautelaridade, que são monopólio do Estado, falta investidura do árbitro para tal fim, razão pela qual não se poderia reconhecer a natureza jurisdicional da arbitragem.
Já segunda, minoritária, defende ser a mesma pública e jurisdicional, porque tem a função de julgar, e os poderes de cautela e de execução não são exclusivos da atividade judiciária, por conseguinte, não estão ontologicamente ligados à caracterização da jurisdicionalidade. Ressaltam que isso não é motivo para incluí-la no gênero dos contratos. Porém esta natureza lhes parece incompleta, porque não há poder para promover a execução forçada de qualquer sentença. 
ACONSTITUCIONALIDADE DA ARBITRAGEM
A arbitragem, na forma concebida pela Lei nº 9.307/96, não vai de encontro aos princípios da jurisdição única ou da inafastabilidade da jurisdição (CF, art. 5º, XXXV), da essencialidade do juiz natural, com banimento do Juízo ou Tribunal de Exceção (CF, art. 5º, XXXVII ) e da ampla defesa (CF, art. 5º, LIV e LV). Tais direitos e garantias são fundamentais para o cidadão. Eles continuam sendo respeitados pela arbitragem em sua total integridade, haja vista que é, apenas, caminho encontrado, com apoio na lei, pela vontade das partes, expressando com liberdade o seu querer, de solucionar os conflitos. 
CF, Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
Não se pode deixar sem consideração o objetivo maior a ser alcançado pelo Estado Brasileiro, conforme disposto está no Preâmbulo da Carta de 1988, entre eles o de proporcionar aos administrados uma convivência baseada na harmonia social e na solução pacífica das controvérsias. 
Evidente que, em face de tal posicionamento do constituinte brasileiro, não se confiou, de modo exclusivo, ao Poder Judiciário, a entrega da prestação jurisdicional.
Maxime, o art. 5º, XXXV, CF/88, ao dispor que “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito” não invalida o disposto no art. 1º, da Lei nº 9.307/96, ao determinar que “As pessoas capazes de contratar poderão valer-se de arbitragem para dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis.” No dispositivo em apreço há uma faculdade outorgada ao cidadão capaz de contratar e de dispor a respeito do seu patrimônio. Não consta qualquer impedimento do litígio deixar de ser apreciado pelo Poder Judiciário.
Há plena liberdade do homem, em situação de conflito patrimonial, optar pela solução via arbitragem. Esta, por sua vez, se ofender, na sua prática, a quaisquer princípios garantidores dos direitos e garantias fundamentais do indivíduo, poderá ser anulada, pela via do Poder Judiciário, conforme dispõe o art. 33, da LA.
LA, Art. 33. A parte interessada poderá pleitear ao órgão do Poder Judiciário competente a decretação da nulidade da sentença arbitral, nos casos previstos nesta Lei.
§ 1º A demanda para a decretação de nulidade da sentença arbitral seguirá o procedimento comum, previsto no Código de Processo Civil, e deverá ser proposta no prazo de até noventa dias após o recebimento da notificação da sentença arbitral ou de seu aditamento.
§ 2º A sentença que julgar procedente o pedido:
I - decretará a nulidade da sentença arbitral, nos casos do art. 32, incisos I, II, VI, VII e VIII;
II - determinará que o árbitro ou o tribunal arbitral profira novo laudo, nas demais hipóteses.
§ 3º A decretação da nulidade da sentença arbitral também poderá ser argüida mediante ação de embargos do devedor, conforme o art. 741 e seguintes do Código de Processo Civil, se houver execução judicial.
A arbitragem, na forma instituída no Brasil, atende, consequentemente, aos propósitos fundamentais veiculados na Carta Magna e se aproxima dos anseios do povo de conviver com uma justiça rápida, segura, desburocratizada e de fácil acesso, especialmente, por não exigir maiores despesas financeiras.
REQUISITOS
A Lei Arbitral estabelece em seu art. 1º, os dois requisitos fundamentais para as partes poderem optar pela arbitragem: a capacidade de contratar e a disponibilidade do direito:
Capacidade das partes: para a arbitragem é necessária a capacidade plena para o exercício dos direitos e obrigações que será total desde que tenham completado 18 anos de idade (art. 5º), exceto emancipados. Assim são impedidos para postular pelo NCC as pessoas absolutamente incapazes (art. 3º): os menores de 16 anos; os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática dos atos da vida civil; os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir a sua vontade. Os incapazes relativamente (art. 4º): os maiores de dezesseis anos e menores de dezoito anos; os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; os ébrios habituais, os viciados em tóxicos e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido; os pródigos; os índios (§ único). Convém, portanto, estar atento a esses requisitos estabelecidos pela lei, para não incorrer em nulidade do processo arbitral. 
Disponibilidade do bem objeto da controvérsia: considera-se como direitos patrimoniais disponíveis todos os bens corpóreos e incorpóreos passíveis de avaliação monetária e que sejam de propriedade das pessoas e dos quais estas podem livremente desfazer-se. Estão afastados da arbitragem os bens públicos, os processos de insolvência e as ações concernentes ao estado e à capacidade da pessoa previstos pelo Código de Processo Civil, necessária a intervenção do Ministério Público. A CF/88 (art. 114) prevê a escolha de árbitros e de arbitragem pelas representações sindicais de empregados e empregadores mesmo sendo os direitos patrimoniais decorrentes das relações de trabalho que pode dar margem a discussões. 
TIPOS DE ARBITRAGEM
• Ad Hoc: escolha livre pelas partes do(s) árbitro(s) participarão do juízo arbitral e dos mecanismos a serem adotados durante a arbitragem.
• Institucional: através de entidade especializada que possui um regulamento próprio e uma relação de árbitros que as partes poderão indicar se não houver consenso entre um ou mais nomes. 
• Voluntária – de iniciativa livre das partes com base em controvérsia já existente
• Contratual – com cláusula expressa, na celebração do negócio antes de existir qualquer pendência a ser resolvida.
• De direito – baseada nas normas do direito, o árbitro utiliza a lei para julgar.
• De equidade – baseada no sentimento de “justiça”, o árbitro julga utilizando o bom-senso. Neste tipo intui-se que o julgamento tornar-se-á vulnerável quando não efetuado por alguém tecnicamente habilitado
• Internacional – procedimento adotado pela via arbitral tem sua solução proferida em outro país, devendo a sentença ser homologada pelo STJ (EC nº 45/2004), conforme o disposto no art. 105, I, “i” da CF/88. 
CF, Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
I - processar e julgar, originariamente:
a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias;
CARACTERÍSTICAS
• Estabelecida por acordo
• As partes definem o objeto do litígio e o direito aplicável
• Entrega da solução pelo árbitro livremente escolhido pelas partes
• Prazo da sentença estipulado pelas partes
• Sigilo / Confidencialidade
VANTAGENS DA ARBITRAGEM 
Em relação a justiça comum:
 Custo processual menor na arbitragem
 Não há foro obrigatório 
 Não há juiz “certo”
 Menor formalidade e ritualismo
 Irrecorribilidade x cadeia infindável de recursos
 Livre escolha do árbitro: normalmente alguém conhecido das partes
• Não há reclamações da parte prejudicada pois foi responsável pela escolha
• Celeridade (prazo máximo 6 meses, mas nada impede que seja prazo menor – 7 dias)
• Sigilo / Confidencialidade
Só ocorre com a presença das partes
Só pode terceiros em audiência com anuência das partes
Incineração dos documentos após a sentença ou devolução as partes
• Escolha do direito aplicável ao julgamento
• Deficiências qualitativas da justiça
RESTRIÇÕES/DESVANTAGENS DA ARBITRAGEM 
• Falta de divulgação da possibilidade da solução de controvérsiasdisponíveis pela Arbitragem
• Impedimentos legais antes da Lei 9.307/96 e nas alterações no CPC pelas Leis nº 10.352, 10.358 e 10.444 de 2002.
• Não é estudada nas faculdades como disciplina autônoma (exceto UNIP e mais 2 instituições em Goiânia)
• Só divulgada nas Câmaras Comerciais em SP (onde não podem terceiros)
• Cultura pátria de influência estatal para tudo, depende-se do governo, para tudo deve ser atribuído ao ente estatal
• Falta de árbitros especializados
• Falta de conhecimento das atribuições e prerrogativas dos árbitros (Juiz ???)
DO ÁRBITRO
• Conceito (art 13, LA): Toda pessoa indicada pelas partes, capaz e de confiança para prolatar uma decisão arbitral. A aceitação para desempenhar a função de árbitro não é obrigatória e ficará expressa em documento ou compromisso, e a investidura do árbitro ocorrerá no momento em que ele declarar formalmente que está apto e sem impedimentos para processar e julgar determinada causa. A recusa não necessita ser fundamentada. A lei permite que instituições arbitrais proporcionem formas de auxílio às partes para que possam, em comum acordo, estabelecer a escolha dos árbitros, ou deixar que estas assim o façam em interferência desta. 
LA, Art. 13. Pode ser árbitro qualquer pessoa capaz e que tenha a confiança das partes.
§ 1º As partes nomearão um ou mais árbitros, sempre em número ímpar, podendo nomear, também, os respectivos suplentes.
§ 2º Quando as partes nomearem árbitros em número par, estes estão autorizados, desde logo, a nomear mais um árbitro. Não havendo acordo, requererão as partes ao órgão do Poder Judiciário a que tocaria, originariamente, o julgamento da causa a nomeação do árbitro, aplicável, no que couber, o procedimento previsto no art. 7º desta Lei.
§ 3º As partes poderão, de comum acordo, estabelecer o processo de escolha dos árbitros, ou adotar as regras de um órgão arbitral institucional ou entidade especializada.
§ 4º Sendo nomeados vários árbitros, estes, por maioria, elegerão o presidente do tribunal arbitral. Não havendo consenso, será designado presidente o mais idoso.
§ 5º O árbitro ou o presidente do tribunal designará, se julgar conveniente, um secretário, que poderá ser um dos árbitros.
§ 6º No desempenho de sua função, o árbitro deverá proceder com imparcialidade, independência, competência, diligência e discrição.
§ 7º Poderá o árbitro ou o tribunal arbitral determinar às partes o adiantamento de verbas para despesas e diligências que julgar necessárias.
• Requisitos do Árbitro (art. 13, § 6º, LA, supra):
 
Capacidade plena
Imparcialidade: este não pode ter com as partes ligações que possam torná-lo inseguro ou dependente em relação a sua forma de examinar a questão arbitrada
Independência: o árbitro deve estar consciente de que seu compromisso é com a verdade, e não com amizades.
Competência: é aconselhável a atuação de expert no julgamento da matéria. 
Diligência: deve ser zeloso, não esquecendo os pormenores de cada questão examinada e possíveis implicações de seu julgamento. Deve estar atento às conseqüências de sua sentença. 
Discrição: a arbitragem tem como um de seus méritos a não publicidade, salvaguardando informações confidenciais sobre pessoas físicas ou jurídicas, devendo deixar todos os comentários para os autos do processo. 
• Prerrogativas (art. 17 e 18, LA)
Para efeitos penais equiparado a funcionário público: a responsabilidade do árbitro tem início no momento em que a função de arbitrar é aceita, e findará quando o último ato processual for praticado. Os árbitros podem incorrer, no exercício de suas funções, em crimes, previstos no CP, que se cometidos, vir a ser motivo de anulação da arbitragem. São eles: concussão (art. 316 - exigir vantagem indevida), prevaricação (art. 319 - retardar ou deixar de praticar ato para satisfazer interesse ou sentimento pessoal) e corrupção passiva (art. 317 - solicitar ou receber, vantagem indevida ou aceitar promessa de tal vantagem).
“É juiz de fato e direito”: os árbitros são igualados, equiparados, a juízes em atividade durante o procedimento arbitral, nas responsabilidades e deveres, que estão previstas no CPC (NÃO SÃO JUÍZES DE DIREITO!!!!!).
LA, Art. 17. Os árbitros, quando no exercício de suas funções ou em razão delas, ficam equiparados aos funcionários públicos, para os efeitos da legislação penal.
Art. 18. O árbitro é juiz de fato e de direito, e a sentença que proferir não fica sujeita a recurso ou a homologação pelo Poder Judiciário.
• Impedimento e suspeição (art. 14, LA): aplica-se o disposto nos arts. 134 a 138 do CPC, e provoca-se por meio de objeção ao próprio árbitro ou ao presidente do tribunal arbitral. 
LA, Art. 14. Estão impedidos de funcionar como árbitros as pessoas que tenham, com as partes ou com o litígio que lhes for submetido, algumas das relações que caracterizam os casos de impedimento ou suspeição de juízes, aplicando-se-lhes, no que couber, os mesmos deveres e responsabilidades, conforme previsto no Código de Processo Civil.
§ 1º As pessoas indicadas para funcionar como árbitro têm o dever de revelar, antes da aceitação da função, qualquer fato que denote dúvida justificada quanto à sua imparcialidade e independência.
§ 2º O árbitro somente poderá ser recusado por motivo ocorrido após sua nomeação. Poderá, entretanto, ser recusado por motivo anterior à sua nomeação, quando:
a) não for nomeado, diretamente, pela parte; ou
b) o motivo para a recusa do árbitro for conhecido posteriormente à sua nomeação.
CPC, Art. 134. É defeso ao juiz exercer as suas funções no processo contencioso ou voluntário:
I - de que for parte;
II - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como órgão do Ministério Público, ou prestou depoimento como testemunha;
III - que conheceu em primeiro grau de jurisdição, tendo-lhe proferido sentença ou decisão;
IV - quando nele estiver postulando, como advogado da parte, o seu cônjuge ou qualquer parente seu, consangüíneo ou afim, em linha reta; ou na linha colateral até o segundo grau;
V - quando cônjuge, parente, consangüíneo ou afim, de alguma das partes, em linha reta ou, na colateral, até o terceiro grau;
VI - quando for órgão de direção ou de administração de pessoa jurídica, parte na causa.
Parágrafo único. No caso do no IV, o impedimento só se verifica quando o advogado já estava exercendo o patrocínio da causa; é, porém, vedado ao advogado pleitear no processo, a fim de criar o impedimento do juiz.
Art. 135. Reputa-se fundada a suspeição de parcialidade do juiz, quando:
I - amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer das partes;
II - alguma das partes for credora ou devedora do juiz, de seu cônjuge ou de parentes destes, em linha reta ou na colateral até o terceiro grau;
III - herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de alguma das partes;
IV - receber dádivas antes ou depois de iniciado o processo; aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa, ou subministrar meios para atender às despesas do litígio;
V - interessado no julgamento da causa em favor de uma das partes.
Parágrafo único. Poderá ainda o juiz declarar-se suspeito por motivo íntimo.
Art. 136. Quando dois ou mais juízes forem parentes, consangüíneos ou afins, em linha reta e no segundo grau na linha colateral, o primeiro, que conhecer da causa no tribunal, impede que o outro participe do julgamento; caso em que o segundo se escusará, remetendo o processo ao seu substituto legal.
Art. 137. Aplicam-se os motivos de impedimento e suspeição aos juízes de todos os tribunais. O juiz que violar o dever de abstenção, ou não se declarar suspeito, poderá ser recusado por qualquer das partes (art. 304).
Art. 138. Aplicam-se também os motivos de impedimento e de suspeição:
I - ao órgão do Ministério Público, quando não for parte, e, sendo parte, nos casos previstos nos ns. I a IV do art. 135;
II - ao serventuário de justiça;
III - ao perito; (Redação dada pela Lei nº 8.455,de 1992)
IV - ao intérprete.
§ 1o A parte interessada deverá argüir o impedimento ou a suspeição, em petição fundamentada e devidamente instruída, na primeira oportunidade em que Ihe couber falar nos autos; o juiz mandará processar o incidente em separado e sem suspensão da causa, ouvindo o argüido no prazo de 5 (cinco) dias, facultando a prova quando necessária e julgando o pedido.
§ 2o Nos tribunais caberá ao relator processar e julgar o incidente.
• Impedimentos (art. 134 CPC, supra): são circunstâncias impeditivas de participação de uma árbitro no procedimento, se for parte; se interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como órgão do Ministério Público, ou prestou depoimento como testemunha; se conheceu em 1º de jurisdição, da matéria e proferiu sentença ou decisão; se estiver postulando, como advogado da parte, o seu cônjuge ou qualquer parente seu, consanguíneo ou afim, em linha reta; ou na linha colateral, até o 2º grau; se cônjuge, parente, consanguíneo ou afim, de alguma das partes, em linha reta ou, na colateral, até o 3º grau; se for órgão de direção ou de administração de pessoa jurídica, parte na causa. 
• Suspeição (art. 135 a 136, CPC, supra): ocorre suspeição do árbitro quando: amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer das partes; se alguma das partes for credora ou devedora do juiz, de seu cônjuge ou de parentes destes, em linha reta ou na colateral até o 3º grau; se herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de alguma das partes; se receber dádivas antes ou depois de iniciado o processo; aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa, ou subministrar meios para atender às despesas do litígio; se interessado no julgamento da causa em favor de uma das partes; se declarar por motivo íntimo; se 2 árbitros indicados forem parentes, consanguíneos ou afins, em linha reta e no segundo grau na linha colateral, o 1º primeiro que aceitar a arbitragem faz com que o 2º deva se afastar. 
• Escolha do árbitro (art. 13, § 1º ao 5º, LA):
• em compromisso arbitral ou cláusula compromissória podendo desde já instituir o(s) árbitro(s) ou instituição (órgão) arbitral; as partes poderão, de comum acordo, estabelecer o processo de escolha dos árbitros. 
• as partes nomearão um ou mais árbitros, sempre em número ímpar, podendo nomear, também, os respectivos suplentes, não completo o quadro pode os já indicados nomear o faltante ou solicitar das partes que o façam (art. 7º, LA), indica-se por eleição o presidente ou o mais idoso.
• o árbitro ou o presidente do tribunal designará, se julgar conveniente, um secretário, que poderá ser um dos árbitros.
LA, Art. 7º Existindo cláusula compromissória e havendo resistência quanto à instituição da arbitragem, poderá a parte interessada requerer a citação da outra parte para comparecer em juízo a fim de lavrar-se o compromisso, designando o juiz audiência especial para tal fim.
§ 1º O autor indicará, com precisão, o objeto da arbitragem, instruindo o pedido com o documento que contiver a cláusula compromissória.
§ 2º Comparecendo as partes à audiência, o juiz tentará, previamente, a conciliação acerca do litígio. Não obtendo sucesso, tentará o juiz conduzir as partes à celebração, de comum acordo, do compromisso arbitral.
§ 3º Não concordando as partes sobre os termos do compromisso, decidirá o juiz, após ouvir o réu, sobre seu conteúdo, na própria audiência ou no prazo de dez dias, respeitadas as disposições da cláusula compromissória e atendendo ao disposto nos arts. 10 e 21, § 2º, desta Lei.
§ 4º Se a cláusula compromissória nada dispuser sobre a nomeação de árbitros, caberá ao juiz, ouvidas as partes, estatuir a respeito, podendo nomear árbitro único para a solução do litígio.
§ 5º A ausência do autor, sem justo motivo, à audiência designada para a lavratura do compromisso arbitral, importará a extinção do processo sem julgamento de mérito.
§ 6º Não comparecendo o réu à audiência, caberá ao juiz, ouvido o autor, estatuir a respeito do conteúdo do compromisso, nomeando árbitro único.
§ 7º A sentença que julgar procedente o pedido valerá como compromisso arbitral.
LA, Art. 13. Pode ser árbitro qualquer pessoa capaz e que tenha a confiança das partes.
§ 1º As partes nomearão um ou mais árbitros, sempre em número ímpar, podendo nomear, também, os respectivos suplentes.
§ 2º Quando as partes nomearem árbitros em número par, estes estão autorizados, desde logo, a nomear mais um árbitro. Não havendo acordo, requererão as partes ao órgão do Poder Judiciário a que tocaria, originariamente, o julgamento da causa a nomeação do árbitro, aplicável, no que couber, o procedimento previsto no art. 7º desta Lei.
§ 3º As partes poderão, de comum acordo, estabelecer o processo de escolha dos árbitros, ou adotar as regras de um órgão arbitral institucional ou entidade especializada.
§ 4º Sendo nomeados vários árbitros, estes, por maioria, elegerão o presidente do tribunal arbitral. Não havendo consenso, será designado presidente o mais idoso.
§ 5º O árbitro ou o presidente do tribunal designará, se julgar conveniente, um secretário, que poderá ser um dos árbitros.
• Mandamentos do árbitro: Seja honesto, justo, paciente, diligente, imparcial, independente, respeitoso, discreto, competente, ter boa-fé é fundamental. Aplica-se o art. 125 do CPC.
CPC, Art. 125. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, competindo-lhe:
I - assegurar às partes igualdade de tratamento;
II - velar pela rápida solução do litígio;
III - prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da Justiça;
IV - tentar, a qualquer tempo, conciliar as partes.
• Honorários: vinculado a uma porcentagem sobre o valor da causa, e poderá incluir itens como: complexidade da matéria, tempo estimado do processo de arbitragem. Em Goiás na maioria das vezes 1 Salário Mínimo. 
CONVENÇÃO ARBITRAL (art. 3º a 12, LA)
Conceito: é a forma de submissão de uma controvérsia pela arbitragem.
Art. 3º As partes interessadas podem submeter a solução de seus litígios ao juízo arbitral mediante convenção de arbitragem, assim entendida a cláusula compromissória e o compromisso arbitral.
Art. 4º A cláusula compromissória é a convenção através da qual as partes em um contrato comprometem-se a submeter à arbitragem os litígios que possam vir a surgir, relativamente a tal contrato.
§ 1º A cláusula compromissória deve ser estipulada por escrito, podendo estar inserta no próprio contrato ou em documento apartado que a ele se refira.
§ 2º Nos contratos de adesão, a cláusula compromissória só terá eficácia se o aderente tomar a iniciativa de instituir a arbitragem ou concordar, expressamente, com a sua instituição, desde que por escrito em documento anexo ou em negrito, com a assinatura ou visto especialmente para essa cláusula.
Art. 5º Reportando-se as partes, na cláusula compromissória, às regras de algum órgão arbitral institucional ou entidade especializada, a arbitragem será instituída e processada de acordo com tais regras, podendo, igualmente, as partes estabelecer na própria cláusula, ou em outro documento, a forma convencionada para a instituição da arbitragem.
Art. 6º Não havendo acordo prévio sobre a forma de instituir a arbitragem, a parte interessada manifestará à outra parte sua intenção de dar início à arbitragem, por via postal ou por outro meio qualquer de comunicação, mediante comprovação de recebimento, convocando-a para, em dia, hora e local certos, firmar o compromisso arbitral.
Parágrafo único. Não comparecendo a parte convocada ou, comparecendo, recusar-se a firmar o compromisso arbitral, poderá a outra parte propor a demanda de que trata o art. 7º desta Lei, perante o órgão do Poder Judiciário a que, originariamente, tocaria o julgamento da causa.
Art. 7º Existindo cláusula compromissória e havendo resistência quanto à instituição da arbitragem, poderá a parte interessada requerer a citação da outra parte para comparecer em juízo a fim de lavrar-se o compromisso,

Continue navegando