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SDE0134 – Organização e políticas públicas Aula 9: A psicologia nas política públicas de saúde Organização e políticas públicas AULA 9: A psicologia nas políticas públicas de saúde • Compreender a importância da psicologia nas políticas públicas de saúde e ação do psicólogo; • Reconhecer os programas e serviços em saúde publica e a atuação do psicólogo. Objetivos desta aula Organização e políticas públicas AULA 9: A psicologia nas políticas públicas de saúde A psicologia, ciência do comportamento humano, durante muito tempo esquecida pelas políticas públicas, passa a ser revisitada após o próprio movimento de deselitização. A psicologia e a psicanálise passam a ser rediscutidas em suas práticas pelos próprios profissionais, deixando para trás a relação dualista entre o psicólogo e o paciente, criando ações públicas e discussões em grupos de trabalho. O conceito de saúde e doença, sempre relacionado à dimensão física ou orgânica pela população leiga, atribuía às questões emocionais um caráter de desconhecimento, irrelevância ou preconceito. Dessa forma, avança-se lentamente rumo ao reconhecimento destes estados como parte integrante do sujeito. A Psicologia e as políticas públicas de saúde Organização e políticas públicas AULA 9: A psicologia nas políticas públicas de saúde Considerada uma ciência jovem, a psicologia caminha a passos largos. A partir do momento que a psicologia adquire o status de ciência, passa a ser reconhecida gradativamente. Aos poucos conquistando seu espaço nos cursos de medicina, direito entre outros. A inserção da psicologia na academia é o primeiro sinal de reconhecimento de sua importância. Em Reflexões epistemológicas sobre o SUS e atuação do psicólogo, Böing e Crepaldi (2014), sublinham a importância da necessidade de equipes interdisciplinares, devido ao próprio princípio de integralidade do SUS. Na verdade, este modelo interdisciplinar como foco da psicologia, significa a maturidade que a própria está adquirindo. Organização e políticas públicas AULA 9: A psicologia nas políticas públicas de saúde “Dentre essas novas áreas, o campo da assistência pública à saúde foi para onde convergiu uma considerável parcela dos profissionais, principalmente a partir do final da década de [19]70, momento em que se nota um maior contingente de psicólogos nas instituições públicas no Brasil. Antes disso, havia apenas experiências isoladas de alguns psicólogos que foram solicitados a desenvolver atividades no campo da saúde.” (DIMENSTEIN, 2008). Organização e políticas públicas AULA 9: A psicologia nas políticas públicas de saúde A psicologia não fica restrita apenas ao espaço da loucura, muito embora esta necessite de mudanças, estas foram e são articuladas também pelos profissionais da área e anda pelos conselhos de classe, associação de familiares, justiça e outras esferas de governo. Porém, durante muito tempo este foi o espaço destinado ao profissional. “A entrada dos psicólogos na área de saúde mental deu-se, assim, num momento de crítica ao modelo asilar e às equipes de saúde formadas predominantemente por médicos e de ênfase na formação das equipes multiprofissionais, vistas enquanto condição sine qua non para a concretização do novo modelo de assistência em psiquiatria que preconizava a desospitalização e o investimento em serviços alternativos extra-hospitalares. Em outras palavras, pode-se dizer que a partir do final dos anos 1970, o campo da saúde mental configurou-se como um grande polo de absorção de psicólogos, inserção que deu-se, em parte, devido às críticas quanto à predominância de médicos nas equipes de saúde, e ao investimento que passou a ser efetivado em outras categorias profissionais, na tentativa de mudar o modelo médico pregnante e de formar as equipes multiprofissionais.” (DIMENSTEIN, 2008). Organização e políticas públicas AULA 9: A psicologia nas políticas públicas de saúde A partir do momento que a psicologia aborda todos os aspectos do sujeito, que o vê como um ser integral, passamos e discutir os aspectos psíquicos tanto na importância desta no surgimento da doença, quanto as consequências destas no comportamento humano. Lembremos do bem-estar biopsicossocial. Organização e políticas públicas AULA 9: A psicologia nas políticas públicas de saúde É importante pensar na relevância da inserção do psicólogo na prevenção, diagnóstico e prognóstico da saúde do sujeito. “O descompasso da categoria de psicólogos em relação à realidade social do país impulsionou a realização de inúmeros trabalhos na década de [19]80, os quais buscavam fazer uma avaliação da situação e das perspectivas profissionais para a categoria, tentando lançar alternativas de práticas que fossem socialmente mais comprometidas. Os hospitais, os ambulatórios, postos e centros de saúde foram configurando-se como lugares privilegiados para a construção de novas práticas pelo psicólogo e como oportunidade de resgate de um certo prestígio social que vinha sendo perdido gradativamente com o passar dos anos”. (DIMENSTEIN, 2008). Organização e políticas públicas AULA 9: A psicologia nas políticas públicas de saúde Muitos fatores impulsionaram estes profissionais para a busca deste mercado de trabalho. “...inúmeros fatores contribuíram para a entrada do psicólogo no campo da assistência pública à saúde, em especial nas UBS, os quais certamente articularam-se de forma distinta em cada uma das regiões do país, apresentando, consequentemente, particularidades no que se refere à demanda de atendimento psicológico, à procura dos cursos de Psicologia e à contratação e oferta de serviços de psicólogos nas instituições públicas de saúde.” (DIMENSTEIN, 2008). Falamos, então, em atenção primária, secundária e terciária. Nestas, o profissional de psicologia também se encontra inserido. Organização e políticas públicas AULA 9: A psicologia nas políticas públicas de saúde “Pensar a atuação do psicólogo nas Unidades Básicas de Saúde, ou seja, nas instituições públicas de saúde destinadas à Atenção Primária à Saúde não é uma tarefa fácil. O tempo de inserção desse profissional nessas instituições públicas de saúde é relativamente pequeno; há um contingente reduzido de profissionais atuando na área – apesar de vir aumentando gradativamente, inexistem pesquisas mais sistemáticas, tanto nacionais quanto locais, sobre a atuação do psicólogo nesse campo específico de trabalho.” (DIMENSTEIN, 2008). Organização e políticas públicas AULA 9: A psicologia nas políticas públicas de saúde Atenção Primária: usa o processo de prevenção da doença. Assim o psicólogo estará inserido nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e nas policlínicas, atuando em grupo ou individual, de acordo com a demanda. Percebendo a demanda, busca formas de atenção ao usuário; este é assistido ao apresentar uma queixa; sendo trabalhado, evitará o processo de adoecimento psíquico ou ajudará a minimizar os conflitos, atuando de acordo com a necessidade. Atenção Secundária: baseia-se na apresentação de queixa já existente, cabendo ao profissional, caso seja necessário, encaminhar para outros profissionais e atender o usuário facilitando um melhor encontro consigo mesmo. Atenção Terciária: a doença já existe, seja física ou mental. Existe ainda alguma perda a nível social ou ainda precisa dos recursos do poder público. O psicólogo deve buscar acompanhar o momento de perda e se caso seja necessários atuar, ou encaminhar para um profissional que possa intervir a nível de cuidados paliativos. Níveis de atenção à saúde Organização e políticas públicas AULA 9: A psicologia nas políticas públicas de saúde Em termos de política pública, opsicólogo pode e deve atuar além dos ambulatórios, nas unidades dos centros de atenção psicossocial para adultos, para crianças e para usuários de álcool e outras drogas. Ainda nas residências terapêuticas, nos leitos psiquiátricos de curta duração localizados nos hospitais gerais. Percebe-se que a ação do psicólogo ampliou, não se restringindo mais apenas às pessoas com transtornos mentais graves, mas para todo e qualquer sujeito que busca ajuda. “Assim, a saúde pública passa de um trabalho caracterizado como de “psicoterapia para os pobres” para ações na comunidade – de saúde mental na atenção básica, de prevenção e promoção à saúde, de educação popular.” (YAMAMOTO; OLIVEIRA, 2010). Organização e políticas públicas AULA 9: A psicologia nas políticas públicas de saúde Há a necessidade de trabalhar na graduação a hegemonia do modelo clínico, este pode direcionar os discentes para uma formação completamente diferente das atribuições sugeridas pelo SUS. Lembrando de que a ideia de equidade e universalidade é contrária a uma política de atendimento voltada para a clínica clássica que distancia o profissional da realidade do usuário de saúde. Necessária a criação de valores no discente que, após a conclusão do curso, possa encaminhá-lo ao atendimento na rede de saúde pública. Hoje, nos currículos do curso de psicologia, já existem disciplinas voltadas para a área de saúde pública e saúde mental. Faz-se importante o entrelaçamento destas disciplinas com a prática, com o campo de trabalho para que a vivência possa ser preponderante na escolha profissional. AVANCE PARA FINALIZAR A APRESENTAÇÃO. VAMOS AOS PRÓXIMOS PASSOS? A constituição da Assistência Social como uma política pública; A trajetória da Assistência Social como profissão e como política pública; A legislação do Sistema Único da Assistência Social.
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