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ATOS DOS APOSTOLOS French L Arrington O s A tos dos A p ó s to lo s (C o n te n d o ) 1. P re fác io ( 1. 1- 11 ) 1.1. Recapitulação o Resumo (1.1-3). 1.2. A Promessa do Espírilo Santo (1.-1,S). 1.3. Jesus Anuncia a Capacitação polo Espírito (1,6-8), 1.4. Jesus Ascende aos Céus (1.9-11). 2. A Origem da Comunidade Batizada e Cheia pelo Espírito (1.12—2.4 1) 2.1. A Comunidade Aguarda o lispírilo Prometido ( l.J 2-26). 2.1.1. A Comunidade se Dedica ã Orarão (1.12-14). 2.1.2. A Comunidade Escolhe Matias (1.15-26). 2.2. O Dia de 1’cnlecoslcs (2. 1-4 I). 2.2.1. Sinal: Os Discípulos São Cheios com o Kspírito Sanlo (2.1-4), 2.2.2. Maravilha; A Multidão Fica l’asma (2.5-13). 2.2.3. Discurso Pncuma (2.14-36). 2.2.3.1. Explicarão: Os Três Sinais Cumprem a Profecia dejoel (2.14-21). 2.2.3.2. Testemunho: Pedro Proclama Jesus como Senhor c Cristo (2.22-36). 2.2.4. Resposta: Cerca de Três Mil Pessoas São Salvas (2.37-41), 3. Os Atos da Comunidade Batizada e Cheia do Espírito (2.42—6.7) 3.1. Comunhão Inaugurada: A Vida Inter na e Externa da Comunidade (2.42-47). 3.2. Exemplo: Cura Conlirmalórla (3.1-26). 3.2.1. Sinal: Pedro Levanta um Coxo (3.1 8). 3.2.2. Prodígio: A Multidão Fica Pasma (3.9,10). 3.2.3. Testemunho: Pedro Proclama Jesus como Servo (.111 2(0, 3.3. Oposição (-1,1 5,42), 3.3.1. ( )s Sacerdoies Saduceus Prendem Pedro ejofto (4,1 22), 3.3.1.1. Pedro e |orto Silo Presos (4,1 4), .4.3.1.2. Dlm tirwulp Piiriinui: Pedro Dls cursa Peranle o Sinédrio (4,5 12), 3.3.1.3. Resposta: < > Sinédrio Proibe IV dro e João do Pregarem (4,13 22), 3.3.2. Teolimla: A Comunidade P (!lirla com o Espirito (4,23 31). 3.3.3. A comunidade Matizada coii) o Fspi rito Pratica a Comunhão (4,32 5 10) 3.3.3.1. Propriedades São Vendidas e Distribuídas (4.32 35), 3..3.3.2. Exemplo 1’osillvo: Mamai«' (4.36,37). 3.3.3.3. Exemplo Negativo: Ananla* t* Safira (5.1-II), 3.3.3.4. Resumo: ( )s Aprtslolos l'a/em Sinais e Prodígios (5,12 16), 3.3.4. Os Sacerdotes Saduceim Prendem Iodos os AprtsloloN (5,17 42), 3.3.4.1. Os Apóstolos São Presos e depois l.iberlos por um An|o (5,17 25), 3 .3 .4 .2 . ( )s Apósli ili is Sãi 1 Pivsi >s d e m ivi 1 i< Pedro I Hscursa peranle o Sinédrio (5,d(i U ) 3.3.4.3. <lamallel Adverte o NlnOdrl»m i 111 tra Opor-se aos Aprislolos 15,33 42). 3.4. Comunhão Ouebrada: A Comunidade Escolhe Sele I Hãconos (6.1-7). 4. Os Atos dos Stis lideres Cheio* do Espírito (6,8 12,24) 4.1. Os Aios de líslêvão: Uni Dlrtumn Cheio do Espirllo (íi.H 7,(i(l), 4.1.1. Estêvão Paz Sinais e Prodígios ( 6 . H 10 ) . 4.1.2. Estêvão se I )ef‘ende peranle 11 Nlnr' drlo((), 11—7,53), 4.1.3. OMarlírlodc IMvflo (7,54 00) 4.2. < )s Atos de Elllpe: I Im I )lí1i onii^ihelii do líspírllo (H, I 40). 4.2.1. Perseguirão da Igreja de liTlimilfMn (H. 1-3). 4.2.2. Elllpo Prega em Samiirln (H,4 II) 4.2.3. Pedro e João Vlsliam Samarla (H 14 25), 4.2.4. Pllipe Tesleimmlia para um Pliupe (H,2(i 40). 4.3. A Conversão de Naulo (9,1 31), 4.3.1. A Vlsflo(|iie Niiillo Ttfitl ilcjwu» (9,1-9), rUI Aimnliw Visita Suiito(‘J. 10 19a), 4.3.3. SíiuIi i Prega que Jesus íí 0 Cristo (9,191) 22), 4.3.4. ( )n Judeus Conspiram |>;ir:i Matar Stuilo (9,23 2S), 4.3.5. Itarnubé Aprtla Saitlo (9.26 30), 4.3.6. Resumo (9.31 )• 4.4. Os Aios de Pedro: llin Apóstolo Cheio do líspírllo (9,32. 11.1H), 4.4.1. Pedro Cura um Paralítico (9.32-35). 4.1.2. Pedro Ken.su,seita Tal>lta (9.36-43). 4.1.3. Pedro Prega aos Gentios (10.1 48). 4.4.4. Pedro I)efende seu Ministério( 11.1 IH), 4.5. ()s Aios dr Darnabé: I Im Profeta Cheio do lispírlto (11,19 26). 4.6. (>s Atos de Ágabo: I Im Prolela Cheio do lispírlto ( 11.27-30). 4.7. () Pnearceramenlo de Pedro (12,1 24), Narrutlvas de Viagem: Os Atos de Pauto, um Prolela Itinerante e Cheio »lo líspírllo ( 12.25—22.21) 5.1. A Primeira Viagem Missionária ( I2.2S—15.3^ ) 5.1.1. Anlioqula: Darnabé eSaulo se Sepa- 1'íiin (12,25—13.3). 5.1.2. Chipre (13.4-12). 5.1.3. Anllo(|iiia da Pisídia (13.13-52). 5.1.4. leônlo( 14.1-7), 5.1.5. Listra (14.8-18). 5.1.6. De Derbe para Antloquia (14.19-28). 5.1.7. Resultado: O Concílio de Jerusalém (15,1 35). 5.2. A Segunda Viagem Missionária (15,36—18,23), 5.2.1. Act •ninada Discordância entre Paulo e llarnabé ( IS.36-41). 5.2.2.Listra: Timóteo se une a Paulo (16.1-5), 5.2.3. ()hamada á Macedonia (16.6-10), 5.2.4. Paulo Visita Pilipos (16,11-40), 5.2.4.1. () Senhor Convene Lídia (16,11 15), 5.2.4.2. Paulo lixpulsa um I )cmôn|o I Ifi.Ki IH). 5.2.4.3. Paulo e Silas Silo Presos e Solios (16,19 40). 5.2.5. Paulo Vlslla Tessalônlca (17,1 9), 5.2.6. Paulo Vlslla Hcrélii (17,10 15). 5.2.7. Paulo Visita Aientis (17,16-34),' 5.2.8. Paulo VlNllíi Corinto (IH, 1 17), 5.2.H.I. Paulo se t Ine a Aqülla como Palirl cante de Tendas (18,1 -l), 5.2.8.2. Paulo Pnslna por I Im Ano e Meio (18.5 II), 5.2.8.3- Paulo íí Levado a Julgamento Pera nie Gálio (18.12 17). 5.2.9. Paulo Volla a Anlioqula (18,18-23), 5.3. Apoio linsina em ílleso e Acala (18.24-28). 5.4. A Terceira Viagem Missionária (19,1— 22 .21 ). 5.4.1. Paulo Visita fífeso (19.1-41). 5.4.1.1. Paulo Pncontra Doze Discípulos (19.1-7). 5.4.1.2. Paulo Prega por Dois Anos (19.8-20). 5.4.1.3. Paulo Propõe Visitar Jerusalém e Roma (19.21-22). 5.4.1.4. Demétrio Instiga Oposição (19.23 41). 5-4.2. Paulo Visita a Macedonia e a Grécia (20.1-6), 5.4.3. Paulo Visita Trôade (20.7-12), 5.4.4. Paulo Navega de Assôs a Mllelo (20.13-16). 5.4.5. Paulo Discursa aos Anciãos da [gre ja em Éfeso (20.17-38). 5.4.6. Paulo Navega de Mileto a Tiro (21.1-6). 5.4.7. Paulo Viaja de Tiro a Cesaréla (21,7 14). 5-4.7.1. Paulo Visita Filipe, o Evangelista (21,7-9). 5.4.7.2. Ágabo Profetiza a Prisão de Paulo (21.10-14). 5.4.8. Paulo Visita Jerusalém (21.15—22.21). 5.4.8.1. Paulo Viaja de Gesaréia a Jerusalém (21. IS, 16). 5.4.H.2. A “lintrada Triunfal” de Paulo em Jerusalém (21.17-26). 5/I.8.3. Paulo Pntra no Templo (21,27-36), 5/I.8.4. Paulo Pede para I )iscursaríi Turba línraiveclda (21,37-40). 5.4.8.5. Paulo se Defende Perante a Turba ( 22 . 1- 21 ), 6. A Prisão e|iilga(ii<-nlos de Paulo ( 22,22— 26,32) 6.1. Paulo It Preso <22,22 29), 6.2. () Paulo nr I lelrmlt* IVrimlp o Slni drlo (22.30—23 10), 6.3.0 Senhor Anlinii Paulo (2,1111, 6.4. Conspirado para Assassinai I’aulo (23.12-22). 6.5. Paulo É Transferido de Jerusalém a Cesaréia (23.23—26.32). 6.5.1. Paulo e Félix (23.23—24.27). 6.5.1.1. A Carta Anexa Endereçada a Félix (23.23-30). 6.5.1.2. Paulo É Transferido para a Custó dia de Félix (23.31-35). 6.5.1.3- Paulo É Acusado Perante Félix (24.1-9). 6.5.I.4. Paulo se Defende Perante Félix (24.10-22). 6.5.1.5- Paulo É Detido sob Custódia (24.23-27). 6.5.2. Paulo e Festo (25.1—26.32). 6.5.2.1. Os Judeus Renovam as Acusações Levantadas contra Paulo (25.1-5). 6.5.2.2. Paulo se Defende Perante Festo (25.6-12). 6.5.2.3. Festo Revê o Caso de Paulo com Agripa (25.13-22). 6.5.2.4. Paulo se Defende perante Agripa ( 25.23— 26.32). 7. Paulo É Enviado a Roma (27.1—28.31) 7.1. A Viagem e Naufrágio de Paulo (27.1 - 44). 7.1.1. Paulo Navega de Cesaréia a Bons Portos (27.1-8). 7.1.2. O Aviso cie Paulo e o Temporal (27.9-26). 7.1.3. O Naufrágio (27.27-44). 7.2. Paulo Passa o Inverno em Malta (28.1-10). 7.2.1. Paulo Sobrevive à Picada de uma Víbora (28.1-6). 7.2.2. Paulo Cura muitos Malteses (28.7- 10). 7.3. A Chegada de Paulo a Roma (28.11-15). 7.4. Paulo sob Prisão Domiciliar (28.16-31). 7.4.1. Paulo E (Colocado sob a Custódia de um Soldado (28.16). 7.4.2. O Primeiro Enconlro de Paulo com os Principais dos Judeus (28,17-22). 7.4.3. O Segundo Encontro de Paulo com os Principais dos Judeus (28,23-2')), 7.4.4. Paulo Prega o Evangelho por Dois Anos (28,30-31), COMKNTÀKK) No Livro de Atos, Lucas miHlmiu n IiIn Irtrla que começou no seuKvungelho () Evangelho lol concluído com Jesus dizendo aos discípulos que esperassem cm Jerusalém pela promes.su de poder, de forma que eles pregassem o Kvange lho a todas as nayões. Jesus conduziu os discípulos a um lugar próximo de Betânia, cidade no monle das ( Mlvelras (cf. Lc 24.50; At 1.12), que olha do alio Jerusalém a leste. Knquanloosaheni,< iuvu com as mãos erguidas, Ele ascendeu uo céu. Os discípulos respondemitl adu rando seu Senhor exaltado e vollandt i a Jerusalém cheios de alegria (Lc 2 4 , ) Jesus levara os discípulos a um ponto de expectativa, confiança e adoraçAo constantes. As palavras linals de I.tu a* indicavam que os discípuk is deviam Dull em Jerusalém, louvando a I >eusin ilempli i e esperando que o poder prometido de Deus viesse sobre eles, A promessa de poder e a comissão de um vasto empreendimento evaugelisilm armaram o palco para o Livro de Atou, o segundo volume de Lucas, que nos conta sobre a maravilhosa difusão do eVHHjjelho desdeJeaisalémaoqueosprofeUWi Imitiam “os confins da terra" (i.e., todo o mundo gentio). Neste livro, Lucas também Inlei preta o significado teológico da pt ideiosa difusão da mensagem do evangelho, I . Prefácio ( I . I -11). /. /. Recapitulação a Restituo (1.1-3) Lucas escreve Atos como contlnuaçAo do seu primeiro livro, o Evangelho Lucas. O Terceiro Evangelho registra u c|ue Deus realizou através das açoeu e ensinos do Jesus ungldt) pelt > Hspii lio, H( > passo que Atos enfatiza a conlInuuvÃoilu obra de* Jesus feita por suas testemunha* capacitadas pelo Hspírllo, () prefácio de Atos liga este llvrc) a« > Bvangelmi (le Liichn e fornece um resumo, Hm Atos LI, Lucas se relere no «eu lívangelho como um registro "tie tudo que Jesus começou, n ln sri a lazer, mus a ensinar"; ele rememora oh eventos prin cipais de Lucas 24: 1) As aparições do Cristo ressurrelo aos dis cípulos, 2) A promessa do batismo com o Espírito Santo, e 3) A ascensão do Cristo ressurreto ao céu (At 1.2-11). É significativo que o Espírito Santo seja falado duas vezes no prefácio — em termos de “instruções” dadas aos apóstolos e do batismo com o Espírito que eles receberão (At 2.2,5). A exaltação de Cristo ao céu não-significa que Ele esteja ausente; o Senhor ressurreto continua a estar presente na Igreja e em sua Palavra (At 2.38,39; 3.22,23; 4.29,30; 10.43; 16.6,7,18; 22.17-21), e Ele prossegue seu trabalho de muitas formas. Uma das formas mais proeminentes na qual Ele o faz é através dos crentes capacitados pelo Espírito. Atos registra a continuação do ministério dejesus. Desde o início até à conclusão do seu ministério terreno, tudo o que Jesus fez e disse foi dirigido e capacitado pelo Espírito. O segundo volume de Lucas narra uma história semelhante, que focaliza uma comunidade de discípulos ungidos pelo Espírito que continuam a fazer e ensinar as coisas que Jesus tinha começado a fazer e a ensinar durante seu tempo na terra (Stronstad, 1984, p. 9). Lucas começa lembrando Teófilo do ministério dejesus até sua ascensão (At 1.1,2). Teófilo (que significa “Amante de Deus”) deve ter sido distinto gentio, quer um funcionário governamental de alta posição, quer um respeitado cidadão romano de classe média (veja comentários sobre Lc 1.1-4). Com a palavra “come çou”, Lucas lembra Teófilo e outros da continuação do ministério dejesus atra vés da Igreja. Esse ministério contínuo é realizado através do Espírito Santo pelos discípulos à medida que o evangelho se espalha de Jerusalém a Roma, e Lucas destaca especificamente como o Senhor está ativamente presente em tais eventos como a conversão e cativeiro de Paulo (At 9.3-6; 23.11). Antes da partida dejesus para o céu, é nos dito que “pelo Espírito Santo" Ele deu instruções aos apóstolos, listes homens tinham sido escolhidos por lilt*, c Ele on Instruiu a continuar sua obra mediante o poder do Espírito. Entre suas Instruções, deve estar incluído o que chamamos a Grande Comissão (Mt 2H. 16-20; Mc 16,15-1H; Jo 20.21-23). Como parte de suas instrii ções, Ele falou sobre o Reino de Deus, < > soberano governo de Deus, e lhes disse que ficassem em Jerusalém até que elos recebessem “a promessa do Pai" (Al 1,-1), que é o mesmo que ser “batizado com < i Espírito Santo” (v. 5), ou ser "revestkloN de poder [...] do alto” (Lc 24.49). Depois de sua exaltação ã mão direita de Deus, os apóstolos, capacitados pelo Espirito Santo, devem pregar o perdão de pecai l< is a todas as nações. Durante o intervalo de quarenta cilas entre a ressurreição e a ascensão de Crlstc >, Ele apareceu muitas vezes aos apóstolos (At 1.3). Depois de experimentar tremem l( > sofrimento público, incluindo hostilidade dos judeus, um julgamento injusto e a crucificação, Jesus demonstrou a realidade de sua ressurreição “com muitas e Infa líveis provas”. O Salvador ressurreto fez várias aparições pessoais aos apóstolos, que se tornaram credencial essencial para o ministério que cumpriam (Lc 1.2). Ele apareceu a indivíduos e grupos, a homens e mulheres. À medida que os discípuloN cumprem hoje a comissão de ir a todo o mundo, uma parte vital da mensagem é o triunfo dejesus sobre a morte (At 2.22-36; 4.8-11,33; 10.37-43). Eles tocaram fisicamente o Cristo ressurreto e o ouviram ensinar sobre o Reino de Deus. Diferente dos reinos terrenos, o Reino de Deus não se refere ao controle cle um território e do povo que nele habita, mas ao governo gracioso de Deus sobre seu povo, que começou na vida histórica e ministério dejesus (cf. Mc 1.15; 3.20-30; Lc 10.23,24; 11.17-23). Cristo deu ao seu p< >vc) novo insight sobre o governo de Deus, demonstrado nos eventos salvadores de sua vida, morte e ressurreição. lile ilumi nou as Escrituras sobre o seu sofrimento, morte e ressurrejção para os discípulos e os incumbiu a pregar arrependimento e perdílo de pecados a todas as naçrtes (Lc 24,4*5-47). iai Por melo de Cristo, uma novn rui deit- pontou, e ( > relnadt >de I Jciin se u »rn< >u uma realidade poderosa e salvadora entre os homens. O que vlrâ em sua plenitude na Segunda Vinda começou em suas ações poderosas. A Igreja, seguindo a pregação dejesus, enfatiza o governo de Deus com “nova ênfase, visto que o próprio Jesus torna-se parte da mensagem” (Marshall, 1980, p. 57; cf. At 28.31 ). Proclamar os fatos do ministério, morte e ressurreição de Cristo é proclamar a mensagem do Reino. 1.2. A Promessa do Espírito Santo (1.4,5) Uma das “muitas e infalíveis provas” de Jesus estar vivo depois da crucificação foi sua presença no jantar com os discípulos (v. 4). A palavra traduzida por “comen do com” (synalizomenos, ARA; “estando com”, RC) significa literalmente “comer sal com”, provavelmente aludindo a Cris to comer com os discípulos em Lucas 24.42. Nessa ocasião, Ele os exortou a ficar em Jerusalém, a cidade onde Ele morreu, até que recebessem o Espírito Santo prometido (Lc 24.47). A plenitude do Espírito é chamada lite ralmente de “a promessa do Pai”.'Muitas promessas são dadas na Bíblia, mas esta promessa específica tem a ver diretamente com o derramamento do Espírito. Profetas como Ezequiel ejoel tinham indicado um futuro derramamento do Espírito sobre a casa de Israel (Ez 39-29) e até sobre toda a carne (J1 2.28; cf. Is 32.15; 44.3). Deus, pelos profetas (inclusivejoão Batista), tinha prometido o derramamento do Espírito. João Batista tinha administrado o batismo nas águas do riojordão como sinal externo do poder de Deus que purifica do pecado aqueles que se arrependeram. Durante seu ministério, João falou cie um batismo com o Espírito que seria administrado por Cristo e pelo qual os crentes seriam capacitados (Mt 3.11; Mc 1.8; Lc 3.16; Jo 1.33). Mais tarde Jesus prometeu aos discípulosque eles seriam batizados com o Espírito em pouco tempo (At 1.5), Na execuçfio de um batismo, deve haver um agente i |ue ftut < > batiMTK >, umelemente> no(|tml obdClNiiit)(K (>rreetitimiiulldHto (|iie 61 ml l/iK l< >,(,)i mm l< >Ji »0«»1 luilsui I itil l/( n i, ele lhi o iigenie, a* Aguas do rlojordflo, o elemento, e os candidatos, os que se arrependeram e desejaram o bailsitio, No batismo com o Espírito, Cristo é o agenti, o Espírito ó o elemento e o candidato ^ o crente. A maioria das versões bíblicas modernas usa a expressão "com o Kapf» rito Santo”, mas a preposiçBo "com" (eu) pode ser traduzida por "em". "IHlU/ado no Espírito" identifica claramente o Espírito Santo como o elemento deNle Inillsmoi ao passo que a expressão "butlsmo com o Espírito Santo” pode sugerir estar im companhia do Espírito Santo, O que é o batismo n< > EspírlUi San» rf (> verbo “batizar" {baptizo) slgnlflca llleiul mente “mergulhar" ou "submergir", tf uma experiência espiritual intenia pela quul a vida do crente <5 submersa no Espírito d* Deus. É cercada, cc>1 jerta e cheia do poi ler e presença de Deus, Como lima rmipi que é imersa na Agua, assim os i lenles se acham cercados, cobertos e eheli is do poder e presença do Espírito, A experiência de batismo no Espirito é distinta da experiência de regenerado, a qual os crentes têm no momento da conversão. Repare que os discípulos tt quem Jesus está talando |íl tiveram seus corações renovados pelo trabalho rege neradordo Espírito (cf. Tt 3,5). <) httllMlii i no Espírito não ú o mesmo que a nova vida que acompanha o arrependimento e a fé. Nascemos de novo pelo Espirito e somos habitados pelo liipírltodesde ti tempo da conversão (Rm 8,9| I Co 6,19), Por outro lado, o batismo no Espírito $ uma capacitação sobrenatural e earlsmfl tica que equipa a Igreja para cumprffttuit missão no mundo (At 2,4,17) 8, 17- Ity Vi5t| 10.38,44,45; 11.15,16; I3.2.-1), No sermão no Dia de Pentecostes, Pedro não cita profetas tio Antigo Tesia mento como Isaías (Is 61,7-9) e Kzequlel (Ez 37.1-14), que anunciam a renovaçSo interior do coração, Antes, elta Joel, que promete as manifestações carismáticas e proféticas do Espírito durante os Cklllim is dias. Lucas vO o dermmumenlo do Hspf rito como Introduçilo dói últimos dias e como a unção sobrenatural dos crente» para servir. Esta experlôncia que capacita é semelhante, ainda que mais Intensa, à unção que os discípulos desfrutaram durante o ministério terreno de Jesus. O Espírito Santo veio para habitar nos dis cípulos no momento de sua conversão, mas só no Dia de Pentecostes eles são capacitados a proclamar o evangelho e a fazer as obras de Deus. 1.3- Jesus A nuncia a Capacitação pelo Espírito ( 1.6-8) Durante os quarenta dias entre sua ressur reição e ascensão Jesus falou aos discípulos concernente ao Reino (v. 3). Os discípulos pensam erroneamente que Israel, no Reino, está destinado a dominar o mundo. Eles antecipam o cumprimento da promessa de Jesus de que eles mesmos exercerão autoridade sobre as tribos de Israel (Lc 22.30). Numa refeição de comunhão, eles perguntam a Jesus se Ele vai restabelecer o Reino a Israel neste momento. Eles es peram uma ordem terrena na qual Israel regerá outras nações, como no período de Davi e Salomão. Eles também, de acordo com a expectativa apocalíptica, vêem o derramamento do Espírito como sinal da nova ordem mundial. Obviamente o Reino de Deus não pode ser definido em termos de meramente uma ordem terrena, na qual Israel tem supremacia política. Os discípulos não entendem sua natureza, pois o governo de Deus já foi iniciado pelo ministério, morte e ressurreição de Jesus. Mas eles têm razão em uma coisa: Existe um vínculo forte entre o Espírito Santo e o Reino de Deus. O governo de Deus foi iniciado e exercido pelo Espírito Santo nos últimos dias pelo ministério de Cristo. Jesus não nega a restauração do reino a Israel, mas rejeita o esforço dos discípulos em deter minar quando ocorrerá. A pergunta dos discípulos sol ire quandc > 0 fim virá é imprópria. O tempo no qual Israel é restabelcddc > à ccmdiçflc > de estai l< > e o tempo em que o Reino enint em mia 1 »lenltude têm de *cr deixados paru I )eus. Ninguém pivclsu sul Kirus t'p< mis < >u dulus que o |’al lixou por sua própria autoridade (v, 7). Note as palavras dejesus: "Daquele Dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, mas unicamente meu Pai” (Mt 24.36). Quer dizer, n£lo ò importante poder marcar no calendário a data em que o Reino será finalmente estabelecido, nem o povo de 1 )eus deveria especular sobre a proximidade dt > Aituli > mundo. O que eles têm de lazer ó esperai e receber o poder do Espírito Santo, de forma que testemunhem a mortee ressui reição de Cristo até que Ele volte, Uma vez mais o Jesus ungido pel< > Ks pírito promete aos discípulos que eles serão capacitados pelo Espírito Santo (v. 8). Em vez de mudar de assunto quando os discípulos perguntam pelo Reino, Hle lhes dá uma resposta. A respe>sla não indica o tempo da consumação do Reino, mas, sim, que o evangelho deve ser pregado a todas as nações antes que venha a verda deira bem-aventurança para Israel e para o mundo (cf. Mt 24:14). Aos discípulos é prometide> “virtude" <»i “poder” (ARA) — não poder político, mas poder para servir. A palavra traduzida por “virtude” ou “poder” (clynumis) provém de um verbo que significa "ser capa*" ou “ter força”. Em Atos, pode se referir A operação de milagres (At .3.12; 4,7| poder para dar testemunho de Cristo (Al 1.8; 4.33) e poder sobre o 1 )labc) (Al 10..3H), Jesus promete equipar os discípulos |w ru serem suas “testemunhas”. O slgnlficadt > básico da palavra “testemunha" (rnurlys) é “alguém que testemunha”; o poder paru tal procede de Deus, um “poder I...I tio alto” (Lc 24.49), um poder concedido pelo Espírito Santo para dar testemunho de Jesus Cristo, um poder para influenciar os outros a aceitar Cristo. As palavras de Jesus “ser-me-cls tes temunhas” são geralmente consideradas uma ordem, mas não é tanto uma ordem quanto uma promessa, lista promessa está unida ao recebimento do batismo no Espírito. Quando tjles recebem u plenitude do Espfrlto, o poder que eles recebem inevitavelmente os tnmslbrmuríl em leste* iminhas. Udundo testemunho dejesus os n/d Idenllflcará como povo de Deus, A capa citação pur# testemunhar édeserlta et mm a vlnda do Espírito Hunlo sobre eles tv, H; cf. Ai 19,6) — expressão estreitamente ligada îi Idéia de "revestIdc>s de pi)der" ( Lc 24.49). O Espírito Santo entrará neles de uma nova maneira, sugerindo a contínua presença poderosa do Espírito Santo. O testemunho dos apóstolos deve co meçar na mesma cidade na qual Jesus foi condenado e não será concluída até que eles alcancem “os confins da terra”. Sua missão pode ser.resumida em três fases, que formam a estrutura geográfica do Livro de Atos: primeiramente, Jerusalém, onde Jesus foi crucificado (At 1— 7); em seguida, Judéia e Samaria, onde o povo tinha ouvido a pregação dejesus e visto seus milagres (At 8— 12); e, finalmente, os confins da terra (At 13— 28). O livro fala das jornadas do povo de Deus enquan to cumprem sua missão (At 1.15— 5.42; 6.1— 9.31; 9.32— 12.25; 13.1— 15.35; 15.36— 19.20; 19.21— 28.31). Cada uma destas seções indica o movimento da Igreja ao longo do caminho anunciado no versículo 8. Enquanto fazem suas jornadas, o povo de Deus é capacitado pelo Espírito e segue o exemplo do Salvador ungido pelo Espí rito (Lc 4.18,19), proclamando o Reino de Deus (At 1.3; 8.12; 14.21,22; 19.8; 20.25; 28.23,31). A regra é pregar o Evangelho “primeiro [para o] judeu e também [para o] gentio” (Rm 1.16). A Igreja faz avanço significativo em sua missão, quandoos sa- maritanos ouvem o evangelho. Seu modelo de missão é o Servo do Senhor, que dá luz às nações e salvação “até às extremidades cla terra” (Is 49.6) — frase que significa terras distantes em Atos 13.47. Ainda que esta frase possa significar "Roma” para os discípulos dejesus, é profética do cres cimento cla Igreja e focaliza a expansão do evangelho nos últimos dias, até que Jesus volte. 1,4, Josus Ascendo aos Céus (1,9-11) O terceiro Evangelho é concluído com li ascensão tie Jesus, e o Livro de Aios Intel# coma asceiisAt JiT\k loiioltvangell iode Lllcas move seemdlreçftoã ascensão, etudoem Aios move se u paillrda ascensão, Depois que Jesus prometeu aos dls cípulos o poder tio Espírito puni eles cumprirem a mlssílo, Deus Pal o tomou para o céu diante dos olhos deles (vv, 9-11). Em Lucas 9.51, Jesus começou sua grande jornada a Jerusalém, de onde Ele partiria tia terra. Sua jornada só se completou quando Ele alcançou o céu, Podemos definir esta jornada como o caminho para a ascensão, No monte da transfiguração, Moisés e Elias ínlaram sobre a partida (vxodos, "êxodo", Lc 9,51) dejesus. Seu "êxodo" abrange o trlnsllõ cla terra para océu, Incluindo SUB morte1, ressurreição e ascensão Cef. Lc 24), Num partida ao céu marca o llm de uma era e o começo de outra, na qual os crantSM são capacitados pelo mesmo líspfrilot|Ue ungiu a vida e missão tle Jesus, À medida que Jesus entrava na glrt- ria, uma nuvem o encobriu da vlsflo tios discípulos. Eles já não o vêem, iiihs o significado real da nuvem lem o propósito de dizer que Jesus foi recebido na glórlB de Deus, A shekiná, a presença tle Deus, tinha pousado sobre a tenda da reunllO nos dias de Moisés (fíx 40,34), Quando Moisés e Elias deixaram o monte da irans* figuração, eles foram envolvidos com a nuvem cla presença tle Deus (Lc 9.ML A nuvem naquela ocasião e a nuvem na ascensão dejesus indicam que os CUlImtis dias despontaram na vida e minlltéfi§ dejesus. Ele agora parte tia terra para a presença glorlficante tle Deus, A nuvem também pressagia a maneira na qual Jesus voltará — numa nuvem df glória. I )e fato, (>s tl< >ls an)c js que upurtevni na ascensão declaram que Jesus voltttrfl como os discípulos o viram Ir para o céu — visível, corporal e pessoalmente (Al 1,11), O enfoque eslil na maneira da volta e não no tempo, Hoje Cristo está entronizado no céu como Rei, sentado ii mão dlrclta tle Deus, Elevado it presença tle Deus, Eleeomple« tou sua jornada e tlcu o passo final paru sua exaltação na glória, D Cristo, nascido de mulher, que vivia uma vida humana e a ensinar"; ele rememora os eventos prin cipais de Lucas 24: 1) As aparições do Cristo ressurreto aos dis cípulos, 2) A promessa do batismo com o Espírito Santo, e 3) A ascensão do Cristo ressurreto ao céu (At 1.2-11). É significativo que o Espírito Santo seja falado duas vezes no prefácio — em termos de “instruções” dadas aos apóstolos e do batismo com o Espírito que eles receberão (At 2.2,5). A exaltação de Cristo ao céu não-significa que Ele esteja ausente; o Senhor ressurreto continua a estar presente na Igreja e em sua Palavra (At 2.38,39; 3.22,23; 4.29,30; 10.43; 16.6,7,18; 22.17-21), e Ele prossegue seu trabalho de muitas formas. Uma das formas mais proeminentes na qual Ele o faz é através dos crentes capacitados pelo Espírito. Atos registra a continuação do ministério dejesus. Desde o início até à conclusão do seu ministério terreno, tudo o que Jesus fez e disse foi dirigido e capacitado pelo Espírito. O segundo volume de Lucas narra uma história semelhante, que focaliza uma comunidade de discípulos ungidos pelo Espírito que continuam a fazer e ensinar as coisas que Jesus tinha começado a fazer e a ensinar durante seu tempo na terra (Stronstad, 1984, p. 9). Lucas começa lembrando Teófilo do ministério dejesus até sua ascensão (At 1.1,2). Teófilo (que significa “Amante de Deus”) deve ter sido distinto gentio, quer um funcionário governamental de alta posição, quer um respeitado cidadão romano de classe média (veja comentários sobre Lc 1.1-4). Com a palavra “come çou”, Lucas lembra TeófilO e outros da continuação do ministério dejesus atra vés da Igreja. Esse ministério contínuo é realizado através do Espírito Santo pelos discípulos à medida que o evangelho se espalha de Jerusalém a Roma, e Lucas destaca especificamente como o Senhor está ativamente presente em tais eventos como a conversão e cativeiro de Paulo (At 9.3-6; 23.11). Antes da partida dejesus para o céu, é nos dito que “pelo Espírito Santo" Ele deu instruções aos apóstolos, listes homens tinham sido escolhidos por l!lt\ e líle os Instruiu u continuar sua obra mediante o poder do Espírito. Entre suas instruções, deve estar incluído o que chamamos a Grande Comissão (Mt 28.16-20; Mc 16.15-18; Jo 20.21-23). Como parte de suas instru ções, Ele falou sobre o Reino de Deus, o soberano governo de Deus, e lhes disse que ficassem em Jerusalém até que eles recebessem “a promessa do Pai” (At 1.4), que é o mesmo que ser “batizado com o Espírito Santo” (v. 5), ou ser “revestidos de poder [...] do alto” (Lc 24.49). Depois de sua exaltação à mão direita de Deus, os apóstolos, capacitados pelo Espírito Santo, devem pregar o perdão de pecados a todas as nações. Durante o intervalo de quarenta dias entrea ressurreição e a ascensão de Cristo, Ele apareceu muitas vezes aos apóstolos (At 13). Depois de experimentar tremendo sofrimento público, incluindo hostilidade dos judeus, um julgamento injusto e a crucificação, Jesus demonstrou a realidade de sua ressurreição “com muitas e infa líveis provas”. O Salvador ressurreto fez várias aparições pessoais aos apóstolos, que se tornaram credencial essencial para o ministério que cumpriam (Lc 1.2). Ele apareceu a indivíduos e grupos, a homens e mulheres. À medida que os discípulos cumprem hoje a comissão de ir a todo o mundo, uma parte vital da mensagem é o triunfo de Jesus sobre a morte (At 2.22-36; 4.8-11,33; 10.37-43). Eles tocaram fisicamente o Cristo ressurreto e o ouviram ensinar sobre o Reino de Deus. Diferente dos reinos terrenos, o Reino de Deus não se refere ao controle de um território e do povo que nele habita, mas ao governo gracioso de Deus sobre seu povo, que começou na vida histórica e ministério dejesus (cf. Mc 1.15; 3.20-30j Lc 10.23,24; 11.17-23). Cristo deu ao seu povo novo insight sobre o governo de Deus, demonstrado nos eventos salvadores de sua vida, morte e ressurreição, Ele ilumi nou as Escrituras sobre o seu sofrimento, morte e ressurreição para os discípulos e os incumbiu a pregar arrependimento e perdão de pecados u todas as naçôei (Lc 24.4*5-47). Por melo de Cri««, tmui nova cru dos pont ou, e o reinado do I )eus iw u iiïk niuma realidade poderosa e salvadora entre os homens. O que vlrrt em sua plenitude nu Segunda Vinda começou em suas ações poderosas, A Igreja, seguindo a pregação dejesus, enfatiza o governo de Deus com “nova ênfase, visto que o próprio Jesus torna-se parte da mensagem” (Marshall, 1980, p. 57; cf. At 28.31 ). Proclamar os fatos do ministério, morte e ressurreição de Cristo é proclamar a mensagem do Reino, 1.2. A Promessa do Espírito Santo (1.4,5) Uma das “muitas e infalíveis provas” de Jesus estar vivo depois da crucificação foi sua presença no jantar com os discípulos (v. 4). A palavra traduzida por “comen do com” (synalizomenos, ARA; “estando com”, RC) significa literalmente “comer sal com”, provavelmente aludindo a Cris to comer com os discípulos em Lucas 24.42. Nessa ocasião, Ele os exortou a ficar em Jerusalém, a cidade onde Ele morreu, até que recebessem o Espírito Santo prometido (Lc 24.47). A plenitude do Espírito é chamada lite ralmente de “apromessa do Pai”: Muitas promessas são dadas na Bíblia, mas esta promessa específica tem a ver diretamente com o derramamento do Espírito. Profetas como Ezequiel e Joel tinham indicado um futuro derramamento do Espírito sobre a casa de Israel (Ez 39.29) e até sobre toda a carne (Jl 2.28; cf. Is 32.15; 44,3). Deus, pelos profetas (inclusivejoão Batista ), tinha prometido o derramamento do Espírito. João Batista tinha administrado o batismo nas águas do riojordão como sinal externo do poder de Deus que purilica do pecado aqueles que se arrependeram, Durante seu ministério, João falou de um batismo com o Espírito que seria administrado por Cristo e pelo qual os crentes seriam capacitados (Mt 3.11; Mc 1.8; Lc 3.16; Jo 1.33). Mais tarde Jesus prometeu aos discípulos que eles seriam batizados com o Espirito em pouco tempo (At 1,5), Na execução de um 1 wtlsmc>, deve I iu ver um ugonte c |ue fax < > ! lailsmo, um elemenu • no qual o batismo ocorre o um candidato queélHitlzudo.yuandoJoftoMulIstalHilIzou, ele 1'ot o agente, us rtguus do rio Jordflo, o elemento, e os candidatos, on que se arrependeram e desejarem o batismo, No batismo com o Espírito, Cristo é o ugonte, o Espírito 6 o elemento e o candidato ó o crente. A malorlu du.s versões bíblicas modernas usa a expressão "com o KspI* rito Santo", mas a preposição “com" pode ser traduzida por "cm", "Matizado no Espírito” identifica claramente o Espirito Santo como o elemento deste ballsmoi ao passo que a expressão “batismo com o Espírito Santo" pode sugerir estur nu companhia do Espírito Santo, O que é o batismo no Espírito Sun» >P <) verbo “batizar” (baptizo) slgnlMca litoral mente “mergulhar" ou "submergir", ft lima experiência espiritual Intensa pela qual M vida do crente è submersa no MsplrltQ d# Deus. É cercada, coberta e cheia do pt idor e presença de Deus, Como um» roupa que é imersa na ãguu, assim os crentes se acham cercados, cobertos e cheio« do poder e presença do Espirito, A experiência de batismo no Espírito é distinta da experiência do regeneração, a qual os crentes têm no momento drt conversão. Repare que os discípulos u quem Jesus está falando |fl tiveram noiin corações renovados pelo trabilho t ogo nerador do Espírito (cf. Tt 3,5), <) bullxint i no Espírito não é o mesmo que u novu vida que acompanha o arrependimento e a fé. Nascemos de novo polo HspíriUl e somos habitados pelo Espirito desde O tempo da conversão (Km H.9; I Cod.1V), Por outro lado, o batismo no Espirito # uma capacitação sobrenatural o eurlsmfl tica que equipa a Igreja para cumprir sua missão no mundo (At 2,4,17; H, 17-ÍVi 9,311 10.38,44,45; 11,13,16! 13.2,4), No sermão no Dia dc Pentecostes, Pedro não cita profetas do Antigo Tosta mento como lsuías (In 61,7-V) e Hzequlel (Ez 37.1-14), que anunciam u renovação interior do coração. Antes, dta Joel, (|tto promete as manifestações carlsmítlcas e proféticas do Espírito durante o» últimos dias, Lucas vê o derramamento do Itspí rito como introdução dos últimos dias o como .1 unçrto stibrcnatural dos crentes |)(im servir, lislM experiência que capacita 0 semelhante, ainda que mais Intensa, a unção que os discípulos desfrutaram durante 11 miiil.sitM i<> terreno de Jesus, <) lispírito Santo velo para habitar nos dis clpulos no momento de .sua conversão, mas no no l)la de Pentecostes t*lf.s silo capacitados a proclamar o evangelho e a lazer .is ohras tlc I )eus, Jesus Anuncia a Capacitação />cl<> lispírito < 1.6-8 ) 1 )uranie os quarenta dias entre .sua ressur- relçãt >e ascensão, Jesus Calou aos ili:scíptilos c< incernenteaoRelnotv. 3). C )s discípulos pensai nerroneamente que Israel, no Reino, está destinado a cl< »minar o mundo, liles antecipam o cumprimento cia promessa de Jesus de que eles mesmos exercerão auloridade sobre as tribos de Israel (Lc 22,30). Numa refeição de comunhão, eles perguntam a Jesus se Ele vai restabelecer 0 Reino a Israel nesle momento, liles es peram uma ordem terrena na qual Israel regerá outras nações, como no período de 1 )avi e Salomão. Eles também, de acordo com a expectaliva apocalíptica, vOem o (lerramamento do Espírito como sinal da nova ordem mundial. ( íbviamente o Reino de Deus não pode ser dellnldo em termos de meramente uma ordem terrena, na qual Israel tem supremacia política. Os discípulos não entendem sua natureza, pois o governo de Deus jã foi iniciado pelo ministério, morte e ressurreição de Jesus. Mas eles lOm razão em uma coisa: Existe um vínculo forte entre o lispírito Santo e o Reino de Deus, O governo de Deus Ibi iniciado e exercido pelo lispírito Santo nos últimos dias pelo ministério de.Cristo. Jesus não nega a reslauraçãt> do reino a Israel, mas rejeita < > esl< >rç<> d< >s diseípuk>s cm deter minar quando ocorrera. A pergunta doN discípulos sobre quai ido o Dm vlríl é imprópria, <) tempo no qual Israel é restabelecido ãct indlçrtodceslado e o tempo em que o llelno enlra em sua plenitude têm do «er deixados paru I )eus. Nlnguem precisa saber as êpi h mmi hi iltllilM queol*ul lixou por sua prrtprlu auloi Idade (v. 1). Note as pala vi asile Jesusi "I laqueie Dia e hora nlnguím sabe, nem om dos ceus, nem o I'llho, mas uillt'ilWhlP meu 1’ai" (Mi 24,36), Quer dl/ei, nnii & Importante poder marcai no i alemltlilo a data em t|iie o Reino serA llnaliiieiile esta beleck li >, i iem < > povo< le I )eus i levei la especular s< >1 >re a |irt >xlmUlat le t lo fim t li i mundo. () que eles tômde lazer^espeiai e receber o poder do lisplrllo Naitltl, • |i< forma que testemunhem a moiice ivmhiii reiçdo de Cristo até que Ele volte, 1 Ima vez mais o jesus ungido pelo lí* pírito promete aos discípulos qu# eles serão capacitados pelo lispírito Santo (V, H). Em vez de mudar de assunto quando os discípulos perguntam pelo Reino, |(|e lhesdã uma respt)sla, A resposta nrtoliullt a o tempo da consumação do Reino, mas, sim, que o evangelhí > deve sei pregadi i a todas as nações antes que venha a venla deira bem-aventurança para Israel e paitl o mundo (cf. Mt 2-1.1*4), Aos discípulos é prometido "virtude" ou “poder" (ARA) — não poder politico, ma* poder pa ra servi r, A pu la vrti t ra üuxIUh |M II “virtude" ou “poder" Cdyntml») provem de um verbo que signlllca "**)' tapar ou “ter força”. Em Atos, pode se lelèrli II operação de milagres (Al 3,12| ■! poder para dar testemunho de d Islo I Al I. H; 4.33 )e poder sobre o Diabo t Al III 1MI Jesus promete equipar os discípulos pai-t serem suas “testemunhas", < I signlDi Htlll básico da palavra “testemunha" I é “alguém (|ue testemunha"; o podpi paia tal procede de Deus, um "poder |,,,] do alto"(l,c 24,49), um pck ler concedido peli i Espírito Santo para dar testemunho de Jesus Cristo, um poder para Inllueiii lai os outros a aceitar Cristo. As palavras de Jesus "ser me eis les lemunhas" são geralmente ct msldei atlas uma ordem, mas não é tanto uiiih ordem c|uanto uma promessa lista promessa esta unida ao recebimento do batismo no lispírito, Quandoels*s recebem a plenitude do lispírito, o poder que eles recebem Inevlla vein lente, os transformam em leste n iimhas. li dando testemunho de Jesus os (ijn Identificará como |Kivotle I Hmin, A capa cltaçftopuro tcfMtcnuinhtii' ^tloMcrltu o >mo ii vlnclu tio líspírlto Sumo nobre elcN (v. H; cl', Al 19.6) — expreNNÍio estreitamente liga tia ã Idéia tle "revestk !< >s tlc* pc >c ler" (lr 24,49). O Espírito Santo entrará neles tlc* uma nova maneira, sugerindo a contínua presença poderosa cio Espírito Santo, O testemunho dos apóstolos deve co meçar na mesma cidade na qual Jesus Ibl condenado e não será concluída até que eles alcancem "os confins tia terra". Sua missão pode ser resumida em três fases, que formam a estrutura geográficatio l ivro tle Atos: primeiramente, Jerusalém, onde Jesus foi crucificado (At 1— 7); em seguida, Judéia e Samaria, onde o povo l inha ouvido a pregação de Jesus e visto seus milagres (At 8— 12); e, finalmente, os confins da terra (At 13— 28). O livro fala tias jornadas tio povo tle Deus enquan- io cumprem sua missão (At 1.15— 5.42; 0.1— 9-31; 9.32— 12.25; 13.1— 15.35; 15.36— 19.20; 19.21— 28.31). Cada uma destas seções indica o movimento tia Igreja ao longo do caminho anunciado iio versículo 8. Enquanto fazem suas jornadas, o povo (le 1 )eus é capacitado pelo Espírito e segue (> exemplo do Salvador ungido pelo-Espí- rito(Lc4.18,19), proclamando o Reino tle Deus (At 1.3; 8.12; 14.21,22; 19.8; 20.25; 28,23,31). A regra é pregar o Evangelho "primeiro [para o] judeu e também [para <)| gentio” (Km 1.16). A Igreja faz avanço significativo em sua missão, quando os,sa rna l ilanos ouvem o evangelho. Seu modelo tle missão é o Servo do Senhor, que dá luz às nações e salvação “até às extremidades da terra" (Is 49.6) — frase que significa leiras distantes em Atos 13.47. Ainda que esta frase possa significar “Roma" para os discípulos tle Jesus, ó profética tio cres cimento tia Igreja e localiza a expansão do evangelho nos lilllinos dias, até que lesiiN volte. / ,4, / esus Ascendo aos Céus (1.9-11) <) terceiro Evangelho é concluído com u aseennão deJenuN, e o Uvro de AIon Inicia ci mi ui hw vi mai »,11 \ h li ) no I îvai igell io i te I aich* ï ï h ive Ne cm i HreçAi » h uncciinAi >, e 11 u li i ei 11 AIon move Ne n punir du uncoiinAo, DepolN que jemiN prometeu uon iIIn efpulos o potier do Espírito paru eleN cumprirem a missão, Deus l’ttl o lomou |)ara o céu diante dos olhos dole« (vv, 9-11). Eml.ucas 9.51, Jesus começou min grande jornada a Jerusalém, de mule Ele partiria da terra, Sua lornada nó nç completou quando Ele alcançou o cíu, Podemos definir esta jornada como o caminho para a ascensão, No monte da transfiguração, Moisés e Elias lalarnm sobre a partida (êxodos, “êxodo", Lc 9,51 > de Jesus. Seu “ôxotlo" abrange o trftnnito tia terra para o céu, incluindo mm morle, ressurreição e ascensão (cf. I,c 24), Sun partida ao céu marca o lim tle iimii era e o começo de outra, na qual on ci'cntON são capacitados pelo mesmi > Esplrlti 11 |tie ungiu a vida e missão de Jemm, A medida que Jesus entrava mi glrt ria, uma nuvem o encobriu da vindo (li)N discípulos, Eles já não o vôem, man o significado real tia nuvem tem o priipôdllt i tie dizer que Jesus l oi recebido nu glòliu tle Deus, A shekiná, a presença de OeilN, tinha pousado sobre a tenda da retmlno nos dias tle Moisés (P.x 40,34), (JllBIuIo Moisés e Elias deixaram o monte oil iraim figuração, eles foram envolvIdoN com ii nuvem da presença tle Dciin (Lc 9,54), A nuvem naquela ocasião e a nuvem nu ascensão tle Jesus indicam que 0* iUtlmoH dias despontaram na vida e minlNltfrlo tle Jesus. Ele agora parte tia lerru parti ,t presença glorificante de Deus, A nuvem também pressagia a maneira na qual Jesus voltará — numa nuvem de glória. De fato, os dois anjos que apBrecMl 11 na ascensão declaram que Jemm volurA como os discípulos o viram Ir para n eíu — visível, corporal t* pessoalmente (Al 1. 11 ), O enfoque eslíl na maneira da voila e não no tempo, Iloje Crisio está entronizado no còu como Rei, sentado íi mfto direita tie I )bun, Elevado à presença de Deus, Ele comple tou sua jornada e deu o passo Unal para sua exaltação na glória, O Crisio, nam Ido de mulher, que vivia uma vida humana e nu>rreu m:i ( iii/, ag< >1,1 cstfl seutudii a ma< > direita de I No rio Jordão, o lispirlto Santc >tinha desclck) s< >1 >i e (àtsloe u >ri iik l< m > Profeta, Sacerck>lee Rei ungido ( l.c 3.21,22), Jesus cumpre seu ofício real na ascensão. Como Rei, Ele derramará o Hspírito Santo prometido e no fim voltará outra vez. 2. A Origem da Comunidade Batizada e Cheia pelo Espírito (1.12— .41). No Dia de Pentecostes, a comunidade de crentes experimentou uma dimensão totalmente nova do Espírito Santo. Os discípulos já desfrutam a renovação es piritual pela habitação do Espírito Santo no coração. O “pequeno rebanho” for mado por Cristo durante seu ministério terreno está entre a economia do Antigo Testamento e o Dia de Pentecostes. De acordo com os Evangelhos, o pro cesso de formação da comunidade de crentes envolvia duas fases: A primeira fase consiste nos discípulos dejoão Batista tomando-se seguidores de Cristo 0o 1.35-37; cf. Jo 3.30); a segunda fase incorpora um grupo adicional de discípulos devotados que se reuniram ao redor de Jesus (veja comentários sobre At 1.15). Entre estes discípulos, estava a maioria dos doze após tolos, dos setenta e cerca de quinhentos judeus (1 Co 15.6). Em outras palavras, a Igreja cristã já existia antes do Dia cle Pentecostes. O derramamento do Espírito no Dia de Pentecostes não significa uma nova Igreja, mas uma Igreja capacitada, uma comunidade ungida de crentes, que estão estreitamente ligados com o povo de Deus do Antigo Testamento (At 7.38). Como previamente prometido, logo eles serão batizados no Espírito e feitos uma comunidade ungida de crentes. Esta seção registra os discípulos no cenáculo (1.12-14), a substituição de Judas (1.15-26), o derramamento do Espírito Santo (2.1-13) e o discurso de Pedro à multidão (2.14-41). 2.1. A Comunidade Aguarda o Espírito Prometido ( I. !2-2(i) 2.1.1. A Coniim ldiide »c Dedlcn it Oraçfto (1.12-14). A ascensiU) ocorre nas ied< H K lezBN d<) montei In* t Mlvelrtm, >i lesledejeriisalem ati avessa lidou vale de Cedmm, Aquele lugai dista de leiusnlOm apn inimadamente mil edu/enti in metii m, a distância que um |udeti piedoso podia caminharem dia de sábado( r,* Ifi «Wi Nin 35.5). Os discípulo,s voltam a leiiimilfiu “com grande júbilo" (Lc ijualquei tristeza que eles têm pela partida de |e<tii* é transformada em alegria Uo penstii em ver Jesus novamente. Eles vflowit emli n lo. A localização do lugart'* ItKVitK I ser o lugar da Última Celu (Mi U ll| It 22.8,12), ou a casa de Marlu, n nifle ill* João Marcos (Al 12.12). Lá ele# espeitiin pela promessa de poder do alto, Entre os crentes há quatro grupom 1) Os onze apóstolos, que conllrmmii ti e* clusão de Judas do número d» is nprt*U>li m e preparam sua substituição; 2) Certas mulheres devotas, Inclusive Mailii, mãe dejesus, c provavelmente as miilhcics da Galiléia que tinham sitio curadas pui Ele — mulheres que lhe sustentavam u ministério com seus recursos (Lc H,2„í) r viram a crucificação (Lc 2,149)| 3) Os irmãos dejesus, que antes efumcíllco* (Mc 3.21; Jo 7.5), mas agora csulo convpil ciclos de que Jesus é o Messias; e 4) Outros seguidores dejesus, Judas fulfl conspicuamente ausente dos grupos, Como esperaríamos, < >s i lez dias que ou discípulos gastam esperande i pel( 11 m hIpi de Deus são marcados por oruçâo COM tante. O lugar de oração não é upeint# li cenáculo, onde eles estão, mus lamb^lli o templo (cf. Lc 24.53: “KestHVumNtilupiV no templo, louvando e hendl/,cndo n Deus”). Todos os presentes estão "uintlll memente”, palavra que signilica queelcn estão com uma mente e propósito ti i, Rm 15.6). Os cristãos primitivos passam por tensões na comunhão, mas eles as superam mediante a resposta no Senliiif crucificado e ressurreto. Os discípulos se unem em oraçUo com grande freqüência e singeleza de propósito, tiles oram, esperando o lia tismo com o lispirlto. Jesus j.i os tlnlia assegurado de epie a nutorl/.avAo do líspírilo seria uma resposta a oravfloi "Ou,into mais daríl o l*ul celestial o lis fi4H pírlto Santo aqueles que lh< * p<’tlli'ont?" (I.c 11,13), Sim ( uiiMrtiH la em oraçilo e louvor os prepara para receberem o batismo com o Hspírlto Santo (cf. Al 4.29-31;H.14-17). A oraçiío que erô e espera fornece o ambiente espiritual para receber a plenitude do Espírito. 2.1.2. A Comunidade Escolhe Matias ( 1.15- 26). Como líder, Pedro assume o papel de porta-voz dos apóstolos. Ele fala para aproximadamente cento e vinte crentes e relaciona os fatos da traição e fim terrível de Judas. Este número não significa que estes são os únicos discípulos que Jesus tem neste momento. Paulo diz que mais de quinhentos irmãos viram o Jesus ressurreto de uma só vez (1 Co 15.6). Estes cento e vinte são provavel mente todos os que estão presentes em Jerusalém nesta ocasião. Judas tinha sido um dos doze apóstolos e tomado parte no ministério, mas perdera seu ministério e sofrera morte trágica. A Escritura profética toma necessário que os discípulos escolham um sucessor para ele. A descrição de Pedro sobre a morte de Judas difere de duas maneiras do relato apresentado em Mateus 27.3-10. 1) Mateus registra que Judas se enforcou, mas Pedro diz que Judas, precipitando-se, rebentou pelo meio. É possível que ambas as narrativas sejam verdadeiras, pois quando Judas se enforcou, a corda presumivelmente arrebentou e ele atingiu o sc )lo com tamanhc) impacto que o abdômen arrebentou. 2) Pedro diz quejudas comprou um campo, ao passo que Mateus registra que os prin cipais sacerdotes compraram um terreno com as trinta peças de prata quejudas lhes devolvera. í;. provável que os sacerdotes compraram o campo do oleiro com o di nheiro. Mas a terra realmente pertencia a Judas, vislo que foi comprada com o dinhein > dele e seus herdelrc>s teriam reivin dicação legal sobre o bem (Bruce, 1956, p. 49). O campo deriva seu nome, Aceldama (em aramaico, "Campo de Sangue"), das trinta peças de prata dadas a Judas para Irair o Salvador, liste campo, comprado com dinheiro dt* sangue e localizado cm algum lugar perto de Jerusalém, 6 o local onde Jucius rol enterrado, () IIm lirtgli ii de Judas o predito nos Salmos e Miou d,XX), Ambas as passagens traiam dos inimigos de Israel na época de I )avl, mas Pedro as aplica a Judas, Pela boca de Davi, o líspírllo San lo predisse o deslino de pessoas ímpias que perseguem os servos de I )eus, lista profecia se aplica ao caso de Judas de dois modos particulares: 1) Seu lugar de habitação, ou seja, a casa ou o campo que ele comprou, ficará desertai estará sob maldição e ninguém viverá nela (SI 69.25). 2) Seu lugar de liderança será ocupado por outro (SI 109.8). O lugar que ele teve ri min apóstolo está desocupado, () papel adml nistrativo que os apóstolos lerái > lio 1'lllUlli Reino(Lc 22.28-30) torna imperativo ui imeai uma substituição. Um homem precisa ser escollildi > paia ser o sucessor de Judas como aprtstolo (cf. At 1.26). A palavra “apó.siolo" tem um significado rico e variado, < > verbo do qual é derivado (aposlcllo) slgnllh a “enviar” ou “despachar"; literalmente, um apóstolo é um enviado ou embalxadoi () ofício cristão de apóstolo (• derivado possivelmente do conceito judaleo do sbuiiach. Este termo ocorre em lonles rabínicas e diz respeito a uma pessoa que age em benefício de oulrem, Hlii shaliacb delega autoridade, semdlhanU» ao que chamamos procuraçáo, No N ovo Testa mente >, o termo A/x U/< >h > í usado em sentido geral e restrltlvi >, I ixei 11| ili »< do significado geral são enconiimlos em I lebreus 3.1, onde Jesus ó chamai l< > "apôs tolo e sumo sacerdote da nossa i’< inhssfli i", e em Atos 14.14, onde Paulo e Mai nabí, missionários enviados pela congregaçAo de Antioquia, são chamados "aprtstülos" (cf. Km 16,7; Fp 2.25). Lucas usa eín sen sentido restritivo para designar os doze indivíduos que Cristo escolheu de unigni po maior de discípulos (Lc 6,12-16) como seus representantes especiais, No Hm do seu ministério terreno, os Do/e Ibrmain esse grupo especial, ainda quejuda* |(1 náoseja um deles (cf, I (Io 1VS), ( )s apóstolos devem ser testemunhos da vida e ministério de Jesus, sobretudo sua ressurrelçílo, Como Atos delxu claro, ,i .sulwllliilção dejudim tem dr hüIInIíi/,(*i dii,ls (|ualHic;n,'(V.s, 1) lilc* loitulc osiíir associado coinjcsus ao longo do seu mlnislório, <) batismo dc Jesus leito porJoão Balisla, e sua unção com o Kspírito marcam o começo do mi nistério dejesus; a ascensão é a conclusão do seu ministério terreno. Tendo estado com o Senhor desde o começo do seu ministério até à sua exaltação, o sucessor de Judas pode testemunhar com grande autoridade das poderosas obras e palavras de Cristo. Como testemunha ocular, ele pode falar sobre Jesus curar os doentes, libertar os possessos de demônios e livrar os pecadores da escravidão do pecado (Lc 1.2). 2) A qualificação essencial é ter visto Jesus depois da ressurreição (cf. 1 Co 9-1). Os apóstolos só testemunham do que viram e ouviram (At 4.20). Entre a ressurreição e ascensão dejesus, Ele deu muitas provas convincentes de que Ele estava vivo (At 1.3). Tendo visto o Senhor neste período, a substituição de Judas pode declarar que Jesus ressuscitou e vive para sempre. Os eventos do Evangelho devem ser centrais ao testemunho da Igreja. Depois da lula d e Pedro, oh cirnlen escolhem dois homens; José, chamado Harsabas, e Mal las. Ambos estavam entre os primeiros discípulos de jesus e sáo bem-qualiíieados para suceder Judas. A Bíblia nào nos conta nada mais sobre estes dois homens. Depois de propor os nomes, os discípulos oram pela direção do Senhor, a fim de que Ele lhes mostre qual dos dois Ele escolheu: “Tu, Senhor, conhecedor do coração de todos, nu >stra qual destes dois tens escolhido, para que tome parte neste ministério e apostolado, de quejudas se desviou, para ir para o seu próprio lugar” (w. 24,25). Eles se dirigem a Deus por “Senhor” como alguém que sabe todas as coisas, inclusive os desejos íntimos do coração humano. Depois da oração, os discípulos lançam sortes, entendendo que aquele em quem a sorte cair é a escolha do Senhor. No mundo antigo, o lançamento de sortes era usado extensamente para determinar a vontade de Deus (Lv 16.8-10; Js 18.6,8). Não temos meio de saber o método pre ciso que foi usado. Provavelmente pedras com nomes inscritos eram postas numa vasilha e sacudidos até que uma caísse. FRÍGIA PÁRTIA MÉDIA PANFÍLIA [Jerusalém W CIRENE Dia de Pentecostes La rA b ia Ato* 2.0-11CrontoB doutas área* witovam proaontes no Dia do Pantecoaten em JerutalAm. Na Fcmln do Dln do Penteooetau em Joruwilóm, o Espirito Snnlo d (menu lobra o i discípulo» oomo um vonto violento e o que pareoeu saram llnjjuas de fogo que tooaram oada um dolow. O* dlsdpulos comaçaram a faim em lingual diferente» — línguas qua nurma tinham aprendido — au povo que tlnha vlndo de dlferentei imlSHB antianunlKiN mu Lançando sortes, os dlsdpulo* mosiram si forte eonvicçlo mi providência illvlrui, Deus era quem guiava o resultado de algo que parecia tõo ueldental quuntoo lança« mento de sortes, Quando a sorte é lançada, esta cal em Matlas, Deus já escolheu este homem como sucessor de Judas; a sorte simplesmente confirma a decisão. O fator humano é excluído no preenchimento do lugar vazio entre os doze apóstolos (Haenchen, 1971, p. 162). A exaltação de Jesus e o preenchi mento do lugar desocupado cio traidor armaram o palco para o derramamento do Espírito. 2.2. O D ia de Pentecostes (2.1-41) Atos 2 faz uma narrativa do primeiro Dia cie Pentecostes depois cla ressurreição cie Cristo. O Dia cie Pentecostes (hepente- coste, “o qüinquagésimo [dia]”) se dava cinqüenta dias depois de 16 de nisã, o dia seguinte à Páscoa. Também era chamado “Festa das Semanas”, porque ocorria sete semanas depois cla Páscoa. Por causa cla colheita de trigo que acontecia naquele período, era uma celebração cla colheita de grãos(Êx 23.16; 34.22; Lv 23.15-21). Nos dias de Lucas, também pode ter se tornado ocasião para os judeus celebrarem a doação cla lei no monte Sinai. Porém, não há autoridade para esta tradição do Antigo Testamento, nem há qualquer tra dição judaica conhecida já no século I que relacione a doação da lei com a Festa do Pentecostes. Muitos judeus devotos de vários países iam ajemsalém para observar a Festa cla Páscoa e ficavam até a Festa do Pentecostes. A festividade judaica do Dia de Pente costes assume novo significado em Atos 2, pois é o dia no qual o Espírito pro metido desce em poder e torna possível o avanço do evangelho até aos confins cla terra, O batismo dos apóstolos com o Espírito Santo no Dia cie Pentecostes serve de fundação da missão da Igreja aos gentios. Essa experiência corresponde íi unção de Jesus com o Espirito no rio JordtoCLc 3.21,22). Rxlitem semelhança* entre estes dois •vento*, O Bspfrlto desceu sobre Jesus depois que Kleorou (Lc ,4,22); no Dia de Pentecostes, os discípulos também sflo cheios com o Kspfrlto depois que oraill (At 1.14). Manifestações físicas acompa nham ambos os eventos, Norlo Jordflo, o Espírito Santc > desceu em forma e< »rprireu de pomba, e no Dia de Pentecostes a presença do Espírito está evidente na divisão de línguas de fogo e no (ato de os discípulos falarem em outras línguas, A experiência cle Jesus enlailzava uma unção messiânica para seu mlnl*(élic > tnl blico pelo qual Ele pregou o livangellio, curou os doentes e expulsou deu lAnli ts; t m apóstolos agora recebem ô mesmopoder do Espírito, Derramamentos subseqütM ite* do Espírito em Atos sflo semelhantes fl experiência dos discípulo» em Jeruwlém, Como Stronstad ( 19H4, pp, M,M) afirma com propriedade: “Da mesma maneira que a unçfto dejesti» (Lc 3.22; 4,18) 6 um paradigma part 0 subseqüente batismo dos dlicípubs etiiti o Espírito (At 1,5; 2,4), assim 6 dom (In Espírito aos discípulos é um paradigma para o povo de Deus em tc>t los os 'till ImiM dias’ de uma comunidade c#rl»m(tlfl do Espírito e da condlçBa de profeta de todos os crentes (At 2,16-21)'', Os paralelos entre a experiência dejettutf e os crentes primitivos é crucial ft Inter pretação de Atos e pr< >vê a I wse teolOglca para a experiência penleeostal dos dl«* cle hoje e para o serviço erlstflo no podei* do Espírito até que Jesus volte, 2.2.1. Sinais ün D lü c lp u ln i Pilo Cheios com o Espírito Nimto (/.I-4), No Dia de Pentecostes, os dlseípuli mülflo orando e esperando, prontos para serem batizados com o Espírito, Uma de suas características surpreendentes#« unidade, Lucas já descreveu que eles estflo tmiili is em oração, sugerindo que eles têm uma mente e propósito (At 1,14), O Dia de Pentecostes começa com eles "it >t It ts reu» nldos no mesmo lugar" (At 2,1) — mullo provavelmente no templo onde ele* se reuniam diariamente (Lc 24,S,4| At 2,46| Ml '5.42; cf. At 6.13,14)' Devido ao contex to, eles não estilo meramente no mesmo lugar, mas estão em comunhão uns com os outros. Seu verdadeiro senso de co munidade centraliza-se no conhecimento pessoal que eles têm do Cristo ressurreto e da devoção para com Ele. Quando o Dia de Pentecostes desponta, o tempo de orar e esperar terminou para estes cento e vinte discípulos. A princípio, há um som sobrenatural vindo do céu, como um vento violento. À medida que o som enche a casa (o templo) onde eles estão sentados, línguas como fogo pou sam sobre os presentes. Sinais milagrosos introduzem o Dia de Pentecostes como no monte Sinai (Êx 19.18,19), em Belém (Mt 1.18— 2.12; Lc 2.8-20) e no Calvário (Mt 27.51-53; Lc 23-44). O vento e o fogo enfatizam a grandeza da ocasião e são evidências audíveis e visíveis da presença do Espírito — o som do vento poderoso significa que o Espírito Santo está com os discípulos, e as chamas de fogo em forma de língua que posam em cada um deles são manifestação da glória de Deus, acrescentando esplendor à ocasião. Os relatos posteriores de enchimen to com o Espírito em Atos não sugerem que o som do vento e as línguas de fogo ocorrem de novo. Estes sinais são intro dutórios, somente para aquela ocasião. O sinal constante e recorrente da plenitude do Espírito em Atos é falar em outras línguas (At 10.46; 19-6). No Dia de Pentecostes, Pedro declara que Cristo derramou o que as pessoas vêem e ouvem (At 2.33). Falar em línguas (ou glossolalia) — um sinal externo, visível e audível— marca a dotação dos discípulos com poder sobrènatural, isto é, o fato de eles serem cheios com o Espírito. O verbo traduzido por encher (pimple- mi), usado em Atos 2.4, está estreitamente ligado com o Espírito (Lc 1.41,67; At 4.8,31; 9-17; 13-9). Este verbo é usado por Lucas para indicar o processo de ser ungido com o poder do Espírito para o serviço divino. Ser cheio com o Espírito significa o mesmo que ser batizado com o Espírito ou receber o dom do Espírito (cf. At 1.5; 2.4,38), O Espírito Santo hubllltu os discípulos a "falar em outras línguas", Falar em lín guas não é meramente questão de von tade humana, pois é o Espírito que inicia a manifestação. Em plena submissão ao Espírito (“o Espírito Santo lhes concedia”), eles falam e agem conforme o Espírito os conduz. Tais expressões vocais não são fala estática ou mera algaravia; mas, como o termo “falar” (apoph th engomai) sugere, elas são poderosas e capacitadoras (cf. At 2.14; 26.25). Este verbo se refere no Antigo Testamento grego à atividade de videntes e profetas que reivindicam inspiração divina (Ez 13.9,19; Mq 5.11; 2c 10.2) e indica uma proclamação divinamente inspirada. As línguas no Dia de Pentecostes po dem ser corretamente descritas como proféticas e confirmam o padrão de Atos 2.17,18: “Os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão”. No batismo com o Espírito, declarações inspiradas originam-se com o Espírito Santo. Os crentes são porta- vozes do Espírito, embora permaneçam em pleno controle de suas faculdades. O Espírito respeita a liberdade e busca a cooperação deles. Ele fala por meio deles, mas eles estão falando ativamente em línguas e podem parar à vontade. Por exemplo, Pedro fala em línguas, mas pára quando se dirige à multidão. As sim a manifestação de línguas pode ser entendida como resposta e obediência ativas ao Espírito Santo. A experiência dos discípulos no Dia de Pentecostes tem um significado quá druplo. 1) A principal característica do batismo com o Espírito é primariamente vocacional em termos de propósito e resultado. Como nos tempos do Antigo Testamento, u unção com o Espírito é primariamente vocacional, em vez de ser salvadora (i.e., que leva à vida eterna). O batismo com o Espírito não salva ou faz da pessoa um membro da família de Deus; antes, é uma unção subseqüente, um enchimento que equipa com poder para servir. No Dia de Pentecostes, os discípulos se tornam membros de uríia comunidade carismá tica, herdeiros de um ministério anterior de Jesus, Ele’s sfto Iniciados num serviço 652 capacitado pelo líspírllo r dirigido polo lÍN p írllo paru o Senhor, 2) 1'iiiai' cm IfnKUHN 6 o olnul Inicial do batismo com o Espírito. Serve como munllestaçilo exlerna do Espírito e acompanha <> bui Is mo ou imersão no Espírito. Para Pedro, o sinal milagroso demonstra a plenitude do Espírito. Ele aceita línguas como a evidência de que os cento e vinte foram cheios com o Espírito. Como sinal inicial, as línguas transformam uma profunda experiência espiritual num acontecimento reconhecí vel, audível e visível. Os crentes recebem a certeza de que eles foram batizados com o Espírito. O próprio Jesus não falou em línguas, nem mesmo no rio Jordão. Sua unção especial foi normativa para seu ministério, mas o derramamento do Espíritoem Atos 2 é normativo para os crentes. A distinção entre Jesus e os crentes é que Ele inicia a nova era como Senhor. 3) As línguas proporcionam aos discípulos os meios pelos quais eles louvam e adoram a Deus. Estes discípulos falam em línguas que nunca aprenderam, mas ao celebrarem os trabalhos poderosos de Deus elas são com pletamente inteligíveis aos circunstantes (v. 11). Todos os que testemunham o que está acontecendo reconhecem que os discípulos estão louvando a Deus. Em vários-idiomas, eles magnificam e agradecem a Deus pelas grandiosas coisas que Ele fez. 4) Falar em línguas é sinal para os ouvintes descrentes (cf. 1 Co 14.22). As palavras de louvor nos lábios dos discípulos servem como sinal de julgamento para os incrédulos. Com base na manifestação milagre>sa, Pedrc > declara: “Saiba, pois, com certeza, toda a casa de Israel que a esse Jesus, a quem vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo" (At 2.36). Falar em línguas é o meio pelo qual o Espírito Santo condena os judeus por terem crucificado Jesus e por serem incrédulos. Tanto quanto a evidência itii ciai do batismo com o Espírito, as línguas podem ser sinal do desgosto de Deus, 2.2.2. Maravilha: A Multidão fica Pasma(2.5-13). No Dia do Penleu>sles, os discípulos t&tmmui audiência Interna cional, pois Judeus devotos dejerusaltfme Ibra da Fiilesllnuse reuniam pura esta fesui judaica, Mutlus nuvem, muna variedade de Idiomas, os discípulos talando solír» os ira ha II los maravilhosos do Deus I'm estas horas, os discípulos |n devem ler delxudo o templo e Ido para as ruas, t )s judeus lenientes a I )eus vêem o trabalho tio Espírito e ou vemos discípulos gallleus lalando em línguas dos grup<>s narlt mais presentes— um grande milagre! Sabendo que os discípulos não sabem eslas línguas, eles não têm explicação razoável paru o fenômeno. Lucas descrevo que a resposta destes grupos a este milagre (• coníusflo, assombro e perplexidade (vv, ft,l«<), Pm nenhum outro lugar o Novo los tamento(e.g., At 10.dí); 19.6j J Co 12,14) descreve a “glossolalla" como íalur em idiomas estrangeiros, A auleulli Idade da manifestação não depende da pio sença ou ausência tie lalar em Idiomas estrangeiros. Paulo enfatiza que o dom de interpretação tem de ttcampwihttr rts línguas para que a Igreja loCftlso|n edlMrmla (I Co 12.7-10; 14.1-5), l)e acordo rum Paulo, as línguas são um Idioma, mtissom a companhia do dom do Intorprelaçfln uma mensagem em línguas permanece ininteligível ao locutor o ao ouvinte, í ) dom ile línguas devo sor lnler|iretado na igreja local. Neste dia ocorre um milagre que ntiiui antes loi testemunhado, A sogulnlo|K*igillllH lói feita: Estas inspiradas expressões vocal* são um milagre de fala ou um milagre de audição? O milagre eslrt na laia, vlslu que é mais lógico pensar num mllagro em crentes do que em Incrédulos, Uma defesa do milagre só como tiueslflo ÜH audição tia multidão ô difícil ile sor lolin, sobretude > considerando que Atos i piiÍh liza as expressões vocais Inspiradas polo Espírito (“todos 1.,.] começa rum a la^tr", v, i ). Além disso, a narrativa das línguas om Atos l(), IS,46 não enlatl/.a o ouvir, nuwo lalarem línguas (veja também Al iy.fi), () povo reconhece a nalure/a mlracti li >sa do <|ue estíi acontecendc >, I Ins oslflt i maravilhados e incomodados polo quo significa a manlfoslaçfln do líspírllo, lllos não lêm Idéia para que servo o milagre, < mi r< is se dl vertem C( iinoaci mloclmetilo acusa ndo os dlscípi i los do oslaivm I Abados, Não reconhecendo alguns dos Idiomas 0,11 <1111* oh discípulos est&o fnlundo, elen oh confundem com tolice, Míin o que alguns nfirmam que é re sultado de bebedeira é, na verdade, unia inunlfeHtaçãodo derramamento do Espírito Santo, ()s discípulos tiveram uma profun da experiência espiritual, e com alegria e vigor expressam ação de graças e louvor a I )eus por suas obras salvadoras em Cristo e por serem batizados com o Espírito. O mesmo Espírito que guiou os patriarcas e capacitou os profetas veio para guiar e capacitar a Igreja a levar o evangelho a todas as nações. A presença de “judeus, varões reli giosos, de todas as nações” no Dia de Pentecostes, começando com Pártia, a leste, e chegando tão longe quanto Roma, a oeste (vv. 9-11), indica que o evangelho é de âmbito universal. A missão crista já começou a alcançar “os confins da terra” (Haenchen, 1971, p. 170). O evangelho deve ser pregado em muitos idiomas e dialetos. A audiência universal antecipa a promessa de Pedro de que I )eus derramará seu Espírito sobre “toda a carne” (v. 17). 2.2.3. D iscurso P neum a (2.14-36). 2.2.3.I. Explicação: Os Três Sinais C;iunpremaProfeciadeJoel(2.l4-21).0 a | lóstolo Pedro éagora cheio com o Espírito e se dirige ã multidão numa declaração inspirada pelo Espírito. Tendo ouvido os escárnios que as pessoas faziam dos discí pulos, ele responde à pergunta: “Que quer isto dizer?" (v. 12), com grande autoridade profética, Ele nega primeiramente que os dlNcfpulos estejam'bêbados: “São só nove IKiras da manhál" Os homens se intoxicam a qualquer hora, mas nas primeiras horas da rminhSt 6 altamente inverossímil. Nove horas era a hora da oração, e os judeus regularmente não faziam odesjejuam até uh dez. listes discípulos foram cheios com o lispírllo, Paru mostrar a falsidade da acusação de embriaguez e explicar oHlgniflcudo da iiHiiilfeHttiçflo do Hspfrilo, Pedro vincula oh icontâclmentoi tio Dl« de Penieconten com Joel 2.2H-32. A multldfio entíl ven tio o cumprimento da profecia de Joel diante dos olhos, O que se esperava que ocorresse “nos últimos dias” aconteceu: o derramamento do Espírito de Deus. Falar em línguas é um sinal escatológico de que os últimos dias despontaram. No Antigo Testamento, a expressão “últimos dias” se refere à vinda do Messias (Is 2.2; Mq4.1). No Novo Testamento, estes “últimos dias” são iniciados pela vinda de Cristo, e o derramamento poderoso dos sinais do Espírito assinala que a era mes siânica chegou. Os últimos dias cercam o período entre a Primeira e Segunda Vinda de Cristo. A era do cumprimento começou, ainda que a consumação final esteja no futuro. Os ouvintes no Dia de Pentecostes estão vivendo nestes últimos dias. O uso do plural em “últimos dias” indica que o derramamento do Espírito abrange mais do que apenas um dia. A era do Espírito foi predita há muito tempo pelos profetas: “Isto é o que foi dito pelo profeta Joel” (v. 16). No Antigo Testamento, só algumas pessoas experi mentaram o Espírito. Do Dia de Pente costes em diante, Deus torna disponível a todos os seus filhos a plenitude do Es pírito. O poder carismático do Espírito já não está limitado aos líderes do poVo de Deus. Fundamentando sua mensagem na profecia de Joel, Pedro promete que 0 derramamento do Espírito é para "toda a carne”. É de escopo universal — sobre jovens e velhos, sobre filhas e filhos, até sobre os de posição social baixa, ta rito homens quanto mulheres. Em vez de ser derramado apenas sobre reis, sacerdotes e profetas, o Espírito será derramado sobre os crentes de toda raça, nacionalidade e gênero. Ao receberem o batismo com o Espírito as pessoas elevem profetizar. Línguas que acompanham a experiência de Imersão no Espírito têm o caráter de fala profética, e Pedro liga o poder do Espírito com a explosão universal de profecia. A mesma 1 Igaçflo é feita entre o poder carismátlco d< > Espíritoea proledííem Números 11.24-29, onde os anciãos profetizam depois que o Sapfrltn foi transferido de Moisés para 4M eles, Moisés expressa o desejo de que lodo o povo dc Deus pmletlze.Joel 2 promete o cumprlmenu) do desejo de Moisés, e os acontecimentos do Dia de Pentecostes cumprem esse desejo potencialmente.A era da condição de profetas de todos os crentes desponta com o derramamento do Espírito em poder profético, criando uma comuni dade de profetas nos últimos dias. O cumprimento inicial da promessa de Joel no Dia de Pentecostes batiza os discípulos para um ministério profético de dar testemunho da obra salvadora de Cristo. Mas este batismo do Espírito para profecia não é limitado aos crentes no Dia de Pentecostes. As palavras de Pedro: “Os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão”, indicam a atividade profética contínua da igreja. Evidências adicionais das obras do Espírito serão vistas em “sonhos” e “visões”. Estes tipos de experiência eram meios de receber revelação profética (Nm 12.6). Através de “sonhos” e “visões” o Es pírito Santo revelou a verdade divina ao povo de Deus (Lc 1.22; 9.28-36; At 7.55,56; 8.29; 9.10; 10.10; 11.5,28; 16.9; 22.17-21; 27.23). O propósito deste derramamen to do Espírito é preparar o povo de Deus para a chegada do “grande e glorioso Dia do Senhor” (v. 20). Como prelúdio ao dia do Senhor, “prodígios em cima no céu” e “sinais em baixo na terra” ocorrerão. Sinais cósmicos, como guerra, incêndio, granizo e a coloração do sol precederão o Dia do Senhor, o dia em que a história como a conhecemos terminará. Primeiro vêm “os últimos dias”, introduzidos pelo primeiro advento de Cristo e o derra mamento do Espírito. Depois, vêm os grandes terrores apocalípticos no céu e na terra (Ap 8.5,7; 20,9). Por fim, vem “o grande e glorioso Dia do Senhor”, a Segunda Vinda de Cristo. A Igreja existe nos "últimos dias", entre dois acontecimentos: o derramamento do Espirito e o retorno de Cristo, A era vindoura se tornou realldude na vida do povo dc Deus, A nova era despontou C< >m a morte e reuni i rrelçfu ide Cristo e i >s ac< ii itcdmenU >s dc 11 )!a de Pentecos tes, mas a velha era dc pecado e morte permanecerá até que Cristo chegue outra vez, Como resultado do batismo com o Espírito, o povo de Deus recebe poder para cumprir.sua mlssílc i prt ifétlca de testemunhar do evangelho. Nossa mensagem deve ser: “Todo aquele que invocar o nome do Senhor serrt salvo" (v. 21). Somente os que Invocam o .Ne nhor em oração clamando porsulvaçflo escaparão dos terrores do julgamento final. Até ao Dia do Senhor, as pessoas podem ir ao Senhor Jesus em busca de salvação (Rm 10,13-15). 2.2.3.2. Testemunhoi Pedro Pro clama Jesus como Senhor e Criato (2.22-36). Inspirado pelo KspfrlCO, o sermão e caráter de Pedro lUum em contraste com suas negações d< i Senlw ir (Lc 22.54-62), Depois do derramanwntc i do Espírito, ele se torna corajoso e ousado. Seu primeiro sermfte reílele suas convicções claras. Kle |d nfto tem dúvida sobre o Salvador e a mlssfto do Salvador e interpreta o significado da vida e ministério de Jesus, 1) Pedrochama a atenção a Jesus "Nu/iWiV i" (v. 22). Seu ministério foi claramente capacitado e aprovado por 1 )CUI, e srUK milagres eram evidência de que o Hsplrlli» o tinha ungido (cf, Al 10.38), Por melo clEle, Deus fez poderoMl maravilha» (dynamels), prodígios (ttimia) e sinais (semeia). Estes termos nflo significam Ifto tipos diferentes de açíc>, mas descrevem o mesmo trabalho divino, As maravIlItMs de Jesus são trabalhos poderc w<», p< tttjllP foram feitos pelo poder dc Deus, Como prodígios, eles despeitaram assoiftbm naqueles que os testemunharam, Como sinais, significaram a aprovnçftudeDfliN do que Jesus tinha ensinado com relaçílo a eles, O ministério de Jesus era público, M u lios dt >s ou vintes do scrmfu i de Pedrc > tinham sido testemunhas oculares do que Deus realizara por Jesusi "Como vós mesmos bem sabeis" Cv, 22), O* milagres Unham acontecido entre eles, delxund( x * bem cientes de que tais feitos destacaram Jesus como |X’Hno;i Ineomum. I Xirante seu mlnistérk) tenvnc >,us< >pc >nenles dejesus designaram seu poder de expulsar demônios a Belzebu (Lc 11.15). Eles não ficam convencidos de que seu ministério era a obra de Deus, mas os discípulos sabem diferentemente (note, e.g., Lc 24.19). 2) A morte de Jesus na cruz ocorreu de acordo com o plano de Deus. Em vez de o reconhecerem como homem de Deus, os líderes judeus o crucificaram. Contu do, o que aconteceu não foi acidental; foi de acordo com o propósito de Deus que Jesus fosse entregue a eles. Incluso em seu plano de salvar o mundo estava a traição de Judas, o trama dos judeus e a decisão de Pilatos. Os líderes judeus instigaram a morte de Jesus, mas “pelas mãos de injustos [anomoi, sem lei]” eles o fizeram ser crucificado. Os homens “sem lei” eram os romanos, que não tinham recebido a lei dada no monte Sinai; foram eles que pregaramjesus na cruz. Sem saber, eles estavam fazendo a vontade de Deus (At 13.27). Aqui, de modo profundo, o propósito eterno de Deus e a vontade humana foram unidos. Tendo crucificado Jesus, os judeus cumpriramavontade do Deus soberano. Mesmo assim, isso não minora o crime e a culpa dos responsáveis. 3) Deus ressuscitou Jesus. Homens ímpios mataramjesus; em contraste, Deus tomou ação decisiva e o fez voltar à vida nova mente. O plano divino levou Jesus pela morte para a exaltação como Senhor e Salvador. Ressuscitando-o, Deus o livrou de “as ânsias da morte” — tas odinas tou thanatou, o que literalmente significa “as dores cruciantes da morte”. O propósito não é mostrar que Jesus sofreu dores depois da morte, mas indicar de modo descritivo como Ele foi livre das garras da morte. As palavras “não era possível” (v. 24) signifi cam que a morte já não poderia prendê-lo em correntes como prisioneiro. Como prova da ressurreição de Jesus, Pedro cita a profecia de Davi no Salmo 16.8- 11, uma passagem que predisse a ressurrei ção de uma pessoa. Davi falou na primeira pessoa, como se estivesse referindo-se a si mesmo. Em vez disso, estava se referindo ao Santo de Deus, o Messias, DuvI mor- ivu e Ibl enterrado; seu sepulcro flenvu em Jerusalém (v. 29). Ninguém presumia que Deus o tivesse livrado tio mundo dos mortos e que seu corpo já nâo estava mais no sepulcro. O Salmo 16 nâo se aplica a Davi, mas ao Messias. O Salmo 16 é a oração de um homem piedoso que tem confiança de que o Senhor está à mão direita e não o abandonará no mundo dos mortos ou permitirá que seu corpo se decomponha, mas que ele se regozijará na presença de Deus um dia, Como Pedro explica, seu significado último acha-se emjesus Cristo, a quem Deus não abandonou no sepulcro ou permitiu que seu corpo se deteriorasse (At 2.31). Antes da crucificação, Jesus teve grande confiança no Pai (v. 26), e depois da ressurreição Ele foi cheio de alegria na presença de Deus (v. 28). Apelando para estas palavras de Davi, Pedro dá uma interpretação inspirada pelo Espírito da Escritura e prova que a ressurreição e a morte de Cristo ocorreram de acordo com o plano de Deus. Como profeta talentoso de Deus, Davi previu não só a ressurreição de Cristo, mas também que o Salvador, como um que é “do fruto de seus lombos”, se sentaria no seutrono(v. 30; cf. Lc 1.69). Por juramento divino, o patriarca recebeu a garantia de que sua linhagem familiar continuaria ocupando o trono. O Messias prometido seria um descendente de Davi e regeria do seu trono. A promessa de Deus se referia a um tipo particular de descendente; um verdadeiro filho de Davi, cuja ressurreição demonstra que Ele é o Messias ungido pelo Espírito. Ao longo do seu ministério terreno Jesus foi o Messias. Assim, o argumento de Pedro não significa que a ressurreição de Cristo o fez Messias. Porém, Pedro revela que Deus ressuscitou Jesus como o Messias para se sentar em seu trono, Cheio do Espírito, Pedro declara: “Deus ressuscitou a estejesus, do que todos nós somos testemunhas” (v. 32). 4) Deus derramou oEspírito. Depois de esta belecer Jesus corno o Messias, que tinha tie ser ressuscitado dos mortos, Pedro mostra que o Salvador foi, tie fato, exaltado ao trono tie Deus (v, 33). Hmbora ele e seus lompimhclit» I enlw m v l*t< ijmtus ascender Hoc6u,dlwri|uovlr«m,lwvwtlmpHivcernB nuvem (At 1.9) nfto os convenceria. Hntflo, seu apelo é puni o que u audiência viu e ouviu — Pedro e seus colegas falando em línguas, as línguas de fogo vistas sobre suas cabeças e um som como um grande vento do céu. Para Pedro, este derramamento do Espírito é a prova de que Jesus foi “exaltado [...] à destra de Deus” (ARA), significando que Ele está num lugar de honra ao lado de Deus. Outra possível tradução é “exaltado pela destra de Deus” (RC), enfatizando o poder de Deus na exaltação de Jesus. Tendo ascendido ao céu, “[Jesus recebeu] do Pai a promessa do Espírito Santo”. Ime diatamente depois do batismo nas águas, Jesus foi cheio com o Espírito (Lc 3-21,22) e durante todo o seu ministério público foi o portador do Espírito por excelência (At 10.38). Ele não precisava do Espírito como dotação para si mesmo; mas quando Ele ascendeu ao céu, o Pai lhe deu o Espírito Santo para ser distribuído à Igreja (Haenchen, 1971, p. 183). Em conseqüência, Jesus, o Senhor da Igreja, derrama o Espírito Santo. Tudo o que é visto e ouvido no Dia de Pentecostes emana do Cristo ascendido. De corpo, Ele está ausente da terra, mas presente com o Pai no céu. Como o Cristo exaltado, Ele continua distribuindo aos crentes o poder do Espírito Santo e os dons que Ele recebeu do Pai. Em Efésios 4.8-11, Paulo liga o minis tério da Igreja com a ascensão de Cris to: “Subindo [Jesus] ao alto, [...] [Ele] deu dons aos homens”. Paulo tinha o Dia de Pentecostes em mente, quando o Cristo exaltado derramou o Espírito na Igreja para testemunho e deu dons espirituais às pessoas, tais como apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e doutores. Do Dia de Pentecostes em diante, os ministérios da Igreja foram de caráter carismático. Não há sugestão na Escritura de que o caráter do ministério conduzido pelo Es pírito deva mudar. Através do poder do Espírito Santo, Cristo continua a equipara Igreja com uma variedade cle ministérios e ofícios (cf. At 13.1,2; 14.14; 21,8), 5) Jesus é o Messias, mas também é o Senhor, Ele ascendeu ao céu e está assentado no imnndlvlno, Considerando queo próprio Duvl nfto Unlui entrudo no céu, cle nfto poderlu estar liiltmdo de sl mesnio quando escreveu no Salmo 110,1: "DIsseoNÜNHUH no meu Senhor: Assentu-te ii minha rtiío direita, até que ponha os teus Inimigos por escabelo dos teus pés", Os próprio# fariseus admitiram que esta passagem w refere ao Messias (Lc 20.41-44). No presente contexto, “o SENHOR" se refere a I )eu* Hul e “meu Senhor", ao Jesus exaltado, O fato de Davi chamar o Messias de Senhor Indlctt que Jesus é mais que um Alho »eu, Não dando nada por certo, Pedro declara que Deus exaltou Jesus como Senhor e Cristo (v. 36). Desde o nascimento J t iu i era Senhor e Messias (Lc 2.11), DuiHnle seu ministério público Ele exerceu flinçA** como Senhor (cf. 1 Co 7,1Q,12,29| 9,%14| Hb 2.3) e morreu como Messias (At 34H| 10.38). Ele foi “declarado Filho cle Deu» em poder, segundo do Espírito d« santifl* cação, pela ressurreição cio» moitol" (Kffl 1.4). O derramamento do EapJritO no Dll cle Pentecostes confirma aos disefoulo» d i Jesus o seu poder e autoridade, AquRlv 1 quem as pessoas pregaram na cruüi DVUI exaltou. O atual reinado de jeau» no tiáu prova quem Ele realmente é, O povo cometeu um crime terrível • essas pessoas deveriam tremer dianta do pensamento de que estflo entre 0 número dos inimigos do Senhor Jesu», 81« tomou posse do seu trono à mflo direita de DCUI e continuará reinando até que Ele Vift» ça e derrote todos os seui InlmiflOS, À campanha poderosa para aubjugt-lo» já começou (Cl 2.15), 2.2.4. Respostai Cerca dc Trêa MU Pes8oasSãoSatvas(2.374D.Am«nMBMl inspirada de Pedro alcança o coraçflp do povo. Esses indivíduos entendem quIllUM palavras se aplicam a eles pessoalmente, pois muitos tinham concordado com M ações dos líderes contra Jesus, Depois que ouvem Pedro, eles "compunulmtTVM em seu coração”. Estando profundamente preocupados e convictos de seus pecado», ou seja, cle que mataram o Messias, elea inquirem! “Que faremos, varôe» IrmâOl!" Uma mudança ocorreu em auaa eonvic* çôes, e eles sentem uma aguda serwaçlo dc* remorso. Eles acreditam que Jesus 6 o Cristo, e seus corações ficam partidos diante do pensamento de que o assas sinaram. Convencidos de seus pecados pelo Espírito Santo, eles estão prontos a receber a salvação. Pedro lhes diz que façam duas coisas: que se arrependam e sejam batizados no nome de Jesus Cristo. Aqui, o significado básico de “arrepender-se” envolve tanto uma mudança de mente quanto o remorso por erros e pecados (Bauer, W. F. Amdt e F. W. Gingrich, A Greek-Englísh Lexicon of the New Testament and Other Early Christian Literature, Chicago, 1979, p. 512). Arrependimento exige abandonar a velha vida de pecado e viver uma vida de obediência a Deus. As pessoas que se arrependem devem se batizar nas águas. A fé é o meio pelo qual Deus concede perdão. A ordenança do batismo em si é ineficaz para nos lavar do pecado. A frase que segue a ordem dupla de Pedro para o povo se arrepender e ser batizado, pode ser traduzido literalmente: “Para [eis] perdão dos pecados”. O grego pode expressar resultado ou causa. Aqui, “para” indica resultado, não causa (Dana e Mantey, 1955, pp. 103-105). Arrependi mento resulta no perdão de pecados; o batismo ocorre, porque os pecados foram perdoados. O Novo Testamento não ensina que um ato físico como o batismo produz uma mudança espiritual. João Batista recusou batizar as pessoas até que elas mostrassem que tinham se arrependido (Mt 3.8; Lc 3-8). Jesus ensinou que o arrependimento precede o perdão de pecados (Lc 24.47). A Grande Comissão diz para fazer discípulos das pessoas antes de batizá-las (Mt 28.18,19). E agora, no seu sermão, Pedro põe o arrepen dimento antes do batismo (At 2.38). O batismo em águas deve ser precedido por arrependimento e fé. A teologia sacramental insiste na orde nança do batismo como causa instaimental da salvação. Um rito externo como o batismo não é base objetiva para destruir o pecado; somente a morte expiatória d c Cristo na cruz pode fazer Isn o , Nem o batismo pode mediar a salvaçflo, pois o Espírito Santo 6 o único portador o agente de salvação. A água nunca pode nos lavar de nosso pecado; por outro lado, as pessoas que se arrependem sin ceramente de seus pecados não devem considerar o batismo em águas como um rito desnecessário e sem valor. Pedro não só exige o arrependimento, mas também o batismo. Desde o princípio da missão da Igreja em Atos, o batismo tem seu lugar na pregação do evangelho e cumpre a Grande Comissão. A ordenança do batismo deve ser feita “em nome de Jesus Cristo”. Esta expressão pode ser usada como fórmula batismal, mas tem maior significado. O batismo administrado em nome de Jesus reconhece sua autoridade e se nhorio. Pelo ato do batismo em águas, os crentes expressam fé e devoção a Jesus Cristo. Serve como sinal de que os pecados foram perdoados e como sinal de compromisso para Jesus Cristo como Senhor. Como resultado da fé em Cristo, o Espírito Santo renova e habita em todo crente (cf. Rm 8.9; 1 Co 6.19). A seguir, Pedro promete que os que se arrependerem e forem batizados, “recebeifão] o dom do Espírito Santo”. Esta promessa deve ser entendida no contexto do derrama mento do Espírito no Dia de Pentecostes, o qual Pedro e seus colegas há pouco expe rimentaram. O trabalho inicial do Espírito segue o arrependimentoe lança numa nova vida em Cristo. A promessa de Pedro se refere a um subseqüente dom gratuito do Espírito e cumpre a promessa de Joel de poder carismático e pentecostal. Tal poder equipa os crentes para serem testemunhas de Cristo e os capacita a fazer milagres (cf. At 2.43). Este batismo é uma roupa com poder; é um dom que Jesus encoraja 08 discípulos a buscar (Lc 11.13). O poder pentecostal é prometido a todos os crentes: “A vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe” (i.e,, aos gentios). O batismo com o Espírito é uma experiência potencialmente universal, como demonstram Cornélio e sua casa (At 10) e os discípulos em Éfeso(19,l*7). A promessa de umu dotaçfio especial do Espírito não é somente puru u audlônclu imediata dc Pedro, mas puni todosos que crêem cm Jc.su,s Cristo e o ,seguem cm obediência (cf. Al S..■52). Não há restrição de tempo — de geração em geração (Al 2.39); não há restrição social — de jovem a velho, de mulher a homem e de escra vos a pessoas livres (w. 17,18); não há restrição geográfica — de Jerusalém até aos confins da terra (At 1.8). Deus deseja que todo o seu povo tenha a mesma experiência momentosa que os discípulos receberam no Dia de Pentecos tes. O cumprimento de sua promessa do Espírito, dada no Antigo Testamento, não se exaure no Livro de Atos quando a Igreja alcança os gentios. Permanece uma bênção presente e universal, “a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar”, incluindo “a todos os que estão longe”. No sermão, Pedro responde a per gunta: “Que faremos, varões irmãos?” Os dizeres “com muitas outras palavras” (v. 40) indicam que Lucas deu apenas um resumo do sermão. Pedro continua advertindo, exortando e pleiteando com a audiência para que se salvem da geração má à qual eles pertencem (cf. Lc 9.41). O significado literal é “sede salvos” (sothete, voz passiva). Há um modo de ser livre do julgamento que os incrédulos inevi tavelmente enfrentarão, mas as pessoas não podem fazer nada para merecer a própria salvação. Fé e arrependimento são o único meio prescrito para receber o perdão de pecado. A resposta à mensagem de Pedro é opressiva. Cerca de três mil pessoas recebem a pregação por considerá-la verdadeira. Adotando-a como regra cle ação, elas se submetem ao batismo e, assim, dão expressão pública da fé em Jesus como o Salvador ungido. Agora, elas estão unidas aos outros crentes e reconhecidas como membros da Igreja. O derramamento do líspírito no Dia de Pentecostes estabeleceu os discípulos como comunidade pentecostal e carismá tica. A Igreja deafruta de Impressionante crescimento depola que Jesus transferiu seu Espírito Jto# dladpulo# e Pedro pre gou um« mensagem Inaplrttdu, Medlunle a pifHUvAo Inspirada, o Hspírllo Suiilo aumenta o número de crentes. 3. Os Atos da Comunidade Hailzudu c Cheia do Espírito (2A2—6.7). 3. /. Comunhão Inaugurada: A Vida interna e Externa da Comunidade (2,42-47) Além do crescimento numérico, o der ramamento do Espírito provoca outra» mudanças. Começa a emergir entre ou crentes o que pode ser descrito por um “estilo de vida pcntecostal", Liieu» pln ta a vida desta comunidade de qtiulro modos. 1) Os novos-convertlclos silo crentp» com promissados, que se dedlcum flrmemeitle a tudo que é ensinado pelo» apÓNluUlM, Os apóstolos foram testemunhai ocultt res do ministério de Jesus, e os cmtlno» provêem a fundação paru a lurojtt, Je»u» tinha ordenado que os apóstolo» en»lmi» sem os que se tornassem dlicípulOM ( Ml 28.19-20; cf. Lc 24.45-4«), Hleseimipifin M comissão de ensinar, e estes nc >v< >» crente» se entregam às verdades essencial» que são vitais para uma fé Corte e mantém se fiéis ao seu ensino, Doutrina »rtlldtt fornece base sã para o viver crlstfta "Ne vós permanecerdes na inlnlui palavra", disse Jesus: “Verdadeiramente serei» meu» discípulos" (Jo 8,31). Isto 6 justamente o que estes crentes ía/.em, Conhecer e confiar em Jesus não são atitude» al)»tfrtlM» para eles. Eles perseveram no#n»lnod«w apóstolos dia-rlamente, 2) Os crentes se dedicam ã "coiminliflo", A palavra “comunhão” (kotnonta) expres sa a unidade da igreja primitiva, Nfnltii ma palavra em nosso Idlonui traduz, »eu significado completamente, Comunllto envolve mais que um espírito comunal que os crentes compartilham uns com o» outros. É uma partldpaçiloci imumeninlvel mais profundo na comunhão csplrllim! queeslã "em Cristo", No lado humano, o» crente» partilham uns com o» outro», ma» a qualidade da coiminliflo (• determinada pela unIAo com Cristo, Mes foram chama- do» tl comunluio com l!le e purilclpum ÉÊÊ /\ 11 >n i « j n / \ n >,"> i » ; i , i w i juntamente na sua obra salvadora. Sua participação mútua nlíle é efetuada pelo Espírito Santo (2 Co 13.13), e, “assim, se torna uma comunhão do Espírito Santo. E onde estão o Filho e o Espírito, está também o Pai, portanto, é uma comunhão com o Pai” (Rackham, 1953, p. 35). Estes primeiros discípulos são um pela fé em Jesus Cristo e pela comunhão uns com outros. Eles expressam amor e harmonia. Eles estão unidos de mente e coração. 3) Os novos crentes permanecem “no partir do pão” — expressão usada somente por Lucas. Diz respeito às refeições comuns ou à Ceia do Senhor? Um costume judeu antigo envolvia partir um pão com as mãos em vez de cortá-lo com a faca, mas o partir do pão também tem uma característica essencial da celebração da Ceia do Senhor. Obviamente mais está envolvido que fazer as refeições juntos. Tal significado está fora de lugar com assuntos de importância como “ensino”, “comunhão” e “oração” (cf. At 20.11). Lucas está relacionando aqui somente ações significativas de três mil crentes; assim, é altamente provável que o partir do pão se refira à observância da Ceia do Senhor. O próprio Cristo partiu o pão no cenáculo e ordenou os discípulos a fazerem o mesmo. Depois de dar graças, partiu o pão e disse: “Isto é o meu corpo que é partido por vós” (1 Co 11.24). Estas palavras fornecem a base para chamar a Ceia do Senhor de “o partir do pão”. O partir do pão representa Cristo se doando para sofrer e morrer. Quando o pão e o fruto da vinha são recebidos, os crentes os vêem como sinais de que o Cordeiro imaculado de Deus 'foi morto. A observância desta ceia indica a morte de Cristo, mas também nos lembra que as bênçãos de Cristo são constantemente apropriadas, que sua força é a fonte de nossa força. A Santa Ceia também nos con voca a esperar o retorno de Cristo à terra. Ela antecipa as bênçãos e alegria de todos que participarão na ceia de casamento do Cordeiro (Ap 19.9). 4) Entre as devoções diárias destes novos crentes inclui-se a oração, Além cle mo mentos espeiitilo de oração c louvor, eles também oram nr> templo (At 3,1). Depois dejesus ter ascendido ao réu, os discípulos voltaram a Jerusalém e fizeram do templo lugar de adoração (Lc 24.51-53). Hles ob servavam as horas de oração judaicas, e, antes do Dia de Pentecostes, reuniam-se em oração pelo batismo com o Espírito (At 1.14). Depois do derramamento do Espírito, eles continuam firmemente em oração. Assim, a oração e louvor marcam a vida da Igreja além dos outros três elementos. Todos os quatro elementos confirmam o poder e a presença do Espírito na Igreja. A devoção sincera dos discípulos não fica sem ser notada. Os milagres feitos por Deus através dos apóstolos e a de dicação dos discípulos ao viver santo inspiram uma reverência profunda entre o povo judeu por eles (v. 43). Estes cren tes manifestam uma comunhão notável, e por amor espontâneo a Deus e aos companheiros partilham suas possessões. Em lugar de negligenciar os pobres, eles vendem voluntariamente as “proprieda des e fazendas” para aliviar a angústia dos que estão em necessidade.Não há sugestão de que eles entregam tudo o que possuem para um fundo comunitário comum, mas dão bens para um armazém comum a fim de satisfazer necessidades específicas na comunidade cristã. O fato de mais tarde Barnabé ser desta cado por vender uma propriedade indica que esta prática não é algo que todos os crentes fazem (At 4.36,37). Os novos crentes estão dispostos a compartilhar suas possessões quando surgem neees- sidades (v. 45). O termo comunismo não descreve esta prática. Antes, eles estilo expressando amor espontâneo, e é com pletamente voluntário. Estes crentes humildes se encontram diariamente no templo. Sua clevoçao sincera os traz para a casa de Deus, um lugar sagrado. Provavelmente o templo é mais que um lugar de reunião para eles. Sua presença implica que participam na adoração diária (Marshall, 1980, p, H*>), Sua comunhão uns com os outros é forte porque se reúneifi em casas diferentes pura comerem. Estas refeições silo ocasiões joviais, A vldà admirável que eles estilo levando e os mll»greN que sflo leitos silo A I v /n I « in f\ r ' i * in , i lembretes vlstvels do poder tio Kspírllo no melo deles, ( )S VCI'1)( >S glVgt )N ll( >S VCTNÍfllU >S '13 11 47 têm a lorça ele* açáo repetida ou contínua, Quer dizer, todas as pessoas continuam sendo cheias de temor, os discípulc >s c< >n- tinuam vendendo seus bens á medida que necessidades individuais surgem e continuam compartilhando coisas em co mum, e Deus continua acrescentando â comunidade os que estão sendo salvos. Completamente dedicados a Cristo, eles continuam louvando a Deus e adorando-o no templo. Eles experimentaram as bênçãos dos últimos dias: a alegria, a liberdade e o poder do Espírito Santo, e um profundo senso de ser o povo de Deus. A influência e respeito nos quais os discípulos são vistos lhes dão a opor tunidade de testemunhar. Os esforços evangelísticos continuam, e há acréscimos diários à Igreja. À medida que as pessoas são perdoadas dos seus pecados, também são unidas à Igreja. Só o perdão dos pe cados dá direito à pessoa de tornar-se um membro. Sua comunhão continua também crescendo. Dia após dia Deus continua acrescentando à comunhão cristã os que se tornam crentes. 3.2. Exemplo: Cura Conjirm atória (3.1-26) Este milagre de cura física ilustra o poder sobrenatural que os discípulos receberam no Dia de Pentecostes. É um dos sinais dos muitos sinais e prodígios mencionados em Atos 2.43 e resulta em conflito sério com as autoridades judaicas. 3.2.1. Sinal: Pedro Levanta um Coxo (3.1-8). Por causa das circunstâncias nas quais ocorre, o milagre chama a atenção. Às três da tarde, Pedro e João, filho de Zebedeu, vão ao templo. Este é um dos horários regulares de oração no templo — a hora do sacrifício diário cia tarde ( ííx 29.38-41; Nm 2H.2-8). () templo tem várias portas: a porta chamada Formosa deve ter sido a P(>rta NIcant>r (n<nneada em lionra de seu doador, Nlcanor de Alexandria) ou a Porta C orín tla (por causa de suas portas de bronze coríntlo; veja Hengel, l'JH3,pp, MM KM; 'HwiltifihtilIHiHnimry (l/lb f Nt>w Tvstonivnl, eds, (i, KltleleÚ, Frledtich, lirantl Haplds, l()M vol, 3, p. 236). A porta era |>assagem favorita para o pátio do templo, Muitos dos cristãos |udeusdf|o pre isse- gulmento ás práticas religiosas que eram observadas por eles antes da eonversfto (vv. 1-3). Embora o templo |ít nfio se|tf lugar de sacrifício, visto que Jesus IW. expiação de “uma ve/, por Iodas" pelo pecado, continua sendo lugar deorayío, O recebedor desta cura miraculosa foi um indivíduo que Ibra aleijado por lodu a vida. Não era permitido que aleijados entrassem no recinto do templo ali'iti dn pátio dos gentios. Assim, esle delUlenlF era colocado diariamente fi P( >na Pormosa, onde mendigava ás pessoas que entravam para adorar. Assim <|ue Pedr<icjofloestfllt a ponto de entrar no santuário, eles dfln com ele fazendo apelos veementes por dinheiro. Pedroejoáo fixamos olhos noilifldents, Olhando Intensamente nc> mendlgc), Petln i diz: “Olha para nós", As palavras de Pedro encorajam o Incapacitado, e ele se senti» confiante de que estes dois homens Vflo lhe dar uma oferta monetária, Aspalavram “Não tenho prata", sflo enftltlCRHe devem ter desapontado o mendigo, Mas esta decepç&oé Imediatamente lÜi* persada, porque Pedro oferece «0 homem algo que somente Deus pode clui* — algo muito melhor, isto 6, a cura do COfpo Pedro ordena "em nome de Jesus Cristo" que o homem ande, Como em Atos o “nome” significa a autoridade e pettier de Jesus exercidos por seus seguidores para curar os doentes e mancos (At Mé| 4.10). Quando Pedro laia estas tmlavnr», ele toma o mendigo pela mflo direita et» levanta nos pés, Imediatamente o mllilglP ocorre, e as pernas sáo curadas, O poder milagroso de cura capacita o coxo náo só a se levantar, mas tamlKhtt a andar, llle salta de alegria, louvando a Deus (Isto é, declarando quilo grande e maravilhoso Deus í), Hste milagre # uma manifestação do poder do líspfrlto ,Santo concedido aos discípulos por Jesus no Dia de Pentecostes (At 2,35)< Embora Pedro não tivesse "prata nem ouro" pura ciar ao mendigo, ele pôde chegar ao Ainago da necessidade física deste homem. A cura é feita cm nome de “Jesus Cristo, o Na zareno”, que identifica a fonte do poder e autoridade de Pedro. 3.2.2. Prodígio: A Multidão Fica Pas m a (3.9,10). O homem curado acompa nha Pedro e João ao interior cio templo. Quando as pessoas o vêem saltando e gritando, ninguém precisa perguntar o significado de sua conduta (w. 9,10). Eles o viram muitas vezes sentado à porta do templo e mendigando, mas agora todos vêem o homem pulando de alegria pueril, usando seu corpo são para expressar sua felicidade. É comentado duas vezes que ele está “louvando a Deus” quando entra no pátio do templo. A reação do povo a este milagre é de “pasmo e assombro” (cf. Lc 4.36; 5.9; 7.16). O homem fora coxo desde o dia em que nasceu, mas agora encontrou o poder de Deus. As pessoas ficam maravilhadas com o que Deus fez por este mendigo cujo nome não é referido. Este grande sinal confirma a verdade da mensagem de Jesus e o poder de Deus para curar. Triunfos espirituais dependem da manifestação da presença e poder de Deus. Eles são designados a satisfazer as necessidades humanas. Lucas não dá indicação de que a reação das pessoas as instiga a ter fé na graça e poder de Jesus. 3.2.3. Testemunho: Pedro Proclama Jesus como Servo (3.11-26). A grande atenção gerada pelo milagre dá a Pedro a oportunidade de explicar que é o poder de Jesus que curou o homem. O que se segue é um sumário de sua explicação do acontecimento maravilhoso e sua pro clamação do Evangelho, o qual focaliza a centralidade da cruz. Como o sermão no Dia de Pentecostes, este segundo sermão (w. 12-26) tem sua base no kerigma cristão. Neste sermão, Pedro também fala sobre a Segunda Vinda de Cristo c as bênçãos associadas com o acontecimento. A cura foi feita simplesmente "em nome de Jesus Cristo" (v, 6), O enlermo ime diatamente ficu forte «obre seus pés e tornozelos, e cada passo que ele dfl c um pulo de alegria pueril. O homem se agarra a Pedro eJoão, Seu comportamento atrai uma multidão de pessoas, e ele lhes diz que Pedro c João são responsáveis pela cura. As pessoas se juntam no alpendre de Salomão, uma varanda situada ao longo do lado oriental do templo (cf. At 5.42; Jo 10.23). A admiração das pessoas é direcio nada aos dois apóstolos, como se eles tivessem poder próprio para curar o homem. Pedro vira os pensamentos das pessoas na direção certa. Ele nega que a santidade e poder dele e de João fortaleceram o homem incapacitado. Antes, Pedro é somente um canal do poder extraordinário do EspíritoSanto, e indica para as pessoas a verdadeira fonte da cura extraordinária — o Deus dos seus antepassados, o Deus dos grandes patriarcas (Abraão, Isaque e Jacó); Pedro fez o milagre pelo “seu servo Jesus" (ARA; “seu Filho Jesus”, RC). A palavra “servo” (pais) traz à mente as profecias de Isaías sobre o Servo do Senhor, o qual redimiria Israel por Seu sofrimento (Is 52.13— 53-12). Jesus é esse Servo Sofredor. Ele obedeceu a Deus, e Deus mostrou a grandeza e glória de Jesus curando o coxo. Pela “fé” no nome do Salvador crucificado e ressurreto o homem foi curado (At 3-16). Sem a resposta huma na da fé no poder e autoridade de Jesus, o homem teria permanecido aleijado, li difícil afirmar com certeza se foi a fé de Pedro e João ou a do homem curado. De qualquer modo, o homem é fortalecido por causa do nome de Jesus Cristo. Pedro passa a descrever de três modos a enormidade do crime cometido contra Jesus (w. 13b-18). 1 )0 povo o entregou a Pilatos para ser morto, O governador desejou soltá-lo, mas 0 p< >v< > e os líderes se recusaram a libertá-lo, 2) O povoexigiu que Barrabás, um assassino, fosse solto em vez de “o Santo e o Justo" (v. 14; cf. Lc 23.18-25). Pedro dá prossegui mento ao tema do Servo Sofredor Inocen te. I,saias tinha deScrko o Servo Sofredor como "Justo"i "Com o leu conhecimento, o meu servo, ir )uNto, justificará a multoi, porque tis lnlqüidldu dele* levarfl sohrc ti" (M 3.11 )■ Como Isaias, Pedro combina os temas tlc sofrimento e Inocência, r identifica Jesus como esse Justo, que de nenhuma maneira merecia ser tratado como criminoso (cf. Lc 23.47). Diante de Pilatos, o povo negara a probidade moral de Jesus. 3) As demandas do povo levaram os romanos a crucificar “o Autor da vida” (v. 15, ARA: “o Príncipe da vida”, RC). A palavra “autor” (archegos) pode ter o significado de “líder”, como num sermão posterior de Pedro (At 5.31). Aqui, “autor” no sentido de “origi nador” ou “fonte” se ajusta ao contexto (cf. Hb 2.10; 5-9; 12.2). Eles mataram o próprio autor da vida. O clímax do mal que fizeram não é o que eles esperavam— “Deus ressuscitou dos mortos”. O triunfo de Jesus sobre a morte era uma ação de Deus, e Pedro declara que ele e João são testemunhas desta realidade inegável. A fim de evitar qualquer engano, Pedro enfatiza que o milagre foi feito pelo poder do Jesus ressurreto. Quer dizer, pela fé no nome do Salvador, o coxo na porta do templo foi fortalecido. Com os próprios olhos a multidão pode ver que ele foi curado. Esta proclamação do poder de Jesus deveria causar anelo nas pessoas para crerem. Neste momento, Pedro se dirige ao povo por “irmãos”, não no sentido cristão, mas como compatriotas e como mudan ça de tom. Ele já falara sobre a culpa do povo em trair e rejeitar Jesus. Agora, Pedro coloca lado a lado a soberania de Deus e a livre agência humana (cf. At 2.23). Ele reconhece que o povo e os líderes reagiram por ignorância (v. 17) e que eles não entenderam o significado do que fizeram. O pecado teve um efeito ofuscante e os privou do poder de discer nir corretamente sua condição e atos. O apóstolo ressalta que o fracasso de eles perceberem o significado cio crime que comeram não os torna inocentes, porque eles agiram voluntariamente. Os maus tratos que impingiram em Jesus cumpri ram o que Deus predissera pelos profetas acerca do sofrimento e morte de Cristo, A crucificação nfto foi por acidente. Mas nem a ignorância deles, nem u vontade eterna de Deus, os livram d« culpa por crucificarem Jesus, Contudo, nfto é multo tarde para eles np arrependerem e acertarem as coisas com Deus, Pedro os exorta a se voltarem pura Deus (v. 19). Arrependimento envolve uma virada da velha vida de pecado e rebelião contra Deus para a nova vida de fé e obediência a Deus. O resultado imediato do arrependimento é que os pecados são destruídos ou apagados, () apóstolo não faz menção da fé, mas sua ordem traz a suposição de que eles crêem, caso se arrependam. Para exortá-los a se voltarem do pecadi i para a fé em Cristo, Pedro menciona dois benefícios adicionais. 1) “Os tempos do refrigério pela presença do Senhor.” Durante anos os judeus têm esperado a era messiânica, a era dourada de bênçãos. Os próprios profetas íiilaram sobre a vinda de força e bônçslos espirituais, Esta nova época despontou com a Vinda de Cristo. “Os tempos do refrigério” rcle- ridos por Pedro é um modo de falar sobra o batismo com o Espírito, O povo pode experimentar a renovação ou "refrigério" da alma pela alegria e poder tio Espírito Santo. Como resultado de se arrependerem, não só o pecado lhes será perdoado e eles receberão alívio da culpa, mas eles também experimentarão a renovaçAo espiritual pelo Espírito Santo. 2) O segundo benefício de se voltarem do pecado para Cristo é a volta de Jesus do céu (vv. 20,21). Deus designou Jesus anteriormente para ser o Messias dos judeus. Pedro lembra os ouvintes que, como Jesus ensinou, sua Segunda Vinda não se dará imediatamente, Um perlo* do de tempo tem que decorrer antis do seu retorno terra. Alé esse dia, JtSUN habitará no céu. Mas quando Ele voltar novamente, Deus dará “restauraçlo de tudo, dos quais Deus falou pela boca de todos os seus santos profetas", Entfto ocorrerá a plenitude da renovaçflo ■- a restauração de todas as coisas, Pelos profetas, Deus anunciou a pro messa dc restabelecer a ordem original da crlaçfto (Ia 11,6-Bi 35.1«10| 6117-25), Como conseqüência do pecado de Adio no Jardim do tídcn, a erlaçfto flcou sujeita í\ desordem, corrupç&o e morte, Mas na volta de Cristo, todas as coisas ser&o postas sob seu senhorio, e o mundo físico será devolvido à sua ordem original e perfei ta. Cristo redimirá a ordem mundial e a livrará da maldição de Adão. A criação será restabelecida à beleza, fertilidade, ordem e unidade que existiam antes da queda (Mt 19.28; Rm 8.19-23; 2 Pe 3-13; Ap 21.5). Pedro adverte o povo contra rejeitar os assuntos que ele está falando (w. 13-18) e os exorta que se arrependam e creiam em Jesus. Ele cita a famosa profecia de Moisés, na qual o Senhor prometeu que o futuro Messias seria profeta como Moisés (Dt 18.15-19; cf. Nm 11.29). Moisés é di ferenciado de todos os outros profetas no ponto em que ele era libertador e regente sobre o povo de Deus. Como ele, Jesus é Libertador e Regente, mas a libertação que Ele dá é mais gloriosa, e seu senhorio será absoluto na sua Vinda: “E acontecerá que toda alma que não escutar esse profeta será exterminada dentre o povo” (v. 23). Ele é mais que profeta ungido pelo Espírito; Ele é o Messias prometido, o Salvador ressurreto e glorificado. Outros profetas do Antigo Testamen to também falaram sobre o Salvador (v. 24). Muitos deles predisseram “estes dias” discutidos em Atos e os acontecimentos importantes no ministério de Jesus. Co meçando com Samuel, muitos dos pro fetas incluíram em sua mensagem um elemento de esperança futura. Pedro já citou muitas de suas predições, todas as quais acham seu cumprimento último e final em Jesus Cristo. Pedro faz um apelo final aos ouvintes como “filhos dos profetas”. Eles devem esperar que as promessas proféticas sejam cumpridas, e que serão pesso almente abençoados quando elas fo rem cumpridas. Eles também são filhos “do concerto que Deus fez com nossos pais”, Deus fez este concerto primeiro com Abraio, e pelo concerto prometeu bênçSlos aos descendentes de Abraão e a “todas as famílias da cerra" (v, 25; cf. Gn 12,3; 22,18), Lembrando o povo das bênçílo» prometidas u Abrafio, Pedro sugere que bênç&os sfto oferecidas em Cristo, o verdadeiro descendente de Abraão. As bênçãos são tilo grandes que abarcam todas as nações e povos. Deus enviou o Salvador ressurreto primeiropara abençoar Israel por causa de sua relação com os profetas e Abraão. Por isto, o evangelho foi pregado primeiramente aos judeus. Como povo de Deus, eles têm a oportunidade de serem abençoados antes do restante da humanidade. Os que ouviam Pedro viram as promessas dos profetas cumpridas no ministério e vida de Jesus. As mesmas bênçãos prometidas a Abraão agora podem ser recebidas por todo aquele que se desvia de seus caminhos maus (v. 26). O propósito exclusivo da primeira vinda de Jesus é que as pessoas se arrependam dos pecados e recebam a prometida bênção de salvação. Tal bênção as habilita a se afastarem dos caminhos do pecado, serem renovadas pelo Espírito Santo e capacitadas para servir. 33- Oposição (4.1— 5.42) O capítulo 4 fala sobre a primeira persegui ção da Igreja. A cura do homem incapaci tado e o segundo sermão de Pedro deixam uma impressão favorável nas pessoas. As notícias sobre a cura espalham-se por toda a cidade de Jerusalém. O milagre junto com o apelo de Pedro (At 3.12-16) desperta a oposição dos líderes judeus, sobretudo dos saduceus. Eles prendem Pedro e João e os levam ao Sinédrio. Seguindo imediatamente a discussão deste problema externo, o capítulo 5 re gistra um problema interno dentro da comunidade cristã: o egoísmo de Ananias e Safira (w . 1-11). Depois da exposição e castigo deste casal, os apóstolos fazem muitos milagres. Esses milagres e o au mento no número dos crentes instigam os saduceus a prender todos os apóstolos e a pô-los em julgamento diante do Sinédrio ( w , 12-42). Contudo, apesar da oposição, a Igreja continua ppegando o evangelho e crescendo, 3.3.1. Oa Sacerdote» e Saduceus Pren dem Pedro ejoio(4l-22). Anteriormente, 144 os sudueeus i Inimin no t in< >mi< i h Jesus (l.c 20,27-40), Tumundi> a llderunvu ct >ntlíi os apóstolos, estes líderes judeus agora sflo responsáveis dela prisão de Pedro ejoâo (veja também Al S. 17; 23.6-10), As diferenças teológicas e políticas entre os saduceus e fariseus são bem conhecidas. Ao contrário dos fariseus, os saduceus não criam na ressurreição, anjos e espíritos (Lc 20.27; At 23.8). Eles não eram um corpo oficial como os sa cerdotes, mas eram um partido sacerdotal e aristocrático, ao qual as famílias dos sumos sacerdotes pertenciam. Como representantes da teologia oficial do templo, eles rejeitavam a tradição oral e só aderiam à lei escrita. Politicamente simpatizavam com Roma, apoiando o status quo, visto que os assegurava na permanência de poder. Sua hostilidade aos cristãos mostra que são os oponentes ferrenhos da Igreja (cf. TheologicalDictio- naryoftheNew Testament, eds. G. Kittel e G. Friedrich, Grand Rapids, 1964-1976, vol. 7, pp. 35-54). 3 .3 .I.I. Pedro e joão São Presos (4.1- 4). A primeira deflagração de perseguição contra a Igreja vem das autoridades do templo, que estavam a cargo do templo onde o coxo fora curado e o povo se reunira. Enquanto Pedro e João estão falando, “o capitão [da guarda] do tem plo”, acompanhado pelos sacerdotes do templo e pelos saduceus, aproximam-se deles. Sendo o imediato em autoridade ao sumo sacerdote, o capitão da guarda do templo era responsável pela boa ordem no santuário (At 5.24,26). O milagre de cura chamou muita aten ção. As autoridades são particularmente contra os apóstolos “anunciatrem] em Jesus a ressurreição dos mortos” (i.e., o triunfo de Jesus sobre a morte). O assunto em questão é a ressurreição de Jesus, não a ressurreição geral. Sua vitória sobre a morte é a base da ressurreição de todos os crentes. A prega ção dos apóstolos sobre a ressurreição de Jesus implica fortemente que o povo em geral ressuscitará. Visto que a ressurreição é diretamente oposta à doutrina dos saduceus, eles não tolerarão as afirmações de Pedro e Joio. Essa resposta implica que, nessa «'|mk u, tudii u política c teologia d o tem plo eram conlroludus por eles, Ai^ este Incidente, o ministério dente« apósu >l< >s li >ra sem Intemipçôes, mas ug( »m eles são abruptamente presos pelas auto ridades do templo. Por ser muiti > tarde, as autoridades os colocam em prisão nté o dia seguinte (v. 3). A prisão dos dlscípvik >s deve ter geratk) grande excltaçàc> entre dos crentes, que possivelmente lembram de cenas semelhantes que levaram ít morte de Jesus. Não obstante, capacitados pelo Bipf* rito, a pregação de Pedro e Joio sobre tis boas-novas de salvação teve um elello decisivo. Por causa da cura do coxo e du pregação de Pedro sobre o batismo com o Espírito, muitos crêem na mensagem de salvação. Assim, apesar da oposIçAo, a Igreja continua crescendo. No 1 )lu de Pentecostes, três mil pessoas aceitaram O evangelho, mas agora a Igreja aumentou para cerca de cinco mil indivíduos. Hsle ataque aos apóstolos não impede a Igreja de crescer. O aumento cle crentes desde 0 derramamento do Espírito mc xstra que a Igreja tem crescido diariamente (At 2.47) e que u oposição não obstrui o evangelismo, 3.3.1.2. D iscurso Pneumat Pedro Discursa Perante o Sinédrio (4.5-12). O Sinédrio se reúne na manhã seguinte a fim de determinar o que deve ser feito com Pedro e João. Este corpo formado por setenta e um homens era o supremo tribunal político e religioso dos judeus, Era composto de “principais" (às vezes chamados principais sacerdotes), “anclflos" (leigos que representavam experiência e que eram cabeças de famílias aristocráticas) e “escribas” (os intérpretes oficiais du lei, muitos dos quais pertenciam ao partWO dos fariseus). Entre os integrantes do Sinédrio está Anás, que serviu como sumo sacerdote de 6 d.C. a 15 d,C. Uma vez tendo recebido u função de sumo sacerdote, o homem retinha o título pelo resto da vida. Apesar do fato de Anás ter sido deposto pelos romunos, ele ainda era reconhecido como sumo su- cerdote (Lc 3.2) e tinha grande Influência, O sumo sacerdote oficial é Calfá* (1H-36 d,C,), o genro de Anfls, Nuda é sabido sobre Joio e Alexandre, também membros do Slnédrk >, exceto t |uo sílol u )mensde grande autoridade. Outros presentes na reuni Ao são “todos quantos havia da linhagem do sumo sacerdote”, que mantêm posições várias na administração do templo. O sumo sacerdote oficial, Caifás presi de a reunião. Quando o Sinédrio se reú ne, Pedro e João são trazidos. O homem curado também está presente. O Sinédrio pergunta aos dois discípulos por qual autoridade ou em nome de quem eles curaram o aleijado. A pergunta proporciona a Pedro opor tunidade para apresentar o evangelho. Os apóstolos tinham testemunhado sobre o evangelho antes do Dia de Pentecostes, quandojesus os enviou a uma excursão de pregação (Lc 9-1-9), mas depois do Dia de Pentecostes há um novo poder e qualidade na pregação. O que Jesus lhes promete ra é cumprido na experiência do Dia de Pentecostes (Lc 12.11,12; 21.12-19; 24.49). Estando cheio com o Espírito, Pedro, que anteriormente negara o Senhor três vezes (Lc 22.54-62), se levanta com ousadia diante das autoridades. Sua mensagem poderosa reflete suas fortes convicções e é paralelo ao sermão no Dia de Pentecostes. Pedro declara que o homem fora curado pelo poder no nome do crucificado e res- surretojesus de Nazaré. Dando-se conta de que os líderes judeus não podem negar o milagre com o homem diante deles, Pedro passa a falar sobre a morte e ressurreição de Jesus, servindo-se do Salmo 118.22 como prova. O crucificado é aquEle a quem os construtores (i.e., os líderes dos judeus) rejeitaram, mas na ressurreição dos mortos, Deus o fez cabeça de esquina. A pedra que os construtores pensaram que não era boa tornou-se a pedra mais importante. Exaltado no céu, Jesus é indispensável para a fundação do edifício de Deus. “E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outronome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos” (v. 12). Tanto o substantivo “salvação”, quanto o verbo "salvos” (cf, v. 9) podem ter .um significado dual. Podem ae referir ii cura física, mas também íi Ubertuçflo do peca do e do Julgamento final, Nu deduraçílo, Pedro afirma que ninguém, senfio Jesus, oferece ao povo a salvação no mais ple no sentido. Somente no Jesus rejeitado, mas agora exaltado, a salvação pode ser encontrada — não meramente libertação de males físicos, como experimentou o homem na Porta Formosa, mas libertação da escravidão do pecado e da conde nação. Não há salvação para ninguém, exceto no nome de Jesus, a quem eles crucificaram. O evangelho exige fé nEle e obediência a Ele. 3.3.I.3. Resposta: O Sinédrio Proíbe Pedro e João de Pregarem (4.13-22). Capacitados pelo Espírito Santo, Pedro pregou Jesus. Os membros do Sinédrio estão pasmos com estes dois simples pescadores galileus (w . 13,14). Eles re conhecem que Pedro e João não tiveram educação especial em teologia e retórica, nem tiveram treinamento formal na lei judaica. Não obstante, estes dois homens inspirados pelo Espírito Santo, têm ousad ia e coragem diante dos juizes. O Espírito Santo os habilitou a falar livremente e com confiança. O conselho lembra com justeza que eles “haviam estado comjesus”, Eles eram seguidores de Jesus, e seu caráter deixou marcas neles. A graça renovadora de Deus e a unção do Espírito tornaram Jesus visível na vida desses apóstolos. No fim do sermão de Pedro há silên cio total — “Nada tinham que dizer em contrário” (v. 14). Nenhum deles pôde contradizer o que fora dito. O que eles podem fazer? O homem que fora curado está com Pedro e João. O conselho está num dilema. O silêncio é quebrado pela proposta de que os prisioneiros sejam retirados da sala do conselho. O milagre extraor dinário é conhecido por toda Jerusalém (v. l6). Em suas deliberações, o Sinédrio determina colocar um basta nas prega ções sobre Jesus. Não nos é dito como Lucas fica sabendo sobre os pormenores da discussão do conselho, mas depois “grande parte dps sacerdotes obedecia íi fé” (At 6.7). É possível que alguns deste grupo tenham compartilhado os detalhes dos procedimentos. An,sim «1111* ii soluçflo adoiuda, o Si nédrlo chama os apOslolos v cmlle dura advertência contra a pregaçAo,sobre Jesus sob qualquer clrcunsl Anela, <|iior públic a, quer privada. Isto é o melhor que o tribunal judaico pode fazer, porque os apóstolos não quebraram a lei. Como servos do evangelho, Pedro eJoão sabem que não obedecerão esta ordem de ficar em silêncio, e dizem ao tribunal que não podem obedecê-la. A questão importante é: a quem eles devem obedi ência? Eles têm de obedecer a Deus ou à ordem de uma instituição humana? Para os apóstolos, quando há conflito entre estes dois, Deus sempre deve ser obedecido em vez de obedecer aos seres humanos. Eles foram chamados por Deus e capacitados pelo Espírito Santo para pregar o Evan gelho; nem por um momento deixarão de falar do que têm “visto e ouvido” (v. 20). Eles foram testemunhas oculares do ministério de Jesus e compelidos pelo dever de continuar dando testemunho de suas ações e ensinos, sobretudo da ressurreição. A libertação do coxo tes tifica que Jesus ainda está vivo e cura as pessoas. Ninguém pode impedir os apóstolos de pregar o que eles sabem ser a verdade. Eles estão dispostos a morrer pelo evangelho. O Sinédrio pouco pode fazer sobre tal desafio. O povo entusiasticamente aceitou a cura milagrosa de um homem que fora coxo há mais de quarenta anos, e louva a Deus por este grande sinal. Com o de sejo de conciliar as pessoas e talvez com medo desses apóstolos por quem Deus fez o milagre, o tribunal judaico contém sua raiva. Porque as autoridades não têm base legal para prender Pedro e João, o único recurso que lhes resta é deixá-los ir. Mas não sem antes repetirem as ame aças do que acontecerá se eles aparecem novamente diante do tribunal. 3.3-2. Teofania:AComunidadeÉCheia comoEspírlto(4.23-31). I)epc>is da liber tação dos apóstolos, o enfoque cai sobre a oração dos crentes e a resposta a essa oração, para que eles sejam cheios com o Espírito, Pedro ejoâo vão a um grupo grande de irlsiít< >n, provavelmente 110 tem- I >li), e 1 iN 1111«irmuni ni >1 ire as ameaças dus auli irldades |u<laicas, A reaçAo Imediata c (|ite eles "unAnlmes" se levantam (v. i-l) em (iraçAi >. listes erlslA(>,s estile 1 iml< lim n<» Espírito enquanto adoram a 1 )eus (cf, At 1. 14; 2,44). Suas mentes e c( iraçOes síl< >11111 enquanto oram ao Criador, Eles se m< ivem como um corpo, unidos em Cristo, De todas as orações registradas em Lucas-Atos, esta é a mais longa, líla mm faz lembrar das orações do Antigo Tes tamento como 2 Keis l(). 15-l'J e Imtlas 37.15-20. A oração é merecedora de estudo e imitação. 1) Estes crentes começa 111 recc inltecciu li 11 kuis como “Soberano Senhor" (AKA), Klrs tv cordam seu poder grandioso nu erluçflo •' confiam que Ele controla tudo na temi e no céu. 2) Eles se referem a uma profecia <|iic o No berano Senhor deu por melo dr DuvInoIi a inspiração do Espírito Santo (Sl 2,1,2), c eles a aplicam ao sofrimento dr Jesus (t I também Al 13.33; Uh l.*>; VS), IIA multo tempo Davi predissera a persegulçAo de Cristo pelos inimigos, Jesus solVeu ftniliflos das “gentes” (“nações”, os romanos), do povo de Israel e dos príncipes (Incluindo HerodesePilatos). Oí< judeus trumummeonttti o Ungido de Deus. Embora IMlutosportffs vezes o achasse inocente (I,c 2,1,'1,14,22), eles ainda o entregam para ser cruclflcmln, Quando 0 Slnódrlo pergunta n I >«dro a J0A0 i|im poder 0I08 usam paro curnr o mondlgo noxt), P idro respondo que 6 polo nome do Jeiun, "b psdra que foi rejeitada por vôh, o« edlfloadorei, n qual tal poHtn por cabaça da eaqulna". Enln enorme patim dlnlel Hpóla uma parado do Nlnroda, uma fnrtala/a nlilo do «éoulo XIII mu QolA, conitrulda no lampo daaoruiadai, ML A i u n u u a a h w iw i .w r » ' i Como Davi, Jesus é descrito como o "servo" de Deus (At 4.27, ARA; "Filho”, RC), mas sua descrição como “santo servo" enfatiza o sofrimento inocente como o Servo Sofredor de Isaías 53 (cf. At 3.14). No batismo, Jesus foi ungido pelo Espí rito como Messias (Lc 3-22; cf. Lc 4.1). A conspiração dos adversários contra o Salvador ungido pelo Espírito estava sob a soberania de Deus (At 4.28). O que as autoridades lhe fizeram ao condená-lo estava em pleno acordo com o propósito de Deus. O Senhor soberano permaneceu no controle e usou as ações livres, ainda que más, dos seres humanos para realizar a salvação. Sua mão predominante deve tranqüilizar o seu povo em face da per seguição; como Jesus, eles esperam ser vindicados pelo Senhor. 3) Os crentes chamam a atenção para as atuais circunstâncias (At 4.29,30), com as ameaças feitas contra eles (Theological Dictionary ofthe New Testament, eds. G. Kittel e G. Friedrich, GrandRapids, 1964-1976, vol. 4, p. 1.122). A Igreja se acha numa situação difícil. Os crentes não estão em perigo de perder poder político ou privilégios, mas algo muito mais precioso— a liberdade, até a vida. Mas em vez de orar por libertação do perigo, eles pedem coragem para pregar a “Palavra”. A Palavra de Deus é a mensagem de Jesus Cristo e a obra salvadora de Deus nEle. A palavra “ousadia” (parresia) se re fere à coragem e liberdade de expressão, que é o resultado de ser capacitado pelo Espírito (cf. Lc 21.15). Os crentes querem ser inspirados pelo Espírito Santo, de for ma que eles venham a ter a coragem para atrevidamente apresentar a mènsagem de salvação sem qualquer consideração pelas ameaças dos inimigos. Ao mesmo tempo, estes crentes estão cientes de que sinais e prodígiosajudam a palavra pregada. Assim, eles também pedem que Deus aja diretamente e por sua mão cure os doentes e faça milagres pelo poder de Jesus. Fica claro por que as ordens do Sinédrio contra as ações poderosas são ineficazes; Eles estão ten tando parar o próprio trabalho de Deus, O testemunho que oh discípulos d&o do evangelho nfio pode ser suprimido, nem os sinais e prodígios que atestam a apro vação divina do ministério. 4) Deus responde a oração (v. 31). Ele lhes dá um sinal visível de sua presença: o lugar (topos) onde eles estão reunidos é sacudido. Lucas não identifica o lugar onde eles se reuniram, mas a evidência indica que é o monte do templo, o qual teria acomodado um ajuntamento de milha res de pessoas. Há outros exemplos na Escritura de acontecimentos essenciais que provavelmente aconteceram no monte do templo. Depois da ascensão de Cristo ao céu, os discípulos “estavam sempre no templo, louvando e bendizendo a Deus” (Lc 24.53). Depois do Dia de Pentecostes, Pedro e João foram ao templo para orar (At 3.1). Um pouco depois, os discípulos “estavam todos unanimemente no alpendre de Salomão” (At 5.12), e eles continuam se reunindo todos os dias nos pátios do templo (At 5.42). Tanto em Atos 4.31 quanto em Atos 6.13,14, a palavra “lugar” (topos) diz respeito ao monte do templo. Em outras palavras, o modõ como Lucas usa o termo “lugar” confirma que o gru po grande de discípulos está reunido no templo quando eles experimentam uma grande teofania — o tremor do monte do templo (cf. Êx 19.18; 1 Rs 19.11). Esta manifestação externa do poder de Deus tranqüiliza os crentes de que o soberano Senhor ainda está com eles. Deus lhes ouviu orar pedindo a coragem necessária para testificar do evangelho como também a manifestação de sinais e prodígios. Os crentes também experimentam um enchimento interno com o Espírito. Estes crentes, incluindo Pedro e João, já tinham recebido o enchimento inicial com o Espi rito no Dia de Pentecostes (At 2.4). Mas a Escritura ensina que ser cheio do Espírito não é uma experiência única, de uma vez por todas. Uma pessoa já cheia com o Espírito pode ser cheia mais de uma vez, sobretudo quando surgem necessidades e desafios particulares. O caráter repetitivo desta experiência é demonstrado pelo novo enchimeríto de Pedro, João e outros cristãos enquanto oram. De acordo com nosso entendimento ocidental, algo cheio não pode ser mais cheU), num tio p< >nlt 11 lc vlslti i lu llll >llti, uni crente cheio com o Hspfrlto pi kIc* receber enchimento,s adicionais com o Rspfrito, Estes novos enchimentos dão aos discípulos poder espiritual extraordinário necessário para enfrentar as ameaças das autoridades. Com ousadia e grande poder, eles continuam falando a palavra de Deus e testificando sobre a ressurreição de Jesus (At 4.33). Jesus prometeu que o Pai divino encheria os filhos que lhe pedissem pelo Espírito (Lc 11.13). Deus não deixou de respon der a oração dos crentes em Atos 4. Esta oração é um modelo para os leitores de Lucas e para nós. A Igreja deve proclamar fielmente a mensagem de salvação; pela oração, Deus guia o curso dos aconteci mentos na história. 3-3.3. A Comunidade Batizada com o Espirito Pratica a Com unhão (4.32— 5.16). Depois da narrativa da primeira prisão dos apóstolos, Lucas volta a atenção uma vez mais para a confrontação inter na da igreja (cf. At 2.42-47). A unidade dos crentes e o ato de compartilharem os bens com os necessitados mostram a presença contínua do Espírito Santo. Esta passagem também apresenta Barnabé. O espírito de generosidade deste homem coloca-o em contraste com a conduta de Ananias e Safira. A exposição da intenção enganosa do casal, a comunhão que os discípulos têm e a proclamação poderosa da ressurreição de Cristo são os resultados da presença do Espírito. A generosidade de Barnabé e o incidente de Ananias e Safira também mostram o uso adequado e inadequado das possessões. 3.3.3.I. Propriedades São Vendidas e D istribu ídas (4.32-35). Unidade e generosidade prevalecem entre os crentes (cf. a expressão “um o coração e a alma”). No pensamento judaico, o “coração” (kar- dia) não é apenas o centro dos afetos, mas também do pensamento intelectual, e a “alma” (psyche) é o lugar da vida e da vontade. Uma distinção rigorosa e pronta entre as duas palavras é impossível. As sim, “o coração e a alma” se referem ao centro da personalidade, que determina a conduta tia pessoa. Apesar de serem numerosos, on crente« permanecem uni di cm propósito e devoçflo ao Senhor, Nilo lu) dlvlsilo, cisma e dlssonsAo c*nirr eles, listes crenles também estão tllNpoN los a usar algumas tle suas possessões para aliviaras necessidades dos outroN, () amor IValerno criado pelo Rspfrito Sttnto os incita a considerar o bem-estur ilo« necessitados entre eles. É significativo que a palavra "poder" «e|R descrita como “grande" (v. 33), incllcumlott manifestação do poder tle I )eu,s em «IiihIk e prodígios. Milagres acompanham PO )|V firmam a pregação dos apóstolos «( il irt’ ii ressurreição de Cristo, da mesma marirllíl que milagres acompanharam o mlnl«MM< 1 dejesus. Ao mesmo tempo, Deus 1 lerratl ut “abundante graça” na comunidade tle iwtl tes (v. 33), significando que sflo rcflHi lo* com ricas bênçãos. A evidência da giiM divina é vista na pregação e no alívio (Iiin necessidades materiais dos pobre«, O ideal do Antigo Testamento tle ijiir não devesse haver pobres entre os Israelita« (Dt 15.4) é percebido na Igreja pela geite rosidade dos membros com sua« rlt|tlVHIMN À medida que as necessidades surgem de tempo em tempo, aqueles que estilo cm melhor situação vendem a proprldditl# o trazem a renda aos apóstolos, A expre««fio “depositavam aos pés clos apóstolo«“ (V 35; At 5.2) indica que os apóstolo« pnIAo sentados e, talvez, ensinando, A lra«p trtitv bém revela autoridade, pois ã medida <|tip o dinheiro lhes é entregue, eles «eiVPtn de autoridades administrativas par« NUM distribuição a cada pessoa tle ac<>rt!i»i < >Hl a necessidade. 3.3.3.2. Exemplo Positivoi HurilNh# (4.36,37). Lucas apresenta José, (1UP í chamado pelos apóstolos tle Baniaw, P o escolhem como exemplo tle plffilelra qualidade da comunhão que existe pelo compartilhamento generoso tle proprlei la cies e posses. “ Barnabé" significa c< ilHfl il velmente “filhode um profeta" ou "ttlhoile Nebo”(um deus), Port|iie Lucas Interpreta “Barnabé” com o significado tle "FllhOtla Consolação” não está claro, Pode NMf um segundo nome e reflete a noção de que ele tem o dom espiritual tle consolar 0« cristãos, Este homem certamente condoia (At 9.27; 11,23; IS,37), Niillvo de Chipre, liamahé nc mudou para Jerusalém quando jovem, Ele per tencia à tribo de Levi. Nos dias do Novo Testamento, os levitas eram uma ordem de funcionários do templo, mas Lucas não dá indicação se Barnabé tinha alguma função no templo de Jerusalém (cf. Theological Dictionary oftheNew Testament, eds. G. Kittel e G. Friedrich, Grand Rapids, 1964- 1976, vol. 4, pp. 239-241). A lei de Moisés não prevê que os levitas sejam proprietários de terras (Nm 18.20; Dt 10.9), mas nenhu ma lei específica os impedia de adquirir terras. Não sabemos se as terras possuídas por Barnabé estavam na Palestina ou em Chipre, mas este homem excelente dá de forma voluntária para a comunidade cristã o valor recebido pela venda das terras. Deste fundo, os apóstolos distribuem ajuda para os necessitados. Até onde sabemos, tal distribuição perdurou no século I como prática da Igreja em Jerusalém. A “comunidade de capital de bens” não dá apoio ao argumento contra a proprieda de privada. Nenhuma prática semelhante tomou-se universal ou compulsória na Igreja do século I. É difícil dizer o queinstigava a generosidade dos crentes primitivos. Pode ter sido uma nova cosmovisão, na qual eles têm profundo senso de respon sabilidade a Deus pelo modo com que usam suas possessões. 3-3.3.3. Exemplo Negativo: Ananias e Safira (5.1-11). Toda virtude nobre no caráter humano tem sua falsificação. Ananias e Safira são exemplos negativos de comunhão e estão em nítido contras te com a generosidade de Barnabé. Eles também vendem uma propriedade, mas diferente de Barnabé, este casal retém para si mesmo parte do valor recebido, ao mesmo tempo em que finge dar todo o dinheiro à Igreja. Este relato de cobiça e hipocrisia é semelhante à história de Acã, no Antigo Testamento (Js 7.16-26). Ananias e sua mulher sentem-se confiantes de poder enganar os apóstolos e a Igreja inteira. Eles têm a liberdade de lazer tudo o que querem com o dinheiro da venda. Ele« afirmam dar todo o valor recebido e o depositam aos pés dos apóstolos, mas Ananlai retém "parte do praço" (v, 2). Sun fraude é descoberta Imediatamente, Sob inspiração profética do lispfrito, Pedro ex- pôe a falsidade de Ananias. Este nilo está mentindo apenas ít Igreja e seus líderes, mas também ao Espírito Santo presente na comunidade de crentes. Em contraste com Jesus e os discípu los, que estão cheios do Espírito (Lc 4.1; At 2.4), Ananias está cheio de Satanás. Entregando-se a Satanás, ele mente ao Espírito Santo, o que é idêntico a mentir a Deus (w . 3,4). Esta história indica a relação do Deus trino com a Igreja. Este casal mentiu ao Espírito Santo e Deus, e colocou em teste o Espírito do Senhor Jesus. A Trindade Santa — Pai, Filho e Espírito Santo — está ativa na vida da comunidade cristã. A presença do Espírito Santo na Igreja não é coisa temporária. Ele trouxe a Igreja à existência pelo seu poder doador de vida, e Ele exerce supervisão constante sobre a comunidade de crentes. Pela autoridade do Espírito, Pedro repreende Ananias: “Por que formaste este desígnio em teu coração?” (v. 4). A passagem re trata Pedro como alguém que sabe. Seu conhecimento da tentativa de Ananias enganar não é o resultado de perspicácia humana, mas da perspicácia concedida pelo Espírito Santo. O reconhecimento de Pedro da hipo crisia de Ananias e Safira é exemplo de “palavra l/ogos] da ciência [conhecimento]" (1 Co 12.8). O Jesus ungido pelo Espírito exerceu este dom espiritual enquanto estava na terra. Sem ninguém lhe dizer, Ele sabia o nome, caráter e localização anterior de Natanael (Jo 1.44-49; cf. Jo 4.39). Semelhantemente, Pedro des mascarou Ananias como mentiroso. Ao questioná-lo, Pedro não espera respos tas, pois suas perguntas são afirmações realmente declarativas. Assim que ele pára de falar, a hediondez do pecado de Ananias fica evidente. Pelo poder divino ele é atingido duramente, com morte imediata. Os pecados da desonestidade e hipocrisia sempre sáo sérios, Nilo é questão de pequena monta pecar contra o Espírito Santo. Três horas depois da morte sCIbltu e do enterro cioieu marido, Safira chega, Natlu lhe é dito «obre o destino de seu mnrldo, Ela colaborou completamente com Ananias e está pronta a desempenhara parte acor dada entre eles (v. 2). Pedro começa com um imperativo e uma pergunta: “Dize-me, vendestes por tanto aquela herdade?" (v. 8). Sua resposta reflete seu total acordo com Ananias, condenando-a. Na segunda pergunta, Pedro pergunta a Safira: “Por que é que entre vós vos concertastes para tentar o Espírito do Se nhor?” (v. 9). Por acordo mútuo, Ananias e Safira tomaram parte total na decisão e na culpa do pecado. Eles são culpados de testar “o Espírito do Senhor”, pensan do que poderiam escapar da fraude. No versículo 4, Ananias mentiu a Deus, mas aqui Pedro acusa o casal de tentar o Es pírito do Senhor. A expressão “Espírito do Senhor” não ocorre com freqüência em Lucas-Atos. Jesus fala do Espírito do Senhor que está sobre Ele (Lc 4.18). Nesta passagem, o termo “Senhor” se refere a Deus, visto que Jesus é o recebedor da unção do Espírito (cf. At 8.39). Há boas razões para entender que o termo “Senhor” em Atos 5.9 alude a Jesus. 1) Os versículos 1 a 11 mostram o Deus trino em ação na Igreja. 2) No Dia de Pentecostes, Pedro declara que Deus fez o Jesus crucificado “Senhor e Cristo” (At 2.36). 3) Os apóstolos “davam, com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus” (At 4.33). 4) Mais tarde, o Espírito Santo é chamado “o Espírito de Jesus” (At 16.6,7). O Espí rito Santo era proeminente no ministério terreno de Jesus, e pelo Senhor exalta do o Espírito Santo é derramado com o propósito de equipar a Igreja para o ministério (At 2.33). O mesmo verbo (peirazo) que expressou a tentação de Jesus no deserto é usado por Pedro para aludir ao fato de Ananias e Safira tentarem o Espírito do Senhor. Ambos os relatos lidam com ter integridade diante de Deus e envolve um encontro com Satanás, Quando Safira confirma a mentira de mui mnrldo, P«dro»flbeoquie»tA h ponto tle acontecer. Imediatamente ele emite solene exclamaçflo profética: "Kls aí ft portu ou pé» dou que sepultaram o teu marido, e também le levarflo n U" (v, 9). Esta profecia 6 dada diretamente para ela e tem sua morte escrita nessas palavras, Imediatamente ela cai aos pés de Pedro, Os mesmos jovens que enterraram seu marido morto a encontram morta, e eles a enterram ao lado cle Ananias. Pedro não tem culpa pelas mortes de Ananias ou Safira. Essas mortes sflo 0 re sultado da intervenção direta de Deus, Nem um apóstolo nem a comunidade crlstfl inteira recebeu poder para matar alguém. O fim de Ananias e Safira é trágico. Como estavam unidos na fraude, assim estfio unidos na morte e no sepulcro. O que incitou Ananias e Safira a permitir que Satanás entrasse nos seus coraçfte» f eles caíssem no uso enganoso das pONWed* sões? Pelo menos dois desejos profanos parecem ter motivado a hipocrisia. 1) O primeiro foi o amor do dinheiro, Ele» são governados pela paixão por dinheiro, Como Acã, Ananias reteve “parte do preço", com pleno conhecimento de sua e»po»B, Ao mesmo tempo, eles pretendiam dar tudo a Deus. Tal conduta nos faz lembrar daqueles que ouvem a palavra de Deu», “e, indo por diante, são sufocado» com 0» cuidados, e riquezas e deleites da vida" (Le 8.14). Vários pecados e faltas registrado» em Atos ilustram o amor do dinheiro OU a confiança no seu poder (At 1,18| B,ll| 16.16-19; 19.23-41). 2) O segundo desejo profano que motivou Ananias e Safira a enganar foi o amor do elogio. Eles provavelmente desejaram ler elogiados, como o foi Barnabé, O vgrho grego traduzido por “vendestes" (apodoxlbp, v. 8) significa “vós vendestes por lntere»»e» próprios” (Robertson, 1934, p, 810), A açRo de Barnabé estava baseada na sinceridade, mas a deles na hipocrisia, porque eles agiram por egoísmo. Eles queriam ser admirado» e ouvir palavras de elogio dos seguidora» de Cristo. Vender a terra foi motivado pelo desejo de ganhar a reputação de »erem generosos, e n&o por uma preocupaçBo genuína pelo» nece»»itado» entre elei. No versículo I I,olermo"lgivjii"Ué&wta) aparece pela primeira ve/em Lucas-Atos, Aqui, esta palavra é um termo lécnico que descrevia a comunidade cristã em Jeru salém — a comunidade dos redimidos. Ao longo da história, a Igreja pode ser identificada como o povo de Deus (Êx 19.5,6; Sl 22.22). Os discípulos que se reuniram ao redor de Jesus durante seu ministério terreno eram a Igreja, de forma que não se deve presumir que a Igreja veio à existência em Atos 5.11. Aqueles que ouviramjesus durante seu ministério público e responderam eram o “pequeno rebanho” a quem o Pai se agradou dar o Reino (Lc 2.32). Este rebanho era sua Igreja, cujos membros deviam ser os arautos do Reino(At 9-60; 10.9). Mesmo antes do Dia de Pentecostes, Jesus enviou os discípulos a empreender a obra missionária (9-1-6; 10.1-16), afirmando que eles eram, de fato, a Igreja. Como povo redimido, eles aceitaram a missão para o mundo antes da morte e ressurreição de Jesus. No Dia de Pentecostes, os cento e vinte crentes tomam-se uma comunidade de profetas ungidos pelo Espírito. Antes que aquele dia terminasse, o número subiu para cerca de três mil pessoas (At 2.41). A medida que os apóstolos continuavam testemunhando em Jerusalém, o número de crentes cresceu para cinco mil pessoas (At 4.4). Depois de tal crescimento, Lucas deixa de contar e fala dos crentes como “a multidão” (toplethos). Finalmente, ele os identifica como “a igreja” (At 5.11). A palavra ekklesia aparece pela primeira vez na Bíblia em referência à nação de Israel (Dt 4.10; 9-10; 18.16, LXX). Neste momento, o número crescente de profe tas cheios do Espírito tinha alcançado o estado teológico de uma nação, embora eles não tivessem alcançado tal estado geograficamente ou pelos seus números. O profeta Joel tinha prometido um derra mamento geral do Espírito profético sobre a nação de Israel (Stronstad, material não publicado). Agora, em Atos, este derra mamento do Espírito sobre “toda a carne” está sendo elaborado na experiência cia comunidade de crentes ungidos pelo Es pírito. O logro fatal de Ananlas e Safira ó que nflorcconhecerum que a igreju t? umu comunidade chela com o líspírllo e que, portanto, enganíl-la eqüivale a enganar o Espírito Santo. Como resultado do castigo de Deus sobre o casal, “grande temor” vem sobre a Igreja e sobre todo aquele que ouve falar tio act m- tecimento (w. 5,11). Estas duas mortes são uma advertência contra o amor ao dinheirc > e desejos profanos por reconhecimento. Até os incrédulos que ouvem falar sobre o incidente tremem ao pensar na remoçã«) dos dois impostores da Igreja. O interesse primário de Lucas ao re contar esta história não é instigar medo no coração humano, mas ensinar que o Espírito Santo está ativo na Igreja. A vitória sobre estes dois indivíduos é mais uma vitória sobre Satanás do que sobre um casal de impostores. Deus garante à Igreja que eles desfrutarão e se beneficiarão da presença e poder do Espírito. O Espírito Santo protege a integridade da Igreja e a guarda contra tal pecado que causa divisão como o de Ananias.e Safira. Esta narrativa oferece incentivo aos leitores de Lucas e aos cristãos de hoje. 3.3.3.4. Resumo: Os Apóstolos Fazem Sinais e Prodígios (5.12-16). Este resumo da situação da Igreja é similar a Atos 2.43* 47, onde Lucas enfatiza o ministério mag- nificente de sinais e pródigos feitos pelos apóstolos, o respeito impressionante das pessoas pela presença de Deus e a harm< >nlu e unidade dos cristãos. Aqui, no capítulo 5, ele cobre mais amplamente os efeito« da exposição e castigo de Ananias e Sàflro 1 um grande número de sinais e pródigo«, uma maior reverência sentida pelo povo e a conversão de mais pessoas. Deus continua respondendo a oraçflo de Atos 4.29,30, a qual buscava poder para pregar o evangelho com ousaclla e para que a Palavra pregada fosse acompa - nhada por sinais e pródigos. Os apóstolos continuam seu ministério poderoso no alpendre de Salomão, um pórtico grande do templo (cf. At 3.11), e deixam profunda impressão nas pessoas, Não obstante, uma situação parade>xal se desenvolve: "Quanto aos outros, ninguém ousava ajuntar-«c com ele«; ma« o povo t i l tlnha-os cm uru tule estima" (v. 1,4), üs Incrédulos se manllnlwm à dlstflncla dos crlsiiüos, por causu do medo resultante dus mortes ile Ananliis e Safira. Kles podem ter ficado assustados pela possibilidade de que compromisso indiferente também os leve a julgamento. Ao mesmo tempo, estas pessoas têm alto respeito por esta nova comunidade e sabem que a conduta de Ananias e Safira não foi tolerada pela Igreja. Só lhes resta louvá-los pelo com promisso de viver de modo santo. Apesar desta hesitação, esses homens e mulheres que desejam a salvação arden temente são salvos e tornam-se membros da Igreja (v. 14). Aqui o original grego pode ter o sentido de que estes novos- convertidos crêem no Senhor ou que eles são acrescentados ao Senhor. Em todo caso, um número crescente de convertidos faz da Igreja sua casa espiritual. Notícias do que está acontecendo se espalham por toda a Jerusalém e até às “cidades circun vizinhas”. Em conseqüência, a reputação dos cristãos cresce e mais pessoas trazem os doentes e os atormentados por demô nios para serem libertos. Eles colocam os doentes nas ruas, crendo que o poder de cura opera pelos apóstolos. Mais uma vez o enfoque da atenção está no líder dos apóstolos, Pedro, cuja sombra serve de meio do poder de cura. A colocação dos doentes de modo que a sombra de Pedro caísse sobre eles não deve ser impingido como superstição po pular, sobretudo levando em conta o fato de que “todos eram curados” (v. 16). Em Lucas 1.35 e 9.34, a “sombra” se refere à presença e poder de Deus. As curas feitas pela sombra de Pedro são semelhantes ao poder de cura das roupas de Jesus (Mc 6.56) e dos panos tocados por Paulo (At 19.12). Novamente o poder de Deus salva aqueles que crêem no evangelho, cura os doentes e liberta os endemoninhados. 3.3.4. Os Sacerdotes-Saduceus Pren dem todos os Apóstolos (5.17-42). Anteriormente as autoridades religiosas mandaram que Pedro e João parassem de pregar as boas-novas sobre Jesus (At 4.18). Mas Pedro e Joào e os outros apóstolos nunca deixaram de pregar o evangelho e eurnr< )N 11< K-nicH n< > n< >i ne d<) Nulvui l< >r, Mais umu ve/, seus mulu >n sucessi >s suscitaram a hostilidade dos líderes religiosos, 33.4.1. On Apóstolos Sfto Presos e depois I.lbcrto» por um Anjo ( 5.17-35). A maioria da oposIçAo vem "tia seita do» saduceus" e é propelida pela lnve|a do* principais sacerdotes, de quem Callrts é o líder (At 4.6). Os discípulos estilo cheios do Espírito, mas os saduceus eslfio cheios de inveja e se tornaram os verdadeiros inimigos da Igreja. Rles estilo agora muls determinados que nunca a deter o avanço deste novo movimento em Jerusalém, Km conseqüência disto, eles prendem iodos os líderes da Igreja e os mantêm na prlsflo durante a noite. Caifás planeja lovrt-los perante o Sinédrio no tila seguinte, Esta detenção e encarceramento nflo causam surpresa nos apóstolos, líles sabem que o Sinédrio é controlado pc >r h< >mensque executam suas ameaças. O que acontece durante a noite causa grande admlraçAo nos apóstolos e em toda a Jerusalém, Antes da alvorada, o anjo do Senhor os llvni du prisão. No Antigo Testamento, este unjo agiu como agente de Deus (Al 7.30JH), No Novo Testamento, ele traz mensagens importantes (Lc 1.11; 2.9; At H,2fi) e fttsc, milagres (At 12.8-11,23). Nesta octislflo, 0 anjo milagrosamente liberta os apóstolos da prisão para que eles continuem O ml» nistério inspirado pelo Rspfrito, Contrário à ordem do Sinédrio (At "1,1 M), o anjo instrui os apóstolos a voltar uo templo e a ensinar “ao povo todas as palavras destH vida” (v. 20). A expressão "desta vldtt" Sé refere à vida iniciada pela morte e ressur reição de Jesus. Os apóstolos obedecem à ordem do anjo e uma vez mal* prejpim a mensagem cie salvação que conáuz h vida cristã. Ironicamente, os apóstolos alo milagrosamente libertos por um anjo CUjH existência é negada por estes adversários (veja comentários sobre At 4,1), Cedo de manha, Cal Ws e seus cnmpii* nhelros convocam uma reunlAo geral do Sinédrio, Os guardas de templo síl< > enviados para trazer os prisioneiros, mas eles encon tram a prisão vazia (v. 22); todos os doie desapareceram. Quando as autoridades ficam sabendo tio desaparecimento dosapóstolos se adlgan c se sentem indefesas, não sabendo “do que viria a ser aquilo" (v. 24); eles não sabem o que fazer ou dizer. Alguns, como Gamaliel (cf. At 5.34-40), pode ter considerado queosobrenatural estava em ação, sobretudo visto que milagres tinham sido feitos pelas mãos dos apóstolos. Mais tarde, um mensageiro os informa que os apóstolos estão no templo. Como o anjo tinha instruído, eles estão falando ao povo “as palavras desta vida” de salvação provida em Jesus Cristo. Este milagre de libertação demonstra que o evangelho não pode ser detido por cadeias ou prisões (cf. At 12.6- 11; 16.26,27). Deus pode abrir as portas da prisão e libertar as pessoas. 3.3.4.2. Os Apóstolos São Presos de novo e Pedro Discursa perante o Siné- drio(5.26-32). Quando chegam as notícias de que os apóstolos estão no templo, os guardas de templo vão imediatamente aos prisioneiros fujões e os prendem. Este novo encarceramento é feito de modo pacífico e indica que as autoridades reconhecem que os apóstolos são populares e que o uso de força pode resultar numa reação violenta das pessoas. Os apóstolos são levados perante o Sinédrio. Caifás repete o mandato anterior de “que absolutamente não falassem, nem ensinassem, no nome de Jesus” (At 4.18), mas ele também introduz um novo tema: a tentativa dos apóstolos de tornar o conselho culpado do “sangue desse homem” (v. 28). O sumo sacerdote evita mencionar o nome de Jesus. Os líderes judeus estão cientes de que são acusados diretamente de assassinar o Messias (At 2.23; 3-14,15). Esta acusação é um ponto sensível. Deus vindi cou as afirmações de Jesus ressuscitando-o dos mortos e entrelaçou as autoridades judaicas no crime de derramamento de sangue inocente. Agora, os líderes judai cos se encontram estigmatizados como assassinos e, com efeito, os cristãos es tão publicamente pedindo a Deus que os julgue pelo crime cometido. Caifás teme que os cristãos busquem vingança pela morte de Jesus. Os discípulos oraram em buscade ousadia inspirada pelo Espírito paru fu- larcmu Palavra (At 4,29); Deus continua respondendo u oraçíto, Como o porta-voz dos apóstolos, Pedro fala corajosamente diante da acusação de desobediência interposta pelo Sinédrio: "Mais Importa obedecer a Deus do que aos homens" (Al 5.29). Esta obrigação moral presume o comando divino do anjo que os libertou, como também a comissão de Cristo para pregar o evangelho até aos confins da terra (Lc 24.45-49; At 1.8). Pedro reconhece que os apóstolos são culpados de deso bedecer ao Sinédrio, mas a autoridade de Deus está acima dos seres humanos. Com grande sinceridade, Pedro passa a ressallar que os líderes judeus são pessoalmente responsáveis pela morte de Jesus — eles derramaram sangue inocente. No discurso, Pedro usa três dos elemen tos principais normalmente enfatizados na pregação (i.e., o kerigma) dos cristãos primitivos. 1) A morte de Cristo — “Ao qual vós matas tes, suspendendo-o no madeiro". Pedro lembra novamente os líderes religiosos de que eles são responsáveis por matar Jesus por crucificação. Eles não poderiam oferecer a Jesus maior insulto que crudficí- lo. Aqui, a morte de Cristo é descrita ROI termos de Deuteronômio 21,23 (cf. Al 10.39; 13.27,29; Gl 3.13), que se refere à prática judaica de enforcar numa vlua o cadáver de um criminoso depolK tltt execução, declarando-o desla munelrtt amaldiçoado. A expressão ".suspondeiulo-o no madeiro” aplica-se â cruciflciçlO de Cristo e enfatiza a vergonha de sua mortti Qualquer pessoa pendurada numa crun era tida como amaldiçoada por Deus, As autoridades religiosas infligiram emjesus a morte de um criminoso, mas Kle tlAo morreu sob a maldição de Deus, como alguns, sem dúvida, pensaram, Sua morle foi uma expiação vicária pelo pecado, Cristo com o seu próprio sangue comprou a Igreja (véja At 20.28; I Pe 1,18,19), 2) A ressurreição de Cristo — "O Deus de nossos pais ressuscitou a Jesus", A pessoa a quem as autoridades crucificaram è quem o Deus dos seiw antepassados restabeleceu a vida, O que os líderes judeus fizeram a Jesus Ibl um ato contra Deus; mas apesar de violentamente rejeitarem Jesus, Deus o ressuscitou por sim mAo poderosa, Ne nhum« cunhM é colocada entre u morte e ti ressurrelçío dr CrlMto nu pregnçfto crlstfi primitiva, Os escritores bfnllco» conslde- ram a cruz e o triunfo sobre a morte como componentes vitais da redenç&o (cf. Hm 4.24; 1 Co 15.3-5). A vida eterna está arrai gada e fundamentada na sua humilhação e exaltação. Anteriormente em Atos Jesus foi identificado como o “Autor da vida” (At 3.15, ARA; "o Príncipe cia vicia”, RC), a quem Deus ressuscitou, Ele foi divinamente nomeado e capacitado pelo Espírito para ser o Salvador do mundo. Visto que Jesus é o Autor da vida, sua ressurreição é um penhor de todos os crentes de que eles tomarão parte no triunfo que Ele obteve sobre a morte. 3) A ascensão de Cristo — “Deus, com a sua destra, o elevou a Príncipe e Salvador”. Deus exaltou ojesus caicificado ressuscitando-o e também entronizando-o ao céu. Ser exal tado para se sentar à mão direita de Deus significa um lugar de honra (At 2.34; cf. Sl 110.1). Mediante Jesus, o Príncipe (arcbegos, “líder”) e Salvador, Deus oferece a Israel a oportunidade de se arrepender e receber perdão. Deus preparou o modo de salva ção da humanidade. Como o cmcificado e ressurreto Senhor, Cristo é o Autor da salvação, oferecendo a vida eterna a todos os que se arrependem dos pecados. Pedro e os apóstolos são testemunhas oculares da morte, ressurreição e ascensão de Jesus, mas o Espírito Santo também é testemunha destes acontecimentos do evangelho. O derramamento do Espírito no Dia de Pentecostes atesta a realidade da exaltação de Jesus (At 2.33), e, de acor do com Pedro, Deus dá o Espírito Santo aos que o obedecem (At 5.32). Andar na obediência da fé prepara os crentes para serem batizados ou submersos no Espírito. Deus dá o dom carismático do Espírito sobre os que são o povo da fé, pessoas que se dão em obediência a Cristo. 33.4.3. Gamallel Adverte o Sinédrio contra Opor-nc « o h Apóstolos (5.33- 42). Como porta-voz dos apóstolos, Pe dro provoca a raiva do Sinédrio, Fies “se enfureceram" é tradução de uma palavra grega que significa literalmente “serrado em pedaços11 otrcnriadoprnfiindHmente'1, Poderia sor traduzido pori "luto on tocou na carne viva". Mal« adiante, Lucas usa a mesma palavra para descrever a reaçflo deles com Estêvflo(At 7,54). Estes homens, que crucificaram Jesus, eslAo prontos a cometer assassinato novamente, Sua Ira violenta para matar os apóstolos prenuncia o que farão com Estêvão, Pelo menos Gamallel, membro do Si nédrio, ousa oferecer conselho èáblo a este grupo de elite ao qual ele pertence, Gamaliel era neto do famoso rabino Hlllel e era distinto rabino farisaico (v, ,14), tt cujos pés Paulo estudou (At 22,3), Km- bora os fariseus eram um partido maior« tivessem apoio mais foite entre o povo, os saduceus eram a maioria no Sinédrio, A apresentação de Lucas de Gamallel reflete a atitude mais positiva dos fariseu» para com o movimento crlstflo, em contraste com a hostilidade dos saduceus (Lc 7,Sft| 11.37; 14.1; At 15,5; 23,6), Assim, nlO é estranho que Gamallel advertlaae O Sinédrio contra tomar açflo precipitada para lidar com os cristãos, Os motivos de Gamallel falar perante o Sinédrio são obscuros, Seu maior Interesse pode ser marcar pontos contra seus opo nentes, os saduceus, do que defender os apóstolos. Este fariseu altamente respeitado expressa atitude favorável para com ON crentes, Antes de falar, ele ordena quv I guarda retire os prisioneiros. Ele aconselha seus colegas a conter a Ira e considerar l possibilidade cie que o movimento t "df Deus" (v.39). Ele sugere que n#o aeja tomada nenhuma ação direta contra os líderes deste movimento, Se eles o fizerem, eles correm o risco de estar "combatendo contra Deus" (v. 39). O argumento de Gamallel funciona assim: Se este movimento, como o Min#- drio pensa, não 6 abençoado por Deus, ele se tornará em nada. Por oulm lado, se for comprovado, como os crlstfloü acreditam, que é obra de Deus, entfio nada será bem-sucedlclo em detÔ-lo, Quaisquer esforços seriam fúteia, Ainda pior, o Sinédrio nflo estaria se opondo apenas a seres humanos, mas também a Deus e pondo-se sob seu Julgamento, ms Nilo tomando nenhuma açílo contra o,s cristãos, o Sinédrio evitaria o risco de estarem combatendo contra Deus. Gamaliel cita dois exemplos cie mo vimentos messiânicos sem a bênção de Deus, os quais fracassaram. O primeiro é o falso movimento messiânico liderado por Teudas. A menção deste homem levantou a questão sobre a precisão da Escritura. Josefo fala sobre um rebelde de nome Teudas (Antiguidades Judaicas), mas de acordo com ele, este Teudas fez a rebelião muito tempo depois que Gama liel pronunciou seu discurso no Sinédrio (c. 45 ou 46 d.C.). Uma explicação é que Teudas era nome comum e que pode ter havido outro líder religioso chama do Teudas. Os detalhes são insuficientes para apoiar a identidade do Teudas de Lucas e do Teudas de Josefo. Por outro lado, talvez a datação de Josefo da revo lução de Teudas esteja errada. Quando Herodes, o Grande, morreu em 4 a.C., vários líderes insurgentes apareceram na Palestina. Alguns estudiosos concluem que o Teudas de Atos 5.36 estava entre eles (Bruce, 1952, p. 125). O segundo movimento fracassado citado por Gamaliel foi o liderado por Judas, o Galileu. Este movimento também foi infrutífero por causa de sua origem es tritamente humana. Este Judas conduziu uma revolta contra os romanos em 6 d.C. Nessa época, Roma levantou um censo para avaliar a quantia de impostos a ser paga pela província dajudéia. Convencido de que Deus era o verdadeiro rei de Israel, Judas insistiu que não havia razão para o seu povo pagar impostos aos romanos pagãos (AntiguidadesJudaicas-, Guerras Judaicas). Este movimento foi esmagado pelos romanos e Judas pereceu. Mesmo com o desaparecimento do movimento e a morte de seu líder, a causa pode ter ficado viva no partido dos zelotes (Bruce, 1952, p. 43). O destino de Teudas e Judas fornece a base para a proposta de Gamaliel de uma política de não-intervenção. Ele insiste que o movimento cristão terá o mesmo fim, como teve os movimentos desteci homens, se níu> for Inspirado por Deu«, Sem as bên- Vflos dc Deus, um movimento messlônlct > carece de estabilidade duradoura. Hoje em dia erraremos se tomamos o conselho de Gamaliel como regra geral para permitir que tudo tenha seu curso sem oposição. Esperar para ver se um movimento religioso tem êxito pode ter conseqüências devastadoras. Todo amante da verdade deve investigar as afi rmaçôes de um movimento sem consideração pelo seu sucesso provável. Observe especial mente que a preocupação principal de Gamaliel é se o movimento cristão deve ser suprimido pela violência. Gamaliel nílo era profeta ou apóstolo, mas seu ponto de vista (embora sirva ao propósito no plano de Deus) é realmente uma declaração da verdade. Movimentos maus podem prosperar por muito tempo na terra, mas não para sempre. O conselho de Gamaliel contém o Siné drio de tirar a vida dos apóstolos (vv. 40- 42). Mas antes de soltá-los, as autoridades os açoitam, cada um recebendo quarenta chibatadas menos uma (Dt 25.1-3; 2 Co 11.24). Este castigo é mais severo que o encarceramento e ameaças anteriores (Al 4.21). Novamente, o conselho os proíbe de pregar sobre Jesus. O açoite se conforma com o que Jesus dissera que os discípulos esperassem (Le 21.12), mas o Sinédrio não tem sucesso em desencorajá-los. Os apóstolos reti ram-se, “regozijando-se de terem sido julgados dignos de padecer afronta pelo nome de Jesus”. Èm meio a perseguição, os apóstolos estão cheios de alegria por> que consideram grande honra sofrer por causa de Jesus Cristo. Eles estão conleil- tes pela oportunidade de mostrar qun M confiança de Cristo neles não é em vfto, Recusando atender a ameaça do Slné* drio, os apóstolos continuam ensinando e pregando diariamente que Jesus í o verdadeiro Messias. Como antes, eles pregam publicamente no templo, mas agora eles também ensinam em casas particulares. A perseguição não dimi nui o testemunho ungido pelo Kspírito que eles dão. Sua devoção e métodos fornecem exemplo maravilhoso para evangelizar uina comunidade, mo .j.4, Comunhão Qiwbrada; A Comunidade Kscolbo Sete Diáconos (6.1-7) Os crentes se dedicam a formar uma comunidade de comunhão (At 2.42), que acha expressão em compartilhar as possessões com os necessitados. Como exemplo positivo de comunhão, Lucas chamou atenção a Barnabé (At 4.36,37); em contraste, Ananias e sua esposa são exemplos negativos (At 5.1-11). No ca pítulo 6, Lucas informa um desarranjo na comunhão causado pela negligência da comunidade para com suas viúvas gregas. No meio de tremendo progresso da Igreja, este problema coloca a unidade eclesiástica em sério perigo. Nesta época, a comunidade cristã con siste em dois grupos: os judeus gregos (bellenistai, “crentes de fala grega”) e os judeus hebreus (hebraioi, “crentes de fala aramaica”). Os judeus gregos de Atos 6 são crentes que foram fortemente influenciados pela cultura grega, provavelmente enquanto viviam fora da Palestina, ao passo que os judeus hebreus são cristãos que sempre viveram na terra nativa da Palestina. Muitos judeus devotos que na maior parte da vida viviam fora da Palestina, na velhice mudavam-se para Jerusalém para que fossem enterrados perto da cidade. Quando os homens morriam, poucas viúvas era capazes de se sustentar. Elas dependiam da benevolência de grupos religiosos para sobreviver. Pela razão de estas viúvas não serem bem conhecidas, era fácil os líderes da comunidade negli- genciá-las (v. 1; Tbeological Dictionary oftheNew Testament, eds. G. Kittel e G. Friedrich, Grand Rapids, 1964-1976, vol. 3, pp. 389-390). As viúvas cristãs de fala aramaica tinham melhor possibilidade de serem mais bem conhecidas e, assim, menos prováveis de serem negligenciadas na distribuição diária da ajuda. Mais parece estar envolvido que a di ferença de Idioma entre os dois grupos. Circunstâncias st x:la is c diferenças tecjlógicas também podem ter desempenhado uma parte na frlcçflo entre os dois gaipos, Os crisiilosde lula aramaica «Cu mm In fortes nus irudlçôes rellglosus palestinas e mnsirum mais restrição em atitude para com a lei (udalca e o templo, Sendo mais agressivos na abordagem, os judeus helenístleos pro vocaram raiva. Em pelo menos umaocBlIiO a pregação agressiva de um crente de laia grega na sinagoga helenista em Jerusalém termina em apedrejamento. Os judeus lie- lenistas apresentam o evangelho com lal zelo que eventualmente os oponentes os compelem a fugir dejerusalém para salvar a própria vida (At 8.1-3). Os cristãos separam recursos puni os necessitados (At 2.45; 4.34,33,3*)« mus eles não os administram adequadamente a fim de atender as viúvas crentes de 1'ala grega. A resposta imediata dos apflstoli m indica que esta negligência é uma omlssílo, e não uma discriminação Intenelonul, A responsabilidade por pregar o evangelho, dedicar-se à oração e governar a Igreja torna impraticável eles administrarem o alívio para os pobres. Nilo é que cuidai' de viúvas esteja “abaixo" deles, ou que eles consideram que isso este)u num nível mais baixo de ministério, Anles, seu encargo primário é oferecer o ptto da vida, que traz salvação, e gerir os assuntosda Igreja. Como líderes guiados pelo Espírito, os apóstolos convocam uma reunlíto geral da “multidão dos discípulos" e propÁem uma solução para o problema — que a Igreja selecione sete homens, aos qimis seja dada a responsabilidade de culdltr das viúvas (w . 2,3). Sua funçSoserá servir mesas (diakonein trapezais). Lucus ndo usa a palavra “diácono" (diuhonos) punt descrever os sete homens, mas as palavms para “servir” e “diácono" derivam da mesma raiz grega. “Diáconos” süo mencionadoÉmi Filipenses 1.1 e 1 Timóteo 3.8-13, Assim, é apropriado usar este título para os sete homens, sobretudo à luz do trabalho leito pelos diáconos em tempos mais recentes (que incluía a manipulação de finanças, o cuidado pelos necessitados e outros assuntos ministeriais práticos), Se este plano for seguido, os uprts* tolos poderão se dedicar íl "oração o laol ministério da pulavru" (v, 4), Lucus nAo declara como é feita u escolha dos npic homen», itihn a congregação como um toclo vê a sensatez (In proposta dos apóstolos (v, 5) e participa nu escolha destes diáconos. A qualificação básica é espiritualidade, mas eles devem ser dis tintos de duas maneiras. 1) Eles têm de ser "cheios do Espírito Santo”. Em vez de ser meros bons administradores ou gerentes de recursos, esta qualificação lhes exige que sejam capacitados pelo Es pírito na ordem dos discípulos no Dia de Pentecostes, Quer dizer, eles devem ter o poder de uma fé que faz milagres. 2) Eles também têm de ser "cheios [...] de sa bedoria”. Complementar aos atos de poder está o discurso inspirado pelo Espírito. Os diáconos têm de ser poderosos em obras e palavras. Como pessoas competentes e maduras que são inspiradas pelo Espírito, elas têm de ter bom senso prático e serem capazes de lidar com delicados problemas de propriedade. Seu ministério inclui negó cios empresariais e a distribuição de ajuda para os necessitados, mas também deve ser espiritual e carismático. Eles devem exercer quaisquer dons espirituais que Deus lhes concedeu. Entre os sete homens escolhidos para servir como diáconos estão Estêvão e Filipe (os únicos dois sobre quem Lucas apresenta detalhes). Filipe se destaca como pregador carismático (At 8.4-8,26- 40; 21.8); ele é o primeiro a fundar uma Igreja entre os samaritanos. Estêvão é descrito como “homem cheio de fé” (v. 5), sem dúvida significando a fé que faz milagres. Ele faz “prodígios e grandes sinais entre o povo” (v. 8), e seus opo nentes não sabem como lidar com a pregação que ele faz (v. 10). O niinistério destes dois homens ilustra os ministérios dos diáconos carismáticos, os quais se estendem muito além clas preocupações práticas do clia-a-dia da Igreja. Todos os sete homens escolhidos têm nomes gregos, mas i.sto não prova que eles sejam gregos nativos. Nessa época, muitos judeus tinham nomes gregos. Indubitavelmente estes homens falam firego e estão habilitados espiritual e Ingüistlcamente para lidar com o pro blema pura o qual foram nomeados. O nome de Estêvflo aparece em primeiro lugar na lista e é acompanhado pelas palavras: "Homem cheio de fé e do Hs- pfrlto Santo". Estas palavras n&o sâo repetidas depois dos outros nomes, mas devemos entender que elas descrevem toclos os sete diáconos. A nomeação dos sete homens como diáconos deixa os apóstolos livres para pregar, ensinar e orar. Na sua posse, os novos diáconos são apresentados pela congregação aos apóstolos. A RC indica que só os apóstolos oram e impõem as •mãos sobre eles, mas o texto grego não •deixa isso explícito. Aparentemente a co munidade inteira participa. A imposição de mãos ratifica a escolha da comunidade e significa a concessão de responsabi lidade e a doação de forças e bênçãos para a tarefa. A ordenação dos sete diáconos fornece bom modelo para ministrar as minorias da Igreja. Como na igreja primitiva, de vemos nos preocupar com o modo como as minorias — os pobres, as viúvas, os órfãos e as pessoas de diferentes origens raciais— são tratadas. Semelhante às viú vas crentes de fala grega, tais pessoas são indefesas, e suas necessidades podem ser negligenciadas. Cada congregação deve ter um programa próprio para ministrar ao que estão em desvantagem e às minorias, e entregar este ministério àqueles que sfto espiritualmente dotados e compromissados a cuidar deles. Na resolução de uma brecha poten cialmente perigosa, a Igreja desfruta novamente de espírito cle unidade e crescimento fluente (v. 7). Um número impressionante de novos-convertldos se junta ao grupo, incluindo pela primeira vez “grande parte dos sacerdotes”, Pelo poder do Espírito, a palavra de Deus se espalha e aumenta em seus efeitos, de forma que até o sacerdócio está sendo transformado pelo evangelho. Lucas subli nha o eleito extraordinário do evangelhe> nestes sacerdotes. Eles "obedecialm) íi fé", indicando que a fé em Jesus Cristo exige um curso tle vida de acordo com o que a pessoa crê. Seguir este curso é obedecer ii fé'(cf. Rm 1,5). SM 4. Os Atos dc Heis Líderes Cheioa do Espírito (6.8— 12.24). Lucas enfatizou o,s discípulos como comunidade de proletas balizados com o Espírito e relatou os atos desta comu nidade cheia do Espírito. Assim que a negligência das viúvas dos crentes de fala grega foi resolvida, a atenção passa para os seis líderes carismáticos, começando por Estêvão e terminando por Paulo (At 6.8— 28.31). Deste ponto em diante, Lucas devota sua narrativa a estes seis líderes: Estêvão, Filipe, Barnabé, Ágabo, Pedro e Paulo. Estes homens são os profetas un gidos pelo Espírito. Suas ações e palavras são inspiradas pelo Espírito Santo, e seu ministério simboliza o ministério de con dição de profeta de todos os crentes. 4.1. Os Atos de Estêvão: Um Diácono Cheio do Espírito (6.8— 7.60) Todos os sete diáconos estão cheios do Es pírito e sabedoria (At 6.3). A palavra “cheio” (pleres) implica duração e se refere a uma qualidade de plenitude espiritual que os habilita a falar sob grande inspiração e fazer sinais e prodígios (w. 5,8). O sucesso destes testemunhos cristãos emjerusalém desperta oposição, como ocorreu em duas ocasiões prévias (At 4.1-22; 5.17-41). Mas nesta ocasião em particular, a oposição se estende além do Sinédrio e das autoridades do templo, e inclui os membros de uma sinagoga de fala grega (v. 9; cf. At 24.12) e o povo em geral (v. 12). Estêvão se toma vítima da resistência dessas pessoas ao evangelho. 4.1.1. Estêvão Faz Sinais e Prodígios (6.8-10). Lucas descreveu que a vida e ministério carismáticos de Estêvão são “cheios do Espírito Santo e de sabedoria” (v. 3) e ele é “homem cheio de fé e do Espírito Santo” (v. 5). Agora ele descreve os dons carismáticos de Estêvão em ter mos de ele ser “cheio de fé e de poder”, habilitando-o a fazer “prodígios e grandes sinais entre o povo". A junção cie graça (charts) e poder (dynamis) indica que a graça divina outorga sobre ele dons espirituais para Inzer milagres. Obras miraculosas capHClludas pelo Hl* pírltosíotípluis do ministério de Estêvlo, listas manifestares maravilhosas junto com sua preguçlo incitaram oposlçto, Os judeus de fala grega da Sinagoga dos Libertos (provavelmente prisioneiros dc guerra libertados pelos romanos) discu tem com Estêvão. Alguns destes Judeus vieram de Cirene e Alexandria, outros das províncias da Cilicia e Ásia. Deve ter havido uma inclinação para os judeus de fala grega se reunirem em sinagogas particulares em Jerusalém. Mas nenhllin dos adversários de Estêvão pode "resistir à sabedoria e ao Espírito com que fftlu va” (v. 10). Enquanto ele fala, Estlvlo é capacitado pelo Espírito Santo, e sim mensagem manifesta o dom espiritual du sabedoria. É teologicamente informado, e seus oponentes não podem responderaos seus argumentos ou repudlar-lhe H lógica (cf. Êx 4.14; Lc 21.15). Esta ocasião é a primeira vez que os crentes confrontam seus oponentes em discussão aberta. O conflito se tornou uma luta intelectual — argumentos que se centralizam na questão da validade du lei e do tempo. Estêvão mede forças com seus inimigos em debate aberto, e eles ní< > podem com as ações e palavras prejfétlcas deste diácono cheio do Espírito. 4.1.2. Estêvão se Defende Perante o Sinédrio(6.11— 7.53). Os adversários de Estêvão o acusam de blasfêmia. Estando mais interessados em vindicar a sl mesmos que a verdade, eles lançam mão em obter falso testemunho das testemunhas, que o acusam de ataques blasfemos "contra Moisés e contra Deus” (v. 11). Pela pri meira vez o povo é instigado contra os cristãos. Até aqui, as autoridades têm réü- tringido suas ações contra os discípulos, por temerem o povo (cf. At 2.47). Mas hs falsas testemunhas envenenam a mente do povo contra os discípulos, torcendo certas declarações de Estêvão. A disputa entre Estêvão e os judeus dc fala grega concentra-se na sua Interpretaçfto da lei de Moisés e do propósito de Deus para a adoração no templo, 1) Como portador du lei, Moisés represen tou u reveluçfto dc Deus dtds hon judeus no monte Hlnitl, Kit' «Imbollzuva tudo que era santo c estlmudo na religião rabínlca; negar Moisés era atacar n autoridade divi na e u validez da adoração e práticas do templo. Estêvflo é acusado de mudar os costumes passados por Moisés (v, 14), os quais provavelmente não Incluem apenas a lei escrita, mas também a tradição oral que dá a interpretação dos escribas acerca tia lei (Marshall, 1980, p. 130). 2) A adoração do templo prescrevia para o povo tle Israel a ordem divina tia adoração. Questionar a ordem do templo era visto como violação do poder e majestade de Deus. Acusação semelhante fora feita contra Jesus. Ele tinha predito a destruição do templo. O Quarto Evangelho registra a profecia e seu significado: “Derribai este templo, e em três dias o levantarei”. Mas, como João explicou, “ele falava do templo do seu corpo” (jo 2.19,21; ti'. Mt 26.61; Mc 14.58). É possível que Estêvão durante seu debate na sinagoga tenha citado esta profecia. Torcendo as palavras de Estêvão como blasfemas, seus inimigos o acusam de ensinar que Jesus destruiria o templo e aboliria seu serviço (At 6.14). O que Estêvão ensinou realmente es tava de acordo com a profecia do Antigo Testamento de que Deus não habita em templos feitos por mãos de homens (At 7.48,49). A substância eterna e espiritual do Antigo Testamento é preservada no Evangelho, mas Estêvão percebe que a obra salvadora de Cristo dá um fim à ordem do templo com seu cerimonial e adoração sacrifical. Uma nova dimensão cie comunhão com Deus foi introduzida por Jesus. Tal comunhão com Deus em multo excede o templo e sua adoração. Em outras palavras, o velho templo está sendo substituído por um novo templo, a Igreja crista (cf. At 15.16-18). Oexciusivis- nio tio jutlafsmo estô acabando, e Deus o cstd substituindo com o universalismo tio movimento cristão. AquEle que é maior que o templo veio (Ml 12,6), c o mundo Inteiro será atraído na suprema vida do Kspfrlto, A substituição da templo "feitos por mãos de homem" significa que o povo de Deu« pode ter uma comunhí o d Inflmlea c criativa com Deus, l!stu transição deixa claro que os último« tilas despontaram. Pelo poder do Espírito, Estêvão proclama a salvação tle ílmblto universal, Mas os judeus de fala grega, defensores zelosos tia tradição, vêem esta pregação profética como uma ameaça ;) adoração sacrifical e íi lei cerimonial. Ao deturpar o que ele disse como blas fêmia (At 6.12,14), seus inimigos incitam o povo, os anciãos e escribas contra ele. Eles o prendem e o levam perante o Siné drio para ser julgado. Enquanto acusações são feitas contra ele, seu rosto aparece ao tribunal “como o rosto de um anjo" (v, 15), Quer dizer, seu semblante está radiante com a glória de Deus, como aconteceu com o rosto de Moisés (Êx 34.29,30) e cle Jesus (Lc 9.29). O esplendor glorioso da face de Estêvão indica que da mes ma maneira que Jesus tinha prometido aos discípulos, o Espírito Santo continua inspirando-o a proclamar o evangelho (Lc 12.11,12; 21.14,15). Depois da pergunta do sumo sacerdote: “Porventura, é Isto assim?”, um silêncio cai sobre o Sinédrio até que Estêvão completa sua defesa (At 7.2-53). Estêvão está onde seu Mestre estava quando Ele foi condenado à morte. O Sinédrio se reuniu para o condenar sob a semelhante acusação cle blasfêmia. O Estêvão cheio do Espírito deve ter sabido que ele sofrerá o mesmo destino que seu Salvador. Com suas palavras diante do conselho, ele faz extraordinário discurso. Ele cita a história de Israel desde Abraão até Salomão, narrando os procedimentos de Deus para com seu povo. Ele escolhe do Antigo Testamento acontecimentos que confrontam seus ouvintes com clols temas: í) Por muitas vezes Deus enviou pessoas para servir como libertadoras tio seu povo, mas os mensageiros de Deus foram rejeitados (vv, 2-43). 2) Os jüeleus erroneamente acreditam que Deus habita tle fato no templo (vv, 44-50). Ambos os tema« ocorrem repetidas vezes ao longo do discurso, Embora Kstôvflo esteja respondendo íis acusaçftes feitas contra ele, seu discurso pode «er descrito com mais pivdwion )inoaiiit|iif Ik intal em Ni ui uutli ônela por rejeitar, coroo l\/,eram seus puis, os mensageiros enviados a eles por Deus (vv. Sl-S.-i), () discurso tcin seis divisões principais, concentra ndo-se principalmente na história do povo cie I )eus encontrada no Pentateuco(a única parte das Escrituras que os saduceus aceitavam a autoridade). 1) Depois de uma saudação cortês aos presentes como “irmãos e pais” (cf. At 22.1), Estêvão passa para este primeiro tópico, a criação de Deus de uma nação pela chamada de Abraão (w. 2-8). Ele começa descrevendo Deus como “o Deus da glória” (Sl 29.3). Esta descrição enfatiza a majestade de Deus que não pode ser confinada a um templo feito por mãos humanas. À medida que o Estêvão cheio do Espírito fala, sua face brilha com a glória divina. Deus apareceu a “Abraão, nosso pai”, enquanto ele vivia na Mesopotâmia. Em outras palavras, quando Deus chamou Abraão, o pai da sua nação, o patriarca vivia fora da Terra Santa, na Mesopotâmia. Sua chamada o encetou na direção de Canaã, a terra que Deus lhe mostraria. Note que Abraão recebeu a revelação divina num país pagão, demonstrando que Deus não está limitado à terra da Palestina. Obedecendo a Deus, Abraão, com seu pai, Tera, deixou a terra dos caldeus (quer dizer, a Mesopotâmia) e passou a residir em Harã. Estêvão entende que o patriarca permaneceu lá até a moite de Tera (cf. Gn 11.27— 12.4). Depois Abraão migrou para Canaã, a terra que Deus lhe prometera e a mesma terra na qual a audiência de Estêvão agora vivia. Mas o cumprimento completo cia promessa de Deus não veio de imediato com o assentamento de Abraão em Canaã, porque ele não chegou a possuir nada da terra, “nem ainda o espaço de um pé” (v. 5). A promessa de Deus deve ter lhe pare cido impossível, sobretudo considerando que Deus o assegurara de que ele e seus descendentes possuiriam a terra, mas neste momento ele não tinha herdeiro. Abraão teve um filho antes cle Isaque, mas ele não era o herdeiro prometido. A terra permaneceu só uma promessa pura Abraão, mas l< ima se uma possessão O antigo templo em Jerusalém foi substituído por um novo templo, a Igreja Cristã — os crentes. EttM Igreja Cristã primitiva em Golã foi destruída por um terremoto em cerca de 747 d.C. Noto ti dlraçBo singular dos pilares tombados. para seus descendentes depois que eles passam quatrocentosanos na escravklíK) egípcia. Deus libertou esses descendentes da opressão. Só então eles viajam part Canaã e se tornam os herdeiros da Terra Prometida. Como no versículo 7, a ten® era mais que mero lugar para morar; foi “neste lugar” (Palestina) que eles deviam orar e adorar a Deus, A promessa de Deus pôs em movi mento a fé de Abraão, Abraão creu qfe seus descendentes herdariam a Temi Prometida, mas Deus lhe disse que só depois de um período de escravidão sua posteridade seria abençoada, Uma indicação adicional da fé de Abraão era sua aceitação do concerto, pelo qual as promessas cle Deus fizeram Abraão e stíUN descendentes objetos especiais do ume>rc cuidado divinos, Deus deu a drcundsúo como sinal exlerno deste concerto, que era para mostrar seu compromisso com Mil Deui, Sendo forte nu fé, Abrafw i tranamltlu o concerto pura a aeração seguinte através da circuncisão dc Isaque (Gn 21.4). A Unha tle concerto continuou porJacó e por seus doze filhos. Em contraste com a audiência de Estêvão, Abraão, o fun dador da nação judaica, é um exemplo dc fé c obediência. 2) Depois de sua discussão sobre Abraão, Estêvão sumaria a história de José, contando sobre a jornada de Jacó ao Egito com seus filhos e a morte deles naquela terra estran geira (vv. 9-16). Ao longo do discurso de Estêvão flui o tema de conflito na família (vv, 23-29,35,39,51-53). Ele introduz este tema referindo-se ã inveja que os patriarcas tinham de José, a qual os incitou a rejeitá-lo e vendê-lo como escravo aos gentios. Pelo que aconteceu com José, Deus cumpriu as promessas de escravização e maus tratos (v. 6). A implicação de Estêvão é que da mesma maneira que o sumo sacerdote e seus colegas tiveram inveja dos discípulos (At 5.17), assim os irmãos de José tinham inveja dele. Mas Deus era com José na sua escravidão no Egito e livrou-o das aflições dando-lhe sabedoria (cf. At 6.3). Este dom espiritual o capacitou a interpretar sonhos, conduziu-o à elevação como governador do Egito e habilitou-o a se preparar para uma fome. Quando a fome se abateu sobre o Egi to, teve um efeito devastador no mundo (Gn 41.57), particularmente em Canaã (Gn 42.1-5). Então Jacó enviou seus filhos res- tantes ao Egito, à procura de comida. Na primeira visita, eles não reconheceram José. Quando voltam da próxima vez, ele se revela a eles e se torna seu libertador. Quando Faraó toma ciência da família de José, ele os convidou a morar no Egito. A família de Jacó de setenta e cinco pessoas viajou para lá, e fica estrangeira num país gentio (cf. Gn 46.27,1.XX). Embora Jacó e os patriarcas depois morressem no Egito, eles não foram enterrados lá, mas na terra que Deus prometera como herança aos seus descendentes, a terra de Canaã. Eles nfto tiveram herança em Canaã, exceto um pedaço tle terra comprado por Abraão de Siquém para servlrde cemitério, de maneira que seus corpo» Ibrum levados e enterra* dos naquele lugar, As liiinluis em Siquém prestam testemunho tle que estes homens morreram com fé na promessa. Pelo fato tle Deus estar com José no 1 igito, os eslbrçt >s maltlc >sos dos seus Irmãos serviram para avançar o plano tle Deus, Uma vez mais Estêvão Insiste que Deus não está limitado ao templo. No Egito Ele usou José para salvar seu povo tia fome, Apesar de tratarem-no mal, seus Irmãos o reconheceram como o libertador divina mente ungido da sua família e povo, 3) Agora Estêvão se volta para a história tle Moisés, o homem a quem Deus levantou para tirar os filhos de Abraão da escravltlã< > do Egito (w. 17-38). Depois da morte dejacó e seus filhos, os israelitas permaneceram n< » Egito e continuaram se multiplicando até que o tempo do cumprimento tia promeNsa a Abraão estivesse perto. Nesta época, um novo rei que não conhecia José subiu ao trono do Egito. Até agora, a memória tle José e do que ele fez favorecia o povo tle Deus. Sob a administração do novo rei esse favor mudou, e eles foram oprimidos por sua política cruel. Estêvão menciona só a parte pior do tratamento cruel dos hebreus, a destruição dos meninos. A fim de evitai- que o» Israe litas crescessem em número e fossem uma ameaça para o seu reino, Faraó ordenou que todos os bebês masculinos fossem postos fora de suas casas, de modo a serem expostos e mortos (Êx 1.15-22), Nesse tempo, Moisés entrou em cena. Moisés “era mui formoso”. Contrário ao édito, de rei, seus pais o esconderam em casa por três meses. Finalmente eles o expuseram à morte, mas de modo maravilhoso ele foi salvo e adotado pela filha de Faraó como filho dela. Como membro da família do rei, Moi,ses foi criado num palácio gentio e recebeu o melhor da educação egfpcia, Tal treinamento magnífico não foi em vfl( n produziu um homem que “era poderoso em suas palavras e obras" (At 7.22), Deus tinha designado Moisés como lidere libertador. Estêvão conta a respeito tia primeira vez qye o povo rejeita Moisés (vv, 23-29). Com a Idade de quarenta anos, Moisés visitou os israelita«, Embora criado numa corte gentlu, ele não tinha »etornado egípdo de coração, Nu vl»lta, ele viu como o »eu povo era oprimido e te»temunhou um Iwraellta Meneio maltra tado por um egípcio, Moisés nfto apena* defendeu o escravo, mau também fez vingança matando o egípcio, De acordo com Êxodo 2.12, de escondeu o corpo na areia de modo que ninguém soubes se o que ele tinha feito. Ele não queria que os egípcios tivessem conhecimento sobre o incidente; mas, como Estêvão indica, Moisés também esperava que os israelitas o reconhecessem como amigo e aquele que for divinamente nomea do para trazer-lhes libertação (soteria, “salvação”) da escravidão. No dia seguinte em que ele matou o egípcio, Moisés viu dois hebreus lutando. Moisés tentou resolver a rixa, mas fracassou. Ele foi repelido e veementemente reprovado pelo malfeitor: “Quem te constituiu prínci pe e juiz sobre nós? Queres tu matar-me, como ontem mataste o egípcio?” A resposta para a primeira pergunta é dada: “A este enviou Deus como príncipe e libertador” (v. 35). Moisés já sentia que ele era um ins- tnimento de Deus para libertar os israelitas da opressão brutal dos egípcios, mas ele foi rejeitado por seu próprio povo, como José antes e Jesus depois. Moisés teve de fugir para a terra de Mi- diã, localizada no noroeste da Arábia. Era um desterrado do seu povo, e também um exilado em terra estrangeira, onde se estabeleceu e criou uma família. Depois de quarenta anos em Midiã, ele teve uma experiência decisiva na área despovoada do monte Sinai. Lá, ele foi confrontado por um anjo “numa chama de fogo de um sarçal” (v. 30). A sarça ardente serviu de símbolo da presença de Deus, pela qual I )eus chamou a atenção de Moisés. Quando Moisés olhou a sarça ardente mais de peito, de ouviu a voz do Senhor que vinha dela, chamando-o para libertar o seu povo do Egito. A voz correspondia à voz divina que Jesus ouviu depois do batismo (Lc 3.22), Da sarça ardente, o Senhor se iden tificou como o Deus dos antepassados de Moisés, que tinha feito um concerto com Abraão, Isaque e Jacó, Este encontro espantoso fez Moisés tremer de medo, que nlooudou erguer ou olho» pir» ver a sarça sendo consumida pela» chama», Deu» o assegurou de que ele estava em "terra »unta", A presença de Deu» tornou aquele lugar sagrado; uma vez mala Bi* tevão está lembrando sua audiência de que a revelação de Deus não e»tíl limi tada à terra judaica, De fato, no Antigo Testamento, o lugar mais importante de revelação não está na Terra Prometida, mas no monte Sinai. Deus tinha visto o sofrimento cruel do seu povo no Egito e enviara Moisés para ser seu príncipe e libertador, mas ele» jíl O tinham rejeitado (v. 35). A tarefa de Molsé» começou a sério quando ele voltou ao BlltO,Vemos não só um paralelo entre a rejelçlo de Moisés e de Jesus, mas também como Jesus, Moisés fez obras poderosas como O redentor de Israel nomeado porDeUl, qur prefigurava o poderoso ato de Deu» que, por Cristo, nos salva de nossa escravidão do pecado. A jornada de Israel & Terra Prome tida foi acompanhada por sinais milagroso» cle Deus. Além disso, Moisés também litlou palavras poderosas, que predisseram avinda do Messias— um profeta e libertador como ele, mas alguém que seria multo maior que ele (v. 37; cf. Dt 18.15). Sua profecia íol cumprida na vinda de Jesus Cristo, Uma característica final do ministério de Moisés que Estêvão destaca é sua oblK como mediador (v. 38). Moisés mediou 0 velho concerto, cia mesma maneira que Jesus serviu de mediador do novo concerto, Estêvão destaca o papel de Moisés em dar a lei. No monte Sinai, Moisés "esteve entre a congregação no deserto" (v, 38), A palavra grega traduzida por “congregação" é ukklwtttí (“igreja”). No monte, Moisés recebeu a» “palavras de vida", frase que se refere lí revelação divina da lei. É "da vida" ponp f a mensagem divina dada no monte Sinal tem poder para consumar a vida (cf, Hb 4.12) e é uma mensagem duradoura que abarca a graça cie Deus e sua promessa de salvação. Êxodo 19.19-25 Indica que Deu» falou diretamente a Moisés, mas HstêvAo entende que I )eus revelou sua mensagem por um anjo (cf, Gl 3,19; Hb 2,2). 4) Neste momento, Estêvão torna-se mal* específico em suu clescrlçflo da rehellfto dc Iirael (vv, 59-43). A primei» vez que os Israelitas rejeitam Moisés (cf, vv, 27,28) pressagiava o que depois aconteceu no deserto, O povo tinha testemunhado as manifestações milagrosas da presença de Deus no Egito, no mar Vermelho e na jornada ao monte Sinai. Contudo, apesar de tudo o que eles viram Deus fazer por eles sob a liderança de Moisés, o povo se recusou a obedecer. Enquanto ele esta va no monte Sinai recebendo a lei, eles, “em seu coração, se tornaram ao Egito”, e exigiram que Arão fizesse ídolos para eles adorarem. Sua rebelião está bem resumida na nar rativa da fabricação do bezerro de ouro (v. 41; cf. Êx 32), a quem eles ofereceram sacrifícios e se alegraram nas obras de suas mãos. Foi bastante ruim eles rejeitarem Moisés — o homem ungido por Deus como líder e libertador— , mas para tomar as coisas piores, o povo caiu em idolatria pagã. Eles não quiseram andar por fé. Descontentes com a presença invisível de Deus, construíram para si um bezerro de ouro, para que pudesse ter um deus perante si. Estêvão cita Amós 5.25-27 (LXX), que começa com a pergunta: “Porventura, me oferecestes vítimas e sacrifícios no deserto por quarenta anos, ó casa de Israel?” O fato é que o povo não tinha oferecido sacrifícios a Deus durante as peregrina ções no deserto. Essa geração abandonou a adoração de Deus. Em conseqüência, Deus os entregou à adoração dos corpos celestes (At 7.42; Rm 1.24-28). Durante a jornada no deserto, eles não ofereceram sacrifícios a Deus, mas a vários ídolos. Sua adoração de ídolos começou ao pé do monte Sinai e continuou durante os quarenta anos seguintes. Eles ofereceram sacrifícios a Moloque, a deidade cananéia do sol e do céu, e a Refã, um deus egípcio associado com o planeta Saturno. Além disso, os israelitas também fizeram imagens destes deuses e os adoravam. Nos dias de Amós (século VIII a.C.), o coração do povo adorava Moloque e Ref&, Integrantes dos exércitos do céu, Por causa da história dos israelitas, lidar com o problema de Idolatria nfto é um problema novo, EitÔvIo discerne que a má rellgUo que Amós condenou remontava ao tempo da peregrinação do deserto. Assim, da mesma maneira que foi escrito no livro dos profetas, Deus entregou um povo rebelde não apenas à adoração idólatra, mas também ao cativeiro babilónico (v. 43). Em outras palavras, o julgamento divino fora um fato do passado de Israel, mesmo tão distante quanto a jornada do Êxodo à Terra Prometida. 5) O ponto seguinte de Estêvão finda sua pesquisa histórica e introduz um tópico novo: o tabernáculo e seu sucessor, o tem plo (w. 44-50). Os judeus de fala grega o acusaram de blasfêmia contra o templo, Ao invés de negar a acusação diretamente, o Estêvão cheio do Espírito passa a explicar o verdadeiro valor do templo. Ele começa discutindo o tabernáculo, que foi subse qüentemente substituído pelo templo, Ele se refere ao tabernáculo como “tabernáculo do Testemunho”, porque a lei era guarda da na arca sagrada (Nm 17.7). Também era o lugar onde Deus se revelava ao seu povo. Deus deu a Moisés as plantas para a construção (Êx 25-9), e tomou-se parte da vida de Israel. Sob a liderança de Josué, o tabernáculo entrou na Terra Prometida. Lá permaneceu o ponto focal da adoração de Israel até o tempo de Davi. Visto que era só uína tenda móvel, Davi desejou estabelecer um lugar da habitação mais permanente para o Deus de Jacó (v. 46). Mas foi SalomSo que substituiu a tenda pelo templo como casa de Deus. O povo pensa erroneamente que a presença de Deus pode ser contida num edifício feito por mãos humanas. Por mais que a estrutura do templo de Salomão fosse grandiosa, era muito pequena para conter o Deus vivo. Estêvão mostra, citan do Isaías 66.1, 2, o erro do pensamento israelita: Nenhum edifício pocle conter o Governante da terra e do céu. Portanto, não é blasfêmia dizer que o templo deve ser posto de lado e destruído. O ataque de Estêvão não é contra a grandiosidade do templo em sf, mas contra a teologia que limita a presença de Deus ao tem plo, Como Satomâo (1 Rs 8.27), Estêvflo sabe que visto que o mais ulto céu nlo pode conter Deu*, nada feito por mio* luimanas pode. O nome divino "Altíssimo" (v. 4H) enfatiza a transcendência de Deus, Israel deveria saber que semelhante Deus não pode es tar limitado a um templo. Isaías profetizou claramente que o Criador não habita em estruturas feitas por mãos: “O céu é o meu trono. [...] E que lugar seria o do meu des canso. Porque a minha mão fez todas estas coisas, e todas estos coisas foram feitas” (Is 66.1,2). Conseqüentemente, Deus não deve ser tratado como ídolo e considerado que está alojado num templo. Ele nunca pode ser limitado a qualquer templo, quer em Jerusalém ou na Palestina. Tais limites são falsos, pois Deus pode ser adorado em qual quer lugar onde as pessoas se voltam para Ele com fé em Jesus Cristo. Deus não tem um lugar de habitação; é a comunidade de crentes, a Igreja, onde o seu Espírito reside e sua presença está em ação. 6) Estêvão conclui o discurso com palavras contundentes dirigidas aos seus acusadores e aos membros do Sinédrio (w. 51-53). Pro fundamente comovido por suas convicções e inspirado pelo Espírito Santo, Estêvão usa linguagem vívida para os denunciar pela dureza de coração. Eles são “de dura cerviz” (Êx 33.35) e “incircuncisos de co ração e ouvido” (Lv 26.41; Dt 10.16). Entre os judeus, “incircunciso” era um termo de repreensão e desprezo. Davi denunciou Golias como “este incircunciso filisteu” (1 Sm 17.26), e Ezequiel chamou os estrangeiros de “incircuncisos de coração” (Ez 44.7,9). Moisés e os profetas tinham lançado estas mesmas duas expressões às nações pagãs e ao Israel apóstata. Não há palavras mais precisas para os oponentes de Estêvão, que estão seguindo os passos dos seus pais fechando a mente à mensagem de Deus e resistindo ao Espírito Santo (cf. Is 63.10), sob cuja inspiração Estêvão está falando. Não há nada novo sobre o fato cle os líderes judeus rejeitarem os líderes inspi rados pelo Espírito. Seus predecessores tinham perseguido os profetas e matado aqueles que profetizaram a Primeira Vin da de Cristo (v. 52). Mas agora os lideres de Israel silo culpados de terem traído p assassinadoo "Justo", o Messias, Um padrão definido de desobediência flui ao longo da história de Israel. Israel era abençoado, recebendo a lei pelas mãos de anjos, mas eles transgrediam a lei. Assim, Estêvão é justificado ao aplicar as palavras de Moisés ao povo que o ouve; porque os líderes se opõem ao Espírito Santo, eles mostram que não são o verdadeiro povo de Deus. Eles, não Estêvão, estão negando sua herança espiritual. Muitos na Igreja Cristü cometem o iliesmt » erro de rejeitar o Espírito Santo mediante as ações que tomam. Como os fariseus rejeitaram o ministério do Jesus ungido pelo Espírito, assim os lideres da Igreja, em nome da sã doutrina, são tentados a rejeitara demonstração do potier do Espírito e as manifestações clos seus dons, 4.1.3. O M artírio de Estfivflo (7.I4- 60). Estêvão apresentou aniplu evidência para ressaltar sua denúncia profética dos líderes da nação. No clímax do discurso, ele tocou os ouvintes numa ferida aberta, Em conseqüência, suas palavras proféticas provocam grande raiva no Sinédrio, Eles foram retratados como pertencentes a uma nação de idólatras e são acusados de serem culpados de crucificar o Messias, As acusações contra eles foram apoiadas por várias Escrituras. Uma explosão de ira irrompe contra Estêvão, e eles rangem os dentes contra ele. Ele apresentou uma grande defesa; mas ainda que o Sinédrio o condene, eles não podem resistir il sabcd< iria e ao Espírito nos quais Kstôvão fala, O Estêvão cheio do Espírito se comporta como profeta. Pelo Espírito Santo, ele vé a glória radiante de Deus e o Jesus exaltado à mão direita cle Deus (vv, 5Í,56| cf, U' 22.69). Durante a visão, aparece o pafirfto trinitário. Estêvão, cheio do olha para o céu e vê o Sonhar JmM em pé, à mão direita de Deus Pai, Essa vlsão não deixa dúvida sobre o lugar de Jesus na deidade. Só aqui no Novo 1 'esta mente >Jesus é retra tado a estarem pé em vez de eslarsentado ã mão direita cle Deus, A explicação mais satisfatória é que Ele está agindo no papel de Intercessor, advogado e testemunha, Sun posição sugere que Ele estfl confessando 6ô9 Estêvfto diante do Pai divino, como Ele prometera: "Qualquer que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus” (Mt 10.32). Jesus é o Senhor exaltado, e seu povo tem acesso a Deus por Ele (cf. Rm 8.34). Como o Justo (v. 52), o Filho do Homem está qualificado para representar o povo de Deus e testemunhar a seu favor. Agora Estêvão confessa pela primeira vez o Senhor ressurreto diante do Siné drio, declarando que Ele vê Jesus Cristo compartilhando a glória de Deus como o exaltado Filho do Homem. Estas palavras são blasfemas aos líderes religiosos. Eles cobrem os ouvidos, indicando que já não ouvirão o blasfemador. A recusa em ouvir reflete um problema muito mais profundo: empenho para que os ouvidos não sejam abertos pelo Espírito Santo (v. 52; Theo- logical Dictionary oftheNew Testament, eds. G. KitteleG. Friedrich, Grand Rapids, 1964-1976, vol. 5, p. 556). Eles abafam a voz de Estêvão “grita[ndo] com grande voz” (v. 57) e avançando ameaçadoramente para o agarrai Estas reações violentas sugerem lin chamento, em vez de ser um ato oficial. O Sinédrio não tinha o direito de impor a pena de 'morte sem o consentimento do governador romano. A referência às testemunhas (v. 58), as quais julgava-se que fossem as primeiras pessoas a lan çar pedras a uma pessoa condenada (Dt 17.7), pode denotar um procedimento de julgamento; mas a explosão de ira no versículo 57 indica que Estêvão caiu ví tima da ação de uma turba fanática. Eles o arrastam impetuosamente para fora da cidade e começam a apedrejá-lo— o castigo prescrito a um blasfemador (Lv 24.14-16; Nm 15.32-36). Sua morte é provocada por injustiça e pela violência da turba. Entre as testemunhas da morte de Es têvão está “um jovem chamado Saulo” (v. 58). Quando aqueles que arremetem as pedras tiram as roupas exteriores a fim de terem mais liberdade para atirar as pedras, eles colocam as roupas aos pés de Saulo. Aqui em Atos, Saulo é identificado pela primeira vez pormome, embora ele possa ter estado entre os Judeus em Jerusalém referidos pela província dn Cllfcln (At 6,9). Saulo está entre os oponente,s de Estêvfto, e o discurso de Estêvão pode tê-lo incitado a tomar parte no assassinato, A morte de Estêvão deixou profunda e duradoura im pressão no jovem Saulo. Anos mais tarde, ele lembra disso com tristeza (At 22.20). Depois, Saulo fica amigo dos cristãos quan do é milagrosamente transformado pela graça de Deus, tomando-se na principal personagem missionária da igreja. A narrativa da morte de Estêvão nos lembra da paixão do Senhor. Como Jesus, ele foi rejeitado pelo seu próprio povo. A oração de Estêvão ao morrer tem semelhan ça notável com a oração de Jesus quando enfrentou a própria morte: “Senhor Jesus, recebe o meu espírito” (v. 59). Há uma diferença. Jesus entregou o espírito nas mãos do Pai (Lc 23.46), mas Estêvão olha para o Senhor Jesus e entrega o espírito ao maior vindicador do povo de Deus. Em seguida, Estêvão se ajoelha em ora ção e ainda ecoa outra declaração dejesus na cruz: “Senhor, não lhes imputes este pecado” (v. 60). Com a confiança tranqüila de um profeta, ele segue o exemplo de Jesus e permanece fiel ao seu ensino: “Bendizei os que vos maldizem e orai pelos que vos caluniam” (Lc 6.28). Antes de Estêvão morrer, todos ouvem esta tes temunha inspirada oferecer uma oração de perdão aos seus executores. Somente o poder do Espírito Santo pode capacitar Estêvão a fazer a oração que ele fez. Como Jesus, ele foi rejeitado por sua própria gente — um profeta rejeitado. Descrevendo o que é característico da morte de um crente, Lucas diz simplesmen te: “adormeceu”. A morte deste diácono carismático está em contraste com o frenesi fanático da turba. Sua morte se torna a principal transição/Agora a perseguição, da Igreja se expande e é difundida por toda a Judéia e Samaria (At 1.8). 4.2. Os Atos de Filipe: Um Diácono Cheio do Espírito (8.1-4Q) A morte de Estêvfto levanta questões te ológicas sobre a continuidade da autorl- Dentro da Porta do Leão em Jerusalém, também ÕKimãdn I 'min de Estêvão. Quando levado perante o Sinédrio, E ilflv ílii raaonlou h história de Israel, dizendo que o povo tinha psrUQUldO a nm litlti tm profetas e desobedecido a Deus. Quando olo ecuiou a iiu iIIIi IBii i Im matar Cristo e desobedecer a Deus, foi arrastado |>mn tor* da Olòitl» e apedrejado, dando inicio á perseguição dos c r lit lo i, dade (hi Iri i< da ml(ii.iç.Ii ) do lemplo enlre ti povo de Deus (Al (i. 1(1 l l; 7. líi )). líslôvíí*> e outros t risiiu),s ligaram seu desafio com ;i traição c morte dc Jesus ás mãos dos líderes religiosos (d. At 2.23,2-1; 7.51-53). Ago ra, muitos emjerusalérn estã< > enfurecidos c< >ntra < >s crista« xs e rejeitam violentamente o evangelho. 4.2.1. Perseguição tia Igreja em jerusalérn (8.1- 3). A execução cle Estêvão assinala uma nova onda cle perseguição. A violência da turba contra os crentes força a Igreja a ser tornar Igreja mis sionária. A grande comunidade de crentes se espalha “pelas terras dajudéia e da Samaria”, ainda que os apóstolos perma neçam emjerusalérn. Eles não são forçados a fugir, provavelmente porque a intensa perseguição é dirigida contra os cristãos de fala grega (os helenistas) em vez de se concentrar nos cristãos de fala aramaica (cf. At 6.1-4). O sofrimento destes cristãos leva ao crescimento da Igreja. Muitos dos leitores de Lucas também estavam stxfrentk >. O sofrimento destes primeiros cristãos os conscientiza cle que o sofrimento por causa do Evangelho tem um pre >pósit<), o c| uai lhes dá encorajamento e esperança. A mortede Estêvão foi uma grande perda para a comunidade de crentes, e eles choraram muito por ele. “Varões pieckxscxs" enterram Estêvão. Neste caso, talvez estes “varões piedosos” sejam cristãos, embora a palavra “piedoso” (eulahcs) se refira em outros lugares do Novo Testamento aos judeus devotos (At 2.5; cf. I.c 2.25). Mais tarde é usada para descrever Ananias como “varão piedoso conforme a lei". Como muitos cristãos judeus primitivos, porque Ananias continua obedecendo a lei (At 22.12), é chamado eulahcs. Embora o coração dos cristãos esteja agoniado, a execução de Eslêváo lornece-II k\s exemplo de como a fé em Crislo pode sustentá-los em lace da ínorte, Depois tio enterro de lísIÊvílo, Mutilo assume parte principal na persegulçfln tios crentes tie fala grega, Lucan mio nem diz se ele age como agente do Sinédrio ou como representante de uma ou mills dilN sinagogas. Ele dá a entender que miles de Saulo viajar para I )amasco se serviu de cartas de autoridade do sumo sacerdote (At 9.2). Sua perseguição dos erlsiaos em Jerusalém é feroz e violenta. Ele enirst nu casa deles e os arrasta para a prlufto, Me nem mesmo poupa as mulheres, MiIÍn tarde, quando Saulo se tornti cilsltlo, u memória do que ele fez subsiste eoni ele, Ele lembra quão exlremamenie kcIono ele era das tradições dos seus aiu eslralN, quão violentamente perseguia (hhtInIAi in e quão implacavelmente tinha InálCUiln destruir o movimento crlsláo (( ll I 13,Mi cf. 1 Co 15.9; Ep 3.6; I I’m I 13). Qua ndo o se ris iao s logem de Jerusalém, a Igreja co m e ça a cumprir o mandato tlt* Jesus, de (xserenles,serem le s le iminium Hit' aos co n fin s tia terra (A l I ,H), O n In im ig o s tie ( a'istt) pr<»curam d e stru ir a lgre|u, iiimm á m e d id a t|tie os c r ls lá o s se e s p a lh a m , e les váo p regam l<) o e va ng e lh t I em todí >n (xs lug ares (A l H,4 ), < >s p rlilie lro N ereiilcN p o d em le r sido Inclinados a se lixar em 007 Jerusalém, ma» a rejeiç&o do evangelho naquela cidade força uma proclamaç&o mais ampla de Jesus Cristo. Os cristãos agora capturam a visão mundial do evangelho e começam o trabalho cie evangelismo. 4.2.2. Filipe Prega em Samarla (8.4- 13). O real significado de pregar o evan gelho em Samaria não pode ser explicado em termos de sucesso numérico, mas no fato de que ali o trabalho é um passo no compromisso da Igreja em evangelizar os gentios. Os samaritanos eram um povo racialmente misto e considerado semipa- gãos (veja comentários sobre Lc 9-51-56). O mandato missionário de Atos 1.8 incluía Samaria como lugar onde as boas-novas seriam pregadas. A pregação do evangelho naquela localidade dá início à missão cristã em comunidades não-judaicas. Entre os cristãos que fogem de Jeru salém está Filipe, um dos sete diáconos carismáticos (At 6.5) e um evangelista espiritualmente talentoso (At 21.8). Ele vai à capital da Samaria, também chamada Samaria. Como cristão de fala grega, ele é provavelmente mais aberto aos sama ritanos do que a uma pessoa com rígida formação judaica. Quando entra na cidade, descobre que as pessoas estão prontas para o evangelho. As multidões mostram verdadeiro interesse na pregação de Filipe sobre o Messias. A vinda do Messias era parte vital da esperança samaritana (veja Jo 4.25). A expectativa estava baseada em Deuteronômio 18.15-18, e eles procuravam que o Messias fosse mais semelhante a um mestre que a um regente. Os samaritanos ouvem atentamente a pregação de Filipe, mas o interesse é despertado sobretudo pelo que eles vêem. Comojesus, os apóstolos e Estêvão, Filipe é poderoso em obras como também em palavras. Sua pregação ungida pelo Espírito é acompanhada por milagres podero sos, que confirmam a palavra profética. O Espírito Santo trabalhando por Filipe torna impotentes os espíritos malignos e os força a sair das vítimas. Muitos que são coxos e paralíticos recebem cura. Em conseqüência, os samaritanos acreditam na mensagem de Filipe e são salvos (v. 12), eelei experimentam "grande alegria", Esta alegria é conseqüência direta do po der do Espírito Santo e da experiência de salvação. Lucas chama a atenção para algo que aconteceu em Samaria antes da chegada de Filipe e a conversão dos samaritanos, Por algum tempo, eles tinham estado sob a influência de um mágico por nome Si- mão (w . 9-11). Simâo combinou astro logia com magia para se promover como pessoa com grande autoridade e poder. Muitos tinham sido enganados por seus truques e, assim, estavam convencidos de que ele tinha poder sobrenatural. Seus seguidores o aclamaram por: “Este é a grande virtude de Deus”. Entre eles, ele teve imenso prestígio, porque o viam como uma deidade na terra, ou a encarnação de grande poder piedoso. Mas os truques de Simão e suas rei vindicações de poder sobrenatural são ultrapassados pelo ministério de prega ção e cura de doentes do Filipe cheio do Espírito. Filipe anuncia as boas-novas sobre Jesus e fala às pessoas que o Reino de Deus despontou através de Cristo. Os atos de cura confirmam a mensagem e a presença do governo de Deus. Filipe explica que o tempo do cumprimento chegou. Os milagres que as pessoas estão testemunhando são os sinais preditos por Isaías (Is 35.5,6), e eles atestam a presença poderosa do Espírito Santo. As palavras e ações proféticas de Filipe triunfam sobre a magia e os truques de feitiçaria. Até Simão fica pasmo com as obras poderosas de Filipe, e, junto com outros, ele crê na mensagem de Filipe e é batizado. O verbo “crer” (pisteuo) é usado para se referir à fé de Simão e dos samari tanos. Mas o comportamento subseqüente de Simão revela que ele permanece escravo de seus pecados, sem ter sido regenera do. Ele é ainda está “em fel de amargura e em laço de iniqüidade” (v. 23) e tenta comprar o poder do Espírito Santo (v. 18). Sua fé é superficial e apóia-se somente nos milagres (Bruce, 1952, p. 179). Ele não experimentou o genuíno arrependimento e carece de uma verdadeira compreensão espiritual do evangelho, Ele não se tornou um verdadeiro filho de Deusi sua fé estrt centrada iioh seres humanos, e nflo em Jesus Cristo, A princípio, Slmfto se llgu de perto a Filipe, sendo cutlviido pelos grandes milagres c* prodígios. Embora náo st* ar rependa, ele conta escapar das ameaças de julgamento pronunciadas por Pedro e pede que o apóstolo ore por ele (v. 24). Em outras palavras, mesmo depois de ouvir o evangelho ele não tem entendimento do arrependimento para com Deus e cla fé em Jesus Cristo. Em contraste com a fé indiferente de Simão, o texto bíblico inspirado deixa claro a sinceridade da fé dos samaritanos em Jesus Cristo. 1) Visto que eles recebem o batismo cristão, a fé é reconhecida como válida por Filipe (v. 12) e depois pela Igreja em Jerusalém (v. 14). 2) Embora Simão tenha sido batizado, ao con trário dos samaritanos, ele não produz frutos de genuíno arrependimento e fé. 3) Eles experimentam a alegria (cbara) da salvação (cf. 8; cf. At 8.39; 13-52; Rm 14.17; 15.13). 4) Eles recebem a plenitude do Espírito quando Pedro e João impõem as mãos sobre eles (At 8.15-17). O batismo com o Espírito é para os que já estão “em Jesus Cristo” e é uma obra distinta do Espírito Santõ. 4.2.3. Pedro e João Visitam Samaria (8.14-25). O povo de Samaria recebe a salvação pelo ministério de Filipe. Notícias chegam a Jerusalém de que os samari tanos receberam “a palavra de Deus”. A expansão do evangelho em uma área nova é um acontecimento notável, e os apóstolos enviam dois dos seus, Pedro, o porta-voz, ejoão, seu companheiro, para verem o que está acontecendo. Por meio do ministério de Pedro ejoão, os crentes samaritanos recebem plena imersão do poder do Espírito Santo. O batismo destescrentes com o Espírito começa o cumpri mento das palavras proféticas de Pedro: “A promessa [.,.] diz respeito [...] a todos os que estão longe" (At 2.39). Quando Pedro ejoão chegam a Samaria, eles confirmam a aprovação do ministé rio de Filipe pregando para os crentes samaritanos serem batizados com o Es pírito (cf, l,c 11,1,4), liai«« pessoas fórum smIviis e biill/.nduN iuin águas em nome do Senhor Jesus, mus só receberam u plenl* liide pentecostul do Espírito depois que Pedro e Joio Impõem as mfios sobre elas e oram. Note que os dois apóstolos nflo pedem que os samaritanos sejam salvos, mas para que sejam cheios do Espírito, Como crentes, eles já têm fé em Cristo e são habitados pelo Espírito Santo como fonte de salvação, amor e alegria, Pedro ejoão não questionam a qualidade da fé, mas o recebimento da plenitude do Espírito como experiência distinta e subseqüente ao recebimento da salvaçflo, Esta experiência dos samaritanos mostnt que as pessoas podem crer em Cristo, ser batizadas nas águas e não ser dotadas com o poder do Espírito. A narrativa su marltana nos confronta com uma clara separação cronológica entre a crença dos samaritanos e a submersão deles no Espírito, A fé Inicial não efetua o recebimento da plenitude do Espírito, assim como o batismo naa Aguas não é o meio de recebê-lo (Stronitad, 1984, p. 64). O propósito primário de Pedro e da visita de João é pregar para que os samaritanos cristãos sejam cheios do Espírito, À Impo* sição de mãos nüo parece ter sido decisiva no recebimento da plenitude do Espirite. Lucas não sugere que o batismo com 0 Espírito seja dependente dos apóitoloi, Não há imposição de maos nos discípulos no Dia de Pentecostes (At 2.1-4) OU nos crentes em Cesaréla (At 10.44-46), Um crente não numerado entre os apâatoioi impôs as mãos em Paulo (At 9.12-17). 0 que é decisivo para a direç&o da Igreja é a inspiração profética do EapfritO Santo (At 11.28-30). O Espírito gula e inaot» a missão da Igreja e é a dimensão essencial da experiência pentecostal em todos lugares em que o evangelho é proclamado, Simão vê que os novos-convertldos são cheios com o Espírito quando Pedro ejoão impõem as mãos sobre eles ( v. 18). É óbvio que este mágico deve ter visto um sinal exterior sobrenatural para o conven cer de que estes discípulos samaritanos receberam o poder do Espírito, Ele flea tão Impressionado que quer cornpnr I 669 lutbllldade de conceder o Espírito Santo sobre outros, Cluro que Slmâo tinha visto MlnnlM milagrosos feitos por Filipe (v, 6), mas esta manifestação espiritual deve ter sido clllerente desses milagres. Visto que lalarem línguas nílo tinha acontecido sob 0 ministério de Filipe, isso qualificaria como sinal audível e visível que o mági co percebe, embora Lucas não o afirme ou negue especificamente. Aceitar que os crentes samaritanos falam em línguas conforme o Espírito concede, ajusta-se aos detalhes cias histórias de batismo com o Espírito registradas em outros lugares em Atos (cf. At 2.1-4; 10.44,45; 19.1-7). A resposta de Simão ao ver os crentes samaritanos receberem o Espírito de pro fecia e línguas revela que ele não é um verdadeiro crente. Quando ele oferece dinheiro para poder conferir o Espírito, 1 ’edro o reprova por pensar que “o dom de Deus” possa ser comprado (v. 20). Como Ananias e Safira (At 5.1-11), Simão não entende a verdadeira natureza do Espírito. Ele pensa erroneamente que o Espírito e sua plenitude são transmitidos por um indivíduo e que o poder para fazê-lo pode ser comprado e vendido, O batismo com o Espírito é o tipo de dom que só Deus pode dar, e Ele o dá sob condições puramente espirituais. Simão afirma ser crente, mas Pedro descreve que sua condição espiritual é outra: “[Tu] estás em fel de amargura e em laço cie iniqüidade” (v. 23). Por causa de sua condição miserável, seu “coração não é reto diante de Deus”, e ele precisa se arrepender da maldade e orar a Deus. Ele não tem “parte nem sorte nesta pala vra”, significando, claro, as bênçãos do evangelho (v. 21). As palavras de Pedro deixam claro a condição pobre e miserável de Simão. Ele náo tem idéia do que seja a graça salvadora cie Cristo (New Inter national Dictionary ofNow Testament Th&olofjiy, ed, C. Brown, 4 vols,, Granel Rapitls, 1975-1985, vol. 2, p. 28). O curso que Simão está procurando o conduz ;i perdiçflo eterna (oís apoloian, v, 2ü), Estas forte* palavras de Pedro sfio expressas com precisfto pela versòo de J, H, Philllpi, que traduz assim u Itase Inicial do versículo ü): "Para o Inferno com voc£ e seu dinheiro", Pedro eslrt ad vertindo Simão sobre o perigo de perecer na vida após a morte, Esta Interpretação também é consistente com a exortaçflo de Pedro para que ele se arrependa da maldade e receba o perdão de Deus (v, 22), A condição espiritual do mágico 6 séria, mas não exclui a possibilidade de arrependimento e perdão. A advertência solene do desastre futuro não é sem efeito. As palavras contundentes de Pedro aterrorizam Simão. Em vez de orar sozinho, ele pede que os dois após tolos orem por ele. Entretanto, ele limita o pedido ao escape das conseqüências cie seus maus caminhos. Não parece que o ver dadeiro arrependimento tenha provocado o apelo. Ainda que as palavras de Pedro o tenham verdadeiramente influenciado, não temos garantia do arrependimento e salvação de Simão. Depois do ministério próspero de Pe dro e João em Samaria, eles voltam a Je rusalém. No caminho, eles evangelizam muitas aldeias samaritanas, e o evangelho continua tendo progresso. 4.2.4. Filipe Testemunha paraumEtl- ope (8.26-40). Filipe provavelmente volta com Pedro e João a Jerusalém enquanto pregam o evangelho em várias cidades sa- maritanas. De lá, ele é chamado para outro campo de trabalho. Um mensageiro celestial o dirige para o sul, na estrada de Jerusalém a Gaza, que atravessa uma área deserta tio país. Ele foi uma testemunha inspirada pelo Espírito na cidade de Samaria e fez sinais proféticos de poder; agora o Senhor o dirige a testemunhar para um único indivíduo, Imediatamente o evangelista obedece e parte para esta rota solitária. Na estrada deserta que conduz a Gaza, Filipe vê uma carruagem, um veículo de duas rodas puxado por cavalos, em dire ção ao sul. Na carruagem está o etíope, provavelmente um gentio temente a Deus. Filipe nada sabe sobre este homem: ele é distinto funcionário da corte, visto que serve de tesoureirç de Candace, uma di nastia de rainha# da Etiópia e norte do Sudão, Sendo eunuco, ele era conside rado homem defeituoso, n£lo lhe sendo permlt kl< > enl rn r i iu ec mgregaçfli > clc Israel (l)i 23. D ou no pflilo (udaleo do lemplo. Sua condição nfio o excluía do píltlo dou gentios, onde* todas as pessoas, puras ou Impuras, tinham a liberdade de adorar, Este etíope devia estar indo a caminho de casa, e ele se ocupa em ler em voz alta, prática comum de antigamente (At 8.30). O homem foi a Jerusalém adorar e agora está estudando o Livro de Isaías. Quando Filipe o vê, o Espírito Santo o impulsiona a aproximar da carruagem. Agora ele entende por que o anjo o instruiu a ir em direção a Gaza. De novo Filipe obedece prontamente e descobre que o etíope está lendo Isaías 53. Ele pergunta: “Entendes tu o que lês?” (At 8.30). O homem confessa que precisa de ajuda. Como o Senhor ressurreto (Lc 24.25- 27), Pedro (At 2.14-36) e Estêvão (At 7.2-53), a tarefa de Filipe é interpretar corretamente a Escritura no que se relaciona com Cristo. O Espírito reuniu os dois homens, prepa rando o coração do eunuco para receber o Evangelho e capacitar Filipe para fazer “a obra de um evangelista”. O etíope está confuso se Isaías está falan do sobre si mesmo como o Servo Sofredor do Senhor ou sobreoutra pessoa (v. 34). Nessa época, Isaías 53 era um texto muito disputado emjerusalérn. O eunuco tinha estado na cidade onde, sem dúvida, havia debate furioso entre os cristãos e os judeus relativo à identidade do Servo. Muitos dos judeus argumentavam que o profeta estava descrevendo sua própria experiência, mas os cristãos insistiam que a referência era a outra pessoa, isto é, a Cristo. A falta de compreensão cio etíope dá a Filipe uma abertura. Ele começa com Isaías 53.7,8, onde o eunuco está lendo, e lhe oferece uma interpretação centrada em Cristo (At 8.35). A primeira coisa que Filipe faz é mostrar que Jesus, com sua vida e morte, cumpriu a profecia de Isaías. Esta palavra de Isaías proporciona a Filipe base bíblica para explicar a trai ção, julgamento, morte e ressurreição de Jesus. Como a ovelha permanece calada quando está a ponto de ser sacrificada ou tosquiada, Jesus não expressou protesto em sua humilhação e morte (v, 32), Sua vida lhe foi tirada pela violência, Ele leve um julgamento Injuslo e foi condenado, Além disso, ninguém pode lalar sobre seus descendentes, porque ele nflo leve descendência física quando sua vida foi tirada (v. 33). Mas Deus o vindicou res suscitando-o dos mortos, O cerne da mensagem de Filipe é que a morte de Jesus como Servo Sofredor Ill'll o pecado do mundo e traz redenção ti llU* manidade. As palavras específicas ciladas cle Isaías 53 não mencionam que Jesus leva os pecados dos outros, mas esta verdade é expressa em outros lugares, tanto Ito Evangelho de Lucas (Lc 22,19,20) quitnto no Livro de Atos (At 20.28). Ademais, ela está implícita nos versículos de Isaías Ime diatamente antes dos versículos dlad< is no texto (Is 53.4-6). E Jesus, o Servo SolVedor, tinha falado do seu ministério nos lermos da profecia cle Isaías 53, quando líle disse que o Filho do Homem velo "dar a sua vida em resgate cle muitos" (Mc 10.45| cf, Is 53.12). A instmção cle Filipe ao eunuco deve ter incluído algum ensino relativo ao ballsmo, Ele provavelmente fala sobre a ordenança conforme Pedro fez no sermão do Dia de Pentecostes — isto é, que o ballsmo é a resposta adequada ao evangelho (At 2,58). O etíope crê no Evangelho; e quando eles se aproximam cle um curso de água, ele expressa o desejo de ser batizado, Parando a carmagem, eles entram nas ííguas onde Filipe o batiza. Como resultado desta ex periência, o eunuco é cheio de alegria, Ele recebeu a compreensão correta d# Escritura, aceitou Cristo como Salvador e tornou-se cristão, embora ele se|a vlsio pelos judeus como homem defeituoso e estrangeiro. Comjesus como seu Salvador recentemente encontrado, ele volta rllia terra nativa e se regozija no perdfco dos pecados e na esperança da vida eterna, Sua alegria pode Implicar que ele eontlnUfi o caminho já batizado com o Rspfrlto (cf, At 13.52; 16.34). Tendo cumprido a missão, Plllpe, como seus predecessores proféticos Elias e ISie* qulel, é sLiblta e milagrosamente levado pelo Espírito Santo (At 8,39,40), O Espírito capacitou o ministério de Plllpe dende o começo (At fi,3). O fispirllo do Senhor ATOS DOS APOSTO],OS H tlnlnt presumivelmente dirigido Filipe a Samarla, onde pelo Espírito ele fora po deroso em palavras e ações (At 8,6,7,13). Mais tarde, o Espírito dirigiu Filipe para se iiprc»ximarda carruagem na qual o eunuco etíope estava (v. 29). Depois de Filipe ter balizado o homem, o Espírito do Senhor (> transportou fisicamente para fazer outra obra evangelístlca. Ele colocou Filipe em Azoto, cerca de trinta e dois quilômetros ao norte de Gaza. listes tipos de experiências milagrosas indicam que Filipe é mais que um diá cono carismático. Suas experiências do Espírito demonstram que ele também é profeta. Este profeta de Deus continua seu ministério, evangelizando as cidades da costa cie Azoto a Cesaréia, onde fixou residência (At 21.8). O evangelho se espalhou atravessando ajudéia e Samaria até íi reglâo litorânea, Incluindo Gaza, Azoto, Cesaréia e a dis tante Etiópia. Os inimigos de Cristo tentam destruir a Igreja, mas o fato de perseguirem os crentes leva a uma proclamação mais vasta do evangelho, e o ministério da Igreja é ampliado. Assim, o progresso é feito de forma que estrangeiros são incluídos nela, O evangelho cruza as fronteiras raciais, geográficas e religiosas à medida que a Igreja continua crescendo. 4.3■ A Conversão de Saulo (9.1-31) Anteriormente, Lucas apresentou Saulo como o jovem que cuidava clas roupas exteriores dos que apedrejavam Estêvflo Dapol* d* ouvir qun ou ««marllanoi Unham racabldo "■ palavra da Daun" puto mlnlatérlo d» Filipe, o i ■pói- to lo i enviam I ‘tidio a JoAo h SunmrlH l»or nau mlnlltérlo, nn pennoa» recebam o I nplrllo Santo, dando Inlnlo mo nimiprlrrwnto da profeola "A p ro m a il* [,„] dl# ra ip tllo | | a lodo» oa qua aatto lonua" Um teatro romano em Samaria. A cidade foi reconstruída por Herodes, o Grande. O nome da cidade foi mudado para Sebaste. ( At 7.58). As roupas estavam aos seus pés quando Estêvão morreu. Em seguida ao martírio, Saulo tentou veementemente destruir a Igreja. Ele lançava homens e mulheres na prisão (At 8.3) e ia de sinagoga em sinagoga emjerusalérn, tentando fazer os cristãos blasfemarem contra o nome cle Jesus (At 26.11). Como Pedro fizera, Saulo se torna o apóstolo Paulo, carismático e cheio do Espírito. Enquanto que Pedro é a figura central nos primeiros doze capítulos de Atos, Paulo domina os capítulos 13 a 28. Sua conversão marca importante ponto de cisivo na narrativa de Atos, e é um dos acontecimentos mais notáveis da história da Igreja. 4.3.1. A Visão que Saulo Tem de Jesus (9.1-9). Esta passagem é a primeira clas três narrativas da conversão cle Paulo em Atos (cf. Al 22.3-16; 26.9-18). Mais versículos em Atos são dedicadc xs a este acontecimento do que a qualquer outro assunto, não deixan do dúvida de sua importância. A aparição de Cristo a Saulo na estrada de Damasco envolve sua conversão ao cristianismo e sua comissão de ser o apóstolo dos gen- lios. Embora estas sejam realidades que se entrosam, a ênfase em Atos cai mais na chamada do que na conversão de Paulo (Al 9.6; 22.10; 26,16-18). Por essa époc a, a raiva que Saulo sentia do.s erlsIAos mio conhecia limites. Conto louro litrlt xso, ele respira vl< i lenias ati ieaç;ts cle morte contra eles, mas não está satislelto em limitar a persegulçilo a Jerusalém. Pelo fato cle mui tos cristãos lerem fugido da cidade, ele está determinado a persegui-los e a Ira/ê los de volta a Jerusalém como prisioneiros. Saulo se dirige ao sumo sacerdote (',aliás e obtém cartas que o autorizam a prender e extraditar < >s fie guiclores de “o Caminho" t |iie fugiram de Jerusalém dff| >i >In da morte cle Estêvflo (v, 2; At 26.11). Somente em Atos aparece o termo “o Caminho" usatlt i como designação acxs cristãcxs (Al 19.9,23l 24.14). Não sabemos o que Incitou ou seguidores de Cristo a serem chamado* de “o Caminho”. Talvez tenha origem de expressões do Antigo Testamentí > et iiTít) “o caminho de Deus” ou “o caminho da justiça”, ou pode ter derivado de Jesus chamar a si mesmo de “o caminho" (Jo 14.6). Quando depois Paulo confessa que persegue o “Caminho” (At 22,4), ele < |UPI' dizer a comunidade cristã e sua meiisa gem da morte e ressurreiçãc> < le Jesus, Um Atos, “o Caminho” se refere à comunldm le cristã e sua proclamação dejesus, e n Ulll particular modo de vida resumldi > e< mm discipulado cristão (cf. NüWintWHUHotMl DictionaryofNewTestament ’íbtH>l(\gy,eil, C. Brown, 4 vols., Grand Kaplds, 1971 1985, vol. 3, pp. 941-942). Tendo obticlo cartas dc > Slnédrlc >, Natlh > vai a Damasco, cidade cerca d í clu/,t*Hlt m e vinte e cinco quilômetros ao noittt tle Jerusalém, e sedede grande C< imtinlilat le judaica. Ele sabe que achará muitos crlsl Ao* adorando nas sinagogas judaicas, A Impll cação aqui é que o Sinédrio linha poder sobre os membros das sinagogas Ibra dtl Palestina, mas os estudiosos disputam se o sumo sacerdote tinha autoridade para intervir nos assuntos dessas sinagogas, Lucas não nos diz, mas talvez os eompa nhelros cle viagem de Sítulcisejam < iflcial* do Sinédrio, h/i Quando Saulo c seus companheiros st* aproximam de Damasco, ele é parado dramaticamente no caminho. Sem aviso, ele tem um encontro com o Senhor res- surreto. Subitamente ele é cercado por uma luz ofuscante proveniente dos céus e ouve uma voz que lhe fala em aramaico ( At 26.14). Estas duas manifestações são características da revelação divina. A luz manifesta a glória do Senhor exaltado. Não é surpresa que ela cegue Saulo, visto que ninguém pode ver Deus fisicamente. A voz dos céus também é característica de revelação (Lc 3.22; 9.35). O Jesus ressurreto é quem aparece a Saulo (cf. 1 Co 9.1; 15.8) e lhe diz: “Saulo, Saulo, por que me persegues?” (At 9.4). Essa pergunta é dirigida ao propósito ime diato de Saulo destruir a Igreja. Atacar os discípulos de Jesus não é, como Saulo pensa, mera perseguição de pessoas que adoram de maneira herética. É um ataque contra o próprio representante divino, na pessoa do seu povo. Perseguir os cristãos é perseguir Cristo (Lc 10.16), que foi re jeitado, mas agora ressuscitou e continua ativo na história. De começo Jesus não se identifica. Então o perseguidor pergunta: “Quem és, Senhor?” (v. 5). O termo de tratamento “Senhor” usado aqui pode ser simplesmente um título de respeito. Mas há forte apoio para o entendermos no sentido cristão de “Senhor” (cf. At 1.6,24; 4.29; 7.59,60; 9.10,13; 10.14; 11.8; 22.19). Saulo confessa que está falando com Ele como Senhor, reconhecendo que se dirige à pessoa divina. O Senhor exaltado se identifica como Jesus, a quem Saulo está perseguindo. Lá, na estrada de Damasco, o crucificado, revelado a Saulo na sua glória divina, o transforma. O inimigo mortal da Igreja morre espiritual mente para a velha vida e é feito um novo homem (cf. Gl 2.20). No momento da mu dança milagrosa, ele recebe uma chamada profética, com uma tarefa a fazer: Ele tem de se levantar e entrar em Damasco, onde lhe serão dadas Instruções sobre seu ministério futuro, Suulo nflo oferece resistência, eml sota há bem pouco tempo estivesse "respirando [..,] umeuçus e mortes contre os discípulos do Senhor" CAt 9.1). Os companheiros de Saulo ficam mu dos; eles ouvem o som da voz do Senhor, evidentemente não entendendo o que Ele diz (cf. Arrington, 1988, pp. 95-96), mas não o vêem e ficam confusos. O Senhor ressurreto apareceu só a Saulo e lhe deu uma ordem. Obedecendo-a, ele se levanta para ir a Damasco e descobre que está cego. Em conseqüência disso, ele tem de ser conduzido ã cidade pelos companheiros, e lá jejua por três dias. Lucas não nos diz por quê, mas sua abstinência de comida e bebida pode ser devido ao estado de choque ou à espera de lhe ser dito o que fazer. Este zeloso oponente da Igreja perdeu as forças diante do Senhor. 4.3.2. Ananias Visita Saulo(9.10-19a). Enquanto Saulo está jejuando e orando, o Senhor ressurreto prepara para lhe dizer que sua chamada é pregar o evangelho. O Senhor fala a um judeu cristão em Da masco, por nome Ananias, que é “varão piedoso conforme a Jei, que tinha bom testemunho de todos os judeus que ali moravam” (At 22.12). Nada mais é sabido sobre ele, mas ele pode ter estado entre os que fugiram de Jerusalém depois da morte de Estêvão. Numa visão, o Senhor dirige Ananias a uma casa na Rua Direta, uma rua que corre de leste a oeste de Damasco. Nessa casa ele encontrará Saulo de Tarso, ocupado em fervorosa oração. Saulo está esperando a visita porque lhe foi concedido uma visão de um homem chamado Ananias que “punha sobre ele a mão, para que tornasse a ver” (At 9.12). O Senhor está trabalhando em ambos os lados, falando a Saulo e a Ananias (cf. At 10.1-23). Deus preparou Ananias para ministrar a Saulo, mas, a princípio, ele reluta porque ouviu falar da perseguição movida por Saulo contra o povo de Deus. De acordo com relatos, Saulo estava lançando os crentes na prisão emjerusalém (At 8.2,3), e agora tinha cartas que o autorizam a prender os cristãos em Damasco e os extraditar para Jeríisalém, Ananias fala dos crentes em duas expressões slgnlfi- cntlvnsi como "skntoa" e a "todos os que Invocam o teu nome", 1) "Santos" 6 um termo freqüentemente unido no Novo Testamento puru iiluillru crlstfloN; descreve-os como sendo consagrados a viver vidas santas a serviço do Senhor. 2) “Todos os que invocam o teu nome” significa que eles são o povo que ora e adora no nome de Jesus Cristo (cf. At 2.21; 22.16). Levando em conta o sofrimento ter rível que Saulo causou nos cristãos, a reação inicial de Ananias é completa mente natural. Mas essa reação apresenta uma declaração adicional do Senhor a respeito da chamada de Saulo. “Este é para mim um vaso escolhido” (v. 15; cf. G1 1.15,16), declaração que enfatiza a iniciativa divina da chamada. A despeito do que Saulo fez no passado, Deus tem planos futuros para ele. Sua tarefa é proclamar o nome de Jesus aos gentios, aos reis e ao povo de Israel. Como os outros discípulos, ele deve testificar até aos confins da terra (At 1.8). O cumprimento da missão de Saulo envolverá sofrimento por causa de Jesus (v. 16). A lista dos sofrimentos registrada em 2 Coríntios 11.23-29 nos dá um bom comentário sobre esta faceta da mensagem de Jesus. A conversão e chamada de Saulo ocasionam mudança radical em sua vida — o perseguidor se torna o perseguido. Aqui, vemos em nítido contraste 6 que Saulo pretendia ser e o que ele se torna como servo escolhido do Senhor. Não é questão de pouca monta testemunhar do Salvador. No mínimo, é caro. A palavra que Ananias recebe do Se nhor retira o medo que ele sentia do ex-perseguidor. Ele vai onde Saulo está. Quando chega ao lugar onde Saulo está, Ananias o cumprimenta por “irmão” — não com o significado de israelita ou crente. Como cristão, Saulo aceitou Jesus como Salvador e Senhor, e foi renovado e habitado pelo Espírito Santo. Agora ele é irmão em Cristo. O Senhor enviou Ananias para que a visão de Saulo fosse restaurada e ele fosse “cheio do Espírito Santo” (v. 17). Enquanto Ananias ora por ele, uma substância escamosa cai dos olhos de Saulo e ele recupera a visão. Saulo fora motivado por zelo ao perseguir o.s crentes, mas agora ele precisa de mais (iiu' /,elo pura cumprir nuu turcfn pro léllcu ile pregar o evangelho a oh gentluN, |(|p tem ile ser "cheio do Espírito SuntO", tlu mesma maneira que os discípulos foram no Dia de Pentecostes. O relato em Alou nfto declara precisamente quando ele recebeu o enchimento do Espírito. Multo provável* mente ele teve a experiência pcntecostul quando Ananias lhe impôs as mãos, O ministério subseqüente de Saulo em Damasco indica claramente que ele enlfl cheio do Espírito. Depois da cura, ele é batizado por Ananias, o que pode ImpllcKr que ele já estava cheio com o Espírito, Então ele termina o jejum, msm nfto mil lie Damasco. “Logo” Saulocomeça a pif ultimar o evangelho nas sinagogas daquela lidücla afirmando que Jesus é o Filho de I )PUN ( v, 20). Sua pregação inspirada éslnul clurnde que está cheio do Espírito. Ele "Ne pnIoivhvh muito mais”, confundindo “oi judeui que habitavam em Damasco, provtndo qUf aquele era o Cristo” (v. 22), Curando Saulo de sua cegueira, o Senlinr lhe dá um sinal poderoso cie que o chumu, e pelo batismo com o Espírito, o cupacltu a proclamar o evangelho a todo 0 ItHindc J (v. 15). Esta experiência demonNlriique Deus dá a plenitude cio Espírito ítqueleN que o obedecem (At 5.32) e aoi Cllie feP> vorosamente o buscam (Lc 11,13), Note como depois do encontro com o Senhor na estrada, Saulo obedeceu ít vo/, cltvinH entrando em Damasco, onde puNMOLI tr^ N dias em intensa oração e jejum, Lucas é silencioso sobre o momento quando Saulo é cheio com O ÜNpírltO, bem como sobre qualquer munlfoNlMÇÚn que possa ter acompanhado tt expert» ência. Ele não menciona, por exemplo, que ele tenha falado em línguilN, m u ntt primeira carta de Paulo aos coríntlolr, tle afirma que fala em línguas, experiência que designa ao Espírito (1 Co I2,l(),lli 14.18). Certamente sua experIÊnelH com o Espírito Santo cm Damasco Incluiu futur em línguas. A preocupação prlmdrltt de Lucas é descrever a chamada dcSnuloeM capacitação que ele recebeu paru pregur un boas-novas, Sua experiência 6 coiinIntente com o derramamento do Eapfrlto Nobre cm crentes em Jerusalém e Kumurlu, « 7 1 A experiência carismática cle Paulo, dr acordo com Atos, 6 paralelo íi cle Pe dro, Paulo e Pedro sfto capacitados pelo Kspfrlto a levar o nome dejesus (At 2.4; 4,8,31; 9,17; 13,9,52). O fator mais impor tante no sucesso é que eles são guiados t* capacitados pelo Espírito Santo. Como Lucas observou, o Espírito já trabalhou por Pedro cle forma poderosa (At 2.14- '11 j 3,11-26; 4.8-12; 5.1-11), e essa forma ó Igual ao padrão para acontecimentos posteriores no ministério de Pedro (At 10,1— 11,18; 12.1-17). Consistente com a unçflo carismática de Paulo, o Espírito Santo está presente de maneira poderosa I nira torná-lo bem-sucedido como missio nário apostólico, Porque foi cheio com o Espírito, ele testemunha dejesus por (íhrsis de poder, como curar os doentes (At 14,8-20), expulsar os demônios (At 16.16- 18) e ressuscitar os mortos (At 20.7-12). Ele também testemunha por palavras de poder, como o pronunciamento de uma maldição em Elimas, o Mágico (At 13.6- 12) e seu testemunho poderoso diante do Sinédrio (At 23.1 -11). Como Pedro, a unção especial cle Paulo tem grande significado para o ministério que jaz à frente. 4.3.3. Saulo Prega queJesus É o Cris to (9.19b-22). Saulo fica vários dias com os cristãos de Damasco, que o recebem Imediatamente na comunhão. Em seguida ao batismo em águas e no Espírito, ele começa a cumprir a missão que Deus lhe deu de pregar que Jesus é o Filho de Deus. O título “Filho de Deus” refere-se í> filiação messiânica dejesus de acordo com o Salmo 2.7 e é uma chave da teolo gia de Paulo (cf, Rm 1.4). Como Pedro no Dia de Pentecostes, ele é capacitado pelo Espírito a proclamar aos judeus incrédulos que Jesus é o iniciador da salvação e que sua morte é o único meio de reconciliar as pessoas a Deus (cf. Rm 5.10; Gl 2,20; Cl 1. 13,14), Evidentemente, nesta ocasião Saulo tem apenas um ministério pequeno nu cidade, A pregação de Saulo tem forte efeito nos ouvintes, Todos que o ouvem ficam pasmos com este homem, que tinha bus cado destruir a Igreja emjerusalérn e ido a Damasco com propósito semelhante, A palavra tmduzlda por "perseguia" (poríbitú significa pilhar ou saquear uma cidade (cf. Gl 1,13.23, oncle Paulo usa esta pa lavra para descrever seus esforços em destruir a Igreja). Agora, nas sinagogas em Damasco, ele testemunha cia mesma fé que tinha tentado destruir. Saulo tinha visto o Cristo ressurreto na sua glória e, assim, pregava como testemunha ocular (cf. 1 Co 9.1). Os judeus em Damasco estavam confusos com os argumentos de Saulo de que ojesus crucificado é o Messias prometido pelos profetas do Antigo Testamento. Inspirado pelo Espírito Santo, ele se torna cada vez mais poderoso em sua pregação, e seus oponentes ficam perplexos e não podem refutá-lo. Este aumento em poder fala da obra dinâmica do Espírito. Tal poder espi ritual é básico à experiência pentecostal e ao ministério de Paulo, que começa aqui em Damasco e continua durante os próximos vinte e cinco anos ou mais. 4.3.4. Os Judeus Conspiram para Matar Saulo (9.23-25). Lucas não faz menção da visita de Saulo à Arábia logo após a conversão e retorno subseqüente de Paulo a Damasco (veja Gl 1.17). Aonde ele foi na Arábia e quanto tempo ficou, não nos é dito. Naquela época, a área designada por “Arábia” aplicava-se a todo o território da moderna Arábia, o Sinal e o interior até Damasco. Saulo passou a maior parte dos três anos em Damasco e em seus arredores, pregando em várias cidades e aldeias. “E, tendo passado muitos dias", os judeus conspiram assassinar Saulo (At 9.23). Estes “muitos dias” provavelmente compõem os três anos mencionados em Gálatas 1.18 como intervalo antes de Saulo subir a Jemsalém. Esta trama pode ter sido o resultado de sua poderosa atividade missionária na Arábia. Lucas não nos diz como Saulo fica sabendo sobre a trama contra sua vida. De acordo com 2 Coríntios 11.32, o governador de Damasco sob o domínio de Aretas, rei de Arábia, coopera no atentado para prender o apóstolo, Os supostos assassinos mantêm constante vigilância das portarda cidade, esperando que ele tente delxur n cidade. Esta atlvl- A T < ) S I )( ) S A I ’< >S I ' >!,< ) S y Damasco Romana Rio Abana (Ba- rada) Ir í ÍIT IJ dI ! * ___ \ Jl trad icional/l da Casa da# Ananias Ê * - í 1 ------- Locais Presumidos Para Jerusalém I f Damasco representava muito mais para Sauio, o rígido fariseu, que outra parada em sua campanha de repressão. Era o ponto central de vasta cadeia comercial com extenso comércio de linhas de ca ravana alcançando o norte da Síria, Mesopotâmia, Anatólia, Pérsia e Arábia. Se o novo “Caminho" do cristianismo florescesse em Damasco, logo chegaria a todos esses lugares. Do ponto de vista do Sinédrio e de Saulo, o grande perseguidor, o cristianismo tinha de ser detido em Damasco. A cidade era um verdadeiro oásis, situada numa plan ície irrigada pelos rios bíblicos Abana e Farpar. A arquitetura romana revestia o planocanli.• il linli ii il-.1. i com um grande templo dedicado a Júpltor n iiiiut rua em colunata de 800 metros de extensa;), n "ftun Direta" de Atos 9.11. Ainda hoje podem soi vhiliuwui portas da cidade e uma seção do muro d. i < :li Imlii, como também um extenso bazar que acompiinlm alinha da antiga rua. Afigura política dominante na época da fuga d<11 >ni ilo de Damasco (2 Co 11 32,33) era Aretas IV, rol dim nabateus (9 a.C.-40 d.C.), ainda que ;is ddiidm i i In Decápolis fossem normalmente Ilíadas A provim lu da Síria e estivessem sob a influência <i< i I<niim dade chega ao conhecimento cios amigos cristãos de Saulo, e eles o habilitam a escapar da situação difícil formada pelos inimigos descendo-o num cesto pelos muros da cidade. Saulo já começa a sofrer pelo nome cio Salvador (cí. v. 16). Sua proclamação profética de Jesus como Filho de Deus encontrou forte resistência, mas o fato de Deus libertá-lo de Damasco sugere que este apóstolo cheio do Espírito é destinado a pregar o evangelho até aos confins da (erra. Nenhum dos esforços em obstruir lhe o caminho terá sucesso, e, finalmente, por causa da graça e poder de I )eus este “vaso escolhido” (v. IS) emergirá como alguém por meio de quem o propósito de Deus (' cumprido (Al ), 4.3.5. Barnabé Apóia Saulo 30). Compelido a fugir da cena de seus primeiros trabalhos no evangelho, Sim lo volta a Jerusalém. Os doze apôstoloN tinham ficado na Cidade Santa qutindi) Saulo partiu em sua missão assasslni^ Eles e outros discípulos não esqueceram a perseguição que ele fazia, e quando chega, encontra dúvida e suspeita. < ),n crentes ouviram falar cie sua conversão (Gl 1.23), mas conhecendo sua história, estão com medo e duvidam que ele se|:i discípulo genuíno, líles não descartam .i possibilidaclede um grande l rama para llrarvantagem deles, Parece lhes Incrível que lal perseguidor violento lenha se l< irnado crlNUlo, Assim, os ctInIÍIon rejelltim Saulo i |iiiiikI( i ele tenl.i se unir a ele* Harnabó 0 o primeiro .i sc* convencer cla sinceridade de Saulo. lile o apresenta a dois apóstolos, Pedro e Tiago (Gl 1. 1H-2 Í). Este “Filho da Consolação” (At 4.36) está familiarizado com os detalhes da conver são de Saulo e sua obra evangelística em Damasco. Ele convence a comunidade cristã da autenticidade da conversão deste fariseu e também que o Senhor o chamou e o equipou para o ministério. Por causa da recomendação de Barnabé, Saulo é aceito como discípulo genuíno e pregador do evangelho. Tendo agora estreita associação com os apóstolos e o poder do seu ministério reconhecido por eles, Saulo prega com a mesma ousadia que teve em Damasco (v. 28). Seguindo os passos de Estêvão, ele prega para os judeus de fala grega (bellenistai) e entra em debate com eles. Eles descobrem que seu novo oponente é tão invencível quanto Estêvão tinha sido. Visto que eles não conseguem repudiar os argumentos de Saulo das Escrituras, eles resolvem que seu destino é igual ao de Estêvão. Quando os cristãos ficam sabendo que a vida de Saulo está em perigo, eles o enviam a Cesaréia. Ele faz uma curta viagem ao norte do mediter râneo na região de Tarso, o lugar do seu nascimento (At 21.39; 22.3). Neste ponto, Saulo desaparece de cena no relato de Lucas e reaparece aproximada mente dez anos depois (At 11.25-30). Este lapso de tempo é conhecido por “período silencioso”, mas obviamente só é silen cioso para nós. Durante este período, de acordo com relato do próprio Paulo, ele foi às regiões da Síria e Cilicia, pregando ao povo sobre a fé que uma vez ele tinha tentado destruir (Gl 1.21-24). 4.3.6. Resumo (9-31). Lucas passa dos trabalhos de Saulo para a missão de Pedro aos gentios resumindo o estado da expansão da Igreja. A “igreja” (palavra no singular, ARA) se refere às igrejas na Judéia.Samaria eGaliléia como um corpo espiritual. Todos os crentes pertencem a uma Irmandade, A Igreja já avanç< uma terra dos judeus, e Lucas logo se concentrará na nova fase da inlssílo da Igrejii sob a < llreçflo ei mstanle do líspírllo Santo — as A Porta Oriental de Damasco ainda dá para a Rua Direita. Foi em Damasco, na casa de Ananias, que Saulo jejuou por três dias depois de ter ficado cego em seu encontro com Jesus na estrada parn essa cidade. Saulo, que se tornou Paulo, estevn n caminho de Damasco para prender os cristãos qu» encontrasse, mas lá ele se tornou cristão. regiões litorâneas de Lida ejope (At 9,32- 43) e, depois, Cesaréia (At 10.1— 11.1H). A Igreja desfruta de paz visto que a perseguição cessou. A ausência de so frimentos permite os crentes pela ajuda do Espírito a construir a Igreja espiritual e numericamente. A fé é fortalecida e o modo de vida dos crentes é determinadt > pelo temor reverente ao Senhor. Eles são ajudados pela consolação (parahk> sis) do Espírito Santo. Isto é, o Espírito inspira a pregação e ensino ungidos, de forma que a Igreja é enriquecida e seu número cresce. 4.4. Os Atos de Peclro: Um Apóstolo dbeio do ispírito (<) .$2— 11.IX) Nesta seçílo, o enfoque volta a Pedro, o apóstolo carlymátleo, As fraquezas dls tintas que ele numlfcNtou no período do 0 7 8 cvim^flli< > jíi nftosfloevldcntes, () batismo com o Espírito responde pc*l:i mudança entre o Pedro dos Evangelhos e o Pedro de Atos. O derramamento do Espírito de profecia (At 2.14-17) capacitou a ele e a outros discípulos a testificarem de Jesus Cristo por obras e palavras. Depois do Dia de Pentecostes, tudo o que Lucas nos conta sobre Pedro o identifica como profeta poderoso em palavras (At 2.14-39; 4.8-12; 5.29-32) e obras (At 2.43; 3.1-10; 4.29-33; 5-12-16). Com o seu Senhor, Pedro tem um ministério itinerante, cura pessoas que são incapacitadas e ressusci ta os mortos. Como fizera anteriormente em Jerusalém, agora Pedro faz milagres em Lida (At 9-32-35) e Jope (At 9-40). Ele alcança pessoas de várias raças — judeus, samaritanos e eventualmente gentios. Embora o etíope eunuco, um gentio, tivesse sido convertido antes da viagem de Pedro, sua conversão não afetou per manentemente a política da Igreja com respeito à admissão dos gentios. Durante a porção palestina da excursão de Pedro, pela orientação e inspiração do Espírito Santo, o apóstolo testemunha de Cristo ao gentio Comélio e sua casa (At 10.9— 11.18), dessa forma dando prosseguimento à ex pansão do evangelho “até aos confins da terra” (At 1.8). O derramamento do Espírito sobre esta família levanta a difícil questão de evangelizar os gentios. 4.4.1. PedroCuraumParalítico(9.32- 35). Lucas descreve a viagem de Pedro pela Judéia, a lugares fora de Jerusalém onde há comunidades cristãs. Ele chega a Lida, localizada a oeste de Jerusalém na estrada que conduz à cidade litorânea de Jope. Lá, ele visita os cristãos que fugiram de Jerusalém quando Saulo perseguia a Igreja ou se converteram pelo ministério de Filipe quando evangelizava de Azoto a Cesaréia (At 8.4). Em Lida, Pedro encontra um homem por nome Enéias, que estava acamado por oitc> anos com paralisia. As palavras de Pedr< > ao homem deixam claro quejesus faz milagres por ele: “Jesus Cristo te dá saúde” (v, 34). lista cura nos lembra do milagre leito por Jesus num paralítico levado àpresença dEle |X)i,(|iiuirouml||(M(U,4,17-2n)l eda cura do coxo na Poria Pormosa em Jerusalém (Al 3,1 10; ’1,22), A cura de Enélas mostra <|tic o ministério de cura de Jesus náo cessou com sua morte na cruz. Os efeitos do poder de Jesus silo vi síveis. Sob a ordem de Pedro, EníMas se levanta, não deixando dúvida sobre ii realidade da cura. Os judeus em l.ldu r na planície circunjacente de Sare>nu vêem que o homem foi completamente curac lt >, O homem é muito conhecido, eestu uçflo profética faz com que muitos deles se tornam crentes no Senhor Jesus, 4.4.2. Pedro Ressuscita Tabitii (9. ,46* 43). De Lida, onde o evangelho Irltinloil, Pedro vai a Jope, um porto marítimo <|tu* serve Jerusalém situado há cerca de cinqüenta e sete quilômetros da Cidade Santa, UI, tlnlN homens abordam Pedro e íalam sobre' Ui Nia, mulher cristã, que estava doente e morrrtt recentemente. Tabita é conhecida em Jt ipr pelo ministério que fazia pelos pobre» e viúvas. Durante sua vida, ela dava pura a» viúvas roupas feitas com as próprias ttifloN Aexpressão “todas as viúvas”, no versículo 39, pode sugerir que, embora as viúvas iu 1 o fossem reconhecidas oficialmente como uma ordem na Igreja, eram tratadas assim por aqueles que ministravam a elas, De qualquer maneira, o ministério cie TahltH com as viúvas é visto como parte vitul do ministério eclesiástico. Na ocasião da moite de Tabita, de uct >tx !< > com o costume judaico de purlflcttçáo tio» mortos, seu corpo é lavado (m, SAheuto, 23.50) e colocado num quarto alio (cf, 2 Rs 4.32-37). A prática normal era um enterro rápiclo, de forma que o cadáver não passasse a noite. Seus amigos atrasam o enterro na esperança de que Tahltu,Mr|M ressuscitada. Eles enviam dois homens u Pedro, em Lida, com o pedido urgenlei "Por favor, venha imediatamente!" ( )s amigou de Tabita têm fé suficiente para crer (|ll# Pedro pode ressuscitar esla santa, Quando Pedro chega ajope, ele encontra uma situaçáocomovedora. Pessoasestfto chorando na casa onde está o corpo de Tabita, no quarto do andar superior, Um grupo de viúvas pobres mostra a Pedro as roupas que Tabita tinha feito para elas e seu» filhos, Pedro manda que Iodas as pessoas saiam do quarto (ti, Mc 5,40), Ele se ajoelha e faz a oração da fé pelo milagre. Então, com voz de autoridade, o apóstolo orclena que a mulher morta se levante.Ela responde ao chamado de Pedro abrindo os olhos e sentando-se. Ele lhe dá a mão e a ajuda a se levantar. Uma vez mais os efeitos do poder de Jesus ficam visíveis e demonstram o po der carismático atuando por Pedro. Este poderoso ato de cura está estreitamente associado com os profetas capacitados pelo Espírito, como Elias que ressuscitou o filho da viúva morto (1 Rs 17.17-24), e Eliseu, que ressuscitou o filho da sunamita (2 Rs 4.8-37), como também com Jesus, que ressuscitou várias pessoas. Este milagre confirma fortemente que o ministério de Pedro é profético e carismático. Como muitos acontecimentos em Lucas- Atos, o milagre de ressuscitar Tabita é uma resposta à oração. Sua ressurreição mostra que Jesus é o Senhor da vida e que Ele pode vencer o poder da morte. Este aconteci mento deve ter trazido grande alegria para os cristãos em Jope. Também nos dá um antegosto da alegria que experimentaremos quando os mortos em Cristo ressuscitarem. Não admira que este grande milagre de ressurreição e cura fique conhecido por toda Jope e leve muitos judeus a crer no Senhor como Salvador. 4.4.3. Pedro Prega aos Gentios (10.1- 48). A cena passa de Jope para Cesaréia, importante porto marítimo na costa da Palestina. Naquela época, Cesaréia, pri mariamente cidade gentia, era a capital romana da Judéia e Síria. Lucas focaliza a atenção em Cornélio, inegavelmente um gentio e rústico soldado romano, mas ao mesmo tempo um homem devoto, que se dedicava à oração constante e à gene rosidade com o próximo. Ele é “temente a Deus" — alguém que é dedicado ao judaísmo, mas aos olhos dos judeus ainda é pagão e impuro, porque ele não aceita o batismo e a circuncisão. A importância desta história é evidente pelo espaço que Lucas destina ao assunto (A t 10,1— 11,18), A narrativa do derram a m en to d o Esp irito sobre C o rn é lio está de acordo com o p lano • propósito de Lucas-Atos, Lucas enfatiza três verdades principais neste ep isódio em particular, 1) Deus aprova o fimblto evangelístleo cada vez mais amplo, Incluindo agora o âmbito dos gentios (cf, At 1,8), Este alcance ministerial abrange orações, visões, anjos, conversões e o ministério do Espírito, os quais são o resultado direto da direção e capacitação divinas, 2) Ênfase na iniciativa de Deus no ministério não nega decisões pessoais ou torna Pedro e Cornélio robôs. Como acontece em todo o Livro de Atos, a iniciativa divina exige a resposta humana. É questão de direção divina e obediência humana, como ilustra a resposta de Pedro às palavras do Espírito Santo em Atos 10.19,20. 3) Quando Pedro informa o que aconteceu enquanto ele estava orando em Jope e, mais tarde, na casa de Cornélio, Lucas es creve que os crentes emjerusalém aprovam o recebimento dos gentios na Igreja (At 11.17). Esta aprovação é significativa para a extensão da missão aos gentios, mas não resolve o assunto de receber incircuncisos na Igreja (cf. At 15.1-29). Como centurião romano, Cornélio tem a seu cargo cem soldados, cerca de um siexto de regimento. Seu regimento é designado “coorte italiana”, um corpo especial de tropas romanas. Ele é homem piedoso e, embora gentio, observa a tradicional hora judaica de oração (v. 3). Suas orações não caem em ouvidos surdos, pois, em certa tarde, enquanto está orando, um anjo de Deus lhe aparece em visão. A presença do anjo assusta Cornélio, re ação natural ao sermos confrontados com o sobrenatural. Ele trata o visitante celestial de “Senhor” e pergunta o que ele deseja. Não há verdadeira razão para que este homem devoto tenha medo. O anjo chama Cor nélio pelo nome e o assegura de que suas orações têm sido ouvidas, e que Deus tem observado seus atos de generosidade para com os pobres. A expressão “têm subido para memória” (v. 4) é linguagem sacrifical (cf. Lv 2.2,9,16), Deus aceitou as orações e doações cie C oifié lio aos pobres com o sacrifícios adequados, São como holocausto e sobem com o'Incenso, Deus está prestes a lhe responder ns oraçóes, O anjc> requer < me Corndllt i represente sua fé pela obediência. Ele deve m andar chamar um homem em Jope por nom e “Simão, que tem por sobrenome Pedro". Neste momento, Simão Pedro está etn casa de um curtidor, cujo nome também é Simão. Prontamente Cornélio obedece à palavra do anjo e envia a Jope dois criados seus e um soldado devoto. Os ju deus consideravam o trabalho de curtidor, que envolvia preservar couros curtidos de porco, uma ocupação menosprezada e impura (Nm 19.11-13). A cena muda de Cesaréia a Jope, para a casa onde Pedro está hospedado e onde o Senhor o preparará para pregar o evan gelho aos gentios. Pedro tem um trabalho indispensável a fazer, de forma que Cor nélio possa ser levado em comunhão mais profunda com Deus e ele seja batizado com o Espírito. Enquanto os mensageiros de Cornélio estão a caminho de Jope, Pedro sobe ao telhado da casa para orar. Os telhados planos palestinos são lugares favoritos para solitude e oração. Como em tantos acontecimentos registrados em Lucas-Atos, a oração provê a cena para uma revelação especial do Senhor (Lc 1.13; At 9.4). É meio-dia e Pedro está com fome, o que, na verdade, o prepara para a visão. Enquanto a comida está estando preparada, ele ora, é arrebatado de sentidos e tem uma visão. A oração de Pedro indica que ele está em condição de receber uma men sagem de Deus. Na visão, o céu se abre e Pedro vê um grande lençol que é abaixado gradualmente do céu por quatro cordas. O lençol contém todos os tipos de animais, répteis e aves imundos (v. 12; At 11.6), e ele ouve uma voz divina que o exorta a matar os animais imundos e preparar uma refeição (At 10.13,15). Consistente coma importância deste acontecimento, o lençol aparece a Pedro por três vezes. Embora Pedro esteja “em transe’, ele está completamente em contato com seus pensamentos e sentimentos. Comer ali m ento considerado Im unda lhe é fo rte m ente censurável, E le recua d ian te do pensam ento de v io la r as leis dietéticas do A ntigo T e íta m e n to C L v lljD t 14 ,1-21) e protesta contra u ordem divina, Nunca nu vldti ele comeu qualquer alimento Imundo, e, abstendo-,se, ele está obe decendo às leis dadas aos antepassados, Pedro não considera que agora 1 )eus está abolindo tais leis. Três vezes Pedro 6 reprovado com as palavras: “Não faças tu comum ao que Deus purificou”. Esta correção d iv in a enfatiza o poder purificador da gfftÇB salvadora de Deus. A visão envolve mal# que pôr de lado as leis sobre COlTlldB e atitudes relacionadas à pureza ritual, Mostra especialmente que a dlstlnçflo judaica entre o puro e o impuro n áo leni lugar na Igreja. Os gentios, purificados pela graça renovadora de Deu», têlll de ser incluídos na comunhão do povo de Deus. A Igreja não tem o direito de declarar que certos animais ou pessoas são imundos e evitá-los por serem Im puros (TheologicalDictíonary ofthe N$W Testament, eds. G. Kittel e G, Frledrlch, Grand Rapids, 1964-1976, vol, 9, p, 29H). Abolir as leis dietéticas é o lembrete de Deus da remoção de uma grande barreira que mantinha judeus e gentios separade>1, e indica que Deus introduziu um a nova ordem na Igreja (cf. Ef 2.11-18). Pedro entende que a visão desafia suas convicções tradicionais sobre a distlnçfiO entre animais limpos e imundos. Mas ele está desconcertado e pondera a possibi lidade de um significado secundário da visão (w . 17,19). Sua mente vai de um lado para o outro (que é o significado literal de dientbymeomai, “pensando em", no v. 19), mas ele não consegue chegai1 U uma compreensão ou conclusão. Ele nAo permanece em dúvida por muito tei^po, pois a delegação de Cornélio chega, () Espírito Santo revela a Pedroque há trtl visitantes e ordena que vá com eles, Em outras palavras, todo este episódio foi dirigido por Deus, e agora o Espirito Santo mostra a Pedro o significado da vIsAo, A vinda dos três homens nâo 6 acidental, Convencido, o apóstolo desce para receber os convidados. Os mensageiros se apre* sentam e contam a Pedro qual 6 a missío deles, Para deixar uma ImpressAo favorável no apóstolo, eles descrevem que o senhor qiK' os enviou é “varão juslo e temente :i Deus e que tem bom testemunho de toda a nação dos judeus”. Eles vieram porque um anjo instruiu Cornélio que convidasse Pedro a pregar em Cesaréia. A menção do desejo de Cornélio ouvir o que Pedro tem a dizer introduz pela primeira vez a idéia de que Pedro pregará ao centurião (veja w . 34-43). Visto que é o dia está muito avançado para retornar a Cesaréia, Pedro trata os visitantes como convidados. Convidando- os a passar a noite, fica claro que ele reconhece a verdade da visão. Ele já não recua diante da comunhão com os gen tios. Pedro percebe que foi divinamente chamado para entrar na casa de um gen tio a fim de pregar a palavra do Senhor. Nada mais que uma inegável chamada divina poderia ter induzido Pedro a fazer isso. Pelo Espírito Santo, que trabalha por servos obedientes, o caminho está sendo aberto para receber os gentios na comunhão da Igreja. Persuadido de que ele está sendo con duzido pelo Espírito Santo, no dia seguinte Pedro e a delegação começam a jornada a Cesaréia. Seis cristãos judeus de Jope os acompanham. Estes cristãos vão junto por interessarem-se pelo que está acontecendo. Depois, eles se tomam testemunhas cru ciais da aceitação de Deus dos gentios na Igreja e do derramamento do Espírito Santo sobre os gentios (At 11.12). Visto que vão a Cesaréia com Pedro, podem confirmar o relato de Pedro em Jerusalém sobre o que aconteceu na casa de Cornélio. Leva um dia inteiro e parte do seguinte para que Pedro e os outros cheguem a Cesaréia. Cornélio está esperando-os; ele já reuniu uma audiência composta de parentes e amigos íntimos (w . 24,27). Estas pessoas foram informadas do que o centurião fez e da avidez de ouvir a men sagem de Pedro. Elas devem ter sabido quanto tempo a viagem levaria e, assim, estão prontas e esperando pela chegada dos visitantes. Quando Pedro entra na casa de Cor nélio, o centurião o recebe e ajoelha-se aos seus pés como que a adorá-lo. liste ato mostra humildade pessoal e grande respeito pelo apóstolo como mensageiro de Deus. Pedro recusa aceitara reverência de Cornélio, o que demonstra sciicaríUer nobre. Ao longo do Novo Testamento ninguém, senão Deus, deve receber tal honra (At 14.14-18; Ap 19.10; 22.9). Pedro sente que a homenagem do centuiiílo é excessiva, e ele prontamente o ajuda a se eiguerdizendo: “Levanta-te, que eu também sou homem”, deixando claro que ele n;1<) é um anjo. Assim, os dois homens entram na casa e conversam como iguais. Uma vez dentro, Pedro encontra um grupo de gentios reunidos para o ouvir, A visão que ele recebeu trata de certas comidas consideradas impuras ou imundas, mas com ela Pedro discerniu o signifi cud( > mais profundo de que ele não deve consl derar qualquer pessoa impura ou imunda, A religião judaica tinha-o ensinado que os judeus não deviam visitar os gentio» ou participar de refeições coni eles, niUN isto não é mais válido. A presença de Pedro na casa do gentio Cornélio rellete um afastamento radical em sua atlllld e para com os gentios. O Espírito Santo preparou Pedro para pregar o evangellli i e Cornélio para recebê-lo. Ambos o» ho mens responderam à direção divina de seus respectivos modos. Em conseqüêlll'lu, as velhas barreiras entre judeus e genlloN estão se desmoronando. Os mensageiros contaram a Pedro o propósito pelo qual Cornélio o convldu (v. 22), mas o apóstolo julga apropriado pedir uma declaração sobre a razftú de ele ter sido chamado. Cornélio responde a pergunta de Pedro de maneira direta, resumindo e enfatizando alguns latos da visão. Ele estava orando quando de repente um homem pôs-se diante dele “com vestes resplandecentes” — m odo comum de descrever os mensageiros divinos (Mt 28.3; Lc 24.4; Ap 15,6), Kle conta outra vez o que o anjo lhe disse sobre a oração e doações, e que o an)<> < > instruiu a chamar Pedro em Jope. Tendo obedecido imediatamente as ordens do anjo, ele agradecé que o apóstolo tenha vindo tão prontamente, Todos os reunidos na casa de C ornélio estilo "presentes d iante de Deus", dun* Casas de telhado plano, vistas aqui na maquete de Jerusalém, erSm típicas na Cidade Santa. Foi no telhado de uma casa em Jope que Pedro, que sempre fora cuidadoso em obedecer ás leis dietéticas do Antigo Testamento e que não comeria alimento considerado impuro, espanta-se quando Deus lhe diz: “Não faças tu comum ao que Deus purificou". Logo, Podro entende que a mensagem de Deus significa a aceitação dos gentios na Igreja. cio a en ten d er que q uand o a.s pessoas se reúnem , elas o fazem na presença de Deus. Esta nâo é m era reunião; 6 para o propósito de o uv ir tudo o que o Senhor q u e r que P edro lhes d iga. O apósto lo tem uma congregação ideal, a qual pos sui atitude maravilhosa para com Deus, sua palavra e seu m ensageiro. Eles nflo sabem o que Pedro lhes dirá, mas estão propensos a receber a palavra de Deus e obedecê-la. Pedro imediatamente começa o sermão, C om o várias vezes tem os observado, ele foi capacitado pelo Espiritou testemunhar dejesus pt>r palavras ( Al 2,14-39; 4.8-12.) cobras (A t 4,29-33; 5,12-16), Em bora Lu cas não m encione novam ente q ue Pedro testifica a Cornéllo e sua casa na qualidade de apóstolo cheio do Espírito, obviam ente o que ele d iz ãquela casa gentia é uma mensagem profética Inspirada pelo Espírito (vv, 19,20; At I I 15-17), Esta m ensagem leni três partes principais, 1) Pedro começa abordando a situação espe* eíflca (w , Me dedura qua Deus trata i< idas um pcssi ms na mesma base. I )eus níl<) julga a ptwiimi com bane cm falores como nackmalidat Ic ini raç», mas cm caráter ■ "lí agradável la I >eiis| aquele que, cm qualquer navio, o icmc e la/, () que é jusio", Pedro ensina que a salvaçflo srt 6 poNsivel pela fé no evangelho da nu «te o ressurreição de Jesus (IfiMio, Seguir regras morais nflo li irnii a pessoa aceitável a I kniN, liste evangelho é olcrecldo a u hIi ** sem restrição,eoniantoqiiPôlfN estejam dls|losli >s a se mw| teu der dos pecudi >s c act »nllarem Jesus para serem perdoados, Aos olhos deDeusaqupItfliqtle o temem e lii/cm o que ju&ttí sã() aqueles < |t ic esifli i um« aili w pela It* no Salvador, 2) Pedro descreve a carreira nessoal de Jesus, fornecendo tun sumário recomendável do KvangelhodeLuca*(W^Vi i l) Deus nflo dlNcrlmllW, [X»In I U* nflo enviou a mensagem poi melo tie Jesus Crlslo, (|lie ^ o Senhor de todos os povos, nflo apenwi de Israel (v, 36), O conteúdo da mensagem de Deus é as “boas-novas tia pu/", que Jemis pregou ao povo de Israel, "Pn/." se leleie íi pazcomDeusouãrecondltaçloofeivelilii ;i todos os povos c é disponibilizada pela morte expiatória dejesus Cristo, I'a / cmaU que ausência dc discussfloe Inlml/atlr pai a com Deus; inclui experimentai' s i Wnçátw . positivas da salvação, Embora Jesus lenha pregado as boas-novas primeiramente pai a os judeus, a mensagem nflo era lencli aiada apenas para Israel, Pessoas devotas com o Cornéllo c seun am igos têm conhecim ento do m lnlm ^rlti de Jesus que com eçou na (UilllélHdi;|)OlM ([ue João Ik itls ia p reg o u o batism o, e as boas-novas de paz encheram a {# r i i da Judéla (v . 37). ( ) uso dc Pedro das palavras "vós bem sabeis" I ik I ícn que as pessoas presentes já ouviramo evangelho antes da pregação de Pedro, Ä l u / d a mir ratlva de Aios poderíam os prestimll' cjyt1 estas pessoas estão ouvindo a prlmelrst m ensagem cHstfl de Pedro, mas IMlIpe, o evangelista que m orava em CesairMa (A l 8,40; 21,8) , ou algum o tilrtí c re iilc p o d i ler lhe» apresentado o evangelho em (h unIíIo iinlcrlor, A cone lusflo do ser- nulo, Pedro declara simplesmente que lodo o mundo (|iu* crô cm Crlslo recebe 0 pcrdClo dt* pmtdos (v. 43). A referenda em Aios 11.1h, de que "até uosgenllc wcleu I )eus c > arrependimento para a vida", nác > Indica se este arrependimento ace intcceu anle.s ou depois que Pedro che gasse, S( >mc >s Informados em Atos ll,14que PecJro devia sei1 Chamado para que Comélio c sua genle lossem salvos. Contudo, nada é mencionado aqui claramente em relação ao arrependimento e conversão de Cor- nélloe seus amigos, A pregação de Pedro pode ler confirmado só a fé anterior que (:< irnélk > e sua gente tinham em Jesus. Mas 1 ucas não declara nada explicitamente sobre CNle cfelU). Antes, ele descreve Comélio em termos (udaicos como “temente a Deus” e seguidor da prática judaica da esmolaria e oração (Al 10.2). ( )ulra possível Interpretação é que como Pedrc) prega ao pessoal de Comélio, eles crêem no evangelho e são subseqüen- lemente batizados com o Espírito. Esta Interpretação, como a prévia, mantém illstlnção entre a habitação do Espírito Nanlo e o batismo com o Espírito. De acordo com esta visão, a imersão deles ii() Hspírlto ocorre imediatamente depois da conversão. A dupla experiência acon- lece concomltantemente. Uma questão é claru: Quando Pedro prega o evangelho, o ENpírlto Santo vem sobre os gentios tementes a Deus (v. 44; At 11.15). (!< >ntinuandoa segunda parte do sermão, Peelre > faz breve esboço do que aconteceu a Jesus: (a) "Deus ungiu a Jesus de Nazaré ec >m o Espirite > Santo e com virtude.” Depois do batismo de Jesus no rio Jordão, o Espírito Santo ungiu Jesus para o seu ministério (Lc 3,21,22; '1,1,14-21). O poder do Espírito o habilitou a lazer àçôes verdadeiramente Imas para as pessoas, Pelos milagres que íe/, lílt demonstrou o domínio cie Deus se il nt* o I )laho e as lc >rças do mal, Suas obras pe k le rosas moslram (|uc I )ei is estava com Iíle e irai nillumcli i por mele> dlile (Al 10.3H), ( )s tipÓNlolc )»llnl Him estado com Jesus desde o começo do seu nalnlstérlo (At 1.21,22), assim, el*s n u m testemunhas oculares do ciue Ele h l nu cidade dc Jerusalém e nas demais reglóes do país dos judeus (Lc 4,31-44). Como testemunhas do ministério de Jesus, Pedro e seus companheiros confirmam a plena verdade do evangelho; (b) Jesus foi morto pelos judeus, "pendurando-o num madeiro" (veja comentários sobre At 5.17-32). Mas Deus o trouxe ã vida no terceiro dia e permitiu que um grupo seleto de testemu nhas o visse vivo na terra por um período de quarenta dias (Lc 24.13-53; At 1.3-11). Estas testemunham foram “ordenadas” (“escolhi das”, ARA) por Deus cie antemão. Então, Jesus não apareceu a todos os judeus, mas só aos que estavam preparados para serem testemunhas por associação longa e íntima com o Salvador. O testemunho dessas pes soas repousava sobretudo no fato de que eles comeram e beberam com Cristo depois da ressurreição (At 10.41; cf, Lc 24.13-43). Agora Pedro testemunha para estes gentios sobre a verdade central do evangelho — a ressurreição de Cristo. 3) Pedro fala sobre o mandato de Cristo para os apóstolos pregarem às pessoas. Como parte da mensagem,'eles devem declarar que Deus nomeou Jesus “juiz dos vivos e dos mortos” (v. 42; 2 Tm 4,1; I Pe 4,5). Ele é destinado a julgar todas as pessoas, do passado e do presente. No fim do mundo, alguns ainda estarão vivos na terra; eles como também os mortos enfrentarão o Cristo ungido pelo Espírito como o último juiz (cf. Jo 5.21,22). Deste, os profetas do Antigo Testamento testemunham, e seu testemunhe > concorda com a pregação apostólica "de que todos os que nele crêem receberão o perdão dos pecados pelo seu nome" (Al 10.43; cf. Is 33.24; 53.4-6; Jr 31.34), Todos os que crêem em Jesus, quer judeus, quer gentios, terão os pecados perdoados. O sermão de Pedro é interrompido de repente pelo fato cie que os crentes gentios recebem o dom carismático do Espírito Santo (w. 44-48). Temos uma Indicação de respos ta favorável de Comélio e seus amigos ao sermão: "Todos os que ouviam a palavra" (v. 44) e “magnificara Deus" (v. 46). Deus toma a Iniciativa deixa ndo e jue Espirito Sante) caia sobre (cf, epepasijn, v. 44) estes crentes Inclrcunelsos quando Pedro lhes prega, Eles recebem o me*mp batismo com o Espírito que os crentes no Dia de Pentcc< wies, (k mio fiH-l evidência audível, vlNÍvel c* Inicial de ser cheio como EspírlK>, c k >mélit) e «eus amigc >s falam em línguas— manlfestaySloque mais tarde faz os líderes judaicos glorificarem a Deus e reconhecerem que “até aos gentios deu Deus o arrependimento para a vida” (At 11.18). Os seis cristãos judeus que acompa nham Pedro a Cesaréia ficam surpresos com a queda do dom carismático do Es pírito sobre estes gentios. É claro que Deus aqui derrama seu Espírito sobre a casa de Cornélio ao modo pentecostal. As semelhanças entre o derramamento do Espírito nesta ocasião em Cesaréia e no Dia de Pentecostes em Jerusalém são surpreendentes. • Em ambas as ocasiões o Espírito en che os indivíduos que já são salvos. Antes que eles recebam a plenitude do Espírito, eles já são filhos de Deus e habitados pelo Espírito. Orecebimento do poder do Espírito para ministrar e servir é distinto do recebimento do Espírito pela fé para a salvação. • Os discípulos no Dia de Pentecostes e os crentes em Cesaréia respondem de modo semelhante: falando em línguas (At 2.4; 10.46) e louvando a Deus (At 2.11; 10.46). • Quando a Igreja emjerusalém ques tiona Pedro sobre a visita a Cornélio, ele declara que “caiu sobre eles o Es pírito Santo, como também sobre nós ao princípio” (At 11.15). Mais tarde, ele conta ao Conselho de Jerusalém que Deus deu o Espírito Santo à casa de Cornélio “assim como também a nós” (At 15.8). Sem a evidência de falar em línguas, Pedro, os seis cris tãos judeus e os líderes da Igreja em Jerusalém nunca teriam reconhecido que os gentios incircuncisos foram batizados com o Espírito e aceitos na família de Deus. Depois da interrupção, Pedro continua o discurso. O batismo com o Espírito in dica que estes gentios são tilo aceitáveis a Deus como os crentes judeus. Cornélio e sua casa "receberam [,,,] o Espírito Santo” como os crentes no Dia de Pentecostes (v, 47), Claro que Deus tomou a Iniciativa de conceder o dom pentecostal d o líspírlto, mus o verbo "receberam" ( vc >/, ativa) Indlc# a necessidade de uma resposta hum ana a esta iniciativa d ivina. Antes tia ascensflo ao céu, Jesus p ro m eteu aos d iscípulos que eles receberiam pod er depois que o Espírito Santo viesse sobre eles (A t 1,8; cf. A t 2.38; 8.15; 19 2). A casa de C ornélio recebeu o pod er do Espírito, Ind icando claram ente a concom itante resposta hu m ana à iniciativa de Deus. C om base no batism o com o Espírito, o apóstolo desafia qualquer um a negar o batism o em águas aos crentes gentios, a ordenança que serve com o sinal externo de conversão e, assim, de purificação de pecado. V isto que n inguém levanta ob|é- ção, Pedro ordena que os gentios sejatn “batizados em nom e do Senhor" (v , 48), Eles pertencem ajesus e com razâo podem ser batizados no seu nom e, porque éles lhe devem submissão com o Senhor, O batism o com o Esp írito segue re* gularm ente o batism o em águas (veja At 2.38; 8.14-17), mas aqui a capacltRÇflO pelo Espírito o precede. A obra do Hspíiito nãoestá ligada ao batismo em ílguas, Só depois de a casa de C ornélio ter sido Sfll« va e capacitada pelo Espírito para serem testemunhas proféticas é que Pedro lhe* administra o rito do batism o em águas, A visão em Jope convenceu Pedro de qutf “Deus não faz acepção de pessoas" (V. 34)— que mesm o pessoas como Comélio são aceitas p o r Deus, Mas o 1'ntO de OH gentios receberem o batismo com o Ks* pírito ensina a Pedro uma segunda liçlOi A im parcialidade de Deus nflo se aplica som ente à salvação; apllca-se a todos 01 seus dons (Stronstad, 1984, p, 67), Deus não faz diferença entre crenít» gentios e judeus, Sem se converterem HO judaísm o, Cornélio e sua lam ília enirnm na Igreja em situação Igual a dos crlslflos judeus, e recebem o mesmo dom prof ético do Espírito dado aos crentes no Dia de Pentecostes, aos samarltanos (A t 8,14*17) e ao apóstolo Paulo (A l 9,17). O derra* m am ento do Espírito sobre a casa gentia de Cornélio torna-se ponto decisivo na mlssflo da Igreja, A Igreja Crlstft começa a alcançar gentios e judeus, Ao término chi rcunlflo dc Pedro com Cornéllo, cm ve/dc sair Imediatamente, Pedro fica com o.s crentes gentios "por alguns dias", Sua curta permanência mostra a plena sociedade dos gentios na comu nidade crista, O evangelho torna possível que pessoas de diferentes formações e origens raciais tenham comunhão uns com os outros, 4.4.4. Pedro Defende seu M inistério (íl.1-18). () evangelho entrou para os gentios, e a casa de Cornélio foi cheia com o Espírito. Pedro teve papel signifi cativo neste desenvolvimento (At 10). As notícias voam, de forma que os crentes judeus e os apóstolos em Jerusalém ou vem que os gentios em Cesaréia recebem o evangelho. Quando Pedro chega a Jerusalém en frenta a crítica dos crentes “que eram da circuncisão” (v. 2). Entre os cristãos judeus estes críticos constituem um subgrupo que 6 a favor da circuncisão dos gentios, exigindo que eles se tornem judeus an- les de se tornarem cristãos. Embora eles tenham reservas sobre Pedro ter lançado uma missão aos gentios, eles não o ata cam diretamente por pregar a eles, mas, antes, por ter comunhão às refeições com eles, isto é, por entrar em casa de gentios incircuncisos e comer com eles. Ele des considerou a lei da circuncisão e as leis dietéticas judaicas. Na defesa, Pedro descreve os aconte cimentos que ocorreram em Cesaréia (w. 4-15; cf. At 10.24-48). Provavelmente esses cristãos judeus tinham recebido um relatório inexato, mas relatando os acontecimentos como eles na verdade ocorreram, Pedro mostra que Deus o tinha levado a fazer o que fez, Ele lhes conta sobre a visão, a audição da voz e a ordem do Espírito Santo para Ir com os homens a Cesaréia. A mensagem que acompanhou essa visão era que ninguém pode considerar impuro 0 que Deus léz puro. Em outras palavras, 1 ) c u n níloapenas aprova, mas Ele na veidacle Iniciou a pregação de Pedro aos gentios e u associação com eles. A visão invalidou as antigas leis dc aeparaç&o e justificou a boa vontude dc Pedro ter contato social com os gentios, () tvlato desta história sublinha a grande Importância do derramamento do Espírito Santo sobre Cornéllo e sua casa, Ao recontá- la, Pedro menciona os “seis irmãos" pela primeira vez (v. 12) — anteriormente cha mados “alguns irmãos de Jope” (At 10.23). Eles tinham acompanhado Pedro a Cesaréia, eram testemunhas oculares do derramamento do Espírito Santo sobre os gentios e podem presumivelmente confirmartudo. Pedro nã( > menciona o fato de ele batizar os gentios nas águas, mas ele mostra que a mensagei11 do anjo a Cornélio incluía a garantia de sal vação para sua casa (At 11.14), Em outras palavras, as ações de Pedro serviram ao grande propósito salvador de Deus. Nada é mencionado se Cornélio achou a salvaçãt > antes ou quando Pedro pregou. Pedro fala aos judeus cristãos que an tes de ele terminar o sermão aos gentios, eles experimentam precisamente o que os seguidores dejesus experimentaram “ao princípio”, no cenáculo, no Dia de Pentecostes (w. 15,17). Cornélio e sua casa receberam o batismo cbm o Espírito e foram capacitados para o ministério subseqüente à salvação. Tendo experimentado a graça transformadora do Espírito, eles foram habilitados como testemunhas proféticas do evangelho. O sinal externo de línguas confirmou que Deus os tinha aceitado c ungido para serem seus servos, De acordo com o capítulo 11, Pedro menciona explicitamente as línguas como parte do que aconteceu em Cesaréia, mas este sinal do Espírito é fortemente suge rido aos crentes cie Jerusalém mediante sua insinuação aos acontecimentos do Dia do Pentecostes: “Caiu sobre cies o Espírito Santo, como também sobre nós ao princípio” (v. 15); Deus deu aos gen tios “o mesmo dom que a nós" (v. 17). A menção cie línguas em Atos 10.46 torna desnecessária a referência a elas no capítulo 11. Os cristãos judeus teriam reconhecidt > tal fala inspirada como o sinal inevitável cio batismo com o Espírito, Os gentios na casa de Cornélio entraram na lgrela no mesmo nível que o&crentes judeus e foram ungidos com poder para o ministério, O derramamento do Espírito em Cesaréia lembra Pedro das palavras dc Jesus regls* mídasem Atos l.S^Joflomlamenle hall/,nii com água, mas vós sereln balizados c< mm Espírito Santo" (v. 16), Esta promessa fora cumprida no Dia de Pentecostes e agora também em Cesaréia para os gentios, O evangelho tinha forçado a entrada para os gentios, e Pedro viu que Deus tinha lhes dado “o mesmo dom” com o sinal de línguas como no Dia de Pentecostes. Para Pedro, a manifestação da glosso- lalia tem importante valor apologético, porque o Espírito tinha se manifestado desta maneira no Dia de Pentecostes, as línguas forneceram significativa prova de que Comélio e seus amigos tinham sido submergidos no Espírito. O derramamento do Espírito em Cesaréia foi tão decisivo quanto no Dia de Pentecostes. Ninguém poderia negar que estes gentios tinham sido cheios com o Espírito, e que Deus tinha aberto as portas da Igreja para eles. Reconhecer que Deus os tinha enchido com o Espírito — mas recusar agir de acordo — eqüivale a opor-se a Deus. Assim, Pedro pergunta aos críticos se eles acham que ele deveria ter impedido Deus de fazer o que Ele quis fazer(v. 17). A resposta óbvia é não. Pedro foi justificado ao entrar em casa de gentios, comer com eles e batizá-los, pois a intenção de Deus era não fazer distinção entre estes crentes gentios e os crentes judeus. Ao ouvirem estes fatos narrados por Pedro, seus oponentes, os cristãos judeus na Judéia, deixam de criticar (v. 18). A manifestação pentecostal de línguas foi prova inegável da imersão dos gentios no Espírito. Eles aceitam a verdade e, sem reclamar, imediatamente louvam a Deus e reconhecem que “até aos gentios deu Deus o arrependimento para a vicia”. A porta da Igreja fora aberta aos gentios no momento em que Deus lhes deu a oportunidade de se arrependerem e receterem a vida eterna. Desta maneira, os cristãos gentios devem ser recebidos, e os crentes têm de louvar a Deus por saIvá-los e da r-lhes a plenitude do Espírito, Este relato fornece exemplo surpreendente da promessa de Jesus de que o Espirito Santo guiará os crentes a toda a verdade (Jo 16,13). Pedro nío saiba do plano de Deus de que Indrcunelso» en trassem nu igreja, Knrreittnio, orwueroncin h ordem do Espírito S in to (Al 11.12), ele foi guiado ii ema n< >vu verdade, O segundo relato subseqOente destes acontecimentos também levou os críticos em Jerusalém a chegarem ao mesmo entendimento. O Espí rito iluminou o coração e a mente de todos eles; todos viram nitidamente a evldêndl que tinha convencido Pedro, () Espírito ainda trabalha desta maneira;Ele alcança corações e mentes pelas Escrituras e dons espirituais (cf. 1 Co 12.8-11). Não nos é dito até que pc>nto lónim, em Jerusalém, as implicações das nçóen ile Pedro. Sua explanação silencia OH crttlcOH, mas não está claro sejeaisalém está dlnrx wlH a seguir a direção de Pedro, A queMO nr os gentios podem tornar-se crlltftOH nem que primeiro se tornem judeus parece ler sido completamente resolvida aqui, imiH a mesma questão entra em pauta U1TIH VI*/, mais em Atos 15. 4.5. Os Atos de Barnabâ: lhn Profeta Cheio do ãSpMtO (11.19-26) A missão gentia agora passa para Anilo* quia da Síria. Anteriormente Lucas linha mencionado como o fogo da perseglllçft») contra os primeiros crentes se llcendeu em Jerusalém depois do apedrejamento de Estêvão. Essa persegulçflo leve oefol* to cle multiplicar-se em vez tle silenciar o testemunho dos crentes: "Man oh qut andavam dispersos iam por todl parle anunciando a palavra” (At H.4), Alguns destes primeiros mlsslonArlos cristãos foram a Antloqultt, cidade cerca de quatrocentos e oitenta quIlômetroH ao norte de Jerusalém. Sua ImportAncla política era devido ao fato de que Ht^ VlM como capital cia província romana (la Síria. Antioquia da Síria, a terceira m aior cidade do Império Romano (d e p o ll ile Roma e Alexandria), tornou-se a sede da expansão do cristianismo fora da Palestina e ligurava significativamente nas mlssOes cristas aos gentios (At 13,1*3; M,2fi*2H| 15,22-35; 1H.22), A marcha do evangelho nflo pára em Samarla e Cesaréia, Algunn doa mlHHlo* AM7 nárlon evangelizam tilo uo norle quanto a Fenícia Co aluai Líbano); outros vão à ilha de Chipre, a pátria cio Barnabé (At 11.19,20; cf. Al 4.36). Isto significa que havia cristãos na ilha antes de que Paulo e Barnabé pregassem o evangelho lá (At 13.4-12). Outros missionários se aventuram indo muito mais ao norte, ã cidade famosa de Antioquia, com uma população cal culada em aproximadamente quinhentos mil habitantes (Marshall, 1980, p. 201) e a comunidade judaica girando em torno de sessenta e cinco mil durante a era do Novo Testamento (George, 1994, p. 170). A maioria destes crentes dispersos pre gava somente “aos judeus” (v. 19), mas alguns crentes, de Chipre e Cirene dão um passo ousado e também pregam as boas-novas de Jesus “aos gregos”, isto é, aos gentios pagãos em Antioquia (v. 20). Parece que eles alcançaram Antioquia numa época posterior do que aqueles que pregavam somente aos judeus. Algo pode ter acontecido durante o intervalo para torná-los tão corajosos e revolucionários, como o derramamento do Espírito Santo em Cesaréia. Eles puseram em prática o que o Espírito levou Pedro a fazer com Cornélio e seus amigos. A pregação do evangelho em Antioquia tem sucesso numérico, o qual é atribuído à “mão do Senhor” (v. 21). Quer dizer, Deus abençoa esse ministério e seu poder capacita os discípulos a trazerem muitos judeus e gentios daquela cidade à fé emjesus Cristo. O ministério de Pedro tinha aberto as portas da Igreja aos gentios em Cesaréia, mas a pregação do evangelho em Antioquia é o começo de um vigoroso esforço para evangelizar o mundo gentio. Quando a Igreja em Jerusalém fica sa bendo do desperta mento espiritual em Antioquia, eles enviam Barnabé como representante para ajudar esses novos crentes. Ele é escolhido por causa de suas qualificações: “[Ele] era homem de bem e cheio do Espírito Santo e de fé” (v. 24). Anteriormente Lucas o apresentou como levita de Chipre e explicou o significado de seu n om e — "Filho da Consolação" (At 4,36). Movido por Impulso generoso, Burnubé age como dcfenior d» ex-pcrsc- guitlore recentemente convertido Sa tilo (At 9.26.30). Barnabé também é identificado como um dos profetas carismáticos em Antioquia (At 13. i ). Juntamente com alguns outros discípulos, ele está “sendo cheio continuamente de alegria e do Espírito Santo” (At 13-52, tradução minha). Quando este líder ungido pelo Espírito chega a Antioquia, ele já vê manifestada na Igreja “a graça de Deus”. Ele não pode deixar de ver os efeitos da graça divina evidenciados no crescimento da Igreja e nas manifestações do Espírito (cf. At 10.45). A evidência da graça em Antioquia o alegra, e, condizente com seu nome, ele consola os novos crentes a proporem com todo o coração perma necerem fiéis ao Senhor. Neste contexto, a plenitude da unção do Espírito é o ca talisador por trás da exortação inspirada de Barnabé. A qualidade de seu caráter e a unção do Espírito em seu ministério o equipam perfeitamente a assumir o papel principal na Igreja judaico-gentia em Antioquia. Barnabé é a única pessoa em Atos que Lucas diz que era “homem bom” (ARA, “homem de bem”, RC; Marshall, 1980, p. 202). Como homem cheio do Espírito, ele fortalece os novos-convertidos, reconhe cendo que o plano de Deus para a Igreja está sendo cumprido em Antioquia. G jnic > resultado de seu ministério e presença, ocorre uma segunda onda de conversões, “Muita gente” crê emjesus Cristo sem que qualquer demandá legalista seja imposta sobre eles. Os servos de Deus que são fortes na fé e cheios do Espírito estão bem-equipados para a missão. Logo depois de chegar a Antioquia, Barnabé reconhece o grande potencial da situação para o crescimento da Igreja, e sente a necessidade de mais ajuda no evangelismo e ensino. Seus pensamentos se voltam a Saulo, o homem a quem ele tinha ajudado em Jerusalém e que fora cheio com o Espírito para testemunhar de Jesus aos gentios (At 9.15-17). Por causa de perseguição, Saulo tinha fugido de Jerusalém e voltado ã sua cidade natal, Tarso ( Al 9.28-30), onde permaneceu por cercu de dez anos (cf, 01 1,21-24; 2,1), fiNM Talvez Barnabé leiilui ouvido falir sobre ele desde que chegou .1 Antioquia, Barnabé está convencido de que este apóstolo cheio do líspíritoéa pessoa ade quada para servir como líder da congrega ção mista em Antioquia. Saulo pode lidar com judeus e gentios em termos iguais. Ele fora criado nas tradições judaicas (G1 1.14; Fp 3-4-6), e seu lugar de nascimento era Tarso, cidade universitária influenciada pelo pensamento grego. Quando Barnabé viaja a Tarso a fim de recrutá-lo, Saulo já é missionário experimentado. Durante um ano inteiro estes dois homens trabalham juntos em Antioquia. Parece que Antioquia requeria uma resposta contextuai diferente ao cristianismo do que a Judéia. O cristianismo no ambiente judaico era influenciado pela presença do templo em Jerusalém, pelos fariseus e zelotes, e por uma interpretação da fé cristã orientada à lei. Por outro lado, Antioquia se situava numa encruzilhada geográfica, política e cultural entre o oriente e o ocidente. Nesta cidade de grande diversidade cultural, Barnabé e Saulo serviram como pastores durante um ano. Entre o trabalho que faziam incluía-se evangelizar e formar os convertidos já exis tentes. Eles se reúnem na Igreja (provavel mente para culto) e ensinam muitas pessoas (v. 26). Muitos recebem Cristo, e Barnabé e Saul lhes ensinam o Evangelho. Outro resultado significativo deste minis tério de um ano em Antioquia é que os seguidores de Jesus ficam conhecidos pelo novo nome de “cristãos” (v. 26; At 26.28; 1 Pe 4.16). A palavra “cristão” se refere a um seguidor de Cristo. Os de fora identificam os crentes assim, porque eles confessam Cristo como Senhor. Eles são o povo do Messias. Referindo-se a eles como “cris tãos”, os incrédulos distinguem a Igreja da comunidade judaica. É natural e adequado chamar os crentes por cristãos, mas vindo de incrédulos o termo pode conter um elemento de ridículo e desprezo. 4.6. Os Aios deÂgabo: Um Profeta Cheio do Espírito ( 11.27-30) Na narrativa sobre o ministério de Barnabé em Antioquia, Lucus apresenta Ágabo, lilerelaia <|tir* depois da dtegadu do Saulo 6 ddade, "dencemm profetas de Jerusalém pani Antioquia" (v, 27), HntieelcNonci uilru st* Ágabo. Na Igreja primitiva, os profetas eram Indivíduos com o dom carismático de revelar a vontade de Deus. F.les agiam no interesse do bem-estar da comunidade cristã. Eram inspirados como porta-vozes do Espírito para promover e guiar a lgro|a em sua missão de divulgar o evangelho, Em Atos, Lucas descreve a proleda como o poder do Espírito Santo nos 01- timos dias (At 1.8; 2.17,33). No Dia de Pentecostes, a manifestação de línguas era identificada como profecia (At 2.4,11,17). Na igreja primitiva, qualquer membro da comunidade cristã poderia profetizar, mas a profecia estava principalmente ass< iduda com os que tinham um ministérlc) pn )féÜC< 1 que incluía a predição de aeontcelmenlos futuros (At 11.28; 20.23-31), o pronuncia mento de julgamento divino (At l) , 11| 28.25-28), o uso de ações simbólicas (Al 21.11), a proclamação da Palavra de Deus (At 13.1-5; 15.12-18) e o fortaledmenlO dos crentes (At 15.32). A primeira menção em Atos do inl* nistério profético de Ágabo (cf. lambam At 21.10,11) tem a ver com sua pndlçli& inspirada de uma fome que se ahalerla sobre todo o Império Romano (At 11,2H), A referência de Lucas a Cláudio, Impemdi )r de Roma de 41 d.C. a 54 d.C,, fornece tllll ponto na história para datar os aconled- mentos em Atos. Temos de outras fontes informação de que durante o reinado de Cláudio ocorreu uma fome em várias par tes do mundo romano (cf. Suetônlo, Vltlti de Cláudio; Tácito, Anais). I louve severa fome na Judéia em cerca de 46 d,C., oailt1 quejosefo relata que uma fome ulcftnflOU seu clímax. Esse poderia ser o anr) no qual Paulo e Barnabé levam dinheiro pniU aliviar a fome de Jerusalém, As palavras proféticas de Agabu Ins- piram os cristãos em Antioquia a enviar uma oferta (coleta dc dinheiro) para a Igreja-míle em Jerusalém, a Hm cie ajudar na crise lmlnenle, Os cristãos dc Antloqull erfiem implicitamente na proleda e la/.em provisflolmedlatH puru juntar Itindos paru a Igreja cinjenisulém, Hsia fome mostrou« fiNV Igrujn numa caverna, A diroltn, datada do século I, em Antloqula, onde foi fundada a primeira Igreja cristo fora de Jerusalém, Fol fun dada por Paulo, Pedro o Barnabé. Os seguidores de Jesus torna ram-se conhecidos por crlstAos. A esteia do período romano, abnlxo, ainda está de pé á esquordu da entrada. se mais aflitiva naquela região, por causa cia população aglomerada na Jucléia e da prevalência da pobreza. Enviar uma doação também serviu para aprofundar a comunhão dos crentes com aqueles em Jerusalém. Os membros da congregação em Antio- quia voluntariamente tomam parte neste empreendimento conjunto a fim de evitar o dano que ameaça os cristãos najudéia. Deve ter havido pelo menos três razões para semelhante ação. 1) Expros.sargratidãopela igreja tlejerusalém, da qual partira a mensagem do Evange lho, 2) Mostrar unidade com a comunldadc-mãe. E 3) Demonstrar amor crlstíU), Pelo fato de I)eiiN ter ahençi>:uli> a Igreja em Anlltiquia numérica e materialmente, eles puderam enviar uma doação de amor significativa aos judeus cristãos. Todos os meinbrc>s da jovem congregação contribuem com o (fite podem (v. 29). Fazia cerca de um ano que Paulo esta vtt em Antioquia quando a igreja o envia juntamente com Barnabé a Jerusalém, com a doação de amor. A primeira visita de Paulo a Jerusalém aconteceu três anos depois de sua conversão (Gl I. IH). A visita seguinte registrada em suas cartas ((112.1 10) foi identificada com a visita cie Atos I I ou com a de Atos 15. Os acontecimentos da visitada fome de Atos 11.27*30 lazem melhor paralelo com a visita de (iíilalas 2. Lucas enfoca sefi relato na doação de amor feita pelos crentes de Antloqula, sem qualquer NUKCNtftoilnuNNunlotlnailiulNNflc) min de gentios na lgre|o (ii. o n mmenlArlos de Paulo em Cil 2.1-10), Barnabé e Paulo entregam a doiiçAo pessoalmente “aos anciãos" da Igreja em Jerusalém. Esta é a primeira menção de anciãos cristãos em Atos. Eles provavel mente agiam ã semelhança dos anciãos de uma sinagoga judaica, no ponto em que eles presidiam sobre a congregação (cf. At 15.13). A palavra “anciãos” não significa necessariamente que eles eram “homens velhos”, embora pareça provável que a liderança de uma congregação estivesse nas mãos de pessoas mais velhas. Não há dúvida de que a organização da Igreja ainda estava se desenvolvendo, mas com os anciãos tendo a cargo a administração dos assuntos locais, os apóstolos esta vam livres para se dedicar à pregação do evangelho. Quando os anciãos da Igreja emjerusalém recebem a doação de amor, eles fazem com que seja apropriadamente distribuída entre os necessitados. Algreja em Antioquia manifesta verdadeira generosidade cristã. A doação de amor mostra aos cristãos em Jerusalém que a graça de Deus está em ação naquela cidade. A doação não apenas alivia a angústia das vítimas de fome, mas também serve para fortalecer a comunhão dos crentes judeus e gentios em Cristo. Além disso, a disposição desta nova congregação para com as possessões reflete a autenticidade da fé. 4.7. O Encarceramento de Pedro (12.1-24) Lucas apresenta uma nova história. Ele não indica o tempo preciso, mas sugere que foi “por aquele mesmo tempo” da visita de Saulo e Barnabé a Jerusalém (v. 1). Os acontecimentos registrados aqui ocorrem emjerusalém. A perseguição e oposição anteriores ao Evangelho viera m das autoridades religiosas judaicas (At 4.1-6; 5.17,18,21-28; 6.12-15; 7.54— 8.3; 9.1). Até agora, os líderes religiosos, sobretudo os saduceus, perseguem os crentes sem a ajuda das autoridades civis. Mas agora a persegulçAo se Intensifica, e o rei da Paleitlno, Herodes Agrlpo I, assume o comando. I lerodes Agripa rro filho de Arlltrtblllo e net< > île I ler< «les, < > ( S ronde, que relnovo sobre a ( iolllélo na épi>co d<> nascimento de Jesus (Mt 2.1 ), Como muitos dos membros da família de Herodes, Agrlpa serviu « mu > governante fantoche dos judeus durante o ocupação romana da Palestina. Ele cresceu em Roma, onde viveu em extravugAndo e desperdiçou o que tinha herdado, Um 41 d.C., o imperador Cláudio o lez rei de todo o território governado por I leri ide«, < ) Grande, embora seu reinado tenha dursde > somente três anos. Quando ele voltOU ft Palestina se tornou popular e viveu no luxo. Ele buscava constantemente o lov< >r dos judeus e se apresentava como devi >li > da religião judaica, ainda que a fa mil hl de Herodes fosse não-judia provenlenle do Iduméia. Ciente de que a opinlâo judolui era contra a igreja, Agripa loma medldos para perseguir os crentes e aumento l'Niio popularidade. Agripa começa a perseguir (hrikoo, “ferir, maltratar”) “alguns da igrejo" (V, 1). Aqueles que executavam suas ordeilN perseguiam os crentes tão Intensamente que estes sofrem mais do tinham sofrido anteriormente pelas mãos do Sinédrio, () principal alvo de Agripa era a llderanço do igreja. Ele quebrou o círculo Intcmo d o n discípulos de Jesus, mandando executor o apóstolo Tiago, filho de Zebedeu. NAo nos é dada a razão para a escolha de ‘I'lagi >, Ele é o primeiro apóstolo a sofrer marlírio, Ele morre pela espada, sendo, talvez, suo cabeça posta num bloco e cortodo por um executor. Os judeus em gera 1 ficam satlsfelli >n w >i 11 a perseguição de Agripa aos apóstolo«, A situação najudéia mudou desde os primei ros dias, quando a perseguição envo|vlo somente os líderes judeus, A hostllkfíllle para com o evangelho se disseminou, C) apoio que Agripa recebe da populoso o encoraja a intensificar as ações contra o» outros apóstolos, Por Isso, ele aprisiono Pedro claramente com a Intençfioilelazer comeleoi|ue fez com Tiago, F.vldcntemenlc Agripa estíl procurando destruir# Igrejude Jerusalém decapitando seus líderes, Pedro ô preso durante o Festa dos PAes Asmos, uma festividade que durava wlr 691 dias depois da Páscoa (Êx 12. Mss), Nosdlas do Novo Testamento, estas festas tinham se tornado uma celebração única, de forma que os dois termos eram sinônimos (cf. Lc 22.1). Durante esta época, Jerusalém ficava apinhada de judeus que eram entu siásticos da lei. A fim de evitar a formação de perturbação ou a alienação dos judeus, Agripa mantém Pedro na prisão até depois da semana da Páscoa. Se ele fizesse um julgamento ou execução pública durante a semana da festa, os judeus teriam sentido que a festa fora profanada. Determinado a assegurar que Pedro não fugisse, Agripa coloca uma guarda de dezes seis soldados (v. 4). Eledeveterouvidosobre o encarceramento anterior dos apóstolos e sua fuga da prisão sem o conhecimen to dos guardas (At 5.17-23). Dividido em quatro esquadras, cada esquadra de quatro guardas fica em serviço por três horas para vigilância vinte e quatro horas por dia. Dois destes guardas são algemados com Pedro, enquanto que os outros dois ficam de guarda à entrada da cela (v. 6). Enquanto Pedro está na prisão, a Igre ja ora em seu favor. A intensidade das orações é indicada de dois modos no versículo 5. 1) O verbo “fazia [...] oração” (tempo imperfeito) reflete persistência em oração; eles mantêm-se em oração, sabendo que as impossibilidades humanas são possíveis com Deus. 2) O termo “contínua” (ektenos, “fervo rosa”) significa que eles reconhecem a urgência da situação; eles oram com palavras que são sentidas in tensamente nos corações. Não sa bemos se esta oração da Igreja é pela libertação de Pedro ou para que sua fé não falhe. Eles podem ter se lembrado que anteriormente Pedro tinha hesitado em face do perigo (Lc 22.54-62). Além disso, eles não esperam que Pedro seja livre, visto que Estêvão e Tiago tinham se tor nado mártires. Em todo caso, o ato poderoso de Deus de livrar Pedro ocorre no contexto da oração. A descrição detalhada de libertação enfatiza que é Inteiramente um milagre (vv, 6-11), Ura a última noite da semana da Páscoa, e Pedro esperava morrer na manhá seguinte. Ele se delta e dorme entre dois guardas, algemado a ambos. Deus subitamente intervém na situação enviando um anjo, que enche a cela da luz da glória divina. Precisamente o que Herodes queria evitar está a ponto de acontecer. O anjo desperta Pedro tocando- lhe o lado, e as algemas caem. Pedro obedece ao anjo amarrando o cinto e calçando as sandálias, e depois acom panha o visitante divino. Enquanto ele está sendo libertado, Peclr< > tem a impressão de que está sonhando e não percebe que está de fato saindo da prisão. Ele pensa que o que está acontecendo é apenas uma visão, e não compreendendo a realidade da situação. Pedro e o anjo passam os dois guardas estacionados à porta da cela, evidentemente sem que eles reconheçam Pedro (v. 18). Quando chegam ao pesado portão de ferro da prisão, ele se abre milagrosamente sem causa visível. O anjo acompanha Pedro à ma até que este esteja fora do alcance de perseguiçàc) dos guardas, e desaparece então. O rei Agripa tomou grande precaução para evitar a fuga de Pedro. Esses esfor ços para conter o mensageiro cheio do Espírito de Deus tornam o milagre mais dramático. Quando Pedro percebe o que aconteceu, suas próprias palavras inter pretam o significado da libertação (v. II). O que ele vira não era visão. Deus enviou um anjo e milagrosamente o salvou da mão de Agripa (cf. Dn 3.19-27). A Inter venção divina frustrou os oponentes da Igreja. É verdade que nenhum anjo livrou Tiago da espada do executor. Sua morte deve ser colocada na perspectiva ma loi' da vontade inescrutável de Deus, e vista como o lançamento da sombra da cruz, na decapitação cruel do apóstolo. Lucas não oferece explicação teológica para isto, mas o grande milagre da libertação de Pedro demonstra o pocler e ajuda sal vadores de Deus. Os cristãos oram por Pedro, mas a liber tação milagrosa os surpreende (vv. 12-17). Depois de ser solto, Pedro decide Informar Imediatamente os amigos cristãos sobre AM o que aconteceu, As*lm, ele vnl ft casa tio Maria, mão dejt >a< > Marcos (mcncU>nu»l< > aqui pela primeira ve/; ti, lamhém Al 12.25; 13.5,13; 15.37-39). Muitos crentes se reúnem na casa de Maria para orar st >bre o que talvez fosse a última noite da vida de Pedro. Pedro entra no portal que liga a rua ao pátio e começa a bater na porta do lado de fora, interrompendo a oração dos que estão no lado de dentro. Uma criada chamada Rode atende a porta e fica empolgada quando reconhece a voz de Pedro. Esquecendo de destrancar a porta, ela volta correndo maravilhada para contar aos outros. Os cristãos na casa de Maria não acreditam nas palavras de Rode que afirmava que Pedro está à porta. Eles insistem que Rode estava fora de si, mas ela persiste firmemente que Pedro está lá fora. Os cristãos sugerem que ela viu a aparição do anjo de Pedro, que assumiu sua voz e aparência. Era crença comum entre os judeus que cada pessoa tinha um anjo da guarda (veja Strack e Biller- beck, vol. 1, pp. 781-782; cf. Mt 18.10; Hb 1.14). Mas eles estão enganados; Pedro está realmente à porta e continua batendo. Quando os cristãos abrem a porta, ficam boquiabertos. Depois que Pedro finalmente entra, com um movimento de mão as pessoas ficam quietas. Ele satisfaz a curiosidade explicando que Deus o libertou. Consi derando que os outros líderes da Igreja não estão presentes, Pedro exige que o milagre seja contado “a Tiago e aos irmãos”. Este Tiago é o irmão de Jesus (Mc 6.3). A maneira na qual ele é mencionado dá a entender proeminência na Igreja. Lucas e Paulo indicam que Tiago serviu como chefe da Igreja em Jerusalém (At 15.13; 21.18; G11.19; 2.9,12). Depois de Pedro ter pedido que os crentes passassem a notícia adiante para outros líderes da igreja, ele parte “para outro lugar”, o qual pode ter sido outra casa em Jerusalém t )ii, mais provavelmente, outro lugar fora da cidade por razões de segurança. Ele esperava que houvesse um esforço vigoroso para recapturá-lo, dificultando a ele se esconder com segu rança em Jenmalím, Depois do alguns u mm Pedro volta a Jerusalém (Al IS,4,7), oml it mi p< >ssa ler vt >ltuclt > unterit irmenle, visto que Agripa viveu por curlo espaço tio tempo depois da partida tio Pedro (Al 12,20-23). Na manhã seguinte, a fuga tio Pedro í conhecida publicamente (vv. 18,19). Aossa altura, ele está seguro num esconderijo, Quando os guardas a quem ele estava algemado por cadeias acordam com a III/ do dia, eles vêem que o prisioneiro fugiu, Há grande confusão entre os guardas, nfli i sabendo o que aconteceu a Pedrc >, li los nflt i têm idéia de como ele conseguiu so st >ltar das cadeias e como os guardas poütHdo» à porta da cela não o viram passar, Tttdt i o que sabem é que Pedro fugiu, Quando Agripa fica sabenck > do oc< itl1i lt i, ele exige que seus oficiais façam umi |W >■ cura minuciosa, mas eles não conseguem descobrir uma pista sequer do prlslt inolit t, Embora a incapacidade de encontrar Pt' dro confirme que um milagre esluprtulti aconteceu, Agripa se recusa a reconllouM111 milagre. Ele interroga os quatros guaixIum en I serviço na hora da fuga de Pedrc >. I )ep< >ls t lo questioná-los, o rei os acusa de nogllgdnela e, como o texto literalmente diz, "mande H1 os justiçar” (apachthenai), provavelmente não para a prisão, mas para a execuçflol V, 19). Quando soldados romanos deixavam que um prisioneiro escapasse, em c< istlime eles receberem o mesmo castigo dcvldn ao prisioneiro. Desse modo, os gualdasinocentes tornam-se vítimas da vlolêiuia de Agripa. Deus vindicou Pedro. Lucas prossegue a história apresentando prova adicional na morte de Agripa sobre a vindicaçlo divina (vv. 20-23). O rei vai a Cesaréltl ptim no encontrar com uma delegação de Twb o Siclom. Naquela época, havia antagonismo entre Agripa e t >s povt >s dessas duas ckladpH, Lucas nãt > dá explanações st >1 >re a dlsputtt, mas parece ter sido uma disputa econômica, As cidades de Tiro e Sltlom dopendlum dos campos de grãos da Judtfla paru alias* tecerem grande parte dos alimentos que precisavam. Agripa desviou para CcHitrélH as exportações de grilos destinadas a Tiro o Sldom, dessa lõrma diminuindo-lhe* a provIsAo do alimentos, Comoqt leslfii >de | >< ilii leu piil illca, I >< >as relações NílO clc.scJílvfÍN, ( )s povoM tlessas grandes ddades pensam que é melhor ficar em paz com o rei, por Isso enviam uma delegação a Cesaréla para lazer paz. líles obtêm a amizade de Blasto, o cria do encarregado dos quartos particulares 11< i rei. Através deste criado de confiança, eles conseguem uma audiência pública com Agripa. Josefo apresenta um relato mais detalhado dose segue. Na época do encontro, Agripa está numa festividade celel mitla em honra do imperador Cláudio. Ide está trajado com suas vestes reais; suas roupas esplendidas brilham ã luz do sol. No segundo dia da festa, o povo presente está contente, porque o ressentimento dos de Tlroc Siclom foi resolvido. Eles lisonjeiam o rei e o tratam como deus. Conforme |< iselb, pelo fato de o rei aceitar a aclama ção como deus, ele é subjugado com dor violenta e poucos dias depois morre em ag<mia (AntiguidadesJudaicas). Lucas declara explicitamente que “feriu- o o anjo do Senhor”, e explica abrupta mente que, “comido de bichos, expirou” (v, 23). Ser comido de bichos é modo característico dos escritores antigos des creverem uma morte dolorosa resultan te de julgamento divino (cf. 2 Macabeus •),5-9; Josefo, Antiguidades Judaicas). A morte de Agripa I nos lembra das mortes de Ananias e Safira. Como aquele casal, Agripa mostra desrespeito a Deus e é fe rido de morte. Ele não está satisfeito em se opor a Deus, mas compete com Ele reivindicando honras divinas. O erro fatal (leste tirano arrogante é que ele “não deu glória a Deus" (v. 23). Como rei, ele está sujeito ao Rei Supremo do universo. Seu abuso de poder e arrogância trazem a ira divina sobre ele, Consistente com o que havia sido predito (Lc 1.52), o imediato julgamento de I)eus o abate. Agripa I ousadamente perseguiu a Igreja, mas Isso não deteve o avanço do livan- gelho, liste oponente desafiante tio povo de I )eus morreu, mas "a palavra de Deus eresela e se multiplicava" (v. 24). Outra grunde Inversão aconteceu, O evangelho prospera sob peiwgulçflo, porque cada vez mula o povo ouve ti verdade e crê, V Narrativa» lie Viagens: ( )s Atos de Paulo, um Profeta Itinerante e Cheio do líspírito ( 1 2 . 2 5 — 2 2 . 2 1 ) . O palco agora está armado para a pre gação do evangelho por todo o mundo gentio. Deste ponto em diante, Lucas confina a narrativa aos acontecimentos proeminentes na vida de Paulo. Pedro foi o porta-voz dominante em Atos capí tulos Ja 12, mas daqui em diante o foco se centraliza no ministério de Paulo. Por meio dele e seus cooperadores, que são capacitados pelo Espírito Santo, o evan gelho é pregado e as fronteiras da Igreja continuam se estendendo muito além tia Palestina. Como observamos, até agora t) Espírito Santo tem dirigido os assun tos da Igreja, e o relato de Lucas sobre as viagens de Paulo deixam claro que o Espírito continua dirigindo e capacita ntlc > t) povo de Deus. 5.1. A Primeira Viagem M issionária (12.25— 15.35) Tendo cumprido a missão emjerusalém (cf. At 11.27-30), Barnabé e Saulo, levando consigo João Marcos, voltam a Antloqula, Aqui, Lucas apresenta Marcos (At 12.25), Foi para a casa tle sua mãe, Maria, que Pedro se dirigiu quando Ibi solto da prisão, Logo depois tia chegada a Antioquia, a Igreja naquela cidade começa nova fase cie atividade missionária. Por esforços próprios, Antioquia se torna centro vilal para as missões cristãs. A narrativa de Lucas tio que se chama a primeira via gem missionária tle Paulo começa com a escolha tio líspírito Santo de Barnabé e Saulo para uma obra especial. 5.1.1. Antloqula: Barnabé e Saulo sc Separam (12.25— 13.3). A igreja em Antioquia é servida por profetas e mestres, Na Igreja primitiva, profetas e mestres eram indivíduos cheios do Espírito, freqüente mente mencionado,<eomo proeminentes pregadores da palavra (Um 12,6-H; I Co I2.2H.21); líl'4,11), O Novo Testa mento n£u > liiz dlslInçÃi»dura entre estes d< >ls i »fielt >s, e ii mesma pessoa pode ser ambos, Hm geral, um proleta eru inalNesponlflneoem seus pronunciamentos, lalando no povo por inspiração com base em revelação, tendo a atenção dirigida aos propósitos de Deus em relação ao futuro; um mestre inspirado era mais didático e expunha as Escrituras e os fundamentos da fé. Ele buscava dar direção à Igreja com base no que tinha acontecido no passado (Theo- logical Dictionary of the New Testament, eds. G. Kittel e G. Friedrich, Grand Rapids, 1964-1976, vol. 6, p. 854). Lucas alista cinco homens como pro fetas e mestres. Ele não dá indicação de quem era o quê; provavelmente não havia como traçar clara linha divisória entre o ministério de qualquer um deles. Todos os cinco estavam envolvidos na exposição das Escrituras e tinham dons carismáticos para pronunciamentos inspirados. Nume rado entre estes líderes espirituais estão Bamabé e Paulo (Saulo). Barnabé está em primeiro lugar na lista, sugerindo que ele era considerado o mais proeminente. Lucas faz importante referência à ado ração no versículo 2. Ele não indica que a congregação está presente, mas isso pode ser presumido. Em outras palavras, a nova iniciativa para expansão do evangelho ocorre no cenário de adoração ao Senhor Jesus, jejum e oração. Os profetas e mestres eram sensíveis às necessidades espirituais e passavam tempos juntos em adoração e jejum. A palavra traduzida por “servindo” (Jeitourgeó) tem a ver com culto religioso, como ocorria no templo. A idéia comuni cada por esta palavra é a de prestar culto e adoração ao Senhor, mas na Septuaginta a palavra é usada para fazer culto, sobretudo pela oração (Bauer, W. F. Arndt e F. W. Gingrich, A Greek-English Lexicon of the New Testament and OtherEarly Christian Literature, Chicago, 1979, pp. 470-471). Elemento importante da adoração que prestam deve ter sido a oração. Os profetas e mestres demonstram a seriedade das orações jejuando (cf. At 14.23). Durante um destes períodos o Espírito Santo reafirma a verdade revela da a Pedro (At 10,9-20) e dirige a Igreja a ampliar seu testemunho. Ele ordena que Itarnabé e? Saulo se|am "apartados" (ithbo- Wto, "e< >iisagra r" ), Hsle verl x » era usailt > n< > sentido da consagraçflo dos levitas para a obra il qual Deus j;i os tinha chamado ( Nm 16.9), Também se refere ;) separaçflo de Paulo para se tornar apóstolo ( Km 1, 11 Gl 1.15). Presumivelmente esta mensagem do Espírito Santo é comunicada por um ou mais dos profetas. Asentença: “Para a obra a que os tenho chamado” (v. 2) indica que estes homens já tinham sido chamados antes, Quer dizer, Deus já tinha tomado uma cleclsftc) s< >bre a obra de Barnabé e Saulo, Saulo, sabemos, fora comissionado pelo Senhor no mo mento de sua conversão para evangelizar aos gentios (At 26.16-18). Sua cxpetiíncia na estrada de Damasco lnclufn grande transformação de sua vida ao conhecer Jesus Cristo como Salvador, e profunda revelação de que ele foi chamado para ser apóstolo aos gentios, Nilo temos melo de saber quando exatamente Harnabérecebeu sua chamada,. A obra de Barnabé e Saulo se origina com Deus — não com planos inventa dos pelos homens — e é empreendida em obediência à voz do Espírito, Por conseguinte, a Igreja em Antloquia co missiona formalmente Barnabé e Saulo como missionários. Antes de fazê-lo, ela jejua e ora, e depois impõe as mitos nos dois homens. A imposição de mitos aqui não é a ordenação ao ministério, mas a consagração a um trabalho especial, Dá-lhes uma responsabilidade solene, concedendo-lhes força e recomendando- os à graça de Deus. Barnabé e Saulo sflo enviados como representantes da lgre|a em Antioquia. 5.1.2. Chipre (13.4-12). A prlmeÉa viagem missionária começa em Antloquia com o Espírito Santo falando pelos pro fetas. Lucas enfatiza que o Espírito Santo está dirigindo esta missão e enviando os missionários (v. 4), procedimento que sc mostra programático para as três viagens de Paulo. No começo de cada uma, Lu cas observa a obra do Espírito e mostra como Paulo faz a obra de um apóstolo e profeta cheio do Espírito (cf. At 15.4| 16.6-8; 19.1-7). Hurnuhé r Smilt) Inldum u vlugem, Imlo a Sclêuda, o p< >rto murftlmo de Aniloqiila. I )e lá, eles navegam ao porto de Salamina, loeall/ado na extremidade oriental da ilha dc Chipre. Esta ilha era o local de nasci mento de Barnabé e era campo adequado para a obra missionária, visto que tinha grande população judaica. O evangelho jíí havia sido pregado em Chipre com algum sucesso (At 13.19,20). A estratégia tios missionários é começar a pregar o evangelho nas sinagogas judaicas. Pregar nas sinagogas torna-se caracte rística do trabalho missionário de Paulo (At 13.14,46; 14.1; 17.1,10; 18.4,19; 19.8). Começando lá, Barnabé e Saulo seguem o princípio de oferecer o evangelho pri meiramente para os judeus, e depois para os gregos (Rm 1.16; cf. os comentários de Jesus em Jo 4.22). Virtualmente falando, a sinagoga também forneceu oportunidade para estabelecer um ponto de contato para o evangelho. Ali, ordinariamente, judeus, prosélitos e gentios tementes a Deus pode riam ser alcançados. João Marcos acompanha os dois missionários como “cooperador” (byperetes, “assistente”), ajudando em to dos os sentidos, inclusive ensinando aos convertidos os elementos da fé. Pouco é sabido sobre o sucesso da pregação dos missionários em Salamina. Depois de curta permanência em Salami na , os missionários viajam a Pafos, capital de Chipre, cerca de cento e quarenta e cinco quilômetros de Salamina na extremidade ocidental da ilha. Lucas faz uma pausa na narrativa para relatar o encontro dos mis sionários com dois homens em particular: Sérgio Paulo, o procônsul (anthypatos, chefe de uma província senatorial) roma no de Chipre; Elimas, o Mágico, também conhecido pelo nome judaico de Barjesus. Lucas caracteriza Sérgio Paulo como “ho mem inteligente” (ARA; “varão pmdente”, RC), significando que ele tem capacidade mental e não é engabelado pelo mágico (v. 7). Como era comum no mundo antigo, o procôncul tinha atração pela magia e con sultava feitiçaria e quiromancia a respeito de questões Importantes. Entre oN assistentes de Sérglc > Paulc > está o judeu mágico barjesus. Barjesus dedica- se amadoramente ii maglu e se considera profeta, afirmando ter Inspirações, Mesmo que Sérgio Paulo tenha atração por ma gia, ele mostra surpreendente abertura ao evangelho pedindo para falar com Paulo e Barnabé. Quando ele fica sabendo que estes dois homens trazem as boas-novas de Cristo, o procônsul os chama para ouvir o que eles têm a dizer. Podemos presumir que Sérgio Paulo fica impressionado com a mensagem dos apóstolos. O sucesso de Paulo e Barnabé convence Barjesus de que sua influência sobre o procônsul chegou ao fim; assim, ele teme que venha a perder sua posição. Barjesus faz os maiores esforços para afastar o pro cônsul do evangelho cristão. A oposição aberta do mágico resulta numa confron tação entre Paulo, o verdadeiro profeta (At 13-1), e o falso profeta. Esta conversa é a segunda confrontação do cristianismo com a magia (cf. At 8.9-24). Sabendo que Barjesus está tentando obs truir a verdadeira palavra de Deus, Paulo assume forte ação profética contra ele (At 13.9-11). Ele está “cheio do Espírito Santo” (v. 9; cf. v. 4) e pelo poder do Espírito pro nuncia julgamento sobre este inimigo do evangelho. Ele descreve o caráter de Barjesus como “filho do diabo”. Quer dizer, o mágico está cheio de poder e engano satânico, e sua magia é inspirada por demônios. Ele é “inimigo de toda a justiça” e está a “pertur bar os retos caminhos do Senhor” (v. 10). “Os retos caminhos” se referem aos planos de Deus e seus ensinos que conduzem à fé, especialmente ao avanço da missão da Igreja (cf. Pv 10.9; Os 14.9). O falso profeta está tentando torcer e perverter a verdade de Deus em mentira. Como profeta de Deus e cheio do Espí rito, Paulo pronuncia uma maldição sobre este agente do Diabo. A expressão “mão do Senhor” (v. 11) alude ao poder do Senhor para julgar e castigar. O castigo que se abateu sobre Barjesus é cegueira, de forma que “a escuridão e as trevas” (v. 11b) caem sobre ele, e ele fica procurando alguém para o conduzir pela mão. Por causa da misericórdia do Senhor, esta cegueira é temporária (cf, “por algum tempo", v. I la). () castigo de Barjesus lembra a conversão flVft dePauk i, nu qual ele viu 11 ( irlsti > ivsNUiTel« i e ficou cego, A cegueira de Paulo foi o resultado de seu encontro lianslormailtir com o Salvador, mas a cegueira domflglco é um aviso, com o propósito de levd-loao arrependimento. Não somos Informados sobre o tempo que Barjesus ficou cego e se ele se converteu,. A missão divina dos missionários é con firmada por este milagre de julgamento. Quando o governack >r vê o que aconteceu, ele se torna cristão. Ele associa o poder profético de Paulo e Barnabé com o que ele aprendeu do Senhor sobre seus en sinos. O milagre confirma a mensagem do evangelho. Atônito pela “doutrina do Senhor” (v. 12), o procônsul crê emjesus. Muito provavelmente “Senhor” se refere a Jesus (cf. w . 10,11). Em Atos, Lucas nunca fala dos ensinos do Pai, mas somente dos ensinos do Filho, Jesus Cristo. Deste relato, dois fatos particulares são evidentes. 1) A viagem missionária começa com a confrontação de um prático em magia, um falso profeta. A vitória sobre o mágico é paralela ao encontro de Pedro com Simão, o feiticeiro (At 8.9- 25). Barjesus, agente do Diabo, não pode deter a marcha do Evangelho. A primeira fase da viagem de Paulo e Barnabé é bem-sucedida, porque eles foram dotados com a plenitude do Espírito Santo e porque o poder do evangelho é superior ao poder demoníaco do mundo. 2) A sentença: “Saulo, que também se chama Paulo” (v. 9) expressa que Lucas a partir de agora se referirá a Paulo pelo nome romano em vez do nome hebraico, Saulo. Muitos judeus, que viviam fora de Pales tina, tinham um nome hebraico e um nome romano. Como cidadão romano, provavelmente adquiriu seu nome romano anteriormente. Lucas menciona o outro nome aqui, porque deste ponto em diante, Paulo se torna o líder mais proeminente na Igreja. É mais adequado identifi car Paulo pelo nome romano, visto que ele começou seu ministério ao mundo gentis, e é o nome que Paulo nun cm Nuwt curtas, Note lumbóm que nie este acontecimento, Lucas ivglslrtui a ordem d<>,s n<mies comc> " I lama bé e Saulo", ma» de ag< >ra em diante <5 "Paulo e os que estavam com ele" (cf. v. 13). 5.1.3-Antloqula da I%Idla(13.13-92). Deste ponto em diante, Paulo torna-se o figura central na narrativa de Lucas e o líder do empreendimento missionário, Barnabé e João Marcos são simplesmente "ou quo estavam com ele”. Os três homens esco lhem como próximo campo de trabalhoo sul da Ásia Menor. Paulo já evangellzi >u a Cilicia (cf. At 9.30; 11.25,26), mas ag< >* ra os missionários desejam apresentar 0 evangelho na área oeste da Cllícii, Deixando Chipre, os três navegam pura Perge, capital da região chamada Panfiila, cerca de doze quilômetros para o Inlerli >r, Muito provavelmente eles desembarcam em Atália, o porto marítimo de Perge, 1,(1, João Marcos decide não pr< >ssegu Ir viagem, mas voltara casa emjeaisalém. Lucas nfli > dá razão para esta decisão. O que quer que seja, sua desistência mostra-se extremamente insatisfatória para Paulo. Mais tarde, no começo da segunda viagem misslonílrla, Paulo recusa permitir que Marcos se )unte ao partido missionário, e Paulo e Barnabé têm amarga separação (At 15.37-39). Porém, anos depois, Paulo escreveu aos crente» em Colossos estas palavras de aprovaçíloi "Se ele [João Marcos] for ter convosco, recebei* o” (Cl 4.10; cf. 2 Tm 4.11). Após curta permanência em Perge, Paulo e Barnabé vão a Antioquia da Pisídla, Im portante centro militar do sul da Ásia Me nor. Esta cidade, cerca de cento e sessenta quilômetros de Perge, ficava justamente fora da província da Pisídia,e atraía número considerável cle pessoas judias, 15e ac* >rcl( > com a prática normal dos mlsslcmárit >s, eles começam o trabalho na cidade pregando o evangelho na sinagoga judaica. No sábado, Paulo e Barnabé U >mam imx lesU >s assetlli in na congregação entre o povo, Lucas não nos dá completa dcscrlçAo do culto na sinagoga, mas normalmente tais reuniões começam com u leitura da Lei de Moisés e do Livro dos 1’rol'elas e 0U7 IlôuclaCHIPRE Salamina Mar Mediterrâneo EGITO I !iliil(|r<>|ii<>tnPf]íosdo século IV, embaixo, é a it ii iliii iiitiga lgre|a na Ilha i In ChlpiB, e oslá associa- i In com a primeira viagem missionária de Pauto. A Ingerida no local declara quo Paulo foi amarrado a esta coluna, adma,e fiyollndo. passam para a oração; a seguir, éfeito um sermão, geralmente cie caráter oratório, I » >r alguém presente que seja habilitado. Talvez lenha se sabido que Paulo e Bar nabe silo mestres visitantes. Pode ser que os líderes das sinagogas tivessem algum conlalo com eles antes do início d<> culto da sinagoga, líles convidam estes dois iiilssli mãrl< >s para < >lerecer “alguma palavra de c< insolação" (/xiraklcsls, “ex< irtação"), HIpmnÔo tratados como "Irmilos", ou sejam, judeus, e niK) como crcnlcN, Paulo actila o convite amigável e se levanta para dis cursar à congregação. Entre os gentios era habitual o indivídiK > ficar em pé para discursar a um grupo. De pé, Paulo gesticula com a mão para chamar a atenção da congregação. Ele reconhece a presença de judeus e gentic>s, pessoas tementes a Deus (cf. At 10.2), que desejam adorar o Deus de Israel. A mensagem de Paulo em Antioquia é (> primeiro e maior exemplo cle pregação missionária cle Paulo. O fato de Lucas registrá-lo não eleve ser considerado comi > cópia total do sermão que Paulo entregou naquele dia. Sua mensagem inspirada pelo Espírito segue um padrão simples da pregação cle Pedro (At 2.14-36; 3.12- 26; 10.34-43) e da pregação de Estêvão (At 7.2-53). Paulo esboça as principais características da história de salvação, mostrando como Deus elaborou seu plano para Israel. ( I ) Ele começa com um breve relaloda história da bondade de I )euspara com Israel (vv. 16b-22); (2) lileargumenta que, de acordo com profecias do Aniign Testamento, Jesus provi>u ser o Salvador medlanle sua morte* e ressurreição (vv, fi'JM 2 3 -3 7 )i (3 ) Kle apresenta que ei perdfto de pecados est.i disponível som ente por Jesus Cristo (vv. 3H-41). I) Depoisdedirigir-seà multidão por: "Varões israelitas e os que temeis a Deus” (v. 16b), Paulo resume a história gloriosa de Israel, falando da bondade de Deus para com Israel do Êxodo aos dias de Davi (vv. 17-22). Vol tando aos patriarcas, o primeiro dos quais foi Abraão, ele diz: “O Deus deste povo de Israel escolheu a nossos pais”. Enquanto os israelitas viviam como estrangeiros e escravos no Egito, Deus os fez prosperar, aumentando-lhes a população e a força, de forma que eles se tornassem uma nação poderosa. Milagrosamente Deus estendeu seu braço poderoso e libertou seu povo da escravidão do Egito. Apesar das falhas dos israelitas e do modo como eles trataram Deus durante os quarenta anos de viagem a Canaã, Deus tolerou o povo (v. 18). Ele defendeu sete nações em Canaã e deu esta terra a seu povo. Deus fez tudo o que está recitado aqui em quatrocentos e cinqüenta anos. Este período é difícil de calcular. Presumivel mente cobre os quatrocentos anos passados no Egito, os quarenta anos peregrinando no deserto e os outros dez anos durante o tempo da entrada em Canaã até à época em que a terra foi dividida entre as tribos. Paulo prossegue narrando a história, discutindo o tempo da entrada em Canaã ao longo da era dos juizes até o fim do reinado de Saul, como rei. A expressão “depois disto [deste tempo]” (lit., “depois destas coisas”, v. 20) se refere à série de acontecimentos que Paulo falou nos ver sículos 17 a 20, que foram concluídos com a derrota das sete nações por Josué. Logo em seguida à entrada de Israel na Terra Prometida, Deus lhes deu juizes que eram líderes carismáticos — indivíduos espiritualmente dotados que capacitaram os israelitas a vencer os inimigos. Embora os juizes tenham fornecido liderança inspirada, os israelitas even tualmente pediram um rei. Em resposta ao pedido, Deus lhes deu Saul como rei. De acordo com registros históricos, este homem tia tribo dc Benjamim reinou so bre cies durante quarenta anos, embora a duroçfto do reinado nÊo seja dada no A n 11 gt ilbst 111 nc nt o (ef, Josefo, / U / / í/f hufai Judaicas). Deus retirou Saul porque ele foi considerado Inadequado para u tareia, e ungiu Davi rei em seu lugar. Paulo cita o testemunho divino rela tivo a Davi: “Achei a Davi, filho dejea- sé, varão conforme o meu corayflo, que executará toda a minha vontade" (v, íl\ cf. 1 Sm 13.14; Sl 89.20), Estas palavras se referem ao caráter de Davi como um todo. Na verdade, Davi cometeu grande« pecados, mas seus pecados nâo mudaram a estimativa que Deus tinha a respeito dele, porque Davi se arrependeu, Saul fracassou na obediência e adoraçílo dc Deus. Davi, fazendo a vontade divina c arrependendo-se, provou ser o tipo de homem que Deus queria que ele fosse, Paulo conclui a primeira parte dosermfto, mostrando que Davi se estabeleceu como o rei ideal de Israel. 2) Nesta seção do sermão, Paulo ImedlRtA* mente passa para seu tema principal: Jesill, o prometido Filho cie Davi, Jesus é multo maior que Davi porque Ele é o Salvador ungido (vv. 23-37). Antes do ministério público de Jesus, João Batista pregou um batismo de arrependimento, conclaman do o povo de Israel a se arrepender e wr batizado, Seu ministério foi o comiço ile uma nova era e apresentou Jesus como 0 Messias. Como precursor de Jesus Cristo, João foi o vínculo crucial entre Davi e o Senhor. Antes de completar seu ministério, ele negou que fosse o Messias prometido, Alguém que vinha depois dele seria maior que ele. Jesus era tão grande illie Joflo não se sentia digno de fazer o trabalho de escravo de lavar os pés de Jesus, Depois de se dirigir audiôncl# fca- vamente (v. 26; cf. v. 16), Paulo passa diretamente para os sofrimentos e morte de Jesus na cruz (vv. 27-29), Ele exnllea que os judeus dc Jerusalém c seus líderes não reconheceram Jesus como Messias, nem eles entenderam o testemunho pro fético no Antigo Testamento, o qual cies ouviam nas sinagogas a cada sábado. Sem saberem, os judeus cumpriram o nlano de Deua que tinha sido proclamado pe los profetas relativo ao Messias, Nem os juilcus nemIMIalos puderam :u lutr base legal na qual condenar Jesus, Embora o Sinédrio o acusasse de blasfômia, eles não conseguiram provar. Mesmo assim, o povo judeu e seus líderes condenaram Jesus o o crucificaram. Paulo se refere à cruz por “madeiro”, tia mesma maneira que Pedro (At S.30; 10.39; 1 Pe 2.24). Ele não faz distinção entre os inimigos de Cristo que o crucifi caram e seus amigos. No verbo “puseram”, no versículo 29, estão os amigos como José de Arimatéia e Nicodemos que o desceram da cruz e o enterraram numa tumba. Mas Jesus não permaneceu no sepulcro, pois Deus o ressuscitou dos mortos. Quer dizer, Deus fixou seu selo em Jesus como Salvador ressuscitando-o depois da crucificação. Esta ressurreição vindicou sua afirmação de ser o Cristo. A cruz e a ressurreição não devem ser separadas; elas permanecem unidas como o poderoso ato redentor de Deus. O Salvador ressurreto apareceu aos discípulos, que tinham estado comjesus ao longo do seu ministério público, durante um período de “muitos dias” (v. 31; cf. Lc 24.13-53; At 1.3-9)- Eles o conheciam bem e não podiam estar enganados. Tendo visto o Jesus ressurreto vezes sem conta, eles estavam perfeitamente qualificados para testemunhar “para com o povo” (i.e., os judeus) acerca da realidade do triunfo sobre a morte. Paulo tem em mente, de forma primária, a pregação do evangelho feita pelos apóstolos para os judeus na Palestina e, talvez, também sua posição como testemunha escolhida de Deus para os gentios. O ponto principal é que a pro clamação da ressurreição de Jesus não se apoiava em rumores ou tradições humanas, mas no testemunho de homens e mulheres que tinham visto com os próprios olhos o Salvador ressurreto. À medida que Paulo proclama as boas- novas, ele quer que os ouvintes judeus fiquem propensos a aceitar a promessa dada aos antepassados (v, 32). As “boas- novas" já não são questão de promessa, mus de cumprimento, porque I )eus cum priu a promessa dada aos patriarcas, O pronome "n<V\ na Ira no "a iión" (v. 32), Inclui os juileus que estilo presenles e Paulo, mas a presença de pessoas lemen tesa Deus na audiência (w . 16,26) pode sugerir que estas pessoas são vistas conic > descendentes espirituais dos antepas sados judeus (cf. Km 4.11-25). A antiga promessa do Messias fora cumprida na vida e ministério de Jesus, inclusive na sua ressurreição gloriosa. A verdade de Deus ressuscitar Jesus d< >s mortos é nova para a audiência de Paulo. Pelo fato de lhes faltar conhecimento, ele apela não só para as testemunhas oculares, mas também para o testemunho da Escri tura como prova da ressurreição de Jesus. Primeiro ele cita o Salmo 2.7: “Meu filho és tu; hoje te gerei”. Quando um homem era ungido rei em Israel, entendia-se que ele devia ser representante da nação e, como tal, estava numa relação nova comjavé, o Senhor. Depois do batismo dejesus no rio Jordão, Ele foi ungido pelo Espírito Santo para o ministério, experiência semelhante à unção de um rei, que é representar a nação diante de Deus. Quando o Espírito capacitou Jesus para a obra carismática, uma voz lhe falou do céu nas palavras do Salmo 2.7: “Tu és meu Filho amado” (Lc 3-22). Esta Escritura afirmou a filiação divina de Cristo. A vitória dejesus sobre a morte provou que Ele era o Filho de Deus. Embora a filiação dejesus já fosse uma realidade e não tenha começado na ressurreição, a primeira Páscoa o confirmou como o Filho divino de Deus (cf. Rm 1.4; Hb 1.5). Há os que insistem que na ressurreição dejesus Deus o adotou como Filho, apelando pa ra o Salmo 2 como base de interpretação. Mas durante seu ministério terrenojesus já era o Filho de Deus (Lc 3.22; 9.35; Jo 1.14). Os seguidores dejesus o declararam ser o que sempre Ele foi — o Filho de Deus. A realidade de sua ressurreição lhe deu prova final de que ele era Salvador e Rei para sempre. Paulo cita duas outras passagens es treitamente ligadas como profecias da ressurreição de Cristo; Isa ias 55.3 e Salmo 16,10. Isaías sugere que na ressurreição dejesus Ele enrrou numa nova existência para "nunca mal* tomur í> corrupção" ( Ai 13.34), Sun ressurreição envi ilvlu iiuiIm t|iic ser restabelecido í\ vida, Ncculi >s anlosde Cristo morrer na cru/, Deus prometem a Davi um descendente para reina mo trono parasemprei2 Sm 7.8-16). lista promessa foi renovada em Isaías 55.3; Paulc) destaca que Deus cumpriu essa promessa ago- ra ressuscitando Jesus dos mortos para se sentar no trono de Davi (cf. Lc 1.32). Deus concedeu sobre Jesus “as santas e fiéis bênçãos de Davi”; a palavra “vos” (At 13.34) diz respeito não apenas a Jesus, mas a todos os que põem a confiança nEle. Os crentes recebem as seguras ma nifestações da graça de Deus prometidas a Davi, como o perdão de pecados e a vida eterna por Cristo. O Cristo ressurreto e exaltado reinará para sempre, porque Deus não deixará que seu Santo “veja corrupção” (Sl 16.10). O “Santo” se refere a Jesus, o Messias, não a Davi que morreu e cujo corpo viu corrupção permanecendo no sepulcro (cf. At 2.25-32). Em contraste com Davi, o corpo de Jesus não ficou no sepulcro. A profecia do Salmo 16.10 não se refere a Davi, mas a Jesus, que triunfou sobre a morte e nunca morrerá novamente. 1 )e novo, mais que a ressurreição de Jesus está envolvida aqui. A bênção prometida no Salmo 16.10 aplica-se a “vos", os crentes (Is 55-3). O cumprimento das bênçãos de Deus a Davi por Jesus Cristo também garante aos crentes que eles serão res suscitados. A ressurreição de Jesus torna possível e conduz a nossa. 3) Na conclusão do sermão de Paulo, ele enfatiza que o perdão de pecado é pos sibilitado pela fé no Cristo ressurreto (vv. 38-41; cf. At 2.38; 3.19; 5.31; Lc 24.47). Ele se dirige novamente à sua audiência por “varões irmãos”, incluindo os israelitas e os gentios tementes a Deus. Ele lhes explica o significado que a ressurreição de Jesus tem para aqueles que confiam nEle. A salvação vem “por este” —Jesus—, significand< > que somente pela morte e ressurreição dejesus o perdão de pecado pode ser proclamado e oferecido às pessoas. O uso que Paulo faz da palavra "justi ficados" (cHkaioo) díí ao sermfto ênfase distintivamente paullna e significa baslea- menu* "declaradi iniloeulpad» >" a palavra e um tornu > legal usudi > no« tribuna Is para expressar ovorodlclodeabsolvlçflo, Aqui, Puuloousa para descrever a condlçfloda quelos que crêem em Cristo, () veredicto divino é culpado (Um 3,23), masoserenies são absolvidos, porque a penalidade polo pecado foi paga por outro: Cristo. Ele re mete os pecados e trata os crente« como se nunca tivessem pecado, colocando-o» em relação certa com Ele mesmo, O versículo 39 resume esta doutrina du justificação. Noladonegatlv« >, ulngi lémpodc afiançar perdão de pecado ou JustIllcaçAt > observando as regras e regulamentou da lei mosaica. O modo como esto versículo foi traduzido pode significar erroneamente que a lei de Moisés pode nos livrar do alguns pecados, embora não de outros, Este versículo não deve ser diminuído do sua eficácia com o sentido do que Crlslo fornece remédio para os pecados mio a lei não fornece. O ponto de Paulo o que a lei não oferece remédio algum, A lol do Moisés não pode, de forma alguma, i io n justificar ou nos livrar do pecado. No lado positivo, o versículo 39 cnlutl/u que a justificação e o perdão do pecado são oferecidos pela fé em Cristo, Embora a lei mosaica não nos possa justificar, a lé em Cristo nos livra de todos os pecados, 1 )eus tem um meio universal do sulvaçAi ii “Todo aquele que crê", Gentios e judeu* são “justificados”. Deus declara como jUM* to aos seus olhos todos os que põem a lé em Cristo. Qualquer esforço humano para garantir o perdão de pecados pelas obras da leié fútil. Paulo conclui o sermão com uma ad vertência profética de I labacuque 1,1, í ) teor das palavras do profeta, cltadaÉpor ele, nu >stra que o prejfeta está so rclorliuli t ã Iminente invasão e destruição do Judí pelos babilônios (c. 605 a.C,), lilo apo ia para esta profecia como advcrlôndu contra rejeitar o evangelho que ele ostfl pregando. Indubitavelmente, as obser» vaçõos do Paulo sobre a lol do Molsís devem ter despertado preocupação tle alguns ilos ouvintes judeus, Se rejeitam a graça |u«tlficudoru de Deus oferecida em Cristo, eles so Identificam com aqueles u /Ul quem I lubucuquc* lalou palavras temero sas, t|imiul» Deus cNtavu la/endo açftes lito p« hI(t< >.síts < |iu* lom acreditaria, A rejeição que os Incrédulos dão no evange lho nos dias de Paulo é tilo Indesculpável quantoa Incredulidade doque despreza ram 0 lompo da Invasão babilónica nos dias do proleta (I lb 1.5-11). A narrativa de Lucas da experiência na slnagí >ga c< inlinua com a resposta do povo ao sermão (vv. 42-49) e a perseguição e pari Ida dos missionários (vv. 50-52). O ser mão do Paulo inspirado pelo Espírito causa 1 m >funda impressão na maioria da audiência. Quando Paulo e Barnabé começam a sair da sinagoga, muitos expressam interesse em ouvi-los no sábado seguinte. I )ep<>is da despedida da congregação, Lucas registra C|ue “muitos dos judeus e dos prosélitos religiosos” seguem os missionários. Como já indicado, alguns dos presentes na sinagoga eram gentios que “temem a Deus” (vv. 16,26). Estes tementes a Deus eram gentios que ado ravam o Senhor, mas que não tinham se convertido inteiramente ao judaísmo. A IVase “prosélitos religiosos” (lit., “prosélitos que adoram”) se refere aos gentios que eram totalmente convertidos ao judaísmo; eles tinham aceitado a circuncisão e sen- l iam forte ligação com a forma judaica de adoração. Quando saem, muitos destes devotos gentios e judeus ficam falando com Paulo e Barnabé e expressam pro fundo interesse na mensagem. Enquanto falam com as pessoas, Paulo e Barnabé as encorajam a permanecerem fiéis “na graça de Deus”. Aqui, graça não deve ser considerada no sentido técnico de recebera salvação oferecida porjesus Cristo. Estas pessoas ainda não crêem no evangelho; portanto, elas ainda não são salvas. Mas Paulo as exorta a continuar confiando na bondade e favor de Deus e a permanecer investigadores sérios da verdade, crendo que Jesus é o cumpri mento das promessas de Deus no Antigo Testamento. Durante a semana seguinte, a notícia sol nr o sermão missionário na sinagoga se espallui pela cidade de Anlloqula, Como retalhado, "qiiUNc Ioda a cidade" vai íi sinagoga no srtbado seguinte para ouvir a mensagem crlslá, "a palavra de Deus", pregada por Paulo. O apóstolo entrega um sermão, não registrado por Lucas, no qual apresenta com mais detalhes a verdade proclamada no sábado anterior. Certamente ele declara a insuficiência da lei em justificar qualquer pessoa aos olhos de Deus e a suficiência de Cristo em nos livrar do pecado e nos levara uma relação certa com Deus (v. 39). Quando os judeus (provavelmente os líderes da sinagoga) vêem as grandes multidões ávidas para ouvir Paulo, eles “encheram-se [pimplemi] de inveja [zelos, “ciúmes”]” (v. 45). O mesmo verbo que aparece aqui pimplemi, é usado para fa lar dos discípulos que são cheios com o Espírito no Dia de Pentecostes (At 2.4) e dos discípulos em Antioquia que ficaram cheios de alegria e do Espírito Santo (At 13-52). As autoridades judaicas não são movidas pelo Espírito Santo, mas por um espírito invejoso. Eles desejam preservar a santidade da lei e temem que o evangelho afaste da sinagoga os tementes a Deus. Eles têm dúvidas sobre o que Paulo está pregando e não podem ver Deus em ação no seu meio, justamente como a profecia de Habacuque antecipou (v. 41). A fim de deter o movimento religioso, eles dis cordam do que Paulo diz e declaram que seus ensinos são mentirosos. Neste momento, parece inútil argumen tar com estes líderes. Eles estão ficando abusivos ao contradizerem a mensagem cristã e dão pouca importância ao que os apóstolos estão dizendo. Os missionários falaram aberta e corajosamente, e com certeza inspirados pelo Espírito Santo. Mas o pronunciamento ousado aumentou a oposição das autoridades judaicas. Essa rejeição do evangelho dá a Paulo e Barnabé a oportunidade de declarar sua missão: “Era mister que a vós se v( >s pregasse primeirc > a palavra de Deus” (v. 46). De acordo com o plano divino, o evangelho deve ser apresentado primeiramente aos judeus, e depois aos gentios (J<m 1,16; 2.10). De lugar em lugar, mesmo em terras gentias, sua prática era Ir primeiro aos judeus, Agora que CHICN judeus rejeitaram o evangelho, 7IIJ on mlHNlonrtrlo» e»tflo Iivm’.i da obrigação e se vollam pniii on gentloN, Pelo latode on judeu» terem recuNatlo crer no evangelho, cIon pronunciam s( >bre si mesmos o julgamento de que eles não são “dignos da vida eterna”. A palavra “dignos” (axios) não se refere a mérito pessoal, mas à sua desqualificação por incredulidade de receber a vida eterna. Essa vida é a vida na era vindoura, oferecida somente por meio de Cristo, e é assunto exclusivamente da graça de Deus. Ninguém dentro de si mesmo é digno dela. Visto que os judeus rejeitaram o evan gelho, Paulo e Barnabé anunciam aber tamente a missão gentia (w. 46,47), e os gentios presentes ficam deliciados em ouvir que o evangelho é direcionado a eles (v. 48). Eles respondem alegrando-se e glorificando “a palavra do Senhor”. A missão gentia é o cumprimento direto da profecia de Isaías 49.6 (citada em At 13.47). Capacitado pelo Espírito, Jesus, o Servo do Senhor, traz a luz da salvação para os gentios (Lc 2.32). De modo semelhante, os missionários capacitados pelo Espírito levam a luz do evangelho “até aos confins da terra” (At 1.8). Lucas acrescenta: “E creram todos quan tos estavam ordenados para a vida eterna” (v. 48). Os verbos “estavam ordenados” têm sido entendidos no sentido de en dossar a predestinação e ensinar que a salvação pessoal de indivíduos é resultado do eterno decreto de Deus. O contexto nos ajuda a compreender o significado de Lucas. Os judeus foram indiferentes à vida eterna e se recusaram a crer no evangelho, ao passo que os gentios cre ram nas boas-novas e receberam o dom da vida de eterna. É claro que a escolha humana tem uma parte na fé salvadora. A resposta de crer ou recusar crer não é dada por decreto eterno. As Escrituras colocam a responsabilidade da resposta ao evangelho na pessoa que o ouve e nunca em Deus. Ninguém recebe a vida da ressurreição ã parte do ato consciencioso da fé em Cristo, O que Lucas está ensi nando é que o grande plano de salvação tie Deus Inclui gentios, e que está sendo Irrevogavelmenle revelado nu pregaçfto do ('vimgrllio nos gentio», Ao crerem no evangelho de* fortim ordenados a vida elerna — quer tllzer, a vida do mundo vindouro despontou em CrlNlo. Éa vida da ressurreição que Deus ordenou que lodo» os que crerem em Jesus Cristo rccebcrflo (Arrington, 1988, p. 137). Os judeus em Antloqula rejeitaram o evangelho, mas não podem deixar de divulgá-lo por toda a região (vv, 49-52), Cada vez mais pessoas no terrltórl» > eircun vizinho ouvem falar da palavra tli > Senhc >r, Por causa do triunfo tio evangelho, on judeus intensificam a oposição a l’aul< > e Barnabé (cf. v. 45). Várias mulhercN gen tias locais haviam se tomado adepta» do judaísmo. Entre estas mulheres temente« a Deus estavam aquelas que provável mente eram esposas tle proeminente» cidadãos gentios. Os judeus Instigam cnIu» mulheres socialmente importa nleN contra os missionários. As mulheres sempre estavam entre a maioria dos adeptos fiéistio evangelho, mas estas mulheres com seus marldc >» »A< > induzidos a tomar atitude hostil contra ( >n missionários. Paulo e seus cooperadore» são forçados a deixar a cidade, lile» e»UK) indignados e mostram que sabem que ( >n judeus são responsáveis pela expulsflo dos apóstolos. Assim, antes tle saírem, eles sacodem o pó dos pés como NÍmlJO- lo de que eles estão livres tle qualquer responsabilidade pelos que rejeitaram o evangelho (cf. Mc 6,11; Lc 10.16), Depois que os missionário» deixam Antioquia, os novos crentes enfrentam perseguição. Não obstante, o coraçAo destes novos-convertldos não está Chel( > tle pesar e medo. Antes, o Espírito Santo ministra às suas necessidades cspirltlmln, Por conseqüência, eles estilo enelo i de alegria e tio Espírito Santo, On verbo» “estavam cheios” (eplerounto, tempo imperfeito) se refere à ação linear no tempo passado ("estava estando cheio*"), descrevendo a capacitação e InspIraçAo carismáticas do Espírito Santo que e»le» discípulos experimentariam diariamente, O Espírito enche continuamente e capa» cita os crenlcN durante e»te período de compulsão espiritual, Anteriormente estes novos crentes ti nham com certeza recebido o batismo inicial com o Espírito, mas como os dis cípulos no Dia de Pentecostes eles são novamente cheids com o Espírito (cf. At 4.31). A experiência inicial pode ser des crita como batismo (imersão) no Espírito ou enchimento do Espírito, mas há outros enchimentos para necessidades ou tarefas específicas. O enchimento com o Espírito não é somente uma experiência inicial; deve ser uma realidade contínua e a condição normal dos crentes pentecostais. 5.1.4. Icôn io (14.1-7). Depois de saírem de Antioquia, Paulo e Barnabé tomam a estrada que leva ao sudeste, até que eles chegam a Icônio, cerca de cento e quarenta e cinco quilômetros. Lucas faz apenas breve resumo do ministério dos missionários naquela cidade (v. 3), mas o que Eles experimentam torna-se a resposta típica ao evangelho em fu turos empenhos missionários. Quando eles chegam a Icônio, eles vão à sinagoga local, onde, como era costume, começam o trabalho. Na sinagoga, os missionários acham pessoas preparadas para ouvir as boas-novas. De acordo com o padrão estabelecido na primeira viagem missionária (At 13.46; 14.1), a pregação é dirigida primeiramente aos judeus. Inspirados pelo Espírito, Paulo e Barnabé falam com grande persuasão. A pregação produz convicção e leva à conversão grande número de judeus e gentios tementes a Deus (v. 1). A men sagem missionária não cai em ouvidos surdos, contanto que seja julgado por méritos próprios e sem interferência. Mas dificuldades não demoram a aparecer. Judeus incrédulos incitam os sentimentos de gentios (não ligados à sinagoga) contra “os irmãos” (os crentes). Eles envenenam a mente desses gentios, provavelmen te usando calúnia falsa e maliciosa. Em conseqüência, surge dentro da cidade a oposição ao evangelho, tanto de judeus quanto de gentios. Paulo e Barnabé passam “muito tempo” pregando em Icônio. Apesar da resistência, eles pregam “ousadamente", modo caracte rístico de descrever pregadores inspirado« pelo Espírito (cf. At 9.27; 18.26; 19,8; 26.26). O testemunho inspirado e profético pelo Espírito sobre a graça salvadora de Deus revelada em Cristo tem a aprovação de Deus, que confirma a mensagem inspirada “permitindo que por suas mãos [de Paulo e Barnabé] se fizessem sinais e prodígios”. O próprio Deus dá testemunho da palavra em forma de milagres, justamente como fizera em Jerusalém (At 5.12). Lucas não dá detalhes sobre estes mi lagres, mas a pregação e os milagres têm um efeito decisivo nos habitantes da cida de. Eles ficam divididos em sua lealdade. Alguns são leais aos judeus e outros, a Paulo e Barnabé, que são identificados como “apóstolos”. Pela primeira vez em Atos Lucas fala sobre eles como apóstolos. Aqui, esta designação é usada em sentido mais geral, para indicar que estes homens foram enviados como missionários pela Igreja em Antioquia (At 13-3). O evangelho sempre causa divisão; às vezes, acirrada e dolorosa (Mt 10.34). A resistência ao evangelho em Icônio atin ge um clímax. Os judeus incrédulos e os gentios unem-se para ferir os missionários fisicamente. Eles ganham a cooperação das autoridades municipais (ou líderes da sinagoga) para insultá-los e apedrejá-los (v. 5). Paulo e Barnabé ficam sabendo a tempo de uma conspiração contra eles e fogem, indo para Listra e Derbe. Listra era posto romano de destacamento avançado que se situava a apenas trinta e dois quilômetros Tomando conhecimento de uma conspiração para os matar em Icônib, Paulo e Barnabé viajam para Uttra e Derbe. • Icônio • L istra Derbe A H H I J!S Al'C W K ) | ,( )IS 14 (Ir Icônio; Derbr hcava tim pouco mais cie oitenta qiillômelros dc I.lstra, Nestas cidades e mi "província circunvizinha" oh missionários pregam u.s boas-novas dc Cristo, A oposição c|uc encontram não diminui o compromisso em declarar a palavra que traz vida e salvação. 5.1.5. Listra (14.8-18). Listra era uma cidade bastante insignificante. Quando Paulo e Barnabé ali chegam, eles não encontram sinagoga judaica. É possível que a população de Listra fosse totalmente gentia. Aqui, Paulo prega o evangelho ao ar livre, nas ruas ou num espaço perto da porta da cidade. Novamente vemos o duplo testemunho das palavras proféticas (sermão) e das obras (sinais e prodígios). O relato de Lucas nos mostra a resposta dos pagãos ao evangelho. Evidentemente a pregação de Paulo tem alguma refe rência ao ministério de curas de Jesus e ao poder do Espírito Santo, e o Espírito capacita o apóstolo a fazer curas seme lhantes como prova da missão divina. Ele observa um homem que o ouve e que desde o nascimento era coxo (v. 8). Pelo Espírito Santo, Paulo discerne que este homem incapacitado tem fé para ser curado. Capacitado pelo Espírito, Paulo ordena que ele se levante. Imediatamen te o homem é curado, salta e começa a caminhar. Cura semelhante de um coxo feito por Pedro (cf. At 3.1-10) suscitou a hostilidade dos judeus, e a cura em Listra instiga uma confrontação com a religião e superstição pagãs. As pessoas ficam pasmas com o que aconteceu diante de si. A excitação leva as pessoas a gritar na língua local, o idioma íicaônico (do qual pouco se conhece). Nem Paulo ou Barnabé entendem o que eles estão dizendo, mas as pessoas são rápidas em concluir que dois deuses semelhantes a homens desceram do céu. Elas chegam a essa conclusão em resultado de lendas gregas sobre deuses que vêm ã terra na forma de homens. Em certa lenda local, Zeus e Hermes visitaram a área de Listra disfarçados de mendigos. A princípio, ninguém ofereceu hospitalidade a estas deidades, mas final* mente dois velhos camponeses, Ellemom e mim esposa Hauris, loram amflvels com eles sem saberem que eram deuses, Tt)da a população foi destruída, com exceçflu deste casal anclãoU Mello, Mcltinior/hso) Quando os missionários curam o homem incapaciladc >, estas pess< >as cc mcluem i |t ie eles são deuses, Elas vêem em Paulo e Barnabé características que lemliram mui* deidades supremas, barnabé devia ler uma aparência nobre e é tomado como Zeus, o principal deus dos gregos, Con siderando que Paulo fez o discurso, eles o identificam como Hermes, o deus da eloqüência e do discurso, Por conseguinte, o povo local quer prestar honras adequadas a rNlcs dois deuses, a quem eles presumem qU0 es tão disfarçados de homens (vv, l,VH), Por causa cia barreira idiomática, Paulo e Barnabé não sabem o que eslfl acon tecendo, mas o sacerdote local de Zchia faz preparativos para oferecer sacrifício» a eles como deuses. O templo de Zeus estava localizado imediatamentefora da cidade ou peito da porta da cidade, A llm de que as pessoas prestem honra apro priada aos visitantes, o sacerck>le I ra/ In >U e grinalda de flores perto de onde Paulo e Barnabé estão. À medida que o sacerdote se dirige ao altar do templo, os dois missionários percebem que a intenção 6 lhes (lar honras divinas oferecendc > sacrifícios de alllltlBIs, Em outras palavras, Paulo eBamal tacham» se como objetos de adoraçflo Idrtlalra, Eles ficam extremamente chocadi >s, ( )i iint» protesto contra o que as pessoas eslflo a ponto de fazer, eles rasgam as vantes, () rasgamentode roupas na tratllyRo|U(jalc# é uma reação formal diante de I >la$|$iiila (Mc 14.63), mas aqui 6 sinal de angUNila e agitação. Os dois apóstolos explicam que eles são meros homens e iifto deu ses. Pela razão de ter sido Ibl o Senhor Deus que fez milagres pelas mftos deles, eles negam enlallcamcntea honra divina e insistem que têm a mesma nature/,a, limitações e debilldades como qualquer ser humano. Só o Deus vivo e verdadeiro merece ser adorado, Sem hesitar, Paulo aproveita noportunl* t la de para explicar fts j iess( »as a i nilure/a i li > ATOS DOS AI’USTOI.OS M verdadeiro Deu,s. Nesta ocasião, o sermão reflete travos característicos da pregação crista primitiva aos gentios. As pessoas em Listra não têm formação judaica ã qual Paulo possa apelar, assim ele nào faz refe rência ao Antigo Testamento. Ele começa condenando a idolatria, exortando-as a se converterem “dessas vaidades” (v. 15), i|ue significam a adoração de ídolos. Já não há desculpa para adorar tais objetos, porque Deus se revelou no evangelho. As boas-novas que ele proclama instrui o povo a se voltar ao Deus vivo, que se revelou na criação. 0 povo de Listra devia fazer o que Paulo mais tarde mencionou acerca dos tessalonicenses: “Dos ídolos vos conver testes a Deus, para servir ao Deus vivo e verdadeiro” (1 Ts 1.9). A ênfase principal de Paulo está em Deus como Criador, notando a bondade e o poder de Deus revelados nas obras de criação e provi dência. Na criação, o Deus vivo se revela visivelmente a todas as pessoas de todas as épocas e lugares (cf. At 17.24-31; Rm 1.20). Os gentios podem ver com os olhos a prova da existência de Deus. Deus deu prova de si mesmo fazendo coisas boas e mostra que tipo de Deus Ele é, dando colheitas no tempo certo, provendo comi da e enchendo o coração das pessoas de alegria. Este Deus é o verdadeiro objeto de adoração, mas os idólatras adoram a criação e toldam a distinção entre o Criador e a criatura. Nas gerações passadas, o Deus vivo permitiu “andar todos os povos em seus próprios caminhos” (v. 16). Vivendo como lhes agradavam, eles trilharam o caminho da idolatria, adorando a criatura em vez do Criador. Naquela época, eles não tinham revelação específica da vontade divina em Jesus Cristo. Por causa dessa ignorância, Deus não fez conta da idolatria. Agora Ele se revelou em Cristo, tornando-lhes indesculpável a ignorância e obrigando- os a se converterem dos ídolos ao Deus vivo. 1 )cus deixou umu testemunha de si mes mo no universo crludo, embora o pecado lenha arruinado a crluçío ( ( In ,117-19; Km H, I H - ), p, em ci >nMqUéndn, rrl leie Impcr feitamente a glória de Deus. A revelação geral oferecida pela criação nunca pode trazer ninguém numa relação salvadora com Deus. Só por meio de Jesus Cristo, o Filho de Deus, há revelação que salva. Embora a morte e ressurreição de Jesus sejam o que é requerido para salvação pessoal, estes elementos distintivos estão faltando no sermão de Paulo conforme registrado aqui; Paulo presumivelmente explicou o evangelho ao povo de Listra antes de ele concluir o sermão. O propósito de Lucas é mostrar que a pregação missionária de Paulo aos gen tios pagãos incluía não só uma ênfase na obra salvadora de Cristo, mas também em sua revelação através do universo criado. A ênfase em Deus como Criador e Sustentador serve para introduzir a pro clamação do evangelho. Paulo menciona “o evangelho” (ARA) no versículo 15. Ele não o desenvolve no momento, mas fala sobre o que Deus tinha feito “nos tempos passados”, permitindo aos gentios viverem em seus próprios caminhos (v. 16). Este fato implica que agora Deus fez algo de uma nova maneira para se revelar. Ele o fez pelo Filho Jesus Cristo. As palavras de Paulo impedem que a multidão preste honra divina a ele e a Barnabé oferecendo sacrifícios (v. 18), mas contê-la não é tarefa fácil. Eles es tão profundamente entrincheirados na superstição pagã, e a cura do homem incapacitado causoü forte impressão sobre eles. Eles ainda não estão certos de quem são Paulo e Barnabé. 5.1.6. De Derbe para A ntioqu ia (14.19-28). Enquanto Paulo e Barnabé estão enfrentando a situação em Listra, notícias sobre as atividades dos missionários alcançam os ouvidos dos inimigos, e logo os judeus que forçaram Paulo e Barnabé a deixar Icônio e Antioquia chegam a Listra. A distância de Antioquia a Listra era de cerca de duzentos quilômetros, e de aproximadamente sessenta e cinco quilômetros de Icônioa Listra. Estes judeus percorreram grande distância para causar dificuldades aos missionários. A cena cm Llatru muda abruptamente. Huulo e Barnubé nc tornam objetou ile ódio dos judeu» c|ii(* querem malfl hm lím Icônio, )(KU'ii.s c* Kcnli<>s c.sliiviim prc parados paia apedre|a los (v. S), mas os missionários luziram. Tão persistente e intenso é o ódio, que os judeus de Antio- quia e Icônio estão determinados a pôr em execução os planos leitos. Desejando silenciar o evangelho, estes judeus, junto com a cooperação de cidadãos de Listra, apedrejam Paulo e arrastam o corpo para fora da cidade, onde eles o deixam como morto. Não há dados na narrativa para explicar por que só Paulo foi vítima do apedrejamento, e não Barnabé com ele. O ministério de Paulo em Listra foi frutífero. Os indivíduos que se tornaram discípulos se reúnem ao redor dele depois que os atacantes saem. Nada é dito sobre quanto tempo eles têm de esperar até que Paulo mostrasse sinais de vida. Sua recuperação implica que Paulo pode ter morrido e voltado à vida. Bruce diz que a recuperação “tem cheiro de milagre” (1952, p. 296). Mais tarde Paulo escreve que ele traz no corpo as marcas da paixão e morte de Jesus (Gl 6.17) — possível referência aos efeitos do apedrejamento brutal que ele sofreu em Listra. Os crentes gálatas teriam sabido em primeira mão das “marcas”. Assim que pode caminhar, ele se levanta e volta à cidade. A recuperação de Paulo vindica o evangelho. Oposição e violência não diminuem o compromisso desses homens cheios do Espírito para com a missão designada por Deus. No dia seguinte, Paulo e Barnabé vão para Derbe. Em contraste com Antioquia, Icônio e Listra, os apóstolos não sofrem perseguição aqui. Eles têm êxito em evan gelizar as pessoas, enchendo a cidade das boas-novas de Cristo e ganhando mui tos novos discípulos. A primeira viagem missionária alcança seu clímax com uma colheita abundante de almas. Uma característica importante da mis são cie Paulo é a revisitação de igrejas recentemente estabelecidas. Colocando a vida nas mãos, Paulo e Barnabé voltam a Listra, Icônio e Antioquia da Pisídia (v. 21). Nestes luzires eles provêem cuidado pastoral fortalecendo a alma dos c rentes e encorajando-os a permanecerem fiíMs iiot|iie cies crtVm. < )s crcnlcs ifMn de eu lar preparade>s para enfrentar In >mIIidade e perseguição. Só por melo de multa* Irlinilaçòes e sofrimentos é que eles en tram 110 Reino de Deus. Aqui, o Kelnode Deus é o futuro governo de Deus na eru vindoura, na Segunda Vinda de CrlNto, O caminho para esse Reino níU> 6 1'Acll. Os que andam no caminho que conduz à vida porvir devem esperars<ilrer (d l,c 21.12-19; 1 Ts 3.2-4; 2 Ts 1.5). Solíer 11A0 é apenas a sorte dos cristãos primitivou, mas dos cristãos em geral. E parle da )«»1** nada ao Reino. O prêmio ao término du jornada faz com que valha a pena reslslli os sofrimentos. O ministério de “confirmar o Animo" (v. 22) envolve mais que só culdnd( > pit» toral. Também inclui alguma eslmlimi organizacional e consiste na nomeaçAo de anciãos “em cada igreja" (v, 23). A organização de Paulo e Barnabé dou ll deres da Igreja é semelhante ít lldtrunÇH da sinagoga judaica. Os anciãos serviam como líderes de igrejas locais, como o» que supervisionavam a sinagoga e seu culto, Os anciãos designados nestas n< ivas lgit'|u» eram responsáveis pelo culto, InstruvAo, administração e disciplina da c< >1 igtcgavíli • (ct. 1 Tm 3.1-7; Tt 1.5-9). Para Paulo e Barnabé a deslgnaçfli 1 de anciãos é de grande importAncla, e por isso o fazem “orando com je|uns" (v, 21) Como vimos, os sete diáconos du lgre|n em Jerusalém foram separado» pm'H o ministério com oração e a lmpo»K A(i de mãos (At 6.6). Quando o Hspírllo ,Santo desigm >u Pa u lo e Barna bé coi no m l»»lon A rios, a igreja em Antioquia orou e |e|iiou, e depois impôs as mãos sobre ele» p o» enviou na primeira viagem ml»»l(Atll'lM (At 13-2,3). A verdadeira designa-lo ao ministério envolve mais que a apr< iva^fli» de seres humanos. () líspirlloSantoclumw os indivíduos ao ministério e os capacllii deforma que p<),ssam cumprira eliamndn, Depois que os anciãos sito designado» nas igrejas recentemente estabelecida», Paulo e Barnabé entregam o» novo» convertidos ao cuidado do "Senhor n u quem haviam crido" quando »e tomumm crlstAos(v. 23). Tendo fortalecido espiritualmente uh novas IgieJíin c organl/,ando*as tlc forma adequada, <>s missionários descem de Antioquia da Plsídia para Perge, que foi o primeiro lugar que visitaram quando chegaram de Chipre CAt 13.14). Na primeira visita em Perge eles tinham passado sem pregar, Esperando por um navio que ia a Antloquia da Síria, eles evangelizam a cidade pela primeira vez. Nada é dito a respeito tio fruto do trabalho ali. Paulo e llarnabé navegam do porto de Atália, que ficava perto dali, para irem a Antioquia da Síria. Ao voltarem a Antioquia, os missioná rios dilo um relatório para a congregação (iue os tinha comissionado. Provavelmente n 11igiiém tinha tido notícias de Paulo e Bar- nabé desde cjue a Igreja os enviara durante um culto especial de oração e jejum. Estes ; 11 jóstc>los estão ansiosos em contar à Igreja sobre o progresso do evangelho entre os gentios. Eles querem que a congregação saiba o que foi feito e como. No relatório, Paulo e Barnabé não se detêm nos sofrimentos e violências que enfrentaram, nem se vangloriam da de dicação e força em face da perseguição. () relatório enfatiza duas coisas: 1) “Quão grandes coisas Deus fizera poreles”. fi expressiva que a ênfase caia no que Deus fez. O sucesso foi devido a Deus, porque Ele operou por eles. O Espírito Santo deu início, capacitou e os sustentou na missão. Os apóstolos suportaram grande adversi dade, mas o trabalho do Espírito por meio deles é a razão do sucesso. 2) Deus “abrira aos gentios a porta da fé”. Uma porta de fé aberta significa que os gentios têm acesso às bênçãos do evangelho (cf. 1 Co 16.9; 2 Co 2.12; Cl 4.3). Quando Deus abre uma porta, ninguém a fecha (cf. Ap 3.7). A fé em Jesus Cristo é a única porta para o Reino cie Deus. () fato de Deus abrir a porta da fé sempre tem conseqüências de longo alcance. Uma duração de tempo considerável, provavelmente semanas, e não anos, passa entre o relatório de Paulo e Barnabé e a viagem deles ao Concílio de Jerusalém (v. 2H; cf, Al 15.2), 9.1.7. ltcNuIludoi O Concílio deje- riiNuléin( 15.1-33). Na primeira viagem mlsslonílrla, muitos gentio» enlranim nu Igreja. O sucesso inicial da missflo gentia estava sujeito a suscitar preocupações entre os cristãos judeus conservadores, especialmente considerando que os gentios foram recebidos com pleno status cristão, sem que lhes fosse exigido observarem quaisquer rituais judaicos. Judeus crentes rígidos insistiam que os gentios converti dos tivessem de passar pela circuncisão, o principal distintivo do judaísmo, para a completa admissão ao povo de Deus. Eles começaram a ensinar: “Se vos não circuncidardes, conforme o uso de Moisés, não podeis salvar-vos” (v. 1). A salvação somente pela graça se tomou um problema pastoral, que se centraliza em torno de diferenças doutrinárias e culturais. Por conseguinte, a aceitação dos gen tios sem a circuncisão tornou-se questão teológica que a Igreja achou necessária tratar numa reunião em Jerusalém. Pedro já defendera com sucesso a aceitação dos gentios incircuncisos da casa de Corné- lio, mas aquela discussão não resolveu bem a questão (At 11.18). O problema ficou sério e tornou necessário o escla recimento da mensagem. Uma reunião é convocada em Jerusalém para resol ver a questão teológica da relação dos gentios crentes com a lei de Moisés. Esta reunião é conhecida como Concílio de Jerusalém. Presentes na reunião estão os representantes das duas igrejas locais — Antioquia e Jerusalém. A reunião está registrada em Atos 15, que é significativo ponto decisivo no Livro de Atos. Neste capítulo, Pedro é mencionado pela última vez, e depois deste capítulo, Lucas enfoca exclusivamente Paulo e seu ministério. Porém, mais importante é a decisão do concílio que remete à igreja oficialmente a pregar o evangelho aos gentios e a admiti-los na comunhão cristã somente com base na fé. A importância desta decisão pode ser difícil para os cristãos de hoje entenderem. À luz do Novo Testamento, os proponen tes da circuncisão tjjnham um caso fraco. Na época do Concílio de Jerusalém não havia cílnon do Novo Testamento ao qual eles poderiam recorrer, Além disso, os 7UH líderes do |)ovii tie* I ) i m i n , ilc AhlHfln uim tllasile P;iiilo, llnluimsliliii licimiiilmli w, t‘ o Antigo Testamenti > enslna que u fir cuncisãoera unuiexlgf'ncla perptMua ((in 17.9-14). O próprio Jesus nunca ensinou explicitamente que a circuncisão não era mais necessária. O peso destas evidências não deveria ser negado. Não obstante, a Igreja no Concílio de Jerusalém decide que a circuncisão — a obra da lei — já não é necessária. O Espí rito Santo guia e dirige os assuntos desta importante reunião. O relato de Lucas sobre o Concílio de Jerusalém tem várias características: (1) Introdução do tema da circuncisão em Antioquia (w. 1,2); (2) a cena do conflito em Jerusalém (w. 3-5); (3) os discursos (w.6-21); (4) a carta do concílio aos crentes gentios (w . 22-29); e (5) o relatório para a Igreja (w . 30-35). 1) O relato de Lucas sobre a controvérsia da circuncisão começa em Antioquia da Síria (w. 1,2). A unidade da Igreja naquela lo calidade está ameaçada pela chegada de alguns judeus cristãos que querem que todos os cristãos sigam a lei de Moisés. Este incidente pode ser o mesmo referido em Gálatas 2.12. Estes judeus cristãos eram chamados “judaizantes”, porque eles criam que todo aquele que recebesse o evan gelho deveria se converter ao judaísmo e guardar a lei de Moisés, particularmente a circuncisão. O ensino dos judaizantes cria divisão na Igreja. Eles entram num espírito de exclusivismo judaico e pronunciam que os crentes gentios incircuncisos não são salvos, e que a fé em Cristo não é o bas tante para a salvação. Estes agitadores dogmaticamente insistem que a circuncisão deve ser acrescentada à fé no Salvador. O versículo 24 indica que eles afirmam ser uma delegação oficial de Jerusalém e agem no interesse dos apóstolos e anciãos; mas Lucas não dá a impressão de que eles sejam representantes oficiais,porque ele identifica a Judéia, em vez de Jerusalém, como lugar do qual eles vieram (v. 1). Estes mestres não-autorizados encontram forte resistfinda em Antioquia. O eslbrço para judaizar a Igreja cria acalorado debate e tem o potendul de dividir a Igreja em diMsiuivOes, um,K omsedeemjemsuldn e outra, em Antioquia, A Integridade iln evangelho e a unidade tia Igrejn eslAoem |( >g<>, A palavra traduzida por "nílo pequena discussão" (stasls) significa literalmente “insurreição, facção, discórdia", ao plisso que a palavra traduzida por "contenda" (zetesis) quer dizer "disputa, dlscilSSAo", Estas duas palavras descrevem uma níiii ação dominada por conflito que (' pro vocada por raiva, desunião e iIIncusnÍIo, Paulo e Barnabé parecem estar no ccntPo da controvérsia, A questão nfto pode sei solucionada deixando-a em extinto latente ou varrendo-a para debaixo tio tapete, nu esperança de que venha a desupareeer, Por causa do perigo de cisão e tia impor tância da mensagem missionária, llliHi dal» gaçãoéenviada ajerusalém paru resolvei o assunto. Entre os representante* estflo Paulo e Barnabé cujo trabalho mlMlnilA rio poderia ser especificamente ufctMctei pela tentativa dos judaizantes de impor a lei judaica sobre os crentes gentio«, Itle» devem apresentar a disputa "nos uprtsto los e aos anciãos” — grupo mendomulo cinco vezes no capítulo (vv, 2,4,6,22,23), Eles servem como parte estabeledda ilu estrutura organizacional da lgre|a, No grego, a frase “aos apóstolos c nu» anciãos” é modificada por um nó HrtlgO “os”, indicando que eles deverlnm «Pl considerados como um grupo em ve* de dois, embora as funções possam «r sobrepor. Este grupo 6 o corpt> ma Is «lli i de líderes na Igreja. Não há dllvida ilr que no ministério que cumpriram hmi ve manifestações dos dons eapIriUlrtl*, Sendo guiados pelo Espírito, ele« e o» outros terão a sabedoria para soluclonlr a questão de forma que a integrlilHil^jdu Evangelho seja mantida, 2) Os delegados partem para Jerusalím (v. 2), Quando viajam, Paulo e Harnabé a pro- veitam a oportunidade para informar o progresso do evangelho entre os gentio», Ainda que Lucas não nos tenha dito nada sobre a pregação tio evangelho nu PenI* da, evidentemente há comunidades iTistfl* na Penlda e Sumaria, lista omissAo í um lembrete tle que Lucas é seletivo no que registra, Em vez tle apresentar um relato 7(W exaustivo do crescimento da l^ rcju no sé culo I, ele mostra a natureza universal da fé e enfatiza a expansão do evangelho de lerusalém a Roma. A medida que os representantes re contam vezes sem conta que os gentios se voltam para Deus, as notícias trazem grande alegria ao coração dos crentes. Em contraste com os judaizantes, as congre gações da Fenícia e Samaria regozijam-se com o triunfo do evangelho no mundo gentio. As igrejas na Fenícia (compostas por judeus crentes) e os cristãos samari- tanos partilham a atitude de Paulo para com a circuncisão. Apoio para a missão gentia é muito difundido. Com certeza a alegria destas igrejas dá a Paulo e Barna- bé a garantia de apoio para o Evangelho enquanto eles o pregam, e para suas ati vidades missionárias. A delegação de Antioquia recebe calo rosa recepção da Igreja e seus líderes (v 4). A palavra “recebidos” (paradechomai) significa “receber como convidados”. Tais boas-vindas entusiásticas não seriam pos síveis se os líderes emjerusalém já tivessem concordado com os judaizantes. Paulo e Barnabé fazem um relatório sobre a primeira viagem missionária, a qual eles empreenderam sob a direção do Espírito Santo (At 13.2). Eles enfatizam “quão gran des coisas Deus tinha feito com eles”. A aprovação divina do ministério foi atestada por milagres poderosos e a conversão de numerosos gentios. O relatório deve ter alegrado o coração desses simpatizantes da missão gentia. Mas na audiência estão crentes que per tencem ao partido dos fariseus (v. 5). Como os judaizantes que tinha ido a Antioquia, estes fariseus convertidos crêem que os gentios devem passar pela circuncisão para que sejam salvos. No Evangelho de Lucas, os fariseus, em sua maioria, estão entre os oponentes dejesus, e nos primeiros capítulos de Atos eles também manifestam hostili dade para com a Igreja. Mas agora alguns deles se tornaram crentes, c exercem forte influência. Eles se apegaram tenazmente a algumas de suas antigas convicções sobre a lei, c nJlo causa surpresa que eles estejam no lado errado do debute. Eni|uunto ouvem o relatório de Paulo e Barnabé, os ex-farlseus aproveitam a oportunidade para destacar o que eles consideram sério defeito na instrução dos missionários. Eles insistem que os gen tios convertidos devem ser circuncidados. Depois que os ex-fariseus declaram sua posição, os apóstolos e anciãos se encar regam da situação. Eles adiam a reunião sem discutir a questão, mas dão a entender que querem dar à questão consideração mais formal. 3) A segunda reunião parece ser mais for mal. Os apóstolos e anciãos se reúnem para esclarecer a mensagem missionária. Parece ser uma reunião geral, incluindo a liderança e também a congregação (w. 12,22). No centro da controvérsia está a questão teológica fundamental: O que se exige para a salvação— os gentios têm de se tornar judeus para serem salvos ou só a fé é suficiente? Quando a reunião começa, as coisas ficam tensas; várias argumentações são dadas sobre cada lado do assunto. As manifestações expressam convicções fortes e adversárias. “Havendo grande contenda”, o debate atinge um cume. É então que Pedro se levanta e faz o primeiro de três discursos cruciais para a resolução do assunto, a) O discurso de Pedro (At 15.5-11). Pedro enfatiza que há um só meio de salvação1— “pela graça do Senhor Jesus Cristo” (v. 11). Ele sustenta esta verdade apelando para a experiência de Comélio (At 10.1—11.18). Seu argumento contém três pontos: (i) O próprio Deus tomou a iniciativa de fazer conhecido o evangelho aos gentios. No começo da missão para os gentios, Deus o escolheu a pregar o evangelho a Comélio e seus amigos e garantir-lhes que eles são aceitos na Igreja. Em certo nível muito prático, a conversão dos gentios se deve a esta iniciativa divina. (ii) Evidência visível da aprovação de Deus é que a família de Cornélio recebeu o ba tismo com o Espírito. Pedro insiste que Deus deu à casa de Cornélio o Espírito Santo “assim como também a nós” no Dia de Pentecostes (y. 8). Os crentes gentios em Cesaréia falaram em línguas como si nal de serem capacitados pelo Espírito (Al 10.45,46). Deus conhecia os corações desses gei ii!< >s ei )im >c< inliece os ec iraçAes tlt* loc las ;is pessoa»; é por Isso <|ik* Hle os cnciicu cio Espírito, Es.síi experiência os equipou a serem testemunhas, da mesma maneira que o derramamento do Espírito fez nos discípulos no Dia de Pentecostes. (iii) Deus não fez distinção entre “nós” (os judeus) e “eles” (os gentios) (v. 9). Pela fé, os corações dos crentes judeus e gentios foram limpos de pecado. Cornélio e seus amigos foram purificados do pecado do mesmo modo que os cristãos judeus. Os crentes judeus e os crentes gentios não foram salvos pela circuncisão e obediência à lei (v. 11). Deus lhes concedeu pureza interior pelo ato da fé e também os en cheu do Espírito. Tudo o que importava aos olhos de Deus era a fé emjesus Cristo. Igualmente, não devemos fazer distinção entre judeus e gentios. Pedro prossegue advertindo contra tentar Deus procurando adicionar exigências à salvação (v. 10). Tentar Deus é ir contra sua vontade revelada (cf. At 5.9; Êx 17.2; Dt 6.16), e Deus revelou que aceita os gentios só pela fé. Demandar observância da lei põe Deus em teste e desafia sua aceitação dos gentios pela fé em Cristo. Qualquer tentativa em modificaro plano divino de salvação provocará a ira de Deus. Como a Igreja pode pôr um “jugo” desnecessário no pescoço dos gentios? Pedro sabe que guardar a lei para salvação é um fardo intolerável. Sobre este assunto, ele faz duas observações: a) Os judeus descobriram que a lei é muito pesada para ser observada e impossível de ser guardada. Ninguém jamais foi salvo pela obediência à lei, nem mesmo judeus que dedicaram a vida tentando guardá-la; (b) Há somente um meio de salvação — “pela graça do Senhor Jesus Cristo”. Deus salva pela graça e fé, não pela lei. b) O discurso de Paulo (At 15.12). A evi dência apresentada por Pedro é impor tante, e os fariseus começam a abrandar. Indubitavelmente Lucas registrou apenas um resumo do que foi dito. Todos falaram livremente. Mas á medida que Pedro fala, o Espírito Santo aquieta os corações, pois na reunião, altamente carregada de dlssensSo, estabelece-se o silêncio (v. 12), Com oh fariseu* mantendo a pn/, o Bipírlto Santo Inclui Harnahe e Paulo a se levantarem e falarem sobre o assunto, Hles contam novamente a história de como Deus lhes abençoou o ministério entre os gentios e lhes deu a aprovação nos trabalhos que fizeram mediante a execução de "grandes sinais e prodígios” feitos pelas mitos deles, Eles contam a história de como I )eus feriu de cegueira um mágico clprlota (Al 1,1,H 11), curou um homem Incapacitado em Listra (At 14.8-10) e livrou Paulo tle um apedrejamento (At 14.19,20). Deus tem guiado a missão gentia. O testemunho de Barnabé e Paulo nftose limitava a milagres, mas também incluiu comn a graça salvadora de I)eus linha vlslliulo os gentios. Deus tinha trabalhado pc >i h.nn.il te e Paulo para fazer os gentios tteelUliem Cristo como Salvador (At I3,12,44|4M), A medida que os missionários pregmn tios gentios e os organizam cm congregitçOei, eles o fazem sem circuncisão e sem exlgli que os convertidos guardassem a lei, c) O discurso de Tiago (Al 15,13*21). De pois que o discurso de Pedro acaliim o concílio, e Barnabé e Paulo fazem um relatório do que Deus “havia 1'eltC > | n >r meli i deles entre os gentios", Tiago, tllrlgldo pelo Espírito Santo, propõe uma siiluçlli i decisiva (vv. 13-21). Ele parece lei -.li l<> o principal líder na Igreja (Al 12. J7| 21, IHI, ainda que Lucas não o idenlHiqur i niini tal. Ele mostra-se ser Tiago, o ifliiAn do Senhor. Tiago era uma coluna du Igfelii (G1 2.9) e preside a reunião, () sllm. lo de Lucas concernente às suas credeiieltih indica autoridade inconcussa. Como Pedro,Tiago também chíimaaalençElo à iniciativa divina (cf. vv. 7,14), exprtWMli do sua aprovação do que Slmáo (o nome judaico de Pedro) dissera s< >bre a vIsllHÇtlf i de Deus aos gentios, Ele declara o lema do discurso no versículo 14; o propósito de Deus é “tomar deles um povo puni o seu nome", Ele insiste que a Idéia de os gentios serem Incluídos entre o povo tle Deus não é uma verdade nova, ()s proíelus tinham predito a conversão deles, e pre sença dos gentios tis Igreja é cumprimento de profecias do Antigo Testamento (eC, Is V)„1 H; /,(' 2,11), A tareia de Tiago éduplai • i i nu ml rui' pela lÍNcrlinni que Deu.s Homprc* (|i i In Niilvíir on gentios, e propor uma solu Ção prática iio problema levantado poios íarlNcus crentes. (1)(;timo prova bíblica, Tiago cita a versão grega (I.XX) de Amós 9.11,12 (cf, tambémjr 12,1S; Is 45.21) que moslra que a prolecia do Anllgo Testamento concorda com a mensagem do evangelho. Nos versículos I )i'évl< is, Amós predisse a destruição de Israel, que seria a subversão do tabernáculo ou casa de Davi. Pelo profeta, Deus prometeu rec< instruir “o tabernáculo de Davi, que está ca íd( i”. ()s descendentes de Davi reinaram como reis, e assim a construção da casa só pode ser feita por um descendente de Davi, que subirá uma vez mais ao trono. 1 )epois da destruição de Jerusalém em 586 a.C., ninguém da família de Davi ocupou o trono até quejesus foi ressuscitado e entro nizado no céu. Deus cumpriu a promessa pela ressurreição do crucificado Filho de Davi. Pelo triunfo sobre a morte, a casa de Davi (skene, “tenda, barraca, taberná culo") é reconstruída desde as ruínas. Esta reconstrução foi seguida pelo “resto dos homens” (os gentios) que busca ao Senhor, que tem acontecido desde que Pedro visitou a casa de Cornélio. Pelo Salvador, Deus criou um novo povo, a Igreja Cristã, a qual inclui gentios e judeus. Um novo tempo de salvação amanheceu. “Desde toda a eternidade” Deus tornou conhecido pela Escritura sagrada seu propósito de chamar Iodos os povos à salvação (v. 18). Tiago acredita que Amós estava confiante de que Deus laria o que Ele prometera (v. 19). (li) Com base em Amós 9.11,12, Tiago submete duas propostas de solução para a controvérsia. A primeira é que ninguém interfere com o plano de Deus aceitar os gentios. Tiago enfatiza sua autoridade com suas surpreendentes palavras de abertura: “Pelo que julgo que” (v. 19). A base de seu julgamento autorizado é o testemunho de Pedro, a Escritura e a direção especial do Espírito Santo (cf. v. 28). Determinado a não comprometer o evangelho, ele convo ca o concílio a não atender as demandas do* fuildcuN, Deve-Ne parar tle perturbar on dlNcípuloN gcntloN requerendo-lhes a circuncisão c u gimrdu du leü’cla pregação do evangelho, os gentios foram salvos e batizados com o Espírito sem observar a lei de Moisés, Como Pedro declarou, impor a lei Imponente sobre os gentios se mos trará um fardo opressivo e lhes dificultará v< >ltarem-se para Deus. Assim, Tiago rejeita os judaizantes que exigem que os crentes gentios se tornem judeus (prosélitos) a fim de serem salvos. A segunda proposta de Tiago revela um entendimento mais profundo da lei do que demonstra os fariseus crentes. A própria lei provê uma solução, porque impôs certos regulamentos aos gentios que vivem entre os judeus (Lv 17—18). Tiago apela para estas proibições. Ele não exorta os crentes gentios a se submeterem à circuncisão ou guardarem as muitas prescrições legais da lei, mas com base em Levítico 17 e 18, ele recomenda que eles evitem certas práticas pagãs. Estas práticas são: [a] A abstinência de comida usada na adoraçãode ídolos. Muitos gentios co miam carne que havia sido oferecida a deuses pagãos. Como crentes, eles devem evitam comer carne sacrificial (cf. Lv 21.25), que era considerada imunda por sua conexão com a ido latria. Eles devem ser sensíveis às convicções dos judeus. [b] A abstinência de imoralidade sexual. Esta proibição tem implicações morais fortes, proibindo relações promíscuas que faziam parte de adoração e fes tas pagãs. Incluir sexo ilícito como parte de religião toma o pecado mais repulsivo, embora esta proibição se refira mais às relações sexuais ilícitas de Levítico 18.6-20. Muitos gentios não viam o sexo ilícito como pecado, mas só como uma função do corpo. É uma transgressão moral. A abstinência de tal coisa é requerida para pureza de vida. [c] A abstinência de carne de animais não apropriadamente mortos, e [d| a abstinência de sangue. Estes duas proibições podem ser tratadas jun- tu.N, vlsto que estão proximamente relacionadas, Em conformidade com certitN IcIn dIetétIcaN (Lv 17.10-15; cfi Dl 12, U>,23)|©SjlldetlSCVllilVHIIl comer animal do qual o sangue nío tinha sido escoado, Entre os gen tios, os animais usados na adoração sacrifical eram estrangulados ou sufocados até morrer (NewInterna tional Dictionary ofNew Testament Theohgy, ed. C. Brown, 4 vols., Grand Rapids, 1975-1985, vol. 1, p. 226). Os animais mortos desta maneira retêm o sangue e não seriam comidos. Por causa dos sentimentos de muitos cristãos judeus, os gentios devem se privar de carne de animais que foram estrangulados. No tratamento das exigênciaspara os cristãos gentios, note que Tiago não propõe que eles sejam circuncidados. Ele pede apenas que eles evitam certas práticas que ofendem os judeus e declara que certas exigências devam ser condições de comunhão para os gentios que se associam com cristãos judeus. Reconhecendo que Deus aceitou ambos, Tiago recomenda que os dois grupos façam concessões um ao outro para preservar a unidade da Igreja. A solução não abole a lei, mas pela ajuda do Espírito ele interpreta a lei mais corretamente. Jesus prometera que “o Espírito Santo [...] vos ensinará todas as coisas e.vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito” 0o 14.26; cf. Jo 16.13). O Espírito inspira insights na Escritura. Suas obras e poder são fundamentais para a prega ção do evangelho aos gentios (At 8.29,39; 10.19,20,44-46; 11.12; 13.2; 15.28). Pelo fato de os insights de Tiago serem inspi rados pelo Espírito, os crentes gentios não devem ficar ofendidos pelos regulamentos ou vê-los como arbitrários e penosos. Para os judeus dispersos entre os gentios, as Escrituras mosaicas eram lidas e prega das semanalmente nas sinagogas. Como resultado, estes regulamentos serão bem conhecidos pelos gentios, e eles devem estar dispostos a observá-los por respeito aos crentes judeus. Fazendo assim, eles evitam criar cisma no corpo de Cristo. Levando em conta o restante do Novo Testamento, estes regulamentos, com exce ção do negu lamento que requer abstinência de imoralldudc\ nunca estavam sujeitos «os erlstíios gentios, Paulo, por exemplo, deixa com a consciência cristã a queatflodf comer comida sacrificada a ídolos ( | CoH), Por outro lado, porque nenhum princípio está em jogo, ele mesmo se submeteu a purificação ritual para evitar ofender os cristãos judeus (At 21.17-36). 4) As propostas de Tiago têm Arme base mi Escritura e são motivadas pelo Espirite > StinK >, Elas prevalecem. Como Tiago recomen dou ao concílio (v. 20), é feita uma cartl às igrejas gentias para anunciar a decisAo dos apóstolos e anciãos (v. 23). A COlíUl nidade de crentes escolhe dois homens altamente respeitados entre eles, Judas e Silas, para acompanhar Paulo e Birnabé a Antioquia. A carta é enviada aos crente* em Antioquia, Síria e Cilicia, mostrando 11 âmbito da influência de Jerusalém, fl dlrl gida principalmente a Antioquia, sl ddmle na qual a circuncisão tinha se tornado mu assunto. Antioquia também era a sede da Igreja que era a fortaleza para a mlssflo gentia (At 11.20-26). A carta contém três pontos significantes. a) Os judaizantes que foram a Antioquia não tinham autoridade para dizer às < ml ras igrejas o que fazer (v. 24). O repúdio de terem responsabilidade pelo ensino dos judaizantes sugere que eles não devem ser relacionados com os fariseus crentes emjerusalém. Os crentes entre os fariseus obedecem a decisão do concílio, Porém, os judaizantes que saíram de Jerusalém e causaram dificuldade em outras Igrejas tinham agido por iniciativa própria; suas demandas eram estranhas ao Evangelho Estes autonomeados emissários tinham 1'elti ■ grande dano. A palavra traduzida por "Imns tornaram” (anaskeuazo) significa "destn ilt" ou “demolir o que foi construído", EImn falsos ensinos tinham mal representiidi i h Igreja emjerusalém e levados 08 crentes n duvidar que a salvação é só uma qiiestflo de graça e fé. li) A comunidade de crentes envia repre sentantes oficiais para explicar as decisões feitas emjerusalém (vv, 25-27), Entre os escolhidos para irem com Pâulo e Barnabé estãojudas e Silas, A igreju em Antioquia tinha enviado Paulo e Harnahé a Jerusalém como representantes; agora 4 ii vez de a Igivja em JeruMlém enviar on cIoín homens como rcprcseniantes, On crlsuios emjerusalém descrevem Paulo e Hamabé como "amados" (agapetos), ex pressando a alia estima que eles gozavam entre eles, Como estes cristãos também reconhecem, Paulo e Barnabé tinham enfrentado grandes perigos na primeira viagem missionária (At 13.50; 14.2,5,19). () risco de vida por causa de Jesus Cristo os fez mais queridos à igreja-mãe. Não há que duvidar que os judaizantes man tinham opinião completamente diferente dos dois missionários, mas nada é dito na carta apostólica sobre isso. A Igreja manifesta grande sabedoria ao enviar homens altamente respeitados, Judas e Silas. Ambos são descritos como profetas (v. 32), o que indubitavelmente é a base do seu ministério. Eles devem ter tido forte influência profética como líderes na igreja de Jerusalém (v. 22). Além de serem portadores da carta, estes profetas recebem ordens rígidas para explicar oralmente seu conteúdo. A carta é breve e precisará de pouca explicação adicional se alguém tiver perguntas. Judas e Silas também poderão atestar o acordo e afirmar que os crentes estão unidos no tratamento do assunto, c) A decisão que o Concílio de Jerusalém tomou foi inspirada pelo Espírito Santo (v. 28). Desde o Dia de Pentecostes, Ele tinha capacitado e guiado as ações e de cisões dos cristãos primitivos. Aqui Lucas fornece outro exemplo — a direção do Espírito Santo na Igreja com respeito à doutrina que afeta a salvação de almas. A decisão acatada em Jerusalém foi apro vada pelo Espírito Santo e pela Igreja. O trabalho do Espírito é descrito em termos de deliberação, As palavras “pareceu bem ao Espírito Santo e a nós” sugerem que o Espírito Santo tomou esses crentes em deliberação consigo mesmo. Jesus tinha prometido que o Espírito conduziria os discípulos nas suas deci sões CJo 16.13). Tiago está perfeitamente correto chamando a atenção ít função ativa do Espírito no processo de tomada de decisão da Igreja, A carta é produto da combinação dc autoridade divina c la imana, emlx ira a ônfase esteja na direção e autoridade do Espírito Santo, <) próprio Espírito levou a igreja a tomar esta decisão (Shepherd, 1994, p. 218). O Espírito diri giu a comunidade a ir além dejerusalém e Jucléia através do ministério de Filipe (Át 8.29,39); dirigiu Pedro a Cesaréia e batizou Cornélio com o poder profético para testemunhar, e foi diretamente res ponsável pela excursão missionária de Paulo e Barnabé (At 13-1-3). O Espírito abriu a porta da Igreja aos gentios sem exigir que eles se tomassem judeus. As exigências mínimas são repetidas na carta enviada a Antioquia (v. 29). Atendê-las é ação endossada pelo Espírito, embora o Espírito nunca aprove comprometimen to com coisas básicas e essenciais. Com a exceção da proibição de imoralidade sexual, as outras são fardos secundários necessários para a comunhão na Igreja. A carta tem um tom firme de autorida de. Se observada, esta política ajudará a manter e enriquecer a comunhão dentro da comunidade cristã. A mensagem é concluída com um ape lo cortês para seguir a deliberação do concílio. As palavras “fareis bem” podem ser consideradas com o sentido de fazer o que é correto e recomendável. Como resultado, estes crentes que fazem o que é certo podem esperar ser abençoados, 5) Depois que os representantes autorizados recebem a instrução da Igreja, eles partem para Antioquia (v. 30). Quando chegam, reúnem a congregação local e apresentam a carta. Ao lerem-na para a Igreja, os crentes alegram-se sobremaneira pela exortação (v. 31). A resposta alegre está tipicamente associada com a obra do Espírito (Lc 1,41- 44; 10.21; At 8.8; 13.52); sua grande alegria é uma alegria inspirada pelo Espírito. Além disso, a mensagem encoraja os crentes. Eles reconhecem a carta comoparaklesis, uma “exortação”. Ela lhes dá a garantia de que eles podem permanecer inclrcuncisos e ainda ser aceitos como cristãos plenos, mantendo a unidade com os crentes judeus (Haenchen, 1971, p. 454). Igualmente, Judas e Silas exortam (J>u- rakafco, mesma raiz que pamhlusis) os cristãos (v, 32), listes