DPCMT----Etica---Luiz---08

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CURSO – DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL DO MATO GROSSO 
 
DATA – 02-06-17 
 
DISCIPLINA – ÉTICA E FILOSOFIA 
 
PROFESSOR – LUIZ FILIPE ARAÚJO 
 
MONITOR – RICARDO MARTINS OLIVEIRA SILVA 
 
AULA – A sensibilidade e o comportamento moral 
 
• Soluções para combater a crise na ética 
 
• Por meio da razão, tentou-se instituir códigos éticos universalmente válidos 
 
- Boff coloca que, contra o Logos, contra a razão, nós temos que voltar ao Pathos, religião, quer 
dizer, religar o homem à suas raízes. Então, a resposta contra todo o Logos que condicionou as 
discussões do Ethos na modernidade, nós temos que voltar ao Pathos. 
 
Os Tipos de Valores 
 
- Valores existenciais – voltados à existência, nossa realidade; 
- Valores estéticos – há uma tensão entre ética e estética; 
- Valores intelectuais – científicos ou culturais; 
- Valores morais 
- Valores religiosos 
 
Máxima: 
 
“As pessoas hoje sabem o preço de tudo e o valor de nada.” 
 
Os determinantes dos Valores 
 
- Família 
- Escola 
- Cultura 
- Meios de comunicação 
- Grupos de companheiros 
- Fatores pessoais 
- Tempo 
 
“Eu sou eu mais as minhas circunstâncias”(Ortega Gasset) 
 
 
 
- Morin coloca que, 
 
“Tudo o que não se regenera, degenera” 
 
- Isto é, na sociedade contemporânea nós devemos transformar profundamente as nossas 
expectativas éticas. 
 
“progresso da ciência precisa estar ligado de forma indissociável ao progresso da ética 
e dos valores da vida” (MORIN, 2005, p. 207). 
 
- A ideia de Morin é de que o avanço da ética se dê tanto importante como o avanço da 
tecnologia. 
 
A sensibilidade e o comportamento moral 
 
- Construtivismos de Jean Piaget e de Lawrence Kohlberg – Estes construtivismos enfatizam a 
importância da razão e relacionam a moral a questões de justiça, igualdade e reciprocidade. 
 
- Duas abordagens 
 
a) Afetiva: tem como sustentação, por um lado, o sentimento do sagrado, do medo e da força 
superior e, por outro lado, o desejo despertado pelo ser que tem sonhos e vontades. 
b) Racional: privilegia o papel da razão considerando que somente por meio da reflexão se 
consegue superar a heteronomia, alcançando a autonomia e a valorização de normas e regras da 
sociedade. 
 
Jean Piaget tenta unir essas duas abordagens: afetiva + racional. 
 
Compaixão(sentir a dor do outro como o outro) 
 
- As ações desencadeiam sentimentos e estabelecem o campo de ação ético e o senso que, a 
partir das interações, é desenvolvido. 
 
Dilemas Éticos(quando a ética e a moral são colocadas à prova) 
 
- Um pai de família desempregado, com vários filhos pequenos e a esposa doente, recebe uma 
oferta de emprego que exige que ele seja desonesto e cometa irregularidades para beneficiar seu 
patrão. Ele deve aceitar o emprego ou deve recusá-lo e ver seus filhos e esposa passarem fome? 
- Deve-se vender um objeto por mais do que realmente vale para fechar a cota do mês? 
 
Não há resposta pronta para nenhum dilema ético. Pode-se ter tanto uma resposta deontológica 
que se volta para um preceito legal, como uma resposta ética, interna, de construção, por 
exemplo, de compaixão, solidariedade. 
No primeiro exemplo, caso ele cometa algum ato ilícito, o mesmo terá como resultado uma 
persecução penal em seu desfavor. Porém, num plano ético, seria ética a ação deste pai? Não há 
resposta pronta. 
 
- O tema da consciência moral está exatamente na crítica da razão prática para o agir. 
Questionamentos Kantianos: 
 
• O que devo conhecer? Crítica da razão pura; 
• O que devo fazer? Crítica da razão prática; 
• O que devo esperar? Crítica da faculdade do juízo. 
 
Bárbara Freitag, fala sobre as regras internalizadas e culturalmente: 
• Crianças: aprendem o certo e o errado por meio do direcionamento dado por seus pais; 
 
 
 
Segundo Marilena Chauí, 
 
“senso moral e consciência moral referem-se a valores(justiça, honradez, espírito de 
sacrifício, generosidade) e a sentimentos provocados pelos valores(admiração, 
vergonha, culpa, remorso, contentamento, cólera, amor, dúvida, medo) e as decisões 
que conduzem a ações com consequência para nós e para os outros”(CHAUI, 2003) 
 
Por estes dizeres, a consciência moral está atrelada a esses valores e a aplicação dos mesmos. 
 
Adela Cortina traz um conceito de ética cívica: 
 
“o conjunto de valores morais compartilhados pelos diferentes grupos de uma 
sociedade moralmente pluralista, que lhes permitem construir seu mundo juntos 
precisamente porque essa base comum é compartilhada”.(CORTINA, 2003) 
 
Citação importante 
 
“Nós, seres humanos, queremos ser felizes, ou seja, realizar nosso modo de ser mais 
próprio, e, para isso, é indispensável cumprir alguns deveres (eudaimonismo); nós, 
seres humanos, queremos obter todo o prazer possível e, às vezes, para consegui-lo, 
é necessário obedecer a esses deveres (hedonismo); nós, seres racionais, temos 
consciência de que devemos cumprir determinados deveres, mesmo que com isso não 
obtenhamos bem-estar, simplesmente porque agir de acordo com eles faz parte do 
nosso ideal de humanidade (Kantismo); captamos intuitivamente alguns valores que 
exigem de nós sua realização (ética dos valores); somos seres dotados de 
competência comunicativa e, quando nos comunicamos, querendo ou não, nós nos 
atemos às normas morais (ética do discurso).” (CORTINA, 2003)