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As Obrigações em Leitura Civil

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“As Obrigações em Leitura Civil-Constitucional”
O Direito das Obrigações nasce no momento em que algumas sociedades existentes estabeleceram em seu meio a atividade negocial, que hoje se corporifica pela celebração dos negócios jurídicos. As obrigações possuíam natureza estritamente comercial. No início, a responsabilidade pelas dívidas recaía sobre a pessoa do devedor (mais precisamente sobre seu corpo, o qual, se fosse o caso, era despedaçado e repartido entre seus credores).
O direito das obrigações é a relação jurídica estabelecida entre devedor e credor e cujo objeto consiste em prestação de dar, fazer ou não fazer alguma coisa. Os direitos obrigacionais são diferentes dos direitos reais; os titulares deste exercem um poder imediato sobre determinada coisa. Os titulares daqueles não, porque a responsabilidade é pessoal. 
Como explica Carlos Roberto Gonçalves o vocábulo OBRIGAÇÃO comporta vários sentidos, sendo que na sua mais larga acepção, entendemos como sendo uma espécie de vinculo ou sujeição da pessoa seja no campo religioso, político ou moral. O direito disciplina as relações jurídicas que se formam entres as pessoas, pois quando se vive em sociedade as pessoas precisam uma da outra. 
Pode-se dizer que o direito das obrigações consiste num complexo de normas que regem relações jurídicas de ordem patrimonial que tem por objeto prestações de um sujeito em proveito do outro.
Ao analisarmos o filme o mercado de Veneza ele relata sobre um determinado contrato em que, Antônio, um dos cristãos mais ricos de Veneza, tem um amigo, pelo qual perdeu toda sua riqueza em luxúrias da vida, mas, como são amigos de longa data o mesmo empresta-lhe o nome para que possa fazer o empréstimo no mercado de Veneza (centro da cidade), pois a sua fortuna estava vindo à cidade de barco, este amigo chama-se Bassânio, que deseja se casar com a princesa de outro reinado chamada Pórcia.
Temos uma linha histórica a ser percorrida, mas se notarmos, o princípio da responsabilidade patrimonial vigora até a atualidade – com exceção dos casos do depositário infiel e dos inadimplentes de obrigação de prestar alimentos, os quais ainda se sujeitam a penas pessoais (no caso, a privação da liberdade, conforme o artigo 5º LXVII da Constituição Federal). Ressalte-se que tais exceções se encontram previstas expressamente em nosso texto constitucional (e não serão objeto de análise neste breve estudo).  
O mercado atual pressupõe um caráter absoluto e universal das obrigações. Em regra, sua criação pressupõe pessoas capazes, que tratam sobre objeto lícito. A priori, as obrigações nascerão da vontade das partes, vista como soberana. Ocorre que a necessidade de proteção à vida humana, consignada na já citada responsabilidade patrimonial, não se limita, nos dias de hoje, às hipóteses acima descritas, tendo em vista a denominada publicização do Direito Privado (incluindo aí o Direito das Obrigações), o que nos leva a uma análise desta responsabilidade segundo a ótica dos direitos personalíssimos.
O Código Civil, fonte do Direito das Obrigações, já não figura mais como o centro de todas as relações. A subordinação incondicional da pessoa à obrigação, haja vista ser ela responsável direta por esta, torna o homem numa coisa, e se dirige contra a socialização pretendida pela garantia dos direitos fundamentais da pessoa humana. Antes “protegidas” pela autonomia intransponível da vontade das partes, a obrigação deve agora ser adimplida como forma de concretização dos Princípios Constitucionais.
A boa-fé objetiva e a função social do contrato, consideradas normas abertas e imprecisas, refletem o princípio da Solidariedade, o qual relativiza a supremacia da vontade das partes, subordinando-as aos olhares constantemente atentos dos princípios constitucionais, dentre os quais ressaltamos os considerados máximos: a vida – resguardada no tocante a responsabilidade das obrigações – e a dignidade da pessoa humana – visão tomada para proteção do mínimo necessário à vida de todo ser humano.

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