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3 Paradigmas e trajetórias

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Universidade Federal da Bahia
Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia
Curso de Graduação Zootecnia
Disciplina: Competitividade, Inovação e Empreendedorismo
Prof. Gustavo Bittencourt Machado
Tema: Paradigma e trajetória tecnológicos; revolução verde, revolução duplamente verde, biotecnologias e agroecologias
Autores: Richard Nelson, Sidney Winter, Freeman, Carlota Perez, Giovanni Dosi
- visão neo-schumpeteriana sobre inovação e crescimento econômico;
causas e impactos estruturais do progresso técnico no sistema produtivo
Schumpeter 
- mudança tecnológica – motor do desenvolvimento capitalista
- a firma: locus de atuação do empresário inovador e de desenvolvimento de inovações 
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Neo-schumpeterianos e evolucionistas
Estudos sobre novas formas de organização da produção, ao nível da empresa, da indústria e da economia, permitem melhor conhecer a estrutura, o funcionamento e a emergência dos novos modelos produtivos.
Kunh (1962), apoiado no conceito de paradigma, observou que existem etapas no processo de conhecimento
1. Confusa - os cientistas ainda não elaboraram o conhecimento requerido para resolver um problema novo;
2. Seleção. Os fatos pertinentes são selecionados e um paradigma estrutura-se quando se forma algum consenso em torno do novo conhecimento, ficando uma pequena parte não resolvida do problema;
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Dosi construiu o conceito de paradigma tecnológico: um modelo de soluções de problemas técnicos, baseado nas ciências naturais, para adquirir novos conhecimentos que os seus proprietários procuram salvaguardar contra uma difusão excessivamente rápida entre os concorrentes.
Os paradigmas tecnológicos definem as oportunidades de inovações sucessivas em certa direção ou trajetória tecnológica. Quando o paradigma se esgota, são necessários conhecimentos científicos e tecnológicos diferentes para o desenvolvimento de processos biotecnológicos 
Pavitt (1984), em sua taxonomia, identifica quatro grupos de indústrias
1º máquinas e equipamentos, as inovações são de processos, cristalizadas em bens de capital e intermediários para a redução de custos. 
2º de peças e componentes, as inovações são de produtos, inputs de capital fixo. 
3º de produção em massa, são apropriadas via depósito de patentes. 
4º ligado ao progresso técnico, gera inovações e novos conhecimentos científicos capazes de constituir novos paradigmas tecnológicos – inovações em grandes laboratórios e despesas de P&D elevadas. 
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processo de geração e difusão de inovações – fator determinante dos ciclos longos do capitalismo;
as inovações dependem do ambiente competitivo da empresa, como ambiente seletivo, existência de fatores institucionais.
depende da taxa de lucro do ramo industrial, condições de investimento e condições de imitação das inovações;
financiamento de atividades de P&D, estrutura da indústria. Existência de feed-back na atividade inovadora.
o progresso técnico oferta o crescimento econômico, alterando as estratégias produtivas das empresas – paradigmas tecnológicos ou paradigmas tecno-econômicos de produção.
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Inovações incrementais ou radicais (Freeman)
Trajetórias tecnológicas – escolhas entre as possíveis alternativas de desenvolvimento tecnológico, escolha de tecnologias visando a obtenção de lucros.
Paradigma tecnológico – geração e adoção de inovações, trajetória tecnológica – difusão de inovações
O conceito de paradigma tecnoeconômico
- o processo inovador resulta de escolhas condicionadas pelo ambiente competitivo;
- imitação de rotinas e procedimentos de umas firmas por outras;
Paradigma tecnológico: conjunto de rotinas e procedimentos predominantes;
Trajetória tecnológica: direção tomada pelo desenvolvimento tecnológico condicionado por escolhas passadas.
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Papel das competências e da capacidade de geração de conhecimento tácito e codificado da empresa no processo competitivo, em detrimento da visão de racionalidade maximizadora.
Freeman e Perez propõem incluir fatores econômicos, mudanças nos custos associados a condições de produção e distribuição na análise da inovação.
Fatores institucionais podem ser determinantes nos processos de inovação e modernização das empresas;
Paradigma tecnoeconômico: resultado de um processo de seleção de uma série de combinações viáveis de inovações técnicas, organizacionais e institucionais, provocando transformações que permeiam toda a economia com importante influência no comportamento da mesma.
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O paradigma técnico-econômico incorpora a dimensão organizacional das empresas e do trabalho. 
Conjunto específico de insumos de cada paradigma tecnoeconômico:
- promove mudanças significativas nos custos relativos;
- os insumos que o compõem têm oferta ilimitada;
- os insumos que o compõem são utilizados em inovações de produto e processo em todas as atividades econômicas;
- melhor prática de organização da produção;
- novas qualificações da mão-de-obra;
- novo mix de produtos;
- novas tendências nas inovações radicais e incrementais com a progressiva utilização do novo fator chave;
- novos padrões de investimento à medida que muda a estrutura de custos relativos das empresas;
- novas infra-estruturas ligadas ao fator-chave;
- entrada de novas firmas empreendedoras nos mercados em crescimento devido às oportunidades geradas pela mudança de paradigma;
- aumento da participação de grandes empresas seja por crescimento, seja por diversificação nos mercados onde o fator-chave é produzido;
- novos padrões de consumo de bens e serviços e novas formas de comercialização da produção. 
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Concorrência e inovação
As inovações estão no cerne do processo de concorrência. 
- os mercados são os espaços de disputas, da concorrência.
Quais são as características e dimensões mais relevantes para análise do mercado?
- número de participantes;
- grau de concentração;
- possibilidade de se diferenciarem produtos;
- barreiras à entrada;
- estruturas de custos.
- o que caracterizam os mercados são as dimensões pelas quais se podem obter vantagens competitivas, o grau em que cada competidor delas desfruta e a sua taxa de obsolescência (rapidez com que acabam por ser superadas).
Para expressar suas vantagens competitivas, em termos de custos:
economias de escala: o aumento do volume de produção de um bem por período reduz os seus custos no âmbito do processo produtivo, em qualquer etapa da produção e comercialização;
economias de escopo: os custos de produção de um bem são menores quando há produção conjunta com outros do que se ele for isolada;
capacidade de financiamento da firma;
patentes e licenciamento de tecnologia: as patentes permitem que as condições de produção, incluindo os custos, das firmas que os detêm sejam únicas. 
O licenciamento de tecnologia implica uma certa subordinação tecnológica da firma adquirente em relação a que cede sua tecnologia. 
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Elementos que a determinam:
Volume de P&D requerido para uma firma manter-se competitiva; saber se as patentes implicam ampliação ou diminuição das dificuldades; custos de imitação ou aperfeiçoamento da tecnologia para os demais concorrentes e um ritmo intenso de progresso técnico.
Relações com fornecedores e ou garantia de matérias-primas;
Relações com a mão-de-obra: grau de especialização e cumprimento tácito do aprendizado.
Organização da produção: relevância tanto maior quanto maior for a complexidade do processo produtivo.
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Vantagens relativas à diferenciação de produtos:
especificações: commodity ou nichos de mercado;
desempenho ou confiabilidade: cumprir os propósitos a que suas especificações o destinam;
durabilidade: não tem importância ou bens de consumo não-duráveis. Não há interesse que a durabilidade física exceda a econômica;
ergonomia e design: em bens de consumo, em maior conforto e segurança dos usuários; em bens de capital, produtividade e melhores relações trabalhistas. Diferenciação em design, envolve o tamanho
e a facilidade de transporte ou armazenamento, o próprio desempenho ou especificações;
estética: abrange os cinco sentidos;
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linhas de produto: manutenção da compatibilidade das diversas gerações de produtos;
custo de utilização do produto: diferenciação através da queda do custo de utilização;
imagem e marca: confiabilidade, durabilidade, status.
Formas de comercialização: distribuição ampla com muitos pontos de venda no caso de bens de baixo valor unitário e elevadas economias de escala; em bens de maior valor unitário, a qualidade dos pontos de venda e contato com os usuários asseguram mais importância. 
Assistência técnica e suporte ao usuário: pós-venda;
financiamento aos usuários: as facilidades de financiamento ou de leasing concedidas aos usuários podem ser decisivas;
relação com usuários: garantia de competitividade da forma em determinados setores de bens de capital;
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Outros elementos:
fatores de ordem econômica: macroeconômica e microeconômica;
fatores de natureza político-jurídico-institucional: relação de leis e normas que regulam a atividade econômica;
fatores de ordem sociocultural: distribuição de renda, riqueza, níveis educacionais, relações de trabalho;
o meio ambiente natural;
As firmas são os agentes decisórios da concorrência buscando criar vantagens competitivas. Introduzem inovações alterando o ambiente de seleção;
As empresas maiores podem escolher a melhor escala de produção. O processo de concorrência leva à concentração de mercados;
Os mercados são destruídos e recriados se o novo paradigma significar novos produtos.
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A crise do paradigma produtivista 
Consenso de crise no paradigma produtivista da revolução verde – impactos sociais e impactos ambientais com a queda da produtividade e mudanças nos pontos de sustentação do paradigma. 
No Brasil, impactos sociais 
- diferentes tecnologias em diferentes regiões do País. 
- produção de riqueza e de miséria – desigualdade social;
- aumento da subocupação – trabalhadores volantes
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Impactos ambientais
- elevação dos custos de produção; 
- elevar os níveis de produtividade alcançados com o atual padrão tecnológico de modernização se torna cada vez mais difícil;
- o custo de doses adicionais de fertilizantes seria superior à renda que se poderia obter;
- impossibilidade de aumentar a escala de trabalho dos equipamentos mecânicos (preparo do solo, colheita) – degradação da estrutura física do solo provocado pelos pesos das máquinas e equipamentos;
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- intensa mecanização e uso dos insumos modernos (fertilizantes e defensivos agrícolas) e a degradação do meio ambiente;
- pacotes modernos – aumento do processo de erosão;
- processo agravado nos países de clima tropical - preparação sem proteção do solo. Arar solo nos trópicos é problema em virtude das chuvas fortes e o sol queima a microvida do solo;
- poluição química - utilização de agroquímicos – contaminação das águas, da vida animal e dos homens;
- os defensivos agrícolas eliminam os inimigos naturais das pragas, rompendo o equilíbrio biológico. 
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Mudanças na base de sustentação do paradigma
Na indústria de pesticidas – transformação em decorrência de três fatores: 
- novos conhecimentos (as biotecnologias industriais); as pressões em defesa do meio ambiente, tanto do lado social (demanda/consumidores); quanto do ponto de vista regulatório - esgotamento do modelo de inovação (screening) dada a sua pouca eficiência e seus altos custos.
Nas indústrias processadoras:
- fusões em grande quantidade e em altos valores em decorrência das novas estratégias concorrenciais, que procuram atender a um consumidor global sem descartar os nichos de cada país;
2 níveis de transformação – o indireto e o direto;
- Indireto: mecanismos regulatórios;
- direto – pressões de fontes ambientalistas, novas tecnologias de base microeletrônica e biologia molecular e o novo padrão de consumo de alimentos (qualidade nutricional, aspectos de saúde e organolépticos).
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Mudanças em curso – esgotamento do padrão produtivista.
Mudanças para atingir os aspectos qualitativos do produto agrícola e do alimento processado demandados:
- surgiram e intensificaram-se medidas reguladoras dos aspectos sanitários, da toxicidade e da falsificação;
- intensificaram-se as normas de comércio internacional em prol da qualidade;
 
- a proibição de venda (ou compra) de carne advinda de região que apresente casos de febre aftosa;
- reserva de mercado para produtos e alimentos de boa qualidade, ainda que mais caros, reconhecidos pelas respectivas associações ou governos através de certificados de garantia;
- alteraram-se as demandas por parte das indústrias processadoras para os produtores rurais, que passaram a ter que cumprir um padrão de organização da produção que mantivesse a qualidade do produto;
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Mudanças na agroindústria alimentar:
- alimentos que possam ser usados em tratamento de saúde, tanto de caráter preventivo, quanto terapêutico;
- alimentos frescos;
- alimentos orgânicos;
- menor consumo de carne, sobretudo vermelha;
- alimentos energéticos;
- beyond speed – serviços para atender as refeições em casa, pré-preparado;
- aumento e depois diminução do uso do forno de microondas (?);
- hábito de comer onde se estiver, demandando-se alimentos fáceis de serem transportados, com embalagens práticas;
- comidas mais elaboradas, cozinha multicultural e gastronômica;
- alimentos com certificado de qualidade anunciado no rótulo.
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Correntes de pensamento:
A agricultura mundial vive problemas cuja solução demandará tempo e grandes recursos de investimento em pesquisa tecnológica voltada para o aumento da produtividade – visão do estrangulamento tecnológico da oferta. Beira de uma grave crise de produção de alimentos.
	a oferta de grãos encontra-se próxima do limite imposto pela disponibilidade de terra e água e pelas tecnologias de produção existentes;
	a elevação da produtividade via utilização do pacote tecnológico produtivista já estaria esgotada;
	pelo processo tecnológico em curso, não é mais possível continuar aumentando o rendimento físico indefinidamente – trajetória produtivista esgotada, sendo necessário o surgimento de uma inovação radical para um novo paradigma tecnológico e organizacional para a agricultura;
	necessidade de reorientação do processo de pesquisa
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Segundo estudos da FAO, não haveria problemas estruturais de oferta. A diminuição no ritmo de crescimento da produção seria uma reação natural de mercado.
	conseqüência da resposta dos principais exportadores de grãos às mudanças introduzidas nas políticas agrícolas e comerciais de vários países – redução de subsídios à exportação e à produção; 
	haveria uma quantidade significativa de terra disponível para ser incorporada ao progresso produtivo;
	ameniza a hipótese da existência de um limite tecnológico;
	os investimentos em pesquisa voltados para os domínios da biotecnologia e da engenharia genética devem começar a render frutos brevemente, contribuindo com a elevação dos rendimentos por hectare;
	não acredita no esgotamento do paradigma da revolução verde – defende que as inovações tecnológicas em curso são incrementais e dão à continuidade à trajetória tecnológica produtivista. 
 
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As inovações tecnológicas em curso são radicais? E as demandas por parte do mercado e as pressões ambientais, sociais e regulatórias?
Surgimento de inovações baseados em pressões regulatórias e ambientalistas:
- a exploração da biodiversidade, como forma de gerar novas moléculas;
- controle biológico;
- investimento na engenharia molecular (e as biotecnologias) substituindo o modelo de inovação baseado na seleção (screening);
- a pesquisa voltada para o desenvolvimento de variedades resistentes a pesticidas;
- a pesquisa voltada para o desenvolvimento de variedades de plantas resistentes a pragas e a doenças;
- a procura por melhores práticas agronômicas que racionalizam o uso de fertilizantes;
- a pesquisa voltada para o desenvolvimento de variedades de plantas com baixos requerimentos de fertilizantes;
- o desenvolvimento de novas fórmulas para diminuir perdas de fertilizantes quando aplicados em solos específicos, como os solos ácidos que retêm muito fosfato;
As biotecnologias e a engenharia genética: esses processos inovadores – que podem dar origem a variedades resistentes a pragas e doenças e a pesticidas, além de variedades com características nutricionais específicas – manipulação de genes para formar a molécula e o produto pretendido.
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Essas inovações poderão superar o atual modelo de cruzamento e seleção – desenvolvendo-se para atender às demandas da saúde humana (químico-farmacêutica), com altos investimentos das indústrias farmacêuticas, que às demandas da agricultura agroindustrial-alimentar. Isso em virtude das seguintes razões:
- os padrões concorrenciais: como nas indústrias farmacêuticas, a diversificação é essencial no processo concorrencial e o valor do produto final é alto – a agricultura vê-se em desvantagem;
- os mecanismos regulatórios: para o produto agrícola obtido através de processos biotecnológicos – ainda não estão bem definidos os mecanismos de experimentação e testes que permitem a sua regulamentação para o mercado’;
- as lacunas do conhecimento que ainda existem para o desenvolvimento de novas variedades agrícolas.
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Cenários
Manutenção do padrão produtivista adaptado
os defensores do padrão produtivista afirmam que as dificuldades contribuíram para que os produtores busquem novas tecnologias e melhorem a forma de administrar suas propriedades;
utilização de inovações organizacionais de caráter incremental – trabalhador com multiespecialidades;
mudanças adaptativas à nova realidade mercadológica, ambiental e regulatória – resistência ou prolongamento da revolução verde – as inovações tecnológicas são incrementais e mantêm a atual trajetória tecnológica;
inovações incrementais – desenvolvimento de variedades resistentes a pesticidas, a pragas e a doenças;
desenvolvimento de variedades de plantas com baixos requerimentos de fertilizantes e de novas fórmulas para diminuir as perdas de fertilizantes quando aplicados em solos específicos, como os ácidos que retêm muito fosfato;
	
essas inovações não implicam o fim da monocultura;
	
inovações organizacionais – melhores práticas agronômicas que racionalizem o uso de fertilizantes.
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Propostas de inovação radical
Tecnologia avançada não significa a mais moderna nem a mais sofisticada, mas a mais adequada ao meio ambiente. Tecnologia que exige profundos conhecimentos do meio.
Trata-se de recuperar a racionalidade da agricultura camponesa tradicional a partir de outro nível de conhecimentos científicos e tecnológicos.
Agroecologias
- conjunto de princípios cuja base é a utilização de técnicas que garantam a preservação do meio ambiente e uma agricultura sustentável. 
- abrangem diferentes tendências, como a agricultura biológica, a agricultura biodinâmica, a agricultura orgânica e a permacultura, cada uma com suas especificidades.
- denominador comum – a questão ambiental.
- avanço da agricultura alternativa como reação à agricultura convencional – baseada na química e mecânica dos pacotes tecnológicos.
- agricultura biológica – início na Alemanha em 1924, com Rudolf Steiner;
- agricultura orgânica – inglês Albert Howard na Índia, entre 1899 a 1940 com os camponeses hindus – idéias sobre fertilidade do solo – processo Indore de compostagem entre 1924 e 1931.
- termo Agroecologia utilizado a partir dos anos 1970 incorporando idéias ecológicas, ambientais, os aspectos sócio-econômicos que influenciam a agricultura.
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- pensamento agroecológico – fundamenta-se nos princípios ecológicos tendo, como ponto de partida, os sistemas naturais.
- estudos sobre os sistemas de produção indígenas e de camponeses com um enfoque mais abrangente das unidades agrícolas.
- os sistemas produtivos indígenas e dos camponeses são analisados do ponto de vista do uso e aproveitamento dos recursos, considerando as mudanças que interferem nas comunidades.
- as técnicas importadas dos países desenvolvidos provocaram agressões ao meio ambiente por serem inadequadas ao clima e à complexidade dos ecossistemas tropicais. 
- os pacotes tecnológicos dos países desenvolvidos levaram a um processo de marginalização da população do meio rural no Terceiro Mundo;
- agroecologias – aplicação dos princípios que regem o funcionamento dos sistemas naturais na agricultura, com base na ciência agronômica, juntamente com outras ciências, como as ciências sociais, no conhecimento acumulado dos sistemas indígenas e no saber dos agricultures.
- pensamento agroecológico – unidade de produção agrícola como um tipo especial de ecossistema – um agroecossistema onde ocorre uma série de relações ecológicas.
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- parte do sistema natural para entender o sistema produtivo.
- análise agroecológica – Teoria Geral de Sistemas. 
- enfoque sistêmico – os elementos de um determinado sistema não podem ser considerados isoladamente, mas a partir de suas interrelações – conjunto de componentes físicos relacionados ao modo que atuam como uma unidade, com um objetivo específico.
- estrutura dos sistemas produtivos – influenciada por processos ecológicos e ambientais, sociais e econômicos. Salientam-se os seguintes fatores:
	disponibilidade de mão-de-obra;
	acessos de condições de crédito; 
	subsídios;
	riscos previstos;
	informação de preços;
	obrigações familiares;
	tamanho da família;
	acesso a outras formas de subsistência.
- Agroecologias – modelo de agricultura sustentável que garanta a preservação dos recursos naturais e capacidade produtiva dos sistemas agrícolas e o desenvolvimento das comunidades rurais.
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	- as inovações tecnológicas tendem a se aproximar da produção familiar, caracterizando-se por um caráter mais artesanal. 
	- a agricultura familiar está mais próxima dos princípios agroecológicos seja pela sua lógica produtiva ou tradição de policultura. A lógica produtiva não se baseia na produtividade. 
	- o produtor direto visa à manutenção do patrimônio familiar e conserva uma tradição de policultura que o aproxima da sustentabilidade ecológica.
Em geral, utilizadas pelas organizações não-governamentais, as técnicas agroecológicas têm contribuído para o fortalecimento dos pequenos agricultores familiares. 
Sistema produtivo agroecológico – apropriado às condições naturais da região e aos recursos dos agricultores, considerando as complexas relações existentes entre os elementos de uma propriedade, em torno de um desenvolvimento ecologicamente equilibrado.
Principal crítica às técnicas agroecológicas – incapacidade de produzir alimentos suficientes para abastecer toda a população mundial; 
	
Na agricultura orgânica, podem-se utilizar técnicas ecológicas de agricultura intensiva, como a rotação de culturas que permite a mecanização e mantém a biodiversidade.
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Revolução duplamente verde
parte-se da demanda socioeconômica dos agricultores menos favorecidos para identificar as prioridades de pesquisa;
ao invés de máximos rendimentos por produto com o uso de insumos químicos, buscam-se sistemas de produção que substituam estes insumos e que usem biotecnologias e conhecimentos de ecologia científica;
principais beneficiados: agricultores familiares uma vez que possuem capacidade de gestão e conhecimento do meio ambiente, privilegia a diversificação, tem reservas abundantes de mão-de-obra e usa intensivamente o solo.
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Convivência de vários modelos de produção

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