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Penal - Resumo Sagres

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DIREITO PENAL PROF. EDVANILSON 
 
 1
Complemento de Direito Penal – Concurso do TJ-PE 
Prof. Edvanilson 
 
1. CAUSAS DE EXCLUSÃO 
 Causas de exclusão da ilicitude Causas de exclusão da culpabilidade 
Legítima defesa Inimputabilidade do agente (incapacidade ou debilidade mental 
completas, menoridade, embriaguez involuntária completa 
decorrente de caso fortuito ou força maior) 
Estado de necessidade justificante (mal 
evitado é maior que o mal causado). 
Estado de necessidade exculpante (mal evitado é igual ou menor 
que o mal causado), como pode ocorrer, inclusive, na coação 
irresistível 
Estrito cumprimento de dever legal Erro de proibição invencível, como nas descriminantes putativas 
ou na obediência hierárquica, nesse caso quanto a ordem 
aparentemente legal, como explica Damásio de Jesus Exercício regular de direito 
 
2. CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES 
a) Crime comum: pode ser praticado por qualquer pessoa (homicídio, furto, roubo, lesão corporal etc.). 
b) Crime próprio: só pode ser praticado por pessoa específica (o infanticídio só pode ser praticado pela 
própria mãe da criança, sob influência do estado puerperal; os crimes praticados por funcionário público 
contra a Administração Pública também são crimes próprios, pois só podem ser cometidos por quem 
detém a qualidade de funcionário público etc.) 
c) Crime de mão própria: só pode ser praticado pessoalmente pelo agente, não admitindo o mandante 
(falso testemunho, prevaricação etc.). 
d) Crime de dano: só se consuma com a efetiva afetação do bem jurídico (homicídio, furto, roubo etc.). 
e) Crime de perigo: ocorre a consumação com a mera possibilidade de dano (perigo de contágio venéreo, 
rixa, incêndio etc.). 
f) Crime material: o tipo traz a conduta e o resultado naturalístico, havendo consumação apenas se este foi 
verificado (homicídio, furto, roubo etc.). 
g) Crime formal: o tipo traz a conduta e o resultado naturalístico, mas este não é necessário para a 
consumação, bastando a conduta (extorsão mediante sequestro, corrupção ativa etc.). 
h) Crime de mera conduta: o tipo só menciona a conduta (violação de domicílio, desobediência etc.). 
i) Crime instantâneo: se consuma num determinado momento (homicídio, furto, roubo etc.) 
j) Crime permanente: a consumação de protrai no tempo, por vontade do agente (sequestro, cárcere 
privado). 
k) Crime instantâneo de efeito permanente: as consequências se protraem no tempo, independentemente 
da vontade do agente (homicídio consumado). 
l) Crime comissivo: praticado mediante ação (homicídio, furto, roubo etc.). 
 DIREITO PENAL PROF. EDVANILSON 
 
 2
m) Crime omissivo próprio ou puro: a omissão está prevista no tipo penal, sendo que essa modalidade não 
admite tentativa (omissão de socorro). 
n) Crime omissivo impróprio ou comissivo por omissão: o tipo descreve uma ação, sendo que o agente 
que tem o dever de proteger o bem jurídico (garantidor) permite a ocorrência do resultado naturalístico 
(caso da mãe que consente no ato de seu esposo estuprar a própria filha). Nesse caso, é possível haver 
tentativa. 
o) Crime unissubjetivo: praticado por uma só pessoa. 
p) Crime plurissubjetivo: praticado por várias pessoas (rixa). 
q) Crime simples: é aquele que se enquadra num único tipo legal (homicídio). 
r) Crime complexo: é aquele que se enquadra em mais de um tipo penal (latrocínio, extorsão mediante 
sequestro etc.). 
s) Crime mono-ofensivo: atinge apenas um bem jurídico (homicídio). 
t) Crime pluriofensivo: atinge mais de um bem jurídico (latrocínio, que atinge a vida e o patrimônio). 
u) Crime de forma livre: admite vários meios de execução (homicídio, para o qual se pode utilizar arma de 
fogo, faca etc.). 
v) Crime de forma vinculada: só admite o meio de execução previsto no tipo (curandeirismo, art. 284). 
w) Crime principal: tem vida autônoma (furto). 
x) Crime acessório: depende de outro crime (receptação). 
y) Crime unissubsistente: praticado com um só ato de execução (injúria, calúnia, difamação etc.). 
z) Crime plurissubsistente: praticado com mais de um ato de execução (pode ocorrer com homicídio, a 
própria injúria por escrito etc.). 
 
3. QUESTÕES DE CONCURSOS 
Questão 1 (PM-BA, Soldado, FCC, 2009). Tício, 
movido pela intenção de matar seu desafeto Paulus, 
atraiu-o para local ermo e lhe desferiu um golpe de 
faca, causando-lhe grave ferimento no abdome, com 
intensa hemorragia e perigo de vida. Ao perceber a 
gravidade do ferimento causado, Tício se arrependeu e 
levou Paulus a um hospital, onde este foi operado e 
salvo. Nesse caso, Tício 
(A) responderá por tentativa de homicídio, pois, apesar 
do arrependimento posterior, a intenção inicial de Tício 
era de matar Paulus. 
(B) responderá por lesões corporais leves, porque, em 
razão da intervenção cirúrgica, a vítima se recuperou. 
(C) não responderá por nenhum delito, porque ocorreu 
arrependimento eficaz e a vítima se recuperou da lesão 
sofrida. 
(D) responderá por lesão corporal de natureza grave, 
pois, apesar do arrependimento eficaz, a vítima recebeu 
ferimento de que resultou perigo de vida. 
(E) responderá por homicídio consumado, pois a lesão 
era apta a causar a morte de Paulus, que só não 
morreu em razão da intervenção cirúrgica a que foi 
submetido. 
 
Resposta: D, porque Tício agiu com arrependimento 
eficaz, evitando o resultado morte, inicialmente 
pretendido. Como vimos, se o agente evita o 
resultado pelo arrependimento eficaz, então ele 
responderá apenas pelos “atos já praticados”, no 
caso, lesão corporal de natureza grave (em razão do 
risco de vida, art. 129, § 1º, II, do CP). 
 
Questão 2 (PM-BA, Soldado, FCC, 2009). João 
aproximou-se de José numa via pública, enfiou a mão 
no bolso traseiro de sua calça e subtraiu-lhe a carteira. 
José, no entanto, percebeu a ação de João e agarrou-
lhe a mão. João desferiu vários socos e pontapés em 
 DIREITO PENAL PROF. EDVANILSON 
 
 3
José, causando-lhe ferimentos leves, conseguiu 
desvencilhar-se e fugir de posse do produto do crime. 
Nesse caso, João responderá por 
(A) tentativa de roubo. 
(B) furto qualificado pela destreza. 
(C) roubo consumado. 
(D) furto simples. 
(E) tentativa de furto qualificado pela destreza. 
 
Resposta: C, porque João praticou o crime de 
roubo consumado, já que usou de violência para 
subtrair a coisa alheia móvel (art. 157 do CP), tendo 
conseguido seu objetivo. Se não tivesse havido 
violência, a hipótese seria de furto (art. 155 do CP). 
Para o concurso do TJ-PE, basta a noção da 
consumação do crime, que ocorreu com a efetiva 
subtração da coisa, diferenciando da tentativa (que 
teria ocorrido se José tivesse evitado a subtração, 
por exemplo). 
 
Questão 3 (PM-BA, Soldado, FCC, 2009). Paulo, 
policial no exercício de fiscalização de trânsito, 
surpreendeu um motorista dirigindo alcoolizado e pela 
contramão de direção. Em seguida, exigiu do infrator a 
quantia de R$ 200,00 para deixá-lo prosseguir 
livremente. 
Nesse caso, Paulo responderá pelo crime de 
(A) corrupção ativa. 
(B) concussão. 
(C) corrupção passiva. 
(D) prevaricação. 
(E) peculato. 
 
Resposta: B, porque a exigência de vantagem 
indevida por funcionário público, para si ou para 
outrem, direta ou indiretamente, configura o crime 
de concussão (art. 316 do CP). Na corrupção 
passiva (art. 317 do CP), o agente apenas solicita ou 
recebe vantagem ou aceita a sua promessa, 
diferentemente da concussão, onde o funcionário 
EXIGE a vantagem. Lembre-se do exemplo do juiz 
que queria entrar gratuitamentenuma boate em 
Brasília valendo-se apenas da sua carteira funcional 
(concussão). 
 
Questão 4 (PM-BA, Soldado, FCC, 2009). A coação 
irresistível, o estado de necessidade e a obediência 
hierárquica são causas excludentes da 
(A) culpabilidade. 
(B) ilicitude, da culpabilidade e da ilicitude, 
respectivamente. 
(C) ilicitude, da ilicitude e da culpabilidade, 
respectivamente. 
(D) ilicitude. 
(E) culpabilidade, da ilicitude e da culpabilidade, 
respectivamente. 
 
Resposta: E, porque a coação irresistível e a 
obediência hierárquica são causas de exclusão da 
culpabilidade, embora não sejam autônomas (a 
primeira pode aparecer como estado de 
necessidade exculpante, enquanto a segunda 
configuraria erro de proibição inevitável). Quanto ao 
estado de necessidade, não esquecer que as provas 
o consideram como causa de exclusão da ilicitude, 
em razão do art. 23, I, do CP, salvo quando vier 
discriminado tratar-se de estado de necessidade 
exculpante, quando exclui a culpabilidade. O fato é 
que se vier apenas o termo “estado de 
necessidade”, trata-se de exclusão de ilicitude, 
conforme vimos em sala de aula. Sobre o tema, ver 
quadro sinótico constante deste complemento. 
 
Questão 5 (PM-BA, Soldado, FCC, 2007). Aquele que 
solicita, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, 
ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas 
em razão dela, vantagem indevida comete crime de 
(A) corrupção passiva 
(B) concussão 
(C) corrupção ativa 
(D) peculato 
(E) prevaricação 
 
Resposta: A, ver comentários à questão 3. 
 DIREITO PENAL PROF. EDVANILSON 
 
 4
 
Questão 6 (PM-BA, Soldado, FCC, 2007). É causa 
excludente da ilicitude, dentre outras, 
(A) a legítima defesa putativa 
(B) a coação irresistível 
(C) a obediência hierárquica 
(D) o estado de necessidade 
(E) o erro inevitável sobre a ilicitude do fato 
 
Resposta: D, porque a legítima defesa putativa é 
uma descriminante putativa (art. 20, § 1º, do CP), ou 
seja, imaginária (está apenas na consciência do 
agente), excluindo, portanto, a culpabilidade. A 
coação irresistível, a obediência hierárquica e o erro 
de proibição invencível (ou inevitável) são também 
causas excludentes da culpabilidade, sendo que 
apenas o estado de necessidade (desde que não 
seja exculpante) é que configura uma excludente de 
ilicitude (também chamada de excludente de 
antijuridicidade). As causas de exclusão de ilicitude 
são PERMITIDAS (TIPOS PERMISSIVOS), enquanto 
as causas de exclusão da culpabilidade são 
TOLERADAS pelo Direito. 
 
Questão 7 (TJ-RR, Técnico Judiciário, Cespe, 2006). 
Acerca da parte geral do Código Penal, assinale a 
opção correta. 
(A) A entrada em vigor de lei nova que deixe de 
considerar o fato criminoso é uma das causas de 
extinção da punibilidade. 
(B) Age em legítima defesa aquele que, após ter aceito 
um desafio para um duelo, ofende a integridade física 
do desafiante. 
C) A coação moral irresistível é causa de exclusão de 
antijuridicidade, pois afasta o caráter injusto do delito. 
(D) O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de 
crime exclui o dolo e impede a punição do agente por 
crime culposo. 
Resposta: A, porque a abolitio criminis (abolição de 
um crime) é realmente causa de extinção da 
punibilidade de fatos anteriores à lei que opera a 
abolição, em homenagem ao princípio da 
retroatividade da lei penal mais benéfica. Referida 
causa de extinção está contemplada no art. 107, III, 
do CP (matéria que será tratada em Direito 
Processual Penal). Na legítima defesa, a agressão é 
injusta e não pode ser provocada pelo agente, além 
de ser atual ou iminente, de modo que não poderia 
ser evitada ou interrompida por ação do Estado. No 
duelo previamente aceito, não há atualidade ou 
iminência da agressão, razão pela qual quem dele 
participa não está amparado por legítima defesa. A 
coação moral irresistível é causa de exclusão da 
culpabilidade, não da antijuridicidade (ilicitude). O 
erro de tipo exclui o dolo se for invencível, 
permanecendo a culpa se se cuidar de erro de tipo 
vencível. 
 
Questão 8 (TRE-RN, Analista Judiciário, FCC, 2011). 
Quando o agente dá início à execução de um delito e 
desiste de prosseguir em virtude da reação oposta pela 
vítima, ocorre 
(A) arrependimento eficaz. 
(B) crime consumado. 
(C) fato penalmente irrelevante. 
(D) desistência voluntária. 
(E) crime tentado. 
Resposta: E, porque o crime só não se consumou 
por circunstâncias alheias à vontade do agente, no 
caso, a reação da vítima. Na desistência voluntária, 
o crime não se consuma porque o próprio agente 
desiste durante os atos executivos (tentativa 
inacabada), enquanto no arrependimento eficaz o 
agente, mesmo após o fim dos atos de execução 
(tentativa acabada), atua eficazmente evitando o 
resultado. 
 
Questão 9 (TRE-AP, Analista Judiciário, FCC, 2011). 
Paulo abordou a vítima Pedro em via pública e, 
mediante grave ameaça com emprego de arma de fogo, 
anunciou o assalto e exigiu a entrega da carteira com 
 DIREITO PENAL PROF. EDVANILSON 
 
 5
dinheiro. No momento em que Pedro retirava a carteira 
do bolso para entregar para Paulo este resolveu ir 
embora espontaneamente sem subtrair a res. Trata-se 
de hipótese típica de 
(A) arrependimento eficaz. 
(B) desistência voluntária. 
(C) tentativa. 
(D) arrependimento posterior. 
(E) crime impossível. _ 
Resposta: B, porque o agente decidiu evitar o 
resultado durante os atos executivos (tentativa 
inacabada). Seria arrependimento posterior se o 
agente, após concluídos os atos executivos 
(tentativa acabada), devolvesse, por exemplo, a 
coisa (res) à vítima. 
 
Questão 10 (TRE-AP, Analista Judiciário, FCC, 
2011). No tocante aos crimes contra a Administração 
Pública, o funcionário que retarda ato de ofício, com 
infração de dever funcional, cedendo a pedido ou 
influência de outrem, comete crime de 
(A) Prevaricação. 
(B) Peculato. 
(C) Concussão. 
(D) Excesso de Exação. 
(E) Corrupção Passiva. 
Resposta: E, porque a conduta narrada se enquadra 
no tipo da corrupção passiva (art. 317, § 2º, CP). 
Seria prevaricação se o interesse ou sentimento 
fosse pessoal, não de terceiros (art. 319, CP). 
 
Questão 11 (TRE-TO, Analista Judiciário, FCC, 
2011). Nos termos do Código Penal, é efeito automático 
da condenação, não sendo necessário ser declarado na 
sentença: 
(A) A perda de cargo, função pública ou mandato 
eletivo quando for aplicada pena privativa de liberdade 
por tempo superior a quatro anos em qualquer crime, 
salvo nos crimes praticados com abuso de poder ou 
violação de dever para com a Administração Pública. 
(B) A perda de cargo, função pública ou mandato 
eletivo, quando aplicada pena privativa de liberdade por 
tempo igual ou superior a um ano, nos crimes 
praticados com abuso de poder ou violação de dever 
para com a Administração Pública. 
(C) Tornar certa a obrigação de indenizar o dano 
causado pelo crime. 
(D) A incapacidade para o exercício do pátrio poder, 
tutela ou curatela, nos crimes dolosos, sujeitos à pena 
de reclusão, cometidos contra filho, tutelado ou 
curatelado. 
(E) A inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado 
como meio para a prática de crime doloso. 
Resposta: C, porque os demais efeitos NÃO são 
automáticos, precisando ser motivadamente 
declarados na sentença (art. 92, parágrafo único, 
CP). Ver art. 91 do CP. 
 
Questão 12 (TRE-TO, Analista Judiciário, FCC, 
2011). Arrebatamento de preso é classificado como 
crime 
(A) de abuso de autoridade.(B) praticado por particular contra a administração em 
geral. 
(C) praticado por funcionário público contra a 
administração em geral. 
(D) contra a fé pública. 
(E) contra a administração da Justiça. 
Resposta: E, porque se trata, de fato, de crime 
contra a administração da justiça (art. 353 do CP).

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