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Artigo Patologia de Pavimentação

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PATOLOGIA DE PAVIMENTAÇÃO NA AVENIDA ÁGUAS CLARAS
Resumo: A patologia de pavimentação pode ocorrer devido a vários fatores, entre eles estão os fatores físicos, que são os maiores causadores da patologia de pavimentação. Devido a rachaduras não tratadas previamente, cargas excessivas, declividade do asfalto errada e outras causas, ocorre uma grande infiltração de água que pode gerar alteração nas características do solo. O solo estudado trata-se de um silte, na região do Areal-Águas Claras, uma região que contém uma quantidade significativa de aquíferos e torna o solo extremamente úmido. Na região estudada houve um rompimento na tubulação de redes de águas pluviais, aumentando a quantidade de água presente no solo e gera uma lixiviação do mesmo. Foi feito um estudo de caso para descobrir a causa do rompimento e soluções cabíveis para corrigir a implosão da pavimentação asfáltica e do solo.
Palavras-chaves: Patologia. Pavimentação. Implosão. Solo.
INTRODUÇÃO
Sabe-se que as vias públicas de acesso são de grande importância para a sociedade, pois possibilitam o deslocamento da população. Quando ocorre uma patologia na pavimentação, sendo essa patologia de origem física, química ou biológica, acarreta um transtorno atingindo toda a sociedade que passa pelo local onde se encontra o dano ou interferência. A patologia de pavimentação é um processo comum, mas, como dito anteriormente, pode ser causado de várias formas. Isso faz variar o grau de seriedade da patologia. 
Os diferentes tipos de patologia diferenciam-se na forma em que acontecem e o que pode causar tais patologias. A química é causada por reações de alguns elementos. Nesse caso, dentro de tubulações e em solos. A biológica é gerada por micro-organismos e pode acabar gerando, também, uma patologia química/física. Já a física, pode ser gerada por excesso de peso na pavimentação, por agressão física. Dentre as três, a mais comum é a pavimentação física. 
As vias servem também de abrigo para as redes de fornecimento de água, esgoto, determinadas fiações elétricas e bens públicos. Então, torna-se necessário grande atenção na elaboração do projeto, na escolha dos materiais e na execução das obras que envolvem essas vias. A falha em qualquer uma dessas etapas prejudica a qualidade do pavimento ao mesmo tempo em que propicia futuros problemas. Um deles é a patologia na pavimentação. Um exemplo disso é a erosão que pode acontecer quando existe o contato direto de algum reagente químico.
As águas pluviais urbanas podem ser consideradas como recursos hídricos potenciais e também como problemas para o bom funcionamento das múltiplas atividades da cidade, decorrentes do uso e ocupação inadequados do solo, em geral, devido ao planejamento insatisfatório do desenvolvimento da ocupação das áreas, com poucos cuidados com relação aos aspectos ambientais naturais da drenagem dos deflúvios superficiais. (TRINDADE, et al. 2007, p. 5)
As tubulações utilizadas para fazer as redes de água pluviais e esgoto não suportam por muito tempo as agressões, como o peso de uma sobre a outra, acidez contida no solo juntamente com a acidez contida no líquido que passa dentro da tubulação. Devido a isso, deve ser efetuada a manutenção nas redes ou mesmo a troca delas para que sejam evitados rompimentos ou acidentes maiores delas. 
O acidente ocorrido no dia 1º de março de 2016 causou um grande transtorno no trânsito local, conforme Maria Eduarda Cardim (2016) em reportagem pelo Correio Braziliense, o Detran-DF teve que ir ao local para reorganizar o trânsito e direcionar o fluxo, para que a Novacap pudesse realizar as devidas reformas na tubulação rompida, com data limite de até 4 de março de 2016. Nesse local, havia tubulações desgastadas e mal planejadas, ocasionando o rompimento da rede de águas pluviais. O rompimento iniciou o vazamento da água, por um tempo indeterminado, gerando a lixiviação do solo. Como citado anteriormente, a patologia pode ter vários graus de seriedade. O ocorrido na Avenida Águas Claras foi bastante sério e complicado, devido ao fato de ter sido uma implosão do solo juntamente com o asfalto.
A via é de extrema importância para o fluxo de veículos no Distrito Federal, pois é uma das conexões entre a cidade de Águas Claras e Taguatinga, sendo opção a uma das principais rodovias da cidade a EPCT DF-001 que em Taguatinga é divida entre Pistão Norte e Pistão Sul, o último é a via principal de Taguatinga Sul.
O Areal é uma zona de transição entre a cidade de Águas Claras que possui quase metade de seu território em área verde, vários aquíferos (criados pelas nascentes presentes), segundo a administração regional, cerca de 403 hectares e Taguatinga que possui uma área verde bem inferior, além de ser uma cidade mais antiga, acarretando tecnologias inferiores em reação às edificações. Com o levantamento topográfico (Figura – 1) torna-se possível a elaboração e confecção dos projetos destinados ao ocorrido e a todos os outros problemas urbanos, pois torna-se viável a visualização da pouca declividade que é encontrada nas ruas da cidade. 
Figura 1 - Relevo da Região
Fonte: Autor
 
Tem-se como objetivo geral do trabalho identificar e descrever as causas e as soluções cabíveis para as patologias encontradas na pavimentação da Av. Águas Claras, causadas pelo rompimento da tubulação de águas pluviais. Já os objetivos específicos do artigo, referem-se a realizar ensaios laboratoriais e estudos do solo, de acordo com as normas exigidas, para identificar o problema ocorrido, bem como encontrar soluções práticas, econômicas e ambientais, para que o problema não ocorra novamente.
MATERIAIS E MÉTODOS
MATERIAIS
Para o desenvolvimento do tema de trabalho, será utilizado:
Imagens via satélite da região, por meio do Google Maps
Análises técnicas realizadas por profissionais que visitaram o local
Estudos e testes de laboratório sobre pavimentos
Artigos voltados para a área do conhecimento
Reportagens sobre o processo erosivo
Site da Região Administrativa de Águas Claras (Número de habitantes, área)
Laboratórios de solo, de redes pluviais e de pavimentação asfáltica
Visita a NOVACAP
Instrumentos para levantamento topográfico, como GPS, teodolito
Normas ABNT – NBR-6484; NBR-9603; NBR-7250; NBR-6502; Manual de Pavimentação elaborado pelo DNIT
MÉTODOS
O trabalho consistirá em uma análise de todo o conteúdo de pesquisa disponível, primeiramente conhecer a cidade de Águas Claras de maneira a identificar índices demográficos, como o número de habitantes da região, topográficos, relacionando os níveis de altitude no decorrer da via, estrutura das vias do ponto de vista da execução da obra e dos trajetos, pois é fundamental conhecer a o percurso pelo qual se apresenta.
Primeiramente será realizado um levantamento topográfico da região, para obter a declividade da região, como explicado anteriormente, pois a declividade da região irá ajudar a definir o tipo de asfalto necessário para aquele local.
Com os levantamentos topográficos, além da declividade, densidade demográfica da região, também será verificada a média de veículos que transportam naquela avenida por dia e quais os tipos de transportes e a verificação da presença de aquíferos. 
Após os ensaios de topografia, serão coletadas amostras de solo (Figura – 2), para serem levadas ao laboratório e ser realizada a caracterização do tipo de amostra coletada. O ensaio de laboratório dos solos, irá consistir em várias etapas, começando pelo ensaio de umidade higroscópica (Figura – 3), para depois ser feito um destorroamento do solo e realizar o ensaio granulométrico, em seguida, com pequenas amostras de solo, serão determinados os limites de liquidez e de plasticidade. Feitos os primeiros ensaios, o solo será compactado e imerso em água durante 72h seguidas, para que seja identificado a capacidade de expansão do solo. Ainda com o solo úmido, após o ensaio de expansão, o solo será retirado do corpo de prova e será compactado, para simular a compactação que elereceberia na hora da pavimentação, com esse ensaio será obtido a resistência do solo, onde será definido a espessura das camadas de solo, sendo elas base, sub-base e sub-leito, de acordo com as tabelas e normas contidas na ABNT, baseados no último ensaio a ser realizado, que será o de CBR. 
Figura 2 - Coleta de solo
Fonte: Autor
Figura 3 - Ensaio laboratorial
Fonte: Autor
No laboratório de águas pluviais, serão feitos ensaios com a água contida na tubulação e no solo, a fim de verificar a presença de agentes químicos no solo, saber o pH em que se encontra a água, para que seja verificado a possibilidade de rompimento através de uma corrosão da tubulação.
Os testes efetuados no laboratório de pavimentação consistirão em analisar se a espessura do asfalto está de acordo com o que foi definido nos ensaios com a amostra de solo e de acordo com as normas contidas na Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e elaboradas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Será verificada a resistência do asfalto, da mesma forma que é verificado a do concreto. Primeiramente será coletado uma pequena parte do asfalto que foi utilizado para a pavimentação, para depois ser medida sua resistência, sua permeabilidade, a capacidade de fissura. 
Será realizada uma identificação táctil-visual, da tubulação contida no local (Figura – 4) para a caracterização do material que estava sendo utilizado, bem como verificar qual material será mais compatível com aquele local, com as condições do solo e da pavimentação. 
Além dos ensaios laboratoriais, será verificado alternativas para o tráfego de veículos no local, a fim de não interromper, nem atrapalhar de forma grave a rotina da população da área envolvida. 
Figura 4 - Tubulação de PVC
Fonte: Autor
RESULTADOS ESPERADOS
As análises feitas em relação ao terreno forneceram dados essenciais para os resultados, o primeiro é a identificação da diferença de nível em determinados pontos da avenida, o ponto da erosão possui uma altitude de 1203 m, como indicado na Figura – 1, inserida na introdução do artigo, a via possui um pequeno desnível, aproximadamente 15 metros entre suas extremidades, o que permite a identificação da direção do fluxo natural de agua na região, incluindo os sistemas de drenagem e condução de esgoto e a declividade do asfalto.
Os ensaios feitos com a amostragem do solo, mostram que o solo característico da avenida é o silte, cujo uma das características é ter umidade em excesso, como prova-se nos ensaios realizados em laboratório.
A verificação da tubulação mostrou, que a tubulação que estava sendo utilizada, era de PVC, rugosa e imprópria para o tipo de situação em que estava sendo utilizada. O PVC não suporta o peso que foi gerado pelo solo e pela rede de esgoto que passa por cima da rede de águas pluviais, o que causa o rompimento da tubulação, gerando um grande vazamento de água, aumentando a lixiviação do solo.
 Como o solo já é extremamente úmido, devido a presença de aquíferos, com o rompimento da tubulação ele teve suas características alteradas, fazendo com que perdesse parte da compactação, o que gerou a implosão do solo e da pavimentação asfáltica. Outro fator que ajudou na lixiviação do solo, foi a água que infiltrava através das rupturas presentes no asfalto (Figura – 5) e a pouca declividade do asfalto, que causa um grande acumulo de água na pavimentação, aumenta o peso que é suportado pela pavimentação e aumenta a quantidade de água que é infiltrada no solo.
Como solução, é sugerido uma troca das tubulações da rede de águas pluviais, para tubulações feitas de concreto (Figura – 6) e uma nova compactação do solo, juntamente com uma nova pavimentação. Desde que todas estejam dentro das normas previstas.
Figura 5 - Fissuras em asfaltos
Fonte: Autor
Figura 6 - Tubulação de concreto
Fonte: Rafaela Felicciano/Metrópoles
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	Revisão textual da primeira fase
	 
	 
	 
	 
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	Elaboração da segunda fase do texto
	 
	 
	 
	 
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	Entrevista com estudiosos do assunto
	 
	 
	 
	 
	 
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	Análise de dados colhidos
	 
	 
	 
	 
	 
	 
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	Conclusão
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
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	Redação definitiva do artigo
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
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CONCLUSÃO
Com base no estudo que será feito e nos resultados esperados, conclui-se que a implosão foi causada, principalmente, pelo rompimento da tubulação de PVC. Observa-se que a tubulação de PVC não é adequada para esse tipo de uso, pois não suporta o peso que é colocado sobre ela e não tem resistência também às ações da água e do solo. Os ensaios realizados mostram que o silte, quando está na presença de muita água, torna-se borrachudo, o que dificulta a compactação do solo, pois não são extraídos de forma correta as bolhas de ar. Com a compactação ruim, o solo acaba perdendo suas características facilmente com a água que vai infiltrando no solo através das fissuras do asfalto e da tubulação.
A troca do material da tubulação daquela região efetuada pela NOVACAP foi de extrema necessidade, visto que as manilhas de concreto suportam muito mais a carga das redes de esgoto que passam em cima das redes de águas pluviais e tem mais resistência também às agressões do solo e da água. 
Sabendo que a região estudada possui muitos aquíferos e está sujeita a várias fissuras no asfalto, sugere-se que seja feita manutenção das tubulações e da pavimentação asfáltica com no mínimo três anos de uso, para que assim fique fácil de identificar os problemas e ajude a evitar implosões no solo que causem grandes transtornos. A manutenção no asfalto em relação às fissuras, deve ser efetuada no período de seca, pois facilitaria a identificação das fissuras e diminuiria a quantidade de água infiltrando naquele local. Deve ser feito também um novo projeto, prevendo uma maior declividade do asfalto para que a água escorra e não acumule e infiltre mais para o solo.
PAVEMENT PATHOLOGY AT ÁGUAS CLARAS AVENUE 
Abstract: The pavement pathology may occur due to several factors, among them are the physical factors, which are greatest causatives of the pavement pathology. Thanks to non-previously treated cracks, excessive loads, wrong asphalt declivity and other things, big water intrusion occurs what may generate alterations in the ground characteristics. The studied ground is a silt, at Areal-Águas Claras region, which contains a meaningful quantity of aquifer and turns the ground extremely humid. At the studied region there was a rupture in the rainwater piping, increasing the water quantity present in the ground and generates a leaching. A case of study has been developed in order to figure out the rupture cause and the suitable solutions to correct the asphaltic pavement and the ground implosion.
Key words: Pathology. Pavement. Implosion. Ground. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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COMPANHIA URBANIZADORA DA NOVA CAPITAL DO BRASIL. Laboratório daNovacap avalia padrões técnicos de asfalto do DF. Disponível em: <http://www.novacap.df.gov.br/noticias/item/2468-laboratório-da-novacap-avalia-padrões-técnicos-de-asfalto-do-df.html>. Acesso em: 18 nov. 2016.
NASCIMENTO, Diego. Recuperação de Pavimentos de Concreto. Disponível em: <http://revista.udf.edu.br/index.php/congresso_ic/article/viewFile/104/102>. Acesso em: 18 nov. 2016.
TRABALHO de Pericia - patologias encontradas nas obras do PMCMV da região metropolitana de Belém. Disponível em: <http://www.mrcl.com.br/resumos/R0447-2.pdf>. Acesso em: 19 nov. 2016.
MAPA topográfico. Disponível em: <http://pt-br.topographic-map.com/places/Águas-Claras-5694939/>. Acesso em: 19 nov. 2016.
Administração de Águas Claras. Águas Claras. Disponível em: <http://www.aguasclaras.df.gov.br/2016/05/18/aguas-claras-completou-13-anos/>. Acesso em: 20 nov. 2016.
CARDIM, Maria Eduarda. Cratera em via que dá acesso ao Pistão Sul complica vida de motoristas. 2016. Disponível em: <http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2016/03/01/interna_cidadesdf,519962/cratera-em-via-que-da-acesso-ao-pistao-sul-complica-vida-de-motoristas.shtml>. Acesso em: 18 nov. 2016.
 
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLICA. Manual para apresentação de trabalhos acadêmicos da Universidade Católica de Brasília. 2016. Disponível em: <http://www.biblioteca.ucb.br/arquivos/manual_apresentacao_trabalhos_2016_9ed.pdf>. Acesso em: 26 set. 2016.
DEPARTAMENTO DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE. Manual de pavimentação. 2006. Disponível em: <https://www1.dnit.gov.br/arquivos_internet/ipr/ipr_new/manuais/Manual_de_Pavimentacao_Versao_Final.pdf>. Acesso em: 03 out. 2016.

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