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CLIQUEAQUIPARA VIRARAPÁGINAMovimentos Sociais Autor: Alessandro de Oliveira Campos Tema 03 Pelos Caminhos da (pós) Modernidade e a Imagem dos Movimentos Sociais seç ões Tema 03 Pelos Caminhos da (pós) Modernidade e a Imagem dos Movimentos Sociais Como citar este material: CAMPOS, Alessandro de Oliveira. Movimentos Sociais: Pelos Caminhos da (pós) Modernidade e a Imagem dos Movimentos Sociais. Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2014. SeçõesSeções Tema 03 Pelos Caminhos da (pós) Modernidade e a Imagem dos Movimentos Sociais 5 Conteúdo Nessa aula você estudará: • O lugar da pós-modernidade junto aos movimentos sociais. • A necessária, mas insuficiente, ação virtual. • Alguns desafios para se construir a imagem de um movimento social. CONTEÚDOSEHABILIDADES 6 CONTEÚDOSEHABILIDADES Habilidades Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões: • O que é hipermodernidade? • Qual é o papel da ideologia no mundo contemporâneo? • Qual a importância da imagem transmitida por um movimento social? CONTEÚDOSEHABILIDADES Pelos Caminhos da (pós) Modernidade e a Imagem dos Movimentos Sociais Agora, vamos aprofundar um pouco mais a importância da subjetividade para os movimentos sociais, tanto urbanos como do campo. Essa ênfase é necessária particularmente pela demanda que os movimentos sociais vem apresentando em torno da questão do reconhecimento. Falaremos especialmente da luta por reconhecimento nos temas seguintes. O que aconteceu foi que um novo período se fez notar no fim da primeira metade do século XX e que alguns teóricos o chamaram de pós-moderno (época das incertezas, das fragmentações, das desconstruções), um tempo e um esforço que negavam os valores anteriores, ou seja, da modernidade (objetividade, a busca de certezas e a garantia de um determinado saber). Dá-se então a proclamação do direito extremo ao desejo e uma sensibilidade que se autoproclama inédita contra as ilusões da objetividade. O filósofo francês Gilles Lipovetsky defende – iniciando uma crítica que se estende até os dias atuais – que o pós-moderno nunca existiu, mesmo ele que foi, junto com Lyotard (1924-1998), um importante teórico da pós-modernidade. Diz que a sociedade contemporânea vive à beira da esquizofrenia, porque entre outros elementos, é dividida entre a cultura do excesso e da moderação (LIPOVETSKY, 2004). Diz que, na verdade, nunca saímos da modernidade, que o pós no sentido do depois é um conceito falso. Lipovetsky (2004) descreve, então, a hipermodernidade como um desdobramento e uma continuação da modernidade: LEITURAOBRIGATÓRIA 7 LEITURAOBRIGATÓRIALEITURAOBRIGATÓRIA A hipermodernidade é uma cultura paradoxal, que combina o excesso e a moderação. Excesso, porque a lógica hipermoderna não tem mais inimigos e tudo é mais rápido – não basta ser moderno, é preciso ser mais moderno que o moderno, mais jovem que o jovem, estar mais na moda que a moda (...) tudo se torna hiper: hipermercado, hiperclasse, hiperpotência, hiperterrorismo, hipertexto (...) e ao mesmo tempo reconhece a saúde, a prevenção, o equilíbrio, o retorno da moral ou das religiões orientais, (...) a modernidade tinha confiança no futuro, havia a ideia de progresso incessante; agora temos a dúvida, não confiamos mais no progresso automático em direção ao melhor (LIPOVETSKY, 2004). O sujeito contemporâneo, cuja subjetividade vai sendo também marcada por essas características descritas por Lipovetsky (2004), tem a sensação de que é capaz de criar seu próprio destino, totalmente independente, portanto, que vive só e confundido nessa jornada de fazer a si mesmo. Particularmente, os meios de comunicação de massa reforçam esta ideia e o ativismo, não importando sua expressão e sua causa, não está isolado desse contexto. Como apontou Malcom Gladwel (2010), que procurou demonstrar que, para certo grau de ativismo que envolva riscos e o sair da zona de conforto de frente à tela do computador há a necessidade de vínculos sociais fortes e de organização, e não os frágeis laços que ligam os militantes virtuais. Essas ferramentas em rede (como campanhas virtuais, abaixo- assinados) teriam grande potencial para formas de ativismo de baixo risco, como fazer barulho e protestar por algo que torne a ordem social existente mais eficaz; mas, na perspectiva de mudanças sistêmicas, demonstrariam grandes dificuldades, pois faltaria aí a organização prévia, o trabalho de base, os mapeamentos, os planos, os treinamentos, as reuniões políticas, os núcleos de ativistas, a divisão de tarefas, o pensamento estratégico. É uma dinâmica dialética onde o comprometimento está diretamente relacionado a participação. Por sua vez, quanto maior participação, maior comprometimento. As idealizações do ativismo on-line tendem a não levar em conta estas expressões materiais e concretas do ativismo off-line. Essa é uma análise importante para entender a imagem que um movimento social pretender transmitir para a sociedade. Uma imagem de pessoas unidas, com um interesse comum, solidárias, com senso de justiça e liberdade tende a ocupar o centro dessa construção. As novas tecnologias são instrumentos importantes para a construção e difusão dessas imagens, mas insuficientes para realizar as mudanças no mundo material. A mensagem política é uma construção ideológica, onde uma sociedade como a brasileira que está voltada para o esforço individual, onde o indivíduo sendo capaz, acreditar e persistir, 8 tudo acontecerá. Paradoxalmente, a sensação de não pertencimento acentua-se, afinal estamos sós e o sentido de autonomia distancia-se. O poder do consumidor individual é a palavra de ordem e com as diferenças desvalorizadas, com os mesmos meios e fins para todos, temos, na verdade, um denominador comum que torna todos falsamente diferentes. Teoricamente iguais perante a lei, mas com profundo desejo de privilégios no cotidiano. E romper com esse paradigma é uma das tarefas dos movimentos sociais. “Tudo para todos” é o que defendem alguns, mas que serve de lema para quase todos. A diferença ideológica pode aparentemente ser superficial, mas a ideologia é dominante e é ela quem vai direcionar os modos de se relacionar no mundo contemporâneo. A ordem sistêmica força a promessa de igualdade na instrumentalidade do capital, desde que seja negligenciada a solidariedade do mundo da vida (HABERMAS, 1989). Movimentos sociais buscam, ou deveriam buscar, interessar-se exatamente nessa inversão: fazer com que a ordem sistêmica (por exemplo, o Estado), com seus meios de produção, sua tecnologia, sua burocracia e suas instituições, estejam a serviço do mundo da vida (que são as relações no cotidiano), que colaborem em relações sociais mais justas, numa vida melhor, em promover igualdade e liberdade de fato. As diferentes épocas que comportaram revoluções e insurreições sempre possuíram, em sua memória social, imagens e registros desses fatos. Nessa direção vemos por que a modernidade e a pós, ou hipermodernidade, não são as melhores conselheiras para soprar nos ouvidos mais indignados. A questão é: como divulgar a imagem de um movimento social? Como fazer com que outras pessoas passem a se identificar com ele? Para começar a responder essa questão é responsabilidade de todo movimento social cuidar de sua história e de sua memória. Esse cuidado irá garantir entender de onde ele vem, onde ele está e para onde pretende ir. A identidade de um movimento é construída ao lidar com esses três pontos. Também precisam lidar com os esclarecimentos que dizem respeito às razões de sua existência (porque existem?), o que fazem com isso (como existem?) e onde pretendem chegar (para quê?). Um interessante artigo sem autoria foi publicado no informativo do coletivo anarquista carioca Libera AmoreMio (n. 112; 2002) falando sobre a influência libertária nas mobilizações antiglobalização dos últimos dez anos. A matéria se refere aos diferentes aspectos das mobilizações globais, mas busca problematizar a imagem do Movimento de Resistência Global (um movimento de movimentos) e de como essa mesma mídia estava se apropriando de alguns de seus elementos. Nele primeiro consta que, LEITURAOBRIGATÓRIALEITURAOBRIGATÓRIA 9 (...) se por um lado, o pós-moderno, na sua acepção mais virulentamente liberal, jogava a necessidade das pessoas para o arbítrio do mercado e deliberava uma ação global baseada na ética do lucro e das lógicas competitivas do mundo dos negócios; por outro, uma vertente de “esquerda”, ancorada em valores éticos diametralmente opostos aos liberais, buscava, também no relativismo, um modelo explicativo para a “nova” realidade (LIBERA, 2002). Junto ao texto, uma imagem intensa e vigorosa de pessoas, principalmente jovens, carregando bandeiras negras e vermelhas pelas ruas de diferentes países, proclamando objetivos próximos, como que dispostos a não voltarem para suas casas sem antes verem os resultados de suas ações diretas concretizados. Um calendário de ação global é proposto, marcado pela letra de cada mês e o dia (S26 = 26 de setembro; A20 = 20 de abril; etc.), onde diferentes grupos e indivíduos direcionam tempo e esforços para tomar de assalto o espaço público. Entretanto, a despeito de louváveis tentativas em sentido contrário, a mídia burguesa tem sido muito mais bem sucedida em contar essa história do anarquismo mundial, do que os próprios atores participantes das manifestações. Estimulados pelas imagens e apelos sensacionalistas dos meios de comunicação em geral, muitos jovens engrossaram as passeatas motivados mais pela adrenalina, na busca inconsciente de um “ritual de passagem”, do que por uma atitude refletida. Dessa forma, como em um fenômeno de retro alimentação, boa parte dos ativistas que ingressaram em uma manifestação, na verdade são recrutados pela mídia burguesa e não pelo espírito libertário que deveria determinar o movimento (LIBERA, 2002). Apesar da crítica, muitas pessoas perceberam esse fato “espetacular” e manipulativo. Sabem que precisam de muita reflexão, mobilização e determinação, caso contrário, será apenas propaganda com data de validade a vencer. Isso também poderia nos ajudar a entender parte da razão do esvaziamento do Movimento de Resistência Global nos últimos anos. Até onde as pessoas foram capazes de responder as demandas de suas lutas? Como poderiam renovar sua criatividade tão marcante? O que fazer depois de Seattle, Québec, Gênova, São Paulo e Praga, que foram marcos na criação das imagens de tantos movimentos sociais durante os anos 2000? Alguns ativistas, de diferentes grupos, particularmente urbanos como de mídias indepen- dentes e ambientalistas, deram-se conta de que precisavam de muito mais do que disposi- ção para enfrentar a polícia nas ruas e foram tentando aplicar o que tinham aprendido em outros lugares e espaços de discussão sobre autonomia, democracia direta, horizontalida- de, consenso, e viram que esse processo era urgente para além das mobilizações de rua. Associações de bairros, grêmios estudantis, centros acadêmicos, movimentos social como LEITURAOBRIGATÓRIALEITURAOBRIGATÓRIA 10 o Passe Livre (que trabalha com uma demanda de transportes públicos nos grandes cen- tros urbanos) e a Massa Crítica (movimento que discute a mobilidade urbana), passaram a receber muitos desses ativistas e suas colocações a respeito da autonomia (CAMPOS, 2007). Outros, por sua vez, se voltaram para a segurança de uma vida menos arriscada. Esse é um ponto importante também que veremos mais adiante, sobre os motivos que po- dem levar ao enfraquecimento de um movimento social e a saída por parte de seus mem- bros. Mas precisamos considerar que escolhas foram feitas e resultados mais ou menos desejados foram obtidos em decorrência disso. Os movimentos sociais não existem eternamente. O objetivo de todo movimento é um dia deixar de existir. Ele nasce, desenvolvesse e desaparece. Porém, para que isso aconteça em uma sociedade com alguma forma democrática, suas demandas devem ser atendidas em determinadas proporções. Em sociedades não democráticas, mais autoritárias como a de um regime militar, um movimento social pode existir pela necessidade básica de liberdade de expressão, decorrendo disso uma nova demanda para a criação de outros movimentos sociais. As pautas levantadas nas mobilizações civis buscam refletir sobre uma necessidade, que pode ser objetiva ou subjetiva, mas sempre uma necessidade sentida e sofrida por uma coletividade. LEITURAOBRIGATÓRIALEITURAOBRIGATÓRIA 11 LINKSIMPORTANTES Quer saber mais sobre o assunto? Então: Sites Coletivo Passa Palavra é um grupo formado por colaboradores de Portugal e do Brasil, cujo intuito maior é o de construir um espaço comunicacional que contribua para a articulação e a unificação prática das lutas sociais. Está disponível no site: notícias, artigos opinativos, cartunes, denúncias, vídeos, áudios, debates e outros materiais informativos de produção própria, visando a construção de uma rede de solidariedade e colaboração entre todos aqueles que lutam contra as injustiças sociais. Disponível em: <http://passapalavra.info/>. Acesso em: 2 jan. 2014. A revolução não será tuitada. Artigo interessante de Malcolm Gladwell sobre ativismo virtual e formação política. Disponível em: <http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/a-revolucao-nao- sera-tuitada>. Acesso em: 2 jan. 2014. Artigo do professor da faculdade de filosofia da USP Vladimir Safatle sobre despolitização da sociedade e dificuldades de construção crítica da realidade. Disponível em: <http://www.cartacapital.com.br/sociedade/politica-de-uma-nota- so/?autor=961>. Acesso em: 2 jan. 2014. 12 LINKSIMPORTANTES Vídeos Surplus é um documentário que mostra o lado obscuro dos regimes capitalista e socialista. O diretor Erik Gandini, mostra uma realidade cada vez mais aterrorizante que está totalmente banalizada nos dias de hoje. A de que o homem transformou-se em uma máquina de consumo e ganância que está destruindo o mundo e o tornando cada vez mais afásico e amoral. Erik Gandini nos apresenta um filme bastante intrigante no qual ele usa de uma estética diferente e moderna, com imagens e sons que praticamente transformam o filme em um videoclipe. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=lqeXYsv1Wyw>. Acesso em: 2 jan. 2014. O curta-metragem “A alma do negócio” revela com humor e sarcasmo o conflito que estamos vivendo no mundo contemporâneo. Um perfeito casal-propaganda leva uma vida feliz e tranquila até descobrir que seus maravilhosos produtos podem fazer muito mais do que prometem. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=foYTAmStiJg>. Acesso em: 2 jan. 2014. Instruções: Chegou a hora de você exercitar seu aprendizado por meio das resoluções das questões deste Caderno de Atividades. Essas atividades auxiliarão você no preparo para a avaliação desta disciplina. Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido e para o modo de resolução de cada questão. Lembre-se: você pode consultar o Livro-Texto e fazer outras pesquisas relacionadas ao tema. AGORAÉASUAVEZ 13 Questão 1: Partindo daquilo que você conhece, o que pode dizer sobre a modernidade? Questão 2: O que ficou conhecido por pós-modernidade é caracterizado como a época das certezas, das aproximações e das construções. a) Verdade b) Falso Questão 3: Gilles Lipovetsky defende – iniciando uma crítica que se estende até os dias atuais - que o pós-moderno nunca existiu. Ele afirma isso baseado: a) A própria modernidade é um equívoco, logo a pós-modernidade também. b)O fato é que a moderação e o excesso produzem ilusões na subjetividade, fazendo com que a pós-modernidade se torne uma abstração. c) Na verdade, nunca saímos da modernidade, que o pós no sentido do depois é um conceito falso. d) A hipermodernidade revela o verdadeiro sentido da modernidade. e) Nenhuma das anteriores. Questão 4: Podemos considerar parte de nossas angústias no mundo contemporâneo por conta dos conflitos surgidos entre o desejo do excesso e a necessidade de moderação. a) Certo b) Errado Questão 5: Para que aconteçam mudanças estruturais e sistêmicas é necessário um funcionamento dirigido, intencional e uma organização prévia. Também se faz necessário: a) um pacto de lealdade entre os mem- bros do movimento. b) Um processo que se constrói dentro e fora da sede do movimento. c) Somente com os representantes mais antigos do movimento. d) um trabalho de base, com mapeamen- tos dos pontos, planos de ação, com trei- namentos. e) promessas para convencer a participa- ção popular e aliados. Questão 6: No texto, vimos que é mais fácil exercer uma participação virtual do que real. Por que razão isso acontece? AGORAÉASUAVEZ 14 Questão 7: As idealizações do ativismo on-line tendem a não levar em conta os riscos e o compromisso do ativismo off-line. Essa é uma análise importante para entender a imagem que um movimento social pretende transmitir para a sociedade. O que se deve levar em consideração na construção dessa imagem? Questão 8: É responsabilidade de todo movimento social cuidar de sua história e de sua memória. Por que essa responsabilidade? Questão 9: A identidade de um movimento social é construída levando em consideração três questões. Quais são elas? Questão 10: Explique qual a principal intenção de um movimento social? AGORAÉASUAVEZ Neste tema, você aprendeu a trajetória da formação do movimento de resistência global, considerado um movimento de muitos movimentos. Também começou a entrar em contato com a importância da subjetividade na formação política e constituição de um movimento social. Tratamos de considerar algumas perspectivas de entendimento para a autonomia e saber que agir localmente pode trazer consequências globais. Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos! FINALIZANDO 15 CHAUÍ, Marilena. O Que é Ideologia. 2 ed. São Paulo: Brasiliense, 2001. HOLLOWAY, J. Mudar o mundo sem tomar o poder. São Paulo: Viramundo, 2002. RYOKI, A; ORTELLADO, P. Estamos Vencendo! Resistência global no Brasil. São Paulo: Conrad, 2004. WOODCOCK, G. Os grandes escritos anarquistas. Porto Alegre: L&PM, 1981. LIBERA. Informativo do círculo de estudos libertários Ideal Peres – CELIP/RJ. Ano 12 – n 112, maio-junho, 2002. LIPOVETSKI, G. Jornal Folha de São Paulo de 14 de março de 2004. REFERÊNCIAS GLOSSÁRIO Modernidade: normalmente é entendida como uma visão de mundo, onde deve prevalecer a autonomia da razão em todos os campos do conhecimento humano. Uma ideia fortalecida com a Revolução Industrial e dominante na primeira metade do século XX. Ideologia: possui duas concepções: uma neutra e outra crítica. Segundo Wikipédia, o uso crítico do termo ideologia pressupõe uma diferenciação implícita entre o que vem a ser um “conjunto qualquer de ideias sobre um determinado assunto” (concepção neutra sinônima de ideário), e o que vem a ser o “uso de ferramentas simbólicas voltadas à criação e/ou à manutenção de relações de dominação” (concepção crítica). 16 GABARITO Questão 1 Resposta: Vive-se como disse Habermas, em uma modernidade tardia. Os valores que caracterizam a modernidade ainda podem ser notados no mundo contemporâneo, mas também há muitas críticas dizendo que é uma forma de pensar superada em inúmeros aspectos. Questão 2 Resposta: Alternativa B. É na verdade a época das incertezas, das fragmentações, das desconstruções. Questão 3 Resposta: Alternativa C. Pelo fato de vivermos na hipermodernidade. Questão 4 Resposta: Alternativa A. Sim, pois a hipermodernidade é uma cultura paradoxal, que combina o excesso e a moderação. Anarquia: significa ausência de coerção, sem autoridade imposta e arbitrária. Não é caos, mas a ordem dado pela livre associação e arbítrio. Prática política individual e/ou social inspirada entre outras no auxílio mútuo, autogestão, internacionalismo, antiautoritário, na liberdade e humanismo. O anarquismo também conhecido como socialismo libertário. Ordem sistêmica e Mundo da vida: conceitos criados por Jurgen Habermas, em que a ordem sistêmica é constituída pelo saber da burocracia e das contingências externas a liberdade do indivíduo; são instituições e as formas de contenção, assim como parte da organização social. Mundo da vida se refere ao cotidiano, aos saberes das necessidades dos indivíduos, a liberdade e não tanto ao arbítrio; são os encontros do dia a dia. GLOSSÁRIO 17 Questão 5 Resposta: Alternativa D. São as bases para o início de seu trabalho, e além deles podemos identificar também as reuniões políticas, os núcleos de ativistas, a divisão de tarefas e o pensamento estratégico. Questão 6 Resposta: É sempre mais complexo avaliar os riscos de uma participação real em um movimento social do que virtual. Em parte pelo fato de que sair da zona de conforto e da frente da tela do computador há a necessidade de vínculos sociais fortes e de organização, e não os frágeis laços que ligam os militantes virtuais. Questão 7 Resposta: Deve-se levar em consideração a credibilidade e a justificativa de suas reivindicações. Uma imagem de pessoas unidas, com um interesse comum, solidárias, com senso de justiça e liberdade deve fazer parte dessa construção. Questão 8 Resposta: Primeira para que não ocorra uma apropriação indevida da memória de luta do movimento por outros grupos ou mesmo opositores. Depois para tentar responder a questão sobre como fazer com que outras pessoas passem a se identificar com ele. Esse cuidado irá garantir entender de onde ele vem, onde ele está e para onde pretende ir, assim o movimento transmite confiança e maturidade. Questão 9 Resposta: São questões que dizem respeito às razões de sua existência (porque existem?), o que fazem com isso (como existem?) e onde pretendem chegar (para quê?). Questão 10 Resposta: O objetivo de todo movimento é um dia deixar de existir. Ele nasce, desenvol- vesse e desaparece independente do atendimento de suas demandas. Faz diferença em que tipo de sociedade e regime ele está. As pautas levantadas nas mobilizações civis bus- cam refletir sobre uma necessidade, que pode ser objetiva ou subjetiva, mas sempre uma necessidade sentida e sofrida por uma coletividade. Quando essa coletividade não mais sentir essa necessidade, e isso pode se dar por diferentes razões, ela passa a não fazer mais sentido, logo, deixa de existir. GABARITO
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