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Aula 08 Execução Orçamentaria e Financeira

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Aula 8 
EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA 
E FINANCEIRA E 2° SIMULADO 
 
 
Olá amigos! Como é bom estar aqui! 
 
Certa vez li um texto que dizia mais ou menos o seguinte: “Com frequência 
dedico-me a superar desafios por meio de um exercício prévio: imaginar a 
coisa resolvida e então fazer o caminho de volta até o agora. Viajo ao futuro e 
vivencio a situação desejada, saboreio a conquista; daí, passo a passo, 
percorro o caminho de volta até a presente condição. E então recomeço minha 
jornada em direção ao futuro, um dia após o outro”. 
 
E como nos disse o inventor e empresário criador da linha de montagem: 
“Os obstáculos são aquelas coisas terríveis que você vê quando desvia os 
olhos do seu objetivo.” (Henry Ford). 
 
Na primeira parte da aula trataremos dos estágios da receita e da despesa. 
Já na segunda parte abordaremos outros temas da execução orçamentária e 
financeira: Conta única, programação orçamentária e financeira, limitação de 
empenho e movimentação financeira, e descentralização orçamentária e 
financeira. 
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PARTE I - ESTÁGIOS DA RECEITA E DA DESPESA 
 
1. ETAPAS DA RECEITA E DA DESPESA 
 
Para melhor compreensão do processo orçamentário, o Manual de 
Contabilidade Aplicada ao Setor Público - MCASP (Portaria Conjunta STN/SOF 
nº 2, de 6 de agosto de 2009) divide a gestão da receita orçamentária e da 
despesa orçamentária em três etapas cada. 
 
Etapas da receita orçamentária: 
• Planejamento: compreende a previsão de arrecadação da receita 
orçamentária constante da LOA, resultante de metodologias de projeção 
usualmente adotadas, observada as disposições constantes da LRF. 
• Execução: a Lei 4.320/64 estabelece como estágios da execução da 
receita orçamentária o lançamento, a arrecadação e o recolhimento. 
• Controle e avaliação: esta fase compreende a fiscalização realizada 
pela própria administração, pelos órgãos de controle e pela sociedade. 
O controle do desempenho da arrecadação deve ser realizado em 
consonância com a previsão da receita, destacando as providências 
adotadas no âmbito da fiscalização e combate à sonegação, as ações 
de recuperação de créditos nas instâncias administrativa e judicial, bem 
como as demais medidas para incremento das receitas tributárias e de 
contribuições. 
 
Etapas da despesa orçamentária: 
• Planejamento: a etapa do planejamento abrange, de modo geral, a 
fixação da despesa orçamentária, a descentralização/movimentação de 
créditos, a programação orçamentária e financeira, e o processo de 
licitação e contratação. 
• Execução: é a etapa em que os atos e fatos são praticados na 
Administração Pública para implementação da ação governamental, e 
na qual ocorre o processo de operacionalização objetiva e concreta de 
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uma política pública. A Lei 4.320/64 estabelece como estágios da 
execução da despesa orçamentária o empenho, a liquidação e o 
pagamento. 
• Controle e avaliação: como na receita, compreende a fiscalização 
realizada pelos órgãos de controle e pela sociedade. Visa à avaliação da 
ação governamental, da gestão dos administradores públicos e da 
aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado, por 
intermédio da fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional 
e patrimonial. 
 
Verá que os estágios da receita e despesa estão compreendidos em suas 
etapas. 
 
2. ESTÁGIOS DA RECEITA PÚBLICA 
 
2.1 Considerações Iniciais 
 
Ao longo do exercício financeiro, concomitantemente, as receitas são 
arrecadadas e as despesas são executadas. A realização de receitas e 
despesas ocorre por meio dos denominados estágios da receita e da despesa 
pública. 
 
O estágio da receita orçamentária é cada passo identificado que evidencia o 
comportamento da receita e facilita o conhecimento e a gestão dos ingressos 
de recursos. Os estágios da receita orçamentária são os seguintes: 
• Previsão; 
• Lançamento; 
• Arrecadação; 
• Recolhimento. 
 
O comportamento dos estágios da receita orçamentária é dependente da 
ordem de ocorrência dos fenômenos econômicos e obedece à ordem acima. 
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Esses estágios são estabelecidos levando-se em consideração um modelo de 
orçamento existente no país e a tecnologia utilizada. Dessa forma, a ordem 
sistemática inicia-se com a previsão e termina com o recolhimento. 
 
2.2 Previsão 
 
2.2.1 Conceito 
 
A previsão (ou planejamento) se configura por meio da estimativa de 
arrecadação da receita, constante da Lei Orçamentária Anual – LOA, resultante 
de metodologia de projeção de receitas orçamentárias. 
 
Segundo a LRF: 
Art. 12. As previsões de receita observarão as normas técnicas e legais, 
considerarão os efeitos das alterações na legislação, da variação do índice de 
preços, do crescimento econômico ou de qualquer outro fator relevante e serão 
acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da 
projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de 
cálculo e premissas utilizadas. 
 
Assim, são parâmetros para previsão de receitas os efeitos das alterações na 
legislação, como a alteração de alíquotas, as desonerações fiscais e a 
concessão de créditos tributários. Devem ser considerados, ainda, a variação 
do índice de preços, do crescimento econômico ou de qualquer outro fator 
relevante. 
 
2.2.2 Metodologia de Projeção das Receitas Orçamentárias 
 
Uma das formas de projetar valores de arrecadação é a utilização de modelos 
incrementais na estimativa das receitas orçamentárias. Esta metodologia 
corrige os valores arrecadados pelos índices de preço, quantidade e legislação, 
da seguinte forma: 
 
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Projeção = Base de Cálculo x (índice de preço) x (índice de quantidade) x 
(efeito legislação), onde: 
 
Projeção: é o valor a ser estimado para uma determinada receita de forma a 
atender à execução orçamentária, cuja programação é feita mensalmente. 
Base de cálculo: é obtida por meio da série histórica de arrecadação da 
receita e dependerá do seu comportamento mensal. 
Índice de preços: é o índice que fornece a variação média dos preços de uma 
determinada cesta de produtos. Exemplos: diversos índices de preços 
nacionais ou mesmo regionais como o IGP-DI, o INPC, o IPCA, a variação 
cambial e a variação da taxa de juros. 
Índice de quantidade: é o índice que fornece a variação média na quantidade 
de bens de um determinado segmento da economia. Está relacionado à 
variação física de um determinado fator de produção. Exemplo: variação do 
Produto Interno Bruto Real do Brasil– PIB real. 
Efeito legislação - leva em consideração a mudança na alíquota ou na base 
de cálculo de alguma receita. Exemplos: tarifas públicas e receitas tributárias, 
decorrentes de ajustes na legislação ou nos contratos públicos. 
 
Em certos casos ocorrem atipicidades na arrecadação de determinada receita, 
que devem ser eliminadas na projeção, uma vez que são arrecadações não 
regulares, por exemplo, a receita decorrente da privatização de um Banco. Este 
alinhamento da série deve ocorrer também em casos de mudança de 
arrecadação de uma natureza de receita para outra. 
 
2.3 Lançamento 
 
O art. 53 da Lei 4320/64 define o lançamento da receita como o ato da 
repartição competente, que verifica a procedência do crédito fiscal e a pessoa 
que lhe é devedora e inscreve o débito desta. 
 
De forma mais completa, o lançamento, segundo o art. 142 do Código 
Tributário Nacional (CTN), é o procedimento administrativo tendente a verificar 
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a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a 
matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito 
passivo e, sendo o caso, propor a aplicação da penalidade cabível. 
 
Segundo a Lei 4320/64: 
Art. 52. São objeto de lançamento os impostos diretos e quaisquer outras 
rendas com vencimento determinado em lei, regulamento ou contrato. 
 
O que se desprende desse artigo é que algumas receitas não percorrem o 
estágio do lançamento. São tipicamente objetos de lançamentos os impostos 
diretos e quaisquer outras rendas com vencimento determinado em lei, 
regulamento ou contrato. 
 
Para continuar com os tipos de lançamentos, devemos saber que compõem a 
obrigação tributária nascida com a ocorrência do fato gerador o sujeito ativo e o 
sujeito passivo. O sujeito ativo será a pessoa jurídica, normalmente de direito 
público, titular do direito subjetivo de exigir a prestação pecuniária (tributo ou 
penalidade) ou a prestação não-pecuniária positiva ou negativa. Já a pessoa 
natural ou jurídica, privada ou pública, de quem se exige o cumprimento da 
prestação pecuniária (tributo ou penalidade) ou a prestação não pecuniária 
positiva ou negativa, denomina-se sujeito passivo. 
 
Existem três tipos de lançamento tributário: lançamento por declaração, 
lançamento por homologação e lançamento de ofício. 
 
• Lançamento por declaração ou misto: compreende a espontaneidade 
do sujeito passivo em declarar corretamente. O sujeito passivo tem 
papel fundamental, pois é o próprio contribuinte que deverá apurar o 
valor devido. É efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou 
de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta 
à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, 
indispensáveis à sua efetivação. Para tornar exigível o tributo, com base 
nas informações contidas na declaração, o agente fazendário efetiva o 
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ato de lançamento e dá ciência ao sujeito passivo. Exemplos: imposto 
de exportação. 
 
• Lançamento por homologação ou autolançamento: no lançamento 
por homologação, o pagamento e as informações prestadas pelo 
contribuinte são realizados sem qualquer exame prévio da autoridade 
administrativa. São tributos de caráter instantâneo e com multiplicidade 
de fatos geradores, em que o recolhimento é exigido do devedor 
independentemente de prévia manifestação do sujeito ativo. Assim, não 
é necessário que o sujeito ativo efetue o lançamento para tornar exigível 
a prestação tributária. Ex: ICMS e IPI. 
 
• Lançamento de ofício ou direto: como regra, o lançamento de ofício é 
adequado aos tributos que têm como fato gerador uma situação cujos 
dados constam dos cadastros fiscais, de modo que basta à autoridade 
administrativa a consulta a aqueles registros para que se tenha às mãos 
dados fáticos necessários à realização do lançamento. Desta forma, é 
efetuado pela administração sem a participação do contribuinte. Ex: 
IPTU. 
 
Caiu na prova: 
(CESPE – Analista - ANTAQ – 2009) No que concerne a estágios da receita, o 
lançamento de ofício é efetuado pela administração sem a participação do 
contribuinte. 
 
Como regra, o lançamento de ofício é adequado aos tributos que têm como 
fato gerador uma situação cujos dados constam dos cadastros fiscais, de modo 
que basta à autoridade administrativa a consulta a aqueles registros para que 
se tenha às mãos dados fáticos necessários à realização do lançamento. Desta 
forma, é efetuado pela administração sem a participação do contribuinte. Ex: 
IPTU. 
Resposta: Certa. 
 
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2.4 Arrecadação 
 
A arrecadação é a entrega dos recursos devidos ao Tesouro, realizada pelos 
contribuintes ou devedores aos agentes arrecadadores ou bancos autorizados 
pelo ente. Eles atuam como depositários, ora descontando e retendo tributos 
sobre rendimento pagos, ora cobrando de seus clientes e consumidores 
tributos sobre bens e serviços fornecidos. 
Assim, os contribuintes quitam seus débitos tributários mediante pagamento 
aos agentes arrecadadores, em geral instituições financeiras autorizadas, já 
que não têm acesso direto ao Tesouro Público. 
 
Consoante o art. 55 da Lei 4320/64, os agentes da arrecadação devem 
fornecer recibos das importâncias que arrecadarem, em uma única via, os 
quais devem conter o nome da pessoa que paga a soma arrecadada, 
proveniência e classificação, bem como a data e a assinatura do agente 
arrecadador. 
 
2.5 Recolhimento 
 
O recolhimento é a transferência dos valores arrecadados à conta específica 
do Tesouro, responsável pela administração e controle da arrecadação e 
programação financeira, observando o Princípio da Unidade de Caixa, 
representado pelo controle centralizado dos recursos arrecadados em cada 
ente. 
 
O recolhimento ao Tesouro é realizado pelos próprios agentes ou bancos 
arrecadadores. Essa ordem é bastante nítida, pois os agentes arrecadadores 
podem ser bancos ou caixas avançados do próprio ente. A arrecadação 
consiste na entrega do recurso ao agente ou banco arrecadador pelo 
contribuinte ou devedor. Já o recolhimento consiste no depósito em conta do 
Tesouro, aberta especificamente para esse fim, pelos caixas ou bancos 
arrecadadores. 
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Dependendo da sistematização dos processos dos estágios da arrecadação e 
do recolhimento, no momento da classificação da receita deverão ser 
compatibilizadas as arrecadações classificadas com o recolhimento efetivado. 
 
Em resumo, a ordem das etapas da Receita Pública Orçamentária é a 
seguinte: 
 
 
 Fonte: MCASP – STN/SOF 
 
O controle e a avaliação possuem cronologia própria, pois podem ocorrer de 
modo prévio,concomitante, ou posterior às etapas de planejamento e 
execução. 
 
Caiu na prova: 
(FCC - Analista do MP/SE – Contabilidade – 2009) Considere as afirmativas a 
seguir. 
I. Recolhimento é a entrega, realizada pelos contribuintes ou devedores, aos 
agentes ou bancos autorizados pelo ente, dos recursos devidos ao Tesouro. 
II. Arrecadação é a transferência dos valores arrecadados à conta específica 
do Tesouro, responsável pela administração e controle da arrecadação e 
programação financeira. 
III. Planejamento compreende a previsão de arrecadação da receita 
orçamentária constante da Lei Orçamentária Anual −LOA, resultante de 
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metodologias de projeção usualmente adotadas, observada as disposições 
constantes na Lei de Responsabilidade Fiscal −LRF. 
Está correto o que se afirma APENAS em: 
(A) III. 
(B) I. 
(C) I e III. 
(D) II. 
(E) II e III. 
 
I) Errado. A arrecadação é a entrega dos recursos devidos ao Tesouro, 
realizada pelos contribuintes ou devedores aos agentes arrecadadores ou 
bancos autorizados pelo ente. 
II) Errado. O recolhimento é a transferência dos valores arrecadados à conta 
específica do Tesouro, responsável pela administração e controle da 
arrecadação e programação financeira, observando o Princípio da Unidade de 
Caixa, representado pelo controle centralizado dos recursos arrecadados em 
cada ente. 
III) Correto. A previsão (ou planejamento) se configura por meio da estimativa 
de arrecadação da receita, constante da Lei Orçamentária Anual – LOA, 
resultante de metodologia de projeção de receitas orçamentárias, observada as 
disposições constantes na Lei de Responsabilidade Fiscal −LRF. 
 
Logo, apenas o item III está correto. 
Resposta: Letra A 
 
3. ESTÁGIOS DA DESPESA PÚBLICA 
 
3.1 Considerações Iniciais 
 
Ao longo do exercício financeiro, ao mesmo tempo, as receitas são 
arrecadadas e as despesas são executadas. Assim como ocorre com as 
receitas, cujos estágios já estudamos, para que se execute uma despesa do 
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Poder Público ela deve passar por estágios, os quais devem ser seguidos com 
rigor. 
 
Uma vez publicada a LOA, observadas as normas de execução orçamentária e 
de programação financeira da União, estabelecidas para o exercício, e 
lançadas as informações orçamentárias, fornecidas pela Secretaria de 
Orçamento Federal, no Sistema Integrado de Administração Financeira do 
Governo Federal - SIAFI, por intermédio da geração automática do documento 
Nota de Dotação – ND, cria-se o crédito orçamentário e, a partir daí, tem-se o 
início da execução orçamentária propriamente dita. 
 
A doutrina majoritária considera que os estágios da despesa são fixação (ou 
programação), empenho, liquidação e pagamento. São eles que 
estudaremos nos próximos itens. 
 
Acrescento que há praticamente consenso que empenho, liquidação e 
pagamento são estágios da execução da despesa. Atualmente se encontra 
em aplicação a sistemática do pré-empenho antecedendo esses estágios, já 
que, após o recebimento do crédito orçamentário e antes do seu 
comprometimento para a realização da despesa, existe uma fase geralmente 
demorada de licitação obrigatória junto a fornecedores de bens e serviços que 
impõe a necessidade de se assegurar o crédito até o término do processo 
licitatório. 
 
3.2 Fixação ou Programação 
 
A fixação ou programação da despesa orçamentária insere-se no processo 
de planejamento. É a dotação inicial da LOA que, segundo o princípio do 
equilíbrio, visa assegurar que as despesas autorizadas não serão superiores à 
previsão das receitas. 
 
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Assim, a fixação é concluída com a autorização dada pelo poder legislativo por 
meio da lei orçamentária anual, ressalvadas as eventuais aberturas de créditos 
adicionais no decorrer da vigência do orçamento. 
 
A legislação não permite a inversão de qualquer estágio. O que pode ocorrer é 
exceção quanto ao estágio da programação, como acontece com as despesas 
realizadas através da abertura de créditos extraordinários. Este tipo de 
despesa não passa pelo estágio da programação, em virtude de sua 
imprevisibilidade e urgência. 
 
A licitação é considerada por parte da doutrina como estágio da despesa. A 
licitação é o procedimento administrativo que tem por objetivo verificar, entre 
vários fornecedores habilitados, quem oferece condições mais vantajosas para 
a aquisição de bem ou serviço. 
 
A licitação é regra para a Administração Pública. No entanto, a lei apresenta 
exceções a esta regra. São as situações onde ela é inexigível, dispensável ou 
dispensada, conforme a Lei 8.666/93 (estudada pelo direito administrativo), que 
regulamenta o art. 37, inciso XXI, da CF/88, estabelecendo normas gerais 
sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, 
inclusive de publicidade, compras, alienações e locações. 
 
3.3 Empenho 
 
3.3.1 Conceitos e Modalidades de Empenho 
 
Executar o orçamento é realizar as despesas públicas nele previstas e apenas 
essas, pois, para que qualquer utilização de recursos públicos seja efetuada, a 
primeira condição é que esse gasto tenha sido legal, oficialmente previsto e 
autorizado pelo Congresso Nacional, e que sejam seguidos à risca os três 
estágios da execução das despesas previstos na Lei 4320/64: empenho, 
liquidação e pagamento. 
 
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Portanto, o orçamento é um instrumento de verificação prévia do emprego do 
dinheiro público. Passa pela aprovação dos representantes da população, já 
que, segundo o art. 166 da CF/88, os projetos de lei relativos ao plano 
plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos 
adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na 
forma do regimento comum. 
 
O empenho é o primeiro estágio da execução da despesa. Segundo o art. 58 
da Lei 4320/64, o empenho é o ato emanado de autoridade competente que 
cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento 
de condição. Tal artigo deve ser entendido como uma garantia ao credor que, 
se ele cumprir os termos do que foi tratado com a Administração, receberá o 
pagamento que estará reservado para ele. 
 
O empenho da despesa não poderá exceder o limite dos créditos concedidos. 
Por exemplo, se o crédito é no valor de R$ 100.000,00; o empenho não poderá 
ser superior a esse valor. Assim, o empenho precede a realização da despesa 
e está restrito ao limite do crédito orçamentário. 
 
O empenho importa deduzir seu valor de dotação adequada à despesa a 
realizar, por força do compromisso assumido. Se na mesma dotação de R$ 
100.000,00 for empenhado R$ 40.000,00; ocorrerá a baixa desse valor do 
crédito disponível de acordo com a sua destinação. Assim, restará o valor de 
R$ 60.000,00 para novos empenhosnessa dotação. 
 
As despesas só podem ser realizadas mediante prévio empenho, consoante a 
Lei 4320/64, a qual veda a realização de despesa sem prévio empenho: 
Art. 60. É vedada a realização de despesa sem prévio empenho. 
§ 1º Em casos especiais previstos na legislação específica será dispensada a 
emissão da nota de empenho. 
 
O Decreto 93.872/86 dispõe sobre a unificação dos recursos de caixa do 
Tesouro Nacional, atualiza e consolida a legislação pertinente, bem como trata 
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dos estágios da despesa. Reforça em seu art. 24 que é vedada a realização de 
despesa sem prévio empenho e acrescenta que, em caso de urgência 
caracterizada na legislação em vigor, admitir-se-á que o ato do empenho seja 
contemporâneo à realização da despesa. 
 
O que pode ser dispensado é a nota de empenho e nunca o empenho. Em 
caso de urgência caracterizada na legislação em vigor, admitir-se-á que o ato 
do empenho seja contemporâneo à realização da despesa. A nota de 
empenho (NE) é a materialização do empenho. É um documento extraído para 
cada empenho, o qual indicará o nome do credor, a representação e a 
importância da despesa, bem como a dedução desta do saldo da dotação 
própria. Embora exista obrigatoriedade do nome do credor no documento nota 
de empenho, em alguns casos torna-se impraticável a emissão de um 
empenho para cada credor, tendo em vista o número excessivo de credores. 
 
Na União é elaborado no SIAFI e impresso após o empenho da despesa. É a 
emissão da nota de empenho que poderá ser dispensada em casos especiais 
previstos na legislação específica. Por exemplo, as NEs são dispensadas em 
despesas com sentenças judiciais, pessoal e encargos sociais, juros e 
encargos da dívida, etc. 
 
Os empenhos são classificados consoantes sua natureza e finalidade. São 
modalidades de empenho: 
• Empenho ordinário: para as despesas com montante previamente 
conhecido e cujo pagamento deva ocorrer de uma só vez. 
• Empenho por estimativa: a característica desta modalidade é a 
existência de despesa cujo montante não se possa determinar. 
Normalmente possui base não homogênea, ou seja, o valor sempre 
varia. São exemplos as contas de água, luz e telefone; diárias, 
gratificações, etc. 
• Empenho global: para atender às despesas com montante também 
definido. A especificidade é que tal modalidade é permitida para 
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atender despesas contratuais e outras sujeitas a parcelamento. São 
exemplos os aluguéis, salários, prestação de serviços, etc. 
 
3.3.2 Anulação de Empenho 
 
Caso o empenho se revele insuficiente para atender a um determinado 
compromisso ao longo do exercício financeiro, existe a possibilidade de a 
Unidade emitente reforçar o empenho. Assim, o novo valor do empenho passa 
a ser o valor inicial mais o valor do reforço. Caso o valor do empenho exceda o 
montante da despesa realizada, o empenho deverá ser anulado parcialmente. 
 
O empenho deverá ser totalmente anulado quando tiver sido emitido 
incorretamente ou quando o objeto do contrato não tiver sido cumprido. 
Exemplo: o serviço contratado não foi prestado ou o material encomendado 
não foi entregue. A anulação também é realizada por meio de nota de 
empenho. 
 
Segundo o art. 35 do Decreto 93.872/86, o empenho de despesa não 
liquidada será considerado anulado em 31 de dezembro, para todos os fins, 
salvo quando: 
 I - vigente o prazo para cumprimento da obrigação assumida pelo credor, 
nele estabelecida; 
 II - vencido o prazo de que trata o item anterior, mas esteja em cursos a 
liquidação da despesa, ou seja de interesse da Administração exigir o 
cumprimento da obrigação assumida pelo credor; 
 III - se destinar a atender transferências a instituições públicas ou 
privadas; 
 IV - corresponder a compromissos assumidos no exterior. 
 
E também consoante o referido Decreto: 
Art. 28 A redução ou cancelamento no exercício financeiro, de compromisso 
que caracterizou o empenho, implicará sua anulação parcial ou total, 
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revertendo a importância correspondente à respectiva dotação, pela qual ficará 
automaticamente desonerado o limite de saques da unidade gestora. 
 
Assim, a redução ou cancelamento no exercício financeiro, de compromisso 
que caracterizou o empenho, implicará sua anulação parcial ou total. A 
importância correspondente será revertida à respectiva dotação 
orçamentária. Quando a anulação ocorrer após o encerramento do exercício, 
considerar-se-á receita orçamentária do ano em que se efetivar. 
 
Vimos como exemplo que se na dotação de R$ 100.000,00 for empenhado 
R$ 40.000,00; este valor será deduzido do total. Assim, restará o valor de 
R$ 60.000,00 para novos empenhos nessa dotação. No entanto, se por algum 
motivo o empenho de R$ 40.000,00 for anulado no mesmo exercício financeiro 
em que foi gerado, esse valor será revertido à respectiva dotação 
orçamentária, ou seja, a dotação voltará ao valor original de R$ 100.000,00. 
 
3.3.3 Outras Considerações sobre Empenho 
 
Nos casos em que o instrumento de contrato é facultativo, a Lei 8.666/93 
admite a possibilidade de substituí-lo pela nota de empenho de despesa, 
hipótese em que o empenho representa o próprio contrato: 
Art. 62. O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de concorrência e 
de tomada de preços, bem como nas dispensas e inexigibilidades cujos preços 
estejam compreendidos nos limites destas duas modalidades de licitação, e 
facultativo nos demais em que a Administração puder substituí-lo por outros 
instrumentos hábeis, tais como carta-contrato, nota de empenho de despesa, 
autorização de compra ou ordem de execução de serviço. 
 
O empenho não poderá exceder o saldo disponível de dotação orçamentária, 
nem o cronograma de pagamento o limite de saques fixado, evidenciados pela 
contabilidade, cujos registros serão acessíveis às respectivas unidades 
gestoras em tempo oportuno. 
 
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As despesas relativas a contratos ou convênios de vigência plurianual serão 
empenhadas em cada exercício financeiro pela parte a ser executada no 
referido exercício. 
Segundo o Decreto 93.872/86: 
Art. 27. As despesas relativas a contratos, convênios, acordos ou ajustes de 
vigência plurianual, serão empenhadas em cada exercício financeiro pela parte 
nele a ser executada. 
 
Caiu na prova: 
(CESGRANRIO - Analista – Banco Central do Brasil – 2010) Um analista do 
BACEN, ao ser indagado sobre as características da despesa pública, no 
âmbito da União, acertou ao afirmar que: 
(A) o pagamento de juros e encargos da dívida é classificado como despesa 
corrente. 
(B) o pré-empenho consiste em despesa pendente de especificação do objeto. 
(C) os estágios da despesa orçamentária são: empenho, arrecadação e 
pagamento. 
(D) os investimentossão classificados como despesas correntes. 
(E) as modalidades de empenho são: extraordinário, por estimativa e global. 
 
a) Correta. Consoante a natureza da despesa, o grupo “amortização da dívida” 
deverá ser classificado na categoria econômica de despesas de capital. No 
entanto, o grupo “juros e encargos da dívida” deverá ser classificado na 
categoria econômica de despesas correntes. 
b) Errada. Após o recebimento do crédito orçamentário e antes do seu 
comprometimento para a realização da despesa, existe uma fase geralmente 
demorada de licitação obrigatória junto a fornecedores de bens e serviços que 
impõe a necessidade de se assegurar o crédito até o término do processo 
licitatório, o que pode ser feito pela sistemática do pré-empenho. 
C) Errada. Os estágios da despesa orçamentária são empenho, liquidação e 
pagamento. Arrecadação é estágio da Receita. 
d) Errada. Os investimentos são classificados como despesas de capital. 
e) Errada. As modalidades de empenho são: ordinário, por estimativa e global. 
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Resposta: Letra A 
 
3.4 Liquidação 
 
Segundo o art. 63 da Lei 4320/64, a liquidação da despesa consiste na 
verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos e 
documentos comprobatórios do respectivo crédito. Assim, a despesa deve 
passar pelo processo de verificação do direito adquirido do credor denominado 
liquidação, antes de ser paga. Esse procedimento tem como objetivo verificar 
a importância exata a pagar e a quem se deve pagar, para extinguir a 
obrigação. A liquidação também é realizada no SIAFI, por meio da Nota de 
Liquidação (NL). 
 
A liquidação tem por finalidade reconhecer ou apurar: 
• A origem e o objeto do que se deve pagar; 
• A importância exata a pagar; e 
• A quem se deve pagar a importância para extinguir a obrigação. 
 
As despesas com fornecimento ou com serviços prestados terão por base: 
• O contrato, ajuste ou acordo respectivo; 
• A nota de empenho; e 
• Os comprovantes da entrega de material ou da prestação efetiva dos 
serviços. 
 
Já sabemos que o empenho é o ato emanado de autoridade competente que 
cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento 
de condição. Porém, estando a despesa legalmente empenhada, nem assim o 
Estado se vê obrigado a efetuar o pagamento, uma vez que o implemento de 
condição poderá estar concluído ou não. A Lei 4320/64 determina que o 
pagamento de qualquer despesa pública, seja ela de que importância for, 
passe pelo crivo da liquidação. É nesse segundo estágio da execução da 
despesa que será cobrada a prestação dos serviços ou a entrega dos bens, ou 
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ainda, a realização da obra, evitando, dessa forma, o pagamento sem o 
implemento de condição. 
 
Segundo a Lei 4320/64: 
Art. 62. O pagamento da despesa só será efetuado quando ordenado após 
sua regular liquidação. 
 
Somente após a apuração do direito adquirido pelo credor, tendo por base os 
documentos comprobatórios do respectivo crédito ou da completa habilitação 
da entidade beneficiada, a Unidade Gestora providenciará o imediato 
pagamento da despesa. Assim, nenhuma despesa poderá ser paga sem estar 
devidamente liquidada. 
 
3.5 Pagamento 
 
O pagamento consiste na entrega de numerário ao credor mediante cheque 
nominativo, ordens de pagamentos ou crédito em conta. No SIAFI, é realizado 
mediante ordem bancária, equivalente à dívida líquida. É o último estágio da 
despesa. 
O pagamento da despesa só será efetuado quando ordenado após sua regular 
liquidação. Desta forma, nenhuma despesa poderá ser paga sem estar 
devidamente liquidada. 
O art. 64 da Lei 4320/64 define ainda a ordem de pagamento, a qual é o 
despacho exarado por autoridade competente determinando que a despesa 
seja paga. Ou seja, é a assinatura do gestor público determinando o 
pagamento. 
 
Quanto ao pagamento antecipado de fornecimento de bens, execução de obra 
ou prestação de serviço, o Decreto 93.872/86 determina: 
Art. 38. Não será permitido o pagamento antecipado de fornecimento de 
materiais, execução de obra, ou prestação de serviço, inclusive de utilidade 
pública, admitindo-se, todavia, mediante as indispensáveis cautelas ou 
garantias, o pagamento de parcela contratual na vigência do respectivo 
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contrato, convênio, acordo ou ajuste, segundo a forma de pagamento nele 
estabelecida, prevista no edital de licitação ou nos instrumentos formais de 
adjudicação direta. 
 
Caiu na prova: 
(CESGRANRIO – Auditor - IBGE – 2010) Em uma palestra sobre a execução 
da receita e da despesa orçamentária, um auditor afirmou, corretamente, que 
a(o): 
(A) liquidação da despesa consiste na verificação do direito do credor, tendo 
por base os títulos e os documentos comprobatórios do respectivo crédito, em 
que se apuram a origem e o objeto do que se deve pagar, a importância exata 
a pagar e a quem se deve pagar para extinguir a obrigação. 
(B) realização de despesa sem prévio empenho é permitida em casos 
específicos, conforme o previsto na legislação. 
(C) pagamento da despesa é o ato emanado de autoridade competente que 
criou para o Estado obrigação de pagamento pendente de implemento de 
condição. 
(D) lançamento da receita consiste no ato pelo qual os agentes arrecadadores 
entregam diariamente ao tesouro público o produto da arrecadação. 
(E) ato praticado pela Fazenda Pública que identifica o contribuinte, o valor 
devido e efetua a inscrição fiscal do devedor é denominado previsão da receita 
pública. 
 
a) Correta. A liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido 
pelo credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do 
respectivo crédito. Esse procedimento tem como objetivo verificar a importância 
exata a pagar e a quem se deve pagar, para extinguir a obrigação. A liquidação 
é realizada no SIAFI, por meio da Nota de Liquidação (NL). 
b) Errada. É vedada a realização de despesa sem prévio empenho. 
c) Errada. O empenho é o ato emanado de autoridade competente que cria 
para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de 
condição. 
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d) Errada. O recolhimento é a transferência dos valores arrecadados à conta 
específica do Tesouro, responsável pela administração e controle da 
arrecadação e programação financeira, observando o Princípio da Unidade de 
Caixa, representado pelo controle centralizado dos recursos arrecadados em 
cada ente. 
e) Errada. O ato praticado pela Fazenda Pública que identifica o contribuinte, o 
valor devido e efetua a inscrição fiscal do devedor é denominado lançamento. 
Resposta: Letra A 
 
4. REGIME ORÇAMENTÁRIO E REGIME PATRIMONIAL 
 
Do ponto de vista ORÇAMENTÁRIO, o reconhecimento da receita 
orçamentária ocorre no momento da arrecadação e da despesa 
orçamentáriano exercício financeiro da emissão de empenho. Tal situação 
decorre da aplicação da Lei 4.320/64, que em seu art. 35 dispõe que 
pertencem ao exercício financeiro as receitas nele arrecadadas e as despesas 
legalmente empenhadas. 
 
Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro: 
I – as receitas nele arrecadadas; 
II – as despesas nele legalmente empenhadas. 
 
O regime adotado para reconhecimento das receitas decorre do enfoque 
orçamentário dessa lei, com o objetivo de evitar o risco de que a execução das 
despesas orçamentárias ultrapasse a arrecadação efetivada. 
 
O art. 35 refere-se ao regime orçamentário e não ao regime patrimonial, 
pois a contabilidade é tratada em título específico da citada lei (Título IX – Da 
Contabilidade), no qual se determina que as variações patrimoniais devam ser 
evidenciadas, sejam elas independentes ou resultantes da execução 
orçamentária. 
 
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Exemplo: no regime patrimonial, em relação à Receita, com o objetivo de 
evidenciar o impacto no patrimônio, deve haver o registro da variação 
patrimonial aumentativa, independentemente da execução orçamentária, em 
função do fato gerador, observando-se os princípios da competência e da 
oportunidade. No âmbito da atividade tributária, pode-se utilizar o momento do 
lançamento como referência para o reconhecimento da variação patrimonial 
aumentativa, pois nesse estágio da execução da receita orçamentária é que se 
verifica a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente e, ocorrido o 
fato gerador, pode-se proceder ao registro contábil do direito a receber em 
contrapartida de variação patrimonial aumentativa, o que representa o registro 
por competência. 
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PARTE II – EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA 
 
As execuções orçamentária e financeira ocorrem concomitantemente. Estão 
atreladas uma a outra, pois havendo orçamento e não existindo o financeiro, 
não poderá ocorrer a despesa. Por outro lado, pode haver recurso financeiro, 
mas não se poderá gastá-lo, se não houver a disponibilidade orçamentária. 
 
A execução orçamentária pode ser definida, em resumo, como sendo a 
utilização dos créditos consignados na Lei Orçamentária Anual - LOA. Já a 
execução financeira, por sua vez, representa a utilização de recursos 
financeiros, visando atender à realização dos projetos e/ou atividades 
atribuídas às Unidades Orçamentárias pelo Orçamento. Na técnica 
orçamentária inclusive é habitual se fazer a distinção entre as palavras crédito 
e recurso. Reserva-se o termo crédito para designar o lado orçamentário e 
recurso para o lado financeiro. Crédito e recurso são duas faces de uma 
mesma moeda. O crédito é orçamentário, dotação ou autorização de gasto ou 
sua descentralização; e recurso é financeiro, portanto, dinheiro ou saldo de 
disponibilidade bancária. 
 
As execuções orçamentária e financeira devem estar em compasso com o 
desempenho da meta física. Entretanto, a apresentação de resultados da meta 
física podem ser inferiores a execução financeira, ocasionando um 
descompasso. Ele pode ocorrer por problemas em licitações, convênios ou 
contratos, por pendências ambientais, ou até mesmo por deficiências no 
planejamento ou em virtude do contingenciamento orçamentário. 
 
1. CONTA ÚNICA 
 
A Conta Única, implantada em setembro de 1988, representou uma mudança 
radical no controle de caixa do Tesouro Nacional, em virtude da racionalização 
na movimentação dos recursos financeiros no âmbito do Governo Federal. 
Com ela, todas as unidades gestoras on-line do SIAFI passaram a ter os seus 
saldos bancários registrados e controlados pelo sistema, sem contas escriturais 
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no Banco do Brasil. Assim, a Conta Única é uma conta mantida junto ao Banco 
Central do Brasil, operacionalizada via SIAFI pelo Banco do Brasil ou, 
excepcionalmente, por outros agentes financeiros autorizados pelo Ministério 
da Fazenda. É destinada a acolher, em conformidade com o disposto no artigo 
164 da CF/88, as disponibilidades financeiras da União que se encontram à 
disposição das UGs on-line, nos limites financeiros previamente definidos. O 
referido artigo determina que as disponibilidades de caixa da União serão 
depositadas no banco central; as dos Estados, do Distrito Federal, dos 
Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por 
ele controladas, em instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos 
previstos em lei. 
 
Portanto, a Conta Única do Tesouro não é mantida no Banco do Brasil e sim 
no Banco Central do Brasil. O Banco do Brasil S.A. (BB) é uma instituição 
financeira constituída na forma de sociedade de economia mista. Já o Banco 
Central do Brasil (BACEN), criado pela Lei 4.595, de 31.12.1964, é uma 
autarquia federal, vinculada ao Ministério da Fazenda, que tem por missão 
assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e um sistema 
financeiro sólido e eficiente. 
 
A LRF determina que as disponibilidades de caixa dos regimes de 
previdência social, geral e próprio dos servidores públicos, ainda que 
vinculadas a fundos específicos a que se referem os arts. 249 e 250 da CF/88, 
ficarão depositadas em conta separada das demais disponibilidades de 
cada ente e aplicadas nas condições de mercado, com observância dos limites 
e condições de proteção e prudência financeira. 
 
A Conta Única é movimentada pelas UGs da Administração Pública federal, 
inclusive fundos, autarquias, fundações, e outras entidades integrantes do 
SIAFI, na modalidade on-line. A movimentação de recursos da Conta Única 
será efetuada por meio de Ordem Bancária - OB, Documento de Arrecadação 
de Receitas Federais - DARF, Guia da Previdência Social - GPS, Documento 
de Receita de Estados e/ou Municípios - DAR, Guia do Salário Educação - 
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GSE, Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações da Previdência Social - 
GFIP, Nota de Sistema - NS ou Nota de Lançamento - NL, de acordo com as 
respectivas finalidades. 
 
O SIAFI consolidará, diariamente, as Ordens Bancárias emitidas, de acordo 
com a respectiva finalidade, gerando a “Relação de Ordens Bancárias Intra-
SIAFI-RT” e a “Relação de Ordens Bancárias Externas – RE”. Destaca-se a 
Ordem Bancária de Cartão, a qual é utilizada para registro de saque, efetuado 
pelo portador do Cartão de Pagamento do Governo Federal (CPGF ou também 
chamado Cartão Corporativo), em moeda corrente, observado o limite 
estipulado pelo Ordenador de Despesas; e a Ordem Bancária de Sistema – 
OBS, utilizada para cancelamento de Ordem Bancária pelo agente financeiro 
com devolução dos recursos correspondentes, bem como pela STN para 
regularização das remessas não efetivadas. 
 
A Guia de Recolhimento de Receitas da União – GRU é o documento 
padronizado para registrar os ingressos de valores na Conta Única. Deverãoser recolhidas por GRU as taxas (custas judiciais, emissão de passaporte etc.), 
aluguéis de imóveis públicos, serviços administrativos e educacionais (inscrição 
de vestibular/concursos, expedição de certificados), receitas de multas (da 
Polícia Rodoviária Federal, do Código Eleitoral, do Serviço Militar etc.) e outras. 
 
Excetuam-se do recolhimento por meio da GRU as receitas do Instituto 
Nacional do Seguro Social - INSS, recolhidas mediante a Guia de Previdência 
Social – GPS, e as receitas administradas pela Secretaria da Receita Federal 
do Brasil – RFB e pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional - PGFN, 
recolhidas por meio do Documento de Arrecadação de Receitas Federais - 
DARF. 
 
Segundo o art. 17 da Instrução Normativa STN n° 4, de 30 de agosto de 2004, 
ficam instituídas as seguintes modalidades de aplicação financeira na Conta 
Única do Tesouro Nacional, mediante registro específico no SIAFI: aplicação 
financeira diária e aplicação financeira a prazo fixo, sendo esta efetuada 
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mediante entendimentos prévios e a critério do órgão central de programação 
financeira. 
 
Ainda consoante a Instrução Normativa: 
Art.18. As aplicações financeiras definidas no art. 17 poderão ser efetuadas: 
I - no caso de aplicações financeiras diárias, pelas autarquias, fundos e 
fundações públicas que contarem com autorização legislativa específica, 
não se admitindo aplicações por parte de entidades não integrantes do 
Orçamento Fiscal e da Seguridade Social; e 
II - no caso de aplicações financeiras a prazo fixo, pelas autarquias, fundos, 
fundações públicas e os órgãos da Administração Pública Federal direta, 
integrantes do Orçamento Fiscal e da Seguridade Social. 
Parágrafo Único. Somente poderão ser aplicadas na modalidade de prazo fixo 
as disponibilidades financeiras decorrentes de arrecadação própria, 
considerando classificação efetuada pela Secretaria de Orçamento Federal – 
SOF. 
 
2. PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA 
 
2.1 Competências 
 
A programação orçamentária e financeira consiste na compatibilização do fluxo 
dos pagamentos com o fluxo dos recebimentos, visando o ajuste da despesa 
fixada às novas projeções de resultados e da arrecadação. 
 
Compreende um conjunto de atividades com o objetivo de ajustar o ritmo de 
execução do orçamento ao fluxo provável de recursos financeiros, 
assegurando a execução dos programas anuais de trabalho, realizados por 
meio do SIAFI, com base nas diretrizes e regras estabelecidas pela legislação 
vigente. 
 
A Programação Financeira se realiza em três níveis distintos: Secretaria do 
Tesouro Nacional, o órgão central; Subsecretarias de Planejamento, 
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Orçamento e Administração (ou equivalentes, os chamados órgãos setoriais de 
programação financeira - OSPF); e as Unidades Gestoras Executoras (UGE). 
 
Compete ao Tesouro Nacional estabelecer as diretrizes para a elaboração e 
formulação da programação financeira mensal e anual, bem como a adoção 
dos procedimentos necessários a sua execução. Aos órgãos setoriais 
competem a consolidação das propostas de programação financeira dos 
órgãos vinculados (UGE) e a descentralização dos recursos financeiros 
recebidos do órgão central. Às Unidades Gestoras Executoras cabem a 
realização da despesa pública, ou seja: o empenho, a liquidação e o 
pagamento. 
 
2.2 Decreto de Programação Orçamentária e Financeira 
 
Logo após a sanção presidencial à Lei Orçamentária aprovada pelo Congresso 
Nacional, o Poder Executivo mediante decreto estabelece em até trinta dias a 
programação financeira e o cronograma de desembolso mensal por órgãos, 
observadas as metas de resultados fiscais dispostas na Lei de Diretrizes 
Orçamentárias. 
 
Na LRF: 
Art. 8º Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos termos em que 
dispuser a lei de diretrizes orçamentárias e observado o disposto na alínea c do 
inciso I do art. 4º, o Poder Executivo estabelecerá a programação financeira e o 
cronograma de execução mensal de desembolso. 
 
O mecanismo utilizado para limitação dos gastos do Governo Federal é o 
Decreto de Programação Orçamentária e Financeira, mais conhecido como 
“Decreto de Contingenciamento”, juntamente com a Portaria Interministerial 
que detalha os valores autorizados para movimentação e empenho e para 
pagamentos no decorrer do exercício. 
 
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A base legal do Decreto decorre da Lei 4320/64 e da LRF, complementada 
pelas LDOs a cada ano. A Lei 4.320/64 trata da necessidade de estipular cotas 
trimestrais para a execução da despesa, evidenciando a preocupação com 
oscilações de arrecadação que acontecem no decorrer do exercício financeiro. 
A LRF traz as metas de resultado fiscal, a busca do equilíbrio e a necessidade 
de transparência. Já a LDO completa os dispositivos legais, informando, entre 
outros parâmetros, qual será a base contingenciável, as despesas que não são 
passíveis de contingenciamento, bem como o estabelecimento de 
demonstrativos das metas de resultado primário e sua periodicidade. 
 
São objetivos do Decreto de Programação Orçamentária e Financeira: 
• Estabelecer normas específicas de execução orçamentária e 
financeira para o exercício; 
• Estabelecer um cronograma de compromissos (empenhos) e de 
liberação (pagamento) dos recursos financeiros para o Governo 
Federal; 
• Cumprir a Legislação Orçamentária (Lei 4.320/64 e LRF); e 
• Assegurar o equilíbrio entre receitas e despesas ao longo do 
exercício financeiro e proporcionar o cumprimento da meta de 
resultado primário. 
 
Caiu na prova: 
(ESAF – Analista Tributário – Receita Federal do Brasil – 2009) Assinale a 
opção que indica uma exceção aos objetivos do decreto de programação 
financeira, no âmbito federal. 
a) Cumprir a Legislação Orçamentária. 
b) Estabelecer normas específicas de execução orçamentária e financeira para 
o exercício. 
c) Limitar o volume de recursos destinados a investimentos colocados à 
disposição das unidades orçamentárias. 
d) Estabelecer um cronograma de compromissos (empenhos) e de liberação 
(pagamento) dos recursos financeiros para o Governo Federal. 
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e) Assegurar o equilíbrio entre receitas e despesas ao longo do exercício 
financeiro e proporcionar o cumprimento da meta de resultado primário. 
 
Limitar o volume de recursos destinados a investimentos colocados à 
disposição das unidades orçamentárias não é objetivo do decreto de 
programação financeira. 
Resposta: Letra C 
 
3. LIMITAÇÃO DE EMPENHO E DE MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA 
 
É o previsto de maneira explícita no caput do art. 9º da LRF, o qual dispõe que, 
se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não 
comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominalestabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público 
promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias 
subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os 
critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias. 
 
A limitação de empenho também será promovida pelo ente que ultrapassar o 
limite para a dívida consolidada, para que obtenha o resultado primário 
necessário à recondução da dívida ao limite. 
 
Se houver frustração da receita estimada no orçamento, deverá ser 
estabelecida limitação de empenho e movimentação financeira, com objetivo 
de atingir os resultados previstos na LDO e impedir a assunção de 
compromissos sem respaldo financeiro, o que acarretaria uma busca de 
socorro no mercado financeiro, situação que implica em encargos elevados. 
 
Analisando o art. 9°, não há a possibilidade de limitação de empenho por outro 
motivo que não seja a frustração de receita. O gestor público só tem permissão 
legal para proceder à limitação de empenho quando a realização da receita (e 
não a execução da despesa) comprometer as metas fiscais, como o superavit 
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primário. Outra observação é que além do Poder Executivo, há a extensão da 
limitação de empenho aos Poderes Legislativo, Judiciário e Ministério Público. 
 
Não serão objeto de limitação as despesas que constituam obrigações 
constitucionais e legais do ente, inclusive aquelas destinadas ao pagamento 
do serviço da dívida, e as ressalvadas pela lei de diretrizes orçamentárias. 
No caso de restabelecimento da receita prevista, ainda que parcial, a 
recomposição das dotações cujos empenhos foram limitados dar-se-á de 
forma proporcional às reduções efetivadas. 
 
Até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro, o Poder Executivo 
demonstrará e avaliará o cumprimento das metas fiscais de cada 
quadrimestre, em audiência pública na comissão mista referida na 
Constituição ou equivalente nas Casas Legislativas estaduais e municipais. 
 
Consoante o art. 65 da LRF, no caso de estado de defesa e ou de sítio, 
decretado na forma da Constituição; ou na ocorrência de calamidade pública 
reconhecida pelo Congresso Nacional, no caso da União, ou pelas 
Assembléias Legislativas, na hipótese dos Estados e Municípios, enquanto 
perdurar a situação serão dispensados o atingimento dos resultados fiscais e 
a limitação de empenho prevista no art. 9o. 
 
Atenção: limitação de empenho não corresponde a contingenciamento. Na 
limitação de empenho anula-se parcela da dotação orçamentária, sendo que 
a recomposição será proporcional às reduções efetivadas. Já o 
contingenciamento equivale a um congelamento, pois se deixa de efetuar o 
empenho, mas permanece a dotação. 
 
Cabe ressaltar que em relação o § 3° do art. 9° foi proposta uma Ação Direta 
de Inconstitucionalidade (ADIN) perante o Supremo Tribunal Federal, o qual 
suspendeu liminarmente a eficácia deste dispositivo: 
§ 3o No caso de os Poderes Legislativo e Judiciário e o Ministério Público não 
promoverem a limitação no prazo estabelecido no caput, é o Poder Executivo 
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autorizado a limitar os valores financeiros segundo os critérios fixados pela lei 
de diretrizes orçamentárias. 
 
Atenção: atualmente, devido à ADIN, o Poder Executivo não é autorizado a 
limitar os Poderes Legislativo e Judiciário e o Ministério Público caso estes não 
promovam a limitação no prazo estabelecido no caput do art. 9°. Há a extensão 
da limitação de empenho aos Poderes Legislativo, Judiciário e Ministério 
Público, mas ela deve ser efetuada por ato próprio. 
 
Caiu na prova: 
(CESPE – Assessor Técnico de Controle e Administração – TCE/RN – 2009) 
Em relação à limitação de empenho e movimentação financeira, segundo 
critérios estabelecidos na LDO, não serão objeto de limitação as despesas que 
constituam obrigações constitucionais e legais do ente, inclusive aquelas 
destinadas ao pagamento do serviço da dívida. 
 
Não serão objeto de limitação as despesas que constituam obrigações 
constitucionais e legais do ente, inclusive aquelas destinadas ao pagamento do 
serviço da dívida, e as ressalvadas pela lei de diretrizes orçamentárias. 
Resposta: Certa 
 
4. DESCENTRALIZAÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA 
 
4.1 Descentralização de Créditos 
 
Com a publicação da Lei Orçamentária Anual – LOA, o seu consequente 
lançamento no SIAFI e o detalhamento dos créditos autorizados, inicia-se a sua 
movimentação entre as unidades gestoras, para que se viabilize a execução 
orçamentária propriamente dita, já que só após o recebimento do crédito é que 
as UGs estarão em condições de efetuar a realização das despesas públicas. 
 
As descentralizações de créditos orçamentários ocorrem quando for efetuada 
movimentação de parte do orçamento, mantidas as classificações institucional, 
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funcional, programática e econômica, para que outras unidades administrativas 
possam executar a despesa orçamentária. 
As descentralizações de créditos orçamentários não se confundem com 
transferências e transposição, pois não modifica o valor da programação ou de 
suas dotações orçamentárias (créditos adicionais); tampouco altera a unidade 
orçamentária (classificação institucional) detentora do crédito orçamentário 
aprovado na lei orçamentária ou em créditos adicionais. 
 
Quando a descentralização envolver unidades gestoras de um mesmo órgão 
tem-se a descentralização interna, também chamada de provisão. Se, 
porventura, ocorrer entre unidades gestoras de órgãos ou entidades de 
estrutura diferente, ter-se-á uma descentralização externa, também 
denominada de destaque. 
Na descentralização, as dotações serão empregadas obrigatória e 
integralmente na consecução do objetivo previsto pelo programa de trabalho 
pertinente, respeitada fielmente a classificação funcional e a estrutura 
programática. Portanto, a única diferença é que a execução da despesa 
orçamentária será realizada por outro órgão ou entidade. 
 
A descentralização de crédito externa dependerá de celebração de convênio ou 
instrumento congênere, disciplinando a consecução do objetivo colimado e as 
relações e obrigações das partes. 
 
Assim, a movimentação de créditos, a que chamamos habitualmente de 
descentralização de créditos, consiste na transferência, de uma unidade 
gestora para outra, do poder de utilizar créditos orçamentários que lhe tenham 
sido consignados no Orçamento ou lhe venham a ser transferidos 
posteriormente. A descentralização pode ser interna, se realizada entre UGs do 
mesmo órgão (provisão); ou externa, se efetuada entre órgãos distintos 
(destaque). 
 
 
 
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4.2 Movimentação de Recursos 
 
A movimentação de recursos financeiros oriundos do Orçamento da União, 
entre as UGs que compõem oSistema de Programação Financeira, se dá sob 
a forma de liberação de cotas, repasses, sub-repasses para o pagamento de 
despesas e por meio de concessão de limite de saque à Conta Única do 
Tesouro. 
 
A primeira fase da movimentação dos recursos é a liberação de cota e deve 
ser realizada em consonância com o cronograma de desembolso aprovado 
pela Secretaria do Tesouro Nacional. Assim, cota é o montante de recursos 
colocados à disposição dos Órgãos Setoriais de Programação Financeira – 
OSPF pela Coordenação-Geral de Programação Financeira – COFIN/STN 
mediante movimentação intra-SIAFI dos recursos da Conta Única do Tesouro 
Nacional. 
 
A segunda fase é a liberação de repasse ou sub-repasse. 
Repasse é a movimentação de recursos realizada pelos OSPF para as 
unidades de outros órgãos ou ministérios e entidades da Administração 
Indireta, bem como entre esses; e sub-repasse é a liberação de recursos dos 
OSPF para as unidades sob sua jurisdição e entre as unidades de um mesmo 
órgão, ministério ou entidade. 
 
A descentralização de recursos é realizada no SIAFI por meio da Nota de 
Programação Financeira (NPF), que é o documento utilizado para registrar e 
contabilizar as etapas da programação financeira. Assim, a NPF é o documento 
que permite registrar os valores constantes da Proposta de Programação 
Financeira (PPF) e a Programação Financeira Aprovada (PFA), envolvendo a 
COFIN/STN e os OSPF. A partir daí, com recursos em caixa, ou seja, com 
disponibilidades financeiras, as unidades podem dar início à fase de 
pagamento de suas despesas. 
 
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Atenção: a UG que recebe créditos descentralizados por destaque, receberá 
recursos por repasse. A unidade que recebe créditos descentralizados por 
provisão, receberá recursos por sub-repasse. 
 
 
 
 Fonte: site STN 
 
Seguem agora o memento, as questões comentadas nesta aula e depois o 2° 
simulado. Serão mais 50 questões de concursos anteriores somente do 
CESPE e apenas dos últimos dois anos, referentes às matérias estudadas nas 
aulas 5 a 8. 
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MEMENTO AULA 8 
ETAPAS DA RECEITA ORÇAMENTÁRIA 
Planejamento: previsão 
Execução: lançamento, arrecadação e recolhimento 
Controle e Avaliação 
ETAPAS DA DESPESA ORÇAMENTÁRIA: 
Planejamento: fixação 
Execução: empenho, liquidação e pagamento 
Controle e Avaliação 
ESTÁGIOS DA RECEITA 
PREVISÃO 
Configura-se por meio da estimativa de arrecadação da receita, constante da LOA, resultante de metodologia 
de projeção de receitas orçamentárias. 
As previsões de receita observarão as normas técnicas e legais e considerarão: os efeitos das alterações na 
legislação, da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de qualquer outro fator relevante e 
serão acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da projeção para os dois 
seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas utilizadas. 
Projeção = Base de Cálculo x (índice de preço) x (índice de quantidade) x (efeito legislação). 
LANÇAMENTO 
É o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação 
correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito 
passivo e, sendo o caso, propor a aplicação da penalidade cabível. 
Tipos de lançamento: 
• Lançamento por declaração: compreende a espontaneidade do sujeito passivo em declarar 
corretamente. 
• Lançamento por homologação: o pagamento e as informações prestadas pelo contribuinte são 
realizados sem qualquer exame prévio da autoridade administrativa. 
• Lançamento de ofício: como regra é adequado aos tributos que têm como fato gerador uma situação 
cujos dados constam dos cadastros fiscais, de modo que basta à autoridade administrativa a consulta a 
aqueles registros para que se tenha às mãos dados fáticos necessários à realização do lançamento. 
ARRECADAÇÃO 
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É a entrega, realizada pelos contribuintes ou devedores aos agentes arrecadadores ou bancos autorizados pelo 
ente, dos recursos devidos ao Tesouro. 
RECOLHIMENTO 
É a transferência dos valores arrecadados à conta específica do Tesouro, responsável pela administração e 
controle da arrecadação e programação financeira, observando o Princípio da Unidade de Caixa, representado 
pelo controle centralizado dos recursos arrecadados em cada ente. 
ESTÁGIOS DA DESPESA 
FIXAÇÃO (PROGRAMAÇÃO) 
É a dotação inicial da LOA que, segundo o princípio do equilíbrio, visa assegurar que as despesas não serão 
superiores à previsão das receitas. 
EMPENHO 
É o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de 
implemento de condição. É materializado pela Nota de Empenho (NE) no SIAFI. 
É vedada a realização de despesa sem prévio empenho. 
O empenho importa deduzir seu valor de dotação adequada à despesa a realizar, por força do compromisso 
assumido. 
O que pode ser dispensado é a nota de empenho e nunca o empenho. 
A redução ou cancelamento no exercício financeiro, de compromisso que caracterizou o empenho, implicará 
sua anulação parcial ou total. A importância correspondente será revertida à respectiva dotação orçamentária. 
Modalidades de empenho: 
• Ordinário: valor definido e pagamento de uma única vez 
• Global: valor definido e pagamento parcelado 
• Por estimativa: valor indefinido e pagamento parcelado 
LIQUIDAÇÃO 
Consiste na verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos e documentos 
comprobatórios do respectivo crédito. É realizada no SIAFI por meio da Nota de Liquidação (NL). 
Terá por base o contrato, ajuste ou acordo respectivo; a nota de empenho e os comprovantes da entrega de 
material ou da prestação efetiva do serviço. 
A liquidação tem por finalidade reconhecer ou apurar: 
• A origem e o objeto do que se deve pagar; 
• A importância exata a pagar; e 
• A quem se deve pagar a importância para extinguir a obrigação 
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PAGAMENTO 
Consiste na entrega de recursos ao credor equivalente à dívida líquida, mediante OB no SIAFI. 
Ordem de pagamento é o despacho determinando o pagamento da despesa. 
Já a Ordem Bancária (OB) é o documento emitido por meio do SIAFI transferindo o numerário para a conta 
do credor. 
O pagamento da despesa só será efetuado quando ordenado após sua regular liquidação. 
REGIME ORÇAMENTÁRIO E REGIME PATRIMONIAL 
Do ponto de vista orçamentário, o reconhecimento da receita orçamentária ocorre no momento da 
arrecadação e da despesa orçamentária no exercício financeiro da emissão de empenho. Tal situação decorreda aplicação da Lei 4.320/64, que em seu art. 35 dispõe que pertencem ao exercício financeiro as receitas nele 
arrecadadas e as despesas legalmente empenhadas. 
O art. 35 refere-se ao regime orçamentário e não ao regime patrimonial, pois a contabilidade é tratada em 
título específico da citada lei (Título IX – Da Contabilidade), no qual se determina que as variações 
patrimoniais devam ser evidenciadas, sejam elas independentes ou resultantes da execução orçamentária. 
CONTA ÚNICA 
A Conta Única do Tesouro Nacional é mantida junto ao Banco Central do Brasil e sua operacionalização 
será efetuada por intermédio do Banco do Brasil via SIAFI, ou, excepcionalmente, por outros agentes 
financeiros autorizados pelo Ministério da Fazenda. 
As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no banco central; as dos Estados, do Distrito 
Federal, dos Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por ele controladas, em 
instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei. 
As disponibilidades de caixa relativas à Previdência Social deverão ser separadas das demais disponibilidades 
do ente público. 
É movimentada pelas UGs da Administração Pública Federal, inclusive Fundos, Autarquias, Fundações, e 
outras entidades integrantes do SIAFI, na modalidade “on-line”. 
Com a Conta Única, todas as Unidades Gestoras on-line do SIAFI passaram a ter os seus saldos bancários 
registrados e controlados pelo sistema, sem contas escriturais no Banco do Brasil. Pelo SIAFI é que se faz o 
controle desses saldos e a transferência de recursos entre as UGs. 
A movimentação de recursos da Conta Única será efetuada por meio de OB, DARF, GPS, DAR, GSE, GFIP, 
NS ou NL, de acordo com as respectivas finalidades. 
PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA 
Consiste na compatibilização do fluxo dos pagamentos com o fluxo dos recebimentos, visando o ajuste da 
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despesa fixada às novas projeções de resultados e da arrecadação. 
Logo após a sanção presidencial à LOA aprovada pelo Congresso Nacional, o Poder Executivo mediante 
decreto estabelece em até trinta dias a programação financeira e o cronograma de desembolso mensal por 
órgãos, observadas as metas de resultados fiscais dispostas na LDO. 
A Programação Financeira se realiza em três níveis distintos, sendo a STN o órgão central, contando ainda 
com a participação das Subsecretárias de Planejamento, Orçamento e Administração (ou equivalentes, os 
chamados OSPF) e as Unidades Gestoras Executoras (UGE). 
Compete ao Tesouro Nacional estabelecer as diretrizes para a elaboração e formulação da programação 
financeira mensal e anual, bem como a adoção dos procedimentos necessários a sua execução. Aos órgãos 
setoriais competem a consolidação das propostas de programação financeira dos órgãos vinculados (UGE) e a 
descentralização dos recursos financeiros recebidos do órgão central. Às Unidades Gestoras Executoras cabem 
a realização da despesa pública, ou seja: o empenho, a liquidação e o pagamento. 
Limitação de empenho não corresponde a contingenciamento. Na limitação de empenho anula-se parcela da 
dotação orçamentária, sendo que a recomposição será proporcional às reduções efetivadas. Já o 
contingenciamento equivale a um congelamento, pois se deixa de efetuar o empenho, mas permanece a 
dotação. 
São objetivos do Decreto de Programação Orçamentária e Financeira: 
Estabelecer normas específicas de execução orçamentária e financeira para o exercício; 
Estabelecer um cronograma de compromissos (empenhos) e de liberação (pagamento) dos recursos financeiros 
para o Governo Federal; 
Cumprir a Legislação Orçamentária (Lei 4.320/64 e LRF); e 
Assegurar o equilíbrio entre receitas e despesas ao longo do exercício financeiro e proporcionar o 
cumprimento da meta de resultado primário. 
LIMITAÇÃO DE EMPENHO E MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA 
Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das 
metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério 
Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos 30 dias subsequentes, limitação de 
empenho e movimentação financeira, segundo os critérios da LDO. 
A limitação de empenho também será promovida pelo ente que ultrapassar o limite para a dívida consolidada, 
para que obtenha o resultado primário necessário à recondução da dívida ao limite. 
Não serão objeto de limitação as despesas que constituam obrigações constitucionais e legais do ente, 
inclusive aquelas destinadas ao pagamento do serviço da dívida, e as ressalvadas pela LDO. 
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No caso de restabelecimento da receita prevista, ainda que parcial, a recomposição das dotações cujos 
empenhos foram limitados dar-se-á de forma proporcional às reduções efetivadas. 
DESCENTRALIZAÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA 
Descentralização de Créditos 
Transferência de uma UG para outra do poder de utilizar créditos orçamentários que lhe tenham sido 
consignados no Orçamento ou lhe venham a ser transferidos posteriormente. 
Destaque: Descentralização externa de créditos, pois é efetuada entre órgãos distintos. 
Provisão: Descentralização interna de créditos, pois é realizada entre UGs do mesmo órgão. 
Movimentação de Recursos 
Cota: é o montante de recursos colocados à disposição dos OSPF pela COFIN/STN mediante movimentação 
intra-SIAFI dos recursos da Conta Única do Tesouro Nacional. 
Repasse: é a movimentação “externa” de recursos realizada pelos OSPF para as unidades de outros órgãos 
ou ministérios e entidades da Administração Indireta, bem como entre esses. 
Sub-repasse: é a liberação “interna” de recursos dos OSPF para as unidades sob sua jurisdição e entre as 
unidades de um mesmo órgão, ministério ou entidade. 
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QUESTÕES APRESENTADAS NESTA AULA 
 
1) (CESPE – Analista - ANTAQ – 2009) No que concerne a estágios da receita, 
o lançamento de ofício é efetuado pela administração sem a participação do 
contribuinte. 
 
2) (FCC - Analista do MP/SE – Contabilidade – 2009) Considere as afirmativas 
a seguir. 
I. Recolhimento é a entrega, realizada pelos contribuintes ou devedores, aos 
agentes ou bancos autorizados pelo ente, dos recursos devidos ao Tesouro. 
II. Arrecadação é a transferência dos valores arrecadados à conta específica 
do Tesouro, responsável pela administração e controle da arrecadação e 
programação financeira. 
III. Planejamento compreende a previsão de arrecadação da receita 
orçamentária constante da Lei Orçamentária Anual −LOA, resultante de 
metodologias de projeção usualmente adotadas, observada as disposições 
constantes na Lei de Responsabilidade Fiscal −LRF. 
Está correto o que se afirma APENAS em: 
(A) III. 
(B) I. 
(C) I e III. 
(D) II. 
(E) II e III. 
 
3) (CESGRANRIO - Analista – Banco Central do Brasil – 2010) Um analista do 
BACEN, ao ser indagado sobre as características da despesa pública, no 
âmbito da União, acertou ao afirmar que: 
(A) o pagamento de juros e encargos da dívida é classificado

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