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DESCRIÇÃO Aprofundamento em tópicos de contabilidade pública e orçamento público e suas utilizações, como análise das demonstrações, controle e transparência pública e ferramentas de apoio à gestão pública. PROPÓSITO Compreender conceitos avançados de contabilidade e orçamento público para fins de análise completa dos demonstrativos e seus reflexos como ferramentas de gestão pública, tanto no aspecto da tomada de decisão quanto no aspecto da qualidade da informação contábil, por meio de controle e transparência. PREPARAÇÃO Antes de iniciar o conteúdo, certifique-se de que você tenha acesso à legislação pertinente para melhor compreensão e desenvolvimento dos tópicos: Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964 Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000 Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (2018) OBJETIVOS MÓDULO 1 Reconhecer os instrumentos de planejamento inerentes ao orçamento público MÓDULO 2 Identificar os aspectos de procedimentos específicos relacionados à contabilidade pública e ao orçamento público MÓDULO 3 Interpretar as demonstrações contábeis-financeiras com vistas à extração de informações pertinentes à gestão pública INTRODUÇÃO Neste conteúdo, vamos aprofundar os conceitos de contabilidade pública e orçamento público, trazendo assuntos mais específicos e complexos do dia a dia. Para isso, é fundamental conhecer previamente a estrutura básica da contabilidade pública e do orçamento público. Dessa forma, vamos conhecer os instrumentos de planejamento de finanças públicas e analisar a estrutura das demonstrações contábeis, indo além do conceito básico de relatórios contábeis que fazem parte da informação contábil. Vamos apresentar uma visão com ênfase na extração de informações úteis para um bom desempenho do gestor público e que também têm como propósito o controle da atividade estatal por meio da transparência e prestação de contas à sociedade. MÓDULO 1 Reconhecer os instrumentos de planejamento inerentes ao orçamento público CONCEITOS DE ORÇAMENTO PÚBLICO Neste módulo, vamos conhecer os instrumentos de planejamento da Administração Pública no que concerne às finanças públicas, apresentando sua relevância, seus prazos e a forma como devem ser elaborados. Ressaltamos a importância desses instrumentos para a estrutura da gestão pública, com foco nos objetivos que devem levar à transparência e ao controle no trato dos recursos públicos. INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO DO ORÇAMENTO PÚBLICO Para que a Lei Orçamentária Anual (LOA) traga em seu escopo as efetivas demandas da sociedade, a Constituição Federal (CF/1988) disciplina os instrumentos de planejamento que antecedem a formação da LOA. Assim, surgem o Plano Plurianual (PPA) e a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO): Estruturas de planejamento que contemplam a visão almejada de um ente (União, Estados ou Municípios) daqui a quatro anos e a missão a ser cumprida em cada um desses anos. PLANO PLURIANUAL (PPA) É uma ferramenta de planejamento prevista no artigo 165, inciso I, § 1º, da CF/1988, que estabelece, de forma regionalizada, as diretrizes, os objetivos e as metas para as despesas de capital e para os programas de duração continuada, com foco nos próximos quatro anos. DIRETRIZES De onde partimos e aonde queremos chegar. OBJETIVOS Resultados que pretendemos alcançar. METAS Qualificação dos resultados. Fazendo um paralelo com a administração, é como se fosse um planejamento estratégico, trazendo a missão e a visão, ou seja, é o alicerce que une o ponto de partida (atual) e o ponto de chegada (quatro anos) das realizações a serem alcançadas pelo ente. São características principais do PPA: É uma lei de iniciativa do chefe do Poder Executivo. Sua vigência começa no segundo ano de mandato de um chefe do Poder Executivo e termina ao fim do primeiro ano de mandato do próximo chefe. Não precisa ter valores. É flexível, ou seja, pode ser alterado de acordo com as necessidades de adequação do planejamento. Por que a vigência do PPA não coincide com o mandato do chefe do Poder Executivo? Vejamos: MANDATO DO CHEFE DO EXECUTIVO ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 1 VIGÊNCIA DO PPA ANO 4 ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Esse artifício foi criado para tratar de duas situações. A primeira é para que haja um aspecto de continuidade das ações de gestão pública em prol da sociedade. Caso contrário, cada político que fosse eleito poderia ter um PPA para todo o período de seu mandato. Assim, a sociedade ficaria exposta a mudanças radicais de missão e visão, comprometendo sua evolução. A segunda situação visa que o novo chefe do Executivo termine as ações que o mandatário anterior, porventura, não tenha concluído, resguardando, dessa forma, a sociedade de divergências políticas. LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS (LDO) Estabelecida no artigo 165, inciso II, § 2º, da CF/1988, é uma ferramenta de planejamento para um exercício que define as metas e prioridades dos seguintes itens: Despesas de capital javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) Fixação de limites com gastos de pessoal Política da aplicação das agências financeiras oficiais de fomento Dívida pública Política fiscal e alterações tributárias Anexos de riscos e metas fiscais propostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) METAS Previsão de arrecadação e dispêndios que geram superavit ou deficit. PRIORIDADES Atendimento das despesas obrigatórias e das ações que o ente considera essenciais para satisfazer os anseios da sociedade. Novamente fazendo um paralelo com a administração, é como se fosse um planejamento tático do que deve ser realizado no ano de sua vigência, servindo de base para a elaboração da LOA. São características principais da LDO: É uma lei de iniciativa do chefe do Poder Executivo. Sua vigência é de um exercício. Orienta a elaboração da LOA. Fixa limites para os orçamentos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Ministério Público. LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL (LOA) A LOA tem como preceito legal a CF/1988, em seu artigo 165, § 5º, e a Lei nº 4.320/1964. Seu período de vigência é anual, e seu objetivo é prever as receitas e fixar despesas para o exercício subsequente. Em termos de administração, a LOA funciona como um planejamento operacional, ou seja, o que, na prática, deve ser realizado no ano de sua vigência. Trata-se de tornar realidade os programas (ações) do governo: projetos, atividades e operações especiais. Didaticamente, a LOA é dividida em três partes: ORÇAMENTO DE INVESTIMENTO Orçamento das empresas em que o ente (União, Estados ou Municípios), direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto. São os recursos que serão investidos nas empresas independentes (despesas de capital) com o intuito de que retornem em forma de lucros e dividendos. Exemplos: Petrobras, Caixa, Banco do Brasil etc. ORÇAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL javascript:void(0) javascript:void(0) Abrange todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da Administração Direta ou Indireta, bem como os fundos e as fundações instituídos e mantidos pelo poder público. É a garantia de que esses recursos não serão desviados para qualquer fim, como aconteceu durante muitos anos no Brasil, gerando o deficit na previdência pública. Exemplos: Previdência Social, Seguridade Social, Programa de Integração Social (PIS), seguro-desemprego etc. ORÇAMENTO FISCAL Referente aos Poderes da União, a seus fundos, aos órgãos e às entidades da Administração Direta e Indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público. Engloba efetivamente os gastos com a Administração Direta e Indireta dependentes, incluindo suas despesas correntes e de capital. São características principais da LOA: É uma lei de iniciativa do chefe do Poder Executivo. Disciplina todos os programas e todas as ações do governo para o exercício. Deve estar perfeitamente compatívelcom o que determina o PPA e a LDO. A figura a seguir apresenta onde o PPA, a LDO e a LOA se situam no planejamento da Administração Pública: PPA, LDO e LOA na pirâmide da Administração Pública. INSTITUTO DO ORÇAMENTO IMPOSITIVO Mudanças têm sido introduzidas constantemente na forma como se propõe a LOA. Inicialmente, a LOA tinha uma característica autorizativa, ou seja, o Executivo encaminhava a proposta, o Legislativo realizava as recomendações e os ajustes, e, por fim, o Executivo estava autorizado a executar o orçamento de forma livre, dentro de sua autonomia constitucional. Contudo, após o implemento das Emendas Constitucionais EC nº 86/2015, EC nº 100/2019 e EC nº 105/2019, parte do orçamento passou a ter uma característica impositiva, pois essas alterações, em certos casos, impõem emendas parlamentares à LOA, que obrigam o Executivo a realizar as despesas deliberadas. Vejamos o que cada EC apresenta em termos de mudanças: EC nº 86/2015 Deu luz às emendas parlamentares individuais, permitindo emendas de 1,2% da Receita Corrente Líquida (RCL). Metade desse percentual deve ser gasta na saúde. Receita Corrente Líquida (RCL) Somatório das receitas tributárias de contribuições patrimoniais, industriais, agropecuárias e de serviços, transferências correntes e outras receitas também correntes, deduzidas: Na União Valores transferidos aos Estados e Municípios por determinação constitucional ou legal, e contribuições mencionadas no artigo 195, inciso I, alínea a, e inciso II, e no artigo 239 da CF/1988; javascript:void(0) javascript:void(0); javascript:void(0); Nos Estados Parcelas entregues aos Municípios por determinação constitucional Na União, nos Estados e nos Municípios Contribuição dos servidores para o custeio de seu sistema de Previdência e Assistência Social e receitas provenientes da compensação financeira citada no § 9º do artigo 201 da CF/1988. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal EC nº 100/2019 Criou a emenda de bancada parlamentar, permitindo que até 1% da RCL seja destinado aos fins determinados pela bancada. EC nº 105/2019 Abriu a possibilidade de que emendas parlamentares individuais beneficiem diretamente Estados e Municípios com envio de recursos diretamente ao ente beneficiado. PRAZOS DE VOTAÇÃO DO PROJETO DE LEI Os prazos para envio, apreciação, votação, sanção e publicação são estabelecidos em normas de cada ente. Comumente, são seguidas as orientações dadas para a União, constantes do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) da CF/1988 (artigo 35, § 2º), conforme mostra o quadro a seguir: Projeto de Lei ENVIADO ao poder legislativo até DEVOLVIDO para sanção até PPA 4 meses antes do encerramento da sessão legislativa. O encerramento anual da sessão legislativa. LDO 8 meses e meio antes do encerramento da sessão legislativa. O encerramento do primeiro período da sessão legislativa.* LOA 4 meses antes do encerramento da sessão legislativa. O encerramento anual da sessão legislativa. Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal ATENÇÃO A omissão do chefe do Executivo caracteriza crime de responsabilidade. Se não receber a proposta orçamentária no prazo fixado na legislação, o Poder Legislativo considerará como proposta a Lei de Orçamento vigente. LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL (LRF) Prevista na CF/1988, em seu artigo 163, a LRF, introduzida no ordenamento jurídico brasileiro pela Lei Complementar LC nº 101/2000, apresenta diversos conceitos vinculados à responsabilidade na gestão pública, principalmente, no âmbito do controle e da transparência fiscal, colaborando para o aperfeiçoamento do PPA, da LDO e da LOA. Apesar de não consistir especificamente em um instrumento de planejamento, sua missão é regular a atuação dos gestores públicos. Possui como principal objetivo introduzir limites para gastos, endividamentos, metas fiscais e esclarecimento de riscos fiscais, elevando, assim, o status da importância do planejamento e da execução do orçamento. Os principais anexos e demonstrativos requeridos pela LRF são: ANEXO DE METAS FISCAIS ANEXO DE RISCOS FISCAIS DEMONSTRATIVO DA COMPATIBILIDADE DA PROGRAMAÇÃO DOS ORÇAMENTOS COM OBJETIVOS E METAS DEMONSTRATIVO REGIONALIZADO DO EFEITO RESERVA DE CONTINGÊNCIA PROGRAMAÇÃO FINANCEIRA E CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO MENSAL DE DESEMBOLSO ANEXO DE METAS FISCAIS Deve estar de acordo com as premissas e os objetivos da política econômica nacional, estabelecendo, anualmente, metas financeiras (valores-alvo) para receitas, despesas, resultados nominal e primário, e montante da dívida pública, comparando-as com os três exercícios anteriores. Além disso, deve trazer quadros com uma avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior, com a evolução do Patrimônio Líquido (PL) dos três últimos exercícios, a avaliação financeira e atuarial dos regimes de previdência, os fundos públicos e programas estatais atuariais, um demonstrativo de renúncias de receitas e suas compensações, e a possibilidade de aumento das despesas obrigatórias de caráter continuado. ANEXO DE RISCOS FISCAIS Quadro em que serão demonstrados os passivos contingentes e os riscos que potencialmente afetem as contas públicas, além das providências a serem tomadas, caso se concretizem. DEMONSTRATIVO DA COMPATIBILIDADE DA PROGRAMAÇÃO DOS ORÇAMENTOS COM OBJETIVOS E METAS Considerando o anexo de metas fiscais, este demonstrativo trará um quadro que detalha a relação compatível entre programação orçamentária, objetivos e metas. DEMONSTRATIVO REGIONALIZADO DO EFEITO Quadro estabelecido pela CF/1988 e reiterado pela LRF, contém os efeitos sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia. RESERVA DE CONTINGÊNCIA Quadro que destaca a reserva a ser aplicada, com base na RCL, destinada ao atendimento de passivos contingentes, riscos e eventos fiscais imprevistos. A forma de utilização e o montante são definidos pela LDO. PROGRAMAÇÃO FINANCEIRA E CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO MENSAL DE DESEMBOLSO Quadro que reflete uma espécie de programação do Fluxo de Caixa (FC) do ente. Os anexos de metas e riscos fiscais, detalhados, comporão a LDO e servirão de base para a elaboração da LOA. O demonstrativo da contabilidade da programação dos orçamentos com objetivos e metas, o demonstrativo regionalizado do efeito e a reserva de contingência, detalhados, comporão a LOA. INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO O especialista Thiago da Silva Telles Constantino fala sobre os conceitos e aplicações dos instrumentos integrantes da estrutura das finanças públicas. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. (IBFC - EBSERH - ANALISTA/ECONOMISTA - 2020) O PROCESSO ORÇAMENTÁRIO É CONCRETIZADO A PARTIR DA RELAÇÃO DE TRÊS INSTRUMENTOS ORÇAMENTÁRIOS PREVISTOS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA QUE COMPREENDE O PROCESSO ORÇAMENTÁRIO: A) Plano Plurianual (PPA), Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e Lei Orçamentária Anual (LOA) B) Plano Plurianual (PPA), Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e Lei nº 4.320/1964 C) Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Lei Orçamentária Anual (LOA) D) Plano Plurianual (PPA), Lei nº 4.320/1964 e Lei Orçamentária Anual (LOA) E) Plano Plurianual (PPA), Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Lei Orçamentária Anual (LOA) 2. (INSTITUTO AOCP - PREFEITURA DE BETIM - MG - ANALISTA FINANCEIRO E ORÇAMENTÁRIO - 2020) A LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL DETERMINA QUE O PROJETO DE LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL DEVERÁ CONTER RESERVA DE CONTINGÊNCIA DESTINADA: A) A atendimento de passivos contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos. B) A suprir deficiências decorrentes do incumprimento de metas relativas ao ano anterior. C) A cobrir deficit originado da evolução patrimonial com aplicação de recursos de alienação. D) A resguardar a compensação de renúncia de receitas ocorridas nos últimos exercícios.E) À constituição de fundos públicos e programas estatais de natureza atuarial. GABARITO 1. (IBFC - EBSERH - Analista/Economista - 2020) O processo orçamentário é concretizado a partir da relação de três instrumentos orçamentários previstos na Constituição Federal. Assinale a alternativa correta que compreende o processo orçamentário: A alternativa "E " está correta. A relação entre o Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA) compreende e concretiza o processo orçamentário. A LOA faz parte do plano operacional da Administração Pública, a LDO, do plano tático, e o PPA, do plano estratégico. 2. (Instituto AOCP - Prefeitura de Betim - MG - Analista Financeiro e Orçamentário - 2020) A Lei de Responsabilidade Fiscal determina que o Projeto de Lei Orçamentária Anual deverá conter reserva de contingência destinada: A alternativa "A " está correta. As reservas de contingência, previstas na LRF, deverão estar no quadro anexo da LOA e apresentar os valores para cobrir um eventual passivo e riscos imprevistos. MÓDULO 2 Identificar os aspectos de procedimentos específicos relacionados à contabilidade pública e ao orçamento público CONCEITOS DE CONTABILIDADE PÚBLICA Neste módulo, vamos apresentar vários conceitos e situações que ocorrem na gestão pública e os procedimentos contábeis específicos relacionados a essas ocorrências. A compreensão desses procedimentos tem importância fundamental na utilização correta dos instrumentos de contabilização, de modo a refletir, de forma plena, os aspectos patrimoniais, orçamentários e de controle, contribuindo, assim, para a excelência na qualidade da informação. Alguns pontos existentes na contabilidade pública e no orçamento público são especificidades da Administração Pública e, por isso, encontram apenas semelhantes ou, muitas vezes, não encontram correlatos na área privada. CRÉDITOS ADICIONAIS Por ser um instrumento de planejamento, a LOA tem por característica ser flexível. Contudo, para modificar o orçamento aprovado na LOA e ampliar os gastos públicos, alguns fatores precisam estar presentes e necessitam de autorização específica para serem executados. Os créditos adicionais servem ao propósito de ajustar a LOA na ampliação de despesas, caso elas não tenham sido computadas ou tenham sido computadas de forma insuficiente. Essa readequação do orçamento deve ser proveniente de: Excesso de arrecadação Superavit financeiro no Balanço Patrimonial Anulação (parcial ou total) de dotações ou créditos adicionais Reservas de contingência Operações de crédito (empréstimos) Os créditos adicionais são de três tipos, conforme mostra o quadro a seguir: Crédito adicional Propósito Vigência Forma de abertura Suplementar Reforço de dotações insuficientes. Até o final do exercício. Com decreto autorizado pela Lei. Especial Nova despesa não prevista. Até o final do exercício, mas, se for aberto nos últimos 4 meses, poderá continuar no próximo exercício. Com decreto autorizado pela Lei. Extraordinário Despesas urgentes, imprevisíveis, calamitosas, independentemente da disponibilidade de recursos. Até o final do exercício, mas, se for aberto nos últimos 4 meses, poderá continuar no próximo exercício. Por Medida Provisória e informado ao Legislativo. Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal OPERAÇÕES DE CRÉDITO A LRF define o conceito de operação de crédito em seu artigo 29, inciso III: COMPROMISSO FINANCEIRO ASSUMIDO EM RAZÃO DE MÚTUO, ABERTURA DE CRÉDITO, EMISSÃO E ACEITE DE TÍTULO, AQUISIÇÃO FINANCIADA DE BENS, RECEBIMENTO ANTECIPADO DE VALORES PROVENIENTES DA VENDA A TERMO DE BENS E SERVIÇOS, ARRENDAMENTO MERCANTIL E OUTRAS OPERAÇÕES ASSEMELHADAS, INCLUSIVE COM O USO DE DERIVATIVOS FINANCEIROS. LEI COMPLEMENTAR Nº 101/2000. Podemos destacar diversas situações em que estarão caracterizadas: TOMADA DE RECURSOS DE TERCEIROS Pode derivar dos seguintes instrumentos: Mútuo financeiro – obtenção de recursos em instituições financeiras Operação de crédito contratual – captação de recursos por meio de contratos, convênio etc. Operação de crédito mobiliária – captação de recursos por meio da emissão de títulos públicos Derivativos financeiros – obtenção de recursos por meio de operações do mercado financeiro como opções, swap, termo etc. OPÇÕES Instrumento financeiro que gera o direito de comprar ou vender um ativo em uma data futura. SWAP Instrumento financeiro que representa uma troca de fluxos de caixa futuros atrelados a indexadores diferentes. TERMO Instrumento financeiro que gera a obrigação de comprar ou vender um ativo em uma data futura. javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) AQUISIÇÃO OU FRUIÇÃO DE BENS Divide-se em: Aquisição financiada de bens – aquisição de um bem por meio de um contrato de financiamento Arrendamento mercantil – fruição de um bem pelo modelo popularmente conhecido como leasing Todas as operações citadas utilizam juros e encargos pelo uso do recurso ou bem no tempo. LEASING Contrato por meio do qual uma arrendadora (locadora) adquire um bem escolhido por seu cliente (arrendatário ou locatário) para, em seguida, alugá- lo a esse mesmo cliente por um prazo determinado. ANTECIPAÇÃO DE RECEITA ORÇAMENTÁRIA (ARO) Em alguns momentos, a programação da execução orçamentária e as disponibilidades de caixa podem encontrar dificuldades de equilíbrio. Dessa forma, o ente pode utilizar um mecanismo encontrado na LRF, em seus artigos 32 e 38, que é a antecipação de recursos baseada na perspectiva de arrecadação, em que o fato gerador já tenha ocorrido, para cobrir a falta de caixa. Para realizar a Antecipação de Receita Orçamentária (ARO), é necessário cumprir algumas regras, dentre elas: Demonstrar a relação custo-benefício e o interesse econômico e social da operação. Realizar a operação somente a partir do 10º dia do início do exercício. Liquidar essa operação com os juros e encargos até o dia 10 de dezembro do exercício. Não haver outra operação de mesma natureza. Não ser realizada no último ano do mandato do chefe do Executivo. Além disso, a LOA deve deixar previamente autorizada a possibilidade de realizar a ARO ou, caso não haja, fazê-la em lei específica, sempre observando as condições e os limites dados pelo Legislativo. O Banco Central do Brasil é o responsável por manter um sistema de acompanhamento e controle do saldo do crédito aberto e, no caso de inobservância dos limites, aplicar as sanções cabíveis à instituição credora. Conforme destaca a Lei nº 4.320/1964, artigo 3º, parágrafo único, as operações de crédito por ARO são uma exceção e se classificam como receitas extraorçamentárias, pois não representam novas receitas no orçamento. De forma patrimonial, a entrada desses recursos afetará o caixa do ente e criará uma obrigação de devolução do principal acrescido dos juros referentes à operação de crédito. ATENÇÃO javascript:void(0) Conceito oriundo do artigo 167 da CF/1988 e referendado pela LRF, a chamada regra de ouro define que é vedada a realização de operações de crédito que excedam as despesas de capital. Em outras palavras, é proibido o uso dos recursos em despesas correntes, com exceção dos créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Legislativo por maioria absoluta. RESTOS A PAGAR O conceito de restos a pagar está relacionado estritamente ao orçamento e às despesas que foram empenhadas. Em outros termos, houve a contabilização da receita no âmbito orçamentário, mas, por situações cotidianas, ainda não houve a liquidação ou houve a liquidação, embora não haja tempo hábil ou recursos disponíveis para a realização do pagamento. Esses próximos passos serão dados somente no exercício seguinte. Para inscrever tais créditos em restos a pagar, é necessário observar as disponibilidades financeiras. Em seu artigo 42, a LRF disciplina as condições para inscrição quanto à assunção de compromissos nos últimosdois quadrimestres do último ano do mandato do chefe do Executivo. Para que isso ocorra, é necessário que haja disponibilidade de recursos suficientes para cobrir essas despesas. NÃO HOUVE A LIQUIDAÇÃO Restos a pagar não processados (RPNP) ou restos a pagar em liquidação HOUVE A LIQUIDAÇÃO Houve a liquidação restos a pagar processados (RPP). O prazo prescricional para a exigência do pagamento por parte do credor, que era de cinco anos, segundo o Decreto nº 93.872/1986, foi revogado pelo Decreto nº 9.428/2018. Entretanto, parte da doutrina ainda considera esse prazo válido, conforme as regras do Código Civil. Entretanto, de acordo com o Decreto nº 7.654/2011, ao completar 18 meses, ou seja, em 30 de junho do segundo ano subsequente à inscrição, os restos a pagar não processados serão bloqueados. Para o desbloqueio, é necessária a comprovação por meio de documentação legal da procedência e validade da despesa. Chegando a 31 de dezembro, esses créditos bloqueados serão cancelados – observe que o decreto traz algumas exceções. Após esse prazo, caso haja a comprovação do direito ao crédito, deverá ser realizada uma nova dotação à conta de Despesas de Exercícios Anteriores (DEA). Os restos a pagar processados não podem ser cancelados. No Balanço Orçamentário (BO), serão apresentados os anexos com o demonstrativo da evolução da execução dos restos a pagar processados e não processados. DESPESAS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES (DEA) Após o encerramento do exercício, há a possibilidade de surgirem despesas que, à época correspondente, não foram reconhecidas ou não puderam ser reconhecidas. Assim, de acordo com o artigo 37 da Lei nº 4.320/1964, surge a possibilidade do reconhecimento extemporâneo dessas despesas, as quais deverão ser registradas orçamentariamente em dotação específica que ressalte essa condição e, de forma patrimonial, afetar diretamente o PL à conta de ajustes de exercícios anteriores. A identificação das DEA está nas seguintes características: javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); Despesas que, mesmo o credor tendo cumprido sua obrigação dentro do prazo legal, não tenham sido processadas na época própria, por conta de empenho insuficiente e anulado durante o exercício. Restos a pagar com prescrição interrompida ou cuja inscrição em restos a pagar tenha sido cancelada, mas que o credor tenha cumprido sua obrigação dentro do prazo legal, e seu direito esteja vigente. Compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício ou obrigação de pagamento criada em virtude de lei que somente pode ser reconhecida após o encerramento do exercício correspondente. ATENÇÃO Há uma diferença entre Despesas de Exercícios Anteriores e ajustes de exercícios anteriores. As DEA são parte do espectro orçamentário e podem ou não ter relação com o espectro patrimonial. Já os ajustes de exercícios anteriores podem estar relacionados às DEA, mas também vinculados à alguma modificação de critério contábil ou retificação de erro imputável a exercício anterior que não possa representar fatos subsequentes. SUPRIMENTO DE FUNDOS São despesas relacionadas ao adiantamento de recursos financeiros a um servidor público para a utilização em despesas de pequeno vulto e que não possam ser abrangidas por contrato normal. Em outras palavras, não há como aguardar o processo de licitação e contratação, pois tais despesas requerem urgência. São empenhadas em uma dotação específica e sua disciplina jurídica encontra-se na lei 4320/64, artigos 68 e 69, no decreto 93872/86, na portaria MF 95/2002 e em manuais específicos. ADIANTAMENTO DE RECURSOS FINANCEIROS De forma moderna, atualmente, é utilizado um cartão chamado de Cartão de Pagamento do Governo Federal (CPGF) – no âmbito da União – com funcionamento similar a um cartão de crédito. No momento do empenho, é registrada a despesa orçamentária. No âmbito patrimonial, é contabilizado o ativo a débito de adiantamentos concedidos e o passivo a crédito de outras obrigações de curto prazo – suprimento de fundos. DESPESAS DE PEQUENO VULTO Despesas destinadas à aquisição de materiais e serviços, de pronto pagamento e entrega ou execução imediata, cujo valor não supere os limites: OBRAS SERVIÇOS DE ENGENHARIA OUTROS SERVIÇOS E COMPRAS EM GERAL* CONCESSÃO DO SUPRIMENTO 5% (um por cento) do valor fixado na alínea "a" do inciso I do art. 23 da Lei nº 8.666/1993.* 5% (um por cento) do valor fixado na alínea "a" do inciso II do art. 23 da Lei nº 8.666/1993.* POR OPERAÇÃO (NOTA FISCAL) 0,25% do valor da concessão para obras serviços de engenharia.** 0,25% do valor da concessão para outros serviços e compras em geral.** Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal O servidor que recebe os valores é conhecido como suprido e pode ter sob sua responsabilidade até dois suprimentos de fundos simultâneos. Ao final do período determinado pela norma para a utilização dos recursos, o servidor deverá prestar contas, comprovando, por meio de documentos fiscais, os motivos e a utilização dos recursos. Caso o suprido não preste contas no período determinado ou sua prestação de contas seja reprovada, ele será considerado um servidor em alcance. Enquanto não finalizado o processo de tomada de contas especial do servidor em alcance, para que ele possa devolver ao erário os recursos sob seu domínio, haverá um registro contábil para controle dos devedores diversos. javascript:void(0) Os tipos mais comuns de despesas realizadas por suprimento de fundos são as despesas de pequeno vulto urgentes, as que exijam pagamento em dinheiro e as de caráter sigiloso. ERÁRIO “Conjunto dos recursos financeiros públicos; os dinheiros e bens do Estado; Tesouro, Fazenda.” Fonte: Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa FONTE E DESTINAÇÃO DE RECURSOS O orçamento público, por meio da LOA, possui uma classificação especial de acordo com a origem (fontes) e o desembolso (destinação) dos recursos, com o objetivo de identificar as receitas que financiam as despesas públicas, como forma de evidenciar os meios utilizados para atingir os objetivos públicos (BRASIL, 2018). A maior parte da destinação dos recursos é livre. Entretanto, alguns recursos arrecadados são diretamente vinculados a despesas específicas. Assim, esse mecanismo fonte/destinação de recursos auxilia nessa relação. Outro ponto de fundamental importância desse mecanismo é que, quando um empenho é realizado, nele consta a fonte de recursos necessária ao cumprimento da obrigação. Além disso, há o registro na conta contábil de natureza de controle das Disponibilidades por Destinação de Recursos (DDR), que monitora o comprometimento e a saída dos recursos. Para o exercício de 2021 em diante, a União reestruturou o formato das fontes de recursos, e a Câmara Técnica de Normas Contábeis e de Demonstrativos Fiscais da Federação (CTCONF) resolveu pela padronização das fontes de recursos, de adoção obrigatória pelos Municípios até o ano de 2023, conforme mostra o quadro a seguir. Esse mecanismo, respaldado pela LRF, traz transparência e verificabilidade para os recursos públicos. 1º dígito Exercício 2º ao 4º dígitos Principal A partir do 1º dígito Detalhamento 1 Recursos do exercício corrente 000 a 499 União Detalhamento livre 2 Recursos de exercícios anteriores 500 a 999 Estados, DF e Municípios Detalhamento livre 9 Recursos condicionados Detalhamento livre Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal ATIVOS E PASSIVOS CONTINGENTES Os ativos e passivos contingentes definem-se por situações decorrentes de eventos passados, com fluxo de caixa possível (entrada ou saída) sob a forma de benefícios econômicos ou potencial de serviços, mas que, pelas circunstâncias, não estão sob controle da entidade e não oferecem, no momento, possibilidade confiável de mensuração. Dessa forma, devem ser evidenciados apenas em contas de controle e em notasexplicativas. Essas contingências passivas não devem ser confundidas com as provisões, que, apesar de também serem obrigações presentes decorrentes de eventos passados, possuem provável fluxo de saída de recursos e podem ser estimadas de forma plenamente confiável, devendo ser registradas no Balanço Patrimonial (BP) e em Notas Explicativas. DÍVIDA ATIVA Em uma linguagem mais simples, a dívida ativa se assemelha ao Serviço de Proteção ao Crédito ao Consumidor (SPC/SERASA), realizado pelas empresas privadas, ou seja, é o cadastro dos inadimplentes (com origem tributária ou não) junto à Fazenda Pública. - O contribuinte que não realizou o recolhimento de valores no prazo legal é inscrito na dívida ativa e deverá sofrer o devido processo administrativo ou judicial para que esses valores sejam quitados, além de arcar com juros, multa e encargos. - O reconhecimento da receita orçamentária só ocorrerá quando os recursos forem efetivamente arrecadados. Contudo, a contabilização patrimonial passará por diversas fases de registro, desde o fato gerador inicial do crédito até o momento da baixa. Nos fatos geradores ocorridos no ente detentor do crédito, haverá: O reconhecimento da Variação Patrimonial Aumentativa (VPA) e dos créditos a receber. O registro de atualização monetária e provisões para perdas. O registro em contas de controle para acompanhamento de todo o processo. Quando do encaminhamento para a dívida ativa, haverá: A transferência do crédito, após o prazo legal de pagamento, para o órgão responsável pela cobrança da dívida ativa – fato permutativo dentro do ente, gerado pelo registro da VPD (estorno da VPA da receita inicial) e baixa dos créditos a receber. Reconhecimento da VPA no órgão que ficará responsável pela cobrança e o reconhecimento dos créditos, que nesse caso, deverá ser classificado como ativo não circulante, pois, como o processo administrativo ou judicial é lento, o prazo para o adimplemento (cumprimento) da obrigação é incerto. Em geral, o órgão responsável pela cobrança da dívida ativa é a Procuradoria do ente, havendo em muitos casos a divisão das responsabilidades entre créditos de origem tributária e não tributária. PRECATÓRIOS As decisões definitivas contra a Fazenda Pública que venham a afetar os recursos financeiros de alguns dos entes não são pagas de imediato. Conforme a CF/1988, em seu artigo 100, essas decisões dão origem a requisições de pagamentos que obedecem a critérios definidos na legislação e são conhecidas como precatórios. De acordo com o montante dessa dívida, há uma separação para caracterizar o precatório e distingui-lo das Requisições de Pequeno Valor (RPV), conforme o quadro a seguir: ENTE PRECATÓRIO RPV União Acima de 60 salários-mínimos Até 60 salários-mínimos Estados e DF Acima de 40 salários-mínimos Até 40 salários-mínimos Municípios Acima de 30 salários-mínimos Até 30 salários-mínimos Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal FUNDEB O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB) está previsto na CF/1988 e foi regulamentado pela Lei nº 11.494/2007. Ele é um fundo de natureza contábil especial. Seu objetivo principal é manter e desenvolver a Educação Básica pública em seus diversos aspectos. A Lei nº 11.494/2007 foi revogada pela Lei nº 14.113/2020, exceto o artigo 12 Os recursos que abastecem o FUNDEB são originados em impostos e transferências constitucionais e legais, oriundos de Estados e Municípios e eventualmente complementados pela União. Dessa forma, ao mesmo tempo em que parte de suas receitas é transferida ao fundo, parte do fundo retorna aos Municípios para cumprimento dos objetivos do FUNDEB. União e Estados fazem o papel de transferidores do recurso. Dentro da ótica contábil e orçamentária, as receitas dos impostos e das transferências constitucionais e legais que dão origem ao fundo devem ser registradas de acordo com o princípio do orçamento bruto, ou seja, por seu valor integral. A parte destinada ao FUNDEB deverá ser registrada no orçamento como dedução da receita orçamentária, com exceção do complemento da União, que será despesa orçamentária, e no patrimônio como VPD Inter OFSS (Orçamento Fiscal e da Seguridade Social). Já a parcela recebida do FUNDEB deve ser registrada de forma patrimonial como VPA Inter OFSS e de forma orçamentária como receita realizada, controlada por fonte/destinação de recursos, auxiliando, assim, a identificação dos gastos a que se propõe o fundo. SAIBA MAIS O FUNDEB fica sob a custódia do Banco do Brasil em uma conta específica para cada Estado. Durante o período entre a VPD de remessa dos recursos ao banco e o recebimento de sua cota parte do fundo (VPA), não há nenhum registro contábil patrimonial do ativo nos entes. REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL (RPPS) É um regime previdenciário similar ao regime geral, mas que funciona exclusivamente para as contribuições do servidor público e aportes da Administração Direta, autárquica e fundacional, conforme o artigo 40 da CF/1988. Cada ente da federação possui seu próprio RPPS, que será gerido por um órgão integrante da Administração Pública. Sob a ótica orçamentária, a contribuição da parte patronal será uma despesa intraorçamentária, identificada pela modalidade de aplicação 91, já que os recursos serão transferidos a um fundo da própria Administração Pública. A parte dos servidores é oriunda da remuneração mensal e se constitui apenas como um repasse ao fundo, tendo a forma extraorçamentária. Quanto ao enfoque contábil patrimonial, a VPD que origina a parte patronal deve ser contabilizada como intra OFSS, pois a transferência é feita a um fundo público e será excluída quando da consolidação das demonstrações. Observando a contabilização pela ótica do órgão que gere o RPPS, este deve registrar sob o aspecto orçamentário uma receita intraorçamentária no recebimento dos recursos e uma VPA Intra OFSS no registro patrimonial. DAS RELAÇÕES ENTRE O ESTADO, O TERCEIRO SETOR, AS EMPRESAS PRIVADAS E A SOCIEDADE javascript:void(0); javascript:void(0); CONCESSÕES A CF/1988, em seu artigo 175, habilita o instituto da concessão de serviços públicos. Segundo a definição legal, trata-se da: ENTREGA DA EXECUÇÃO DE UM SERVIÇO PÚBLICO A UM PARTICULAR, PRECEDIDO OU NÃO DE OBRA PÚBLICA, PARA QUE ESTE PRESTE OS SERVIÇOS POR SUA CONTA E RESPONSABILIDADE DURANTE UM PRAZO ESTABELECIDO EM CONTRATO. LEI Nº 8.987/1995. Esse tipo de concessão é conhecido como concessão comum, pois o ente não oferece qualquer contrapartida ao particular, visto que a remuneração correrá por meio das tarifas públicas cobradas pela execução dos serviços. Os registros para a contabilização da concessão comum ainda necessitam de padronização, pois tratam de ativos de infraestrutura que estão tendo seus procedimentos contábeis incorporados gradativamente ao MCASP. Já a concessão especial é um tipo criado pela Lei nº 11.079/2004 e ficou conhecida como Parcerias Público-Privadas (PPP). As principais diferenças entre a concessão especial e a comum residem na contrapartida financeira dada pelo Estado ao particular que explorará a concessão e na repartição das responsabilidades. Nesse contexto, ela pode ser uma: CONCESSÃO ADMINISTRATIVA CONCESSÃO PATROCINADA CONCESSÃO ADMINISTRATIVA Presta serviços à Administração Pública. CONCESSÃO PATROCINADA O beneficiado pelos serviços será a coletividade. A concessão especial deve ser contabilizada somente quando o poder concedente controla ou regula os serviços objeto da concessão. Ela deve fazer parte do ativo imobilizado, ser detalhada conforme sua natureza nas contas de controle, e ser depreciada e reavaliada periodicamente. De mesma forma, quando da assinatura do contrato de concessão, o ente concedente deverá reconhecer o passivo pelo mesmo valor justo do ativo, exceto nos casos de já ter a propriedade anterior de um ativo e de que esta seja reclassificada e colocada como um ativode concessão, bem como quando não houver prestações adicionais a serem pagas. Caso haja prestações a serem pagas, as obrigações decorrentes da PPP devem ser reconhecidas tanto sob enfoque patrimonial quanto sob enfoque orçamentário da contraprestação pecuniária e aporte de recursos que o Estado fará. Todos os aspectos relevantes dos contratos de concessão também devem ser evidenciados em notas explicativas. javascript:void(0); javascript:void(0) javascript:void(0) Outros aspectos relevantes são os registros patrimoniais de provisões para riscos assumidos pelo parceiro público durante a execução dos serviços, que poderá requerer a saída de recursos do ente para cobri-los, e o registro das garantias dadas pelo Estado, que devem ser evidenciadas nas contas de controle. No caso da União, foi criado um Fundo Garantidor das Parcerias (FGP) para respaldar as garantias prestadas. O quadro a seguir apresenta as características das concessões: PPP Concessão patrocinada Concessão administrativa Concessão comum Objeto Concessão de serviços públicos com ou sem obras públicas. Prestação de serviços à Administração Pública com ou sem obras públicas. Concessão de serviços públicos com ou sem obras públicas. Usuário Coletividade. Administração Pública. Coletividade. Contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado Há. Há. Não há. Repartição de riscos entre as partes Há. Há. Não há. Legislação aplicável Lei nº 11.079/2004 e Lei nº 8.987/1995 subsidiariamente. Há. Não há. Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Como exemplos de concessão, podemos citar: Aquelas que concedem rodovias ao particular para que este as mantenha em bom estado de conservação, cobrando o pedágio. Um estádio de futebol da Copa do Mundo de 2014 – que foi concedido à exploração de um particular. A concessão do transporte coletivo de passageiros, como, por exemplo, ônibus. CONSÓRCIOS PÚBLICOS Os entes da federação, ou seja, União, Estados, Distrito Federal (DF) e Municípios, podem realizar parcerias para a consecução de objetivos comuns, dividindo responsabilidades e rateando despesas por meio de um contrato. Assim, surgiram os consórcios públicos, previstos na CF/1988 e instituídos pela Lei nº 11.107/2005. O orçamento para o rateio das despesas do consórcio público deverá ser previsto anualmente na LOA dos entes e será classificado à dotação de transferências correntes e transferências de capital. Já as despesas serão classificadas à dotação que identifique na modalidade de aplicação sua utilização por consórcio, que deve prestar contas da utilização dos recursos para a finalidade proposta, além de subsidiar as informações que constarão na LOA aos entes participantes para o exercício seguinte. Os consórcios deverão realizar sua contabilidade como se fossem órgãos públicos. Já os entes consorciados, que são efetivamente órgãos públicos, deverão registrar os ativos e passivos do consórcio pautados por sua respectiva proporção de participação nele, definida por meio de suas cotas. CONVÊNIOS, CONTRATOS DE REPASSE E TERMOS DE EXECUÇÃO DESCENTRALIZADA(TED) javascript:void(0); javascript:void(0); No âmbito da União, são termos decorrentes dos decretos 6170/2007, 8180/2013 e 10426/2020. O intuito desses termos é a realização do objeto que for avençado (acordado) conforme as normas públicas, sob supervisão técnica e financeira estatal e prestação de contas. No caso dos convênios e contratos de repasse, esses são utilizados para parcerias entre o Estado e entidades públicas ou entidades privadas sem fins lucrativos. Já no caso dos TEDs, esses são usados em instrumentos entre a União e outras entidades públicas da esfera federal, por meio da descentralização dos créditos orçamentários. TERMOS DE COLABORAÇÃO E FOMENTO Instituídos pela Lei nº 13.019/2014, têm como objetivo estreitar as relações entre a Administração Pública e as Organizações da Sociedade Civil. O termo de colaboração visa desenvolver planos de trabalho de iniciativa pública, enquanto o termo de fomento visa desenvolver trabalhos propostos pelas organizações da sociedade civil (CÂMARA DOS DEPUTADOS, 2019). CONTRATOS DE GESTÃO Instrumentos firmados entre o poder público e as Organizações Sociais (OS), para que estas desenvolvam atividades em nome do Estado e de interesse comum. Nesses documentos, haverá o detalhamento das atribuições e responsabilidades de ambos e, em especial, a colocação de metas e prazos a serem cumpridos na prestação do serviço público e o formato da prestação de contas. TERMOS DE PARCERIA A Lei nº 9.790/1999, que criou as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), prevê a realização de termos de parceria para projetos específicos, com metas e programa de trabalho bem definidos, bem como o detalhamento de receitas e despesas. Em todos os casos citados anteriormente, os registros orçamentários deverão ser efetuados sob o enfoque das transferências (corrente ou capital), lançando, de forma patrimonial, os adiantamentos, as devoluções e a efetivação das despesas, bem como os registros de controle individualizado dos termos, até seu definitivo encerramento e a prestação de contas. PROCEDIMENTOS CONTÁBEIS ESPECÍFICOS O especialista Thiago da Silva Telles Constantino vai apresentar aos alunos as especificidades da contabilidade pública, que são de extrema importância para a compreensão do funcionamento da Administração Pública. javascript:void(0); javascript:void(0); VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. (CESPE - TCE - MG - ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/CONTADOR - 2018) O PREFEITO DE UM MUNICÍPIO DECLAROU CALAMIDADE PÚBLICA EM DECORRÊNCIA DE DANOS CAUSADOS POR FORTES CHUVAS. MILHARES DE PESSOAS DESABRIGADAS FORAM ALOJADAS EM UM GINÁSIO DE ESPORTES. O PREFEITO COMPROMETEU-SE A PROVIDENCIAR COLCHÕES, COBERTORES E MANTIMENTOS, MESMO SABENDO QUE NÃO HAVIA DOTAÇÃO ORÇAMENTÁRIA PARA COBRIR ESSE TIPO DE DESPESA. NESSA SITUAÇÃO HIPOTÉTICA, PARA ATENDER À DEMANDA DA POPULAÇÃO E ADQUIRIR OS REFERIDOS BENS E MANTIMENTOS PARA AMPARO ÀS VÍTIMAS, O PREFEITO DEVERÁ SOLICITAR: A) Abertura de créditos especiais para calamidade pública, utilizados para atendimento de despesas não previstas. B) Abertura de créditos extraordinários com a finalidade de atender despesas urgentes, que independem de disponibilidade prévia de recursos. C) Abertura de créditos adicionais, cuja disponibilização para uso dependerá de aprovação dos vereadores do município. D) Recursos orçamentários ao governo federal, em decorrência da situação de calamidade pública. E) Abertura de créditos suplementares destinados ao reforço de dotação orçamentária inexistente. 2. (ADAPTADO DE: FAFIPA - FUNDAÇÃO CULTURAL DE FOZ DO IGUAÇU - PR - CONTADOR JÚNIOR - 2019) NOS TERMOS DA LEI Nº 4.320/1964, UM CASO EXCEPCIONAL PARA PAGAMENTO DA DESPESA PÚBLICA PODE OCORRER, A CRITÉRIO DO ORDENADOR DA DESPESA E SOB SUA RESPONSABILIDADE, MEDIANTE A ENTREGA DE NUMERÁRIO A SERVIDOR, SEMPRE PRECEDIDA DE EMPENHO NA DOTAÇÃO PRÓPRIA PARA O FIM DE REALIZAR DESPESAS QUE NÃO POSSAM SE SUBORDINAR AO PROCESSO NORMAL DE APLICAÇÃO. ESSE CONCEITO REFERE-SE ESTRITAMENTE: A) A restos a pagar. B) À Despesa de Exercícios Anteriores. C) Ao empenho por estimativa. D) Ao suprimento de fundos. E) Aos créditos adicionais. GABARITO 1. (CESPE - TCE - MG - Analista de Controle Externo/Contador - 2018) O prefeito de um município declarou calamidade pública em decorrência de danos causados por fortes chuvas. Milhares de pessoas desabrigadas foram alojadas em um ginásio de esportes. O prefeito comprometeu-se a providenciar colchões, cobertores e mantimentos, mesmo sabendo que não havia dotação orçamentária para cobrir esse tipo de despesa. Nessa situação hipotética, para atender à demanda da população e adquirir os referidos bens e mantimentos para amparo às vítimas, o prefeito deverá solicitar: A alternativa "B " está correta. Os créditos extraordinários servem exatamente para satisfazer despesas urgentes e imprevisíveis,mesmo que não haja disponibilidade de recursos imediata. 2. (Adaptado de: FAFIPA - Fundação Cultural de Foz do Iguaçu - PR - Contador Júnior - 2019) Nos termos da Lei nº 4.320/1964, um caso excepcional para pagamento da despesa pública pode ocorrer, a critério do ordenador da despesa e sob sua responsabilidade, mediante a entrega de numerário a servidor, sempre precedida de empenho na dotação própria para o fim de realizar despesas que não possam se subordinar ao processo normal de aplicação. Esse conceito refere-se estritamente: A alternativa "D " está correta. O suprimento de fundos ocorre justamente quando há uma despesa que não pode se submeter ao processo regular de licitação e contratação, ocorrendo o empenho em dotação específica e a entrega de valores ao servidor. MÓDULO 3 Interpretar as demonstrações contábeis-financeiras com vistas à extração de informações pertinentes à gestão pública CONCEITOS DE GESTÃO PÚBLICA Neste módulo, vamos apresentar todas as demonstrações aplicadas à contabilidade pública e realizar uma análise detalhada de cada uma, interpretando sua estrutura, os resultados dela provenientes e as informações que podemos extrair para auxiliar a tomada de decisão do gestor público. Além disso, vamos analisar o resultado de todo o esforço empregado no dia a dia da contabilidade pública. As demonstrações contábeis aplicadas ao setor público são o reflexo direto da aplicação dos procedimentos e das normas que abrangem a ciência. A seguir, vamos apresentar os aspectos gerais que estruturam as demonstrações contábeis. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS - A Norma Brasileira de Contabilidade do Setor Público – Estrutura Conceitual (NBC TSP EC/2016 ), nos itens 2.14 a 2.28, trata, detalhadamente, da importância das informações contidas nos Relatórios Contábeis de Propósitos Gerais (RCPGs) e de como essas informações estruturadas contribuem para as atividades da Administração Pública. - Além de cumprir integralmente a legislação e atender ao propósito de prestação de contas, transparência e accountability, as demonstrações contábeis têm como papel fundamental o apoio ao processo de tomada de decisão do gestor público, oferecendo evidências sobre os pontos fortes e aqueles que precisam ser ajustados, bem como o controle da gestão fiscal. - Além disso, as demonstrações contábeis também permitem o acompanhamento da sociedade (controle social) sobre a evolução dos serviços prestados. Os elementos que devem constar nas demonstrações contábeis são tratados nos itens 5.1 até 5.37 da NBC TSP EC/2016, em que são ressaltados sua importância e os efeitos que cada classe produz na geração da informação. ACCOUNTABILITY javascript:void(0); javascript:void(0) “Conjunto de mecanismos que permitem que os gestores de uma organização prestem contas e sejam responsabilizados pelo resultado de suas ações. O termo está relacionado com responsabilização, fiscalização e controle social. Além disso, pode ser aplicado em organizações privadas, mas é utilizado especialmente no contexto das organizações públicas.” Fonte: Significados.com Dos demonstrativos que veremos aqui, o Balanço Orçamentário (BO), o Balanço Financeiro (BF), o Balanço Patrimonial (BP) e a Demonstração das Variações Patrimoniais (DVP) estão previstos originariamente na Lei nº 4.320/1964. A Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) está normatizada na NBC TSP 12/2018, e a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) foi originada na Lei nº 6.404/1976. ATENÇÃO Todos os demonstrativos financeiros são referendados pelo MCASP e pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) – NBC TSP 11/2018, NBC TSP 13/2018, NBC TSP 16/2018 e NBC TSP 17/2018 –, e encontram-se adequados às normas internacionais. A informações contidas nas demonstrações contábeis devem satisfazer os seguintes critérios: Fidedignidade Atendimento às políticas e normas contábeis Informações suficientes Continuidade Consistência de apresentação Materialidade e agregação Compensação de valores Informação comparativa Identificação das demonstrações Periodicidade Tempestividade/oportunidade Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal FIDEDIGNIDADE Pressuposto da veracidade e da neutralidade, que conduzem a ausência de erro material. ATENDIMENTO ÀS POLÍTICAS E NORMAS CONTÁBEIS Nenhuma norma deve ser negligenciada ou interpretada de maneira diferente de sua essência. INFORMAÇÕES SUFICIENTES As informações constantes das demonstrações devem ser suficientemente claras, robustas e autoexplicativas, evitando informações desnecessárias, para que sua compreensão e seu uso não dependam de fatores adicionais que possam gerar divergência em sua interpretação. javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) CONTINUIDADE Este princípio básico da ciência contábil traduz que a apresentação das demonstrações deve sempre levar em consideração que a entidade terá continuidade de suas atividades. CONSISTÊNCIA DE APRESENTAÇÃO Os critérios de classificação e apresentação das demonstrações devem ser mantidos sempre que possível. Caso haja alguma alteração relevante, que possa mudar a percepção da informação, mesmo para melhor, tais critérios devem ser detalhados e devidamente justificados em notas explicativas. MATERIALIDADE E AGREGAÇÃO Os itens relevantes e de natureza distinta devem ser apresentados detalhada e separadamente, seja na demonstração, seja em notas explicativas, para melhor compreensão dos relatórios. COMPENSAÇÃO DE VALORES Os elementos básicos da Demonstração de Resultado e do Balanço Patrimonial, ou seja, ativo, passivo, receitas e despesas, não devem ser compensados entre si, a não ser em situações muito específicas e estabelecidas pela norma, pois podem comprometer o entendimento das transações ocorridas. INFORMAÇÃO COMPARATIVA A comparação de períodos equivalentes – geralmente, o ano anterior e o ano corrente encerrados – é requisito para a compreensão da evolução patrimonial e o entendimento dos critérios apresentados. IDENTIFICAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES A clareza na identificação da entidade, do período, da moeda e de outros detalhes, bem como a demonstração de que se trata, sua nomenclatura e seu escopo, são elementos essenciais para sua compreensão. PERIODICIDADE As demonstrações devem ser encerradas e apresentadas conforme a norma. O mínimo requerido é uma apresentação anual. TEMPESTIVIDADE/OPORTUNIDADE Os prazos de apresentação das demonstrações devem ser adequados para que não percam sua essência e seu objetivo pelo lapso temporal. A seguir, vamos estudar a estrutura de cada uma das demonstrações contábeis e analisar seus principais elementos e resultados. BALANÇO ORÇAMENTÁRIO (BO) O BO demostra as receitas e despesas orçamentárias realizadas em comparação com o que foi previsto inicialmente (BRASIL, 1964). Dessa forma, as classes 5 e 6 do Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP) fornecerão as informações necessárias para a composição da demonstração. Dada essa definição, o resultado administrativo produzido pelo BO mostrará como foi gerido o orçamento planejado inicialmente, seus ajustes e a forma como foi executado. O Balanço Orçamentário é composto pela seguinte estrutura: Quadro principal (receitas e despesas orçamentárias) Aqui, são apresentadas as relações entre previsão x arrecadação de receitas e fixação x execução (empenho) das despesas, detalhadas pela natureza. <ENTE DA FEDERAÇÃO> BALANÇO ORÇAMENTÁRIO ORÇAMENTOS FISCAL E DA SEGURIDADE SOCIAL Exercício: 20XX RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS Previsão Inicial (a) Previsão Atualizada (b) Receitas Realizadas (c) Saldo (d) = (c - b) Receitas Correntes (I) Receita Tributária Receita de ContribuiçõesReceita Patrimonial Receita Agropecuária Receita Industrial Receita de Serviços Transferências Correntes Outras Receitas Correntes Receitas de Capital (II) Operações de Crédito Alienação de Bens Amortizações de Empréstimos Transferências de Capital Outras Receitas de Capital SUBTOTAL DAS RECEITAS (III) = (I + II) __________ __________ __________ __________ Operações de Crédito/Refinanciamento (IV) Operações de Crédito Internas Mobiliária Contratual Operações de Crédito Externas Mobiliária Contratual SUBTOTAL COM REFINANCIAMENTO (V) = (III + IV) __________ __________ __________ __________ Deficit (VI) TOTAL (VII) = (V + VI) __________ __________ __________ __________ Saldos de Exercícios Anteriores Recursos Arrecadados em Exercícios Anteriores Superavit Financeiro Reabertura de Créditos Adicionais DESPESAS ORÇAMENTÁRIAS Dotação Inicial (e) Dotação Atualizada (f) Despesas Empenhadas (g) Despesas Liquidadas (h) Despesas Pagas (i) Saldo da Dotação (j) = (f - g) Despesas Correntes (VIII) Pessoal e Encargos Sociais Juros e Encargos da Dívida Outras Despesas Correntes Despesas de Capital (IX) Investimentos Inversões Financeiras Amortização da Dívida Reserva de Contingência (X) SUBTOTAL DAS DESPESAS (XI) = (VIII + IX + X) __________ __________ __________ __________ __________ __________ Amortização da Dívida/Refinanciamento (XII) Amortização da Dívida Interna Dívida Mobiliária Outras Dívidas Amortização da Dívida Externa Dívida Mobiliária Outras Dívidas SUBTOTAL COM REFINANCIAMENTO (XII) = (XI + XII) __________ __________ __________ __________ __________ __________ Superavit (XIII) TOTAL (XIV) = (XII + XIII) __________ __________ __________ __________ __________ __________ Reserva do RPPS __________ __________ __________ __________ __________ __________ Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro da execução de Restos a Pagar Não Processados Aqui, é apresentada a evolução do RPNP em relação ao ano anterior em suas respectivas fases. <ENTE DA FEDERAÇÃO> EXECUÇÃO DE RESTOS A PAGAR NÃO PROCESSADOS Exercício: 20XX Inscritos Em Exercícios Anteriores (a) Em 31 de Dezembro do Exercício Anterior (b) Liquidados (c) Pagos (d) Cancelados (e) Saldo a Pagar (f) = (a + b - d - e) Despesas Correntes Pessoal e Encargos Sociais Juros e Encargos da Dívida Outras Despesas Correntes Despesas de Capital Investimentos Inversões Financeiras Amortização da Dívida Amortização da Dívida TOTAL __________ __________ __________ __________ __________ __________ Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro da execução de Restos a Pagar Processados Aqui, é apresentada a evolução do RPP em relação ao ano anterior em suas respectivas fases. <ENTE DA FEDERAÇÃO> EXECUÇÃO DE RESTOS A PAGAR PROCESSADOS Exercício: 20XX Inscritos Em Exercícios Anteriores (a) Em 31 de Dezembro do Exercício Anterior (b) Pagos (c) Cancelados (d) Saldo a Pagar (e) = (a + b - c - d) Despesas Correntes Pessoal e Encargos Sociais Juros e Encargos da Dívida Outras Despesas Correntes __________ __________ __________ __________ __________ Despesas de Capital Investimentos Inversões Financeiras Amortização da Dívida __________ __________ __________ __________ __________ TOTAL __________ __________ __________ __________ __________ Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal As notas explicativas evidenciarão todos os detalhes referentes ao regime orçamentário, ao resultado do período, à abertura de créditos adicionais, dentre outros itens. Análise Em termos financeiros, os resultados possíveis são provenientes das situações a seguir. Quanto à arrecadação: SITUAÇÃO RESULTADO Receita executada > receita prevista Excesso de arrecadação Receita executada < receita prevista Insuficiência de arrecadação Despesa executada > despesa fixada Excesso de gastos Despesa executada < despesa fixada Economia de despesas Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Quanto ao resultado: SITUAÇÃO RESULTADO Receita executada > despesa executada Superavit orçamentário Despesa executada < receita executada Deficit orçamentário Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Realizando a análise do BO, podemos obter como principais evidências: O acompanhamento da execução orçamentária. As fontes de recursos que financiam os gastos. O potencial de arrecadação do ente – conclusão se ele está capitalizado ou não. O nível de endividamento do ente – potencial de amortização da dívida frente às operações de crédito. O comportamento dos restos a pagar. BALANÇO FINANCEIRO (BF) Esta demonstração contábil retrata a movimentação financeira da receita realizada e da despesa executada no âmbito orçamentário, bem como os ingressos e dispêndios extraorçamentários, as transferências financeiras e a apuração do saldo financeiro para o exercício seguinte (BRASIL, 1964). Dessa forma, as classes 1 até 6 do PCASP fornecerão as informações necessárias para a composição da demonstração. O Balanço Financeiro é composto por um único quadro e pelas notas explicativas, conforme se segue: <ENTE DA FEDERAÇÃO> BALANÇO FINANCEIRO EXERCÍCIO: 20XX INGRESSOS Nota Exercício Atual Exercício Anterior Receita Orçamentária (I) Ordinária Vinculada Recursos Vinculados à Educação Recursos Vinculados à Saúde Recursos Vinculados à Previdência Social – RPPS Recursos Vinculados à Previdência Social – RGPS Recursos Vinculados à Assistência Social (...) Outras Destinações de Recursos Transferências Financeiras Recebidas (II) Transferências Recebidas para a Execução Orçamentária Transferências Recebidas Independentes de Execução Orçamentária Transferências Recebidas para Aportes de Recursos para o RPPS Transferências Recebidas para Aportes de Recursos para o RGPS Recebimentos Extraorçamentários (III) Inscrição de Restos a Pagar Não Processados Inscrição de Restos a Pagar Processados Depósitos Restituíveis e Valores Vinculados Outro Recebimentos Extraorçamentários Saldo do Exercício Anterior (IV) Caixa e Equivalentes de Caixa Depósitos Restituíveis e Valores Vinculados TOTAL (V) = (I + II + III + IV) EXERCÍCIO: 20XX DISPÊNDIOS Nota Exercício Atual Exercício Anterior Receita Orçamentária (VI) Ordinária Vinculada Recursos Destinados à Educação Recursos Destinados à Saúde Recursos Destinados à Previdência Social – RPPS Recursos Destinados à Previdência Social – RGPS Recursos Destinados à Assistência Social (...) Outras Destinações de Recursos Transferências Financeiras Concedidas (VII) Transferências Concedidas para a Execução Orçamentária Transferências Concedidas Independentes de Execução Orçamentária Transferências Concedidas para Aportes de Recursos para o RPPS Transferências Concedidas para Aportes de Recursos para o RGPS Pagamentos Extraorçamentários (VIII) Pagamentos de Restos a Pagar Não Processados Pagamentos de Restos a Pagar Processados Depósitos Restituíveis e Valores Vinculados Outro Pagamentos Extraorçamentários Saldo para o Exercício Seguinte (IX) Caixa e Equivalentes de Caixa Depósitos Restituíveis e Valores Vinculados TOTAL (X) = (VI + VII + VIII + IX) Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Um detalhe essencial, determinado no artigo 103 da Lei nº 4.320/1964, é que os restos a pagar devem ser computados na receita extraorçamentária, pois, antes de serem empenhados, esses créditos já foram computados em despesa orçamentária. As receitas orçamentárias serão apresentadas por seu valor líquido. As deduções serão detalhadas por fonte/destinação de recursos nas notas explicativas. Análise Em termos financeiros, os resultados possíveis são provenientes da situação a seguir. Quantoao resultado: SITUAÇÃO RESULTADO Ingressos > dispêndios Resultado financeiro positivo Dispêndios > ingressos Resultado financeiro negativo Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal ATENÇÃO O resultado financeiro não deve, em nenhuma hipótese, ser confundido com superavit/deficit financeiro, pois esses são apurados no Balanço Patrimonial. Além disso, um resultado financeiro positivo, por si só, não traduz uma gestão eficiente, pois, nesse contexto, devemos observar os ingressos que aumentam o endividamento por meio das operações de crédito, bem como um resultado negativo pode não ser ruim quando ajuda a reduzir o endividamento. A leitura do BF auxilia no acompanhamento das receitas e despesas por destinação de recursos e permite uma visão orçamentária e extraorçamentária detalhada da geração das disponibilidades. BALANÇO PATRIMONIAL (BP) Para demonstrar a situação patrimonial líquida de uma entidade pública, temos o Balanço Patrimonial, que evidencia essa situação de forma quantitativa e qualitativa. Sua estrutura se compõe de um mix entre a NBC TSP EC/2016 e a Lei nº 4.320/1964, cada qual buscando refletir além das classes 1 e 2 do PCASP, os elementos das classes 7 e 8, e os itens específicos das classes 6 e 7. O Balanço Patrimonial é composto pela seguinte estrutura: Quadro principal Demonstra a estrutura clássica da ciência contábil, trazendo os elementos do ativo e do passivo circulantes e não circulantes, bem como a estrutura do PL, contidas na NBC TSP 11/2018. <ENTE DA FEDERAÇÃO> BALANÇO PATRIMONIAL Exercício: 20XX Nota Exercício Atual Exercício Anterior ATIVO Ativo Circulante Caixa e Equivalentes de Caixa Créditos a Curto Prazo Investimentos e Aplicações Temporárias a Curto Prazo Estoques Ativo Não Circulante Mantido para Venda VPD Pagas Antecipadamente Total do Ativo Circulante __________ __________ __________ Ativo Não Circulante Realizável a Longo Prazo Investimentos Imobilizado Intangível Total do Ativo Não Circulante __________ __________ __________ TOTAL DO ATIVO __________ __________ __________ PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO Passivo Circulante Obrigações Trabalhistas, Previdenciárias e Assistenciais a Pagar a Curto Prazo Empréstimos e Financiamentos a Curto Prazo Fornecedores e Contas a Pagar a Curto Prazo Obrigações Fiscais a Curto Prazo Obrigações de Repartições a Outros Entes Provisões a Curto Prazo Demais Obrigações a Curto Prazo Total do Passivo Circulante __________ __________ __________ Passivo Não Circulante __________ __________ __________ Obrigações Trabalhistas, Previdenciárias e Assistenciais a Pagar a Longo Prazo Empréstimos e Financiamentos a Longo Prazo Fornecedores e Contas a Pagar a Longo Prazo Obrigações Fiscais a Longo Prazo Provisões a Longo Prazo Demais Obrigações a Longo Prazo Resultado Diferido Total do Passivo Não Circulante Patrimônio Líquido Patrimônio Social e Capital Social Adiantamento para Futuro Aumento de Capital Reservas de Capital Ajustes de Avaliação Patrimonial Reservas de Lucros Demais Reservas Resultados Acumulados (-) Ações/Cotas em Tesouraria Total do Patrimônio Líquido __________ __________ __________ TOTAL DO PASSIVO E DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO __________ __________ __________ Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro dos ativos e passivos financeiros e permanentes Oriundo da Lei nº 4.320/1964, traz os seguintes conceitos: Componente Conceito Exemplos Ativo financeiro Envolve os créditos e valores que independem de autorização orçamentária, além dos numerários. Caixa, aplicações financeiras de liquidez imediata. Passivo financeiro Abrange a dívida fundada e outros pagamentos que não dependam de autorização legislativa, também conhecidos como dívida flutuante. Fornecedores, consignações, restos a pagar, passivos com operações de crédito por ARO. Ativo permanente Bens, créditos e valores que necessitam de autorização do Legislativo para serem alienados. Bens móveis, imóveis, dívida ativa. Passivo permanente Compreende as dívidas fundadas que dependem de autorização legislativa para amortização ou resgate. Dívida fundada interna e externa. Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal DÍVIDA FUNDADA Conforme o artigo 98 da Lei 4.320/1964 - “A dívida fundada compreende os compromissos de exigibilidade superior a doze meses, contraídos para atender ao desequilíbrio orçamentário ou a financeiro de obras e serviços públicos.” DÍVIDA FLUTUANTE Conforme o artigo 92 da Lei nº 4.320/1964: “A dívida flutuante compreende: I- os restos a pagar, excluídos os serviços da dívida; II- os serviços da dívida a pagar; III- os depósitos; IV- os débitos de tesouraria” <ENTE DA FEDERAÇÃO> QUADRO DOS ATIVOS E PASSIVOS FINANCEIROS E PERMANENTES (Lei nº 4.320/1964) Exercício: 20XX Exercício Atual Exercício Anterior Ativo (I) javascript:void(0) javascript:void(0) Ativo Financeiro Ativo Permanente Total do Ativo __________ __________ Passivo (II) Passivo Financeiro Passivo Permanente Total do Passivo __________ __________ Saldo Patrimonial (III) = (I - II) Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro das contas de compensação (controle) Evidencia os atos potenciais ativos e passivos que venham a afetar, de forma consistente, o patrimônio do ente. <ENTE DA FEDERAÇÃO> QUADRO DAS CONTAS DE COMPENSAÇÃO (Lei nº 4.320/1964) Exercício: 20XX Exercício Atual Exercício Anterior Atos Potenciais Ativos Garantias e Contragarantias recebidas Direitos conveniados e outros instrumentos congêneres Direitos contratuais Outros atos potenciais ativos Total dos Atos Potenciais Ativos __________ __________ Atos Potenciais Passivos Garantias e Contragarantias concedidas Obrigações conveniadas e outros instrumentos congêneres Obrigações contratuais Outros atos potenciais passivos Total dos Atos Potenciais Passivos __________ __________ Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro do superavit/deficit financeiro Oriundo das Disponibilidades por Destinação de Recursos (DDR), representa o resultado financeiro do período, composto pela diferença entre o ativo e o passivo financeiro. <ENTE DA FEDERAÇÃO> QUADRO DO SUPERAVIT/DEFICIT FINANCEIRO (Lei nº 4.320/1964) Exercício: 20XX FONTES DE RECURSOS Exercício Atual Exercício Anterior <Código da fonte> <Descrição da fonte> <Código da fonte> <Descrição da fonte> <Código da fonte> <Descrição da fonte> (...) (...) Total das Fontes de Recursos __________ __________ Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal As notas explicativas devem evidenciar todos os detalhes de cada componente relevante do Balanço Patrimonial. Análise Em termos financeiros, os resultados possíveis são provenientes das situações a seguir. Quanto ao resultado: SITUAÇÃO patrimonial RESULTADO Ativo - passivo financeiro > 0 Ativo real líquido Ativo - passivo financeiro < 0 Passivo real a descoberto Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal ATIVO REAL Ativo Real = Ativo Financeiro + Ativo Não Financeiro (permanente). PASSIVO REAL Passivo Real = Passivo Financeiro + Passivo Não Financeiro (permanente). javascript:void(0) javascript:void(0) SITUAÇÃO – Lei nº 4.320/1964 RESULTADO Ativo financeiro > passivo financeiro Superavit financeiro Passivo financeiro > ativo financeiro Deficit financeiro Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal O superavit financeiro é uma das opções utilizadas para a abertura de créditos adicionais. DEMONSTRAÇÃO DAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS (DVP) Prevista na Lei nº 4.320/1964, o objetivo da DVP é evidenciar o resultado patrimonial do exercício por meio do confronto das receitas e despesas. O resultado do período será um superavit ou deficit, demonstrando as alterações quantitativasdo patrimônio, a fim de atender às demandas da sociedade. Esse resultado deve ser incorporado ao grupo do Patrimônio Líquido. A construção da DVP é feita pela utilização dos elementos das classes 3 e 4 do PCASP. A Demonstração das Variações Patrimoniais é composta por um único quadro e pelas notas explicativas, conforme se segue: <ENTE DA FEDERAÇÃO> DEMONSTRAÇÃO DAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS Exercício: 20XX Nota Exercício Atual Exercício Anterior Variações Patrimoniais Aumentativas Impostos, Taxas e Contribuições de Melhoria Contribuições Exploração e Venda de Bens, Serviços e Direitos Variações Patrimoniais Aumentativas Financeiras Transferências e Delegações Recebidas Valorização e Ganhos com Ativos e Desincorporação de Passivos Outras Variações Patrimoniais Aumentativas Total das Variações Patrimoniais Aumentativas (I) __________ __________ __________ Variações Patrimoniais Diminutivas Pessoal e Encargos Benefícios Previdenciários e Assistenciais Uso de Bens, Serviços e Consumo de Capital Fixo Variações Patrimoniais Diminutivas Financeiras Transferências e Delegações Concedidas Desvalorização e Perdas de Ativos e Incorporação de Passivos Tributárias Custo das Mercadorias e Produtos Vendidos, e dos Serviços Prestados Outras Variações Patrimoniais Diminutivas Total Variações Patrimoniais Diminutivas (II) __________ __________ __________ RESULTADO PATRIMONIAL DO PERÍODO (III) = (I - II) __________ __________ __________ Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Já as notas explicativas deverão compor a DVP detalhando a natureza das receitas e despesas dos itens relevantes, como, por exemplo, os critérios de constituição de provisões, baixas, reduções e reestruturações. Análise Em termos financeiros, os resultados possíveis são provenientes das situações a seguir. Quanto ao resultado: SITUAÇÃO RESULTADO Receitas > despesas Resultado patrimonial (superavit) Despesas > receitas Resultado patrimonial (deficit) Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA (DFC) Normatizado pela NBC TSP 12/2018, a DFC apresenta as entradas e as saídas de recursos, ou seja, as fontes de geração de caixa e os itens consumidos pelo caixa, organizando os fluxos por meio das atividades operacionais, de investimento e de financiamento. Esses fluxos auxiliam na compreensão de como o caixa está sendo gerido. No setor público, é obrigatória a construção da DFC pelo método direto, utilizando as contas da classe 6 do PCASP, por meio da natureza orçamentária e das funções e subfunções. A Demonstração do Fluxo de Caixa é composta pela seguinte estrutura: Quadro principal Demonstra os ingressos e desembolsos de cada tipo de fluxo. <ENTE DA FEDERAÇÃO> DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA Exercício: 20XX Nota Exercício Atual Exercício Anterior FLUXOS DE CAIXA DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS Ingressos Receita Tributária Receita de Contribuições Receita Patrimonial Receita Agropecuária Receita Industrial Receita de Serviços Remuneração das Disponibilidades Outras Receitas Derivadas e Originárias Transferências recebidas Desembolsos Pessoal e demais despesas Juros e encargos da dívida Transferências concedidas Outros desembolsos operacionais Fluxo de caixa líquido das atividades operacionais (I) __________ __________ __________ FLUXOS DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTO Ingressos Alienação de bens Amortização de empréstimos e financiamentos concedidos Outros ingressos de investimentos Desembolsos Aquisição de ativo não circulante Concessão de empréstimos e financiamentos Outros desembolsos de investimentos Fluxo de caixa líquido das atividades de investimento (II) __________ __________ __________ FLUXOS DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO Ingressos Operações de crédito Integralização do capital social de empresas dependentes Outros ingressos de financiamento Desembolsos Amortização/Refinanciamento da dívida Outros desembolsos de financiamentos Fluxo de caixa líquido das atividades de financiamento (III) __________ __________ __________ GERAÇÃO LÍQUIDA DE CAIXA E EQUIVALENTE DE CAIXA (I + II + III) __________ __________ __________ Caixa e Equivalentes de Caixa inicial Caixa e Equivalentes de Caixa final Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro de transferências recebidas e concedidas Detalha a concessão e o recebimento de transferências constitucionais e legais. <ENTE DA FEDERAÇÃO> QUADRO DE TRANSFERÊNCIAS RECEBIDAS E CONCEDIDAS Exercício: 20XX Exercício Atual Exercício Anterior TRANSFERÊNCIAS CORRENTES RECEBIDAS Intergovernamentais da União de Estados e Distrito Federal de Municípios Intragovernamentais Outras transferências correntes recebidas Total das Transferências Correntes Recebidas __________ __________ TRANSFERÊNCIAS CONCEDIDAS Intragovernamentais à União a Estados e Distrito Federal a Municípios Intragovernamentais Outras transferências concedidas Total das Transferências Concedidas __________ __________ Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro de desembolsos de pessoal e demais despesas por função Demonstra um olhar do Fluxo de Caixa por função de governo. <ENTE DA FEDERAÇÃO> QUADRO DE DESEMBOLSOS DE PESSOAL E DEMAIS DESPESAS POR FUNÇÃO Exercício: 20XX Exercício Atual Exercício Anterior Legislativa Judiciária Essencial à Justiça Administração Defesa Nacional Segurança Pública Relações Exteriores Assistência Social Previdência Social Saúde Trabalho Educação Cultura Direitos da Cidadania Urbanismo Habitação Saneamento Gestão Ambiental Ciência e Tecnologia Agricultura Organização Agrária Indústria Comércio e Serviços Comunicações Energia Transporte Desporto e Lazer Encargos Especiais Total dos Desembolsos de Pessoal e Demais Despesas por Função __________ __________ Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro de juros e encargos da dívida Demonstra a evolução dos fluxos financeiros dos juros e a amortização da dívida interna e externa. <ENTE DA FEDERAÇÃO> QUADRO DE JUROS E ENCARGOS DA DÍVIDA Exercício: 20XX Exercício Atual Exercício Anterior Juros e Correção Monetária da Dívida Interna Juros e Correção Monetária da Dívida Externa Outros Encargos da Dívida Total dos Juros e Encargos da Dívida __________ __________ Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Análise Em termos financeiros, os resultados possíveis são provenientes das situações a seguir. Quanto ao resultado: SITUAÇÃO RESULTADO Ingressos > desembolsos Geração de caixa positiva Desembolsos > ingressos Geração de caixa negativa Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal ATENÇÃO O resultado gerado pela DFC não necessariamente coincide com o resultado do Balanço Financeiro, pois o BF abrange o aspecto orçamentário e extraorçamentário, apurando o resultado financeiro do período, enquanto o DFC demonstra o aspecto operacional do ente e seu Fluxo de Caixa. DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO (DMPL) A DMPL evidencia a evolução (aumento ou redução) do Patrimônio Líquido da entidade. Várias operações podem afetar o PL. Dentre elas, as mais comuns são o resultado do período apurado na DVP e os ajustes realizados direto no PL por fatos extemporâneos reconhecidos diretamente, como os ajustes de exercícios anteriores. A DMPL é uma demonstração originada na Lei nº 6.404/1976 e obrigatória somente para as sociedades anônimas consideradas estatais dependentes, e tem como função complementar o Anexo de Metas Fiscais da LDO. A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido é composta por um quadro principal e pelas notas explicativas, conforme segue: <ENTE DA FEDERAÇÃO> DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO ESPECIFICAÇÃO
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