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5 Passos Para Alucinar com Auto Hipnose Procolo Alexandre

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5 PASSOS
PARA
ALUCINAR 
COM 
AUTO-
HIPNOSE
Protocolo Alexandre de Auto-Hipnose
I N S T I T U T O
Prepared for 
L AMBDA
2 0 1 8 
Felipe Arché
RECIFE
5 PASSOS 
PARA 
ALUCINAR 
COM 
AUTO- 
HIPNOSE
CORREÇÃO:  
MONARA MONIKE DA SILVA
P r o t o c o l o A l e x a n d r e d e 
A u t o - H i p n o s e
Felipe Arché
2018
1   |
O Protocolo Alexandre
2   |
Etapas do Protocolo
3     |
Hipnose Clássica x Auto-hipnose
SUMÁRIO
4     |
Encerrando Processos
I N S T I T U T O L A M B D A
6   |
Transformando A em B
7     |
Voz Mentral e Expectativa
www.institutolambda.com
Fenômeno Extra-cotidiano
5     |
8   | Fenômenos Complexos: 
Alucinações e Delírios
9   |
O loop Hipnótico na Auto-hipnose
10 |
Relatos de Auto-hipnose
1 1 | Resumo do Protocolo
I N S T I T U T O L A M B D A
13 |
Sobre o Instituto
www.institutolambda.com
Sobre o Criador do Protocolo
12 |
Referências14   |
O PROTOCOLO 
ALEXANDRE
CAPÍTULO 01
INST ITUTO LAMBDA | 03
CAP 01   | O PROTOCOLO ALEXANDRE
INST ITUTO LAMBDA |  04
      O Protocolo Alexandre de auto-hipnose é fruto de uma 
série de experiências de autodescoberta que tive no 
decorrer dos meus sete anos de estudo e prática do 
hipnotismo. Nestes anos pude vivenciar Enoc's ¹ nos mais 
variados contextos. Destes, destaco três momentos 
fundamentais para que as peças que compõe este 
protocolo se encaixassem: 
      As minhas primeiras experiências significativas com 
Enoc's foram no contexto artístico, exercendo a arte da 
ator, e nestas circunstâncias pude compreender o poder de 
uma condução hipnótica eficaz e iniciar as minhas 
investigações sobre auto-hipnose aplicada nas artes 
cênicas. 
      O segundo contexto importante vivenciei na 
cicloviagem que fiz de Natal, capital do Rio Grande do 
Norte até Fortaleza, capital do Ceará. Pedalando estes 
quase 550,0 km pude sentir diariamente o estado de flow², 
formando então uma visão mais holística sobre a natureza 
dos meus processos mentais. 
      E o último contexto e talvez o mais importante no que 
diz respeito à compreensão do ‘eu’, e dos mecanismos 
psicológicos que estruturam a experiência que significo 
como real, vivenciei, e ainda vivencio, no xamanismo, tanto 
com estados extáticos de consciência alcançados com o 
toque do tambor, quanto com a consagração de medicinas 
enteógenas³ como a jurema e a ayahuasca. 
01 - Enoc ; Estado não ordinário de consciência, 
estado alterado de consciência, transe. 
02 - Estado de Flow: Estado de fluxo. Vede a 
obra de Mihaly Csikszentmihalyi 
03 - Enteógeno:  substância alteradora da 
consciência que induz ao estado xamânico ou 
de êxtase. Ecodélico. Medicina indígena.
"A principal diferença entre a 
hipnose clássica e a auto-hipnose é 
que na ultima, o sujeito não pode 
se alienar da responsabilidade de 
criar."
      Estas experiências e os 
estudos sobre hipnose, 
meditação, estado de flow, 
mindfulness e do xamanismo, 
me conduziram à criação do 
Protocolo Alexandre de auto- 
hipnose, capaz de 
proporcionar a criação de 
alucinações visuais e delírios! 
Desejo imensamente que o 
conteúdo aqui apresentado 
seja útil ao buscador. 
ETAPAS DO 
PROTOCOLO
CAPÍTULO 02
INST ITUTO LAMBDA | 05
CAP 02   |  ETAPAS DO PROTOCOLO
INST ITUTO LAMBDA | 06
O Protocolo Alexandre está dividido em cinco etapas: 
Primeira etapa - Encerrando Processos: Nesta etapa, iremos 
abordar como resolver o problema da atenção alternada, 
encerrando os processos abertos do subconsciente, e 
consequentemente aumentando a Potência da Atenção. 
Na segunda etapa - Fenômeno Extra-cotidiano: Iremos 
abordar como criar ou perceber uma experiência subjetiva 
com potencial hipnótico. 
Na terceira etapa - Transformando A em B: Iremos abordar 
como funciona a dinâmica da evolução dos fenômenos na 
auto-hipnose, e como transformar um fenômeno extra- 
cotidiano em outro fenômeno. 
Na quarta etapa – Voz Mental e Expectativa: Iremos abordar 
qual o momento adequado de situar a expectativa com sua 
voz mental e como utilizar a linguagem de forma eficaz na 
autossugestão, possibilitando o aumento na complexidade 
dos fenômenos.   
E a última etapa - Fenômenos Complexos : Alucinações 
Visuais e Delírios; Iremos abordar quais as diferenças entre 
delírios e alucinações, como transferir o campo visual do 
nível consciente para o nível subconsciente, e como utilizar 
a imaginação para construir um fenômeno de alucinação ou 
delírio. 
Mas antes de adentramos ao passo a passo do Protocolo, 
vamos compreender melhor algumas diferenças entre a 
auto-hipnose e a hipnose clássica.
HIPNOSE 
CLÁSSICA X 
AUTO -HIPNOSE
CAPÍTULO 03
INST ITUTO LAMBDA | 07
CAP 03   |  HIPNOSE CLÁSSICA X AUTO -HIPNOSE
INST ITUTO LAMBDA | 08
     Quando se trata de auto-hipnose, muito do que sabemos 
sobre hipnose clássica¹ parece não se adequar. 
Os conceitos parecem funcionar de uma forma diferente. 
Afinal, como representar uma autoridade para si mesmo? 
Como gerar expectativa quando já sabemos exatamente o 
passo a passo? Como produzir fenômenos complexos com a 
autossugestão? 
      Uma forma didática de ilustrar uma das principais dife- 
renças entre a auto-hipnose e a hipnose clássica, é 
utilizando analogamente os modelos de processamento 
Botton-up e Top-down. 
Botton-up ou processamento de baixo para cima, diz 
respeito a construção do significado partindo de um 
estímulo externo e específico, até alcançar o interno, o geral. 
Top-down ou processamento de cima para baixo, diz 
respeito a construção do significado que parte da 
representação geral, interna, em direção a especificidade. 
      Deste modo, podemos considerar a hipnose clássica 
como uma forma Botton-up de construir fenômenos, ou 
seja, partindo de um elemento externo, até alcançar a 
experiência interna do sujeito, seu mapa de mundo, sua 
representação de realidade. 
      Apesar de sabermos na prática que o hipnotista utiliza 
estrategicamente as referências internas do sujeito, ainda 
sim para fins didáticos, consideramos a hipnose clássica¹ 
como uma forma Botton-up; levando em consideração o 
fator “do externo ao interno” que o hipnotista exerce 
aplicando a técnica. 
01 - Utilizamos o termo hipnose clássica para nos 
referirmos à hétero hipnose. Hipnose construída na 
relação entre sujeito e hipnotista. 
CAP 03   |  HIPNOSE CLÁSSICA X AUTO -HIPNOSE
INST ITUTO LAMBDA | 09
      Já a auto-hipnose poderia ser considerada como uma 
forma Top-down de construir fenômenos, ou seja, partindo 
das representações internas, das generalizações, das 
referências do sujeito para a construção ou percepção da 
experiência. 
      Podemos dizer que, se para a hipnose clássica a 
permissividade do sujeito para com o conteúdo sugerido é 
um elemento imprescindível, na auto-hipnose a criatividade 
cumpre essa função. É importante na auto-hipnose uma 
postura ativa e dotada de potencial imaginativo. 
      Deste modo, alguns elementos fundamentais na 
construção da hipnose em um modelo botton-up não se 
configuram na mesma dinâmica ou não tem tanta 
importância em um modelo top-down. 
Esse parece ser o caso da autoridade: 
     A autoridade cumpre dentro da hipnose clássica a 
função de direcionar comportamentos evitando análises 
críticas. 
Na auto-hipnose não existe a necessidade de considerar a 
autoridade como pertencente a dinâmica, o sujeito não 
precisa convencer a si mesmo, deve apenas possuir boa 
vontade e uma atenção concentrada.Já a expectativa ainda é um elemento importantíssimo 
para evolução dos fenômenos na auto-hipnose, porém sua 
aplicabilidade segue outra estrutura. 
      
“Quando há uma figura de autoridade, é maior a probabilidade das 
pessoas agirem de forma obediente, mesmo se essa autoridade for 
ilegítima." – (Cialdini.1984)
Veremos qual o momento correto de adicionar a 
expectativa, e como alcançar fenômenos complexos 
com a autossugestão no cap 07. 
ENCERRANDO 
PROCESSOS
CAPÍTULO 04
INST ITUTO LAMBDA |   10
CAP 04   |  ENCERRANDO PROCESSOS
INST ITUTO LAMBDA |   1 1
      Todas as teorias da mente estão de acordo no que diz 
respeito aos limites da atenção consciente. Isso porque a 
mente consciente não consegue manter uma atenção 
instrumental, ou seja, que execute uma função complexa, 
em mais de uma tarefa. 
     Por mais que tenhamos a impressão de conseguir realizar 
duas ou mais tarefas de forma consciente ao mesmo tempo, 
o que estamos fazendo na realidade é executando uma 
tarefa de forma consciente, e as outras tarefas de forma 
automática, ou seja, de forma subconsciente! 
       Se por um lado, a mente consciente não é multitarefa, a 
mente subconsciente é, e ela mantém abertas todas as 
tarefas que a mente consciente foca ou que ela 
compreende como importante. 
Lembrando que para a mente subconsciente, os conteúdos 
importantes nem sempre são o que conscientemente 
consideramos. 
Um exemplo disso são as músicas chiclete: O subconsciente 
considera importante tudo aquilo a que fica exposto 
repetidas vezes, logo, repetições deixam programações a 
nível subconsciente. 
    Você provavelmente já deve ter experienciado a sensação 
de tentar manter o foco da atenção em algo, enquanto que 
conteúdos inconvenientes começam a brotar na mente 
fazendo sua atenção alternar. 
     Conteúdos como as preocupações diárias, a voz mental 
se questionando, músicas e situações do dia a dia se 
repetindo mentalmente, etc... Estes conteúdos fazem parte 
do que consideramos como “Processos Abertos do 
Subconsciente”¹. 
01 - Na meditação,  esta inquietude dos pensamentos é 
popularmente conhecida como  “a mente do macaco". 
CAP 04   |  ENCERRANDO PROCESSOS
INST ITUTO LAMBDA |   12
      Basicamente, existem duas formas de se lidar com essa 
alternância da atenção. Uma delas exige esforço mental 
para manter o foco.  Apesar de ser um excelente exercício 
mental, acaba por esgotar um recurso limitado muito 
importante: a força de vontade. 
      Então, visando esgotar o mínimo possível da força de 
vontade, desenvolvi uma técnica que visa encerrar os 
processos abertos do subconsciente, atenuando a 
alternância da atenção consciente e consequentemente 
aumentando a potência da atenção¹. 
Nem preciso mencionar o quão importante é a atenção 
concentrada para a auto-hipnose. 
A técnica chama-se: “A meditação do observador 
desassociado” 
                                 Vamos a técnica: 
Feche os olhos. Respire profundamente algumas vezes 
para te ajudar a entrar em downtime². 
Comece a observar todos os conteúdos que vão surgindo 
na sua mente. Seu objetivo é somente observar, de uma 
forma passiva e desassociada. Logo começarão a surgir 
vários tipos de conteúdo: tanto memórias, julgamentos, 
análises, e repetições, quanto as sensações corporais. 
Busque manter a postura de observador desassociado 
inclusive para sua voz mental e para as sensações físicas. 
Irá perceber que, mesmo que haja interferências (ex: 
desconfortos³, barulhos,etc...) você continuará observando 
de forma passiva e desassociada. 
           
01 -  Potência da Atenção: capacidade de manter uma atenção 
contínua, intensa, concentrada. Capacidade de concentração. 
02 - Atenção na experiência interna,  
Terminologia utilizada na hipnose conversacional. 
03 - Essa postura de observador distante é uma excelente forma de 
anular dores físicas. 
CAP 04   |  ENCERRANDO PROCESSOS
INST ITUTO LAMBDA |   1 3
   Nesta técnica, você terá que evitar conscientemente duas 
coisas: Uma delas é cair no sono; observar os processos 
abertos do subconsciente parece-me uma excelente forma 
de lidar com a insônia. 
 Outra coisa a se evitar é envolver-se mentalmente com os 
conteúdos. Caso contrário, se houver envolvimento mental, 
os processos ainda continuarão abertos. 
 É justamente a postura de observador desassociado que 
irá reduzir a importância dos conteúdos para a mente, e 
uma vez que os conteúdos forem perdendo a importância 
para a mente subconsciente, ela se encarregará de 
encerrar, um por um, de forma gradativa. 
    Busque desenvolver a capacidade de encerrar processos 
por dez minutos seguidos. A princípio, cinco minutos irão 
parecer uma grande vitória, mas não se engane, seu 
objetivo é conseguir permanecer na técnica no mínimo 
dez minutos. E isso depende única e exclusivamente da 
sua dedicação. 
         Com a prática continuada desta técnica é comum 
que os Processos do Subconsciente tornem-se abstratos, 
metafóricos, ou que memórias de longo prazo sejam 
acessadas. Também será possível "reduzir a importância" 
até mesmo de sensações físicas, para anular dores, ou 
para gerar catalepsias e alcançar a fase R.E.M.¹ de forma 
rápida. O mais importante é desenvolver a habilidade de 
"limpar" a mente de processos, para diminuir a 
alternância da atenção.
01 -  O sono R.E.M., ou Rapid Eye Movement ("movimento rápido dos olhos"), é a fase do sono na 
qual ocorrem os sonhos mais vívidos. Durante esta fase, os olhos movem-se rapidamente e a 
atividade cerebral é similar àquela que se passa nas horas em que se está acordado. As pessoas 
acordadas durante o sono REM, normalmente, sentem-se alertas, com maior índice de atenção, 
ou mais dispostas e prontas para a atividade normal 
FENÔMENO 
EXTRA - 
COTID IANO
CAPÍTULO 05
INST ITUTO LAMBDA |   14
CAP 05   |  FENÔMENO EXTRA -COTIDIANO
INST ITUTO LAMBDA |   15
      Fenômeno extra-cotidiano é todo fenômeno que não 
faz parte do dia a dia, do comum. Imagine a seguinte 
situação, que a palma da sua mão está colada 
hipnoticamente na superfície de uma mesa. Lógico que em 
circunstâncias normais uma experiência como esta 
dificilmente aconteceria, foi preciso que algo especial 
acontecesse, no caso, a presença de um hipnotista, um 
contexto hipnótico e a sugestão. 
      Agora imagine esta outra situação: que você está tão 
concentrado na sua experiência interna, que consegue 
perceber sensações em seu corpo que nunca havia notado, 
como a temperatura da circulação sanguínea em um dos 
seus dedos mindinhos ou a umidade de uma das suas 
cavidades oculares. 
      A estes dois tipos de fenômenos, tanto a experiência 
especial de uma sugestão hipnótica, quanto a percepção 
de uma experiência interna sutil, podemos classificar como 
fenômenos extra-cotidiano. 
Resumindo qual a importância da criação\percepção de 
um fenômeno extra-cotidiano na auto-hipnose em poucas 
palavras: “todo fenômeno extra-cotidiano pode produzir 
outro fenômeno extra-cotidiano mais complexo”. 
Este ponto é fundamental no que diz respeito a configurar 
uma auto-hipnose, que sai do âmbito tão somente de 
produzir fenômenos e a partir de agora também engloba a 
percepção como elemento determinante. 
        
       Depois que eu entendi a mecânica da auto-hipnose 
percebi que estive em “estados hipnóticos” diversas vezes, 
mas 'tentando' produzir fenômenos de uma forma não 
eficaz. O fato é que podemos fechar os olhos e perceber 
algo especial acontecendo em nós, e isso é mais do que 
suficiente para produzir outros fenômenos mais intensose 
complexos. 
CAP 05   |  FENÔMENO EXTRA -COTIDIANO
INST ITUTO LAMBDA |   16
          Como Perceber um fenômeno extra-cotidiano? 
            Primeiramente, antes de exercitar essa etapa, 
certifique-se que você já está bom o suficiente em encerrar 
os processos abertos do subconsciente. 
Encerre os processos do subconsciente. Busque passear 
com sua atenção consciente por seu corpo para perceber 
quais sensações especiais você possa estar experienciando 
no momento. Talvez você consiga notar mudanças sutis de 
temperatura no seu corpo. Sensações de energias, ou 
leveza. Não importa que tipo de fenômeno seja e o quão 
sutil ele se apresente, apenas perceba o que de novo você 
possa estar sentindo. E quando encontrar esta sensação 
busque aumentar, potencializar, com a sua imaginação! 
            Como criar um fenômeno extra-cotidiano? 
Encerre os processos do subconsciente. Busque colocar 
toda a sua atenção consciente em algum ponto do seu 
corpo e utilize sua imaginação para criar algum fenômeno, 
exemplo: imaginar que um dos seus dedos da mão 
esquerda está pulsando. Utilize o máximo de modalidades 
possível para criar a experiência e perceba qual relação 
funciona melhor: imaginar com o som ou com imagens 
está me causando mais sensações? 
      Depois que conseguir ativar alguma sensação, busque 
aumentar gradativamente, intensificando a sua 
imaginação. "Se as imagens estão me causando a sensação, 
busco imaginar imagens com cores mais intensas. Se é 
pelo som, busco imaginar um som mais alto. Se sinto num 
ritmo lento, busco acelerar o ritmo". Importante mencionar 
que, o processo de criar sensações é gradual e proporcional 
a sua capacidade de atenção e imaginação. Busque 
sempre encontrar que tipo de fenômenos você consegue 
criar com mais facilidade, e use a imaginação para produzir 
mudanças de ritmo e intensidade. 
. 
TRANSFORMANDO 
'A ' EM 'B '
CAPÍTULO 06
INST ITUTO LAMBDA |   17
CAP 06   |  TRANSFORMANDO A EM B
INST ITUTO LAMBDA |   18
     Na hipnose clássica, transformar um fenômeno em outro 
é algo simples como subir uma escada. Se um fenômeno 'A' 
se estabiliza ( vamos supor que o fenômeno A seja: olhos 
colados) o próximo fenômeno 'B' ( vamos supor uma 
amnésia temporária) tem uma alta probabilidade de 
estabilizar se:  a experiência 'A' foi significativa para o sujeito 
(ele percebeu realmente que não conseguia desgrudar os 
olhos) e com isso a expectativa acerca do próximo 
fenômeno tenha sido alimentada. E se a sugestão do 
fenômeno 'B' seja clara o suficiente para ser entendida 
perfeitamente pelo sujeito. 
 Porém, na auto-hipnose o fator expectativa se configura de 
uma forma diferente: você sabe exatamente o que e quando 
irá se autossugestionar, então como gerar expectativa? 
      Desse modo, é realmente ineficaz tentar sugestionar¹ a si 
próprio para produzir fenômenos como na hipnose clássica. 
Compreendendo a dinâmica da auto-hipnose, todos esses 
fatores são inseridos da forma correta no momento correto. 
Os conceitos da hipnose clássica oferecem pistas preciosas 
para a auto-hipnose, porém a estrutura da hipnose clássica 
não funciona na auto-hipnose. 
      Se na hipnose clássica, a evolução dos fenômenos se 
assemelha a analogia de subir uma escada, na auto-hipnose 
a evolução se assemelha muito mais a analogia de subir 
uma rampa: não existe salto do fenômeno A para o 
fenômeno B. O que acontece na realidade é uma 
transformação gradual. O Fenômeno A se metamorfoseia no 
B. É preciso transformar gradativamente com a imaginação 
uma experiência extra-cotidiana em outra, até alcançar os 
fenômenos mais complexos! 
01 -  Importante frisar que a autossugestão nos moldes de Émile 
Coué ainda se apresenta como alternativa terapêutica eficaz 
CAP 06   |  TRANSFORMANDO A EM B
INST ITUTO LAMBDA |   19
       Como transformar os fenômenos extra-cotidiano? 
Comece encerrando os processos. 
Perceba ou crie um fenômeno extra-cotidiano. 
Utilize a sua atenção e imaginação para transformar um 
fenômeno. 
Ou seja, se o fenômeno que você conseguiu alcançar foi 
uma dormência no polegar, experimente levar essa 
sensação gradativamente para o indicador, anelar, etc... 
Se a sensação foi algo como um formigamento, 
experimente transformar gradativamente em dormência ou 
conduzir uma mudança de temperatura, etc... 
Tanto o ato de conduzir a sensação para outra parte do 
corpo quanto ato de mudar a natureza do fenômeno se 
enquadram no que consideramos aqui como “transformar o 
fenômeno”. 
O importante nesta etapa é começar a situar a imaginação 
como condutora da sua experiência interna. 
Sem sombra de dúvidas que a partir deste momento sua 
experiência alimentará sua crença, fortalecendo e 
possibilitando que fenômenos cada vez mais complexos 
gradativamente se estabilizem.  
É hora de situar a expectativa na estrutura da auto-hipnose, 
para aumentar a complexidade dos fenômenos e possibilitar 
a autossugestão!
VOZ MENTAL E 
EXPECTATIVA
CAPÍTULO 07
INST ITUTO LAMBDA |  20
CAP 07   |  VOZ MENTAL E EXPECTATIVA
INST ITUTO LAMBDA |  21
       Se você já conseguiu criar um fenômeno extra-cotidiano 
e transforma-lo em outro gradativamente, perfeito! 
O Próximo passo agora é situar a expectativa como 
elemento dentro da dinâmica da auto-hipnose. 
Esse é o momento em que sua voz mental vai assumir a 
função importante de conduzir sua expectativa. 
                           Como situar a expectativa: 
          Entre a transformação dos fenômenos adicione a 
expectativa de que “quando o fenômeno B se transformar 
no fenômeno C” você irá experienciar uma sensação de bem 
estar, ou leveza, etc... 
O que precisa se certificar nesta etapa, é que você criará 
com sua voz mental a expectativa de um fenômeno simples. 
Comece sempre gradativamente. 
Exemplo: Pensar que quando o fenômeno B (ex: O pulsar de 
um dos dedos da mão direita) se transformar num 
fenômeno C (ex: O pulsar em um dos dedos da outra mão) 
você se sentirá muito bem, uma onda de felicidade poderá 
passear pelo seu corpo, etc... 
       Com a prática algo muito interessante vai acontecer: 
você vai perceber que poderá se “autossugestionar” com a 
voz mental sempre que fizer a transição de um fenômeno 
extra-cotidiano para outro. 
Essa espécie auto-hipnose conversacional funciona na 
medida em que seu foco de atenção é a transformação dos 
fenômenos. A voz mental apenas cria a causalidade: 
“quando o fenômeno C se transformar no D irei sentir X”. 
CAP 07   |  VOZ MENTAL E EXPECTATIVA
INST ITUTO LAMBDA |  22
         Utilizando uma linguagem eficaz na voz mental: 
      Para tornar mais eficaz a criação dos fenômenos com a 
expectativa na voz mental, é fundamental que a linguagem 
tenha a capacidade de gerar pesquisas transderivacionais¹ 
eficientes, ou seja, de se voltar para as representações 
internas na procura do significado. Utilizaremos aqui uma 
linguagem com estrutura semelhante ao metamodelo², não 
como uma estratégia de superar filtros, mas como uma 
forma de “incutir possibilidades” numa estrutura provocativa 
de significações.   
(ex : “Como seria a sensação de sentir X quando o fenômeno 
C se transformar em D?”) 
       Perguntas possuem capacidade de gerar a pesquisa na 
estrutura profunda, enquanto que o “como” tem a 
intencionalidade de buscar a forma do fenômeno, e 
consequentemente produz a experiência. 
       Devemos levar em consideração um fator importante, 
que é o cérebro como “servomecanismo”, ou seja, o cérebro 
como máquina que age em conformidade com as 
informações que recebe.Uma vez que fazemos uma 
pergunta, o servomecanismo busca automaticamente uma 
resposta. É razoável afirmar que, sempre que perguntamos 
algo (ex: “como seria sentir-se bem agora?”) em algum nível 
iremos experienciar a sensação, mesmo que seja de forma 
extremamente sutil. 
        
Esta é a forma mais eficaz de encaixar a expectativa na auto- 
hipnose: Não é necessário construir uma sugestão direta, 
mas apenas a criação de uma possibilidade. 
A expectativa consiste justamente no intervalo entre a 
transição dos fenômenos e a resposta do servomecanismo. 
01 - Pesquisas transderivacionais são buscas por significados, no qual a 
mente precisa focar subconscientemente em encontrar possíveis 
relações. 
02 - Um modelo desenvolvido por John Grinder e Richard Bandler, que 
identifica determinadas classes de padrões de linguagem que podem ser 
problemáticas ou ambíguas. Baseado na gramática transformacional, o 
metamodelo identifica distorções, omissões e generalizações comuns, 
que obscurecem a estrutura profunda e/ou o significado original. 
CAP 07 |  VOZ MENTAL E EXPECTATIVA
INST ITUTO LAMBDA |  23
                         Vejamos um exemplo completo: 
Durante a transformação dos fenômenos me indago 
mentalmente: 
“Como seria sentir os meus pés colados no chão, quando o 
pulsar da minha mão direita se transformar no pulsar da 
minha mão esquerda?” 
Ponho toda a atenção concentrada somente em imaginar a 
transformação gradual do fenômeno “pulsar da mão direita” 
para o fenômeno “pulsar da mão esquerda”. 
Uma vez que conecto causalidades, preciso me certificar 
somente em conseguir o resultado que compete a minha 
postura ativa de imaginar. 
No momento em que realizo a transformação dos 
fenômenos, o servomecanismo responde a pergunta com a 
experiência, e então sinto os "pés colados no chão". 
Nesta etapa temos a oportunidade de realizar uma série de 
autossugestões e obter respostas como na hipnose clássica. 
Sugiro que as primeiras experiências alcançadas com a 
autossugestão sejam simples e muito agradáveis, afinal, as 
partes mais básicas da mente sempre buscam refazer 
caminhos prazerosos.  
  
Esse avanço é realmente incrível! 
      Se você chegou até está etapa com êxito, parabéns! 
Você pode agora alcançar todos os tipos de fenômenos 
complexos da hipnose clássica, utilizando a auto- 
hipnose. Inclusive alucinações visuais e delírios!
FENÔMENOS   
COMPLEXOS :   
ALUCINAÇÕES 
VISUAIS E 
DEL ÍR IOS
CAPÍTULO 08
INST ITUTO LAMBDA |  24
CAP 08 | FENÔMENOS COMPLEXOS
INST ITUTO LAMBDA |  25
      Costumamos erroneamente considerar Alucinações e 
Delírios como sinônimos, mas na realidade são fenômenos 
distintos. 
     Alucinações são uma experiência prioritariamente 
imaginária, porém se apresentam como realidade. 
Não há um estímulo externo para sustentar a alucinação. 
     Já o delírio é uma distorção da realidade, é uma forma 
diferente de significar um estímulo real. 
Enquanto que a alucinação permite que você veja e/ou ouça 
algo que não está fisicamente lá, como um elefante rosa 
passeando pelo quintal da sua casa, o delírio se estrutura 
com base num estímulo real: você olha para um carro 
estacionado e vê um elefante rosa.   
Um delírio é ligeiramente menos complexo que uma 
alucinação. 
   Foi com base nas experiências visionárias com a ayahuasca 
e com o tambor xamânico, que pude compreender como as 
alucinações e delírios se relacionam com a atenção, quais os 
níveis alucinatórios, e como fazer um bom uso deles para 
propósitos de autoconhecimento. 
Basicamente, o principal método de produzir alucinações e 
delírios sem a ingestão de nenhuma substancia enteógena 
ou psicodélica, é absurdamente simples. 
    Mas antes de te ensinar como, deixe-me lhe contar alguns 
fatos importantes sobre o funcionamento do cérebro e da 
mente consciente. 
        
     O primeiro fato diz respeito a construção da realidade 
subjetiva. Para o cérebro, conteúdos processados pelas 
portas de entrada¹ e conteúdos imaginários tem 
praticamente o mesmo valor. Então é certo afirmar que uma 
imaginação suficientemente forte tem o poder de adicionar 
conteúdo no que percebemos e significamos como real. 
             
01 - Visão, audição, tato, olfato e paladar. 
CAP 08 | FENÔMENOS COMPLEXOS
INST ITUTO LAMBDA |  26
      Outro fato importante é sobre a atenção da mente 
consciente: Como foi dito no início deste e-book, a atenção 
consciente só consegue trabalhar em uma tarefa complexa 
por vez, deixando todo o resto sob responsabilidade do 
subconsciente. O Subconsciente é muito reativo a 
imaginação e a imaginação é facilmente conduzida pela 
atenção consciente. Essas informações são suficientes para 
entendermos a mecânica das alucinações intencionais. 
      A técnica é simples, consiste basicamente em colocar a 
Atenção Consciente engajada em algum processo 
downtime, enquanto que matemos os olhos abertos. Uma 
vez que a mente consciente está focada na experiência 
interna, o subconsciente assume a jurisdição do campo 
visual, tornando-o muito mais reativo a conteúdos 
imaginários e distorções. 
      A princípio, manter a atenção consciente em downtime 
enquanto estamos de olhos abertos pode parecer uma 
tarefa difícil, afinal estamos condicionados a ficar em 
uptime¹ sempre que abrimos os olhos. Mas você irá perceber 
que na prática do Protocolo Alexandre de Auto-Hipnose, 
você já estará muito envolvido conscientemente nos 
processos downtime, transformando os fenômenos extra- 
cotidiano. 
A próxima etapa da construção de uma alucinação é 
adicionar o conteúdo ao campo visual. 
            Veremos como isso funciona na prática: 
Encerre os processos. Encontre ou crie um fenômeno extra- 
cotidiano. Transforme os fenômenos. Ou seja, mude-os de 
lugar ou de natureza. Adicione a expectativa entre a 
próxima transformação dos fenômenos. Abra os olhos e 
mantenha a atenção em downtime, ou seja, na experiência 
interna, no caso; na condução dos fenômenos extra- 
cotidiano. Agora, exteriorize os fenômenos para o campo 
visual. 
01- Atenção na experiência externa, oposto de downtime. Terminologia utilizada na hipnose conversacional.
CAP 08   | FENÔMENOS COMPLEXOS
INST ITUTO LAMBDA |  27
          É interessante perceber que, exteriorizar um fenômeno
extra-cotidiano para o campo visual implica uma forma 
subjetiva de imaginar que a experiência está saindo do seu 
corpo e se projetando no espaço. Então, talvez você imagine 
ondulações, fumaças, flashes ou de qualquer outra forma. O 
importante é perceber como sua experiência está se 
configurando e tornar congruente a sua imaginação com a 
sua percepção. 
               A experiência me sugere dizer que, produzir 
fenômenos na região da face, da testa e dos olhos, facilita na 
criação gradual das alucinações no momento de 
exteriorizar. Afinal, tudo na auto-hipnose é processual, 
gradativo. Então perceber o momento em que o fenômeno 
está influenciando o campo de visão de forma sutil é 
extremamente importante para ir estabilizando a 
alucinação aos poucos. 
             Duas coisas podem acontecer: uma delas é você 
perceber abstrações no espaço, como uma “energia” que 
pode ser moldada com sua imaginação de forma gradativa. 
Outra, é seu subconsciente criar imagens metafóricas no 
espaço. Ambas as experiências podem vim com um 
material muito significativo da sua psiquê, te 
proporcionando momentos preciosos de autodescoberta. 
             É importante te dizer que, mesmo com seu foco de 
atenção esteja em um conteúdo do campo visual, no 
momento dacriação da alucinação você ainda estará em 
downtime. Afinal, seu foco de atenção ainda é algo da 
experiência interna, do mundo subjetivo. 
O próximo passo é “moldar” a sua experiência visual! 
CAP 08   | FENÔMENOS COMPLEXOS
INST ITUTO LAMBDA |  28
Foque a atenção em como se configura sua experiência 
visual. 
A minha geralmente se assemelha a fumaças flutuando no 
espaço. Então aos poucos eu vou moldando o ritmo, 
movimento e adicionando a expectativa que: quanto mais 
nítida a minha experiência visual fica, mas ‘feliz’¹ me sinto. 
             Então aos poucos a experiência vai se tornando mais 
nítida, assumindo formas e cores mais intensas e me 
trazendo conteúdos do subconsciente. Para mim, esta é 
uma oportunidade de autodescoberta muito valiosa.  
A ayahuasca e as experiências com o tambor xamânico 
oferecem algumas pistas sobre níveis de alucinação úteis 
para o buscador. Numa experiência com a ayahuasca, as 
sensações visuais alcançam diversos níveis. Processos 
botton-up, ou seja, do estímulo até a significação interna, e 
top-down, ou seja, das representações internas até a 
especificidade, acontecem alternadamente num ritmo 
extremamente alto. 
Os estudos mais atuais sobre o efeito da Ayahuasca nas 
ondas cerebrais, sugerem que a faixa de ondas gama (entre 
30-100 hertz) tem um papel essencial na fase alucinatória 
mais complexa da experiência. 
              
“Esse aumento de gama pode ajudar a explicar porque durante a 
ayahuasca a percepção de sons e imagens, por exemplo, parece se 
fundir e criar relações peculiares, não perceptíveis durante a 
consciência ordinária, quando o cérebro tende a organizar a 
atividade neural relacionada aos cinco sentidos de maneira 
parcialmente independente. Essa função do gama em unificar ou 
integrar informaçõesno cérebro é conhecida de longa data, pelo 
menos desde a obra pioneira do cientista Chileno Francisco Varela.” 
(EE Schenberg.2015)
01 - Geralmente uso padrões de prazer associado a expectativa, afinal 
as partes mais básicas e poderosas do nosso cérebro estão sempre 
favorecendo processos de prazer, e evitando processos de dor.
CAP 08 | FENÔMENOS COMPLEXOS
INST ITUTO LAMBDA |  29
       Já as experiências com o tambor, tem o poder de 
conduzir sua atenção por diversas frequências, 
possibilitando que a atenção consciente concentrada na 
experiência downtime, abra diversas possibilidades de 
sinestesia, delírios e alucinações sutis. 
Com base nestas duas experiências, sintetizei de uma forma 
didática três níveis de alucinações e delírios visuais. 
São elas: Imaginação repentina,Impressões periféricas e 
Experiência estável. 
                            
                            Imaginação repentina: 
      Tanto na ayahuasca quanto com o tambor, a imaginação 
começa a surgir cheia de imagens e conceitos, muitas vezes 
de origem não consciente. Essa fase da alucinação é a mais 
comum e mais sutil. Ela é o primeiro passo para as próximas 
experiências, porém pode trazer à consciência conteúdos 
subconscientes e inconscientes importantíssimos. 
                           Impressões periféricas: 
      As impressões periféricas são falhas de interpretação de 
elementos do espaço, com base em duas características 
importantes do funcionamento do cérebro: 
Uma delas é a percepção em tempo finito do espaço. O 
cérebro é uma máquina que lida com as informações do 
espaço, muitas vezes usando um critério de previsibilidade. 
Isso para garantir a sobrevivência, afinal em algumas 
situações, estímulos precisam de uma reação imediata.          
      O cérebro faz um misto entre o processamento de 
origem externa Botton-up, e de significação geral; top-down, 
porém, como ele busca ‘prever’ para reagir, muitas vezes 
esses estímulos são processados tão rapidamente que as 
lacunas são preenchidas de uma forma imediata e 
provisória, fazendo com que percebamos algo 
completamente diferente. 
CAP 08   | FENÔMENOS COMPLEXOS
INST ITUTO LAMBDA |  30
        Outra característica é pela própria estrutura da atenção: 
como já foi anteriormente mencionando, a mente 
consciente está ativamente onde o seu foco de atenção está. 
Sendo bem razoável dizer que, se a atenção consciente está 
em apenas um ponto do campo visual, todo o resto do 
campo visual está sendo processado a nível subconsciente. 
As mensagens subliminares se apoiam nesta característica 
da visão periférica subconsciente. E como sabemos, o 
subconsciente é muito reativo a imagens e emoções. 
             Os maiores erros de percepção do espaço 
geralmente acontecem quando há um estímulo na visão 
periférica que ativa algum padrão de sobrevivência, e 
ativando consequentemente a previsibilidade para gerar um 
comportamento de fuga ou luta! Nesta fase, temos diversas 
‘impressões errôneas’, como ver uma cadeira e pensar ter 
visto algum animal, ver uma sombra e pensar ter visto uma 
pessoa, etc... 
              Por mais que cotidianamente possamos vivenciar 
esta fase, na ayahuasca estas experiências de ‘erro’ de 
interpretação são levadas até as últimas consequências, 
criando as vezes incontáveis conexões metafóricas e 
significativas entre a interpretação distorcida dos estímulos, 
com conteúdos internos importantes. Basicamente é desta 
forma que os delírios se estruturam de forma espontânea. 
                                Experiência estável: 
       Já na experiência estável, presenciamos uma certa 
durabilidade e interatividade com os conteúdos. Importante 
mencionar que, tanto a imaginação repentina quanto as 
impressões periféricas são as bases criadoras da Experiência 
Estável. De certa forma os estímulos externos e as 
representações internas são dois caminhos distintos que se 
conectam para sintetizar uma experiência alucinatória ou 
de delírio estável. 
O LOOP 
HIPNÓTICO NA 
AUTO -HIPNOSE 
CAPÍTULO 9
INST ITUTO LAMBDA | 3 1
CAP 09 | O LOOP HIPNÓTICO NA AUTO -HIPNOSE
INST ITUTO LAMBDA | 32
          Se você é um estudioso da hipnose provavelmente 
já deve ter esbarrado com os conteúdos do James Tripp¹ 
na internet. Resolvi destacar o loop hipnótico da teoria 
da hipnose sem Transe do Tripp para explicar como se 
dá a evolução dos fenômenos na hipnose, porém, 
aplicadas num modelo Top-down. 
            O Loop Hipnótico do James Tripp é um modelo 
de compreensão e construção de fenômenos hipnóticos. 
Basicamente, o Loop hipnótico possui 5 elementos 
fundamentais, quatro deles enquanto etapas de 
evolução do loop, e um deles, a expectativa, como 
elemento chave que alimenta a construção dos 
fenômenos. 
São eles: Imaginação, fisiologia, experiência e crença. 
Comumente na hipnose clássica adentramos no loop 
hipnótico por duas portas: a Fisiológica, utilizando 
técnicas de Pseudo-hipnose².   Ou pela Imaginação, 
estimulando fenômenos ideodinâmicos. 
              
 01 - James Tripp: hipnotista teórico da hipnose sem transe e 
criador do loop hipnótico. 
02 - Rotina onde o fator fisiológico determina o resultado, hipnose 
falsa, funciona como convincer. 
expectativa
CAP 09 | O LOOP HIPNÓTICO NA AUTO -HIPNOSE
  INST ITUTO LAMBDA | 33
          Fenômenos ideodinâmicos são uma extensão do 
conceito de fenômenos Ideomotores, que o Tripp utiliza 
para abranger outras categorias de experiências 
produzidas com a hipnose, são eles: 
Ideoemocionais: Resposta emocional à ideias (ex: sentir 
feliz, calmo, triste, etc...) 
Ideocognitivas: Respostas de processos mentais à ideias 
e emoções (ex: Amnésia, confusão, alucinações, etc...) 
Ideosensoriais: Resposta do sistema sensorialà ideias e 
emoções (ex: anestesia, calor, cócegas, etc...) 
Ideomotores: Resposta motora à ideias e emoções (ex: 
catalepsia, mãos ou olhos colados, levitação de braço, 
etc...) 
          Os fenômenos vão aumentando de complexidade 
na medida em que o hipnotista vai conduzido a 
experiência do sujeito dentro do loop. 
Basicamente, a ‘Imaginação’ cria ou estimula uma 
fisiologia (ideodinâmica), a ‘Fisiologia’ cria a noção de 
experiência (algo está acontecendo, o sujeito está 
vivenciando) e a experiência estabelece uma ‘Crença’ de 
que a hipnose está funcionando. Lembrando que a 
crença neste contexto é um tanto mais profunda que o 
ato consciente de acreditar ou não em hipnose. Vamos 
ver um exemplo na hipnose clássica: 
Após o pré-talk ¹ o hipnotista conduz a Pseudo-hipnose 
“Livro e Balões”. Sugere que o braço esquerdo do sujeito 
segura um objeto pesado como um livro, e o direito está 
leve e suspenso por balões de gás hélio amarrados no 
pulso 
              
 01 - Conversa prévia, onde o hipnotista constrói sua autoridade e 
tira resistências do sujeito.  
CAP 09 | O LOOP HIPNÓTICO NA AUTO -HIPNOSE
  INST ITUTO LAMBDA | 34
       Comumente o que se observa é: o braço esquerdo 
desce gradativamente enquanto que o direito vai 
levitando cada vez mais alto. 
               Vamos agora apontar onde cada elemento do 
loop entra nessa rotina: 
A etapa ‘imaginação’ se encontra na condução de toda 
ideodinâmica da experiência (inclusive da fisiologia). 
A fisiologia é estimulada pela Pseudo-hipnose: O braço 
esquerdo desce, pois, geralmente é mais fraco e 
consequentemente cansará mais rápido (se o sujeito for 
canhoto, colocamos os livros imaginários na mão direita). 
Logo, o sujeito experiencia os livros pesarem em sua mão 
esquerda e seu braço abaixar. Ele credita isso a sugestão 
do hipnotista. 
 O sujeito estabelece uma crença de que a hipnose está 
acontecendo. Essa crença alimenta por sua vez a 
Imaginação, ou seja, possibilitando o aumento da 
capacidade imaginativa de gerar fenômenos 
ideodinâmicos. O braço direito a partir daí começa a 
levitar. 
Enquanto que o ato do braço esquerdo descer, é algo 
fisiológico, o braço direito levitar é algo ideodinâmico. 
            
Esse é o funcionamento do loop, que gradativamente vai 
criando mais experiências ideodinâmicas e alimentando 
a crença, que por sua vez aumenta a capacidade da 
imaginação criar ideodinâmicas mais complexas. 
 A expectativa é utilizada na linguagem do hipnotista 
como um dos principais fatores de criação das 
ideodinâmicas.  
CAP 09 | O LOOP HIPNÓTICO NA AUTO -HIPNOSE
  INST ITUTO LAMBDA | 35
      Vejamos como ficam os elementos do loop hipnótico 
pela ótica do Protocolo Alexandre de Auto-hipnose: 
      Encerrar os processos: Diminuição da alternância da 
atenção, aumentando a potência da atenção e da 
imaginação. 
      Percebendo\criando fenômeno extra-cotidiano: 
Deste Modo, resolvemos o problema da porta fisiológica 
do loop hipnótico. Já não precisamos mais nos 
preocupar em como engajar a mente num processo de 
Pseudo-hipnose, e sim, buscar perceber na experiência 
interna, um fenômeno extra-cotidiano. 
      Transformando A em B: Nesta etapa utilizamos a 
imaginação para ir criando gradativamente novas 
experiências, que por sua vez irão gerar novas crenças, 
possibilitando o aumento da capacidade imaginativa de 
gerar ideodinâmicas mais complexas. 
      Voz mental e expectativa: Situamos a expectativa 
entre as transições ideodinâmicas, como uma “auto- 
hipnose conversacional”: ainda há a mesma dinâmica 
potencializadora da experiência, apenas criamos mais 
relações de causa e efeito: entre um fenômeno e outro, 
criamos a possibilidade de gerar um terceiro fenômeno. 
     Desta forma temos o loop: imaginação – criando o 
fenômeno extra-cotidiano (ideodinâmica), fisiologia – 
percebendo na experiência interna um fenômeno já em 
andamento, experiência – no momento em que 
criamos/percebemos um fenômeno extra-cotidiano e o 
transformamos, e crença – a cada transformação de 
fenômenos, possibilitando que a imaginação desenvolva 
mais ideodinâmicas. 
      E a expectativa participa como elemento criador de 
novas causalidades, possibilitando uma forma eficaz de 
proporcionar a autossugestão.  
RELATOS DE 
AUTO -HIPNOSE
CAPÍTULO 10
  INST ITUTO LAMBDA |  36
CAP 10 | O RAPÉ E O JAPAMALA
  INST ITUTO LAMBDA | 37
   Sempre que menciono nos espaços que frequento, 
que sou hipnólogo, presencio reações diversas. Desde 
fascínio e curiosidade à medo e repulsa. Confesso que já 
estou acostumado. Porém uma pergunta recorrente e 
que me rende debates interessantíssimos é: “hipnose 
tem a ver com espiritualidade?”. Minha resposta é 
sempre a mesma: “Não, e sim!”. Prossigo mencionando 
que a hipnose não é espiritual e sim uma série de 
processos psicológicos, ou como prefiro contextualizar: 
“Hipnose é uma técnica"¹. Depois de contextualizar o 
lado ‘científico’ da hipnose menciono que hipnose tem a 
ver sim com espiritualidade, uma vez que onde há 
espiritualidade geralmente há religiosidade, e onde há 
religiosidade geralmente há ritualidade, e onde há 
ritualidade sem sombra de dúvidas há hipnose. 
 Na cicloviagem ganhei dois presentes muito 
interessantes: um rapé Tsunu em Natal e um japamala 
em Fortaleza. O rapé é uma medicina indígena a base 
de tabaco e outras ervas e cinzas de árvores que são 
moídos. Seus efeitos variam muito de acordo com a 
ritualística e as ervas.  Já o japamala é um elemento da 
cultura oriental comumente associado ao Hinduísmo e 
ao Budismo. O japamala é como o rosário católico, 
geralmente possui 108 contas para meditar, tanto 
repetindo mantras quanto sincronizando a respiração.  
Utilizo uma ritualística ao consagrar o rapé que me 
proporciona uma experiência extra-cotidiana muito rica 
em autoconhecimento. Basicamente, silencio a mente e 
deposito o rapé na palma da mão esquerda, ponho um 
pouco do rapé no curipe² e aplico na narina esquerda 
pedindo esclarecimentos. Medito nas sensações, e 
depois aplico na narina direita com a expectativa de 
receber os esclarecimentos.  
01 - Compreender a hipnose como a "técnica que constrói estados" e não mais como "estado de transe", 
permite uma visão mais completa acerca da função do hipnotista, e de todos os fenômenos que a técnica 
pode configurar. Afinal, o que é transe? 
02 - Kuripe ou Tepi são instrumentos utilizados para a aplicação do rapé sagrado. Dentro da tradição 
indígena, não se "aspira" o rapé. Ele é sempre soprado por outra pessoa ou por quem vai tomar o rapé.
CAP 10 | O RAPÉ E O JAPAMALA
  INST ITUTO LAMBDA | 38
As sensações que o rapé tsunu proporcionam não são intensas, 
porém, por menor que seja a sensação extra-cotidiana, uma 
concentração adequada te permite alcançar sensações cada vez 
maiores. 
Acredito que as figuras espirituais representam arquétipos do 
inconsciente, e através destas metáforas o inconsciente pode nos 
trazer mensagens importantes. 
      Quando comecei a meditar com o japamala antes de 
consagrar o rapé, percebi que minhas experiências ficaram muito 
mais ricas e intensas no que diz respeito as mensagens do 
inconsciente. É maravilhoso quando o inconsciente traz respostas 
a dúvidas que nos afligiam. 
Por que o rapé e o japamala podem ser considerados como auto- 
hipnose? 
É simples, a meditação com o japamala cumpre a função de 
“aumentar a potência da atenção” uma vez que estabelece um 
foco. E a repetição, como sabemos, influencia muito o 
subconsciente. Meditar com o japamala é uma experiênciahipnótica por si só. 
           Já a consagração do rapé cumpre a função de “criar um 
fenômeno extra-cotidiano”, possuindo seu efeito hipnótico a 
depender da forma como é utilizado¹. 
Utilizo o rapé raramente quando sinto que preciso obter uma 
resposta do inconsciente, vivenciando muitas vezes experiências 
visuais. Mas um detalhe importante: O rapé tsunu não contém 
nenhuma substância com potencialidade psicodélica; o que o 
torna capaz de proporcionar alucinações é a natureza hipnótica 
do ritual no qual ele é utilizado. 
   Na cicloviagem, tirávamos nosso sustento das doações e das 
formações em Reiki xamânico Ma’heo’o que realizávamos em 
cada capital que passávamos. Estávamos hospedados num lugar 
chamado Aldeia Lua Branca, que fica na cidade de Maracanaú, 
onde iriamos realizar uma iniciação em reiki. Numa das noites de 
lua cheia, realizamos uma roda de tambor em volta da fogueira, e 
então decidi que iria meditar ali, ouvindo o som do tambor 
xamânico. Comecei fazendo respirações a cada conta do japamala 
e após o término das contas, consagrei o rapé. A sensação do rapé 
no sistema respiratório é um pouco desagradável, mas o tabaco 
logo traz uma sensação de leveza.       
          
1 - O rapé faz parte das medicinas ancestrais indígenas, e como toda a 
medicina não deve ser usada de forma exagerada e irresponsável, 
principalmente por conter substâncias como o tabaco.
CAP 10 | O RAPÉ E O JAPAMALA
  INST ITUTO LAMBDA | 39
       Começo então a colocar toda a atenção nas sensações,
enquanto que perifericamente o som dos tambores conduz.
Lembro que quando pararam de tocar os tambores eu continuei
meditando nas sensações, e então algo bem interessante
aconteceu: comecei a executar Pranayamas¹ muito complexos,
sem ao menos saber o básico sobre o assunto. Era como se meu
corpo soubesse exatamente como respirar e como controlar a
musculatura interna. Nesse momento apenas observei e deixei o
inconsciente continuar realizando o trabalho. Foi realmente uma
das experiências mais incríveis que vivenciei: Meu corpo alí,
executando algo de uma complexidade absurda,
automaticamente, como se eu tivesse desbloqueado uma
sabedoria ancestral, arquetípica, inconsciente. 
           Logo, processos emocionais começaram a ser trabalhados,
ressignificados, me proporcionando um outro patamar de
consciência, insights e sensações muito prazerosas. Lembro-me de
abrir os olhos e ver uma espada vermelha na minha mão direita,
que metaforicamente representava meu poder pessoal, e logo em
seguida fechar os olhos novamente. Quando as sensações foram
cessando fui abrindo os olhos novamente e me retirando para
dormir. Quando deitei, muitas sensações da experiência foram
retornando e acabei adormecendo. Quando acordei, era como se
eu estivesse completamente renovado, um ser humano novo
emocionalmente e fisicamente. Sem sombra de dúvidas que, a
junção do japamala, do rapé, da fogueira e do toque do tambor é
algo hipnoticamente poderoso.    
          
CAP 10 |  SONHO ACORDADO
      Estava abrigado num lugar chamado Paraíso dos Ventos no 
Ceará, onde iríamos abrir formações em Reiki Xamânico. Por falar 
nisso, o xamanismo é algo extremamente irracional. Mas não falo 
isso de forma pejorativa, muito pelo contrário, é justo por se apoiar 
em processos que estão além dos limites do consciente, que o 
xamã alcança a sabedoria e a ancestralidade do inconsciente. E 
quando se trata do inconsciente ou dos “níveis xamânicos de 
consciência” basicamente tudo é possível, mas, sem querer entrar 
no mérito do mundo Tonal e do mundo Nagual, vamos falar sobre 
as alucinações e delírios neste contexto. Uma das formas mais 
populares de autoconhecimento no xamanismo é a descoberta 
do seu animal de poder. E para isso existem diversos rituais. Irei 
destacar um ritual com espelho, simples, mas que funciona muito 
bem. E sim, também é auto-hipnose! 
          
CAP 10 | SONHO ACORDADO
  INST ITUTO LAMBDA |  40
Esta técnica requer um espelho e uma vela. Com uma das mãos 
segura-se a vela e com a outra segura-se o espelho em frente ao 
rosto. A vela deve circular entre o chakra¹ laríngeo e o frontal, no 
espaço entre o rosto e o espelho. O sujeito deve visar o espelho, 
intencionando que o seu animal de poder se apresente. A auto 
fascinação, somada ao estímulo da visão periférica pela vela, a 
expectativa no ritual, mais a sugestão: “quero ver meu animal de 
poder”, carregam todos os elementos capazes de gerar um delírio 
hipnótico. O que comumente acontece é que o rosto refletido no 
espelho começa a se distorcer, assumindo outras formas. As vezes 
o animal se apresenta surgindo repentinamente no espelho, ou 
trazendo sensações corporais, sons, comportamentos, etc. 
           No Paraíso do Ventos, costumava meditar todas as tardes. 
Iniciava sempre encerrando os processos do subconsciente, e 
então direcionava a atenção para as sensações que surgiam. 
Porém, num certo dia, os conteúdos do subconsciente 
começaram novamente a brotar, mas desta vez, dotados de 
importância e significado. Levei minha atenção às imagens. Eram 
símbolos, metáforas e insights. As informações linkavam de uma 
forma hiperveloz, até que sintetizaram a imagem de um homem, 
que parecia ser indiano. De alguma forma esta imagem trazia 
informações sobre mim, sobre minha condição no momento, e 
respostas para minhas angústias. A imagem deste indiano era tão 
nítida quanto num sonho. Foi uma experiência magnífica estar 
acordado de olhos fechados, sonhando! 
CAP 10 |  A PRIMEIRA VEZ QUE ALUCINEI COM O PROTOCOLO
Certa noite, iniciei uma auto-hipnose com a intenção de me 
autossugestionar para ter sonhos lúcidos. Comecei encerrando os 
processos. Depois levei a atenção para a experiência interna 
buscando alguma sensação. Minha testa estava pulsando, então 
resolvi que aquela sensação era boa o suficiente para iniciar a 
auto-hipnose. Comecei aumentando a intensidade da sensação 
com a minha imaginação. Costumo pensar num som que significa 
“pulsar” e junto ao som penso em uma luz, acendendo e 
apagando. Depois que aumentei este pulsar, transferi 
gradativamente este pulsar para os meus olhos. Aos poucos, fui 
imaginando a sensação caminhado da minha testa até os meus 
olhos, e meus olhos começaram a pulsar.  
01 - Chakra (चक◌्र) originaria do sânscrito, segundo a filosofia iogue, são centros energéticos dentro do 
corpo humano, que distribuem a energia (prana) através de canais (nadis) que nutre órgãos e sistemas.
CAP 10 | A PRIMEIRA VEZ QUE ALUCINEI COM O PROTOCOLO
  INST ITUTO LAMBDA |  41
Então pensei “como seria a sensação de sentir-me muito bem, 
quando esta pulsação retornar para minha testa?”. E a partir daí, 
coloquei toda a atenção em transferir novamente o pulsar dos 
meus olhos para a minha testa. Quando consegui, senti uma 
energia muito boa fluindo pelo meu corpo. Foi aí que percebi que 
tinha a capacidade de criar todo o tipo de fenômeno extra- 
cotidiano, somente por ter situado a  imaginação como condutora 
da experiência interna. Então, levei o pulsar para o centro da 
minha cabeça e abri os olhos. Mesmo de olhos abertos, todo o 
foco da minha atenção estava tão somente em sentir e imaginar o 
pulsar dentro da minha cabeça, que ficava cada vez mais intenso 
na medida em que me concentrava. Percebi que minha visão 
ficou um pouco distorcida, porém, sempre que a atenção buscava 
alternar para uptime, conscientemente a direcionava para 
downtime, na experiência extra-cotidina. 
 Neste momento pensei em exteriorizar a sensação para ver o que 
poderia acontecer. 
            Fui imaginando a sensação “saindo” de dentro daminha 
cabeça pela minha testa, e se projetando vagarosamente no 
espaço. Então algo interessante aconteceu: fumaças como uma 
obnubilação¹  começaram a surgir e se movimentar lentamente 
pelo espaço. Este tipo de obnubilação provocada, era 
intencionalmente moldável pela minha imaginação, mas ainda 
obedecendo um processo gradual, lento. Comecei a molda-la 
gradativamente em formas abstratas. Entre uma transformação e 
outra, criei a expectativa com a voz mental de que, quando as 
formas ficassem mais nítidas, eu iria sentir um bem-estar intenso. 
As obnubilações foram ficando cada vez maiores e mais intensas. 
            Percebi alguns padrões semelhantes aos da ayahuasca e 
por um instante me assustei, afinal, uma experiência de ayahuasca 
pode ser bem difícil às vezes. Então, busquei rapidamente levar 
minha atenção para uptime e imediatamente as imagens 
sumiram. Bastando somente que piscasse os olhos e olhasse para 
outro lugar no espaço. Desde então, ativar as obnubilações 
hipnóticas tem sido cada vez mais fácil, e moldá-las tem sido cada 
vez mais rápido. Porém, por vezes as alucinações vêm carregadas 
de conteúdos metafóricos. É preciso estar preparado para olhar de 
frente aquilo que passamos a vida toda ignorando. 
01 - Rebaixamento do nível de consciência: perturbação do sentido da 
visão, que dá a impressão de que os objetos são vistos através de uma 
nuvem. 
CONSIDERAÇÕES F INAIS
  INST ITUTO LAMBDA |  42
Produzir alucinações e delírios é uma capacidade maravilhosa e 
acessível à quem busca insistentemente, e o desenvolvimento da 
habilidade de gerar fenômenos hipnóticos em si mesmo depende 
única e exclusivamente de você! 
 É inalienável! Não permita que sua vontade e esforço sejam 
menores que a resistência que suas crenças limitantes te impõem! 
É responsabilidade inteiramente sua transformar todo o potencial 
que seu corpo e sua mente possuem, em realidade. 
Aliás, transformar a realidade tem sido uma das coisas mais 
fantásticas que a hipnose me proporcionou! 
                      Obrigado por estudar este material! 
Espero que os conceitos aqui apresentados tenham somado de 
alguma forma na sua caminhada! 
Qualquer dúvida sobre a aplicação deste Protocolo, entre em 
contato pelo site do Instituto Lambda (Institutolambda.com) 
ou envie um e-mail diretamente para mim, ficarei honrado em te 
ajudar! 
 (felipe.alexandre.teatro@gmail.com) 
RESUMO DO PROCOLO ALEXANDRE DE AUTO -HIPNOSE
  INST ITUTO LAMBDA | 43
01 - Encerrar processos | Aumentar Potência da Atenção 
(Meditação do observador desassociado) 
02 - Criar | Perceber fenômeno extra-cotidiano 
(ex: Pulsações, formigamentos, sons intracranianos,etc...)   
  
03 - Transformar fenômeno 'A' em fenômeno 'B' 
(ex: Mudar fenômeno de natureza ou de lugar: 
Transformar pulsação em formigamento, mudar pulsação 
da mão direita para a mão esquerda, etc...) 
04 - Voz Mental e Expectativa 
(ex: Utilizar a voz mental para criar possibilidade: “Quando 
o fenômeno ‘C’ se transformar no ‘D’ irei sentir meu braço 
levitar”. 
Levar em consideração uma linguagem eficaz, que gere 
pesquisas transderivacionais e que possibilite ao 
servomecanismo “responder” de forma adequada). 
- Para produzir alucinações visuais - 
05 - Colocar atenção consciente em Downtime e o 
campo visual na 'jurisdição' do subconsciente! 
(ex: Colocar toda a atenção consciente numa experiência 
interna enquanto mantêm-se os olhos abertos) 
06- Exteriorizar fenômeno extra-cotidiano para o campo 
visual 
(ex: Imaginar que o fenômeno extra-cotidiano se projeta 
gradativamente para o campo visual) 
 O CRIADOR DO PROTOCOLO
INST ITUTO LAMBDA | 44
 Felipe Alexandre da Mota 'Arché' é ator, 
hipnoterapeuta, artista de processos e 
criador da plataforma Arqué Onírico de 
arte em estados não ordinários de 
consciência. Desenvolve trabalhos com 
anahuasca e performance art. 
Cofundador do Instituto Lambda 
@FEL IPE .ARCHE
FEL IPE ALEXANDRE (ARCHÉ )
FEL IPE .ALEXANDRE .TEATRO@GMAIL .COM
SOBRE O INST ITUTO
INST ITUTO LAMBDA | 45
 O Instituto Lambda elabora e oferece 
serviços educacionais, treinamentos, 
cursos e eventos de entretenimento. 
Realiza pesquisas em desenvolvimento 
pessoal e estados não ordinários de 
consciência. Excelência em treinamentos, 
hipnoterapia e desenvolvimento pessoal. 
@LAMBDAINST ITUTO
INST ITUTO LAMBDA
LAMBDAINST ITUTO@GMAIL .COM
REFERÊNCIAS
I INST ITUTO LAMBDA |  46
Anthony Jacquin. A Realidade é Plastica - Arte da Hipnose 
Impromptu. 2017. 
Dr. F. Caprio ; J. R. Berger. Curando-se Com a Auto-hipnose. 1998. 
Émile Coué. O Domínio de Si Mesmo Pela Auto-Sugestão 
Consciente. 1970. 
EE Schenberg ; J. F. M. Alexandre ; R. Filev, A. Mascioli C. ; J. R. Sato ; 
Suresh D. M. ; M. Yonamine ; M. Waguespack ; I. Lomnicka ; Steven 
A. Barker ; D. X. da Silveira. Acute Biphasic Effects of 
Ayahuasca. 2015. 
Gilberto Icle. . O Ator como Xamã. 2010. 
Lawrence LS. Meditação Transcendental. 1974. 
Marcelo Maia. Hackeando Mentes. 1998. 
James Tripp. Hipnose - Para Além do Mito do Transe. 2017. 
Karl Weissmann. O Hipnotismo - Psicologia, técnica e 
aplicação. 1958. 
Patrícia Maria Uchôa Simões. Análise de Estudos sobre Atenção 
Publicados em Periódicos Brasileiros. 2014. 
Robert Cialdini. As Armas da Persuasão. 1984. 
I N S T I T U T O
L AMBDA
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Felipe Arché

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