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Apostila Sentença e Nulidades 2016

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1 
 
UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
 
 
 
 
 PROFESSOR: JOSÉ DOMINGOS FILHO 
 
 
 
 
 
 
2016 
 
2 
 
1. PROCESSO E PROCEDIMENTO 
 
O Código de Processo Penal trata dos procedimentos no seu 
Livro II, o qual se intitula “Dos Processos em Espécie” e se subdivide 
em três capítulos, sendo os dois primeiros: 
 
a) Do Processo Comum: compreendia o rito referente aos 
crimes apenados com reclusão e dos crimes de 
competência do Júri. 
 
b) Dos Processos Especiais: regulava o procedimento 
relativo aos crimes falimentares; aos crimes contra a 
honra; contra a propriedade imaterial; procedimento 
sumário; restauração de autos e aplicação de medida de 
segurança por fato não criminoso. 
 
A doutrina tece uma série de críticas a sistematização 
elaborada pelo Código de Processo Penal. Diz-se, em primeiro lugar, 
que o Livro II não disciplina “processos”, mas sim procedimentos ou 
formas procedimentais. As expressões mencionadas não são 
sinônimas; processo é o meio do qual o Estado se vale para exercer 
seu poder jurisdicional (vide art. 5º, LIV, da CF), enquanto 
procedimento corresponde à seqüência de atos encadeados que 
levam à prolação de uma sentença. 
 
O processo corresponde à soma e ao conjunto de atos 
processuais, interligados pelos vínculos da relação jurídica processual 
(as diversas situações jurídicas processuais ativas e passivas, isto é, o 
ônus, deveres, sujeições, obrigações, poderes e faculdades, que se 
traduzem num complexo e dinâmico vínculo entre os sujeitos do 
processo). 
 
Procedimento: equivale ao aspecto exterior, visível do 
processo, pois significa, tão-somente, a seqüência de atos 
processuais, ordenados lógica e cronologicamente entre si, tendentes 
à prolação de uma sentença. 
 Percebe-se, assim, que o processo é mais abrangente, o qual 
engloba, em sua definição, a noção de procedimento, aliada à idéia de 
relação jurídica processual. 
 
3 
 
1.1. A nova sistemática dos procedimentos penais 
 
Alguns equívocos dogmáticos apontados foram corrigidos 
pela Lei 11.719, de 20 de junho de 2008. A referida lei foi publicada no 
Dário Oficial, de 23 de junho de 2.008, com o prazo de 60 dias para a 
sua entrada em vigência. 
 
O artigo 394 declara que o “procedimento será comum ou 
especial”. Dispõe, ainda, que o procedimento comum se divide em 
ordinário, sumário ou sumaríssimo. 
 
Os procedimentos especiais remanescentes no âmbito do 
CPP são a) do Júri (arts. 406 a 497); b) dos crimes funcionais 
afiançáveis (arts. 513 a 518); c) dos crimes contra a honra de ação 
privada (arts. 519 a 523), quando não atingidos pela Lei nº 9.099/95; 
d) dos crimes contra a propriedade imaterial (arts. 524 a 530-I); e) da 
restauração de autos (arts. 541 a 548). 
 
Os crimes falimentares seguem o procedimento comum 
sumário, por força do art. 185 da Lei nº 11.101/2005. 
 
Podemos sintetizar as formas procedimentais, da seguinte 
forma: 
Procedimento Comum: Ordinário; Sumário e 
Sumaríssimo. 
 
Procedimento Especial: Crimes funcionais 
afiançáveis; Júri; Crimes contra a propriedade imaterial; 
crimes contra a honra de ação privada e Restauração de 
autos. 
 
1.2. Demais inovações introduzidas pela Lei 11.719/2008 
 
Em síntese, pode-se dizer que a mencionada lei trouxe ao 
processo as seguintes inovações: 
 
a) Confere ao Juiz a possibilidade de fixar, na sentença, valor 
mínimo para a reparação dos danos civis causados pela infração (sem 
prejuízo de eventual complementação desse valor a ser apurada em 
liquidação de sentença 0- art. 63, § Único). 
 
b) Especifica, no art. 257, as atribuições do MP no processo 
penal. 
 
4 
 
c) Introduz a citação por hora certa no processo penal, 
cabível quando o acusado, propositadamente, se furtar ao 
recebimento da citação pessoal. 
 
d) Reformula a disciplina da emendatio libelli e da mutatio 
libelli; 
 
 
e) Moderniza a classificação para os procedimentos penais. 
 
f) Dispõe sobre a resposta escrita do acusado antes do 
exame da admissibilidade da denúncia, criando a possibilidade do Juiz 
absolver sumariamente o acusado. 
 
g) Cria a audiência única para os procedimentos ordinário e 
sumário. 
 
1) Procedimento Comum 
 
O procedimento comum se divide em ordinário, sumário e 
sumaríssimo. 
Antes da Lei nº 11.719/2008, o procedimento comum 
ordinário aplicava-se aos crimes apenados com reclusão (salvo se 
houvesse rito especial) e o sumário, àqueles punidos com detenção. 
 
Com a nova sistemática introduzida pela mencionada lei, 
modificou-se o critério para a definição dos ritos: 
 
a) O procedimento ordinário (arts. 395 a 405) será aplicável 
quando a acusação tiver por objeto crime cuja sanção 
máxima cominada for igual ou superior a 4 anos de pena 
privativa de liberdade; 
 
b) O procedimento sumário(arts. 395 a 399 e 531 a 536), 
quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima 
cominada seja inferior a 4 aos de pena privativa de 
liberdade. 
 
5 
 
c) O procedimento sumaríssimo: continua aplicável para as 
infrações penais de menor potencial ofensivo, na forma da 
lei 9.099/95, com redação dada pela Lei nº 11.313/2006 e 
nas infrações penais de menor potencial ofensivo, quando 
o juizado criminal encaminhar ao juízo comum as peças 
existentes para a adoção de outro procedimento – (art. 77 
§ 2º da Lei 9.099/95) – art. 538, CPP 
 
1.3. Regras procedimentais aplicáveis à fase postulatória 
dos ritos ordinário e sumário 
Os arts. 395 a 399 do CPP contêm disposições atinentes à 
chamada fase postulatória do procedimento. Cuida-se de regras 
aplicáveis aos ritos ordinário e sumário. 
a) Denúncia – petição inicial no processo penal instaurado 
para a apuração de crime de ação penal pública (condicionada ou 
incondicionada) – Requisitos da denúncia – art. 41, do CPP; ou 
Queixa Crime: petição inicial dos crimes de ação penal privada – 
Requisitos do art. 41 do CPP. 
 
b) Rejeição da inicial: artigo 395 – a denúncia ou queixa será 
rejeitada quando: a) manifestamente inepta; b) faltar pressuposto 
processual ou condição para o exercício da ação penal; c) Faltar justa 
causa para o exercício da ação penal. 
OBS: Da rejeição da denúncia cabe Recurso em Sentido 
Estrito (art. 581, I, do CPP). 
 
c) Do Recebimento da Denúncia ou queixa: Não sendo o 
caso de rejeição (art. 395), o Juiz receberá a denúncia (ou a queixa) e 
ordenará a citação do acusado para oferecer resposta escrita, no 
prazo de 10 dias. O prazo para a resposta começara a correr do 
cumprimento do mandado de citação pessoal ou da citação por hora 
certa. 
d) Citação: é o ato processual por meio do qual se dá ao 
acusado conhecimento oficial da acusação; se abra a oportunidade 
para que ele produza a defesa e se forma a relação jurídica 
processual. 
 
e) Resposta Escrita (artigo 396-A) – O acusado deverá 
apresentar resposta escrita à acusação em até 10 dias contados do 
efetivo cumprimento do mandado. A resposta escrita constitui o 
primeiro documento adequado para a defesa: arrolar testemunha; 
argüir preliminares (ex. a inépcia da denúncia); deduzir alegações que 
interessam a defesa do réu; oferecer documentos e justificações; 
especificar as provas que pretende produzir; 
6 
 
 
f) Absolvição Sumária (artigo 397) – Depois de notificada a 
defesa e apresentada à resposta escrita, o Juiz poderá absolver 
sumariamente o acusado, quando verificar: a) a existência manifesta 
de causa excludente de ilicitude do fato; b) a existência manifesta de 
causa excludente de culpabilidade do agente, salvo a 
inimputabilidade; c) que o fato narrado evidentemente não se constituicrime ou d) extinta a punibilidade do agente. 
 
OBS: Da decisão de absolvição sumária (cabe recurso 
de Apelação, nos termos do Art. 593, I, do CPP). 
 
g) Designação de audiência (artigo 399) – não sendo o caso 
de absolvição sumária (art. 397), o Juiz designará dia e hora para a 
audiência (uma), ordenando a intimação do acusado, de seu defensor, 
do MP e, se for o caso, do querelante e do assistente. 
OBS: O artigo 399 – prescreve que o acusado preso será 
requisitado para comparecer no interrogatório; 
Contém o princípio da identidade física do Juiz; até 
então inexistente em matéria de processo penal. 
 Audiência Una do procedimento comum ordinário 
(artigo 400): 
A audiência de instrução, debates orais e julgamento deverá 
ser realizada em até 60 dias contados do despacho a que alude o 
artigo 399 do CPP. 
 
De acordo com o CPP, haverá, salvo motivo de força maior 
ou necessidade de expedição de carta precatória (art. 222 do CPP), 
apenas uma audiência para inquirição do ofendido (se possível), das 
testemunhas de acusação e de defesa (em número de 08 – art. 401) e 
para o interrogatório do réu – nessa ordem. 
 
Na audiência uma deverão ocorrer, ainda, os 
esclarecimentos dos peritos, se houver prévio requerimento, as 
acareações e os reconhecimentos de pessoas ou coisas. 
 
Concluídas as provas, o MP, o querelante e o assistente e, a 
seguir, o acusado poderão requerer diligências cuja necessidade se 
origine de circunstâncias ou fatos apurados na instrução (art. 402). 
 
Senão houver requerimento de diligências, ou sendo 
indeferido, serão oferecidas as alegações finais orais por 20 minutos, 
respectivamente, pela acusação e pela defesa, prorrogáveis por mais 
7 
 
10, proferindo o Juiz, a seguir, a sentença (art. 403). O CPP permite a 
conversão dos debates orais em memoriais escritos (art. 403 § 3º), 
sempre que reputar o caso complexo ou houver excessivo número de 
acusados. 
 
Nesses casos, o Juiz concederá às partes o prazo 
sucessivamente de 5 dias para a apresentação de memoriais e, 
depois de apresentadas as manifestações profira a sentença em 10 
dias. 
 
Havendo diligência considera imprescindível (por exemplo, 
exame de incidente de insanidade mental ou audiência de testemunha 
referida em audiência), a qual pode se dar por força de determinação 
judicial (de ofício) ou mediante requerimento das partes, a audiência 
será concluída sem as alegações finais (art. 404). Concluídas as 
diligências determinadas, as parte apresentarão, no prazo sucessivo 
de 5 dias as alegações finais,por memorial, e, no prazo de 10 dias, o 
Juiz proferirá a sentença (art. 404, § único). 
 
O artigo 405 estabelece que, de todo o ocorrido em 
audiência, será lavrado termo em livro próprio, assinado pelo Juiz e 
pelas partes, contendo breve resumo dos fatos relevantes. 
 
De acordo com o art. 571, II, do CPP, o momento oportuno 
para se argüirem as nulidades relativas ocorridas durante a instrução 
criminal é o das alegações finais. Nulidades anteriores à fase 
instrutória devem ser argüidas pela defesa até a apresentação da 
defesa escrita. 
 
 OBS: Com o advento da Lei nº 11.690/2008, que modificou o 
art. 212 do CPP, a inquirição de testemunhas deixou de ser feita 
por intermédio do Juiz (sistema presidencialista de inquirição), de 
modo que se aplica o sistema da inquirição direta. Vale dizer que 
as perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à 
testemunha. 
 
 A inversão na ordem da oitiva de testemunhas – gera 
nulidade relativa; depende, portanto, da demonstração do efetivo 
prejuízo. 
 
 
 Audiência Una do procedimento comum sumário (artigo 
531) 
8 
 
 
Em se tratando de procedimento comum sumário, o prazo 
estabelecido para a realização da audiência de instrução debates e 
julgamento, contado do despacho previsto no art. 399 do CPP, é de 30 
dias. 
 
Na audiência (una) observa-se a mesma ordem de inquirição 
do rito ordinário, ou seja, realiza-se a inquirição do ofendido (se 
possível), a oitiva das testemunhas de acusação, depois a de defesa 
e, por último realiza-se o interrogatório do réu. A lei faculta às partes 
arrolarem até cinco testemunhas (art. 532). 
 
Deverão ocorrer os esclarecimentos dos peritos, se houver 
prévio requerimento das partes, as acareações e os reconhecimentos 
de pessoas ou coisas. 
O sistema de inquirição do ofendido e das testemunhas é o 
estabelecido n ao RT. 212 do CPP – sistema da inquirição direta. 
 
Depois do interrogatório do réu, seguem-se os debates orais. 
Diversamente do rito comum ordinário, a lei não prevê a possibilidade 
das partes requererem diligências (nada impede, contudo, que o Juiz 
acate eventual pedido nesse sentido, pelo princípio da busca da 
verdade real). 
 
Durante os debates orais, a acusação e depois a defesa terá 
a palavra por 20 minutos, prorrogáveis por mais 10, proferindo o Juiz, 
a seguir, a sentença (art. 534, caput). Havendo assistente de 
acusação, ele falará após o membro do Ministério Público, por 10 
minutos, prorrogando por igual período o tempo de manifestação da 
defesa (art. 534, § 2º). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
2. DA SENTENÇA PENAL 
 a) Conceito: 
“É uma manifestação intelectual lógica e formal emitida pelo 
Estado, por meio de seus órgãos jurisdicionais, com a finalidade de 
encerrar um conflito de interesses, qualificado por uma pretensão 
resistida, mediante a aplicação do ordenamento legal ao caso 
concreto”. (Fernando Capez) 
“É uma decisão proferida por um juiz de direito que encerra o 
processo definitivamente quanto ao mérito julgando procedente ou 
improcedente a acusação penal”. 
 b) Classificação das Sentenças ou Decisões 
No processo penal há várias espécies de atos jurisdicionais 
que encerram ou não o processo e que se destinam a movimentação 
procedimental. A sentença definitiva em sentido estrito é proferida 
sempre pelo juiz de direito solucionando a causa, julgando o mérito, 
condenando ou absolvendo o réu. 
É como dispõe o Código Processo Civil, em seu artigo 162: 
“A sentença é o ato pelo qual o juiz põe termo ao processo decidindo 
ou não o mérito da causa”. 
1) Decisões ou Sentenças em sentido amplo: 
Não encerram o processo e são assim classificadas: 
1.1. Interlocutórias simples: são as que dão solução às 
questões relativas à regularidade ou marcha processual, sem que se 
analise o mérito da causa (ex.: o recebimento da denúncia ou da 
queixa, a decretação de prisão preventiva); 
10 
 
1.2. Interlocutórias mistas: São as decisões com força de 
definitiva. Elas encerram uma etapa da relação processual, sem julgar 
o mérito. Elas subdividem-se, em: 
1.2.1. Interlocutórias mistas não terminativas: Encerram uma 
etapa procedimental, não o processo, como ocorre, por exemplo, a 
decisão de pronúncia no júri popular. 
1.2.2. Interlocutórias Mistas Terminativas: São as decisões 
com força de definitiva que encerram o processo sem o julgamento do 
mérito. Exemplo: decisão de rejeição da denúncia. Encerrou o 
processo logo no início, sem solucionar a lide penal. Outro exemplo é 
a decisão de impronúncia. Esta decisão no procedimento do júri 
popular encerra o processo, pois reconhece a ausência de 
materialidade e do indício de autoria. Mas não é decisão de mérito. 
2) Em sentido estrito: sentença: dão solução à lide, julgando o 
mérito da causa. Podem ser: 
a. Condenatórias: Quando julga procedente a pretensão punitiva 
do Estado fixando a pena que o réu deverá cumprir. Acolhem, total ou 
parcialmente, a pretensão punitiva; 
b. Absolutórias: Quando indeferem a pretensão punitiva do 
Estado, não dando acolhida a acusação feita pelo Ministério Público. 
Elas podem ser:I - Próprias: São aquelas que não acolhem a 
pretensão punitiva do Estado não importando qualquer sanção ao réu; 
II - Impróprias: São aquelas que embora não acolham 
a pretensão punitiva do Estado, mas reconhecem a prática da infração 
penal, impondo ao réu medida de segurança, uma vez que foi 
constatada a inimputabilidade do réu. 
11 
 
III - Terminativas de mérito: São as decisões 
definitivas. Elas julgam o mérito, mas não condenam e nem absolvem 
o réu. (ex.: sentença declaratória da extinção da punibilidade) 
3) Despacho de Mero Expediente: São as decisões que 
impulsionam o processo. Exemplo: Despacho de designação de 
audiência, de citação do réu e da intimação das partes. 
c) Requisitos (Parte Intrínseca da Sentença) 
 Relatório: (art. 381, I e II, CPP): histórico do processo. É um 
resumo dos autos do processo. Deve conter o nome das partes, a 
exposição resumida da acusação, da defesa, abrangendo desde a 
denúncia ou queixa até os expostos nas alegações finais de ambas as 
partes. É uma maneira da autoridade judiciária demonstrar que tomou 
conhecimento integral do processo, que efetivamente leu e se inteirou 
do processo. Trata-se de uma formalidade essencial da sentença. A 
sentença sem o relatório é ato nulo. 
Obs.: Importante anotar que o relatório é dispensável no caso de 
incidência da Lei 9.009/95 (art. 81, § 3º.). 
 Motivação: (art. 381, III, CPP): É a apresentação pelo juiz dos 
motivos, das razões, dos fundamentos que o fizeram absolver ou 
condenar o réu. Trata-se de uma garantia constitucional prevista no 
artigo 93, inciso IX, da CF. Todas as decisões devem ser 
fundamentadas sob pena de nulidade. O juiz analisa os fatos 
decorrentes das provas colhidas, valora as provas, analisa as regras 
de direito e os artigos de lei aplicáveis aos casos concretos visando à 
motivação a decisão. Todavia, não basta somente à motivação. O juiz 
deve ser coerente no desenvolvimento do ato de sentenciar. Não só a 
12 
 
ausência de motivação, mas, também, a contradição da motivação 
com relação ao fato a que se refere, torna a sentença nula. 
 Conclusão: (art. 381, IV e V, CPP): É nessa parte da sentença 
que o juiz põe termo ao processo julgando procedente ou 
improcedente a pretensão punitiva indicando os artigos de lei 
aplicados, sob pena de nulidade. Na parte anterior (motivação) o juiz 
analisa as regras de direito, analisa os artigos da lei; aqui, na parte 
dispositiva, ele aplica os artigos da lei como conclusão da 
interpretação anterior. É no dispositivo que o juiz aplica à pena ou 
declara a inocência do réu, absolvendo-o. 
 
A título de ilustração se a conclusão da sentença contrariar 
a motivação, se a parte dispositiva contrariar as razões invocadas na 
fundamentação, tem-se a denominada sentença suicida. Ex: O juiz 
analisa as provas no sentido da condenação do réu e na parte 
dispositiva expõe da seguinte forma: “Pelo exposto absolvo o réu 
fulano de tal”. Ora, tal sentença é nula, pois uma das partes da 
sentença contraria a outra. 
 
a) Correlação entre a Acusação e a Sentença 
É a regra segunda a qual o fato imputado ao réu na denúncia 
deve corresponder com o fato reconhecido pelo juiz na sentença, sob 
pena de violação dos princípios do contraditório e da ampla defesa. A 
sentença deve ser precisa, isto é, deve indicar a qualidade e a 
quantidade das penas e conter-se nos limites do pedido da acusação. 
Exemplo: O Promotor de Justiça na denúncia imputa a Tício um crime 
de lesão corporal de natureza leve. Não pode o juiz simplesmente 
condená-lo por lesão corporal de natureza grave, sem antes tomar 
algumas providências. Trata-se do princípio da vinculação temática, 
segundo o qual o réu só pode ser condenado por fato do qual ele se 
13 
 
defendeu. É a correlação entre a acusação do promotor de justiça e a 
sentença proferida pelo juiz de direito. O juiz não pode julgar o 
acusado extra petita, ultra petita ou citra petita, vale dizer, não pode 
desvincular-se o magistrado da inicial acusatória julgando o réu por 
fato que não foi acusado. Imagina que o promotor de justiça denúncia 
o réu por furto e o juiz entenda que se trata de um roubo e, sem 
qualquer medida, condena o réu por um crime mais grave. 
 
O pedido na denúncia não específica a pena. É sempre 
pedido de condenação pelo fato descrito na acusação. Na denúncia 
menciona-se o artigo da lei que o réu está incurso, mas não se 
específica a pena. É exatamente sobre o fato descrito na denúncia 
que o réu se defende. 
 
Numa denúncia, por exemplo, por lesão corporal o promotor 
de justiça não pede que se aplique uma determinada quantidade de 
pena. Ele relata os fatos e indica o artigo da lei, no qual Mévio está 
incurso. Pelo princípio da correlação o juiz deve se ficar adstrito a 
acusação. Caso o juiz, depois da instrução do processo, venha a 
entender que o fato se trata de outro crime, um crime mais grave, ele 
deverá tomar algumas medidas; ou seja, algumas decisões. 
 
No Código de Processo Penal vigora o princípio da jura novit 
cúria (o juiz conhece do direito). Deduz-se, daí, a famosa frase: narra-
me os fatos que eu te darei o direito. A errada classificação do crime 
não impede a prolação da sentença condenatória. O réu se defende 
do fato narrado pelo promotor de justiça na denúncia e não do artigo 
da lei, em que o órgão acusador esta pedindo para que ele seja 
incurso. 
Duas situações decorrem desse fato: 
14 
 
1. “Emedatio Libelli” (emenda da acusação) 
2. “Mutatio Libelli” (mudança da acusação) 
1. “Emendatio Libelli” (artigo 383, do CPP) 
O juiz poderá dar ao fato definição jurídica diversa, ainda que 
tenha que aplicar à pena mais grave. Definição jurídica diversa e não 
fato diverso. Nesse caso não se altera a peça acusatória. Há apenas 
uma correção, uma emenda da acusação. Exemplo: o promotor de 
justiça denúncia pelo delito de furto e não colocou na peça acusatória 
o artigo 155, do CP, mas o artigo 157, do CP. Nesse caso pode 
ocorrer a alteração. 
HIPÓTESES: 
1.1. A pena não se altera: O promotor de justiça descreve fato 
tipificado no artigo 168, do CP (apropriação indébita). Ao 
classificar o crime, ao lançar o artigo da lei ao final da 
denúncia e pedir a condenação do réu, ele não colocou o 
artigo 168, mas o artigo 155. No processo provou-se que o 
fato imputado foi verdadeiro. A apropriação indébita foi 
devidamente comprovada na instrução criminal. Então 
houve, na verdade, o crime de apropriação indébita, não 
obstante o promotor de justiça tenha elencado a artigo 
155, do CP, artigo este, referente ao crime de furto. O fato 
imputado foi verdadeiro, o juiz condena o réu no caput do 
artigo 168, do CP. No caso, as penas dos artigos 155 e 
168 são iguais e o juiz deverá mencionar o ocorrido na 
parte dispositiva da sentença. 
1.2. A pena poderá modificar para melhor: O promotor de 
justiça descreve na denúncia um fato tipificado no artigo 
180, do CP (receptação). Pena de 1 a 4 anos e multa. 
Depois da instrução criminal, na sentença o juiz pode 
condenar o réu não pela previsão legal do “caput”, mas no 
15 
 
§ 3º, do artigo 180, do CP, ou seja, 1 mês a um ano e ou 
multa. O promotor de justiça descreveu o fato e colocou o 
artigo de lei, no qual queria que o réu fosse incurso. O juiz 
entendeu que os fatos estavam provados, mas entendeu 
que o fato descrito pelo promotor não estava tipificado no 
caput, mas tipificado no § 3º, que havia uma pena menor. 
1.3. A pena modifica-se para pior: O promotor de justiça 
descreve o fato previsto no artigo 155, do CP, e capitula 
no caput. O juiz pode condenar o réu nas penas descritas 
no artigo 155, § 1º,do CP e a situação do acusado ficará 
agravada. O promotor descreveu os fatos que estão 
tipificados no § 1º, do artigo 155, do CP, com previsão de 
pena maior; entretanto, coloca o artigo de lei como sendo 
o artigo 155, caput, do CP. Encerrada a instrução criminal 
o juiz ao sentenciar entende que os fatos estão provados 
exatamente conforme o promotor descreveu, embora a 
capitulação não esteja correta. Então o juiz poderá 
emendar a acusação na parte dispositiva da sentença, 
lançando o artigo da lei correto, ainda que a pena seja 
mais grave. 
 
Nas hipóteses citadas não há surpresa para a defesa do réu. 
O que importa é o fato que o réu se defendeu. O juiz vai apreciar o 
fato e corrigir a qualificação jurídica penal. Ele vai corrigir apenas o 
artigo da lei. Não há prejuízo ao réu que se defende dos fatos. Ainda 
que a pena seja maior não haverá prejuízo ao réu. O juiz pode dar 
uma definição sem ouvir o réu. Não houve alteração dos fatos e 
apenas do artigo da lei. 
Esta é a posição majoritária da doutrina e jurisprudência e do 
STF. 
16 
 
 
2. “Mutatio Libelli” (artigo 384, do CPP) 
Hipótese totalmente diferente é a da mutatio libelli. Se no 
processo penal a acusação consiste nos fatos narrados pela denúncia 
ou queixa, quando se fala em mudança (mutatio) na acusação (libelli) 
está-se falando, necessariamente, em modificação da descrição fática 
constante da inaugural. Aqui não ocorre a simples emenda da 
acusação, mediante correção da tipificação legal, mas verdadeira 
mudança, com alteração da narrativa acusatória. A mutatio libelli 
implica no surgimento de uma prova nova, desconhecida no tempo do 
oferecimento da ação penal, levando a uma readequação dos 
episódios delituosos relatados na denúncia ou queixa. 
 
Assim, ao proferir a sentença final pode o juiz reconhecer a 
possibilidade de nova definição jurídica do fato, em conseqüência de 
provas existentes nos autos, de circunstâncias elementares não 
contidas explicita ou implicitamente na denúncia ou queixa. 
 
A previsão do artigo 384, do CPP, “em conseqüência de 
prova existente nos autos de elemento ou circunstância da infração 
penal não contida na acusação”. Elementares são componentes 
objetivos e subjetivos do tipo básico, ou seja, fundamental. Exemplo: 
no artigo 155, do CP, (furto): “Subtrair, para si ou para outrem, coisa 
alheia móvel”. Todas as elementares do crime de furto são 
consideradas circunstâncias que tipificam o crime, que tem essência 
do tipo penal. As circunstâncias são elementos que circundam o tipo 
penal. A sua presença pode aumentar ou diminuir a pena (são as 
qualificadoras). O tipo penal continua o mesmo. Exemplo: A violenta 
emoção afeta a pena do crime de lesão corporal (art. 124, § 4º), ou 
17 
 
seja, a presença dessa circunstância leva a uma diminuição da pena, 
mas não altera o tipo penal. 
 
O que o artigo 384 quer evidenciar é a possibilidade de uma 
nova definição jurídica do fato, porque a prova colhida ao longo da 
instrução demonstra estar presente qualquer elementar (componente 
do tipo básico) ou circunstância do crime (componente derivado) não 
explícita ou implicitamente na denúncia, ou na queixa. 
 
Se o réu não teve oportunidade de defender do fato novo 
que surgiu na colheita da prova é necessário, que ele possa se 
defender de novo fato. No artigo 384, do CPP fala-se de nova 
definição jurídica; enquanto o artigo 383, em diversa definição jurídica. 
 
Assim, durante a instrução criminal, por exemplo, uma 
mulher é denunciada por homicídio doloso, acusada de matar um 
recém-nascido qualquer. Durante a instrução, descobre-se que a 
vítima era seu filho e que a imputada atuara sob a influência do estado 
puerperal, elementos não constantes explícita ou implicitamente da 
denúncia. Por certo, não se trata de mera alteração na classificação 
do fato, havendo verdadeira modificação do contexto fático. A 
acusação mudou, não sendo caso de apenas corrigir a qualificação 
jurídica. Nessa hipótese, o caput artigo 384 prevê: 
 “Encerrada a instrução probatória, se 
entender cabível nova definição jurídica do fato, em 
conseqüência de prova existente nos autos de elemento ou 
circunstância da infração penal não contida na acusação, o 
Ministério Público deverá aditar a queixa ou a denúncia, no prazo 
de 5 (cinco) dias, se em virtude desta houver sido instaurado o 
processo crime de ação pública, reduzindo-se a termo o 
aditamento, quando feito oralmente”. 
 
18 
 
Desse modo, não pode o juiz condenar o acusado por 
qualquer crime por conduta diversa daquela apontada na denúncia ou 
na queixa sem a providência determinada no citado dispositivo legal, 
sob pena de nulidade. 
A providência é obrigatória mesmo que deva ser aplicada ao 
acusado pena menos grave. Assim, se o magistrado verifique fatos 
novos daqueles descritos na inicial, não pode ele absolver o réu de 
imediato, mas agir na forma do artigo 384, do CPP. Caso o condene 
sem a adoção da providência prescrita, em regra é nula a decisão, 
pois o acusado tem o direito de saber qual é a nova acusação para 
que ele possa defender-se. 
2.1. Procedimento de aditamento: 
A fase de colheita de provas – instrução criminal – pode 
demonstrar a existência de elementares ou circunstâncias não 
contidas na petição inicial. Imagina-se a seguinte hipótese: o promotor 
descreveu um delito de furto. Ouvida as a vítima e as testemunhas, 
verifica-se que o réu utilizou-se de “grave ameaça” para subtrair a res 
furtiva. Ocorreu na verdade, crime de roubo, sendo, portanto, casa de 
mudança da acusação (mutatio libelli). 
Assim uma vez encerrada a instrução, se o órgão do 
Ministério Público – em face da existência de elemento ou 
circunstância não contidas na acusação – entender cabível nova 
definição jurídica do fato, deverá requerer vista para aditamento da 
denúncia ou queixa (em caso de ação penal pública subsidiária), no 
prazo de 5 dias, sendo-lhe facultado, também aditar a peça acusatória 
oralmente em audiência, reduzida a manifestação a termo. 
Aditada a denúncia, podendo o Ministério Público arrolar até 
3 testemunhas, será aberta oportunidade para a manifestação da 
19 
 
defesa no prazo de 5 dias, que pode, da mesma forma, arrolar até 3 
testemunhas (art. 384, § 4º, do CPP). O juiz decidirá sobre o 
aditamento. 
Recebido o aditamento, o juiz, a pedido de qualquer das 
partes, designará dia e hora para a continuação da audiência, na qual 
serão ouvidas as testemunhas arroladas e a realização de novo 
interrogatório o acusado. Finda a instrução, haverá debates orais e 
julgamento. Por outro lado, se não recebido o aditamento, o feito 
prosseguirá (art. 384, § 5º). Contra a decisão de rejeição do 
aditamento, cabível recurso em sentido estrito, por aplicação extensiva 
do disposto do artigo 581, I, do CPP. Alguns autores entendem que o 
recurso será a apelação, com fundamento no artigo 593, II, do CPP. 
Feito o aditamento, o juiz a ele ficará vinculado na sentença, 
rejeitando, o magistrado julgará conforme o descrito na denúncia. 
Pode o juiz provocar o aditamento? Alguns doutrinadores 
entendem que não. A razão encontra respaldo na titularidade da ação 
penal que é privativa do Ministério Público, nos termos do artigo 129, I, 
da CF, cabendo, então, a ele a iniciativa do aditamento. Entretanto, se 
o órgão do Ministério Público não fizer o aditamento, o juiz aplicará o 
art. 28, do CPP, conforme previsão do § 1º, do artigo 384, do CPP, 
remetendo-se os autos ao Procurador-Geral de Justiça, chefe do 
Ministério Público, que poderá: a) aditar a denúncia; b) designar outro 
membro da instituição para que adite a denúncia; c) insistirna 
desnecessidade de aditamento. 
d) Sentença Absolutória: É aquela que julga improcedente 
a ação penal. São as hipóteses previstas no art. 386, do 
CPP. 
 
 
20 
 
 I - estar provada a inexistência do fato 
 
Os fatos descritos de maneira incontroversa que não existiu. 
Ex: Promotor de Justiça denunciou Tício pelo delito de furto de 
veículo. Verifica-se, na fase instrutória, que vítima esquecera o veículo 
no estacionamento e Tício nada tinha a ver com o furto descrito na 
acusação. Então o juiz absolverá Tício, porque está provada a 
inexistência do fato; ou seja, o delito de furto não existiu. 
 
II – Não haver prova da existência do fato 
Nesta hipótese, embora o promotor denúncia Tício por 
determinado fato, por exemplo, furto de uma bicicleta da vítima, não 
há elementos ou provas necessárias que comprova o fato. É diferente 
da previsão do inciso primeiro. Lá está provado que o fato não existiu. 
Aqui o fato existiu, mas não há prova da existência do fato. 
III – Não constitui o fato infração penal 
O juiz reconhece a existência do fato descrito na denúncia, 
mas conclui que o delito de estelionato imputado ao réu é uma fraude 
civil; ou seja, não se trata de um fato típico penal. O juiz absolve 
porque não constitui o fato uma infração penal. 
IV – Estar provado que o réu não concorreu para a infração penal 
O juiz deve absolver se não existir prova de autoria ou 
participação do acusado, no delito objeto da denúncia de autoria do 
ministério público. 
V – Não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal 
Os elementos probatórios carreados nos autos não 
demonstram ter o acusado, de qualquer forma, concorrido para a 
prática da infração penal. 
21 
 
VI – Existir circunstância que exclua ou isente o réu de pena, ou 
mesmo se houver fundada dúvida sobre a existência 
São as denominadas excludentes de ilicitude (legítima 
defesa, estado de necessidade, estrito cumprimento do dever legal e 
exercício regular de direito) e culpabilidade (exclusão de dolo e culpa), 
previstas no Código Penal. 
VII – Não existir prova suficiente para a acusação 
Neste caso se houver dúvida com relação às provas contra o 
réu opera-se o princípio “in dúbio pro réu”. Decorre do princípio da 
presunção de inocência. Havendo dúvida presume-se inocente o réu. 
f) Efeitos da Sentença Absolutória 
O juiz ao absolver o réu deverá colocá-lo em liberdade 
imediatamente, caso ele esteja preso (art. 386, CPP). No caso de 
absolvição imprópria, que é aquela em que o juiz absolve, mas aplica 
uma medida de segurança, que pode constitui em tratamento 
ambulatorial ou internação. 
g) Sentença Condenatória 
Sentença condenatória é aquela em que o juiz julga 
procedente a pretensão punitiva deduzida na peça acusatória, 
reconhecendo a responsabilidade do réu e lhe aplicando uma pena. 
Na sentença o juiz deverá proceder nos termos do art. 387, CPP. 
 i) Publicação (art. 389, 1ª parte): É a data da entrega em cartório, 
não da assinatura da sentença. Se a sentença é proferida em 
audiência ela é publicada no instante de sua leitura pelo juiz. Do 
contrário o juiz elabora a sentença por escrito e no momento em que 
ela é entregue no cartório é publicada. Enquanto não houver 
publicação, haverá um projeto de sentença. É com a publicação que 
22 
 
esta se transforma em ato processual, com notáveis conseqüências 
jurídicas. 
j) Efeito da Publicação: Uma vez publicada a sentença, que 
representa a entrega da prestação jurisdicional, nada mais resta ao 
juiz, porquanto a missão que lhe foi atribuída se cumpriu. Ela, agora, 
torna-se irretratável. O juiz não pode mais alterá-la. O reexame só é 
possível no juízo recursal. 
l) Intimação da Sentença (art. 390 a 392, CPP) 
A intimação da sentença é o ato pelo qual se dá 
conhecimento às partes de que a decisão foi proferida. Trata-se de ato 
de suma importância, pois é a partir dela que começa a fluir o prazo 
para a interposição de recurso. 
A intimação da sentença ao ministério público será feita 
pessoalmente. Quanto ao réu, esteja ela preso ou solto, será pessoal. 
Se for revel será intimado por edital. O defensor constituído ou dativo 
será intimado pessoalmente. 
De tudo, o importante é a fixação do momento em que se 
procede à intimação de uma sentença; pois, a partir de então, começa 
a fluir o prazo para a interposição de eventual recurso. 
m) Embargos de declaração 
Art. 382, CPP: “qualquer das partes poderá, no prazo de 2 
(dois) dias, pedir ao juiz que declare a sentença, sempre que nela 
houver obscuridade, ambigüidade, contradição ou omissão. 
 
 
23 
 
10. DA COISA JULGADA 
Os processos um dia devem chegar ao fim, terminar, 
cessando, assim, a lide, ou conflito. A partir do momento em que da 
sentença de mérito não mais couber recurso, fala-se em coisa 
julgada. Segundo Frederico Marques, coisa julgada é “a imutabilidade 
da entrega da prestação jurisdicional e seus efeitos, para que o 
imperativo jurídico contido na sentença tenha força de lei entre as 
partes”. 
Então, se prolatada a sentença e intimado as partes e 
nenhuma delas interpor recurso no prazo à decisão torna imutável, 
inalterada. Se as partes interpuserem recurso após a decisão do 
Tribunal, se não houver recurso, no prazo legal, também se torna 
imutável a decisão do venerável acórdão. 
 A coisa julgada pode ser: 
a) Formal: imutabilidade da sentença se opera dentro do 
processo em que a decisão foi proferida. O juiz não poderá 
mais reexaminar a questão, reabrindo o mesmo processo. 
b) Material: Quando a imutabilidade da sentença impede, no 
futuro, nova decisão sobre a mesma lide. No caso, os efeitos 
imutáveis da sentença irrecorrível sempre irradiam para fora 
do processo tratando-se de coisa julgada material. 
 
 
 
 
 
24 
 
3. DAS NULIDADES 
a) Conceito de nulidade: 
 
 “É um vício processual decorrente da inobservância de 
exigências legais capaz de invalidar o processo no todo ou em parte”. 
(Fernando Capez) 
“A nulidade é a uma sanção que, no processo penal, atinge a 
instância ou o ato processual que não estejam de acordo com as 
condições de validade impostas pelo direito objetivo”. (José Frederico 
Marques) 
 Duplo sentido: 
 Como vício: “... um vício ou defeito, ou seja, uma falha, uma 
imperfeição que pode tornar ineficaz o processo, no todo ou em parte”. 
 Como sanção: “é uma sanção que, no processo, o ato 
processual se considera em si e para todos os efeitos como não 
realizado” José Frederico Marques. 
O estudo das nulidades não pode ser feito senão à luz dos 
princípios e regras constitucionais atinentes ao processo penal. A 
Constituição de 1988 elencou inúmeros direitos e garantias individuais 
que, se não observadas maculam a persecução criminal. 
Assim, é de compreender, que o elenco trazido no processo 
penal, em seu art. 564 não exaure todas as hipóteses de nulidades 
existentes em nosso sistema. 
O processo em seu aspecto procedimental evoca a idéia de 
uma sucessão de atos finalisticamente orientados. No processo penal 
em decorrência do due processo of Law, tanto os procedimentos 
quanto os atos processuais devem atender o modelo preestabelecido 
25 
 
pelo legislador, dependendo sua validade da observância dos 
requisitos formais previstos em lei. Nesse sentido, pode-se falar em 
“procedimento tipificado” e “ato processual típico”. Ato praticado em 
desconformidade com o modelo legal dá-se o nome de atípico, que 
pode configurar nulidade, conduzindo a repetição do ato e causando o 
retardo da prestação jurisdicional. 
Assunto intrincado no CPP 
 
 Quando anulidade do ato processual não pode ser sanada, a 
nulidade é absoluta; 
 
 Quando pode ser sanada, é relativa. 
 
ATO PROCESSUAL TÍPICO 
 
 É o modelo do ato 
 É a correspondência do ato realizado com o descrito na lei. 
 
Objetivo do tipo: regular o procedimento para o ato alcançar um fim. 
Exemplo: sentença – art. 381 CPP; denúncia – art. 41 CPP; mandado 
de citação – art. 352 CPP. 
Atipicidade: é o ato processual que não se amolda à descrição da lei. 
 É o ato processual imperfeito 
LEMBRETE: “O processo penal brasileiro é formal, com regras 
específicas estabelecidas em lei, de modo a garantir às partes a 
regularidade no desenvolvimento dos atos processuais, sem que 
haja abuso do juiz, que, em virtude do impulso oficial, conduz o 
processo até o seu deslinde. Portanto as nulidades compõem o 
quadro necessário de avaliação das provas, privilegiando-se, na 
sua inteireza os princípios do contraditório e da ampla defesa, 
tudo a compor o devido processo legal. Sem regras e 
formalidades, o Estado-juiz pode cercear a atividade das partes, 
bem como fica impedido de coibir o abuso tanto da acusação, 
quanto da defesa, durante o desenrolar da instrução”. (Guilherme 
de Souza Nucci) 
26 
 
b) Classificação (dos vícios processuais) 
1) Irregularidade: refere-se a atos processuais que, embora 
realizados em desconformidade com a forma legal, tendo em vista que 
o legislador tomou a forma apenas como meio para a consecução de 
determinado fim, não acarreta invalidação do ato. A existência de atos 
irregulares evidencia que o legislador a forma como simples meio para 
a consecução de determinado fim. Os atos irregulares não precisam 
ser renovados nem retificados. 
Características: 
 formalidade estabelecida em lei; 
 exigência sem qualquer relevância para o processo; 
 não visa garantir interesse de nenhuma das partes; 
 a formalidade tem um fim em si mesma; 
 não invalida o ato e não faz qualquer conseqüência 
para o processo. 
O ato irregular é um ato imperfeito, atípico, mas não tem 
sua eficácia excluída, salvo que causar prejuízo a alguma das partes 
ou influir na decisão da causa. Exemplos: 
a) Testemunha analfabeta – a assinatura é a rogo, mas 
o juiz manda constar no termo esse fato – art. 216, 
CPP; 
b) Alegações orais por memoriais; 
 
c) Nos crimes penados com reclusão uma das partes 
arrola 12 testemunhas (art. 398 – o limite é 8) 
 
27 
 
2) Nulidade relativa: Viola exigência estabelecida pelo ordenamento 
legal (infraconstitucional), estabelecida no interesse predominante das 
partes. A formalidade é essencial ao ato, pois visa resguardar o 
interesse de um dos integrantes da relação processual. O 
reconhecimento dessa espécie de nulidade depende de argüição da 
parte e demonstração de prejuízo, caso contrário a nulidade será 
considerada sanada. 
Características: 
 Formalidade estabelecida em lei (norma 
infraconstitucional); 
 Finalidade de resguardar um direito da parte; 
 Interesse predominante das partes; 
 Possibilidade de ocorrência de prejuízos; 
 Necessidade de se provar a ocorrência de efetivo 
prejuízo, sob pena de preclusão; 
 Necessidade de pronunciamento judicial para o seu 
reconhecimento. 
Exemplos: arts. 563, 565, 566, 569, CPP; art. 572, I, II, III, CPP; art. 
383, CPP, etc. 
3) Nulidade absoluta: Diz-se absoluta a nulidade que deve ser 
reconhecida de ofício pelo juiz, pois o vício atinge um interesse 
público, normalmente consubstanciado no atendimento aos princípios 
que integram o devido processo legal em seu aspecto formal. Por 
essa razão, o prejuízo, nos casos de nulidade absoluta é presumido. 
Também no caso de violação de preceito constitucional estaremos 
diante de nulidade absoluta. Ela pode ser alegada e reconhecida a 
qualquer tempo, não sendo possível de convalidação. 
28 
 
Características: 
 Há ofensa direta a princípio constitucional do 
processo; 
 A regra desatendida tutela interesse de ordem 
pública, e não mero interesse das partes; 
 O prejuízo é presumido, prescindindo de 
demonstração; 
 Não ocorre preclusão. O vício jamais se convalida; 
 Depende de pronunciamento judicial para ser 
reconhecida. 
Exemplos: art. 93, IX, CF – (fundamentação da 
sentença); hipóteses do art. 564, III, CPP; Conselho de 
Sentença com 5 jurados (art. 564, III; art. 564, I e II, CPP. 
4) Inexistência: ato inexistente é aquele que não reúne elementos 
nem sequer para existir como ato jurídico. É o não-ato, que não está 
apto a produzir qualquer efeito jurídico, independendo, portanto, de 
provimento judicial quanto a sua invalidade, bem como não admitem 
qualquer forma de convalidação. Devem sempre ser renovados. 
OBS: Criação da doutrina e da jurisprudência. Ex: sentença não 
assinada pelo juiz que a prolatou é um ato inexistente 
 É um não ato – ato processual desprovido de elemento essencial 
para sua constituição. 
 Não se anula ato inexistente. Como anular um ato que não existe? 
c) Nulidade em inquérito policial 
Tratando-se de mero procedimento administrativo, destinado, 
primordialmente, a forma a opinião do Ministério Público, a fim de 
saber se haverá ou não acusação contra alguém, não apresenta 
29 
 
cenário para a proclamação de nulidade de ato produzido durante o 
seu desenvolvimento. 
Se algum elemento de prova for produzido em desacordo 
com o preceituado em lei, cabe ao magistrado, durante a instrução – e 
mesmo antes, se for preciso – determinar que seja refeito. 
d) Princípios que regem as nulidades 
1) Princípio do prejuízo ou da transcendência: art. 563, CPP. 
 Representado pelo brocardo francês: PAS DE NULITTÉ 
SAN GRIEF 
Art. 563, do CPP: “Nenhum ato processual será declarado 
nulo, se da nulidade não tiver prejuízo para uma das partes” 
Esse princípio não se aplica a nulidade absoluta, na qual o 
prejuízo é presumido, sendo desnecessária a sua demonstração. 
Somente quanto às nulidades relativas aplica-se este princípio, dado a 
exigência de comprovação do efetivo prejuízo. Atualmente, a 
tendência da jurisprudência é não se apegar a fórmulas sacramentais, 
deixando, portanto, de decretar eiva quando o ato acaba atingindo a 
sua finalidade, sem causar gravame às partes. 
 Em regra, a ofensa a princípio constitucional implica 
nulidade absoluta ressalvada a disposição da Súmula 523 do STF: 
“No processo penal, a falta de defesa constitui nulidade absoluta, 
mas a sua deficiência só anulará se houver prova de prejuízo 
para o réu”. 
Conclui-se que somente quando houver prejuízo para as 
partes ou para o próprio processo deverá ser reconhecida a nulidade 
do ato processual praticado em desacordo com os preceitos legais. 
30 
 
2) Princípio da instrumentalidade das formas: art. 566, CPP 
A forma não pode ser considerada um fim em si mesma, ou 
um obstáculo insuperável, pois o processo é apenas um meio para a 
solução dos conflitos, e não um complexo de formalidades 
sacramentais e inflexíveis. 
Assim, dispõe o artigo 566, do CPP: “Não será declarada 
nulidade de ato processual que não houver influído na apuração da 
verdade substancial ou na decisão da causa”. 
O artigo 572, II, reforça esse entendimento, ao prescrever 
que certas irregularidades serão relevadas, “se, praticado por outra 
forma, o ato tiver atingido o seu fim”. 
3) Princípio da causalidade ou da seqüencialidade: art. 573, §§ 1º. 
E 2º., CPP 
O procedimento compõe-se de uma série de atos 
concatenados e ordenados de forma a alcançarem um fim, um 
objetivo. Os atos não são isolados, portanto. Assim, a nulidade de um 
ato, uma vez declarada, causará a nulidade dos atos que dele 
diretamente dependam; ou seja,conseqüência, cabendo ao juiz que 
pronunciar a nulidade declarar os atos a que ela se estende. 
Prescreve o artigo 573, § 1º: “a nulidade de um ato, uma 
vez declarada, causará a dos atos que dele diretamente 
dependem, ou seja, conseqüência”. Assim, por exemplo, é colhido 
um depoimento de testemunha de defesa, antes de encerrada a 
colheita de prova oral acusatória, basta que se anule o testemunho 
prestado antes do momento processual correto, sem necessidade de 
invalidar os depoimentos prestados pelas testemunhas de acusação. 
31 
 
Contudo, no caso de nulidade da citação, anulados serão 
todos os atos seguintes, em razão da relação de dependência dos 
demais atos daquele. 
4) Princípio do interesse: art. 565, CPP 
Prescreve o artigo 565, do CPP: “Nenhuma das partes 
poderá argüir nulidade a que haja dado causa, ou para que tenha 
concorrido, ou referente à formalidade cuja observância só à 
parte contrária interesse”. 
Duas regras: 
1ª.) proíbe, de maneira absoluta, que a parte invoque nulidade a que 
haja dado causa ou para qual, de algum, tenha contribuído. Ninguém 
pode tirar proveito da própria má-fé ou malícia. 
2ª.) exige que a parte tenha interesse na decretação da nulidade, ou 
seja, ninguém pode alegar nulidade que só interesse a outra parte. 
Trata-se da falta de interesse processual, decorrente da 
ausência de prejuízo. A lei também não reconhece o interesse de 
quem tenha dado causa à irregularidade. 
5) Princípio da convalidação: art. 572, I, CPP 
As nulidades relativas estarão sanadas, se não forem 
argüidas no momento oportuno (art. 571, CPP), que estabelece o 
momento em que as nulidades relativas devam ser alegadas, sob 
pena de convalidação do ato. O instituto da preclusão decorre da 
atividade processual; processo etmologicamente, significa “marcha 
para frente”, e, sendo assim, não teria sentido admitir-se que a 
vontade das partes pudesse, a qualquer tempo, provocar retrocesso a 
etapas já vencidas no curso procedimental. 
32 
 
Outros casos de convalidação: arts. 569 e 570 CPP. 
6) Princípio da não-preclusão e do pronunciamento ex officio: 
As nulidades não precluem e podem ser reconhecidas 
independentemente de argüição pela outra parte. Tal princípio é 
aplicável somente às nulidades absolutas, uma vez que estas 
independem, para sua declaração, de argüição oportuna, podendo ser 
declarado de ofício, pelo juiz ou Tribunal, a qualquer tempo, enquanto 
a decisão não transitar em julgado. 
e) Nulidades em espécie 
 Art. 564: elenco das nulidades: 
 
I - Incompetência, suspeição e suborno do juiz 
b) Incompetência 
Em cumprimento ao princípio do juiz natural, garantido 
constitucionalmente, ninguém será processado ou julgado senão pelo 
juiz indicado previamente pela lei ou pela própria Constituição. Por 
isso que as regras de competência devem ser observadas, sob pena 
de nulidade. 
Em relação à incompetência, há que distinguir as hipóteses 
de incompetência absoluta e incompetência relativa. Quando se tratar 
de incompetência em relação da matéria ou da pessoa, absoluta, 
portanto, o processo será nulo, não aproveitando quaisquer atos 
porventura realizados. Cuidando-se de incompetência em razão do 
local, a regra é outra. De acordo com o artigo 567, do CPP, a 
incompetência do juízo anula somente os atos decisórios, 
permanecendo válidos todos os demais atos processuais realizados, 
33 
 
devendo o processo, quando for declarada a nulidade, ser remetido ao 
juízo competente. 
c) Suspeição 
Um processo conduzido por juiz suspeito será igualmente 
nulo, e inválidos os atos por ele praticados. A suspeição é causa de 
nulidade absoluta. Há posição doutrinária que entende necessária a 
manifestação, para que ocorra a anulação dos atos processuais 
praticados pelo juiz. As hipóteses de suspeição estão elencadas no 
artigo 254, do CPP. 
d) Suborno 
Haverá nulidade absoluta no caso de suborno do juiz. Serão 
declarados nulos, portanto, os atos praticados por juiz corrupto. 
Abrange a desonestidade do juiz com seu dever de ofício, podendo o 
fato também constituir crime (concussão, corrupção ou prevaricação). 
II - Ilegitimidade de parte 
 
No silêncio da lei, tem-se entendido que o dispositivo se 
refere tanto à ilegitimidade ad causam quanto de ilegitimidade ad 
processum. Quando houver legitimidade para a causa, a nulidade será 
absoluta, por exemplo, na hipótese de ação penal movida contra 
menor de 18 anos – ilegitimidade passiva -, ou na hipótese de ação 
privada iniciada por denuncia do Ministério Público – ilegitimidade 
ativa. Quando se tratar de ilegitimidade para a relação processual – 
como uma representação irregular – é possível regularizá-la, tratando-
se de nulidade relativa. É o que descreve o art. 568, do CPP: “A 
nulidade por ilegitimidade do representante da parte poderá a todo 
tempo ser sanada, mediante retificação dos atos processuais”. Há, 
34 
 
portanto, possibilidade de convalidação dos atos irregularmente 
praticados, desde que ratificados pelo legítimo representante. 
III - Por falta das fórmulas ou dos temos seguintes 
Vale lembrar que fórmula significa regra e termo o sentido do 
ato. A doutrina reconhece como essenciais os atos mencionados no 
rol de art. 564, III, do CPP. Sua omissão será causa de nulidade 
absoluta, deve-se mencionar que a doutrina reconhece como 
essenciais os atos mencionados no rol do art. 564, III, do CPP. Sua 
omissão será causa de nulidade absoluta. 
a) A denúncia ou queixa e a representação e, nos 
processos de contravenções penais, a portaria ou o auto 
de prisão em flagrante. 
Sem denúncia ou queixa não há que se falar em processo 
penal. A doutrina entende que o preceito faz referência à denúncia ou 
queixa em que estejam ausentes os requisitos que a lei reputa como 
essenciais, haverá nulidade absoluta. 
A falta de representação, bem como a ausência de 
requisição do Ministro da Justiça, que são condições de 
procedibilidade acarretam a nulidade do feito. 
Tratando-se de denúncia, queixa ou representação que 
contenham omissões de menor gravidade, poderá se supridas a todo 
o tempo, antes da sentença final, por força do artigo 569, do CPP. 
Após a CF de 88, não existe mais o chamado procedimento 
de ofício, iniciado por portaria ou auto de prisão em flagrante, não se 
aplicando mais a parte final do dispositivo. 
b) O exame de corpo de delito nos crimes que deixam 
vestígios, ressalvado o disposto do artigo 167 
A ausência do exame de corpo de delito nos delitos que 
deixam vestígios é causa de nulidade absoluta, em face da 
35 
 
impossibilidade de comprovar a materialidade do delito. A ressalva diz 
respeito à possibilidade de a prova testemunhal suprir a ausência do 
exame de corpo de delito, quando não for possível a sua realização, 
em virtude do desaparecimento dos vestígios materiais do delito. 
Relativa à nulidade quando se tratar de exame realizado em 
desacordo com as demais formalidades legais. 
c) Nomeação de defensor ao réu presente, que o não 
tiver, ou ao ausente, e de curador ao menor de 21 
anos 
A Constituição Federal, em seu art. 5º, inciso LV, assegura 
ao réu a ampla defesa, que abrange tanto a autodefesa quanto a 
defesa técnica. A assistência de um advogado tecnicamente habilitado 
é requisito indeclinável para o desenvolvimento válido do processo 
penal, em decorrência do princípio da igualdade das partes. A falta de 
defesa é causa de nulidade absoluta, pois, em sede penal, nenhum 
acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado sem 
defensor (art. 261, CPP). O acusado poderá atuar em defesa própria, 
caso tenha habilitação para tanto (bacharelem direito devidamente 
inscrito na OAB). 
De acordo com a Súmula 523, do STF: “no processo penal, a 
falta de defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só 
anulará se houver prova do prejuízo para o réu”. A simples deficiência 
é, portanto, nulidade relativa. 
A nomeação de curador para o réu menor de 21 anos deixou 
de ser necessário, em face da edição do Código Civil de 2002 (Lei 
10.406, de 10-01-2002), que passou a considerar o maior de 18 anos 
plenamente capaz. 
 
 
36 
 
d) A intervenção do Ministério público em todos os 
termos da ação por ele intentada e nos da intentada 
pela parte ofendida, quando se tratar de crime de ação 
pública. 
O Ministério Público é o dominus litis da ação penal pública 
e, portanto, ele deve intervir em todos os atos da ação por ele 
intentada, sob pena de nulidade absoluta. Haverá, contudo, nulidade 
relativa, quando: O Ministério Público não intervir em todos os termos 
da ação intentada pela parte ofendida nos delitos de ação privada 
subsidiária e quando a ação for exclusivamente privada. 
e) A citação do réu para ver-se processar, o seu 
interrogatório, quando presente, e os prazos concedidos a 
acusação e a defesa. 
A citação é o ato processual por meio do qual se chama a 
juízo o réu, para que possa se defender da acusação. A ausência de 
citação é causa de nulidade absoluta, e m face ao princípio do 
contraditório. A omissão de formalidade essencial induz à nulidade da 
citação. 
Por força do artigo 570, a falta ou nulidade da citação, da 
intimação ou notificação será sanada, desde que o interessado 
compareça antes de o ato consumar-se, embora declare que o faz 
para o único fim de arguí-la. Deverá o juiz, contudo, ordenar a 
suspensão ou ao adiamento do ato, quando reconhecer que a 
irregularidade poderá prejudicar o direito da parte. 
O interrogatório é tanto meio de defesa quanto meio de 
prova. A sua falta, quando presente o réu, induz à nulidade do feito. 
Para alguns autores trata-se de nulidade absoluta, e para outros 
relativa. 
A supressão de prazos ou diminuição dos prazos concedidos 
à acusação e à defesa gera nulidade do feito, porquanto representam 
37 
 
um cerceamento ilegal da acusação e da defesa. Da mesma forma 
como o interrogatório, para alguns autores trata-se de nulidade 
absoluta, e para outros relativa. 
f) A sentença de pronúncia, o libelo e a entrega da 
respectiva cópia, com rol de testemunhas, nos 
processos perante o Tribunal do Júri. 
A falta da decisão de pronúncia, que reconhece a 
admissibilidade da acusação, remetendo o réu ao julgamento pelo 
tribunal do júri, é causa de nulidade absoluta. 
O libelo não mais existe no ordenamento jurídico brasileiro, 
em razão de sua revogação pela lei 11.689/08. 
g) A intimação do réu para a sessão de julgamento, pelo 
Tribunal do Júri, quando a lei não permitir o 
julgamento à revelia. 
Dispõe o art. 457, caput, do CPP, que o julgamento não será 
adiado pela ausência do réu solto que estiver sido regularmente 
intimado, bem como pela não-condução de réu preso que requeira 
dispensa de comparecimento, na fórmula do § 2º do mesmo 
dispositivo legal. 
Assim, exige a lei a intimação do acusado para o julgamento 
perante o Júri. Caso ocorra o julgamento à revelia do réu não 
intimado, haverá nulidade absoluta. Contudo, se o acusado 
comparecer, mesmo que não intimado, a omissão estará sanada. 
h) A intimação das testemunhas arroladas no libelo e na 
contrariedade, nos termos estabelecidos pela lei. 
Embora não mais exista o libelo, o artigo 422, do CPP, 
estabelece a oportunidade da apresentação do rol de testemunhas 
que as partes pretendem ouvir em plenário. A falta de intimação 
dessas testemunhas é causa de nulidade relativa. Caso o julgamento 
38 
 
ocorra sem a presença das testemunhas que não foram intimadas, 
caberá à parte interessada argüir a nulidade, demonstrando o prejuízo 
sobre pena de preclusão. Se as testemunhas compareceram à sessão 
do julgamento, estará sanada a falha da intimação. 
i) A presença de 15 jurados para a constituição do Júri. 
Para que seja instalada a sessão do Tribunal do Júri é 
necessária a presença de pelo menos 15 jurados do total dos 25 
jurados sorteados para a sessão. Mesmo sendo o Tribunal do Júri 
composto por um juiz de direito e 25 jurados, a lei permite que se 
proceda à instalação dos trabalhos com a presença de apenas 15 
jurados. Haverá nulidade absoluta caso se proceda à instalação da 
sessão do Júri sem o número mínimo de jurados. 
j) O sorteio dos jurados do conselho de sentença em 
número legal e a sua incomunicabilidade. 
O Conselho de Sentença é composto por 7 jurados, que 
serão sorteados dentre os vinte e cinco. Presentes são necessários, 
no mínimo de 15. Não ocorrendo o sorteio ou a presença de menos de 
7 jurados, haverá nulidade absoluta do julgamento. 
A incomunicabilidade dos jurados, entre si ou com o mundo 
exterior, é preceito obrigatório, não lhes sendo permitido manifestar a 
sua opinião sobre o processo. Caso haja quebra dessa 
incomunicabilidade, o jurado será excluído do Conselho, e este será 
dissolvido. 
k) Os quesitos e as respectivas respostas. 
O presidente do Tribunal do Júri, juiz togado, formula os 
quesitos e os jurados expressam seu veredicto por meio de resposta, 
em consonância com o prescrito no artigo 483, do CPP. A ausência de 
39 
 
quesito obrigatório ou a inversão da ordem estabelecida em lei 
acarretará nulidade absoluta. Esse é o entendimento do STF: “E 
absoluta a nulidade do julgamento, pelo Júri, por falta de quesito 
obrigatório” (Súmula 156). 
l) A acusação e a defesa, na sessão de julgamento. 
A lei exige que façam presentes à sessão de julgamento o 
acusador e o defensor, devendo ambos se manifestar sobre os fatos 
consistentes do processo. Em regra, caberá ao titular da ação pública 
sustentar a acusação, embora não obrigado a fazê-lo, se estiver 
convencido da inocência do réu, nos termos do artigo 385, do CPP. 
Essa liberdade, entretanto, não é concedida a defesa. É sua obrigação 
defender os interesses do réu, tanto que o artigo 497, do CPP, ordena 
que o juiz do Tribunal do Júri nomeie defensor ao réu, quando 
considerar indefeso, podendo, nesse caso, dissolver o Conselho de 
Sentença. A falta de defesa gera nulidade absoluta. A sua deficiência 
causa nulidade relativa, dependendo da demonstração do prejuízo. 
m) A sentença. 
A falta da sentença, bem como a prolação de sentença que 
não contenha os requisitos essências previstos em lei, é causa de 
nulidade absoluta. A sentença deve conter o relatório, a 
fundamentação, o dispositivo, a data e a assinatura do juiz para que 
seja válida. A Constituição Federal, no artigo 93, IX, estabelece que as 
decisões judiciais serão fundamentadas, sob pena de nulidade 
absoluta. 
n) O recurso de ofício, nos caso em que a lei o tenha 
estabelecido. 
A lei exige que determinada questão decidida em primeiro 
grau deva necessariamente ser submetida à apreciação de um 
tribunal de segunda instância, para transitar em julgado a decisão. 
40 
 
Isso nada mais é do que condição e necessária para que a sentença 
produza seus efeitos jurídicos. A súmula 423 prescreve: “Não transita 
em julgado a sentença por haver omitido o recurso ex officio, que se 
considere interposto ex lege. Serão inválidos os atos em que omitiu o 
recurso de ofício. 
o) A intimação, nas condições estabelecidas em lei, para 
caiba recurso. 
A intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos 
atos e termos do processo, para que alguém faça ou deixe de fazer 
alguma coisa (art. 234, do CPC). A ausência de intimação induznulidade por cerceamento de defesa. A ciência dos atos processuais é 
condição indispensável para o exercício do contraditório. O artigo 370, 
§ 1º, do CPP, que a intimação do defensor constituído, do advogado 
do querelante e do assistente far-se-à por publicação do órgão 
incumbido da publicidade dos atos judiciais da comarca, incluindo, sob 
pena de nulidade, o nome do acusado. 
IV. omissão de formalidade que constitua elemento essencial do 
ato 
- essencial é a formalidade sem a qual o ato não atingiria sua 
finalidade: 
 A denúncia e a queixa são peças fundamentais, não só por 
promoverem o nascimento da relação jurídica processual, como 
também porque são instrumentos através dos quais é formulada a 
acusação, imputando-se a alguém o cometimento da infração penal e 
pedindo-se a sua condenação. 
Impõe-se, portanto, que descrevam de forma concisa e 
precisa a conduta criminosa, a fim de poder o réu exercer com 
amplitude a sua defesa, sabendo do que é acusado. 
41 
 
Os requisitos, mais importantes, no caso, estão previstos no 
artigo 41, do CPP: descrição completa do fato criminoso, com todas as 
suas circunstâncias, qualificação do denunciado ou dados pelos quais 
se possa identificá-lo, a classificação jurídica do fato narrado e o rol de 
testemunhas, quando houver. 
f) Da convalidação e saneamento das nulidades 
Nulidades relativas 
 Serão consideradas sanadas as nulidades referidas no artigo 
564, III, letras d, e (segunda parte), g e h, e no inciso IV, “se 
não foram argüidas em tempo oportuno” (art. 572, I, CPP). 
 Também será sanada a nulidade, “se, praticado por outra forma, 
o ato tiver atingido o seu fim” (art. 572, II, CPP). 
 Não será declarada a nulidade “se a parte, ainda que 
tacitamente, tiver aceito os seus efeitos (art. 572, III, CPP). 
g) Art. 571, CPP: (Momento de Argüição) 
 
1) As da instrução criminal dos processos de competência do 
Júri, nos prazos a que refere o art. 406”. Referia-se o dispositivo 
ao momento do oferecimento das alegações escritas suprimidas 
pela Lei 11.689/2008. O dispositivo, portanto, não tem mais 
aplicação. Assim, as nulidades deverão ser alteradas da seguinte 
maneira: 
 as ocorridas até a resposta preliminar: nela devem ser 
argüidas; 
 as posteriores à resposta escrita: logo após a audiência 
una; 
 as verificadas no curso da audiência una: devem ser 
argüidas imediatamente após verificadas. 
42 
 
 2) As da instrução criminal dos processo de competência do 
juiz singular e dos processos especiais, salvo os caso dos 
Capítulos V e VII do Título II do Livro II, nos prazos a que se refere 
o art. 500”. Em razão da lei nº 11.719/2008, que alterou o 
procedimento comum, não mais existe a fase de alegações finais 
escritas do art. 500 do CPP. Assim, a nulidades relativas devem 
ser argüidas da seguinte forma: 
 as ocorridas até a resposta escrita: nela deverão ser 
argüidas; 
 as posteriores à resposta escrita: logo após a audiência 
una; 
 as verificadas no curso da audiência una: devem ser 
argüidas imediatamente após verificadas. 
OBS: A ressalva relativa ao capítulo VII do título II do Livro 
II (Do processo de aplicação de medida de segurança por fato não 
criminoso) não tem mais aplicação. 
3) No procedimento sumário, no prazo do art. 537, ou 
se ocorrerem depois, logo que aberta a audiência e apregoadas 
as partes. 
 O art. 537 não encontra mais aplicação desde o advento 
da Constituição de 1988. Não obstante, foi 
expressamente revogado pela Lei 11.719/2008. Em 
relação aos momentos-limite de argüição de nulidades 
relativas no rito sumário, aplicam-se as mesmas regras 
atinentes ao procedimento ordinário, acima explicadas. 
4) As do processo regulado no Capítulo VII do Título II do Livro 
II, logo depois de aberta a audiência. Esse dispositivo não encontra 
mais aplicação. 
43 
 
5) As posteriores à pronúncia, logo após de anunciar 
o julgamento e apregoadas as partes (art. 447). O anúncio do 
processo a ser julgado e a feitura do pregão pelo oficial de 
justiça estão previstos no art. 463, caput e § 1º, do CPP. 
6) As de instrução criminal dos processos de 
competência do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais de 
Apelação, nos prazos a que se refere o art. 500. 
7) Se verificadas após a decisão de primeira 
instância, nas razões recursais, ou logo após de anunciado o 
julgamento do recurso apregoadas as partes. 
8) As do julgamento em plenário, em audiência ou 
em sessão do tribunal, logo depois que ocorrerem. 
OBSERVAÇÕES: 
 Em regra, a nulidade deve ser alegada na primeira oportunidade 
que a parte se manifestar no processo, após a sua ocorrência. Mas 
o Código, não obstante essa regra geral, fixa os momentos de 
argüição das nulidades, sob pena de preclusão, e, 
conseqüentemente, serem as nulidades consideradas sanadas. 
 Observe-se que se a nulidade for absoluta, mesmo que a 
sentença tenha transitado em julgado, poderá ser argüida em se 
de habeas corpus ou revisão criminal, mas, se absolutória, 
ficará ela sanada, porque não temos um meio para impugnar 
sentença absolutória com trânsito em julgado. Não existe a 
previsão pro societate. A revisão é direito do acusado. 
 Seja qual for à imperfeição do ato (nulidade absoluta, nulidade 
relativa ou simples irregularidade), deve o juiz, dela tomando 
conhecimento, determinar as diligências necessárias, visando a 
afastar do processo impurezas, limpando-as e sanando-as. O 
artigo 251, do CPP, prescreve ser dever do magistrado prover à 
regularidade do processo. 
44 
 
 Qualquer das partes formais (MP, Assistente de Acusação 
querelante e defensor) poderá fazê-lo. Se a nulidade advier 
prejuízo à defesa, mesmo preclusas as vias impugnativas, em 
face do princípio do favor libertatis, ainda será lícito invocá-la, 
seja por meio de habeas corpus ou pela revisão criminal. 
 O inquérito é peça meramente informativa, e, por isso, não há 
cuidar-se de nulidade. Contudo, quando determinado ato houver 
sido realizado durante o inquérito policial, com manifesta 
preterição de formalidade, de molde a desnaturá-lo, e não puder 
ser renovado em juízo, perderá ele a sua eficácia. A obediência 
as fórmulas é de suma importância nos caso de prisão em 
flagrante e a inobservância de requisito formal, acaba 
desnaturando o ato. 
h) efeitos 
 Não sendo sanada a nulidade relativa, ou sendo a nulidade 
absoluta, haverá error in procedendo, estando o juiz impedido 
de julgar o mérito da causa, devendo determinar que seja o ato 
novamente praticado ou corrigido (art.573, CPP). 
OBSERVAÇÃO: A APOSTILA É APENAS UMA REFERÊNCIA DOS 
APONTAMENTOS DE SALA DE AULA – PARA EFEITOS DE 
ESTUDOS PARA A PROVA E DO AUMENTO DE CONHECIMENTO 
DO ALUNO SÃO NECESSÁRIAS AS LEITURAS OBRIGATÓRIAS 
DAS FONTES BIBLIOGRÁFICAS INDICADAS PARA O CURSO DE 
PROCESSO PENAL, CONFORME ABAIXO: 
BIBLIOGRAFIA 
JESUS, Damásio E. – Manual de Processo Penal Anotado. 
MIRABETE, Júlio Fabrini – Processo Penal. 
45 
 
TOURINHO FILHO, Fernando da Costa – Código de Processo 
Pena Comentado. 
CAPEZ, Fernando – Curso de Processo Penal

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