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Mecânica dos fluidos Aplicada Aula 1 _Análise dimensional Problema típico em Mecânica dos Fluidos : Diminuir arrasto aerodinâmico em veículos Equações Fundamentais Soluções Analíticas Soluções Numéricas Métodos Experimentais Protótipos em escala 1:1 Testes em modelos Análise Dimensional A maioria dos fenômenos da mecânica dos fluidos são caracterizados por parâmetros geométricos do escoamento e por grandezas mensuráveis do escoamento, tais como pressão, velocidade e por características físicas dos fluidos. As unidades são expressas utilizando apenas quatro grandezas básicas ou categorias fundamentais: Análise Dimensional Massa M kg Comprimento L m Tempo T s Temperatura θ K • Dimensões de grandezas derivadas: Dimensões de Grandezas Derivadas: Análise Dimensional Por que a velocidade tem dimensão ? Por que a força tem dimensão ? 1LT 2MLT Análise Dimensional Vazão? Variáveis envolvidas: Vazão,diâmetro, densidade e pressão Análise Dimensional Agrupando as variáveis por grandezas derivadas chego na solução! Teorema dos p de Buckingham Dado um problema físico onde a variável dependente é função de n-1 variáveis independentes, para o qual sabemos que existe uma relação do tipo : q1 = f(q2, q3, ... qn) ou também: g (q1, q2, q3, ... qn) = 0. O teorema p estabelece que : variáveis independentes variável dependente relação funcional (desconhecida) Dada uma relação entre n variáveis da forma g (q1, q2, q3, ... qn) = 0 estas n variáveis podem ser agrupadas em n-m razões adimensionais independentes, ou parâmetros p, expressados sob a forma funcional : G (p1, p2, ..., pn-m) = 0 ou p1 = H(p2, ..., pn-m) O número m é usualmente igual ao menor número de grandezas independentes (M, L, t, etc.) necessárias para especificar as dimensões das variáveis q1, q2, q3, ... qn. NOTA : O teorema não prevê a forma funcional de G ou H. Ela pode ser determinada experimentalmente. Análise Dimensional Forma-se grupos adimensionais Agrupando as variáveis por grandezas derivadas Solução do problema Mas o que são números adimensionais? Parâmetros adimensionais comuns em Mecânica dos Fluidos 0),,D,V,F(g = Análise Dimensional 0)q,q,q,q,q(g 54321 = 0),(G 21 = Resultados experimentais Determinação dos grupos p Passo 1 - Liste os parâmetros dimensionais envolvidos no estudo. Passo 2 – Selecione um conjunto de dimensões primárias (M,L,t ou F,L,t). Passo 3 – Liste as dimensões primárias de todos os parâmetros dimensionais . Passo 4 – Selecione da lista um número de parâmetros dimensionais (que irão se repetir nos adimensionais) igual ao número de dimensões primárias (os parâmetros selecionados devem possuir todas as dimensões primárias . Passo 5 – Estabeleça equações adimensionais, combinando os parâmetros selecionados, com cada um dos outros parâmetros . 1.) A vazão Q de um líquido ideal que escoa para a atmosfera através de um orifício de bordo delgado, praticado na parede lateral de um reservatório, é função do diâmetro D do orifício, da massa específica ρ do fluido e da diferença de pressão entre a superfície livre e o centro do orifício. Determinar a expressão para vazão. Exemplos 2.) Uma bomba centrífuga envolve as seguintes variáveis: gHm = aceleração da gravidade x carga manométrica da bomba Q = vazão em volume D = diâmetro do rotor da bomba n = rotação do rotor por unidade de tempo ρ= massa específica do fluído µ= viscosidade absoluta do fluido Quantos e quais são os adimensionais que representam o fenômeno físico de escoamento do fluido pela bomba centrífuga? Aula 2 _Semelhança Semelhança Modelo Protótipo Estabelecer relações Túnel de vento Tanque de simulação marítima Para que haja similaridade entre o protótipo e o modelo devem ser atendidas as seguintes condições: Semelhança geométrica (Dimensões proporcionais) Semelhança cinemática (Relação de velocidades) Semelhança dinâmica (Relações de força) Aplicação Exemplos 1.) As duas bombas da figura são geometricamente semelhantes e apresentam o mesmo regime dinâmico de escoamento. Sabe-se que a bomba B1 tem vazão Q= 5 L/s, carga manométrica HB= 25 m, rotação n=1200 rpm e diâmetro do rotor D= 20 cm. Determinar a rotação da bomba B2 e sua carga manométrica, sabendo que o seu diâmetro é D= 15 cm e mesma vazão de B1. (dica: Usar o resultado da aula anterior). 2.) Um modelo com escala 1:7 simula a operação de uma turbina grande que deve gerar 200 KW com uma vazão de 1,5 m3/s. Que vazão deve ser usada no modelo e qual a potência de saída é esperada? A água na mesma temperatura é usada em ambos, no modelo e no protótipo. 3.) Dado uma bomba centrifuga vista em corte , a carga manométrica aumenta ao dificultar a passagem do fluido, isto é, a vazão. Isso significa que a mesma bomba, em diferentes instalações hidráulicas, pode fornecer vazões e cargas manométricas diferentes, dependendo da dificuldade criada ao escoamento do fluido. A figura mostra a curva característica HB= f(Q) de uma bomba centrifuga cujo diâmetro do rotor é 15 cm e cuja rotação é 3500 rpm. Lembrando que em geral, o efeito viscoso é desprezível e , portanto, não há necessidade levar em conta Reynolds. Determinar: a) A curva universal para todas as bombas semelhantes à bomba dada; b) A curva característica HB= f(Q) de uma bomba semelhante à dada, que tenha o dobro do diâmetro e a metade da rotação. “O estudo de escoamentos externos é de particular importância para a engenharia aeronáutica, na análise do escoamento do ar em torno dos vários componentes de uma aeronave”. Aula 3 _Escoamentos Externos Introdução Escoamentos externos Escoamentos externos Baixo número de Reynolds (Re<5) Alto número de Reynolds (Re>1000) Foco: Estudo dos escoamentos imersos incompressíveis com alto número de Reynolds. (a) Escoamento próximo a um contorno sólido. (b) Escoamento entre duas pás de turbina. (c ) Escoamento em torno de um automóvel. (d) Escoamento próximo a uma superfície livre. Escoamento em torno de corpos rombudos. Escoamento em torno de corpos carenados. Escoamento incompressíveis com alto Reynolds Forças de Arrasto e Sustentação V FR Fluido Forças de Arrasto e Sustentação • Força de arrasto (FA): força que o escoamento exerce sobre o corpo em sua própria direção. Força de sustentação (FS): atua na direção normal do escoamento. Forças de Arrasto e Sustentação Forca de Arrasto (FA) e Forca de Sustentação (FS) são apresentados na forma adimensional pelos coeficientes de arrasto (CA) [Drag Coefficient – CD] e sustentacao (CS) [Lift Coefficient – CL]: Onde: A: área V : velocidade. Aerofólios → a área se baseia na corda (linha que conecta a borda posterior com o nariz). AV F C AA 2 2 1 = AV F C SS 2 2 1 = Escoamento em Corpos Imersos Coeficiente de Arrasto Corporombudo: Arrasto é dominado pelo escoamento na região separada, ou seja, trata-se de arrasto de pressão. Corpo Carenado : a região separada é desprezível; quando o escoamento na camada limite puder ser determinado, o arrasto será devido ao atrito. Coeficiente de Arrasto Em um fluido incompressível (V<<Vsom) o coeficiente de arrasto só depende do número de Reynolds: (Re)fCa = Coeficiente de Arrasto de uma esfera Coeficiente de Arrasto CA para esfera lisa e cilindro longo Exemplos 1.) Arrasto em bolas de Golfe e de Tênis I. Determinar a força de arrasto para uma bola de golfe (a) Bola Lisa (b) Bola Padrão II. Determinar a força de arrasto para a bola de tênis de mesa (Ping-Pong) III. Determinar a desaceleração de cada uma das bolas e comparar o resultado . Dados: Fluido ar: ρ=1,2kg/m³ e ν=1,51x10-5 m²/s (viscosidade cinemática) Diâmetro (mm) Força peso (N) Velocidade (m/s) Bola de golfe bem tacada 43 0,44 61 Bola de tênis bem rebatida 38,1 0,0245 18,3 Que conclusões podemos chegar??? Por que as bolas de golfe têm cavidades? A bola de golfe é cheia de pequenos buracos porque os alvéolos, diminuem a resistência do ar. Assim, ela consegue atingir uma distância quase duas vezes maior do que uma bola. Quando uma esfera lisa é lançada, seu deslocamento provoca a formação de várias correntes de ar, que, por atrito, dificultam a movimentação para frente. No caso da bola de golfe, cada um dos cerca de 330 alvéolos criam uma pequena turbulência. São minicorrentes de ar que se somam e acabam empurrando a corrente principal, a maior e a que mais espalha, para trás. Assim, a resistência do ar, que tende a frear a bola, passa a ser menor. A bola pode, então, se deslocar por uma longa distância. Exemplos 2.) Os hidrofólios de um embarcação de efeito de superfície têm uma área total de 0,7 m². Os seus coeficientes de sustentação e arrasto são 1,6 e 0,5, respectivamente. A massa total na embarcação em condição de navegação é 1800 kg. Determine: a) a velocidade mínima na qual a embarcação é suportada pelos hidrofólios sabendo que a água nesta região apresenta uma massa especifica de 998 kg/m³. b) a fórmula da força de arrasto no momento em que as velocidades de arrasto e sustentação se igualam. Aula 4 _Sustentação e Arrasto em Aerofólios Sustentação e Arrasto em Aerofólios Aerofólio → é uma secção bidimensional, projetada para provocar variação na direção da velocidade de um fluido . (Gradiente de pressão) Sustentação e Arrasto em Aerofólios A sustentação sobre um aerofólio pode ser aproximada pela integração da distribuição de pressão. Coeficientes de arrasto usa-se uma área projetada maior, ou seja, a área plana (que é a corda c) multiplicada pelo comprimento L do aerofólio. Assim: cLV F C AA 2 2 1 = cLV F C SS 2 2 1 = Coeficientes de sustentação e arrasto para um aerofólio típico. Sustentação e Arrasto em Aerofólios Para aerofólio com projeto especial, CA pode ser tão baixo quanto 0,0035, porém CS máximo é aproximadamente 1,5. Na condição de cruzeiro, CS é cerca de 0,3, correspondendo a um ângulo de ataque de aproximadamente 2°, longe da condição de estol (cerca de 16°) Estol Estol (stall) ou perda de sustentação. Força de sustentação Velocidade Altitude Projetos de Asas Diferença de pressão → resulta na forca de sustentação do avião. Quando a forca de sustentação do avião atinge valor maior que o da forca peso ele decola e se mantém no ar. Projetos de Asas O avião joga o ar para trás através das turbinas ou hélices exercendo uma forca chamada de arrasto, surge então uma forca contraria chamada impulso ou tração. A forca de tração da o primeiro impulso ao avião que se desloca para frente. Flaps Ganhar velocidade Arrasto Pouso Decolagem Diminuir velocidade Aumentar Arrasto Existem 4 forças básicas presentes no vôo Turbulência Por que usar aerofólio em caminhão? Estimativas do INEE(Instituto Nacional de Eficiência Energética), indicam que em velocidades superiores a 80 km/h, aproximadamente 70% da potência do motor do caminhão é utilizada apenas para romper a força do arrasto. Exemplos 1.) Nas condições de estado de vôo constante (condições de cruzeiro) a sustentação (Fs) deve ser igual ao peso da aeronave (W). Velocidade mínima de vôo ? 2.) Um avião leve pesa 10000 N, sua envergadura mede 12 m,sua corda mede 1,8 m e é prevista uma carga de 2000 N.Calcule : (a) a velocidade de decolagem, para um angulo de ataque de 8 ⁰ . (b) a velocidade de estol do aerofólio convencional. (c) a potencia requerida pelo aerofólio durante o percurso de cruzeiro a 50 m/s. 3.) Deseja-se impulsionar uma embarcação de 105 N de peso à velocidade de 72 km/h. A embarcação é sustentada por uma asa submarina cujo coeficiente de sustentação é de 0,7. Adote ρ= 1000 kg/m3 . Determine a área da asa. Aula 5 _Escoamento Compressível Escoamento compressíveis Nem todos os escoamentos de gás são compressíveis; e nem todos os escoamentos compressíveis são escoamentos de gás. Velocidade do som e o número de Mach • Velocidade do som → velocidade com a qual uma perturbação de pressão de pequena amplitude se desloca através de um fluido. A bala se move mais rápido que a velocidade do som assim o ar na frente dela não consegue sair do caminho com a rapidez necessária. Então ele começa a se acumular na frente da bala, formando uma área de ar comprimido: uma onda de choque. Velocidade do som e o número de Mach • A velocidade do som e dada por: • Utilizando a lei dos gases ideais: • Altas frequências geram atrito nas ondas sonoras, e estas deixam de ser isentrópicas e aproximam-se de um processo isotérmico; para um gás ideal, esta aproximação resultaria em: Sendo: c =vel. do som; K= adimensional, R =constante dos gases, T=temperatura , ρ =massa específica Pk c . = KRTc = RTc = Velocidade do som e o número de Mach Velocidade do som e o número de Mach Um parâmetro importante no estudo do escoamento compressível é o número de Mach (M) : [adimensional] c V M = Velocidade do som e o número de Mach • Velocidade superior a do som : a região fora do cone é chamada de zona de silêncio, o objeto que se aproxime a uma velocidade supersônica não poderá ser ouvido até que passe acima do observador e o cone de Mach mostrado, intercepte-o. Velocidade do som e o número de Mach Este ângulo esta limitado para pequenas amplitudes conhecidas como ondas de Mach. Caso a borda frontal do aerofólio não for fina, uma aeronave supersônica produzira uma onda de grande amplitude conhecida como onda de choque. M sen 1 = Exemplos 1.) Um projétil de nariz pontiagudo se desloca a uma velocidade de M = 3 passa 200 m acima do observador. Calcule a velocidade do projétil e determine a que distancia do observador o projétil será ouvido. Nem todos os escoamentos de gás são compressíveis; e nem todos os escoamentos compressíveis são escoamentos degás. Mas o gás não é compressível? 2.) A carga de pressão estática em uma tubulação de ar é medida com um tubo piezométrico e acusa 16 mm de água. Um tubo pitot na mesma localização indica 24 mm de água. Qual a velocidade passando pela tubulação? Pelo número de Mach o escoamento é compressível? A compressibilidade de um gás em movimento deve ser levada em conta, se as velocidades são muito elevadas. As velocidades do vento, simplesmente, não são altas o suficiente neste caso.
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