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28/03/2018 1 Melhoramento e Reprodução Animal Código 0240055 Prof. Daniel Duarte da Silveira Objetivos Adquirir conhecimento para avaliar a inclusão do melhoramento animal como ciência no contexto da produção animal para as diversas espécies. Entender como as diversas características podem ser utilizadas visando aumentar a produção animal. Avaliações Provas: 10 pontos Nota final = (𝐴𝑣𝑎𝑙𝑖𝑎çã𝑜 1 + 𝐴𝑣𝑎𝑙𝑖𝑎çã𝑜 2 + 𝐴𝑣𝑎𝑙𝑖𝑎çã𝑜 3 + 𝐴𝑣𝑎𝑙𝑖𝑎çã𝑜 4) 4 Datas das avaliações: 18/abr. - 16/mai. - 13/jun. - 11/jul. 18/jul. - Avaliação substitutiva 01/ago. - Exame 28/03/2018 2 Atenção! A avaliação do entendimento do conteúdo será aferida através de quatro provas, com o mesmo peso. Avaliação substitutiva: final do semestre, incluindo todo conteúdo da disciplina. O aluno que faltar uma das avaliações terá nova oportunidade na avaliação substitutiva. Os alunos que fizeram as duas avaliações poderão realizar a avaliação substitutiva, sendo substituída pela menor nota de uma das avaliações anteriores. O acadêmico deverá ter 75% de frequência na disciplina (poderá ter até 25% de ausência na aulas), ou seja, 4 dias. Aqueles que faltarem 25% das aulas serão reprovados por frequência. Bibliografia Parte de Melhoramento Animal: CARDELLINO, R.; OSÓRIO, J.C.S. 1999. Melhoramento Animal para Agronomia, Veterinária e Zootecnia. 1. Bases. Editora Universitária, UFPel. Pelotas. 153p. CARDELLINO, R.; J. ROVIRA. 1987. Mejoramiento Genetico Animal. Ed. Hemisferio Sur. Montevideo. Uruguay. 253 p. PEREIRA, J.C.C. Melhoramento Genético Aplicado à Produção Animal. FEPE- MVZ, Belo Horizonte, 5a edição, 2008. 618 p. Parte de Reprodução Animal: GALINA, C & VALENCIA, J. Reproducción de animales domésticos. Ed. Limusa, 3º Edição, 2008, 582p. GONÇALVES, P. B.D., FIGUEIREDO, J. R., FREITAS, V. J. F. Biotécnicas aplicadas à reprodução animal. Ed. Roca, 2º Edição, 2008, 396p. HAFEZ, E.S.E & HAFEZ, B. Reprodução Animal. Ed. Manole, 7º Edição, 2004, 511p. IVIS – International Veterinary Information Service, www.ivis.org MIES FILHO, Reprodução dos Animais e Inseminação Artificial. Ed. Sulina, 20º Edição, 1970, 545p. Conceitos Básicos Aplicados ao Melhoramento Animal 28/03/2018 3 Melhoramento animal x Transgenia Aumento nas frequência dos genes de interesse Modificações na estrutura do DNA Objetivos do Melhoramento Animal Modificar a proporção de certos genes, sendo que, dependendo do ambiente em que o animal será criado, estas(s) características(s) de interesse serão expressas de modo a maximizar os lucros do fazendeiro. Exemplos: Produção de carne; Produção de leite; Produção de ovos. Etc. Definições e conceitos Genótipo e fenótipo O genótipo (G) de um animal representa os genes responsáveis por uma característica em particular. O genótipo é a carga genética herdada por um animal. Fenótipo (P) é o valor de uma característica, em outras palavras, é o que pode ser observado ou medido. 28/03/2018 4 O que condiciona o desempenho animal (P)? 𝑃 = 𝐺 + 𝐸 + 𝐺𝐸 Características qualitativas e quantitativas Qualitativas: não é medido ou mensurado, e geralmente afeta a aparência do animal. Poucos genes. Ex. presença de chifres, pelagem, plumagem, etc. Quantitativas: variam em uma escala contínua. Muito genes. Ex. ganho de peso, produção de leite, ovos, conversão alimentar, etc. Histórico do Melhoramento Animal Robert Bakewell Gregor Mendel 28/03/2018 5 Histórico do Melhoramento Animal Fazendeiro inglês, Robert Bakewell (1725-1795) iniciou a formação das sociedades das raças e criação de registros genealógicos; Como ciência, o MA surgiu com a descoberta das leis de herança genética pelo Monge austríaco Gregor Mendel (1865), seu sucesso se deu pela escolha do material genético (ervilhas) controladas por apenas um par de genes. Percebeu que acasalando animais superiores resultava em progênies superiores; utilização do pedigree Histórico do Melhoramento Animal Ronald Fisher Sewall Wright Histórico do Melhoramento Animal Ronald Fisher e Sewall Wright responsáveis pela moderna genética de populações, construída com base nas leis de Mendel mas aplicada a características produtivas; Posteriormente, com a difusão da Inseminação Artificial (1940) e a utilização de computadores (1950), houve massificação dos registros de produção dos animais, permitindo o estabelecimento de programas de melhoramento genético e mais rápida identificação e multiplicação de genótipos superiores. 28/03/2018 6 Histórico do Melhoramento Animal Inseminação artificial Computação Importância do Melhoramento Animal Animais mais produtivos: mais eficientes e com melhores qualidades (ex. frango de corte). Redução: das anomalias hereditárias. Melhorar: saúde e bem-estar dos animais. Aumentar: resistência a doenças (ex. carrapato). 28/03/2018 7 Biotecnologias Aplicadas ao Melhoramento Animal INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL Atualmente Sêmen: fresco ou congelado Amplamente utilizada: aves, suínos e bovinos 1332: Árabes - selecionar melhores animais para montaria 1779: Marco da inseminação - monge italiano Lazaro Spallanzani (colheu sêmen de um cachorro e aplicou em uma cadela em cio, pariu 3 filhotes) 1949: Polge et al. (Nature 164: 666-666. doi:10.1038/164666a0): conseguiram manter espermatozoides vivos no sêmen (96h à 5ºC) 1970: Incorporação e desenvolvimento no Brasil TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÕES Multiplicação, de forma acelerada, de progênies de uma doadora considerada superior, em uma determinada raça e criatório. Como tudo começou... 1890 - Walter Heape (primeira TE com êxito) 1930 - Primeira coleta de embriões bovinos 1970 - Interesse comercial pela técnica 1985 - Sociedade Brasileira de Transferência de Embriões (SBTE) 28/03/2018 8 F o n te : w w w .m in e rv a u fp e l. e d u .b r SEXAGEM Separação: espermatozoides portadores do cromossomo X dos portadores do cromossomo Y Detecção do sexo do embrião: a partir de algumas células utilizadas em análise cromossômica Sexagem de espermatozoides 1983 - Kaneco et al. - Centrifugação em gradiente de Percoll 1995 - Johnson - Citometria de Fluxo 1999 - Nascimento 1ª bezerra proveniente de sêmen sexado congelado Conteúdo de DNA: única diferença estabelecida e validada para a separação eficiente de espermatozoides X e Y in vitro (Johson, 1994; Hendriksen et al., 1999) 1: adição de corante no sêmen 5: fotodetectores analisam a fluorescência emitida 2: espermatozoides encapsulados em microgotas 4: cargas elétricas são injetadas nas microgotas 6: placas polarizadas separam as células eletricamente carregadas 3: espermatozoides passam pelo laser Espermatozoide X: pólo positivo Espermatozoide Y: pólo negativo 28/03/2018 9 SEXAGEM DE EMBRIÕES Acuidade: 100% Amostra da célula do embrião a ser sexado: micromanipulação Micro secção Biópsia Perfil Comercial: Sêmen convencional: 33 vezes mais barato que “Elite” Sêmen sexado: 3 vezes o valor de sêmen convencional PEQUENA DIFERENÇA ENTRE SÊMEN SEXADO DE MACHOS E FÊMEAS Perfil Elite: Sêmen convencional: R$ 60,00 (R$ 17,00 - 350,00) Sêmen sexado: 6 vezes (♀) e 2 vezes (♂) o valor do sêmen convencional Sexing Technologies (Navasota, Texas): faz a sexagem de sêmen para praticamente todas centrais de genética no Brasil (CRV Lagoa, Bela Vista, Alta Genetics, ABS), por meio de uma subsidiária. Gir Leiteiro Touro Sêmen convencio nal Sêmen sexado macho Sêmen sexado fêmeas Sexado para TE/FIV macho Sexado para TE/FIV fêmea ASTRO14,20 - 70,00 - 125,00 AZ 27,60 - 110,00 - 170,00 BAZUAH 19,80 - 79,00 - 145,00 NAPOLITANO 15,00 - 69,00 - 125,00 VINDOURO 15,40 - 77,00 - - Tabela 1- Custo, em reais, de doses de sêmen sexado por citometria de fluxo Fonte: www.lagoa.com.br 28/03/2018 10 Nelore Touro Sêmen convencional Sêmen sexado macho Sêmen sexado fêmeas Sexado para TE/FIV macho Sexado para TE/FIV fêmea BACKUP 18,00 45,00 55,00 - - BVLGARI 100,00 1.000,00 - - 250,00 CEDRO 15,00 45,00 55,00 - - ENLEVO 78,00 78,00 380,00 - 460,00 FAJARDO 350,00 - 2.500,00 - 3.500,00 FANO 20,00 55,00 85,00 - - MAGHAIVER 45,00 145,00 145,00 - 220,00 MAGINÍFICO 198,00 350,00 350,00 - - METEORITO 40,00 79,00 89,00 - - ONÁSSIS 22,00 - 65,00 - - QUARTUDO 100,00 - 340,00 - - SOLIMÕES 16,50 45,00 55,00 - - TATCHER 56,00 56,00 175,00 - 300,00 Tabela 2- Custo, em reais, de doses de sêmen sexado por citometria de fluxo Fonte: www.lagoa.com.br TRANSFERÊNCIA DE GENES Transferência de um gene específico: de um indivíduo em outro usando técnicas laboratoriais. Como tudo começou... 1973 - Início de pesquisas na área da transgenia 1980 - Primeiro transgênico – Bactéria Escherichia coli (adição genes humanos) 1983 - Primeira planta transgênica – Tabaco GM 1994 - Primeira variedade liberada comercialmente - Tomate Flavr Savr Organismos Melhorados Geneticamente Organismos com características selecionadas: cruzamento de dois indivíduos da mesma espécie. Melhoramento acontece pela seleção reprodutiva dos organismos com características de interesse: progressivamente sem manipulação direta do DNA X Tabela 1- Evolução da avicultura de corte e de postura (1930 - 2005) Ano Peso médio Conversão alimentar Idade/abate Produção de ovos 1930 1.500 3,50 105 120 1960 1.600 2,25 56 237 1980 1.700 2,00 49 292 2005 2.240 1,78 41 318 28/03/2018 11 Organismos Modificados Geneticamente Organismos em que o material genético (DNA) foi alterado de maneira artificial por engenharia genética ou biotecnologia. Consiste em transferir genes de organismos: de uma espécie para outra. Ratos transgênicos com o gene do hormônio do crescimento humano Alteração das características de forma imediata Animais: 5% dos embriões manipulados apresentam sucesso! Construção de um transgênico para expressão de proteína humana em suíno para fim de xenotransplante GeneRegião regulatória do gene (promotor)DNA lixo ATTCTTGAATTCTCTAGGTGATAGTAGTAATGCAACCCCCATGCTAGATGATACAG AT Proteína suína Gene suíno Fator de transcrição suíno + promotor suíno + gene suíno Fator de transcrição humano + promotor humano + gene humano Proteína humana Fator de transcrição suíno + promotor suíno + gene humano Proteína humana em suíno Considerações Finais Aplicações da biotecnologia na área animal são múltiplas e estão em diferentes etapas de desenvolvimento: algumas com problemas técnicos a serem resolvidos e outras geraram produtos que podem entrar no mercado ou que já estão sendo comercializados. Sua utilização: não elimina as predições de VG dos animais para características de interesse. Biotecnologias reprodutivas e moleculares: importantes para complementar as metodologias utilizadas atualmente pelos programas de melhoramento genético e não para substituí-las. 28/03/2018 12 Próxima aula: Genética de populações Genética quantitativa O FIM Contato: silveira1302@gmail.com
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