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Impacto da gestação e do parto sobre o assoalho pélvico Patricia de Rossi Conjunto Hospitalar do Mandaqui – São Paulo 1 Bases anatômicas do suporte pélvico Ação sinérgica dos músculos e ligamentos Aparelho de sustentação Músculo elevador do ânus Fáscia endopélvica Aparelho de suspensão Ligamentos 2 Assoalho pélvico: músculo elevador do ânus e fáscia endopélvica Hiato urogenital 3 Modelo biomecânico do assoalho pélvico 4 Disfunção do assoalho pélvico Incontinência urinária (IU) Incontinência urinária de esforço Hiperatividade do detrusor Prolapso genital Cistocele Retocele Prolapso uterino Incontinência fecal (IF) Dor perineal Dispareunia 5 Parto normal é fator de risco para disfunção do assoalho pélvico... 6 Mas o principal fator de risco é a própria gravidez! Primigestas têm mais prolapso genital do que nuligestas Primigestas também têm mais incontinência urinária do que nuligestas Risco relativo de prolapso aumenta com a paridade 7 Parto vaginal é pior do que cesárea para o assoalho pélvico? USA: maioria das mulheres têm parto vaginal Somente 11,1% são submetidas a cirurgia para correção de prolapso ou incontinência urinária Nulíparas também apresentam prolapso genital e incontinência (estudo WHI: 20% nulíparas com prolapso) Conclusão: há mais fatores envolvidos na etiologia da disfunção do assoalho pélvico 8 Fatores de risco para disfunção do assoalho pélvico Fatores predisponentes: genética Fatores promotores: aumento da pressão abdominal Fatores precipitantes: trauma 9 Fatores do parto vaginal que aumentam o risco de disfunção do AP Feto com peso > 4000 g Período expulsivo prolongado Episiotomia de rotina Método de sutura de episiotomia / lacerações Parto instrumental (fórcipe) 10 Macrossomia Aumento dos diâmetros fetais Maior risco de distócia de bisacromial 11 Período expulsivo Pode ocorrer Compressão, distensão e estiramento do n. pudendo Lesão fascial Lesão muscular Dependendo de vários fatores... 12 Como conduzir o período expulsivo para diminuir o risco de lesão do AP Evitar período expulsivo prolongado Conduzir o período expulsivo sem estimular “força” Puxos espontâneos são melhores Valsalva aumenta a chance de trauma do canal de parto e de alterações funcionais do AP, além de reduzir a oxigenação do recém-nascido Estimular posição confortável para a parturiente, evitando a posição ginecológica 13 Episiotomia Revisão sistemática mostrou que a realização de episiotomia NÃO previne lacerações perineais graves NÃO reduz a ocorrência de incontinência urinária/fecal ou prolapso CAUSA MAIS DANOS como trauma genital, dor perineal e dispareunia DIMINUI a força muscular do assoalho pélvico Portanto, NÃO há benefícios em usar rotineiramente a episiotomia 14 Episiotomia A redução da força muscular do assoalho pélvico é muito maior com episiotomia, mesmo em comparação a lacerações de 2º ou 3º graus Pior na episiotomia médio-lateral – dar preferência à perineotomia Uso restrito às situações de risco fetal grave e iminente 15 Método de sutura Método de Fleming tem melhores resultados quanto a dor no puerpério imediato e até 1 ano pós parto Suturas contínuas não ancoradas na mucosa e musculatura Sutura intradérmica na pele (opcional somente se espaçamento entre as bordas for >5mm) Dar preferência a material sintético Absorção de categute cromado é mais lenta 16 Parto vaginal instrumental: fórcipe Aumenta o risco de incontinência fecal Não é necessário fazer episiotomia 17 Risco de IUE x tipo de parto Tipo departo Freqüência de IUE após 1 ano Parto vaginal 10,3% Cesárea intraparto 12,0% Cesárea eletiva 3,5% Groutz et al, 2004 Cesárea eletiva para todas??? 18 Debate sobre a cesárea eletiva e assoalho pélvico Estima-se que 11,1% das mulheres que tiveram parto vaginal desenvolvem alguma disfunção do assoalho pélvico A cesárea eletiva pode causar danos em uma proporção razoável de mulheres que teriam parto vaginal e não desenvolveriam disfunção do assoalho pélvico Para cada mulher que seria beneficiada pela cesárea eletiva, 9 não teriam nenhum benefício e ainda teriam os riscos potenciais relacionados à cesárea 19 Cesárea eletiva Não se pode afirmar que a cesárea eletiva protege contra incontinência urinária na mulher Considerar fatores culturais, infra-estrutura hospitalar e desejo da mulher Um bom manejo do período expulsivo pode reduzir de forma substancial os riscos de disfunção do assoalho pélvico Não usar a cesárea como alternativa de “parto sem dor”! 20 21
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