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Seminário Optativa NCPC Negocios Processuais

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Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
Negócios Jurídicos Processuais no Novo Código de Processo Civil Brasileiro
	
	 Maria Carolina Soares Teixeira
ABRIL/2017
INTRODUÇÃO SOBRE O TEMA
Mesmo havendo entendimento no sentido da inexistência de fatos jurídicos processuais, defendido por Calmon de Passos quando aduz que “no processo, somente atos são possíveis, todos os acontecimentos naturais apontados como caracterizadores de fatos jurídicos processuais são exteriores ao processo e, por força dessa exterioridade, não podem ser tidos como fatos integrantes ao processo, por conseguinte, fatos processuais” (CALMON DE PASSOS, J., 2002, p. 64-65) e apesar de o Código de Processo tratar especificamente em capítulo próprio dos atos jurídicos processuais, de longa data a doutrina brasileira já destacava haver fatos jurídicos processuais e também os próprios negócios jurídicos processuais.
Os fatos jurídico são todos os fatos, humanos ou não, que tenham repercussão para o mundo jurídico. Os fatos jurídicos processuais, por sua vez, são todos os fatos, humanos ou não, que tenham repercussão para o processo. 
Partindo-se da estrutura do negócio jurídico, o qual possui como um dos seus elementos, e como hipótese de distinção dos atos jurídicos stricto sensu, a finalidade negocial, o diferencial entre os atos processuais e negócios jurídicos processuais está atrelado à existência da finalidade negcial, com vistas a gerar consequências para o processo.
A liberdade para dispor ou para tratar desta finalidade no campo do processo, todavia, não é plena, Vale destacar que as normas processuais, como regra, são cogentes. Não obstante, o direito processual visa a resguardar situações jurídicas discutidas no processo que pertencem às partes. Dessa forma, há dois interesses em jogo: o do Estado, que tem, por meio da Jurisdição, a função de resolução de conflitos e a pacificação social e de outro, o interesse das próprias partes envolvidas no litígio.
Pode-se afirmar que a amplitude dada às partes para a celebração de negócios jurídicos processuais, nos termos do artigo 190 do Novo CPC, está fundada na ideia de um processo cooperativo e consensual. Não obstante isto, há limites que precisam ser observados para a celebração destes negócios jurídico processuais e, mais precisamente, dos negócios jurídicos processuais que versem sobre procedimentos em matéria processual.
Ao esmiuçarmos os limites objetivos dos negócios jurídicos processuais, devemos levar em conta a ligação deste com os demais atos do processo, em razão de sua interdependência, mas não só. Também devemos levar m conta a finalidade maior do conjunto de atos jurídicos processuais, que é a prestação da tutela jurisdicional pelo Estado, sob pena de subversão da finalidade dos negócios jurídicos processuais e até mesmo de subversão do próprio processo.
Acrescidos a isto, devemos destacar que são elementos essenciais aos negócios jurídicos processuais, a declaração de vontade, a finalidade negocial e a idoneidade do objeto.
Com relação aos requisitos de validade, partindo do art. 104 do Código Civil, temos que o negócio jurídico processual, para ser válido, precisa ter agente capaz, objeto lícito, possível determinado ou determinável e forma prescrita ou não defesa em lei.
No que tange a capacidade do agente, o artigo 190 do CPC afirma ser “lícito às partes plenamente capazes”. Segundo Fredie Didier, estaríamos diante da capacidade processual e não de capacidade de fato. Não obstante, devemos levar em consideração que a celebração de negócio jurídico processual prévio a um processo pressupõe a capacidade de fato. Exemplo claro disso ocorre com a transação para pagamento dos débitos alimentares. Para isto, não basta a mera participação do representante do menor, mas também do Ministério Público, além da homologação judicial.
O advogado pode, como regra, celebra negócio processual pela parte. Para isto, em princípio, não haverá necessidade de poderes específicos, salvo se o negócio processual implicar disposição de direito processual. Não precisará-, por exemplo, de poderes especiais para requerer a suspensão do processo. Será necessária, todavia, a concessão de poder específico ao advogado para a prática de atos para os quais a cláusula ad judicia não seja suficiente, a exemplo do que consta no artigo 105 do CPC. 
O Código de Processo afirma que se o processo tratar de direitos que admitam a autocomposição é lícita a celebração do negócio jurídico processual. No mais, restará à doutrina, à jurisprudência, analisando o sistema processual como um todo, identificar quais são estes limites à formação do negócio jurídico processual. 
Quanto á forma do negócio jurídico processual, ele deve ser escrito ou, ao menos, reduzidos a termo. Assim, para que um negócio processual seja válido, ele precisa dos seus elementos de existência e dos requisitos de validade, sob pena de nulidade (artigo 166 do Código Civil).
Com relação À eficácia dos negócios jurídicos processuais, de acordo com o arigo 190 do Código de Processo, há possibilidade de celebração de negócios jurídicos processuais antes do processo. Exemplo claro disso é a cláusula contratual de eleição de foro. A cláusula em questão passa a surtir efeitos a partir do momento em que o demandante a utiliza para discutir a demanda (ou a aprtir do momento em que o demandado a utiliza para alegar a incompetência relativa). 
As cláusulas celebradas no curso da demanda (calendarização do processo e saneamento compartilhado do processo, por exemplo) já passaram a surtir efeitos desde ali. Diferentemente para os negócios jurídicos processuais que foram celebrados em momento anterior a qualquer conflito, sua eficácia ocorrerá a partir do momento em que a demando foi levada ao Judiciário. 
A calendarização do processo, instituto novo e previsto no artigo 191 do CPC, é um exemplo claro de que a participação do juiz será de essência do ato, e não de condição de eficácia deste. 
Com relação aos negócios jurídicos processuais celebrados durante o curso da demanda, estas já possuirão eficácia, passando a regular o procedimento a partir de sua celebração, salvo a necessidade de homologação judicial ou outra condicionante importa de comum acordo pelas partes.
No que se refere aos negócios processuais que visem alterar o procedimento, estes afetarão as atividades do magistrado, que é um dos sujeitos do processo. A alteração das normas procedimentais depende da homologação do juiz, já que o procedimento processual envolver uma relação triangular, da qual o juiz é sujeito processual e, por isto, deve dela participar e será por ela afetado.
CLASSIFICAÇÃO DAS ESPÉCIES DE NEGÓCIOS PROCESSUAIS
Várias podem ser as classificações sobre os negócios jurídicos processuais: quanto ao momento de sua formação; quanto à previsão legal; quanto à manifestação de vontade; dentre outras. 
Quanto ao momento de sua formação, ela pode ser: 1 – antecedente, ou seja, forma anteriormente À existência de demanda entre as partes. Podemos enquadrar nesta categoria: a cláusula de eleição de foro; a distribuição de forma diversa do ônus probatório, desde que celebrada previamente à distribuição da demanda.; cláusula de realização de prévia mediação ou conciliação extrajudicial; 2 – incidental, celebrada após a existência de demanda entre as partes, como por exemplo o saneamento compartilhado do processo; a suspensão do curso do processo.
Quanto à previsão legal, os negócios processuais podem ser classificados em: 1 – típicos, que são os que possuem previsão legal expressa, como o saneamento compartilhado, a eleição de foro,a calendarização dos atos processuais; 2 – atípicos, que são os celebrados com fulcro no artigo 190 do Código de Processo Civil, da qual podemos citar como exemplo o ajuste para dilatação de prazos processuais, ajuste sobe o tempo para a realização de audiência, celebrado em conjunto com o magistrado.No que se refere à classificação quanto à manifestação de vontade, os negócios processuais podem ser classificados em unilaterais (renúncia ao direito ou ao recurso, por exemplo), bilaterais (contratos e convenções, esta última quando os interesses são comuns) e plurilaterais (o saneamento compartilhado e a calendarização processual).
REFERÊNCIAS
BUENO, Cassio Scarpinella. Curso Sistematizado de Direito Processual Civil. Vol. 1. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2015;
DIDIER, Fredie. Curso de Direito Processual Civil, vol. 1. 171. ed. Salvador: Juspodivm;

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