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ESPÍRITO SANTO ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO – FAVENI SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 3 1.1 Conceitos e papel da administração financeira ............................................. 3 1.2 Objetivo da administração financeira............................................................. 6 1.3 A importância da administração financeira .................................................... 7 1.4 Ferramentas para administração financeira .................................................. 8 1.5 Planejamento financeiro ................................................................................ 9 1.6 Como uma consultoria empresarial pode ajudar ........................................... 9 2 O ADMINISTRADOR FINANCEIRO ................................................................... 10 2.1 Funções da administração financeira .......................................................... 13 2.1.1 Análise e Planejamento Financeiro .............................................................. 15 2.2.2 Administração da Estrutura de Ativo da Empresa. ....................................... 15 2.2.3 Administração da Estrutura Financeira da Empresa. ................................... 15 2.2 Finanças Empresariais e o Administrador Financeiro .................................. 16 2.3 A Meta do Administrador Financeiro ........................................................... 18 2.3.1 O Retorno Realizável do Proprietário ........................................................... 18 2.3.2 Perspectiva de Longo Prazo ........................................................................ 19 2.3.3 A Ocorrência dos Retornos .......................................................................... 20 2.3.4 Risco ........................................................................................................... 20 2.3.5 Distribuição de Retornos .............................................................................. 21 3 A IMPORTÂNCIA DE UMA BOA GESTÃO FINANCEIRA NAS EMPRESAS ..... 22 3.1 Conceito e histórico da Gestão financeira ................................................... 22 3.2 Histórico: O início do século XX .................................................................. 23 3.3 Da década de 1920 à década de 1960 ........................................................ 24 3.4 A década de 80 ao início do século XXI ...................................................... 24 3.5 O contexto da gestão financeira no Brasil ................................................... 25 3.6 Ferramentas para uma gestão financeira segura ........................................ 26 3.6.1 Primeira Ferramenta- Fluxo de caixa ........................................................... 26 3.6.2 Segunda Ferramenta: DRE- Demonstrativo de resultado de exercício ........ 28 4 SISTEMA FINANCEIRO .................................................................................... 29 4.1 Instituições financeiras ................................................................................ 30 4.2 Mercados financeiros .................................................................................. 31 5 SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL ................................................................. 33 5.1 Mas por que fiscalizar? ............................................................................... 35 5.2 Subsistema de supervisão .......................................................................... 35 5.3 Subsistema operativo .................................................................................. 36 5.4 História do Sistema Financeiro Nacional – SFN .......................................... 36 5.5 O que é o Sistema Financeiro Nacional –SFN ............................................ 37 5.6 Funções do Sistema Financeiro Nacional – SFN ........................................ 37 5.7 Conselho Monetário Nacional (CMN) .......................................................... 38 6 BANCO CENTRAL DO BRASIL – BACEN ......................................................... 39 6.1 Funções do BACEN .................................................................................... 39 6.2 Competências do BACEN ........................................................................... 40 6.3 COPOM - Comitê de Política Monetária ...................................................... 41 7 ÓRGÃOS LIGADOS AO SUBSISTEMA NORMATIVO ...................................... 43 8 ÓRGÃOS LIGADOS AO SUBSISTEMA DE INTERMEDIAÇÃO ........................ 44 8.1 Instituições financeiras bancárias ................................................................ 44 8.2 Instituições financeiras não bancárias ......................................................... 45 8.3 Sistema brasileiro de poupança e empréstimo ............................................ 46 8.4 Instituições auxiliares .................................................................................. 47 8.5 Instituições não financeiras ......................................................................... 48 9 BIBLIOGRAFIA .................................................................................................. 50 1 INTRODUÇÃO A administração financeira deve ocupar uma condição de destaque e prioridade nas empresas. Assim como as empresas podem caminhar mais intensamente para o sucesso com uma boa administração financeira, a ausência e má execução dessa atividade pode representar a decadência de um negócio. Fonte: consultoriacg.com.br Essencialmente falando, trata-se de uma atividade que lida com a administração das finanças de uma empresa ou organização, visando planejá-las, controlá-las e utilizá-las para obter o melhor resultado possível para o negócio. A administração financeira empresarial está diretamente relacionada, portanto, à maneira como uma empresa lida com suas finanças e os resultados e benefícios que consegue obter através do seu manuseio. 1.1 Conceitos e papel da administração financeira Quando se pretende administrar financeiramente uma empresa, tem-se que ter em mente todo um conjunto de decisões que norteará seu rumo. Estas decisões são calcadas no estudo da movimentação de fundos, e pressupõem duas rotas básicas: as decisões de financiamento e as de investimento. A primeira está correlacionada com as atividades de captação de recursos e a segunda com as atividades de aplicação de recursos. Ambas podem ser estudadas no curto ou no longo prazo, dependendo de suas características. Os recursos captados, por sua vez, podem ser próprios ou de terceiros, o que implica num estudo mais aprofundado para determinar qual o mais viável. Assim sendo, podemos definir finanças, como a arte e a ciência de administrar o dinheiro, ou a ciência que estuda a movimentação financeira entre os agentes econômicos. Estes agentes podem ser instituições, mercados ou instrumentos envolvidos na transferência de dinheiro entre pessoas, empresas e órgãos governamentais. Fonte: www.mundocarreira.com.br A administração financeira, por sua vez, é a ciência cuja finalidade é maximizar a riqueza dos proprietários, gerindo com competência seus recursos. A empresa deverá proporcionar aos seus donos o maior retorno possível sobre seus investimentos. Partindo do conceito básico, administração financeira é um conjunto de ações tomadas no negócio que vão desde o planejamento, até o controle e a análise de todas as atividades financeiras que englobam os processosde uma empresa. A administração financeira, juntamente com a administração de pessoal, de compras ou materiais, de vendas ou marketing e da produção, formam as cinco grandes áreas funcionais da administração. A cada uma dessas áreas cabem as funções básicas de planejar, organizar, coordenar, dirigir e controlar. À administração financeira compete a gestão operacional dos recursos financeiros da empresa. Uma vez que os recursos são escassos, cabe ao departamento financeiro tomar as decisões a fim de obter deles os melhores benefícios no futuro. Decisões sempre implicam numa escolha entre duas ou mais alternativas ou cursos de ação, e mesmo se há uma única alternativa, deve-se decidir entre colocá-la em prática ou não. A administração financeira, assim como a maioria das ciências, é fruto do aprofundamento natural dos estudos no processo de desenvolvimento da humanidade. Nasceu com as teorias econômicas, para após, com os estudos de Taylor, Fayol e Ford, caminhar para sua independência, com forte ascensão após a grande depressão americana dos anos 1929/30, destacando-se na época estudos sobre solvência, liquidez e recuperação financeira das empresas. Estudos de fluxos de caixa, investimentos e retornos, foram transformando a teoria da administração financeira em uma ciência independente. Somente após a década de 50 é que se procurou compreender as várias consequências das políticas de investimento, financiamento e dividendos sobre o comportamento do fluxo de caixa da empresa. A caracterização definitiva está ligada aos estudos de Modigliani e Miller (1958) aos quais se convencionou chamar de Moderna Teoria de Finanças ou Finanças Corporativas, e aos estudos de risco que se desenvolveram a partir da Teoria do Portfólio, patrocinada principalmente por Markowitz e Sharpe (1952), que permitiram fechar o esboço no qual trafega a moderna administração financeira. Como toda ciência moderna, a administração financeira contou e conta com a estreita colaboração de outras ciências, tais como: Contabilidade – Ciência que subsidia as decisões financeiras com os dados de seus demonstrativos e relatórios. Matemática Financeira – Ciência que situa os números das finanças no tempo e facilita seu entendimento. Estatística – Ciência que colabora com seus dados e previsões às decisões de cunho administrativo/financeiro. Economia – Ciência que ensina como a empresa deve se colocar dentro das variáveis econômicas e das leis que as regem. Direito – Ciência que orienta o disciplinamento legal dos procedimentos administrativo/financeiros. Informática – Ciência recente, mas de grande utilidade para o administrador financeiro pela rapidez e confiança no ordenamento de dados e elaboração de relatórios. 1.2 Objetivo da administração financeira Fonte: blog.unipe.br Quanto ao objetivo da administração financeira, podemos citar que se trata de consolidar o negócio cada vez mais e oferecer possibilidades de ampliações e bons rendimentos. Uma administração financeira eficiente possibilita ao empresário ver um pouco mais adiante e planejar o futuro dos negócios. O principal objetivo da administração financeira é otimizar e ampliar os resultados da empresa por meio da geração de lucro e do aumento do patrimônio financeiro. Trata-se de uma medida que proporciona uma constante análise e avaliação do fluxo de entrada e saída de capitais, promovendo estabilidade financeira e crescimento dos negócios. Em outras palavras, quando a administração financeira de uma empresa é aplicada, ela passa a controlar os gastos e os investimentos do capital para que assim, sejam conquistados mais recursos que vão financiar equipamentos mais modernos, mão de obra mais qualificada, matéria prima de melhor qualidade, melhoria do serviço prestado, além de possibilitar ampliações (através de novas filiais por exemplo) e maior retorno financeiro. 1.3 A importância da administração financeira Há alguns preceitos básicos que todas as pessoas e empresas conhecem: Não se deve gastar mais do que as próprias receitas; Não ter as informações corretas pode levar a tomada de decisões precitadas e errôneas; É preciso investir para crescer, mas investir corretamente; Podemos, por um lado, afirmar que essas são questões básicas de uma boa gestão financeira, seja pessoal ou empresarial. Ainda assim, por outro lado, muitas são as pessoas e empresas que descuidam dessas atividades, que são o coração da administração financeira. É por isso que uma boa gestão financeira está relacionada não somente às situações presentes, mas também e principalmente à situação futura da empresa. É papel dos administradores financeiros, em primeiro lugar, ter conhecimento – isto é, possuir o registro – de toda movimentação financeira da empresa; então, com essas informações, tomar as melhores decisões, ou fornecer relatórios para que outros decidam, e que favoreçam o crescimento da empresa. O princípio de tudo está, portanto, no registro de todas as informações financeiras e atualização desses dados. Sem isso não será possível uma boa administração. Deste modo, deve-se analisar se a empresa tem cumprido bem essa etapa e o que pode ser melhorado. Essas informações registradas permitirão, além da tomada de decisões, acompanhar o desempenho da empresa através de indicadores. Ainda que os indicadores financeiros não sejam os únicos que demonstrem se uma empresa está alcançando os seus objetivos, eles têm um grande peso nessa análise. Outro fator que torna fundamental a boa administração financeira diz respeito à estratégia empresarial. Toda empresa necessita de uma estratégia para crescer e se desenvolver; mas como seria possível desenvolver uma estratégia consistente e realista sem dados confiáveis sobre a situação financeira da empresa? Cabe ainda aos administradores financeiros a tomada de decisões que podem direcionar o negócio para o sucesso. Os três tipos principais de decisões financeiras são: Destinação do lucro líquido; Investimentos; Financiamento. Assim, considerando que em toda a empresa há movimentação financeira (é possível identificar tais movimentações no departamento de compras, recursos humanos, produção, logística, e em tantos outros), é também essencial que o gestor financeiro esteja integrado com todas as empresas e seja alimentado das informações relevantes. Fonte: techfinancials.co.za 1.4 Ferramentas para administração financeira Obviamente, todo esse trabalho pode ser melhor realizado com as ferramentas corretas e atuais. Infelizmente, ainda há um grande número de empresas resistentes à adoção de sistemas e ferramentas que auxiliam na administração. Há ainda aquelas que, apesar já possuírem alguma planilha ou sistema, pouco exploram das funcionalidades disponíveis, e se restringem mais às funções operacionais (como registrar as entradas e saídas). Além das já consagradas planilhas eletrônicas que auxiliam na gestão financeira, há sistemas e softwares acessíveis para empresas de todos os portes. Para as empresas que preferem as planilhas eletrônicas, é possível encontrar modelos gratuitos disponíveis na internet dos mais variados tipos: Fluxo de caixa; Movimentação financeira; Controle de inadimplência; Planejamento financeiro; Custos de funcionários; Contas a pagar e a receber; Já as empresas que desejam uma solução mais completa e robusta, que além de ajudar no controle das informações ofereça relatórios e ferramentas para a tomada de decisões estratégicas, é um bom caminho a contrataçãode um software de gestão financeira. 1.5 Planejamento financeiro Uma das atividades mais importantes quando se fala em administração de finanças é o planejamento financeiro. Fundamental para toda empresa, é esse planejamento que deve guiar as ações da empresa e ajudar no controle da movimentação financeira. 1.6 Como uma consultoria empresarial pode ajudar Reconhecendo a importância de uma boa administração financeira, como fazer quando uma empresa não possui as competências para realizá-la? É sempre válido que os profissionais destinados a essa atividade busquem o aperfeiçoamento profissional através de cursos e treinamentos (além da experiência prática). Porém, é também válido contar com o auxílio de uma consultoria empresarial para ajudar a organizar as finanças, traçar um bom planejamento e auxiliar no alcance dos objetivos organizacionais. 2 O ADMINISTRADOR FINANCEIRO Fonte: ava.domboscoead.com.br A administração financeira é um campo de estudo teórico e prático que objetiva, essencialmente, assegurar um melhor e mais eficiente processo empresarial de captação e alocação de recursos de capital. Portanto ela envolve-se tanto com a problemática da escassez de recursos, quanto à realidade operacional e prática da gestão financeira das empresas, assumindo uma definição de maior amplitude. Para tanto, necessita de pessoas qualificadas que administrem as decisões necessárias ao seu funcionamento. Estas decisões, via de regra, estão ligadas a atividades que envolvem recursos financeiros direta ou indiretamente. Podemos catalogá-las em três atividades principais: Planejamento, análise e controle. Decisões de investimento. Decisões de financiamento. A atividade de planejamento, análise e controle consiste em visualizar no futuro as consequências financeiras dos atos presentes, analisar os resultados apresentados e fazer com que o planejamento seja aplicado de maneira adequada, monitorando sua aplicação. A consulta aos demonstrativos contábeis permite estudar os dados registrados e suas projeções através do orçamento empresarial, uma ferramenta de grande importância, que ajuda também ao administrador financeiro a orientar financeiramente a empresa. A análise dos relatórios contábeis e gerenciais denuncia possíveis desvios de roteiro do planejamento, que devem ser corrigidos nas proporções e tempo requeridos. Fonte: www.administradores.com.br A atividade de selecionar investimento existe em decorrência das decisões político-administrativas da empresa, e delimitam o montante de recursos a serem aplicados em decorrência daquelas decisões. Esta atribuição atinge os ativos tangíveis e intangíveis que são uma constante preocupação na administração financeira. A aquisição, a depreciação, o risco, o retorno, todos estes itens devem ser questionados, como forma de manter a melhor produtividade e os menores custos. Todo investimento torna-se atraente quando seu retorno esperado excede a taxa exigida pelos acionistas. A atividade de buscar financiamento executa a seleção do menor custo para viabilização da função anterior. Os financiamentos de longo e curto prazo devem ser pesquisados para se evitar custos desnecessários em épocas desnecessárias. O equilíbrio do Balanço Patrimonial deve ser sempre perseguido como forma de se ter uma interação entre fontes e aplicação de recursos. O objetivo central da seleção de financiamentos é determinar a melhor estrutura de financiamento da empresa, de maneira a preservar sua capacidade de pagamento e dispor de fundos com custos reduzidos em relação ao retorno que se espera apurar de suas aplicações. Fonte: d2ks5cytjcldab.cloudfront.net O administrador financeiro é responsável pela execução das atribuições financeiras da empresa. Ele utiliza basicamente duas atribuições financeiras: As de tesouraria e as de controladoria. Dentre as principais tarefas de tesouraria destacam- se: Orçamento de caixa; Cadastro; Câmbio; Financiamento; Investimento; Crédito e Cobrança; Relacionamento com instituições financeiras. Dentre as principais tarefas de controladoria (o termo vem do inglês controller), destacam-se: Administração de custos e preços; Auditoria interna; Contabilidade; Orçamento Geral; Controle Patrimonial; Planejamento tributário; Relatórios gerenciais; Estas tarefas variam em função do porte da empresa. Em empresas pequenas, os sócios se incumbem de muitas destas atividades, e a contabilidade geralmente é terceirizada. Nas grandes empresas, as atividades se subdividem, na maioria das vezes, conforme organograma a seguir: Em consonância com a administração estão os stakeholders, que são partes interessadas na administração da empresa. Compõem-se de funcionários, clientes, fornecedores, credores e outros que tenham ligação direta com o negócio. Os administradores podem ser considerados representantes dos proprietários e em seus nomes gerir os negócios empresariais. O conflito entre os interesses dos acionistas e os interesses dos gestores pode gerar problemas que se denominam problemas de agency. Enquanto os proprietários focam o lucro, os administradores também focam os interesses em suas carreiras profissionais. Portanto um bom plano de carreira, bonificações pelo bom desempenho e opções pela compra de ações podem minimizar estes problemas. 2.1 Funções da administração financeira É função do gestor financeiro fazer uma análise dos resultados mensais e semestrais da empresa, avaliando a área financeira da empresa e planejando Conselho de Administração Diretor de Vendas Diretor Administrativo- Financeiro Diretor de Produção Tesoureiro Controller melhorias que poderão enxugar as despesas e trazer mais investimentos para a organização. Também cabe a este profissional a função de utilizar adequadamente os recursos financeiros disponíveis, aprimorando as negociações com fornecedores e bancos. O administrador financeiro tem a tarefa de conceder créditos a clientes e cobrá- los quando há algum atraso ou inadimplência. Ele também controla entradas e saídas e as datas corretas de recebimento de cada fatura, assim como os prazos de pagamento de todas as despesas operacionais. Fonte: image.freepik.com Uma gestão financeira não funciona adequadamente quando não há o registro correto de todas as movimentações, do estoque, saldo em caixa, contas a receber e a pagar, quantidade de despesas fixas e variáveis, média de recebimentos e outros dados importantes para avaliar a situação financeira da organização. Saber exatamente tudo relativo ao estoque é primordial para uma boa conduta financeira na empresa. Por isso, controle quantos produtos existem, seus prazos de validade, códigos e registros, pedidos feitos, faturas pagas, produtos vendidos, quais são os mais vendidos e os menos vendidos. Quando o administrador é inexperiente ou não sabe avaliar todos os trâmites da gestão financeira, ela pode ficar prejudicada. Da mesma forma que a falta de avaliação correta dos ciclos financeiros e operacionais da organização pode ser prejudicial, a falta de integração entre os prazos de pagamento de vendas com as políticas financeiras da empresa também são fatores determinantes para um caos no planejamento. As funções do Administrador Financeiro dentro da empresa podem ser avaliadas em relação às demonstrações financeiras básicas da empresa. Três são primordiais: (1) a análise e planejamento financeiro;(2) a administração da estrutura de ativo da empresa; e (3) a administração de sua estrutura financeira. 2.1.1 Análise e Planejamento Financeiro Esta função envolve a transformação dos dados financeiros em uma forma que possa ser usada para orientar a posição financeira da empresa, avaliar a necessidade de aumento da capacidade produtiva e determinar que tipo de financiamento adicional deve ser feito. 2.2.2 Administração da Estrutura de Ativo da Empresa O Administrador Financeiro determina a composição e os tipos de ativos encontrados no balanço da empresa. A composição refere-se ao valor dos ativos circulantes e fixos. Depois que a composição estiver fixada, o Administrador Financeiro precisa determinar certos níveis “ótimos” de cada tipo de ativo circulante e tentar mantê-los. Deve também detectar quais são os melhores ativos fixos a serem adquiridos e saber quando os ativos fixos existentes se tornarão obsoletos e precisarão ser modificados ou substituídos. A determinação da melhor estrutura de ativo para a empresa não é um processo simples; requer o conhecimento das operações passadas e futura da empresa, e a compreensão dos objetivos que deverão ser alcançados a longo prazo. 2.2.3 Administração da Estrutura Financeira da Empresa Esta função é relacionada com o lado direito do balanço da empresa. Em primeiro lugar, a composição mais adequada de financiamento a curto e longo prazo precisa ser determinada. Esta é uma decisão importante, pois afeta tanto a lucratividade da empresa como sua liquidez global. Um segundo problema igualmente importante é saber quais as melhores fontes de financiamento a curto ou longo prazo para a empresa, num dado momento. Muitas destas decisões são impostas por necessidade, mas algumas exigem uma análise profunda das alternativas disponíveis, de seus custos e de suas implicações a longo prazo. As três funções do Administrador Financeiro descritas acima são claramente refletidas no balanço, que mostra a posição financeira da empresa num dado instante. A avaliação dos dados do balanço pelo Administrador Financeiro reflete a posição financeira global da empresa. Ao fazer tal avaliação, ele precisa inspecionar as operações da empresa, procurando áreas que mostrem problemas e áreas que podem ser melhoradas. Ao administrar a estrutura de ativo da empresa, na realidade ele está determinando a formação do lado esquerdo de seu Balanço. Ao administrar sua estrutura financeira, está elaborando o lado direito do Balanço da empresa. A figura a seguir, demonstra a relação das funções financeiras com as informações contábeis de um balanço estruturado. BALANÇO ATIVOS CIRCULANTES PASSIVOS CIRCULANTES ATIVOS PERMANENTES RECURSOS DE LONGO PRAZO 2.2 Finanças Empresariais e o Administrador Financeiro A administração financeira cuida da viabilidade financeira da empresa, portanto da sua existência. A maioria das decisões tomadas dentro da empresa é medida em Decisões de Financiamento (Estrutura Financeira) Decisões de Investimento (Estrutura de Ativos) Análise e Planejamento Financeiro termos financeiros, desta forma o administrador financeiro desempenha um papel- chave na operação da empresa. É esse profissional quem administra os negócios financeiros de qualquer tipo de empreendimento, seja privado ou público, grande ou pequeno, com ou sem fins lucrativos. A compreensão básica da função financeira é necessária aos executivos responsáveis por decisões em todas as áreas, como administração, contabilidade, pesquisa, marketing, produção, pessoal, etc. Fonte: www.acomsistemas.com.br Nas micro e pequenas empresas a função de finanças pode ser executada pelo proprietário, por um dos sócios ou pelo departamento de contabilidade. Quando o negócio se expande, normalmente a função ocupa um departamento separado ligado diretamente ao presidente, já que as frequentes mudanças econômicas e nas leis interferem diretamente nas decisões da administração financeira com vistas a preservar o desempenho da organização. Ao Diretor Financeiro normalmente cabe a coordenação das atividades de tesouraria e controladoria. A controladoria lida com contabilidade de custos e financeira, pagamento de impostos e sistemas de informações gerenciais. A tesouraria é responsável pela administração do caixa e dos créditos da empresa, pelo planejamento financeiro e pelas despesas de capital. 2.3 A Meta do Administrador Financeiro O Administrador Financeiro deve visar atingir os objetivos dos proprietários da empresa. No caso de sociedades anônimas, os proprietários da empresa normalmente não são os administradores. A função destes não é realizar seus próprios objetivos (que podem incluir o aumento de seus ordenados, a obtenção de prestígio ou a manutenção de sua posição). Antes, é maximizar a satisfação dos proprietários (acionistas). Presumivelmente, se forem bem-sucedidos nesta tarefa, também atingirão seus objetivos pessoais. Alguns acreditam que o objetivo dos proprietários é sempre a maximização do lucro; outros creem que é a maximização da riqueza. A maximização da riqueza é a abordagem preferida por cinco razões básicas, considera: (1) o retorno realizável do proprietário, (2) uma perspectiva a longo prazo, (3) a época de ocorrência dos retornos, (4) risco e (5) a distribuição dos retornos. 2.3.1 O Retorno Realizável do Proprietário O Proprietário de uma ação possivelmente espera receber seu retorno sob a forma de pagamentos periódicos de dividendos, ou através de valorizações no preço da ação, ou ambos. O preço de mercado de uma ação reflete um valor de dividendos futuros esperados bem como de dividendos correntes; a riqueza do acionista (proprietário) na empresa em qualquer instante é medida pelo preço de mercado de suas ações. Se um acionista numa empresa desejar liquidar sua participação, irá vender a ação ao preço vigente no mercado ou bem próximo a este. Uma vez que o preço de mercado da ação, e não os lucros, é que reflete a riqueza do proprietário numa empresa, num dado momento, a meta do Administrador Financeiro deve ser maximizar essa riqueza. 2.3.2 Perspectiva de Longo Prazo A maximização do lucro é uma abordagem de curto prazo; a maximização da riqueza considera o longo prazo. Existem vários exemplos que mostram uma valorização no preço da ação de Companhias resultante do fato de que as decisões de curto prazo relacionadas com o desenvolvimento de novo produto, embora baixando os lucros a curto prazo, tenham produzido maiores retornos futuros. Uma empresa que deseja maximizar lucros poderia comprar maquinaria de baixa qualidade e usar materiais de baixa qualidade, ao mesmo tempo que faria um tremendo esforço de venda para vender seus produtos por um preço que rendesse um elevado lucro por unidade. Essa é uma estratégia de curto prazo que poderia resultar em lucros elevados para o primeiro ano, porém, em anos subsequentes os lucros declinariam significativamente pois os compradores constatariam a baixa qualidade do produto e o alto custo de manutenção associado à maquinaria de baixa qualidade. O impacto de vendas decrescentes e custos crescentes tenderia a reduzir os lucros a longo prazo e, se não houvesse cuidado, poderia resultar na eventual falência da empresa. As consequências potenciais de maximização do lucro a curto prazo provavelmente estejam refletidas no preço corrente da ação, que talvez seja menor do que se a empresa tivesse perseguindo uma estratégia de prazo mais longo. Fonte: swcllp.com2.3.3 A Ocorrência dos Retornos A abordagem de maximização do lucro não consegue refletir diferenças na época de ocorrência de retornos, ao passo que a maximização da riqueza tende a considerar tais diferenças. O objetivo de maximização do lucro dá maior importância a um investimento que ofereça os maiores retornos totais, enquanto que a abordagem da maximização da riqueza considera explicitamente a época de ocorrência dos retornos e seu impacto no preço da ação. 2.3.4 Risco A maximização do lucro não considera o risco, porém, a maximização da riqueza considera explicitamente no risco. Uma premissa básica na Administração Financeira é que existe uma relação entre risco e retorno: os acionistas esperam perceber maiores retornos de investimento de maior risco e vice-versa. Os Administradores Financeiros precisam, portanto, levar em conta o risco ao avaliarem investimentos potenciais. Fonte: planobadm.com.br Considerando que os acionistas exigem maiores retornos para maiores riscos, é importante que o Administrador Financeiro considere adequadamente o impacto do risco sobre os retornos deles. A abordagem da maximização da riqueza considera o risco, enquanto que a maximização do lucro o ignora. A maximização da riqueza é, portanto, a abordagem preferida. 2.3.5 Distribuição de Retornos O uso do objetivo da maximização do lucro não permite considerar que os acionistas possam desejar receber uma parte dos retornos da empresa sob a forma de dividendos periódicos. Na ausência de qualquer preferência por dividendos, a empresa poderia maximizar lucros de um período a outro, reinvestindo todos os lucros, usando-os para adquirir novos ativos que elevarão os lucros futuros. A estratégia da maximização da riqueza leva em conta o fato de que muitos proprietários apreciam receber o dividendo regular, independente do seu montante. Os Administradores financeiros devem reconhecer que a política de dividendos da empresa afeta a atratividade de sua ação para tipos particulares de investidores. Este efeito clientela é usado para explicar o efeito de uma política de dividendos sobre o valor de mercado de ação. Acredita-se que o retorno que os acionistas esperam receber for assegurado, isto terá um efeito positivo sobre o preço das ações. Já que a riqueza de cada acionista, em qualquer instante, é igual ao valor de mercado de todos os seus ativos, menos o valor de suas dívidas, um aumento no preço de mercado da ação da empresa deve aumentar a sua riqueza. Uma empresa interessada em maximizar a riqueza da acionista poderá pagar- lhe dividendos numa base regular. Uma empresa que deseja maximizar lucros pode preferir não pagar dividendos. Porém, os acionistas certamente prefeririam um aumento na sua riqueza, a longo prazo, do que a geração de um fluxo crescente de lucros, sem se preocupar com o valor de mercado de suas ações. Uma vez que o preço da ação reflete explicitamente o retorno realizável dos proprietários, considera as perspectivas a longo prazo da empresa, reflete diferenças na época de ocorrência dos retornos, considera o risco e reconhece a importância da distribuição de retornos, a maximização da riqueza refletida no preço da ação é considerada a meta da Administração Financeira. A maximização do lucro pode ser parte de uma estratégia de maximização da riqueza. Muitas vezes, os dois objetivos podem ser perseguidos simultaneamente. Porém, não se deve nunca permitir que a maximização dos lucros obscureça o objetivo mais amplo da maximização da riqueza. 3 A IMPORTÂNCIA DE UMA BOA GESTÃO FINANCEIRA NAS EMPRESAS1 3.1 Conceito e histórico da Gestão financeira Administração financeira é a disciplina que trata dos assuntos relacionados à administração das finanças de empresas e organizações. Trata-se de um ramo privativo à Administração. É o gestor de finanças quem dirige e administra as finanças de uma empresa, (OLIVEIRA, 2005). Primeiramente, pretende-se compreender o sentido e o significado de finanças, que corresponde ao conjunto de recursos disponíveis circulantes em espécie que serão usados em transações e negócios com transferência e circulação de dinheiro. Torna-se necessário também analisar a situação econômica dos fundos da empresa, com relação aos seus bens e direitos garantidos. Com isso, verifica-se que as finanças fazem parte do cotidiano, no controle dos recursos para compras e aquisições, tal como no gerenciamento da empresa, suas respectivas áreas, seja no marketing, na produção, na contabilidade e, principalmente no planejamento de nível estratégico, gerencial e operacional em que se toma dados e informações financeiras para a tomada de decisão na condução da empresa. A administração financeira, hoje conhecida como gestão financeira é uma ferramenta ou técnica utilizada para controlar da forma eficaz, à concessão de crédito para clientes, planejamento, análise de investimentos e, de meios viáveis para a obtenção de recursos para financiar operações e atividades da empresa, visando sempre o desenvolvimento, evitando gastos desnecessários, desperdícios, observando os melhores “caminhos” para a condução financeira da empresa (MORAIS, 2010, p. 33) Entende-se que a área administrativa dentro de uma empresa pode ser considerada como o combustível da empresa que possibilita o funcionamento de forma correta, sistêmica e sinérgica. Morais (2010) afirma que a empresa bem administrada pode passar vida para outros setores, sendo preciso circular constantemente, possibilitando a realização das atividades necessárias, objetivando o lucro, a maximização dos investimentos, mas acima de tudo, o controle eficaz da entrada e saída de recursos financeiros. Morais (2010, p. 78) ainda diz: 1 Texto extraído do link: http://www5.firb.br/editora/index.php/interatividade/article/view/153. Autora: Juliana Vieira Martos Bertoletti. Essa atuação pode acontecer em forma de investimentos, empréstimos entre outros, mas sempre visando a viabilidade dos negócios, que proporcionem não somente o crescimento, mas o desenvolvimento e estabilização da empresa via gestão. Geralmente por falta de informações financeiras precisas para o controle e planejamento financeiro a maioria das empresas pequenas no Brasil entram em falência até o quinto ano de existência. Segundo (Morais, 2010), para superação desse problema são indiscutivelmente necessárias as informações do balanço patrimonial, no qual se contabilizam os dados da gestão financeira, que devem ser analisados detalhadamente para a tomada de decisão. É importante também uma auditoria dentro da empresa para maior eficácia nos lucros e maior lisura no empreendimento. A contabilidade e a auditoria proporcionam à gestão financeira maior controle das finanças, pois a função do contador é desenvolver e prover dados para mensurar o desempenho da empresa, avaliando a situação financeira perante os impostos, contabilizando todo seu patrimônio, elaborando as demonstrações, reconhecendo as receitas no momento em que são incorridos os gastos (MORAIS, 2010, p. 80). Entende-se que o que diferencia as atividades financeiras das contábeis é que a administração financeira ou gestão financeira enfatiza o fluxo de caixa, que nada mais é do que a entrada e saída de dinheiro, que demonstrará realmente a situação e capacidade financeira para satisfazer suas obrigações e adquirir novos ativos a fim de atingir as metas da empresa. Os contadores admitem a extrema importância do fluxo de caixa, assim como o administrador financeiro utiliza o regime de caixa, mas cada um tem suas especificidades e maneira de descrevera situação da empresa, sem menosprezar a importância de cada atividade já que uma depende da outra no que diz respeito à circulação de dados e informações necessárias para o exercício de cada uma delas (OLIVEIRA, 2005, p. 05). 3.2 Histórico: O início do século XX Para Archer e D’ Ambrosio (1979, p. 20) no início do século XX as obras de Finanças foram caracterizadas pela abordagem tradicional, focando os “principais acontecimentos da vida financeira das empresas, ao invés dos problemas administrativos rotineiros”. De qualquer maneira, houve um desenvolvimento da função financeira nessa fase, de forma que considera-se o início do século XX como o marco do princípio do estudo sistemático em Finanças, em decorrência do processo de consolidação das empresas e do crescimento do mercado interno norte-americano, ambos resultados da construção das grandes redes ferroviárias, realizada no final do século XIX (SALAZAR, 2012). 3.3 Da década de 1920 à década de 1960 A década de 1920 foi caracterizada pelos seguintes fatos: a expansão de novas indústrias e o processo de fusões das empresas para completar as linhas de comercialização. Embora fosse um período de apuração de grandes margens de lucro, a flutuação dos preços dos produtos e a escassez de recursos financeiros se constituíam em motivos de preocupação (OLIVEIRA, 2005). Isso reforçou a importância da estrutura financeira da empresa, dos estudos referentes à liquidez das empresas. De acordo com esse autor, a década de 30 foi marcada pela profunda recessão econômica decorrente da Crise de 1929. Na década de 1940 houve a 2ª Guerra Mundial, e a função financeira deu ênfase à obtenção de recursos para financiar a produção de bens adequados ao período de guerra e ao pós-guerra. Dessa forma, observa-se a predominância da abordagem tradicional até o final da 2ª Guerra Mundial, evidenciada no interesse pelos assuntos referentes à estrutura de capital e ao processo de financiamento (ARCHER; D’ AMBROSIO, 1979). No início da década de 50 ocorreu uma rápida expansão econômica. Havia, porém, o receio de uma possível recessão econômica no pós-guerra e, diante do crescimento dos custos de mão-de-obra e das dificuldades de captação de recursos. Em 1970, a teoria da Eficiência dos Mercados ganhou relevância, constituindo uma das mais importantes contribuições à teoria de Finanças desenvolvidas nesse período. Essa teoria explica que, em mercados eficientes, os preços dos ativos financeiros refletem o conjunto de informações relevantes e disponíveis (FERREIRA, 2005). 3.4 A década de 80 ao início do século XXI Nessas duas décadas, de acordo com Franco (1996) o crescimento da economia norte americana foi caracterizado pela manutenção de produtos europeus e japoneses, e adoção de uma política monetária restritiva. Isso provocou o aumento das taxas de juros internacionais, fato que, aliado à redução do preço das commodities fez com que crescesse a economia. Na década de 1990 o processo de globalização se intensificou, incrementando o fluxo internacional de capitais, de produtos e de serviços. “[...] o processo de globalização nos leva a identificá-lo com o crescimento dos fluxos de comércio de bens e serviços e do investimento internacional em níveis consistentemente superiores aos do crescimento da produção” é o que afirma Franco (1996, p. 3). Por isso, a intensificação do fluxo internacional de capitais, de produtos e serviços levou a uma interdependência maior entre as economias dos países, implicando aumento da possibilidade de que um eventual colapso econômico de um determinado país resulte no contágio dos demais. 3.5 O contexto da gestão financeira no Brasil Segundo Fausto (2006), no Brasil, o estudo de Administração de Empresas e a tecnologia desenvolvida nos Estados Unidos trouxeram sucesso para aumentar os conhecimentos. Nesse contexto, o desenvolvimento da função financeira no Brasil é determinado pela forte influência do conhecimento gerado no exterior, especificamente dos modelos norte-americanos, como se observa na literatura. Morais (2010) por sua vez, avalia que a literatura financeira no Brasil é focada nos acontecimentos econômicos, como a inflação e a troca de moeda, por exemplo, onde os livros de finanças tiveram de se adaptar às novas situações do mercado brasileiro. A função financeira no Brasil depende dos modelos e práticas desenvolvidas no exterior, os quais, por sua vez, são aplicados e adequados à realidade brasileira. Se fatos nacionais tiveram pouco impacto no desenvolvimento da teoria e da prática financeira, acontecimentos no exterior provocaram reflexos internos, tais como: A lei Sarbanes Oxley (SOX) provocou impactos nas empresas brasileiras que lançaram ações no mercado de capital norte-americano. Essas organizações tiveram de se adaptar às exigências desse mercado. Além disso, as empresas brasileiras que ainda não lançaram ações no mercado norte americanas estão procurando se adaptar a essa lei, almejando um maior diferencial no mercado decapitais; Na relação entre empresa e demais stakeholders, discussões sobre ética empresarial e transparência também se tornaram frequentes. Balanços Sociais passaram a ser divulgados, podendo-se destacar, no Brasil, os modelos propostos pelo Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Ambientais (IBASE), pela Global Reporting Initiative (GRI) e pelo Instituto Ethos (SCHARF, 2004); No que se refere à redução do risco sistêmico, o Banco Central do Brasil (BACEN) promoveu, em 2002, a reestruturação do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB). Foi observado o aumento da liquidez do setor financeiro nacional, o que minimizou os riscos de crédito e de liquidação. Considerando o exposto pode-se dizer que a função financeira evoluiu e que o seu papel é alcançar a maximização do valor da empresa para o acionista, por meio de políticas de investimento, de financiamento e de dividendos. É importante também avaliar constantemente os fatores que envolvem os risco e retorno, custos de capital e o equilíbrio no relacionamento com investidores. Esse é papel do gestor financeiro. 3.6 Ferramentas para uma gestão financeira segura Segundo Mores e Oliveira (2011) a sincronia entre o setor de compras, o setor comercial, o de contas a pagar e a receber bem como o controle da produção é de suma importância para o desenvolvimento e controle financeiro da empresa. Para fazer a ligação sistêmica entre estes setores existem duas ferramentas importantes como: o fluxo de caixa e o demonstrativo de resultados. 3.6.1 Primeira Ferramenta- Fluxo de caixa O fluxo de caixa nada mais é do que a sintetização dos movimentos monetários realizados por uma empresa em um determinado período, bem como o registro de despesas e receitas. Existem várias maneiras de se aplicar o fluxo de caixa. Pode ser criado um fluxo de caixa somente para o setor de compras, que pode ser chamado de fluxo de caixa por atividade. Já o fluxo de caixa global, ou seja, aquele que abrange todas as transações da empresa exige disciplina e metodologia. (MORAES; OLIVEIRA, 2011). Cada empresa tem sua especificidade, sendo assim, os fluxos monetários são diferentes, tendo, cada empresa que se adaptar ao modelo de fluxo de caixa da própria empresa, não admitindo “importação de modelos”. Por esse motivo é importante que o gestor financeiro tenha conhecimento de todo o ciclo financeiro da empresa, suas receitas e suas despesas, para melhor formatação do fluxo de caixa. Com relação ao período do lançamento dos movimentos, é aconselhável que seja feito diariamente, para que se obtenha melhorcontrole e conhecimento das informações. Segundo Ferreira (2005), para uma eficiente administração é preciso conhecimento e muita conscientização no trabalho na empresa. Seguem abaixo algumas orientações do SEBRAE - SP para o sucesso empresarial: A aplicação do conceito do "fluxo de caixa" é a mesma indiferente do ramo ou tamanho da empresa. Mais do que recursos de informática e tecnologia é preciso ter disciplina. Faça os lançamentos diariamente e acompanhe o extrato do banco também diariamente. Não adianta fazer cursos e não praticar, por isso exercite o aprendizado dia-a- dia e transforme o fluxo de caixa em uma rotina da empresa. Registre sempre a saída do pró-labore, ele faz parte do balanço da empresa. Se não tiver tempo para fazer o fluxo de caixa você mesmo, contrate alguém que possa ficar responsável por essa função. No caso de contratar um funcionário, acompanhe o trabalho executado por ele. Morais e Oliveira (2011) afirmam que todo gestor financeiro tem muita responsabilidade dentro da empresa que atua. Por isso precisa dominar conhecimentos como: análise e planejamento financeiro, isto é, analisar os resultados financeiros e planejar ações necessárias para obter melhorias. Saber utilizar os recursos financeiros analisando e negociando a captação dos recursos financeiros necessários, bem como a aplicação dos recursos financeiros disponíveis. Outro quesito importante do gestor financeiro é conhecer as funções de crédito e cobrança, analisando a concessão de crédito aos clientes e administrando o recebimento dos créditos concedidos. Quanto ao caixa é importante efetuar os recebimentos e os pagamentos, controlar o saldo de caixa, bem como as contas a receber e a pagar, controlando também as contas a receber relativas às vendas a prazo e contas a pagar relativas às compras a prazo, impostos e despesas operacionais, etc. No entanto, entende-se que é comum que empresas deixem de realizar uma adequada gestão financeira caminhando para o fracasso, pois uma gestão financeira equilibrada é o pulmão das empresas. 3.6.2 Segunda Ferramenta: DRE- Demonstrativo de resultado de exercício Em primeiro momento entende-se que o DRE, é uma simples ferramenta da contabilidade, entretanto ela é fundamental para a gestão financeira, uma vez que, através dela avaliamos se a empresa projeta lucro ou prejuízo. A Demonstração do Resultado do Exercício é uma demonstração contábil que apresenta o fluxo de receitas e despesas, que resulta em aumento ou redução do patrimônio líquido ente duas datas (HOJI, 2009). “Ela deve ser apresentada de forma dedutiva, isto é, inicia-se com a Receita operacional bruta e dela deduzem-se custos e despesas, para apurar o lucro líquido” (HOJI, 2009, p.267). É importante verificar se o gestor financeiro estiver atento a esse problema poderá evitar prejuízos. Entende-se que é importante estar atento aos Controles financeiros e para uma empresa manter sua liquidez confortável e obter resultados satisfatórios, há necessidade de tomadas de decisões diárias. A existência de controles, em especial os financeiros, é essencial para que essas atitudes sejam as mais corretas possíveis. Para Brasil (2005, p. 01): Ao empresário, interessa ter em mãos um instrumental que lhe permita conduzir o barco ao porto, com relativa segurança ou, pelo menos, ter condições de avaliar os riscos que está correndo, para tomar a tempo as medidas corretivas que se fizerem necessárias. Pode-se afirmar que a principal finalidade dos controles financeiros é gerar informações úteis e confiáveis, em tempo hábil, para o empresário tomar as decisões acertadas. Outro item que o gestor financeiro precisa estar atento é quanto ao Controle de Caixa. Este item deve estar disponível para a empresa no exato momento, não necessitando de espera para que se torne disponível. Para financiar a continuidade das operações, a empresa necessita de recursos, sendo que o caixa é o item que está disponível para a empresa. Assim como o caixa, quando a empresa possui saldos em contas de bancos, poderá utilizar os recursos encontrados nessas contas para pagamentos imediatos, mas sendo utilizados com cheques conforme ressalta Sanvicente (1980, p. 124) “o item “Bancos” refere-se aos saldos mantidos em contas bancárias movimentáveis a vista contra a emissão de cheque.” Para controlar a circulação dos recursos nas contas em banco, a empresa necessitará do extrato fornecido pelo banco, para conferir com sua movimentação e verificar se os débitos e os créditos realizados pelo banco são os corretos e que se o saldo final confere (SANVICENTE, 1980, p. 125). Em geral, as empresas trabalham com vendas a prazo, sendo uma maneira de conquistar os clientes que não tem condições de comprar à vista. E atualmente o controle de contas a receber é a forma de pagamento mais solicitada. Os estoques não ficam sob a supervisão direta do departamento financeiro, mas através da administração financeira é possível analisar como investir seus recursos nos diversos tipos de estoques da empresa. Segundo Sanvicente (1986) as contas a pagar são obrigações assumidas pela empresa, que devem ser saldadas dentro do vencimento. É comum nas empresas, que a mercadoria necessária para as operações serem adquiridas a prazo, sendo indispensável à devida quitação dos compromissos assumidos dentro dos prazos estabelecidos para evitar transtornos nas próximas compras. Muitos confundem custos com despesas, que apesar de serem gastos da empresa, são distintos. Custos são aqueles gastos utilizados diretamente na produção, na comercialização ou na prestação de serviço, podendo ser fixos ou variáveis. Conforme define Sanvicente (1980, p. 236), custo fixo é: [...] todo aquele item de custo ou despesa que não varia, em valor total, com o volume de atividade ou operação. Portanto, o seu valor unitário é que varia com o volume de operação. O valor do custo fixo unitário aumenta ou diminui de acordo com as diminuições ou os aumentos das operações, mas o valor total sempre será o mesmo. Despesas são gastos que a empresa tem que não estão ligados diretamente com o funcionamento da empresa, incluindo outros gastos. 4 SISTEMA FINANCEIRO As finanças empresariais se desenvolvem em um ambiente complexo, no qual se destaca o sistema financeiro. Esse sistema engloba instituições e mercados financeiros cujo principal objetivo é a alocação eficiente de recursos na economia. Como a administração financeira das empresas consiste na tomada de decisões de alocação e de captação de recursos, a compreensão do funcionamento dessas instituições e mercados é fundamental para a atividade de um administrador. 4.1 Instituições financeiras Fonte: www.opopularjm.com.br No Brasil, o Sistema Financeiro Nacional (SFN) é constituído por instituições públicas e privadas, que atuam com o objetivo de intermediar o fluxo de recursos entre agentes econômicos, sejam eles indivíduos, empresas ou órgãos governamentais. O órgão máximo do SFN é o Conselho Monetário Nacional (CMN), órgão normativo que define as diretrizes do funcionamento do sistema e formula as políticas monetárias e de crédito da economia. Vinculados ao CMN encontram-se duas entidades supervisoras do funcionamento dos mercados e suas instituições (as três, juntas, compõem o subsistema normativo do SFN): Banco Central do Brasil (Bacen): atua como órgão executivo, fiscalizando e executando a política monetária do governo. Comissão de Valores Mobiliários (CVM): regula e controla o funcionamento do mercado de valores mobiliários, a bolsa de valores.Já o subsistema de intermediação é composto por instituições financeiras cuja função é intermediar as transferências de recursos entre agentes geradores de poupança e agentes carentes de capital. Entre as principais instituições que atuam no mercado brasileiro destacam-se: Bancos comerciais: canalizam a poupança e aplicações de agentes superavitários para operações de crédito ou financiamento a agentes deficitários. Bancos de investimento e desenvolvimento: atuam em operações de maior escala, como a montagem de operações de financiamento complexas ou de colocação de títulos da dívida emitidos por empresas. Sociedades de arrendamento mercantil: realizam operações de leasing de bens de produção. Sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários: fazem a intermediação entre investidores e empresas, por meio da colocação de títulos de empresas e órgãos governamentais. 4.2 Mercados financeiros As empresas estão inclusas em complexos mecanismos de funcionamento que se denominam mercados e, dentre eles, os mercados financeiros. Os mercados financeiros são os espaços de transação entre agentes fornecedores e demandantes de recursos. Ao contrário das instituições financeiras, permitem o fluxo de capital diretamente entre indivíduos, empresas e órgãos governamentais. Os principais mercados do sistema financeiro são: MERCADO MONETÁRIO – É o mercado de curto e curtíssimo prazo. Caracteriza-se pelas políticas de controle da oferta da moeda e das taxas de juros que garantem sua liquidez. Nesse mercado, os papéis mais negociados são aqueles emitidos pelo Banco Central do Brasil, que servem para a execução da política monetária do Governo Federal, e pelo Tesouro Nacional, cujo propósito é o financiamento do déficit público. Além desses papéis, também são negociados os CDI’s (Certificados de Depósitos Interfinanceiros), exclusivamente entre instituições financeiras, os títulos de emissão privada, como o CDB (Certificado de Depósito Bancário) e as debêntures. Quem executa e controla este mercado é o Banco Central através dos seguintes instrumentos: Depósito compulsório; Redesconto ou empréstimo de liquidez; Mercado Aberto (Open Market); Controle e seleção de crédito. O depósito compulsório regula o multiplicador bancário através de reserva obrigatória de recolhimento de depósitos e recursos de terceiros determinado pelo CMN através de percentuais. Fonte: www.btgpactualdigital.com O redesconto ou empréstimo de liquidez é o socorro que o Banco Central fornece à rede bancária para atender às necessidades de caixa. As operações de mercado aberto é um ágil instrumento de política monetária pelo qual o BC pode regular o fluxo de recursos de mercado através de operações de mercado aberto (open market). O controle e a seleção de crédito se dão através do controle de volume e destino do crédito, controle das taxas de juros, fixação de limites e condições de crédito. MERCADO DE CRÉDITO – É o mercado que tem como objetivo suprir as necessidades de recursos da economia através dos agentes econômicos que interligam poupadores e tomadores. Neste mercado se destacam os bancos comerciais e múltiplos. MERCADO DE CAPITAIS – É um mercado predominantemente de longo prazo. Seu principal ambiente é a Bolsa de Valores. Divide-se em primário, quando as operações são realizadas ali pela primeira vez e secundário, quando são realizadas nas demais oportunidades. As operações também podem ser realizadas por instituições financeiras e seus recursos podem ser destinados para giro ou para o permanente das empresas. MERCADO CAMBIAL – É o mercado que envolve a contrapartida do mercado internacional. Inclui agentes econômicos variados como importadores e exportadores, investidores e instituições financeiras. 5 SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL Fonte: topinvest.com.br Quem manuseia dinheiro diariamente, recebe salário e paga contas, muitas vezes não percebe que há uma grande instituição que determina estes valores e a forma como movimentamos nosso capital. Mas para que a economia do País funcione de forma equilibrada, existem várias instituições, órgãos, entidades e empresas que trabalham juntos. O Sistema Financeiro Nacional (SFN), por exemplo, fiscaliza quanto de dinheiro há em circulação para que a economia brasileira continue girando. Ou seja, nada mais é do que uma maneira de várias entidades se juntarem e se organizarem para coordenar todas as atividades financeiras que acontecem no Brasil. O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é formado por um conjunto de órgãos e instituições, financeiras ou não. Tem como função essencial a promoção do desenvolvimento do País de forma equilibrada, por meio da fiscalização e execução das atividades e operações relacionadas ao crédito e circulação de moeda, bem como por meio da transferência de recursos dos agentes econômicos superavitários para os agentes econômicos deficitários. É constituído por dois Subsistemas (normativo e de intermediação). O Subsistema Normativo, tem como principais instituições componentes o Conselho Monetário Nacional (CMN); o Banco Central do Brasil (BACEN); e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O CMN é o órgão máximo do SFN, desempenhando funções estritamente normativas relacionadas à política monetária, creditícia e cambial. Dentre suas principais competências, destacam-se a fixação das diretrizes e normas da política monetária e cambial; a fixação das metas de inflação; a autorização de emissões de papel moeda; a disciplina das operações de crédito e a regulamentação das operações de câmbio, taxas de juros, da constituição e funcionamento das instituições financeiras, bem como do crédito, aplicação dos recursos, operações de redesconto e operações no mercado aberto. O principal agente executivo das políticas traçadas pelo CMN é o BACEN que é, também, a principal instituição de fiscalização do SFN, tendo como funções disciplinar e fiscalizar o mercado financeiro e executar as políticas monetária, creditícia e cambial. A CVM, por sua vez, age sob a orientação do CMN no âmbito do mercado de valores mobiliários, e desempenha funções normativas, executivas e fiscalizadoras. Suas principais atribuições são incentivar a poupança no mercado acionário; estimular o funcionamento das bolsas de valores, da bolsa de mercadorias e futuros, e das instituições operadoras do mercado acionário e do mercado de derivativos; assegurar a lisura nas operações de compra/venda de valores mobiliários, e dos contratos de derivativos; promover a expansão dos negócios do mercado acionário e no mercado de derivativos e proteger os investidores do mercado acionário, e do mercado de derivativos. Fonte: blog.rodobens.com.br 5.1 Mas por que fiscalizar? Essa fiscalização é importante para todos nós, pessoas e empresas, já que ela permite a estabilidade econômica do país, equilibrando recursos entre aqueles que têm de sobra – os superavitários – para aqueles que precisam – os deficitários. Além disso, o SFN permite diversas operações que utilizamos na nossa rotina, como empréstimos, investimentos, pagamentos e recebimentos no País e no exterior. Basicamente, ele é dividido em dois subsistemas: 5.2 Subsistema de supervisão Este subsistema cria as regras que definem as características que guiam as transferências de capital entre as organizações. O subsistema de supervisão tem esse nome porque também supervisiona o bom funcionamento das organizações que praticam transferências monetárias. 5.3 Subsistema operativo O subsistema operativoé a parte que coloca em prática as regras criadas pelo subsistema de supervisão. Fonte: cptstatic.s3.amazonaws.com 5.4 História do Sistema Financeiro Nacional – SFN As funções do Sistema Financeiro Nacional, também conhecido simplesmente como SFN teve sua origem ainda no início do século XVI com a chegada da corte portuguesa ao país e a criação do mais antigo órgão, o Banco do Brasil. Com o passar dos anos, outros bancos públicos e privados foram surgindo e também foi criada a “Caixa Econômica”. Após o término da segunda guerra mundial ocorre então um grande progresso nos sistemas financeiros mundiais com a criação de importantes instituições como o FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Banco Mundial. Quase que simultaneamente ocorria no Brasil a criação da SUMOC (Superintendência da Moeda e do Crédito) que futuramente cede lugar ao BACEN. Outros fatores de extrema importância ao Sistema Financeiro Nacional do Brasil também é a criação do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), o CMN (Conselho Monetário Nacional) como órgão máximo do SFN, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e o BACEN (Banco Central do Brasil). Um importante marco na política monetária nacional que trouxe ao país uma estabilidade econômica foi a criação do Plano Real no governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC) e também do COPOM (Comitê de Política Monetária) e o estabelecimento de metas de inflação. 5.5 O que é o Sistema Financeiro Nacional –SFN Para compreender Sistema Financeiro Nacional Estrutura e Funções é importante ter conhecimento da legislação no Art. 192 da Constituição Federal: “O sistema financeiro nacional, estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do País e a servir aos interesses da coletividade, em todas as partes que o compõem, abrangendo as cooperativas de crédito, será regulado por leis complementares que disporão, inclusive, sobre a participação do capital estrangeiro nas instituições que o integram.” Basicamente o Sistema Financeiro Nacional nada mais é do que um agrupamento de todas as instituições que tornam possível a circulação de moeda no Brasil. O SFN busca então obter a melhor organização possível de toda esta estrutura para que o país possa funcionar de forma eficiente através de regulamentações do Conselho Monetário Nacional que é seu órgão máximo, e atua regulamentando e fiscalizando estas operações 5.6 Funções do Sistema Financeiro Nacional – SFN O Sistema Financeiro Nacional exerce funções de extrema importância para o pais tais como: Manutenção do Desenvolvimento; Fiscalização de Atividades de Crédito; Fiscalização de Atividades de Circulação de Moeda; Para cumprir com seus objetivos o SFN é estruturado conforme veremos abaixo. Fonte: topinvest.com.br 5.7 Conselho Monetário Nacional (CMN) Órgão superior do SFN, tem a responsabilidade de formular a política da moeda e do crédito, objetivando a estabilidade da moeda e o desenvolvimento econômico e social do País. O CMN é composto por três membros: Ministro da Fazenda (Presidente); Ministro do Planejamento; Presidente do Banco Central; 6 BANCO CENTRAL DO BRASIL – BACEN Fonte: blog.grancursosonline.com.br Esta é uma autarquia ligada ao Ministério da Fazenda, ou seja, uma pessoa jurídica de caráter público exercendo o papel de principal autoridade monetária do país. Antes de sua criação através da lei 4.595 de 1964 suas funções eram exercidas pela SUMOC (Superintendência da Moeda e do Crédito), pelo BB (Banco do Brasil) e pelo Tesouro Nacional. Também conhecido como banco dos bancos e banqueiro do governo, é o principal executor das orientações do Conselho Monetário Nacional e responsável por garantir o poder de compra da moeda nacional, tendo por objetivos: Zelar pela adequada liquidez da economia; Manter as reservas internacionais em nível adequado; Estimular a formação de poupança; Zelar pela estabilidade e promover o permanente aperfeiçoamento do sistema financeiro. 6.1 Funções do BACEN Através de suas competências determinadas pela lei 4.595 o BACEN (Banco Central do Brasil) exerce a função de ser o “Banco dos Bancos”. Ele é o responsável pela maior aplicação e fiscalização das normas do sistema financeiro nacional. Além de funções de extrema importância no âmbito da política monetária e da emissão de moeda, o BACEN (Banco Central do Brasil) ainda funciona como a secretaria executiva do CMN (Conselho Monetário Nacional). Podemos afirmar então que é o segundo órgão mais importante do sistema financeiro nacional. Com o intuito de cumprir a sua missão de assegurar a estabilidade do poder de compra e a solidez do sistema financeiro o BACEN fiscaliza, regula e normatiza as instituições do sistema financeiro garantindo a eficiência na circulação de moeda em território nacional. Objetivando o constante aprimoramento e aperfeiçoamento, o BACEN atua como vigilante da infraestrutura financeira para reduzir o risco sistêmico do setor bancário recebendo os depósitos compulsórios. Visando a maior solidez possível o BACEN (Banco Central do Brasil) é responsável pelos serviços da SELIC – Sistema Especial de Liquidação e Custódia que é a custódia dos títulos públicos federais do Tesouro Direto. 6.2 Competências do BACEN As funções ou objetivos do BACEN são chamados de competências e determinados pelos artigos 10 e 11 da Lei 4.595. Veja: Art. 10. Compete privativamente ao Banco Central da República do Brasil: I – Emitir moeda-papel, nas condições e limites autorizados pelo Conselho Monetário Nacional. (O BACEN coloca em circulação, a Casa da Moeda fabrica a moeda); II – Executar os serviços do meio-circulante; III – Determinar o recolhimento de até cem por cento do total dos depósitos à vista e de até sessenta por cento de outros títulos contábeis das instituições financeiras, seja na forma de subscrição de Letras ou Obrigações do Tesouro Nacional ou compra de títulos da Dívida Pública Federal, seja através de recolhimento em espécie, em ambos os casos entregues ao Banco Central do Brasil, a forma e condições por ele determinadas, podendo: a) adotar percentagens diferentes em função 1. das regiões geoeconômicas; 2. das prioridades que atribuir às aplicações; 3. da natureza das instituições financeiras; b) determinar percentuais que não serão recolhidos, desde que tenham sido reaplicados em financiamentos à agricultura, sob juros favorecidos e outras condições por ele fixadas. IV – receber os recolhimentos compulsórios de que trata o inciso anterior e, ainda, os depósitos voluntários à vista das instituições financeiras; V – Realizar operações de redesconto e empréstimos a instituições financeiras bancárias e as referidas no Art. 4º; VI – Exercer o controle do crédito sob todas as suas formas; VII – Efetuar o controle dos capitais estrangeiros, nos termos da lei VIII – Ser depositário das reservas oficiais de ouro e moeda estrangeira e de Direitos Especiais de Saque e fazer com estas últimas todas e quaisquer operações previstas no Convênio Constitutivo do Fundo Monetário Internacional IX – Exercer a fiscalização das instituições financeiras e aplicar as penalidades previstas; X – Conceder autorização às instituições financeiras, a fim de que possam: a) funcionar no País; b) instalar ou transferir suas sedes, ou dependências, inclusive no exterior; c) ser transformadas, fundidas, incorporadas ou encampadas; d) praticar operações de câmbio, crédito real e venda habitual de títulos da dívida pública federal, estadual ou municipal, ações Debêntures, letras hipotecárias e outros títulos de créditoou mobiliários; e) ter prorrogados os prazos concedidos para funcionamento; f) alterar seus estatutos. g) alienar ou, por qualquer outra forma, transferir o seu controle acionário. XI – Estabelecer condições para a posse e para o exercício de quaisquer cargos de administração de instituições financeiras privadas, assim como para o exercício de quaisquer funções em órgãos consultivos, fiscais e semelhantes, segundo normas que forem expedidas pelo Conselho Monetário Nacional; XII – Efetuar, como instrumento de política monetária, operações de compra e venda de títulos públicos federais; XIII – Determinar que as matrizes das instituições financeiras registrem os cadastros das firmas que operam com suas agências há mais de um ano. Art. 11. Compete ainda ao Banco Central da República do Brasil; I – Entender-se, em nome do Governo Brasileiro, com as instituições financeiras estrangeiras e internacionais; II – Promover, como agente do Governo Federal, a colocação de empréstimos internos ou externos, podendo, também, encarregar-se dos respectivos serviços; III – Atuar no sentido do funcionamento regular do mercado cambial, da estabilidade relativa das taxas de câmbio e do equilíbrio no balanço de pagamentos, podendo para esse fim comprar e vender ouro e moeda estrangeira, bem como realizar operações de crédito no exterior, inclusive as referentes aos Direitos Especiais de Saque, e separar os mercados de câmbio financeiro e comercial; IV – Efetuar compra e venda de títulos de sociedades de economia mista e empresas do Estado; V – Emitir títulos de responsabilidade própria, de acordo com as condições estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional; VI – Regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros papéis; VII – Exercer permanente vigilância nos mercados financeiros e de capitais sobre empresas que, direta ou indiretamente, interfiram nesses mercados e em relação às modalidades ou processos operacionais que utilizem; VIII – Prover, sob controle do Conselho Monetário Nacional, os serviços de sua Secretaria. 6.3 COPOM - Comitê de Política Monetária Com sua instituição em junho de 1996 o COPOM (Comitê de Política Monetária) surge com a função de definir a taxa básica de juros da economia (SELIC) e diretrizes da política monetária a exemplo dos demais bancos centrais. Importante ponto a ser ressaltado no COPOM é a criação de metas para inflação em 1999, onde caso as metas de inflação estabelecidas pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) não forem cumpridas, cabe ao presidente do BACEN a divulgação dos motivos pelo não cumprimento em carta aberta ao Ministro da Fazenda. Fonte: ogimg.infoglobo.com.br Durante dois dias e oito vezes ao ano, as reuniões do COPOM ocorrem as terças-feiras e as quartas-feiras onde no primeiro dia são apresentados e analisados os relatórios podendo ser aberto a imprensa. No segundo dia ocorre a reunião fechada apenas com o Presidente do Bacen e as Diretorias Colegiadas, estabelecendo então as taxas de juro (SELIC) e seu viés, cabendo ao presidente executá-lo ou não através do voto de qualidade. É composto por oito membros da diretoria colegiada do Banco Central e presidido pelo presidente do BC. Estabelece as diretrizes da política monetária e a definição da taxa de juros. 7 ÓRGÃOS LIGADOS AO SUBSISTEMA NORMATIVO O Banco Central é o principal órgão executivo do CMN funcionando como sua secretaria executiva. É órgão fiscalizador do mercado financeiro e executor da política monetária do governo. Fonte: www.midiamax.com.br A Comissão de Valores Mobiliários – CVM controla e fomenta o mercado de valores mobiliários, atingindo as instituições financeiras, as companhias de capital aberto e os investidores. O Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC) é o atual órgão com a função de regular o regime de previdência complementar operado pelas Entidades Fechadas de Previdência Complementar, sendo a nova denominação do Conselho de Gestão da Previdência Complementar. A Superintendência de Seguros Privados – SUSEP é o órgão responsável, pelo controle e fiscalização do mercado de seguros, previdência privada aberta e capitalização. O IRB – Brasil Resseguros regulamenta as atividades de seguros no Brasil. 8 ÓRGÃOS LIGADOS AO SUBSISTEMA DE INTERMEDIAÇÃO 8.1 Instituições financeiras bancárias Fonte: images.e-konomista.pt O Banco do Brasil até janeiro de 1986 assemelhava-se a uma autoridade monetária mediante ajustamentos da conta movimento do BACEN e do Tesouro Nacional. Hoje, é um banco comercial comum, embora responsável pela Câmara de Compensação. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES é responsável pela política de investimentos de longo prazo do Governo e também pela gestão do processo de privatização. É a principal instituição financeira de fomento do Brasil por impulsionar o desenvolvimento econômico, atenuar desequilíbrios regionais, promover o crescimento das exportações, dentre outras funções. A Caixa Econômica Federal - CEF caracteriza-se por estar voltada ao financiamento habitacional e ao saneamento básico, além de controlar as loterias. É um instrumento governamental de financiamento social. Os bancos comerciais e múltiplos são intermediários financeiros que transferem recursos dos agentes superavitários para os deficitários, mecanismo esse que acaba por criar moeda através do efeito multiplicador. Eles podem descontar títulos, realizar operações de abertura de crédito simples ou em conta corrente, realizar operações especiais de crédito rural, de câmbio e comércio internacional, captar depósitos à vista e a prazo fixo, obter recursos junto às instituições oficiais para repasse aos clientes, etc. As Caixas Econômicas Estaduais têm, em círculo mais restrito, as atribuições da Caixa Econômica Federal. São agentes econômicos que estão desaparecendo do mercado. Os Bancos de Desenvolvimento, cujo principal agente é o já citado BNDES, são os principais agentes de financiamento do governo federal. Destacam-se os bancos regionais de desenvolvimento como, por exemplo, o Banco do Nordeste do Brasil (BNB), o Banco da Amazônia (BASA), e o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDES). Os Bancos de Investimento captam recursos através de emissão de CDB e RDB. Esses recursos são direcionados a empréstimos e financiamentos específicos à aquisição de bens de capital pelas empresas ou subscrição de ações e debêntures. Os Bancos de Investimento não podem destinar recursos a empreendimentos mobiliários e têm limites para investimentos no setor estatal. 8.2 Instituições financeiras não bancárias As Sociedades de Crédito Financeiro e Investimentos, as “financeiras” captam recursos através de letras de câmbio e sua função é financiar bens de consumo duráveis aos consumidores finais (crediário). Tratando-se de uma atividade de alto risco, seu passivo é limitado a 12 vezes seu capital mais reservas. As Sociedades de Arrendamento Mercantil trabalham com operações de “leasing”, que se trata de locação de bens de forma que, no final do contrato, o locatário pode renová-lo, adquirir o bem por um valor residencial ou devolver o bem locado à sociedade. Atualmente, tem sido comum operação de leasing em que o valor residual é pago de forma diluída ao longo do período contratual ou de forma antecipada, no início do período. As Sociedades de Arrendamento Mercantil captam recursos através da emissão de debêntures, com características de longo prazo. As Cooperativas de Crédito equiparam-se às instituições financeiras. As cooperativas normalmente atuam em setores primários da economia
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