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Gabarito Estácio completo. Webaula. Direito Penal III

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RESOLUÇÃO DAS WEBAULAS
-AULA 1
Através da solução de caso concreto e questão objetiva.
 
Caso Concreto:
Roberson, conhecido pelos golpes que costuma aplicar, corta o fio da linha telefônica da residência de Maria, mas de uma forma que não fique nenhuma marca visível. Algumas horas depois, o agente bate à porta da referida residência e se apresenta como funcionário da companhia telefônica, inclusive vestindo uniforme e portando crachá falsos, afirmando que foi detectado um problema com a linha telefônica e que precisava verificar a instalação interna. Maria, acreditando tratar-se de situação legítima, permite a entrada de Roberson em sua casa e, enquanto este finge consertar o telefone, aquela volta aos seus afazeres domésticos. Enquanto Maria estava em outro cômodo, Roberson, aproveitando-se da ausência de vigilância, pega os aparelhos de TV e DVD de Maria e vai embora sem ser percebido. Maria, notando que havia sido vítima de um crime, vai até a Delegacia Policial da cidade para registrar o fato. Diante da narrativa acima, com base nos estudos realizados sobre os Crimes contra o Patrimônio, tipifique a conduta de Roberson. Resposta fundamentada.
2 - Questão Objetiva:
Assinale a alternativa correta:
a. O furto praticado por empregado doméstico será sempre qualificado pelo abuso de confiança.
b. Caso alguém que trabalhe durante a noite seja vítima de um furto enquanto dorme durante o dia, é possível aplicar por analogia a majorante do repouso noturno.
c. Caracteriza furto a subtração dolosa de energia elétrica, desde que não tenha ocorrido alteração do medidor para o interior do imóvel, caso em que se caracterizará o estelionato.
d. A utilização de cópia de chave caracteriza a qualificadora da chave falsa no crime de furto.
RESPOSTAS:
Sugestão de Gabarito para o Caso Concreto:
A conduta de Roberson caracteriza o delito de furto mediante fraude, distinguindo-se do estelionato pelo fato de que o agente subtraiu os bens patrimoniais da vítima.
2 - Sugestão de gabarito para a questão objetiva:
Letra "c", pois, quando a alteração é feita do medidor para dentro, ocorre uma fraude para que a concessionária de energia a entregue, mas receba menos por isso.
AULA 2
Caso concreto:
Caio e Roberta, em 14 de outubro de 2009, em comunhão de desígnios para a prática de um roubo, vão até uma joalheria no centro da cidade e, enquanto Roberta fica aguardando no veículo com o motor em funcionamento, Caio, portando uma arma de fogo de uso permitido, entra no estabelecimento empresarial a fim de realizar o crime combinado. Quando Caio anuncia o assalto o segurança da loja esboça reação e é morto pelo assaltante que, com medo de ser preso, foge do local sem nada levar. Dias depois, Caio e Roberta são presos por ordem judicial e, enquanto aquele confessa os fatos, Roberta afirma que não desejava a morte de ninguém, pois havia combinado apenas a prática do roubo com seu comparsa. Diante da narrativa acima, ambos são indiciados por latrocínio tentado, posto não terem conseguido realizar a subtração patrimonial desejada, em concurso com porte ilegal de arma de fogo de uso permitido (art. 157, §3° n/f art. 14, inciso II, do CP c/c art. 14, da Lei 10.826/03). Com base nos estudos realizados sobre o delito de roubo, responda fundamentadamente se foi correta a capitulação dada aos fatos.
Questão Objetiva:
João, com emprego de arma de fogo, invade uma locadora de vídeo e anuncia um assalto exigindo do funcionário da mesma que lhe entregue todo o dinheiro que está no caixa. Diante da recusa do funcionário da locadora, João desfere dois tiros no mesmo, que vem a falecer instantaneamente, e foge do local do crime sem levar dinheiro algum. Neste caso, qual a tipificação correta à conduta de João? (31° Exame de Ordem OAB/RJ)
a)     João praticou o delito de roubo majorado pelo emprego de arma de fogo na forma tentada;
b)     João praticou o delito de homicídio qualificado para assegurar a execução de outro crime;
c)     João praticou o delito de latrocínio. 
d)     Todas as respostas acima estão incorretas
Através da solução do caso concreto e da questão objetiva propostas. 
RESPOSTAS
Não foi correta a capitulação dada aos fatos, pois, a uma, o crime de roubo absorve o crime de porte ilegal de arma de fogo aplicando-se o princípio da consunção (este é ato preparatório daquele); a duas, Roberta desejava participar de crime menos grave e, assim, deve ser aplicada a regra do art. 29, §2°, do Código Penal, fazendo com que a capitulação, para ela, seja a de roubo majorado pelo concurso de pessoas e pelo uso de arma; a três, por ter havido a morte da vítima, ainda que os agentes não tenham efetuado a subtração patrimonial, configura-se o latrocínio consumado, na forma do verbete n° 610, da Súmula do STF.
Sugestão de gabarito para a questão objetiva: Letra C; João praticou o delito de latrocínio (art. 157, §3°, parte final do CP), ou seja, roubo qualificado pelo resultado morte ainda que não tenha logrado êxito na subtração, mas tenha gerado o resultado gravoso morte conforme se depreende da análise do verbete de Súmula n. 610 do Supremo Tribunal Federal
AULA 3
Caso concreto:
Cláudio, ao entrar em seu veículo estacionado em um "shopping center", é abordado por Pedro e Paulo que, portando armas de fogo, obrigam a vítima a sair com o veículo em direção a um caixa eletrônico nas proximidades. Lá chegando, enquanto Pedro fica no veículo com Carlos, este é obrigado a fornecer seu cartão de banco e sua senha para que Paulo vá até o caixa sacar o dinheiro. Como o caixa eletrônico estava em manutenção, os bandidos obrigam Carlos a dirigir até a cidade mais próxima onde, duas horas depois de terem abordado a vítima, conseguem sacar a quantia de R$ 500,00 (quinhentos reais) em outro caixa eletrônico. Após conseguirem obter a vantagem pretendida, Pedro e Paulo matam Carlos com 5 (cinco) tiros e abandonam o veículo em uma estrada deserta. Diante dos fatos narrados, com base nos estudos realizados, diga fundamentadamente, como deverão ser capitulados os fatos e se deverá incidir a Lei 8.072/90 ("Lei dos Crimes Hediondos")
Questão objetiva:
O crime de extorsão mediante seqüestro, em sua modalidade simples, consuma-se quando:(119° Exame OAB/SP. 1ª Fase)
a) ocorre a obtenção da vantagem patrimonial pretendida pelos agentes. 
b) a vítima é liberada ou morta após o pagamento do preço do resgate.
c) houver decorrido o prazo de vinte e quatro horas do seqüestro.
d) a vítima é arrebatada.
RESPOSTAS 
Sugestão de gabarito para o caso concreto:
Os fatos narrados caractarizaram a nova figura típica do "sequestro-relâmpago", prevista no art. 158, §3°, do CP. Tal capitulação deve-se ao fato de que foi necessária uma conduta da vítima (entrega do cartão bancário e da senha) para que fosse possível a obtenção da vantagem indevida. Como houve a morte de Carlos, Pedro e Paulo sofrerão as penas do art. 159, §3°, do CP, mas não incidirá a Lei 8.072/90, por falta de previsão legal.
Sugestão de Gabarito para a questão objetiva: letra D. Segundo Luiz Regis Prado, a extorsão mediante seqüestro é delito permanente, protraindo-se no tempo seu momento consumativo, o que siginifica dizer que o ato de privar a vítima de liberdade já consuma o delito, independentemente da obtenção da vantagem indevida.	
AULA 4
- Caso concreto: João queria se desfazer de seu veículo automotor, um VW Gol, ano 2009. Para isso, paga R$ 500,00 (quinhentos reais) a Pedro para que leve seu veículo até o Paraguai e lá efetue a venda do veículo, o que já havia acertado pelo valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais). Ato contínuo, registra uma ocorrência na Delegacia de Polícia afirmando que seu veículo havia sido furtado e, de posse do referido registro, solicita à seguradora o pagamento da indenização do seguro. Após algumas investigações da polícia e da seguradora, descobre-se o golpe que João havia planejado e a indenização do seguro não é paga. Diante do acima exposto, com base nos estudos realizados, tipifique penalmentea conduta de João.
Questão Objetiva: Maria ingressou em um estabelecimento comercial e efetuou compras, pagando com cheque subtraído de Carla e falsificado por ela (Maria), apresentando, no ato do pagamento, a identidade de Carla com sua fotografia. Enquanto a funcionária consultava o título de crédito, como era de costume, Maria, pressentindo que seria descoberta, resolveu abandonar o estabelecimento. Estamos diante da hipótese de: (Juiz de Direito/SP, 2006)a) estelionato tentado.
b) desistência voluntária.
c) arrependimento eficaz.
d) arrependimento posterior.
 
RESPOSTAS 
João foi autor de um delito de estelionato na forma do art. 171, §2°, inciso V, do CP. Mesmo não tendo recebido o valor do seguro, trata-se de estelionato consumado, pois na modalidade acima mencionada, o crime é formal, isto é, basta o "intuito de haver indenização ou valor de seguro".
Resposta: Letra A. Houve tentativa pois Maria somente não consumou o crime por circunstâncias alheias a sua vontade.
AULA 5 
1 - Adilson, em maio de 2009, foi condenado com trânsito em julgado pelos delitos de estupro e atentado violento ao pudor (arts. 213 e 214, do Código Penal) praticados contra Helenilde. De acordo com a acusação, em 14 de fevereiro de 2008, Adilson invadiu a residência de Helenilde que, na época era sua vizinha, e a obrigou, mediante ameaça com um facão, a manter com ele conjunção carnal. Ato contínuo, ainda obrigou a vítima a praticar sexo anal, situação que, segundo a denúncia do Mínistério Público, cujos fundamentos foram acatados pelo Magistrado na sentença condenatória, configurou o concurso material de crimes entre o estupro e o atentado violento ao pudor, o que gerou uma pena privativa de liberdade de 14 anos de reclusão a ser cumprida em regime inicialmente fechado. Na data de hoje, a família de Adilson procura você para saber se existe alguma possibilidade jurídica de que o condenado obtenha algum benefício. Diante da narrativa acima, com base nos estudos realizados sobre o estupro, diga fundamentadamente qual é a orientação a ser dada à família do condenado. 
2 -  Jorge, diretor financeiro de uma grande empresa, há semanas vem chamando sua secretária Luiza para saírem juntos. Como Luiza recusa todos os convites, Jorge, auxiliado por Pedro que trabalha como moto-boy na mesma empresa, ameaça Luiza dizendo que, caso ela não vá a um motel com ele, no dia seguinte estará demitida. Luiza, mais uma vez, recusa a ceder e, muito abalada psicologicamente, leva o fato ao conhecimento do Presidente da empresa a fim de que as devidas providências sejam tomadas em relação a Jorge e Pedro. Diante dos fatos, é correto afirmar que:
a. Jorge e Pedro responderão por assédio sexual consumado.
b. Jorge responde por assédio sexual tentado, pois não conseguiu obter favorecimento sexual, e Pedro não responde por nenhum crime, pois não é superior hierárquico da vítima.
c. Jorge e Pedro responderão por assédio sexual tentado, pois não houve a obtenção de favorecimento sexual.
d. Jorge responderá por assédio sexual consumado e Pedro pelo delito de constrangimento ilegal, pois não é superior hierárquico da vítima.
 RESPOSTAS 
- A questão diz respeito a regras de direito intertemporal. Assim, como a atual interpretação é no sentido de que, com a alteração promovida pela Lei 12.015/09, o estupro passou a ser um tipo misto alternativo, ou seja, a prática de várias condutas em um mesmo contexto fático configura um único crime, aplicando-se o princípio da retroatividade da lei penal benéfica, a pena de Adilson deverá ser revista a fim de que fique adequada ao novo entendimento.
Resposta - letra "a", pois, a uma, a condição de superior hierárquico de Jorge se estende a Pedro por força do art. 30, CP; a duas, o assédio sexual é crime formal e não é necessário obter favorecimento sexual para a consumação, bastando o seu intuito.
AULA 6
Palmério casou-se com Gilvânia em maio de 2008 e, em razão do matrimônio, passou a morar com sua mulher e sua enteada, Valéria, de 10 anos de idade. A partir de agosto daquele mesmo ano, Palmério passou a praticar, sistematicamente, atos libidinosos com sua enteada, inicialmente, sem o conhecimento de Gilvânia que, após algum tempo, mesmo tomando ciência da situação, nada fez para impedir que seu marido continuasse a molestar sexualmente a menina. Em 20 de agosto de 2009, Valéria deu entrada no pronto socorro do hospital apresentando sangramento vaginal e algumas lascerações na região genital. O fato foi levado ao conhecimento da autoridade policial que, após minuciosa investigação, concluiu pelo indiciamento de Palmério e Gilvânia. O Ministério Público denunciou os agentes pelo delito de estupro de vulnerável em continuidade delitiva, sendo a inicial acusatória recebida pelo juiz competente. A defesa dos denunciados resolve impetrar habeas corpus contra o recebimento da denúncia, alegando, a uma, que Palmério havia iniciado a prática dos crimes antes da Lei 12.015/09 entrar em vigor e, portanto, não poderia ser denunciado por estupro de vulnerável, a duas, que Gilvânia não poderia constar do pólo passivo da ação penal, haja vista que não havia praticado nenhum ato libidinoso com a filha. Diante dos fatos narrados, com base nos estudos realizados, diga fundamentadamente se o remédio constitucional impetrado deve prosperar. 
Quanto ao agente que mantém conjunção carnal com prostituta de 13 anos de idade, é correto afirmar que:
a. Não pratica crime, pois a prostitução é atividade lícita;
b. Comete o crime de estupro de vulnerável;
c. Comete o crime de favorecimento da prostituição de vulnerável, por equiparação;
d. Comete o crime de corrupção de menores;
RESPOSTAS
A pretensão da defesa não deve prosperar, pois, conforme acertadamente indicou a acusação, trata-se de um crime continuado e, diante de tal situação, aplica-se o entendimento jurisprudencial firmado no enunciado 711, da Súmula do STF, que afirma incidir a lei mais grave sobre o crime continuado se a entrada em vigor daquela é anterior à cessão da continuidade.
Letra "b", pois, se a vítima é menor de 14 anos, não há que se falar em favorecimento da prostituição, mas sim em estupro de vulnerável.
AULA 7
Renata, jovem de 22 anos de idade, estudante de Engenharia, mantém relacionamento amoroso com Geovana, 21 anos de idade e que também cursa Engenharia, na mesma turma de Renata. Em determinada noite, no intervalo entre as aulas, as duas jovens vão até a cantina da faculdade para lanchar e, no local, começam a trocar carícias e beijos. O responsável pelo estabelecimento alerta a segurança do campus universitário sobre o fato e um dos vigilantes pede às jovens para que se retirem da cantina. Como não foi atendido, o vigilante entra em contato com a Reitoria que solicita auxílio policial a fim de solucionar a questão. Alguns minutos depois, uma viatura da Polícia Militar chega ao local e os policiais, ao verem Renata e Geovana se beijando, dão voz de prisão às duas pelo delito de ato obsceno, conduzindo-as até a Delegacia Policial onde, após lavratura do Termo Circunstanciado, ambas assumem o compromisso de comparecer ao JECrim competente quando intimadas, sendo liberadas em seguida. Diante dos fatos apresentados, com base nos estudos realizados, diga se foi correta a prisão em flagrante e a lavratura do Termo Circunstanciado pelas autoridades policiais. 
2- Não comete crime quem:
a. Utiliza a própria residência, com habitualidade, para a prática da prostituição.
b. Aluga imóvel para a montagem de casa de prostituição, sabendo da finalidade do locatário.
c. Paga os aluguéis do imóvel onde reside com o dinheiro obtido pela prostituição de outrem.
d. Convence a própria filha a manter relações sexuais com seu namorado.
RESPOSTAS 
A questão diz respeito à aplicação do princípio da adequação social. Embora o conceito de ato obsceno seja aberto e possa variar no tempo e no espaço, a conduta de Renata e Geovana não pode ser considerada criminosa, visto que adequada socialmente. Não se pode afirmar que atroca de carícias entre homossexuais, em local público, seja, nos dias atuais, considerada ofensiva ao pudor do homem médio. 
Resposta - letra "a", pois o delito de casa de prostituição só se configura quando ocorre a exploração sexual alheia. A jurisprudência é pacífica no sentido de que a prática da prostituição é atividade lícita e, portanto, não configura crime.
AULA 8 
1 - Claudirene, às 20 horas do dia 15 de março de 1994, deu à luz um menino na única maternidade existente na pequena cidade onde morava. Ocorre, porém, que tão logo sai da maternidade, Claudirene, que havia sido abandonada pelo pai da criança e não desejava criá-la sozinha, acaba por entregar o recém-nascido para Lúcia, uma velha conhecida sua. Esta, visando evitar o trâmite legal do processo de adoção, registra o menino como sendo seu filho, levando-o para morar com ela em uma cidade distante. Em janeiro de 2010, o ex-companheiro de Claudirene a procurou, pois desejava conhecer o filho que havia abandonado dezesseis anos antes. Ao tomar conhecimento do que havia acontecido, vai até a Delegacia de Polícia e relata o fato às autoridades. Instaurado inquérito policial, Lúcia acaba sendo indiciada pelo crime previsto no art. 242, do Código Penal. Seu advogado, no entanto, impetra habeas corpus visando obter o arquivamento do procedimento inquisitorial em razão da ocorrência de prescrição da pretensão punitiva. Com base nos estudos realizados, diga fundamentadamente se deve prosperar a pretensão defensiva.
 2- Assinale a alternativa correta:
a. Quem promove registro de nascimento inexistente comete o crime de falsidade ideológica.
b. Quem registra como seu o filho de outra pessoa pode não ser punido.
c. Quem deixa de prover a subsistência de filho menor de 18 anos e de ascendente inválido responde por um único crime, aplicando-se o princípio da alternatividade.
d. O crime de sonegação de estado de filiação somente se consuma se a vítima sofrer prejuízo em algum direito inerente ao estado civil.
 RESPOSTAS
A questão diz respeito ao termo inicial da contagem do prazo prescricional nos crimes de falsificação de registro civil, regulado pelo art. 111, inciso IV, do CP. A pretensão defensiva não deve prosperar, pois no delito de parto suposto, a prescrição somente começa a fluir do dia em que o fato se torna conhecido por autoridade que possa promover a persecução penal. Dessa forma, o incidiamento de Lúcia foi correto, devendo ser mantido.  
Resposta - letra "b", pois o delito de parto suposto admite a concessão do perdão judicial, desde que haja "motivo de reconhecida nobreza".
AULA 9 
Cláudio, encontrando-se em dificuldades financeiras, resolve incendiar sua casa a fim de receber o valor do seguro. Ocorre, porém, que o imóvel é contíguo a outras três casas, sendo localizado em um bairro bastante populoso. Após o fato, investigações promovidas pela seguradora e pelas autoridades policiais competentes, descobrem ter sido o incêndio provocado dolosamente por Cláudio. Diante dos fatos apresentados, com base nos estudos realizados, faça a correta tipificação da conduta praticada por Cláudio. Resposta fundamentada. 
 2- Em relação aos crimes de perigo comum, marque a alternativa INCORRETA:
a. A posse de engenho explosivo é tipificado pelo Estatuto do Desarmamento;
b. O crime de incêndio é de perigo abstrato;
c. No crime de inundação, havendo morte de alguém, aplica-se a forma qualificada do art. 258, do CP, desde que tal resultado tenha decorrido de culpa;
d. O indivíduo que arremessa artefato explosivo, comete crime, aina que não ocorra a explosão efetiva;
RESPOSTAS 
É possível, na situação concreta apresentada, o concurso entre o crime de incêndio, em sua forma simples e o de estelionato, na modalidade prevista no art. 171, §2°, inciso V, do Código Penal.
 
Sobre o tema, assim se manifestou Guilherme de Souza Nucci (NUCCI, Guilherme de Souza. Código Penal Comentado. 1.ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2009.): "parece-nos perfeitamente admissível a possibilidade de haver concurso entre o delito do art. 250 [...] com o crime do art. 171, §2°, V[...]. Não são incompatíveis as duas ocorrências, nem há bis in idem. É certo que, se o ânimo de lucro já foi utilizado para tipificar o crime do art. 171, §2°, V, cremos que o incêndio deve ser punido na modalidade simples." 
Letra "b", pois a expressão "expondo a perigo", prevista como elementar do tipo, caracteriza a exigência de perigo concreto.
AULA 10
Josemar, que se diz médium, promove todos os meses sessões de "cirurgias espirituais" em um sítio na periferia da Capital do Estado. Em uma dessas sessões, Josemar atendeu Sirlene, 20 anos de idade, que apresentava graves problemas de coluna, garantindo que poderia curá-la através de uma cirurgia na qual incorporaria o espírito de um famoso médico. Sirlene, crendo nos poderes sobrenaturais de Josemar, aceitou se submeter ao referido ato, porém, durante sua execução, Josemar acabou por lesionar a coluna da jovem, o que ocasionou paralisia irreversível dos membros inferiores. Diante do caso narrado, com base nos estudos realizados, diga fundamentadamente se é correto afirmar que Josemar poderá alegar o direito ao livre exercício de culto religioso (art. 5°, inciso VI, da CRFB) a fim de escapar à responsabilização penal:
Assinale a alternativa correta:
a. O exercício ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêutica nunca poderá ser praticado por quem é médico;
b. A consumação do charlatanismo exige a efetiva lesão a uma pessoa certa e determinada;
c. O exercício ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêutica é crime instantâneo;
d. O charlatão é indivíduo sem conhecimento técnico acerca da medicina;
RESPOSTAS 
A questão é controvertida, sendo majoritário o entendimento de que o crime de curandeirismo não se configura quando a conduta é praticada no regular exercício da liberdade de culto religioso. Porém, devem ser analisados os bens jurídicos em confronto e, havendo lesão grave ou morte decorrentes da conduta praticada, a liberdade de culto religioso não poderá ser invocada para afastar a responsabilidade penal, posto que o bem jurídico objeto da lesão, nesses casos, é indisponível. Sobre o tema, ver: 
 
Letra "d", pois, quando o sujeito ativo possui conhecimentos médicos, o crime passa a ser aquele previsto no art. 282, do CP. O curandeiro é indivíduo que não conhece a técnica médica
AULA 11
1- Leovegildo, 25 anos, se une a Artur e Leandro, ambos com 17 anos de idade, e resolvem iniciar o tráfico de drogas através da aquisição de certa quantidade de substância entorpecente para revender no bairro onde moram. Para tanto, passam a fazer minucioso planejamento e a realizar contato com potenciais fornecedores e "clientes". Porém, antes que fizessem a primeira aquisição de drogas, seus planos foram descobertos pelos pais de Artur que resolveram informar os fatos à autoridade policial. Esta, verificada a procedência das informações, prendeu Leovegildo em flagrante e, no mesmo momento, apreendeu Artur e Raul, sendo estes encaminhados à Delegacia especializada. Os defensores dos presos se insurgiram contra a prisão e apreensão de seus clientes apresentando os seguintes argumentos de ordem material:
1.Atipicidade do fato, pois a quadrilha ou bando exige a associação de, no mínimo, 4 pessoas;
2. Atipicidade do fato, pois, ainda que se pudesse vislumbrar a possibilidade de quadrilha ou bando, dois dos três integrantes são inimputáveis;
3. Atipiciade do fato, pois os associados não chegaram a praticar os crimes que haviam planejado;
Diante do caso apresentado, com base nos estudos realizados, diga fundamentadamente se os argumentos da defesa deverão prosperar.
  
2- Com relação aos crimes contra a paz pública, assinale a alternativa INCORRETA:
a. Não há tipicidade na conduta de quem promove a incitação de crime em ambiente particular;
b. O crime de apologia de criminoso exige que este já tenha sido condenado com trânsito em julgado;
c. A majorante da quadrilha armada somente seconfigura se um dos integrantes estiver portando arma de fogo;
d. O crime de quadrilha ou bando se consuma com a mera associação para fins criminosos, sendo prescindível a prática de qualquer outro crime pelos quadrilheiros;
RESPOSTAS 
Nenhum dos argumentos defensivos deverá prosperar, pois:
A uma, o delito praticado pelos agentes não foi o de quadrilha ou bando, mas o de associação para o tráfico, previsto no art. 35, da Lei 11.343/06, que exige apenas a associação de duas pessoas para a sua configuração;
A duas, para a configuração do delito acima exposto, basta que um dos agentes seja imputável;
A três, o delito de associação para o tráfico tem como núcleo "associarem-se", o que dispensa a prática efetiva do tráfico pretendido.
O professor poderá, ainda, demonstrar a possibilidade de conflito aparente e de concurso de crimes com a figura prevista no art. 244-B, da Lei 8.069/90. 
Letra "c", pois o dispositivo legal não exige o porte de arma de fogo, apenas menciona arma, que pode ser própria, imprópria, de fogo ou não.
AULA 12
Tício, a fim de obter vantagem, entra em um mini-mercado em um bairro da periferia de sua cidade e escolhe uma barra de chocolate. Ao passar pelo caixa, entrega para o pagamento do produto, uma nota de R$ 60,00 (sessenta reais) que ele mesmo havia fabricado. Ao receber o troco, Tício sai apressadamente do local, mas, alguns minutos depois, a funcionária do caixa percebe a falsificação e avisa ao gerente do estabelecimento. Este, por sua vez, levou o fato ao conhecimento da autoridade policial. Diante da narrativa acima, com base nos estudos realizados, responda fundamentadamente como deverá ser capitulada a conduta de Tício. 
Caio, após adquirir aparelhagem para falsificar moeda, passa a fabricar notas falsas e, seguidamente, a colocá-las em circulação. Dessa forma, é correto afirmar que:
a. Caio deverá ser responsabilizado somente pelo delito de moeda falsa;
b. Caio deverá ser responsabilizado apenas pelo delito de petrechos para falsificação;
c. Caio deverá ser responsabilizado pelos crimes de petrechos para falsificação de moeda e por ter colocado a moeda falsa em circulação, em concurso material;
d. Caio deverá responder pelos crimes de petrechos para falsificação de moeda, moeda falsa e colocação de moeda falsa em circulação, em concurso material;  
RESPOSTAS
A questão versa sobre a capitulação da falsificação grosseira. No Brasil não existe a cédula de sessenta reais e, portanto, é possível afirmar que Tício não responderá por nenhum crime em razão da ineficácia absoluta do meio. Porém, não se pode olvidar a redação do Enunciado 73, da Súmula do STJ, que diz que "a utilização de papel-moeda grosseiramente falsificado configura, em tese, o crime de estelionato, da competência da Justiça Estadual". Assim, como a funcionária foi enganada e Tício obteve vantagem indevida através do induzimento daquela a erro, também é cabível a tese de que se configurou o estelionato. 
Letra "a". O melhor entendimento é no sentido de que, tratando-se do mesmo sujeito ativo, o crime de petrechos de falsificação configura ato preparatório e a colocação da moeda falsa em circulação, exaurimento do crime de moeda falsa.
AULA 13  
Pedro, desempregado, em comunhão de desígnios com Paulo, seu velho amigo, falsificou uma escritura de um terreno pertencente a um desconhecido e convenceu sua mulher, Janaína, a comprar o imóvel dizendo que pertencia a Paulo. Janaína, confiando em seu cônjuge, saca todas as suas economias da caderneta de poupança e entrega o dinheiro a seu marido que, após dividi-lo com Paulo, desaparece da cidade. Ao saber do ocorrido, Janaína registra o fato na delegacia de polícia e, após conclusão do inquérito policial, Pedro e Paulo são denunciados pelos delitos de falsificação de documento público e estelionato em concurso material (arts. 171 c/c 297, n/f art. 69, todos do CP). Diante do ocorrido, com base nos estudos realizados, o que pode ser alegado em defesa de Pedro e Paulo? 
2- Considera-se documento público para fins penais:
a. O recibo de venda de um bem móvel firmado por pessoa física;
b. O carnê de prestações pela compra de equipamentos eletrônicos em loja de departamentos;
c. Qualquer tipo de procuração;
d. O testamento particular; 
RESPOSTAS
A questão versa sobre o conflito aparente de crimes entre falsidade documental e estelionato. Assim, a tese defensiva a ser utilizada é a de que o estelionato absorve o falso com aplicação do Enunciado 17, da Súmula do STJ. Dessa forma, Paulo responderá apenas pelo crime contra o patrimônio, sem a incidência do concurso com o falso material, e Pedro poderá ser beneficiado pela escusa absolutória prevista no art. 181, inciso I, do CP, ficando isento de pena. 
Letra "d", conforme art. 297, §2°, do CP
AULA 14
Leocádio, após falsificar uma carteira funcional de Policial Federal, passa a andar com o documento para todos os lugares onde vai. Em determinda madrugada, quando voltava para sua residência após sair de uma casa noturna, Leocádio e alguns amigos são parados por uma guarnição da Polícia Militar que, suspeitando da atitude dos agentes, resolveu proceder a uma busca pessoal nos mesmos. Como Leocádio se recusou a apresentar documento de identidade, o Policial Militar Oliveira passou a revistar seus bolsos e encontrou a carteira de Policial Federal, que o agente confessou ser falsa. Após todo o procedimento padrão, os demais são liberados, mas Leocádio é preso em flagrante e levado à Delegacia da cidade onde foi lavrado o auto de prisão em flagrante por uso de documento falso, com recolhimento do agente ao cárcere. Diante dos fatos expostos, com base nos estudos realizados, diga fundamentadamente se foi correta a prisão em flagrante de Leocádio. 
2- Sobre a falsidade documental, assinale a alternativa correta:
a. O particular que solicita ao médico a emissão de atestado falso não responde pelo delito previsto no art. 302, do CP, por ser crime próprio;
b. Quem falsifica documento e depois o utiliza responde por falsificação e uso em concurso material;
c. O crime de falsa identidade, quando elemento de crime mais grave, é sempre absorvido por este;
d. O funcionário público que, por negligência, concorre para o licenciamento de veículo remarcado, responde por adulteração de sinal identificador de veículo automotor, na forma majorada;
RESPOSTAS 
A prisão em flagrante de Leocádio não foi correta, pois o art. 304, do CP pune a conduta de "fazer uso" de documento falso e o agente estava apenas portando a carteira funcional falsificada. Sendo assim, considera-se atípica a sua conduta que, na verdade, configurou tão somente um ato preparatório do uso.
  
Letra "c", uma vez que o preceito secundário do art. 307, do CP, demonstra sua subsidiariedade expressa.
AULA DE REVISÃO
 
AULA DE REVISÃO
RESPOSTAS 
1. c
2. nula
3. c 
4. c
5. b
6. a
7. a
8. b
9. d
10. e
11. c
12. b
13. a
14. d
15. d
16. b
17. a
18. a
19. c
20. a
21. b
22. b
23. a
24. a (Nula)
25. c
26. d
27. d
28. a
29. b
30. c

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