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Andressa Linzmeyer - XXXIII Gastro Girúrgica - Aula 28 - Neoplasia das Vias Biliares Introdução - Adenocarcinoma de vesícula biliar e colangiocarcinoma são as mais comuns mas são neoplasias raras. - Trata-se de neoplasias distintas e com comportamento e tratamento diferentes (vesícula, cístico ou - Mesmo o colangiocarcinoma(ducto principal ) distal ou proximal ao fígado conferem tratamentos diferentes - Ca de vias biliares diagnosticado em estados avaçados mau prognostico - Atinge figado, duodeno por contiguidade - Tratamento cirúrgico complicado e com alta morbidade - Vesícula Biliar Intimo contato com fígado (revestida pelo peritônio) CÂNCER DE VESÍCULA BILIAR - Considerado muitas vezes doença intratável. - Sintomático somente quando em estádios avançados. - Precocemente atinge o fígado e órgãos próximos – por contiguidade. - Tratamento cirúrgico difícil. - Mais comum em mulheres. Incidência 1,1 por 100mil homens. 2,2 por 100mil mulheres. - Quinta causa de câncer digestiva EUA. Cerca de 3 mil casos novos por anos. No Chile incidência de 13 por 100mil - Considerado o mais letal câncer entre as mulheres. - Representa de 1,8 a 2,08% das cirurgias sobre a vesícula biliar. - Achado incidental em 1,02 a 1,3% das colecistectomias por colecistolitíase. Diversos Fatores Etiológicos: Presença de litíase (80% dos casos; a presença de cálculo aumenta em 7X o risco); Particularmente de colesterol colesterol se infiltra na muscosa e altera as celulas; Vesícula em porcelana (relacionada com câncer em 20% dos casos); Idade – quanto mais velho e mais tempo de colecistilitiase maior chance; Ducto bilio-pancreático anômalo; Metabólitos produzidos por infecção bacteriana (ppte Salmonella typhi); RCUI com colangite esclerosante; Hormônios sexuais; Irradiação; Exposição a produtos químicos; Adenoma e adenomiose da vesícula biliar. *Importante nos pólipos de vesícula biliar, potencialmente malignos; PÓLIPOS DE VESÍCULA BILIAR - Diagnosticados cada vez mais frequentemente em US abdominal de rotina - Podem ser: Adenocarcinoma; Adenoma (pré neoplásico): potencial de degeneração maligna; Pseudotumores (pólipos inflamatórios, colesterolose): benigno e extremamente comum; - O tamanho é importante diferencial (10mm). **Até 1 cm dificilmente são malignos. - Crescimento rápido maior chance de malignização. - Em acompanhamento por 15 anos, Moriguchi et al., de pólipos de vesícula: 12% aumentaram de tamanho e se tornaram elegíveis para ressecção cirúrgica; 84% permaneceram estáveis; 4% regrediram; Sem Cálculo - Menor que 10mm acompanha a cada 3-6 meses; *Inicialmente e depois anualmente se não tiver crescimento. - Se crescimento rápido ou maior que 10mm Realizar colecistectomia convencional. Com Cálculo - Menor que 10mm realizar colecistectomia videolaparoscópica; - Maior que 10mm realizar colecistectomia convencional; Continuação de CA de Vesícula Biliar: - US endoscópico (bom para lesões com contato com duodeno) – indica infiltração, espessura da parede e TC são os métodos de imagem mais sensíveis - Os melhores resultados no tratamento estão relacionados aos estádios mais precoces e aos descobertos incidentalmente após colecistectomias Quadro Clínico e Diagnóstico: - Quadro clínico inespecífico. - Colecistite aguda. *Crescer e obstruir infundibulo. - Colecistite crônica calculosa. - Icterícia obstrutiva por tumor maligno de vias biliares. - Cólica biliar. *Mesmo sem cálculo, pois o TU pode estar invadindo o infundíbulo - Emagrecimento. - Anemia. Ao US ou TC de abdome (sugerem neoplasia de vesícula) - Massa sólida; - Irregular; - Aderida a parede; - Espessamento difuso da parede da vesícula biliar; Obs: cálculo faz sombra acústica, pólipo não faz sombra acústica. Tratamento Cirúrgico - De maneira global os resultados são ruins. - Cerca de 25% dos pacientes são ressecados o tumor de maneira curativa. - Em suspeita de câncer de vesícula a Colecistectomia vídeolaparoscópica não é indicada pelo risco de: Carcinomatose peritoneal; Implantes nos orifícios dos trocartes; Maior possibilidade de implante local por perfuração da vesícula; - *Em suspeita de câncer de vesícula faz colecistectomia convencional. - Tumor precoce, até a lâmina própria ou muscular (T1a ou T1b): Realizar colecistectomia, pode ser laparoscopica. - Tumor T2 ou T3 (sem invasão de veia porta ou artéria hepática - não T4): Colecistectomia convencional + ressecção hepática do leito hepático (hepatectomia em cunha) + linfadenectomia com ou sem ressecção da via biliar (do colédoco). - T4: tratamento paliativo. **Escutar 22 minutos: falas finais so que tem que saber de ca de vesícula CÂNCER DAS VIAS BILIARES - Colangiocarcinoma é de difícil diagnóstico: alta mortalidade e sua incidência vem diminuindo, mas o motivo é desconhecido. - Mais de 90% são adenocarcinomas, chamados de colangiocarcinomas. - 60-70% estão localizados na confluência dos ductos hepáticos (tumor de Klatskin). - 20-30% colédoco distal. - 5-10% intra-hepáticos - trata com hepatectomia. Etiologias: - Fatores de risco mais conhecidos: Inflamação crônica do epitélio biliar; Colangite esclerosante primária (8-40% dos pacientes desenvolvem); Infecções parasitárias (Opisthorcis viverrini e Clonorchis sinensis); Cistos de colédoco (12-15%); *Pelo refluxo pancreático, lesão de mucosa Litíase intra-hepática primária; Carcinógenos químicos (torotrast); Hepatite viral; *Tailândia tem a maior incidência do mundo. Principalmente pelas infecções parasitárias. Quadro Clínico - Icterícia progressiva; *Obstrui via biliar - Colúria; - Acolia; - Prurido; - Anorexia, emagrecimento; *Variável - Dor eventual; - Hepatomegalia; - Febre; *Associado a neoplasia ou colangite *Nos tumores de colédoco distal, ocorre obstrução do colédoco tornando a vesícula pode ser palpável (Sinal de Courvusier Terier). Começa a se encher e se distender. Diagnóstico - Hiperbilirrubinemia direta. - Elevação de transaminases (200 ou mais). - Fosfatase alcalina e gama GT muito elevadas (pela colestase e pelo tumor). - CEA geralmente normal. *Pode se altera em neoplasia de vesicula ou via biliar - Alfa fetoproteína normal. *Não se altera pois a neoplasia não tem nada a ver com epitélio hepático - CA 19.9 ou CA 50 podem elevar-se, mas são dependentes da obstrução biliar e regridem com a drenagem. - Exames de imagem indicados para diagnóstico, estadiamento de programação cirúrgica. - TC de abdome com contraste. - RNM: colangiorressonância é o melhor método, consegue identificar canalículos de fino calibre. Classificações para programar a cirurgia: Classificação de Bismuth: - Tipo 1: tumor de via biliar proximal - Tipo 2: tumor de confluências - Tipo 3a: tumor que predomina no hepático direito - Tipo 3b: tumor que predomina no hepático esquerdo - Tipo 4: tumor intra e extra hepático Classificação de Longmir: Terço Proximal: tumores nos canais hepáticos direito e esquerdo, bifurcação e hepático comum; também chamados tumores hilares. Terço Médio: colédoco até a borda do pâncreas. Terço Distal: colédoco intrapancreático, exceto papila (provenientes do epitélio do duodenal). Mesmo tratamento para neoplasia de cabeça de pâncreas. Faz reconstrução com Y de Roux. Difusos ou Multicêntricos: atinge mais de duas regiões, não são passiveis de ressecção. Tratamento: - Tratamento paliativo tem péssimo prognóstico. - Ressecção radical (margens livres e esvaziamento ganglionar) é o único tratamento que oferece possibilidade de sobrevida longa.
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