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FUNÇÃO DA ESCOLA E ATUAÇÃO DO DOCENTE
RESUMO
	Esta pesquisa é de natureza bibliográfica. Inicialmente procura-se contextualizar a discussão do objeto de estudo a partir da reflexão sobre a verdadeira função social da escola e do papel do professor. Tem como base principal teórica as indicações de Saviani e Rodrigues, mas também aborda as ideias de outros autores que trabalham essa questão, comparado com as expectativas dos pais, alunos e professores. Permitindo afirmar que a escola é a instituição social, que ajuda o indivíduo a se integrar na sociedade. Levanta uma discussão sobre a forma de ação do professor através das correntes pedagógicas sistematizadas. O professor assume um papel fundamental no desenvolvimento do estudante e na difusão de conhecimento científico por estar implantado na escola que é vista como um espaço político-pedagógico que oportuniza ao aluno a apropriação do conhecimento historicamente sistematizado. Sob essa luz, desejamos verificar a função social da escola nos tempos atuais, devido a alguns comentários equivocados da escola ter que assumir um papel assistencialista, o qual não a pertence.
Palavras-chave: Assistencialismo. Função Social da Escola. Professor
1 INTRODUÇÃO
	De acordo com o dicionário da língua portuguesa Michaelis, escola é um “estabelecimento público ou privado onde se ministra ensino coletivo. 2 Alunos, professores e pessoas de uma escola. 3 Sistema ou doutrina de pessoa notável em qualquer dos ramos do saber”.[1: http://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=escola]
	Em obra de Neidson Rodrigues, o papel da escola na sociedade contemporânea é “fruto da necessidade de se preservar e reproduzir crianças, valores e conquistas sociais, concepções de vida e de mundo de grupos ou classes...” escola configura-se portanto, a partir dessas exposições.
	E é justamente baseada nesses pressupostos, que restringimos esta proposta de pesquisa, cuja problemática aborda a função da escola e a atuação do professor.
	Dados preliminares obtidos através das práticas pedagógicas permite-nos afirmar que a escola é uma instituição social, que ajuda o indivíduo a se integrar na sociedade. Sabendo disso, podemos dizer que é muito importante que os professores e os profissionais que de alguma forma se relacionam com a escola, tenham consciência de quais são as funções da escola e de como elas são realizadas. Se houver a consciência dessa questão institucional, social e política, poderá se ter condições de procurar outras formas de se auxiliar os pais e alunos. A cultura, o conhecimento, a ciência tem contribuído para liberar o homem e torna-lo menos dependente das condições naturais, de maneira a favorecer o bem estar da humanidade.
	De acordo com a LDB, no seu artigo 1º e 2º, temos que “A Educação Escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social”, e no 2º que ela “... tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho...”.
	As perspectivas teóricas na qual se apoia este projeto de pesquisa e que fundamentará seu desenvolvimento partem dos teóricos, histórico-crítico, Rodrigues (1987) e Saviani (1985 – 86).
Ressaltamos que essa proposta de estudo é parte inicial de todo um processo de reflexão, que começou a partir de nossa prática
2 FUNÇÃO DA ESCOLA E ATUAÇÃO DO DOCENTE
2.1 O PAPEL SOCIAL DA ESCOLA
	“O fato de que criamos e vivemos em uma sociedade que se caracteriza fundamentalmente pela função social, em especial, a função social da escola, apesar das transformações sofridas no decorrer da história, a escola representa uma Instituição que a humanidade elegeu para socializar o saber”. Fernandes et al (2015, p.1).
Tomando a educação escolar como uma atividade sistemática intencional e organizada e que tem em sua função mais ampla atender as dimensões culturais e políticas:
Fernandes et al (2015, p. 1) pontuou essa função como:
“o desenvolvimento das potencialidades físicas, cognitivas e afetivas do indivíduo, capacitando-o a tornar um cidadão, participativo na sociedade em que vivem. A função básica da escola é garantir a aprendizagem de conhecimento, habilidades e valores necessários à socialização do individuo sendo necessário que a escola propicie o domínio dos conteúdos culturais básicos da leitura, da escrita, da ciência das artes e das letras, sem estas aprendizagens dificilmente o aluno poderá exercer seus direitos de cidadania.”
Rodrigues (1987, p.64) também colocou a respeito da função da escola, dizendo que: “...a escola tem por função preparar e elevar o indivíduo ao domínio de instrumentos culturais, intelectuais, profissionais e políticos. Isso torna sua responsabilidade pesada e importante.” A essa função, o autor também evidenciou a expectativa sob o contexto da sociedade, dizendo que:” Essa expectativa se diferencia pelos interesses que se cruzam na sociedade de classes, vale dizer, no universo social que cerca a escola...”. 
	Já Saviani (1985) abordou a função da escola, assim:
...historicamente, envolve o processo de transmissão, assimilação do saber sistematizado, cujo papel é permitir o acesso à cultura letrada e à cultura erudita, possibilitando ao aluno conhecer, criar e inclusive desenvolver as suas habilidades para o conhecimento e não apenas decodificar alguns símbolos e assinar nomes. Precisamos desenvolver os processos, portanto formas que viabilizem a assimilação pelos educandos dos conteúdos culturais que cabe à Escola transmitir... (projeto Ypê 1985). [2: Projeto realizado pela Secretaria Estadual de Educação de São Paulo em 1985, para capacitação de professores. ]
	Na perspectiva de Oliveira, (2009, p. 2):
 “o projeto a ser desenvolvido nas nossas escolas tem que estar pautado na realidade, visando a sua transformação, pois se compreende que a realidade não é algo pronto e acabado. Não se trata, no entanto, de atribuir à escola nenhuma função salvacionista, mas reconhecer seu incontestável papel social no desenvolvimento de processos educativos, na sistematização e socialização da cultura historicamente produzida pelos homens.”
	Ainda disse que,
 “Ao discutirmos a função social da educação e da escola, estamos entendendo a educação no seu sentido ampliado, ou seja, enquanto prática social que se dá nas relações sociais que os homens estabelecem entre si, nas diversas instituições e movimentos sociais...” (OLIVEIRA, 2009, p. 2).
	Os autores também pontuaram a qualidade da atividade educacional, Rodrigues falou a respeito: 
...assinala-se também uma qualidade necessária a ser requerida pela escola: saber distinguir o essencial do acessório dentro da atividade educacional, em toda a sua dimensão. A atividade por excelência da escola é ensinar bem, preparar a criança para desenvolvimento e a aquisição de habilidades (...) possibilitar ao educando o acesso ao saber universal sistematizado (Rodrigues, 1987, p. 68).
	Essa preocupação com a qualidade abrange a preparação para o trabalho e para a atuação nas esferas políticas, social e cultural. Assim, cumpriu a escola básica desenvolver atividades no sentido de formar um cidadão que atuasse de maneira crítica no interior da sociedade, pois somos sujeitos participantes do processo histórico.
	A escola deveria cumprir seu papel de possibilitar aos cidadãos o desenvolvimento de suas potencialidades, habilidades individuais, dotando-os de capacidades, de maneira tal que eles pudessem interagir em diferentes esferas de sua comunidade e atuassem nela de forma consequente. Seria fundamental à escola garantir a construção de conhecimentos e habilidades, explorando a criatividade do indivíduo. As metas do ensino inicial estavam no domínio dos instrumentos apropriados de escritura-leitura e das primeiras noções de números, bem como no estabelecimento de processos de raciocínio que permitam analisar, identificar, transformar e compreender o cotidiano.
	Entretanto, propósitos e metas atribuídas à escola não correspondiam ao que nela se constatava,pois seu papel estava sendo concebido de diferentes formas, com contradições e propósitos não declarados, como ocorre em outras instituições. A discussão das funções da escola é complexa e pode ser realizada de diferentes ângulos, menos ser considerada uma instituição assistencialista, a qual teria o dever de sustentar as famílias carentes da comunidade.
 
2.2 A ATUAÇÃO DO PROFESSOR 
2.2.1 ABORDAGEM HISTÓRICA DO PROFESSOR
	A função de ensinar antecedeu a nomeação da figura Professor. 
 “Antes mesmo que a escrita fosse desenvolvida, a oralidade em conjunto com outros processos comunicacionais teve a importante função de repassar aquilo que era considerado importante”. Instigado pela simples imitação ou pelo relato oral, o homem conseguiu produzir e difundir as mais variadas maneiras de se relacionar com o mundo que o cerca. 
“A necessidade de se colocar pessoas específicas para o ensinamento de certas habilidades já aconteceu no Antigo Egito, quando a função de escriba era preservada pela constituição de escolas reais que preparavam o indivíduo para dominar essa técnica”.[3: Disponível em: http://historiadomundo.uol.com.br/curiosidades/o-professor-ao-longo-do-tempo.htm]
	O MEC datou que; 
“A educação oficial no Brasil começa em 15 de outubro de 1827, com um decreto imperial de D. Pedro I, que determinava que "todas as cidades, vilas e lugarejos tivessem suas escolas de primeiras letras". É por causa desse decreto, inclusive, que o Dia do Professor é comemorado no dia 15 de outubro. A data, contudo, só foi oficializada em 1963”.[4: Disponível em: http://sejaumprofessor.mec.gov.br/internas.php?area=curiosidades&id=comoSurgiu ]
2.2.2 O Papel social do professor na escola
	O educador não é apenas aquele que transmitiu um tipo de saber para seus alunos. Seu papel foi bem mais além, ultrapassando a transmissão de conhecimentos. O educador deve estar preparado para incorporar no processo educativo a experiência de vida e o saber que qualquer aluno leva para a escola. Queremos salientar o ângulo da atuação do professor a sua importante tarefa na formação social dos alunos.
	Bogatschov e Moreira (2009, p.14), afirmou que 
“documentos oficiais apontam, portanto para a necessidade de superação da dicotomia entre o cuidar e o educar. Tal dicotomia é histórica, uma vez que por muito tempo as instituições destinadas ao atendimento à criança das classes mais desfavorecidas estiveram ligadas ao cuidar e, o atendimento às crianças das classes dominantes, era prioritariamente educacional.” 
	Nesse contexto existe o papel do professor. Para Charlot (2006, apud SOARES, p. 846), “O professor se constitui profissionalmente na relação que estabelece com o saber e na relação que estabelece com os seus alunos - crianças, jovens e adultos.”.
	DIAS-DA-SILVA, (2006, apud POSSAMAI, p.15) disse que:
 “a escola vem agregando funções que invadem o ambiente educacional, ocupando tempo e espaço do corpo docente, onde o professor, que deveria estar dedicado ao seu ato de ensinar, está sobrecarregado de outras funções que normalmente nem recebem o suporte necessário para realizar estas novas atividades.”
	Observando Saviani (1997), podemos entender que as formas de ação docente não existiram de maneira isolada. Adquiriram sentidos por estarem vinculadas a várias correntes pedagógicas sistematizadas e são elas, as teorias pedagógicas, que dão significados ao trabalho do professor. De acordo com o mesmo autor, dispomos, teoricamente, de quatro tendências pedagógicas para a ação docente escolar: Tradicional, Nova (Reformista e Antiautoritária), Tecnicista e Sociopolítica.
	Para as primeiras, a educação “... deve ser autônoma e deve ser compreendida em seu próprio interior” (Saviani, 1997, p. 17). Os problemas encontrados no interior da escola fundamental são de origem pedagógica e poderiam vir a ser solucionados. A tendência sociopolítica compreenderam que a educação é predominantemente dependente da estrutura social, ou seja, está associada às determinantes sociais implicados nos antagonismos entre as classes sociais, e sua análise é imprescindível para entendermos a educação.
TENDENCIA TRADICIONAL
	A escola tradicional evidenciou o professor como centro do processo pedagógico, que assumiu a atribuição de selecionar o saber sistematizado, que seria objeto do ensino, sendo autoritário na transmissão do saber, que o aluno ouvisse passivamente. O professor utilizava-se do método expositivo/demonstrativo e a avaliação dos resultados também era de sua competência. O compromisso da escola era com a cultura (conteúdo), julgando que os problemas sociais pertenciam à sociedade. Portanto, a escola tinha a função de preparar moralmente e intelectualmente os alunos para assumirem sua posição na sociedade. 
	Para POSSAMAI, (2014, p. 22), “essa Pedagogia valoriza o “aprender”, via memorização e acúmulo de informações. Os conhecimentos transmitidos são aqueles acumulados pela humanidade e organizados logicamente.”.
TENDENCIA NOVA
	Na Escola Nova (reformista e antiautoritária) o centro do processo deslocou-se para o aluno. O professor era o “facilitador” da aprendizagem. Entretanto nesse modelo, mesmo que o aluno deixasse de ser passivo-respectivo e passasse a assumir o papel de ativo-participativo, ainda cabia ao professor selecionar as atividades e os conteúdos a serem desenvolvidos junto à classe. Embora partisse do interesse e da atividade do aluno, o ponto de chegada era o saber sistematizado, previamente estabelecido pela instituição escolar e pela ação docente. E a escola tinha a função de formar atitudes, criando um clima favorável ao autodesenvolvimento e realização pessoal, (preocupação maior com problemas psicológicos que com os pedagógicos ou sociais).
	Para Saviani, (2008, p. 7), apud Possamai (2014, p. 22), 
“Forja-se, então, uma pedagogia que advoga um tratamento diferencial a partir da “descoberta” das diferenças individuais. Eis a “grande descoberta”: os homens são essencialmente diferentes; não se repetem; cada indivíduo é único. Portanto, a marginalidade não pode ser explicada pelas diferenças entre os homens, quaisquer que elas sejam: não apenas diferenças de cor, de raça, de credo ou de classe, o que já era defendido pela pedagogia tradicional; mas também diferenças no domínio do conhecimento, na participação do saber, no desempenho cognitivo.”
TENDENCIA TECNICISTA
	Já na Teoria Tecnicista, o centro do ensino deslocou-se para os “meios”. Esses meios foram definidos como processos de racionalização científica, que existem na organização escolar e deveriam guiar o ensino. Nessa perspectiva, não se levaria em conta a concepção as preferencias de atuação e o controle do professor. Aluno e professor ficaram em segundo plano, apenas realizaram tarefas pré-definidas em outro ponto da hierarquia, segue-se a cartilha. Ao professor não competiu planejar, nem controlar os resultados do seu trabalho. O papel da escola era em modelar o comportamento humano, integrando o indivíduo no sistema social global, produzindo pessoas “competentes” ao mercado de trabalho.
Tendência Sociopolítica
	A Tendência Sociopolítica assumiu uma posição crítica com relação às anteriores, por acentuar a relevância dos determinantes sociais da educação e assim, os fins sociopolíticos da escola. O professor era o mediador do conhecimento, proporcionando as trocas de experiências, permitindo que o aluno participasse da construção do processo de ensino-aprendizagem. Na Tendência Sociopolítica o centro do processo do ensino não seria o aluno, nem o professor, nem os meios, mas estaria na prática social. Neste contexto, a escola possuiria um papel importante, qual se dá o de transmitir conteúdos (vivos, concretos, indissociáveis das realidades sociais), o aluno para o mundo adulto e suas contradições, fornecendo-lhe um instrumental (conteúdo e socialização) para uma participação organizada e ativa na democratização da sociedade, segundo as ideias de Saviani.
	Uma metodologia de ensino, dentro dessa visão sociopolítica, voltadapara os interesses da maioria da população, não poderia estar pronta e acabada. Ela era dialética e se daria no movimento, se faria no processo, fundamentar-se-ia no objetivo, na direção política ampla que se pretenderia alcançar. Ela estaria em permanente construção.
	Rodriguez (1987) assinala que, no interior da escola básica, há uma relação fundamental que preside de todo o processo educacional – a relação professor-aluno. É a primeira relação a existir no âmbito da sociedade escolar. Dela decorrem as demais, que vão desde a assistência de serviços especializados na escola até os serviços administrativos e de apoio. O autor enfatiza, ainda, que a ação docente requer a competência intelectual e técnica do professor.
	 É necessário que os educadores saibam identificar essa experiência de vida, a capacidade de dizer dos seus alunos, a capacidade que cada um revela ao relatar suas vivências e incorpora-las no ensino das diversas áreas como História, Geografia, Ciências, Matemática e Português, possibilitando a compreensão dos fenômenos pelo aluno, a partir do relacionamento de sua própria realidade. E não ficar procurando resolver todos os problemas res, inclusive os financeiros.
	Na sala de aula a relação professor-aluno encerraria um conjunto de elementos que englobariam o preparo técnico do professor, o plano, o programa, o material didático, as atitudes do professor, sua postura como pessoa, seu compromisso político, as ocorrências do dia a dia da sala de aula, as características da classe e os diferentes ritmos de aprendizagem dos alunos.
	Conforme lembrou Fusari (1984), a questão da prática educativa também é alcançada pelo planejamento das atividades curriculares. O planejamento não pode ser compreendido de maneira desvinculada da especificidade da escola, da competência técnica e do compromisso político do professor e, ainda, das relações entre escola educação e sociedade.
	Assim um aspecto que deveria ser de suma preocupação do professor é o planejamento da aula. O preparo das atividades, comprometido com a efetiva aprendizagem do aluno, envolvendo procedimentos ligados diretamente à técnica e ao compromisso do professor. Estes procedimentos, portanto, estariam relacionados ao saber do professor, ao saber fazer e sua atitude frente ao seu trabalho como educador. Fusari (1984) levantou alguns pontos que poderiam ser considerados básicos para o preparo de uma boa aula, os quais consistiriam nos conhecimentos sobre: o aluno, o conteúdo, os procedimentos básicos e coerentes com a natureza dos conteúdos, procedimentos de avaliação, que se fundamente nos objetivos, o valor da interação aluno-professor como elementos propiciadores da aprendizagem, a dimensão social do trabalho do professor na sala de aula.
	Relacionando as questões do conteúdo e dos métodos de ensino, valeu destacar a necessidade de trabalhar os conteúdos didáticos a partir da experiência concreta dos alunos e dos professores, no sentido de assegurar uma direção promissora à prática pedagógica.
	O professor nega o exercício do pensamento quando tem como única tarefa transmitir um programa preparado de fora (pelos técnicos ou pela editora que veicula o livro didático). O livro é um “instrumento de trabalho”, como o programa também é: ambos são referenciais, não leis, e não podem deter a totalidade das atividades de ensino que serão desenvolvidas. É preciso ensinar o aluno a conhecer e não copiar o real, copiar e reproduzir experiências alheias. “Conhecer um objeto, é atuar sobre ele, é transforma-lo” (Rodriguez, 1987, p. 37).
	Assim, o professor se preocupando em ampliar para o aluno as possibilidades de inserção no mundo e de maior compreensão da importância que teve a escola para sua vida, lhe proporcionou maiores chances de obter uma ascensão social, do que lhe forneceu assistência financeira em um determinado momento.
	O professor ao se responsabilizar somente pelo ato de ensinar o saber científico, passou a acumular funções que acarretaram consequências à sua profissão e à educação escolar.
	Nessa direção, o estudo de Esteve (1995), autor citado por Caldas (2007), nos permitiram visualizar as consequências desse acúmulo de funções, e que produziram, entre outros aspectos, a desmotivação e a desvalorização do trabalho do professor. Para o autor, conforme tabela abaixo, vem ocorrendo:
	Aumento de exigências em relação ao professor: para além do domínio do conteúdo, o professor é requisitado para tarefas de integração social com a comunidade e apoio psicológico aos alunos, sem se fazer acompanhar da alteração na formação do professor;
	Inibição educativa de outros agentes de socialização, como a família, o que vai acarretando maior responsabilidade para a escola no processo formativo em geral;
	Desenvolvimento de fontes de informação alternativas que alteram o papel transmissor do professor, obrigando-o a integrar tais meios à aula;
	Ruptura do consenso social sobre educação, o que caracterizaria uma socialização divergente, com relação a modelos e valores de educação;
	Modificação do apoio da sociedade ao sistema educativo pelo abandono da ideia de ensino como promessa de um futuro promissor e a emergência de uma sociedade voltada para o prazer individual;
	Menor valorização social do professor pela definição do status social em termos exclusivamente econômicos;
	Mudança dos conteúdos curriculares, que acaba por gerar uma permanente insegurança a respeito da atualidade do conhecimento à disposição do professor;
	Escassez de recursos materiais pela redução de investimentos públicos na área da educação;
	Mudanças na relação professor/aluno, com um número crescente de casos de agressões sofridas por professores na escola;
	Fragmentação do trabalho do professor, o que gera acúmulo de tarefas e intensificação do trabalho. 
	
	
3. METODOLOGIA
O presente trabalho possui uma abordagem qualitativa, utiliza-se da pesquisa bibliográfica, a qual se tornou viável pelo acesso da pesquisadora a artigos, revistas, internet, livros e trabalhos científicos a respeito do tema abordado. Tal pesquisa tem caráter exploratório, mostra aspectos subjetivos do objeto analisado e atingem motivações não explícitas.
	 Foi feito também o levantamento das ideias dos autores especialista no assunto. O trabalho não teve custos para execução da pesquisa já que, não houve a necessidade de compra de materiais e equipamentos.
	Mediante a leitura e análise das referências bibliográficas estudadas, foi realizado comparações entre os autores citados e redigido texto com as conclusões e observações relevantes.
	No início, esta pesquisa demonstra um estudo bibliográfico do ponto de vista histórico da função social que a escola possui. A pesquisa bibliográfica se caracteriza pela pesquisa e consulta em livros nas principais fontes de referências.
Como mostra Gil (2002) tal pesquisa tem como base o material já elaborado, como os livros e artigos. Ainda, de acordo com Gil (1999: 71): “A principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente”. A fim de observar, analisar e descrever fatos ou fenômenos, a pesquisa descritiva se faz necessária para que não haja alterações da realidade pesquisada.
Maradinho (2009, p.03), afirma: 
“Na perspectiva qualitativa, os caminhos que norteiam o conhecimento científico visam à apreensão de processos acima do método, isso é, privilegia-se a informação interpretativa sobre a realidade, que está centrada na construção de dados. Se por um lado tem-se um sujeito que traz indagações de pesquisa a partir de suas concepções de mundo, por outro, o objeto é também um objeto-sujeito que fala e se posiciona conforme o seu contexto histórico-social.” 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
O presente trabalho teve como objetivo discutir sobre a escola, o professor e o conhecimento científico, sendo que para chegar neste objetivo apresentou-se, antes,uma contextualização sobre desvalorização do trabalho docente e do conhecimento científico e as mudanças ocorridas na função social da escola. 
Dessa forma, constatou-se, que as mudanças no sistema educacional concebida visão da política educacional numa perspectiva neoliberal traziam a ideia de que era necessário tais mudanças porque a educação apresenta-se em uma crise de qualidade, sendo que esta qualidade pregada pela concepção liberal nada mais era do que uma proposta par adequar à escola as exigências do mercado de trabalho. 
A hegemonia da filosofia neoliberal no sistema educacional, consequentemente mudou também as formas de ensinar, de conhecimento e de atuação do professor. Como se pôde observar, o conhecimento valorizado nesta concepção é um conhecimento generalizado, adquirido pelas experiências cotidianas, pois pregam que para atender as demandas de um mercado de trabalho capitalista deve-se estar em um constante “aprender a aprender”, ou seja, precisamos estar constantemente nos capacitando para nos manter inseridos nesse mercado, caso contrário, estaremos de fora. No entanto, diante disso, o professor também sofre consequências, afinal se o conhecimento passa ser adquirido pelas experiências cotidianas, partindo de uma necessidade individual, o papel do professor na questão do ensino passa a ser de mero figurante. Trata, pois, de identificar situações de vivência dos estudantes a fim de organizar ações que mostram que nelas há um conhecimento provido de utilidades. Portanto, retira do professor a função principal de ensinar, é agregado a ele outras funções que não são ligadas ao ensino. Devido às novas funções atribuídas ao professor, exigem-se com isso novas competências para que ele possa se manter no trabalho e desta forma ficam de lado os conhecimentos científicos sobre sua matéria (matemática, português, etc.). Por sua vez, a Pedagogia Histórico-Crítica, que tem como base a concepção materialista histórico- dialética e a teoria Histórico-cultural contrapõe essa política neoliberal, ao considerar o homem um ser social que se desenvolve a partir das interações sociais. O conhecimento científico nesta concepção crítica é concebido como produzido e acumulado historicamente e a apropriação se dá no andamento do desenvolvimento de relações reais, efetivas, do sujeito com o mundo. 
Também pudemos apontar sobre essa perspectiva que o professor assume um papel fundamental no desenvolvimento da criança, assim como na transmissão de conhecimentos científicos.
	Concluímos, portanto que, a escola acaba assumindo um papel assistencialista o qual não lhe cabe, devido em grande parte as diretrizes adotadas pelo governo, que não coloca de forma clara a função da escola e o papel do professor, deixando abertura para responsabilidades que vão além do ato de ensinar o saber científico, passando para a escola a função de educar, ao invés de apenas ensinar, o que caberia a família.
	Como já citado por DIAS-DA-SILVA, (2006, apud POSSAMAI, p.15), “a escola vem agregando funções que invadem o ambiente educacional, ocupando tempo e espaço do corpo docente, onde o professor, que deveria estar dedicado ao seu ato de ensinar, está sobrecarregado de outras funções que normalmente nem recebem o suporte necessário para realizar estas novas atividades.”.
Sendo assim, acredito que os educadores devam ser mais bem preparados e amparados, para que possam agir de forma mais coerente com as necessidades desses alunos sem serem pautados pelo papel assistencialista.
Uma gestão mais democrática com a participação dos pais, pode ser um caminho para a conscientização das famílias a priorizar a educação em sua parte pedagógica. 
REFERÊNCIAS
BOGATSCHOV, Darlene Novacov; MOREIRA, Jani Alves da Silva. POLÍTICAS EDUCACIONAIS PARA O ATENDIMENTO À INFÂNCIA NO BRASIL: DO ASSISTENCIALISMO À INDISSOCIABILIDADE ENTRE CUIDAR-EDUCAR. 2009. Disponível em: <http://www.histedbr.fe.unicamp.br/acer_histedbr/seminario/seminario8/trabalhos.html>. Acesso em: 21 mar. 2017.
BRASIL. MEC. . Como surgiu a profissão. Disponível em: <http://sejaumprofessor.mec.gov.br/internas.php?area=curiosidades&id=comoSurgiu>. Acesso em: 21 mar. 2017
CARDOSO, Maria Angélica; LARA, Ângela Mara de Barros. SOBRE AS FUNÇÕES SOCIAIS DA ESCOLA. In: IX CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO - EDUCERE E O III ENCONTRO SUL BRASILEIRO DE PSICOPEDAGOGIA, Não use números Romanos ou letras, use somente números Arábicos., 2009, Curitiba. Trabalho. Curitiba: Pucpr, 2009. p. 1314 - 1326. Disponível em: <http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2009/anais/trabalhos_1.html>. Acesso em: 10 mar. 2017.
FERNANDES, Fábio Medeiros et al. Função social da escola. 2015. Disponível em: <http://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/educacao/funcao-social-escola.htm>. Acesso em: 10 mar. 2017.
OLIVEIRA, João Ferreira de; MORAES, Karine Nunes de; DOURADO, Luiz Fernandes. Função social da educação e da escola. Disponível em: <http://escoladegestores.mec.gov.br/site/4-sala_politica_gestao_escolar/pdf/saibamais_8.pdf>. Acesso em: 10 mar. 2017.
POSSAMAI, ClarÍvia Fontana. A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA, O PAPEL DO PROFESSOR E A RELEVÂNCIA DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO NA PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA. 2014. 110 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Educação, Universidade do Sul de Santa Catarina - Unisul, Tubarão, 2014. 
RODRIGUES, Neidson – Por uma nova escola: o transitório e o permanente na educação. São Paulo: Cortez, 1984.
SAVIANI, Dermeval. Transcrição do seminário “Projeto Ypê”, 1985
........................Escola e democracia. São Paulo: Editora Cortez, 1986
SOUSA, Rainer. O professor ao longo do tempo. Disponível em: <http://historiadomundo.uol.com.br/curiosidades/o-professor-ao-longo-do-tempo.htm>. Acesso em: 20 mar. 2017.
..........................Da mistificação da escola a escola necessária. São Paulo. Editora Cortez, 1987.
UOL (Brasil) (Org.). Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa. Disponível em: <http://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=escola>. Acesso em: 20 mar. 2017
MARADINO, Martha et al. A Abordagem Qualitativa nas Pesquisas em Educação em Museus. Texto submetido e apresentado no VII ENPEC, Florianópolis, 2009 
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1999. ________________. Como elaborar projetos de pesquisa. 4ª ed. São Paulo: Atlas, 2002.

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