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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO CLIENTE COM PROBLEMAS GASTROENTEROLOGICOS: APENDICITE SAMARA ELIANE RABELO SUPLICI 2018 APENDICE O apêndice vermiforme ou apêndice cecal é uma pequena extensão, localizado no ceco, a primeira porção do intestino grosso ou cólon, termina em fundo cego. ANTOMIA E FISIOLOGIA Este órgão está anatomicamente localizado no quadrante inferior direito. SABISTON, 2005 BARROS, 2009 Quadrante inferior direito: Ceco, apêndice vermiforme e parte do cólon ascendente. Quadrante superior direito: Lobo direito do fígado, vesícula biliar, piloro, cabeça do pâncreas, parte do cólon ascendente e transverso. Quadrante superior direito: Lobo esquerdo do fígado, estômago, corpo do pâncreas, parte do colo transverso e descendente. Quadrante inferior esquerdo: Colo descendente e colo sigmoide. ANTOMIA E FISIOLOGIA APENDICE Está localizado numa variedade de posições sendo a “normal” a retrocecal. SABISTON, 2005 BARROS, 2009 ANTOMIA E FISIOLOGIA APENDICE APENDICE A artéria apendicular, ramos da artéria ileocólica, é responsável pelo suprimento do apêndice. O tamanho no adulto pode variar de 2 a 22 cm, em geral 9 cm. Artéria ileocólica Artéria apendicular ANTOMIA E FISIOLOGIA APENDICITE Inflamação aguda decorrente da dificuldade de drenagem do conteúdo apendicular por obstrução do lúmen apendicular. FISIOPATOLOGIA ETIOLOGIA/INCIDÊNCIA Maior incidência entre 10 e 30 anos; Ocorre pela Obstrução do lúmen. Causas mais comuns da obstrução: Ò hiperplasia linfóide: mais comum em crianças. Ò fecalitos: corpos estranhos. Ocorre mais em adultos. Ò vermes: ex: áscaris; Ò neoplasias: apêndice, ceco, metástases. APENDICITE FISIOPATOLOGIA Ò A obstrução da luz e a continuidade da produção de muco levam a distensão interna; Ò O edema e a proliferação bacteriana que produzem toxinas, lesam o epitélio e ulceram a mucosa permitindo que as bactérias penetrem na base muscular do apêndice levando a um processo infeccioso (supuração). Ò O aumento da pressão intraluminal e o aumento da pressão intestinal na parede do apêndice impede o fluxo sanguíneo arterial e linfático criando a isquemia; Ò Inicialmente ocorre um abscesso fechado local que pode vir a perfurar, neste caso a camada muscular necrosada (gangrena) promove a perfuração podendo levar a peritonite generalizada. APENDICITE Fases: Ò Catarral: intraluminal, mucosa Ò Supurativa: extensão até a serosa Ò Gangrenosa: trombose venosa, isquemia da borda antimesentérica Ò Perfurativa: extravasamento, peritonite. Regressão espontânea da crise: Ò Ocorre quando da desobstrução espontânea do lúmen pela eliminação do fecalito ou regressão da hiperplasia linfóide. APENDICITE FISIOPATOLOGIA SABISTON, 2005 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Ò Dor, inicialmente moderada, pode iniciar na região epigástrica, passando para periumbilical que pode progredir para intensa e quadrante inferior direito; Ò Febre baixa; Ò Anorexia, náuseas,e eventualmente vômito; Ò Incapacidade de eliminar gazes e mudança no padrão intestinal; Ò Exame abdominal evidencia diminuição dos ruídos peristálticos. Ò Se o apêndice for rompido a dor torna-se mais difusa e o abdome se distende. APENDICITE SABISTON, 2005 SABISTON, 2005 História Clinica Exame físico Exames complementares: Laboratoriais Imagens APENDICITE DIAGNÓSTICO BARROS, 2009 EXAME ABDOMINAL Ponto de McBurney é também chamado de ponto apendicular. É traçado uma linha que liga a cicatriz umbilical com a espinha ilíaca ântero- superior. Divide-se esta linha em 3 partes, sendo o ponto referido o local que corresponde ao encontro do terço médio com o terço distal da linha. Com o paciente em decúbito dorsal, é realizada uma compressão no ponto de McBurney, seguida de uma descompressão súbita, que será referida pelo paciente como dor ou piora da dor quando o sinal estiver presente. O sinal de Blumberg é um dos sinais clássicos da Medicina, e sua presença representa Inflamação peritoneal, e é muito sugestivo do diagnóstico de Apendicite, apesar de não ser patognomônico desta condição. APENDICITE DIAGNÓSTICO BARROS, 2009 SINAL DO OBTURADOR Com o paciente em decúbito dorsal,o examinador flexiona a coxa direita do paciente com o joelho fletido e rota o membro inferior externa e internamente, sendo positivo quando ocorrer dor hipogástrica durante a manobra. A base anatômica do sinal: o apêndice inflamado está em contato com o músculo obturador interno que é tracionado durante esta manobra. DIAGNÓSTICO APENDICITE EXAME ABDOMINAL BARROS, 2009 SINAL DE ROSVING A base anatômica do sinal: comprime-se o colo esquerdo no sentido de baixo para cima, com o objetivo de empurrar o ar contido em seu interior para o ceco. DIAGNÓSTICO APENDICITE EXAME ABDOMINAL Se a palpação do quadrante inferior esquerdo do abdomen do paciente resultar em dor no quadrante inferior direito, diz-se que o paciente é positivo para o sinal de Rosving. Ò No hemograma - é encontrada elevação dos leucócitos(leucocitose). APENDICITE DIAGNÓSTICO LABORATÓRIO O adulto normalmente apresenta de 5.000-10.000 leucócitos por 1 mm³ de sangue. Na apendicite este número pode se elevar para 12.000 a 18.000/ mm3. SABISTON, 2005 Ò Exames de urina: é feito um exame microscópico da urina para detectar glóbulos vermelhos, glóbulos brancos ou bactérias. Esta análise pode ajudar a excluir uma infecção urinária ou um cálculo renal, que podem ter sintomas semelhantes aos da apendicite aguda. APENDICITE DIAGNÓSTICO LABORATÓRIO SABISTON, 2005 Ò Raios X abdominais e estudos de ultra- som podem revelar densidade no quadrante inferior direito ou distensão de alças no intestino – massa comprimindo o ceco - aumento do volume do apêndice – presença de abscesso. Fecalito é raramente observado. Ò Tomografia- quando os sintomas são atípicos ou para localizar abscesso pela ruptura. APENDICITE DIAGNÓSTICO EXAMES DE IMAGEM SABISTON, 2005 APENDICITE TRATAMENTO Há duas abordagens para remover o apêndice não perfurado: SABISTON, 2005 APENDICITE TRATAMENTO: CIRURGIA ABERTA O apêndice é exposto na ferida operatória O mesoapêndice é seccionado entre duas pinças e ligado. O apêndice é seccionado após ligadura SABISTON, 2005 APENDICITE TRATAMENTO: LAPAROSCÓPICA SABISTON, 2005 APENDICITE TRATAMENTO Secção do apêndice usando um grampeador. Secção do mesoapêndice. Remoção do apêndice através de um trocater. SABISTON, 2005 A principal complicação é a perfuração do apêndice, o que pode levar a formação de: § abscesso pélvico; § peritonite; § septicemia; § e ao íleo paralítico (imobilidade intestinal). Mortalidade: § 0,1%, nas não complicadas,; § 0,5% nas gangrenosas; e 3 a 5% nas perfuradas v mortalidade maior: idosos e crianças v Maior causa de óbito: septicemia APENDICITE COMPLICAÇÕES SABISTON, 2005 TRATAMENTO MÉDICO/CIRÚRGICO Ò Apendicectomia é realizada o mais cedo possível para diminuir os riscos de rompimento do apêndice Ò Anestesia geral ou peridural; incisão abdominal ou laparoscópica; Ò Analgésicos após o diagnóstico ser feito; Ò Antibióticos e líquidos endovenosossão administrados até que a cirurgia seja realizada, assim como pode ser necessário continuar no pós-operatório. APENDICITE SABISTON, 2005 APENDICITE CUIDADOS DE ENFERMAGEM NO ESTUDO DE CASO A SEGUIR REFERENCIAS 1- BARROS, Alba Lucia Botura Leite. Anamnese e Exame Físico. 2 ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. 2- SABISTON. TOWSEND, M. Tratado de Cirurgia: A base biológica da moderna prática cirúrgica. ed. 17. Rio de Janeiro: Elselvier, 2005. APENDICITE SABISTON, 2005
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